revista europa em foco #1

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A primeira edição da revista sobre futebol europeu mais aguardada do Brasil

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Page 1: Revista Europa em Foco #1
Page 2: Revista Europa em Foco #1

ÍNDICE

EQUIPEJoão Pedro Almeida (diagramador, colaborador e editor)Gabriel de Jesus (colaborador)Eduardo Rocha (colaborador)Gilmar Siqueira (colaborador)

Palavras do editor............................................................. 3Olho Neles ........................................................................ 4“Il Principino” .................................................................. 8O “Four-Four-Two” Citizen............................................ 10TOP 10: Coadjuvantes de Luxo ..................................... 12Um time só de Coadjuvantes ......................................... 17O Segredo do Homônimo .............................................. 20E aí, Dnipro? .................................................................... 22A queda dos titãs.............................................................. 26Nem tudo são flores para Pep Guardiola...................... 30Eternas Promessas............................................................ 32Agradecimentos................................................................ 34Visite também....................................................................35

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CARO LEITOR,Gostaria de dizer algumas palavras nesta primeira edição da re-vista. Primeiramente, gostaria de agradecer a sua leitura e frisar que, com certeza, não irá se arrepender dela. E gostaria de agra-decer a Caio Dellagiustina e Gilmar Siqueira pela ajuda.

Atualmente, existem várias revistas digitais Brasil afora, mas a revista “Europa em Foco” é um projeto pioneiro, por tratar ape-nas do futebol europeu e por sua dinâmica, bom humor e ma-térias únicas. Além disso, é de graça e não é preciso sair de casa para tê-la.

Para bom usufruto da revista digital, é sugerido que leia em tela cheia, o que é possível apenas clicando em qualquer lugar do retângulo no qual a revista está contida. Caso já tenha feito isso, é possível dar ainda mais zoom clicando em qualquer lugar da revista. Para passar as páginas, basta clicar no botar com uma seta, que simula o folhear de uma verdadeira revista. Em baixo, a revista dispõe de um menu com miniaturas de todas páginas e suas respectivas numerações.

Se quiser entrar em contato conosco para qualquer sugestão, crí-tica ou para anunciar aqui, clique no botão abaixo.

Eu, juntamente com toda a equipe, lhe desejo boa leitura.

Atenciosamente, João Pedro Almeida (criador da revista)

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FUTURO DE GREGOHabilidoso e dotado de uma velocidade fora do comum, o português Vierinha, do PAOK é considerado o grande jo-gador do futebol grego

Por João Pedro AlmeidaAdversário da Udineses na primei-ra fase de mata-mata da Liga Euro-pa, o PAOK da Grécia foi um dos responsáveis por eliminar o pode-roso Tottenham na mesma com-petição. Tais resultados, tanto no certame quanto no sorteio, chama-ram mais atenção para esses gre-gos e, mais precisamente para um certo português, promissor e aris-co: o meia-atacante Adelino André Vieira Freitas, o Vieirinha. Aos 25 anos, o talentoso jogador já tem passagens por quase todas as sele-ções de base de seu país. Revelado nas categorias de base do Vitória de Guimarães, Vieirinha já chamou desde cedo a atenção do Porto, que investiu em sua contratação.

Sem espaço nos dragões, o joga-dor foi repassado a alguns clubes antes de chegar ao PAOK, onde

foi comprado por definitivo. Em dois anos no plantel da equipe, já soma mais de cem jogos e cerca de vinte gols.

Mesmo em um campeonato des-conhecido e “periférico”, Vieirinha já chama atenção, principalmente com a fama de “o melhor jogador atuante no futebol grego”.

Apesar da ascensão meteórica em relação à sua fama no última ano, há muito ele é conhecido como promessa. Já soma oitenta e três partidas pelas seleções portugue-sas de base e algumas boas atua-ções pelo Porto.

Não é provável que fique muito mais tempo na Grécia, até pela crise no país, mas é sem dúvidas, um jo-gador que vale a pena acompanhar.

Page 5: Revista Europa em Foco #1

Curte o Campeonato Italiano?

ENTÃO VAI CURTIR O TUDO SOBRE O CALCIO! ANÁLISES PRECISAS SOBRE OS PRINCIPAIS CLU-BES DA VELHA BOTA DE UMA MANEIRA QUE VOCÊ NÃO ENCONTRA EU OUTRO LUGAR!

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Xherdan e os 30 milhõesPor João Pedro Almeida

Outro time a conseguir a façanha de eliminar um gigante do inglês, o Basel foi o responsável pela que mais chamou a atenção. Ao bater o Manchester United na última roda-da da fase de grupos, o time suíço eliminou a mesma equipe que fora à final na edição anterior, sem dei-xá-la, sequer ir à fase de mata-mata e levando-a para a Liga Europa.

Talvez o grande protagonista de tal “zebra”, tenha sido o “winger” Xherdan Shaqiri. Mais propen-so a atuar pela esquerda, pelo fato de ser canhoto e já até ter atuado como lateral por aquele lado, o jo-gador foi talvez o grande destaque da fatídica partida para os Red De-vils, com duas assistências.

Sua nacionalidade é uma verdadei-ra confusão. Nascido na ex-Iugos-lávia, o jovem jogador, de 20 anos,

possui família albanesa e naciona-lidade suíça, já que se mudou ainda quando pequeno para o local, exa-tamente para jogar nas categorias de base de seu atual clube.

Ao se destacar em um torneio sub-15 defendendo as cores do Basel, chamou a atenção de muitos clu-bes, mas decidiu por ficar atuando no “bicolor”.

As boas atuações nas divisões de base renderam um contrato milio-nário para segurar a jóia até 2014. Agora quem quiser tirar Xherdan de seu clube terá de desembolsar 30 milhões de euros (cerca de 75 milhões de reais)

Shaqiri é aquele típico jogador bai-xinho, rápido e habilidoso. Com o seu time já conquistou dois cam-peonatos nacionais..

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A APOSTA QUE DEU CERTOPor João Pedro Almeida

Sabe aquele time grande que vai jogar alguma competição e se de-para com um pequeno? Aqui no Brasil, temos a Copa do Brasil, na qual time gigantes do nosso fute-bol enfrentam menores. De vez em quando, o gigante acaba por con-tratar o destaque do time menor e normalmente essa transferência não dá certo.

Bem, isso também acontece na Eu-ropa. Ao ser vergonhosamente eli-minado da Liga Europa pelo des-conhecido Helsinki, da Finlândia, o Schalke 04 achou que podia tirar alguma coisa da eliminação. E o que tirou foi o craque do seu algoz, o também finlandês Teemu Pukki.

Com 21 anos, o atacante já era uma figura conhecida, mesmo que mui-to pouco, no mundo do futebol eu-ropeu. Depois de ter ido bem no

clube de sua cidade, o KooTeePee, o jogador se transferiu para o Sevilla, onde teve poucas oportunidades. Do time espanhol, voltou para seu país natal, para jogar no Helsinki, que viria a eliminar o Schalke na Liga Europa com três gols de Pukki em dois jogos disputados.

E ao fazer uma aposta que geral-mente não dá certo, os azuis reais acabaram revelando um excelente jogador. Logo na sua estreia como titular, Pukki marcou dois gols, na partida contra o Hannover. Atu-almente, na Bundesliga, o finlan-dês já soma três gols em oito jogos (média de 0,38 por jogo).

O Schalke, de certa forma, deu um tiro no escuro, ao fazer uma aposta muito arriscada, e acabou acertan-do no alvo. Teemu atualmente é es-sencial para a equipe.

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“IL PRINCIPINO”Como o garoto que parecia ser uma “eterna promessa” desencan-tou e virou um dos principais jogadores do campeonato italiano

Por Gabriel JesusLogo que subiu ao profissional da Juventus em 2006/07, a imprensa já noticiava Claudio Marchisio como um ‘Novo Del Piero’ mesmo jogan-do a Série B. Na temporada seguin-te, sua primeira na Serie A, como qualquer jogador recém-promo-vido aos profissionais, fazia alguns bons jogos, que alternava com ou-tros péssimos, jogando no depois rebaixado Empoli.

Assim que voltou à Juventus, em 20008/09 teve a chance de dispu-tar a Champions ao lado de ídolos como Nedved, Del Piero e Buffon. Ali víamos começar a se formar um grande jogador, técnico, rápido e muito útil no meio-campo. Sem-pre como coadjuvante, era ado-rado pela torcida, tanto que che-gou à seleção italiana e se firmou

de vez com a camisa bianconera. 2010 finalmente parecia que seria a temporada de Claudio, até porque a Juve começou muito bem, chegan-do a bater o Milan em pleno San Siro. Mas assim como a Juventus caiu de rendimento, Marchisio caiu de pro-dução.Agora em 2011, vem sendo o me-lhor meio-campista do Campeona-to Italiano. Com o auxílio de Vidal e Pirlo jogando muito bem, com li-berdade para jogar, ele está jogan-do melhor, tanto que já bateu seu recorde de gols numa mesma tem-porada, com 7 (6 no italiano e 1 na Copa da Itália).Agora absoluto na Azzura e na Vec-chia Signora, Claudio Marchisio tem tudo para se tornar um gran-de craque, e calar os críticos que até semana passada o chamavam de ‘Eterna Promessa’.

Claudio Marchisio, “Il Principimo” (“o príncipe”), deixou de ser promes-sa para se tornar realidade. Mesmo como meia, é um dos artilheiros da Serie A italiana nessa temporada.

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O FOUR-FOUR-TWO CITIZENPor Eduardo Rocha

O 4-4-2 tradicional britânico, que nasceu com a seleção inglesa cam-peã mundial em 1966, se consoli-dou com as famosas duas linhas de quatro nos anos 1970 com o Liver-pool e parecia ultrapassado com o crescimento do 4-2-3-1 e do 4-3-3 no planeta bola. Mas que parece se reinventar com execuções bem di-ferentes, mais modernas, dinâmi-cas e ofensivas.

É surpreendente, até certo pon-to, assistir a uma equipe treinada pelo pragmático Roberto Manci-ni vocacionada ao ataque. Ele não vinha aplicando este conceito no

Manchester City.

O City de Roberto Mancini se valeu da mobilidade ofensiva dos “win-gers” David Silva, canhoto pela di-reita, e Milner, à esquerda, além do atacante Kun Aguero, se mexendo para que Dzeko pudesse ficar mais fixo, especulando na área adversária. E também do eficiente trabalho dos meias centrais Barry e Yaya Touré. Marcando e jogando.

O espanhol Silva é o protagonista da equipe. Aberto no lado direito, ele se movimenta com a bola na dire-ção do centro, abrindo o corredor-

City no clássico 4-4-2. Amarelo: Movimento defensivo. Ver melho: Troca de posição. Preto: Movimentos ofensivos.

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ao apoio de Micah Richards, e ao mesmo tempo se aproximando de Yaya Touré e Agüero para as tabelas curtas. O mesmo aconte-ce, Milner sai da esquerda para o meio, permitindo ao apoiador Clichy passar pelo lado do cam-po.

Agüero e Dzeko integram-se a estas movimentos. Quando Sil-va e/ou Milner centralizam, os dois atacantes entram em rota-ção com estes wingers, passando do ataque para o lado conforme a circunstância da jogada. Quan-do Silva e Milner guardam posi-cionamento aberto na segunda linha, Agüero recua centralizado por vezes, aparentando uma va-riação ao 4-2-3-1, para oferecer uma opção de passe curto.Esta é uma virtude do City: apro-ximações para o passe curto. A equipe de Mancini não se utiliza de ligação direta,

longos lançamentos ou inversões. Estes movimentos que envolvem Silva, Agüero, Dzeko e Milner, mais Yaya e os laterais, criam as ‘peque-nas sociedades’ descritas na teoria tática do futebol espanhol, os gru-pos de jogadores próximos, que permitem transições com passes curtos e manutenção da posse de bola em pequenos espaços. Essas trocas também facilitam a abertu-ra de espaços na defesa adversária, com Agüero e Dzeko arrastando marcadores para infiltrações.

Defensivamente, Barry é o ‘primei-ro volante’, embora também parti-cipe com a posse e se adiante para a segunda bola ofensiva, principal-mente pela capacidade de conclu-são. Os laterais retornam à base e os wingers fecham a segunda linha, com Agüero e Dzeko combatendo a saída adversária. Movimentos de-fensivos de manual do 4-4-2 britâ-nico.

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coadjuvantes de luxoUma lista com jogadores essenciais paras os principais times da temporada, mas que brilham longe dos holofotes

TOP 10

PS: NÃO HÁ NENHUM TIPO DE ORDEM NESSE “TOP 10”.

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Por João Pedro AlmeidaNem todos os jogadores que vão bem ganham o reconhecimen-to devido. Há vários exemplos na história do futebol. Por exem-plo, na Copa de 94, o que seria de Romário sem seu inseparável companheiro Bebeto? Apesar dis-to, o baixinho foi quem ganhou o maior reconhecimento e a maior fama, mesmo com o fato de Bebe-to também ter ficado com algum mérito na conquista. Isso tam-bém acontece atualmente no fute-bol e, com certeza nunca deixará de acontecer. Nos times que vem conquistando a Europa atualmen-te, esses exemplos são claros. Os plantéis bem sucedidos na tempo-rada 2011/2012 tem pelo menos uma estrela maior, um jogador que chame mais atenção, às vezes pelas apresentações, às vezes so-mente pelo nome.

Times que vão muito bem nesta temporada, como Napoli, Juven-tus, Manchester City, Manchester United , Borussia Dörtmund, en-tre outros, possuem coadjuvantes de luxo como peça chave, mes-mo que ofuscado com o brilho das principais estrelas do plantel.

Mas porque não dar a devida atenção a esses jogadores quem vem sendo essenciais para suas equipes, mas ficam atrás das principais estrelas até quando jogam melhor?

E foi pensando nisso que eu ela-borei uma lista comentada de todos os jogadores injustiçados pela mídia e pela torcida por não receberem o reconhecimento merecido.

Coutinho (foto) fez com Pelé uma das (se não A) duplas mais brilhan-tes da história do futebol. Todos co-nhecem o “Rei do Futebol”, mas há quem diga: “Coutinho?! Quem?!

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Cristian Maggio é um ala-direito italiano do time do Napoli. Mesmo sendo considera-do o melhor do país em sua posição, é coad-juvante em um time que tem como principal destaque o trio de ataque, formado por Ham-sik, Lavezzi e Cavani.

Companheiro de Maggio na equipe ita-liana, o suíço Gokhan Inler foi a grande contratação da equipe azzurra na tempora-da. Apesar disto, fica até mais “escondido” que Maggio por atuar mais na marcação e não subir tanto ao ataque.

Seguindo na Itália, o chileno Mauricio Isla é uma das principais fontes de ataque da Udinese. A maioria dos gols dos friulli sai em jogadas dele. O problema é que qua-se todos esses gols são marcados por Di Na-tale, o verdadeiro destaque da equipe desde a saída de Alexis Sanchéz.

E aqui a nossa capa! Simone Pepe, o ra-çudo meia direito da Juventus, é um dos grandes destaques da temporada, Ele vem ajudando e, acima de tudo, marcando gols. Acabou desbancando o sérvio Krasic, grande destaque juventino na última tem-porada. Mesmo assim, ainda briga para ganhar reconhecimento, já que até pouco tempo, era reserva.

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Finalmente saímos da Itália. Agora di-reto para a Inglaterra. Tom Clever-ley sempre foi jogador do do United, mas após retornar de um empréstimo para o Wigan, Sir Alex Ferguson resol-veu se utilizar dele. Atualmente é peça chave no elenco mancuniano, mesmo que longe dos holofotes.

Quando o Milan tirou Antonio No-cerino do Palermo, provavelmente fez isso de para compor elenco, sem imaginar que ele seria essencial para o esquema de Allegri. Atualmente pode não ter a mesma importância que Ibrahimovic ou até Boateng, mas é inimaginável esse Milan sem ele.

Atualmente no City, o promissor Adam Johnson chama atenção por sua ra-pidez e agilidade desde os tempos de Middlesbrough. Hoje, normalmente é reserva no esquema de Mancini, mas sempre que entra, faz a diferença. Por isso é sempre lembrado por Fabio Ca-pello na seleção.Após ver que o meio campo formado por Ramires, Meireles e Lampard não tinha solidez defensiva, Villas Boas, colocou Mikel, já que Essien estava le-sionado. Com as falhas do nigeriano, Oriol Romeu surgiu como opção. E vem dando conta do recado.

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Toni Kroos é prata da casa na Alienz Arena. Voltando de empréstimos do Le-verkusen, está fazendo lembrar AQUE-LE Kroos que estreou no time principal com 17 anos de forma excepcional. Atu-almente é um dos cérebros do esquema bávaro e mesmo sem o brilho de Ribery e Robben, por exemplo, é tão importante quanto eles.Para completar nossa lista, temos mais um exemplo vindo da Alemanha. Joga-dor nada brilhante, Lewandowski pode não ser genial como Götze, mas do pon-to de vista coletivo é um dos mais im-portantes na prancheta de Jürgen Klopp desde o ano passado. O Dörtmund tem vários jogadores assim, por isso é uma das grandes fontes de “Coadjuvantes de Luxo”.

Enfim, essa é a lista que elaborei com a ajuda de algumas partici-pações no Twitter. Obviamente não são só esses os exemplos no mundo da bola. Com a dimen-são deste, é possível se dizer que existem vários “coadjuvantes de luxo” Europa afora. Se você qui-ser interagir, pode dizer quem você acha que faltou falando co-nosco por e-mail ou no Twitter @EuropaEmFoco.

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2002 foi um ano crítico para os Pre-tos-Amarelos. Após seu sexto título alemão, uma onda de contratações excessivas e desnecessárias mergu-lhou o time em uma crise financei-ra que assolou seus cofres por mui-to tempo. Somente em 2007, após rumores de uma possível falência, a tradicionalíssima equipe alemã co-meçou a se reerguer e voltar a bri-gar com mais intensidade pelo tí-tulo alemão, mas ainda com o peso da fatídica crise em suas costas. De-vido ao ainda presente “fantasmafinanceiro“ , as contratações da equipe

UM TIME SÓ DE COADJUVANTESComo o jovem time do Borussia Dortmund conseguiu con-quistar a Alemanha com um elenco unido, porém sem gran-des craques.

Por João Pedro Almeida

passaram a ser mais modestas, le-vando-a, inclusive, a investir mais em suas categorias de base. A exem-plo do que acontecera nas edições anteriores, a temporada 2010/2011 da Bundesliga foi disputada por um time de jovens e contratações menores, como o atacante argen-tino naturalizado paraguaio Lucas Barrios, que estava no Colo Colo, do Chile. O começo não foi tão diferente. A estreia aconteceu em uma derrota em casa, diante do Bayer Leverkusen.O que ninguém esperava é que

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Jürgen Klopp foi o responsável por comandar com êxito os garotos na conquista da Salva de Prata. (Foto: Brigitte.de)

este cenário não se repetiria até o fim da temporada. Sim, o revés diante do Leverkusen foi o único do time de Borussia, em casa, na tempora-da. Jogando no Signal Iduna Park, os resultados foram expressivos: 12 vitórias, 4 empates e uma derrota. Essa campanha memorável rendeu ao time 75 pontos e seu sexto título alemão.

Mas a questão é: como um time sem nenhum craque de renome e desprovida de nomes mais conhe-cidos e experientes conseguiu tal feito em cima de times muito mais fortes, como o Bayern de Munique, por exemplo?A resposta para tal questão vem na

união do grupo, que sem um elen-co estelar, possui um time de mui-tos “coadjuvantes de luxo”. Com excessão da grande estrela que é o jovem Mario Götze, de 19 anos. O time mesmo sem nenhum grande nome, possui um grande conjunto. Pratas da casa como Marcel Sch-melzer e o próprio Götze, somadas a contratações baratas vindas de ti-mes menores como Lewandowski e Kagawa, que foram fundamentais, fizeram um conjunto difícil de ser batido e que obteve mais êxito que as grandes estrelas do Bayern de Munique.O atacante Lucas Barrios ain-da figurou entre os princi-pais artilheiros da Europa.

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Mario Götze foi a gran-de revelação da última temporada e atualmente é nome certo nas convo-cações de Joachim Löw para a seleção local.

A temporada iluminada trouxe como recompensa, além do títu-lo, uma vaga na UEFA Champions League. Vaga esta que evidenciou na temporada seguinte que a jovia-lidade do plantel poderia ser um empecilho nas competições euro-peias. A inexperiência dos garotos de Klopp, juntamente com a saída de seu maestro Nuri Sahin fez com que o mesmo time que fora cam-peão nacional, ficasse em último lugar de seu grupo, atrás de Arse-nal, Olympique e Olympiacos.

Junto com o vexame continental, veio uma queda na atual edição da Bundesliga, que separava cada vez mais o líder isolado Bayern de Mu-nique das demais equipes.

Mas os meninos que conquistaram a Salva de Prata na edição anterior, não deixariam se abater.

Com mais uma bela sequência de vitórias e o início do brilho de al-guns jogadores que não aparece-ram tanto na temporada anterior, juntamente com as excelentes atu-ações de jogadores que já haviam sido destaque, como o japonês Shinji Kagawa, o Dörtmund se re-afirmou no cenário nacional, ocu-pando a vice-liderança da Bundes-liga. Isso mesmo com uma queda de rendimento de Götze, seu prin-cipal jogador.

Atualmente, o que se há de espe-rar deste time é que continue bri-lhando, desde que a diretoria faça um bom planejamento e mantenha estes garotos, para que ganhem ex-periência, inclusive. O que se sabe, é que se vir os meninos jogarem novamente AQUELE futebol, sur-preender-te-ão.

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O SEGREDO DO HOMÔNIMOPegando o embalo do rival Dörtmund, o também Borussia, Mönchengladbach, é o time sensação da tempoarada na Alema-nha

Por João Pedro Almeida

Marco Reus é a grande revelação desta temporada na Alemanha. Em quinto lugar na artilharia, com 10 gols em 14 jogos, já gerou o interesse de clube maiores

Menos conhecido e um pouco menos tradicional, o Borussia Mönchengladbach tem de con-viver constantemente com seu brilho ofuscado pelo seu rival de primeiro nome idêntico. Porém, apesar da boa campanha do Dört-mund nesta temporada, os po-tros não deixam a desejar em ne-nhum quesito na atual edição da Bundesliga. Com 33 pontos,um a menos que os rivais,, ocupam a 4ª posição do certame.

Mas nada é fácil para o time de nome complicado. O técnico Lucien Favre chegou no fim da temporada pas-sada determinado a fazer seu time escapar do rebaixamento. E tal feito só foi alcançado após a disputa da promotion, a repescagem para de-cidir quem permanece na primeira divisão. O treinador não chegou em nenhuma contratação que chamas-se atenção, mas com certeza mudou completamente o ambiente do clu-be.

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Aquele mesmo time, que escapara por detalhe do descenso na tempo-rada anterior, se encaixou e, com a ajuda do brilho de Marco Reus, começou a atual temporada ven-cendo o todo-poderoso Bayern em plena Alianz Arena, fazendo lem-brar os áureos tempos que foramos anos 70, quando o time c o n q u i s t o u seus cinco tí-tulos alemães.E ao contrário do que geral-mente acontece, o Mönchenglad-bach não parece ser um mero “ca-valo paraguaio”. Hanke, Boba-dilla, Arango e até o zagueiro brasileiro Dan-te, encontra-ram suas melhores formas com o técnico salvador. Além desses, destaque para o goleiro Stegen, grande re-velação da equipe ao lado de Reus. Mas, apesar de todas revelações e atuações inesperadamente boas, há de se convir que o elenco dos potros é fraco e não é capaz de buscar um tí-tulo alemão. Apesar disso, um lugar em alguma competição europeia é

um sonho possível para um equi-pe que encontrou na “retranca” e nos contra-ataques sua bem-su-cedida metodologia. A velocidade do jovem time é um dos trunfos da equipe que surpreendeu a to-dos com resultados expressivos, como um cinco a zero aplicado no

Werder Bremem, em casa, com um hat-trick de Reus, e um quatro a um sobre o Wolfsburg, com mais um show de Reus, que fez dois gols. Tudo isso já rendeu ao craque convocações para a nationalelf, e à torcida do time, uma esperan-ça de que a temporada 2011/2012 pode ser diferente das anteriores.

Lucien Fa-vre chegou para coman-dar um time desacredi-tado, mas conseguiu mexer com ele a ponto de deixá-lo a 4 pontos do líder na atual tempo-rada

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E aí, Dnipro?Por Gilmar Siqueira

Desde 1992 a hegemonia no fu-tebol ucraniano é dividida entre Shakhtar Donetsk e Dynamo Kyiv. Os dois quase sempre permanecem no topo da tabela com “sobras” em relação aos outros. Atualmente, o Metalist está se aproximando bas-tante. Quer tentar o mesmo que o Tavriya, último time que conquis-tou uma liga ucraniana (justamen-te em 1992).

Há algum tempo atrás se esperava que essa quebra de hegemonia co-meçaria com o Dnipro, que passou a investir pesado em contratações e, além disso, já é um time histo-ricamente grande. De meados da década de 70 até meados da de 80, o Dnipro conquistou dois títulos soviéticos (1983 e 1988) e se tor-nou o primeiro clube profissional da URSS.

Nomes como Oleg Protasov, Hen-nadiy Litovchenko, Oleksiy Che-rednyk e Oleg Taran até hoje ar-rancam lágrimas dois mais antigos torcedores. Entretanto, desde este período o Dnipro passou a ser um verdadeiro “gigante adormecido”,,

vendo times como Metalist e Shakhtar crescerem e conquista-rem a simpatia da nação (princi-palmente a equipe de Donetsk).

Na temporada passada o proprie-tário Andiy Stetsenko decidiu que não bastava apenas trazer jogado-res. Era preciso mudar a filosofia, assim como fez o Shakhtar quan-do contratou Mircea Lucescu. Foi exatamente por isso que trouxe o experiente treinador espanhol Juande Ramos para o banco de reservas, bancando -ponderada-mente- suas contratações.

O técnico, por sua vez, se mostrou contente com o elenco trazendo apenas Matheus, Zozulya, De-rek Boateng e Nikola Kalinic para 2011-2012. Este último para subs-tituir Yevgen Seleznyov (em russo Seleznev), artilheiro da UPL em 2010-2011, que foi para o Shakhtar. A princípio pareceram poucas contratações, mas considerando que o elenco já contava com Giu-liano, Ruslan Rotan, Mandzyuk, Konoplyanka e Strinic, foram “ci-rúrgicas”.

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Quando a bola rolou, tudo pareceu mais complicado do que realmente era. Os insucessos do time caíram como uma “bomba” para a torcida e também para Ramos. Hoje a dife-rença do Dnipro, 5o. colocado, para o líder Shakhtar é de exatamente 18 pontos, em 19 rodadas disputadas. O que é algo bizarro, pelo elenco do Dnipro.

É fato que Juande Ramos ainda não encontrou uma formação para o time. Logicamente não pude ver to-dos os jogos do Dnipro na tempora-da, mas em todos que pude acom-panhar, foram utilizados esquemas diferentes: 4-4-1-1, 4-4-2, 4-3-2-1 e, algumas vezes, até 4-3-3. Isso quan-do os jogadores não perdiam o con-trole e atacavam como loucos. Lite-ralmente na base do abafa.

Não restam dúvidas de que quando

um time não está bem, seu treina-dor deve mudar. Mas quando estas mudanças não são bem-sucedidas, ele precisa insistir em uma forma-ção até que o plantel se habitue. Caso contrário, não haverá um pa-drão de jogo. Foi exatamente isso que aconteceu na partida Illychi-vets 3x2 Dnipro, onde a equipe de Dnipropetrovsk saiu perdendo por 2x0 e empatou no segundo tempo apenas por ter jogado com raça. Mas quase nenhuma técnica.

O ESQUEMA IDEALPelas peças que tem, julgo que o esquema ideal para o Dnipro seja o 4-4-1-1, principalmente pela che-gada de Matheus. Normalmente concordo com as opções para go-leiros, mas depois de ter visto Ka-nibolotskiy na Ucrânia sub21 no último Europeu, não sei como eleé

Quanto tempo mais será que Ramos dura?

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é reserva do tcheco Lastuvka.

Na zaga Mandzyuk é incontestável. Titular tanto no Dnipro quanto na seleção ucraniana de Oleg Blokhin. Excelente nome. Ultimamente Ju-ande vem utilizando Cheberya-chko como seu companheiro, mas como ele é lateral, por vezes acaba se complicando. O nome do expe-riente volante croata Ivan Strinic me soa um pouco melhor.

Já que Cheberyachko é um lateral, Ramos poderia colocá-lo em sua posição -pela esquerda. Na direita Samuel Inkoom é o melhor, mas em casos extremos o winger Denys Kulakov pode ser recuado, atuan-do como lateral mais ofensivo.

Na faixa central do meio o nome do volante Ruslan Rotan é incon-testável. O capitão do time passa uma enorme confiança e também é titular na Ucrânia. O problema é decidir quem pode ser seu compa-nheiro. Nomes como Kravchenko, Boateng e Strinic são normal-mente utilizados. O jogador ganês prefere atuar pela esquerda, mas como não vai tomar a posição de Konoplyanka, já foi escalado pelo centro.

Até o começo da temporada Giu-

liano era titular incontestável pelo lado direito do meio-campo. Mas não correspondeu. Nas últimas ro-dadas veio sendo trocado por Ku-lakov. Acharia uma medida interes-sante se o brasileiro passasse e jogar ao lado de Rotan, deixando o time mais criativo. Além do mais, Giu-liano por vezes abdica do jogo pe-las laterais e pouco chega à linha de fundo. Geralmente tende a cortar para o meio.

Do lado esquerdo está a “pérola” deste time, o jovem Yevgen Ko-noplyanka. Dono de uma técni-ca fantástica está jogando em uma “fogueira” enorme, sendo exigido demais. O jovem meia (22 anos) é dono de uma qualidade técni-ca sensacional e um toque de bola muito refinado, pouco comum a jo-gadores do leste Europeu. Por vezes tenta chamar o jogo, mas não con-segue resolver sozinho.

Matheus começou como titular, foi para o banco e agora voltou a ser escalado. O ex-atacante do Braga é o nome ideal para ficar nos 3/4 do campo, fazendo a ligação com ata-que. Muito se fala de outro garoto: Roman Zozulya, ex-Dynamo Kyiv. Ele realmente é bastante promissor, mas ainda não jogou o suficiente para estar entre o XI titular.

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A posição de “9” é uma das poucas que por enquanto não vem gerando dúvidas em Juande. Desde que che-gou, Nikola Kalinic marcou 7 gols e desbancou as “incógnitas” Oleksiy Antonov, Denys Olyinyk e Dmytro Lyopa, que não passavam a mesma confiança que Seleznyov. Preciso destacar que Juande Ra-

mos já utilizou o time assim por algumas vezes. Mas ele não teve paciência de permanecer com o mesmo por 4 ou 5 rodadas, este foi o problema. Posso até estar terri-velmente enganado, mas pelo que conheço, estas seriam as melhores opções para o Dnipro hoje.

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A QUEDA DOS TITÃSComo os gigantes de Manchester, dois dos favoritos ao título da Champions League, foram eliminados da competição ainda na fase de grupos

O começo do ano foi, sem dúvidas, promissor. Nos cinco primeiros jogos da temporada da Premier League, o Manchester United ga-nhou os cinco, com direito a um histórico oito a dois em cima do Arsenal. Já do outro lado de Man-chester, nas cinco primeiras roda-das, foram quatro vitórias e um empate, e o resultado a se desta-car foi um cinco a um fora de casa contra o Tottenham.

Para o United, foram nove roda-das invicto, até perder a invenci-bilidade exatamente para o rival, em uma derrota humilhante por

seis a um, em pleno Old Trafford. Já para o City, a perda da invenci-bilidade ocorreu seis rodadas de-pois, em uma derrota bem menos humilhante, ao perder por dois a um para o Chelsea.

Atualmente os citizens são líderes, seguidos muito de perto por seus rivais. Após investir muito nas úl-timas janelas, o elenco estelar ge-rado pelas ideias megalomaníacas do Sheik Mansour, Nasri, Aguero, David Silva e outros grandes no-mes passaram a dividir as aten-ções no plantel dos Sky Blues. E as aquisições deram certo.

Por João Pedro Almeida

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O Manchester City é o responsável por apresentar um dos estilos de jogo mais vistosos da Europa. Com excelentes atuações dos jogadores comprados a preço de ouro, tudo vinha dando certo até a precoce eli-minação na competição mais im-portante da Europa.

Agora o foco dos comandados de Mancini é todo para o Campeonato Inglês, onde ainda é o grande favo-rito pelo númeor de rodadas na li-derança do certame.

Enquanto isso, os Red Devils, co-meçaram bem a temporada e tive-ram seu ímpeto contido exatamen-te pelos maiores rivais, no, já citado, fatídico clássico no Old Trafford. A desclassificação na Liga dos Cam-peões foi mais inusitada e inespe-rada, o que gerou um abalo psico-lógico maior. Enquanto os citizens já chegaram na última rodada con-formados com o fato de irem para o mata-mata, o time de Sir Alex Fer-guson, tinha a classificação na mão e ninguém esperava o ocorrido.

O passo a passo da eliminação:MANCHESTER CITY

O sorteio dos grupos já revelara um futuro complicado para o Manches-ter City. Os Sky Blues acabaram por dividir o “grupo da morte” da com-petição com Napoli, Bayern de Mu-nique e Villarreal. Antes mesmo de começar a competição, já se sabia que o caminho da equipe não seria nada fácil.

E logo no começo ,as previsões foram se concretizando. Mesmo detendo o favoritismo do grupo, o City estreou com um empate em casa diante do Napoli, no qual saira perdendo.

E se o empate em casa já era péssimo negócio, o que dizer de uma derrota? Mesmo jogando na Alianz Arena, na

Alemanha, os citizens não podiam se dar ao luxo de perder pontos em um grupo que prometia uma dispu-ta tão acirrada. O dois a zero sofri-do diante do Bayern ia diminuindo cada vez as chances de os ingleses passarem de fase. Apesar disso, ain-da havia quatro rodadas a serem disputadas...

E logo na próxima, a boa notícia: com uma vitória diante do lanterna Villarreal (que não iria somar ne-nhum ponto até o fim da fase de gru-pos) e com um empate entre Napoli e Bayern, o City ia voltando com força máxima à briga, terminando o pri-meiro turno em terceiro, com ape-nas um ponto a menos que o Napoli.

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E logo na primeira rodada do se-gundo turno, nossos protagonistas conseguiram o que tanto queriam: uma vaga na zona de classificação. Com a derrota do Napoli e vitó-ria sobre o Villarreal, bastava um triunfo sobre os partenopei na ro-dada seguinte para botar os dois pés na fase de mata-mata.

Porém, o que os milionários não esperavam encontrar era um San Paolo lotado, repleto de torcedores apaixonados e crentes na possível classificação. Isso dificultou a vida dos Sky Blues, que voltaram da Itá-lia com um revés. Os dois a um de Cavani & cia botaram o City em si-tuação complicadíssima. Era neces-sária uma improvável combinação de resultados para que alcançassem as fases de oitavas de final. Para que isso acontecesse, não só

era preciso derrotar os até então in-victos bávaros do Bayern, como era necessário torcer pela derrota napo-litana para o já “morto” Villarreal.

E, por incrível que pareça, com a ajuda dos mais otimistas torcedo-res, o time saiu na frente do todo--poderoso Bayern, enquanto o Na-poli sofria pressão e penava para abrir o placar contra os espanhois.

Tudo ia acontecendo da forma que o City precisava. O time ia batendo o Bayern por dois a zero, enquanto Na-poli e Villarreal continuava no zero.

Isso até o suíço Gokhan Inler abrir o marcador no El Madrigal e Ma-rek Hamsik selar a vitória napoli-tana. Com os resultados finais, o sonho europeu acabou por ali, o Manchester City foi eliminado.

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MANCHESTER UNITEDAo contrário de seu rival, o Uni-ted tirou a sorte grande no sorteio. Dividindo o grupo com o Benfica e os “inofensivos” Basel e Otelul Galati, os torcedores comemoram a iminente classificação do time.

Todos os jornalistas, torcedores e jogadores cravavam os Red Devils em primeiro e o time português conseguindo a segunda vaga.

Logo na primeira rodada, um em-pate com o Benfica no Estádio da Luz, indicava um possível equilí-brio entre as duas equipes. Já a ro-dada seguinte reservava um resul-tado completamente inesperado. Jogando em pleno Old Trafford, o Manchester suou para conseguir um empate com os suíços do Basel.

O resultado de três a três eviden-ciava que a campanha do United já era de certa forma decepcionan-te. Apesar disso, o primeiro turno foi fechado com o time na zona de classificação, devido a uma vitória diante do lanterna Otelul Galati e um revés do Basel, em casa, contra o Benfica.

A rodada seguinte não reservava nada além do que já ocorrera. Mais uma vitória diante do, já “morto” , Otelul, somado a um empate en-tre os outros dois participantes do grupo colocavam o time de Manchester com um pé na classi-ficação. Uma vitória em seus pró-prios domínio contra o Benfica e uma derrota do Basel, colocavam os Red Devils na fase seguinte.

Manchester estava feliz com as vitórias sobre o Otelul, uma combina-ção simples de resultadas dava a vaga ao United.

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A missão do United era simples, mas acabou virando um dos maiores vexa-mes da história da Liga dos Campeões.

Porém, nenhum dos resultados aconteceram. Com uma vitória apertada do Basel fora de casa e o empate com o Benfica em casa, o Manchester não garantiu vaga, mas, ainda se colocou muito perto dela. Um empate a garantiria.

A situação já era um pouco vexami-nosa. A primeira posição do grupo se afastava, devido ao fato de que o time jogava na Suíça e o Benfica enfrentava o Otelul, que em cinco jogos somara zero ponto.

Para alguns, só o fato de precisar de um empate na última rodada em um grupo que já parecia definido desde o começo, já não era um qua-dro bom. Isso porque não sabiam o que o futuro lhes aguardava.

O Manchester rumava a Basel com o time um pouco desfalcado. Sir Alex Ferguson não contava com Carrick , Chicharito, Berbatov, Ra-fael, Fábio, Anderson e Owen.

Apesar do cenário não muito favo-rável, todos contavam com a clas-sificação do United, até porque o time participara de três das últimas quatro finais de Liga dos Campeões.

Logo no começo, uma amostra de que uma tragédia poderia vir a acontecer: após jogada de Shaqiri (sim, aquele da página 6), De Gea falhou e Streller completou para o gol. O prelúdio do fim vinha logo aos oito minutos de jogo. Depois disso, o Basel se fechou completa-mente e se aproveitou da incompe-tência do ataque adversário, princi-palmente de Wayne Rooney.

O jogo seguiu, e mesmo com a pres-são Red Devil, o time suíço conse-guia levar perigo. E chegou ao se-gundo gol, com Frei, após mais um cruzamento de Shaqiri. O caixão estava fechado. Nem um gol de Jo-nes aos 43 do segundo tempo foi capaz de evitar que o United fosse eliminado.

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NEM TUDO SÃO FLORES PARA PEP GUARDIOLA

Por Eduardo RochaPara muitos críticos e entendedo-res de futebol, Pep Guardiola não é um treinador genial, apenas não interfere no andar da carruagem. Mas precisamos concordar que possui méritos e muita credibili-dade com seus comandados. Os jogadores que não se adequam à filosofia de jogo do time cata-lão “riscam o pé”. exemplos têm aos bocados: Ronaldinho, Hen-ry, Ibrahimovic, Eto’o, Deco, Yaya Touré, Bojan, Giovanni dos San-tos.

Algo que explica este amor ao clu-be é que Pep Guardiola, por exem-plo, foi formado nesta escola. Era garoto da base, subiu para a equi-pe profissional ainda com Cruyff, virou técnico da base e quando foi chamado para a equipe principal manteve por política e convicção ao estilo consagrado. Sua princi-pal característica é montar grupo em que os jogadores se tornam amigos, sem vaidades.

Guardiola pega um time destroçado em 2008. Moralmente destroçado. A qualidade estava lá,

mas era necessário resgatar uma uma equipe que não acreditava mais em si e que não tinha ne-nhum comando.

Estava clara a idéia de Pep. Apa-rentemente Ronaldinho e Deco eram as laranjas podres do cesto. Giovanni dos Santos foi influen-ciado negativamente pela dupla.Para um bem maior os três acaba-ram saindo do Barcelona. Alguns ainda colocam Bojan como pro-messa infectada pelos brasileiros.

É claro. Pep já sabia o craque que tinha em mãos. LIONEL MESSI, jóia rara, não poderia perdê-lo por vaidade e a famosa mascara dos boleiros.

Pep se desfez de Samuel Eto’o. Com um pouco mais de relutân-cia, manteve o camaronês em seu elenco e fez com que ele se tornasse uma das peças chave do Barcelona campeão europeu da temporada 08/09. Mas o bom convívio durou pouco: na temporada seguinte, Eto’o era trocado pelo sueco Zla-tan Ibrahimovic. Erro fatal!

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Não só Eto’o era novamente campeão eu-ropeu – daquela vez pela Inter – como Ibrahimovic se tornaria um tormento na vida de Guardiola. O pouco futebol apresentado pelo sueco era nitidamente contrastado com os 68 milhões de euros investidos pelo Barça. Ibra virou banco e obviamente não gostou disso.

O caso de Henry foi parecido com o de Ibra. Jogador medalhão que não se adap-tou a maneira do clube. Começo empol-gante, mas com o passar do tempo o des-gasto foi eminente.

Quem colocou a boca no trombone foi Yaya Touré, este que não compreendeu o porquê de tal saída prematura do clube.

-Não consegui falar direito com ele du-rante uma temporada toda. E, quan-do era possível, falava coisas estranhas, pouco comuns a um treinador. Se tivés-semos conversado bem, provavelmente ainda estaria no Barcelona. Guardiola não confiava em mim. Sempre que fa-lávamos, ele me deixava sem resposta e era pouco claro nas justificativas para me deixar fora da equipe. Até que sur-giu a oferta do Manchester City. Nesta época, confesso que até a minha família começou a pensar que havia um proble-ma qualquer com ele. Sempre pensei que tinha condições para encerrar a minha carreira lá, mas estava enganado - desa-bafou Yaya.

Com o passar do tempo, reformulação de elenco e aposta nos jogadores cer-tos, Guardiola colocou suas idéias em prática e foi dire-tamente responsável pelos 12 títulos (de 15 possíveis) conquistados pelo Barcelona.

Abriu mão de ter um número 9, um atacante de referência; reinventou um Messi como falso centroavante, se moven-do entre linhas e permitindo as movimentações em dia-gonal de seus ‘pontas’; trou-xe Busquets e Pedro da base para serem titulares até da seleção; adaptou seu sistema ao melhor lateral do mun-do, em vez de fazer o contrá-rio; acreditou nos baixinhos; acabou com a concentra-ção; enfim, a lista é longa.

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- “A perfeição não existe, mas você tem que buscá-la mesmo assim.”

- “O maior risco que você pode correr é não correr riscos.”

- “Não estou aqui tratando com jogadores, estou tratando com pessoas. Que têm medos e se preocupam em não fazer papel de bobos diante de 80 mil pessoas. Eu tenho que fazê-los perceber que, sem estarem juntos, eles não são nada.”

Guardiola não dá entrevistas exclusivas nem para a TV do clube. As frases acima, belíssimas, vêm todas de coletivas. Ele não é metido a poeta, mas fala bem como poucos e mostra, com palavras, como é como pessoa. A construção da história do Barcelona nos últimos 30 anos tem Cruyff como grande mentor, Guardiola como perfeito segui-dor e, possivelmente, Xavi como futuro receptor do bastão.

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A ETERNA PROMESSA QUE CHEGOU A VINGAR

Por João Pedro AlmeidaSe você acompanhava o futebol no final dos anos 80 e começo dos 90, provavelmente vai saber quem foi Gianluigi Lentini.

Isso porque foi um dos grandes jo-gadores desse período de tempo e chegou a ser o jogador mais caro do mundo.

Como um prelúdio de uma carrei-ra brilhante, começou a jogar como profissional logo aos 17 anos, no clube em que jogara nas categorias de base: o Torino.

Dotado de muita habilidade e velo-cidade, o jogador também chama-va atenção pela forma com a qual pegava na bola, especializando-se em cruzamentos precisos.

Mesmo surgindo como grande promessa, não teve muitas opor-tunidades em seu primeiro clube, vindo a ser emprestado ao Anco-na, da Serie B. Na divisão inferior, o jogador encontrou seu lugar ao sol. Foi a grande estrela de seu time, mesmo sem garantir o acesso para a elite do futebol italiano.

Junto com a excelente campanha, veio o interesse do Torino em tê--lo novamente, depois da queda do time à segunda divisão.

E novamente na Serie B, Lentini brilhou de vez, ao ser o principal jogador de sua equipe, dessa vez conquistando o título.

Mas os anos seguintes revelaram ainda mais sucesso para “Gigi”. Logo na temporada que se suce-deu, o Torino conseguiu uma ex-celente campanha, conquistando uma vaga na Copa UEFA (atual Liga Europa). E foi aí que houve a verdadeira ascensão do jogador. A boa temporada lhe rendeu convo-cações para a seleção.

E a temporada seguinte conseguiu ser ainda melhor: Lentini foi no-vamente o grande destaque de sua equipe, que desta vez, chegou à fi-nal da Copa UEFA, ao derrotar o Real Madrid na fase semi-final.

O Toro não conquistou o tão so-nhado título, mas isso pouco im-portava para Lentini.

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Tudo isso fez com que ele susci-tasse o interesse de grandes times da Europa. Apesar disso, a briga foi travada entre Juventus e Milan, que acabou levando a melhor.

Os rossoneri levaram Gianluigi por incríveis (para a época) US$ 21,5 milhões. Só para terem uma ideia do quanto a cifra era absurda para a época, chegaram a acusar o recém-chegado mandatário Silvio Berlusconi de lavagem de dinhei-ro, pelo custo da aquisição. Além disso, o Vaticano chegou a classifi-car a transação como “uma ofensa à dignidade do trabalho”, já que, de seu ponto de vista, nenhum jo-gador poderia ter tal preço.

E logo em sua primeira tempora-da em Milão, Lentini justificou os valores pagos.

Foi mais uma excelente tempora-da do promissor atleta. Mais dois títulos foram anexados ao seu cur-rículo: o do Campeonato Italiano e o da Supercopa Italiana. Isso além de um vice-campeonato da Liga dos Campeões. Foram sete gols em trinta jogos.

E, ao que tudo indicava, o destino reservava mais uma excelente tem-porada a Lentini. Mas, na verdade, este pregou um peça no italiano. Ao voltar de um amistoso, em 1993, o jogador, que dirigia seu Porsche, teve seu pneu furado a 200 quilô-metros por hora e foi “cuspido” de seu carro no ar, antes que este ex-plodisse.

Foram 24 horas em coma após uma fratura no crânio, que o afas-tou um tempo dos gramados.

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Apesar disso, o jogador conseguiu voltar à ativa ainda naquela tem-porada, mas mal sabia que nunca mais seria o mesmo. De fora de boa parte dos jogos de sua equipe, quando jogou, jogou mal e perdeu o status de titular. A melancolia era vista em seu olhar e a burocracia, em seu futebol.

Quando o Milan se convenceu de-que o craque não vingaria mais, o emprestou à Atalanta, onde ele voltou a lembrar o Lentini de an-tigamente, mas ainda sem grande brilho.

Esses lampejos de genialidade lembraram o Torino daquele ve-lho Lentini e o clube investiu em sua contratação por 5 milhões de euros, o que causou ao Milan um prejuízo meteórico, assim como fora a ascensão da carreira do jo-gador.

No Torino, Gigi já era ídolo, mas mesmo assim, não conseguiu ir tão bem.

Assim, foi repassado ao Cosenza, da Serie B, onde foi bem e quase levou o time ao acesso. Com os bons jogos pelo time, se tornou ídolo da torcida e, permaneceu lá mesmo quando o clube passou por uma crise financeira, que o levou à Lega Pro 2 (a Serie D).

Após a temporada na quarta di-visão, mais uma transferência na carreira do jogador, só que bem mais modesta. Lentini foi para o Canelli, onde disputava apenas torneios regionais e recebia apenas 2,5 mil euros por mês. Isso tudo ao lado de David Fuser, outro jogador promissor “fracassado”

A partir daí, nada muito bom. O meio-campista foi disputar o Cam-pionato di Promozione, que dá va-gas na Serie D, pelo Saviglianese. Até foir bem para a idade.

Ainda não se aposentou. Assim como foi no Saviglianese e no Canelli, joga ao lado de seu velho amigo Fuser, só que desta vez, na sexta divisão nacional, no Nicese.

Está sempre em todas as séries de “Eternas Promessas”. E é conheci-do por não ter culpa por todos os insucessos que aconteceram em sua longa carreira.

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Quero agradecer principalmente meu amigo Caio Dellagiustina (@caio03), que me ajudou muito no design e na diagramação. Sem ele, pro-vavelmente essa revista não existiria.

Também agradeço aos amigos que interagiram no Twitter, tirando mi-nhas dúvidas e ajudando no TOP 10:@ leovrm@_GDeJesus89@ portesovic@ Cleber_Gordiano@ arthurbarcelos_@ gabrieldestri@ MlkJames10@ gdinamite

AGRADECIMENTOS

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Não há atualmente uma regularidade de publicação. É provável que saia mais uma após o fim do ano, mas que em Janeiro não saia nada. Com o tempo, estabeleceremos uma.

Atenciosamente, João Pedro Almeida, criador da revista