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Edição nº 53

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Ano XI • nº 53MARÇO / ABRIL 2012

www.graosbrasil.com.br

Diretor ExecutivoDomingo Yanucci

Gerente de MarketingMarcos Ricardo da Silva

ColaboradorAntonio Painé Barrientos

MatrizBrasilAv. Juscelino K. de Oliveira, 824Zona 02CEP 87010-440Maringá - Paraná - BrasilTel/Fax: (44) 3031-5467E-mail: [email protected]

SucursalArgentinaRua América, 4656 - (1653)Villa Ballester - Buenos AiresRepública ArgentinaTel/Fax: 54 (11) 4768-2263E-mail: [email protected]

Revista bimestral apoiada pela:F.A.O - Rede Latinoamericana de

Prevenção de Perdas de Alimentos -ABRAPOS

As opiniões contidas nas matériasassinadas, correspondem

aos seus autores.

Conselho EditorialDiretor EditorFlávio Lazzari

Conselho EditorAdriano D. L. AlfonsoAntônio Granado MartinezCarlos CaneppeleCelso FinckDaniel QueirozJamilton P. dos SantosMaria A. Braga CaneppeleMarcia Bittar AtuiMaria Regina SartoriSonia Maria Noemberg LazzariTetuo HaraValdecir Dalpasquale

ProduçãoArte-final, Diagramação e CapaMarcos Ricardo da Silva

Ligue e Assine: (44) 3031-5467

Caros Amigos e Leitores

Continuando com nosso permanente caminho de aprimoramento napós-colheita de grãos e sementes no Brasil, apresentamos com gran-de alegria esta nova edição da Grãos Brasil, da Semente ao Consu-mo. Com atualizada informação e com notas de interesse prático queserá de grande utilidade para o setor que tanto queremos.

Desejamos refletir sobre a importância dos encontros pessoais, já quenada pode substituir a possibilidade de estreitar relacionamentos ese por de frente. A mais de 10 anos geramos este intercâmbio de ex-periências e tecnologia, com enfoques práticos. Hoje já temos sufici-ente tempo para dar-nos conta de como se a impactado na transferên-cia de informação e como as unidades de armazenagem as colocaramem prática, adaptando e adotando a tecnologia da melhor eficiência.

Em julho estamos convocando a todos os interessados em aportar umgrão de areia a nossa especialidade para participar do Grãos 2012,Simpósio e Exposição, Pós-colheita de precisão. Na linda Maringácomo de costume, nos dias 18 e 19 de Julho nas instalações do HotelBristol.

Conferências, experiências de armazenistas, apresentação de novastecnologias. Um evento para todos os que pensam, decidem e fazem.Capaz de gerar uma sinergia ou potenciação únicas nas mentes e nasempresas do setor.

Profissionais da trajetória do Dr. Flavio Lazzari, Dr. Celso Fink, Dr.Adriano D. L. Afonso, Dr. Valdecir Dalpasquale, Dr. Ariel Bogliaccini(Uruguay), entre outros prestigiarão esta nova edição do Grãos. To-mara a maioria de vocês possa participar ativamente, aportando suasexperiências e compartilhando duvidas e problemas, de maneira queposta em prática das conclusões do evento, impliquem um novo avan-ço na busca de menores custos, melhor qualidade e segurança nasatividades do setor.

Fazemos um evento aberto a todos, por isto os interessados em exporou palestrar, não deixem de contatar nossa organização, de forma adar ao evento a máxima atualidade.

Deixamos esta nova entrega em suas mãos, esperamos que goste elembre-se de dar continuidade a suas assinaturas para as próximasedições, que é uma boa forma de colaborar comeste apostolado da difusão de tecnologia para osetor armazenista.

Que DEUS abençoe seu lar e seu trabalho.

Com afeto.Domingo Yanucci

Diretor ExecutivoConsulgran - GranosRevista Grãos Brasil

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FICHA TÉCNICAEditorial

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04 | www.graosbrasil.com.br | Março / Abril 2012

06 Segurança e Higiene Industrial

Setores

Não só de pão...Editorial02 37

09 Alimento e biocombustível: uma união perigosa?

11 Cooperativismo moderniza-se no setor rural

13 Pontos Críticos da Armazenagem de Grãos no Brasil

22 As Sementes no Contexto das Inovações Tecnológicas

28 O Armazenamento em Silo Bolsa - Uma análise de seucusto/benefício

38

FICHA TÉCNICAIndice

Cool Seed NewsGrãos Brasil Responde06

16 Uso de compostos bioativos de plantas nomanejo de pragas de grãos armazenados eáreas afins

34 Expansão Ferroviária brasileira não segue ritmo doaumento da colheita

35 LAVOURA S/A - 76 Anos de História

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GRÃOS BRASIL - DA SEMENTE AO CONSUMO | 05

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GRÃOS BRASIL - DA SEMENTE AO CONSUMO | 07

TIRE VOCÊ TAMBÉMSUA DÚVIDA!

[email protected]

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FICHA TÉCNICAGrãos Brasil Responde

Qual a máxima temperatura admissível parasecagem de milho, grão comercial?Geralmente o operador se preocupa com a tem-peratura do ar de secagem enquanto que a suapreocupação deveria ser com a temperatura dosgrãos. Isto porque, para a mesma temperatura doar de secagem, dependendo do modelo do seca-dor, os grãos podem atingir maior ou menor tem-peratura.Na maioria dos modelos de secadores, principal-mente os modelos de torre, de fluxos mistos, maisutilizados no Brasil e demais países da Américado Sul, a temperatura do ar de secagem deve sermantida entre a faixa de 80 a 100 °C, o que leva atemperatura dos grãos entre 45 a 60 °C. Tempe-raturas maiores podem provocar danosirreversíveis ao produto.

É possível resfriar um silo de 16.000 t, emquanto tempo, qual o consumo de energia equanto tempo o produto pode ficar frio?O resfriamento de grãos a granel pode ser reali-zado em silos metálicos, de concreto, alvenariaou de qualquer outro material de construção, as-sim como em armazém graneleiro. Existem no mer-cado equipamentos resfriadores de pequeno,médio e grande porte, que permite atender qual-quer tamanho de unidade armazenadora. O siste-ma de aeração deve ser bem dimensionado a fimde garantir a distribuição uniforme do ar atravésda massa de grãos.Um silo de 16.000 t, por exemplo, pode ser resfri-ado em 420 horas, a uma temperatura entre 15 a18 oC dentro da massa de grãos e permanecerpor vários meses sem necessidade de uma novaaplicação de frio. Todo grão apresenta baixacondutividade térmica o que favorece a sua esta-bilidade térmica por longo período.O consumo de energia pode variar entre 2 a 4 kWhpor tonelada de grãos, dependendo da espécie ve-getal, teor de água, temperaturas inicial e finaldo produto, índice de impurezas, sistema de dis-tribuição de ar e temperatura média ambiente.

Quais as recomendações para manutenção pre-ventiva das fitas transportadoras?Os principais aspectos a serem observados são: a)alinhamento e esticamento da correia transporta-dora; b) verificação do funcionamento dos carros decarga e descarga móvel (tripper); c) velocidade an-gular dos roletes de apoio dos tramos superiores einferiores. Em caso de travamento, o rolete deve sersubstituído a fim de evitar a possibilidade de aque-cimento por atrito entre os mesmos e a fita, e a con-seqüente possibilidade de incêndios ou de explo-sões; d) estado de limpeza e lubrificação dos mancaisdas polias motoras; f) nível e o período de troca deóleo da caixa de redução de força e velocidade; g)limpeza de impurezas a superfície do motor elétricoa fim de garantir a boa dissipação de calor do mes-mo. No caso da fita estar instalada em galerias fe-chadas, a sua limpeza deverá ser semanal.

Venho observando que os insetos apresentamresistências a determinados inseticidas. Por queisso acontece? Quais as recomendações?Estudos científicos tornaram evidentes os mecanis-mos de resistência que os insetos-praga desenvol-vem para se defenderem dos princípios ativos dealguns inseticidas comerciais, o que constitui umgrande problema para o seu controle por meio dautilização de produtos químicos. Segundo algunspesquisadores, os principais mecanismos de resis-tência são a redução da penetração do inseticidapela cutícula do inseto, a metabolização do insetici-da por enzimas e a redução da sensibilidade ao in-seticida pelo sistema nervoso. A má aplicação ouconcentração inadequada de inseticidas (baixa do-sagem) têm contribuído, também, para o aumentodas resistências destas pragas.Portanto, para contornar estes problemas recomen-dam-se a adoção das boas práticas de armazena-gem, o manejo integrado de pragas, utilização ade-quada dos inseticidas combinado com tecnologiasalternativas como o de resfriamento artificial e ter-ras diatomáceas.

Está seção conta com o apoio doprof. Adilio Lacerda Filho da

Universidade Federal de Viçosa – UFV

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FICHA TÉCNICASegurança e Higiene

GRÃOS BRASIL - DA SEMENTE AO CONSUMO | 07

Segurança eHigiene Industrial

Eng. Domingo YanucciConsulgran - Revista Grãos Brasil

[email protected]

Na atualidade, onde certificações de Sistemas eGarantia da Qualidade e Ambientais ganham

tanta importância, as medidas relativas àHigiene e Segurança no Trabalho tardam em

ser implementados pelo que o despertarde consciências é fundamental

Para alcançar uma adequada segu-rança nos armazéns de grãos devemosvencer duas dificuldades:

- Por parte da EMPRESA: A não valo-rização das consequências dos aciden-tes.

- Por parte dos FUNCIONARIOS: Odesprezo das normas preventivas devi-do a um excesso de confiança e familia-ridade com a tarefa realizada.

A SEGURANÇA não deve ser compre-endida como um conceito abstrato, jáque a aplicação ou não de suas normasse desprendem consequências sociaise econômicas, que no caso de um aci-dente podem levar a perda de vidas.

Quanto dinheiro se perde por aci-dentes que podem ser evitados?

Quantos problemas socioeconômicosse geram pelos trabalhos insalubres?

Quantas dores de cabeça e dinheiro

custam?Um conceito que acompanha o de

segurança é que pode ser tomado comosinônimo de sua aplicação prática éo de AÇÃO PREVENTIVA, onde o HO-MEM segue uma lista fundamentalcomo destinatário do esforço geral.A ação preventiva implica que se deve

recorrer a todos os meios para evi-tar o acidente, tanto nos meios

de proteção, como nas práti-cas de rotina.

As práticasrotineiras impli-cam em umaaprendizagemprévia, ou seja,

uma AÇÃO EDUCATIVA, onde o funcio-nário já incorporou a ideia que OQUÃO RACIONAL É PREVENIR UMACIDENTE.

Uma vez alcançado isto devemos cri-ar as condições que façam possível aofuncionário defender-se de um aciden-te, EVITANDO-LO.

Definição de acidenteEntendemos por acidente "qualquer

acontecimento inesperado ou imprevistoque interrompe ou interfere no processoordenado da atividade de que se trata"em nosso caso particular O SERVIÇO DOARMAZÉM.

Do ponto de vista o acidente nãonecessariamente se traduz em lesõespara o funcionário mais sempre impli-ca um AUMENTO DE CUSTOS.

Um programa de segurança efi-ciente deve basear-se em um registrode lesões e dos acidentes que os cau-sarão.

Causas dos acidentesDos numerosos fatores que determi-

nam os acidentes, três deles se encontramSEMPRE presentes na maioria deles:1. A CONDIÇÃO MECÂNICA OU FÍSICA IN-SEGURA.2. O ATO INSEGURO.3. O FATOR PESSOAL INSEGURO.

Estes fatores se apresentam em umaordem determinada, dando como resul-tado final a LESÃO, quer dizer que antesda lesão ocorre algo.

A ideia fundamental da prevençãode acidentes e descobrir se alguma coi-sa é um fator de risco e elimina-lo, eli-minando assim a sequencia que desem-boca em uma lesão.

Na análise dos acidentes a condutaerrônea sempre é muito visível, devido àslesões que provoca, mas o defeito mecâ-nico raramente é posto em evidencia.

A menos que se faça um cuidadosoestudo referente aos elementos de segu-rança que intervém, o risco CORREGÍVELpassará geralmente inadvertido.

Custos dos acidentesOs acidentes ocasionam dois tipos

de custos: diretos e indiretos. Os CUS-TOS DIRETOS incluem as cotas de segu-ros contra acidentes ou em seu defeitoos gastos médicos, compensações eco-nômicos e em alguns casos próteses,traslados e reabilitação para os traba-lhadores lesionados no curso de seuemprego e pode medir-se com relativafacilidade.

Os CUSTOS INDIRETOS representamem media uma proporção igual ou mai-or do custo total dos acidentes que oscustos diretos.

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FICHA TÉCNICASegurança e Higiene

Programas de segurança.O sucesso de um programa de segu-

rança baseado em um registro de lesõesdepende do método de tratamento e or-dem que se dá a informação obtida dosinformes. Estes incluem entre outros:- INFORMES DE ACIDENTES.- INFORMES DAS PEQUISAS DE ACIDENTES.- INFORMES DE INSPEÇÃO.- INFORMES DE CUSTOS DE ACIDENTES.- INFORMES DO GRUPO ENCARREGADO DASEGURANÇA.

Os registros proporcionam a infor-mação necessária para transformar umcontrole de acidentes inefetivo, custosoe ao acaso, em um programa de segu-rança útil.

Registro de lesões.Um registro de lesões deve dar res-

posta a uma serie de perguntas comopor exemplo:

- Quem foi lesionado?- Onde ocorreu o acidente?- Quando ocorreu o acidente?- Como ocorreu o acidente?- Quais foram as causas imediatas do

acidente?- Por que se permitiu a condição ou

ação insegura?- De que modo pode-se evitar um aci-

dente similar?

Princípios básicos da prevenção deacidentes.

Um acidente é evitável, se eliminar-mos um dos cinco fatores que formam asequencia que produz uma lesão.

A lesão invariavelmente é causadapor um acidente e o acidente por suavez é o resultado do fator imediato queo precede.

O fator que se encontra na metadeda sequencia e que é objeto de atençãona prevenção de acidentes é o:

ATO PESSOAL INSEGURO +PERIGO MECÃNICO E FÍSICO

A série dos diferentes fatores queproduzem um acidente, podem ordenar-se cronologicamente como segue:

1- Meio social.2- Defeitos pessoais.3- Ato pessoal inseguro e perigo me-

cânico e físico.4- Acidente.5- Lesão.A lesão só pode produzir-se pelas

causas que a precedem, onde o ATO IN-SEGURO e o PERIGO MECÂNICO consti-tuem o FATOR CENTRAL na sequencia doacidente.

Ao eliminar o FATOR CENTRAL a açãodos fatores precedentes se faz ineficaz,já que ao interromper a série de fatoresnão é possível que ocorra a lesão.

Explicação dos fatores.1- Meio social: O meio social pode

originar características indesejáveis ouinterferir com a educação.

2- Defeitos pessoais: Os defeitos pes-soais herdados ou adquiridos, por ex.descuido, caráter violento, nervosida-

de, excitabilidade, etc. constituem ascausas próximas para que os indivídu-os executem atos inseguros.

3- Atitude insegura e perigos mecâ-nicos ou físicos: Atitude insegura daspessoas, por ex. parar debaixo de car-gas em suspensão, ligar as máquinassem observar as proteções; perigos me-cânicos ou físicos como engrenagensdescobertos; falta de grades, alumbradoinsuficiente, são causas DIRETAS de aci-dentes.

4- Acidente: são acidentes típicos queproduzem lesões, as quedas das pesso-as, serem atingidas por objetos quecaem.

5- Lesões: As fraturas ou torcedurassão lesões que resultam diretamente dosacidentes. A ocorrência de uma lesãoevitável é a culminação natural de umasérie de atos ou circunstancias que, in-variavelmente, ocorrem seguindo umaORDEM FIXA E LÓGICA. Um depende deoutro, constituindo assim uma cadeiaque pode ser comparada a uma fileira defichas de dominó, paradas de modo quea queda da primeira precipita a caídadas restantes. Um acidente não e nemmais nem menos que um elo da corrente.

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GRÃOS BRASIL - DA SEMENTE AO CONSUMO | 09

FICHA TÉCNICABiocombustível

Alimento e biocombustível:uma união perigosa? Fabrício Rios Nascimento Santos

Economista e mestrando emEconomia Aplicada da Feac/Ufal.

André Maia Gomes LagesEconomista e professor Feac/Ufal

Sobre o biocombustível ainda planam algumasdesarmonias em virtude daqueles que advogamque seus riscos são superiores aos seus benefícios.

Com a elevação dos preços das cul-turas agrícolas que são demandadaspara a produção de biocombustíveis,emergiu na pauta das políticas públi-cas um debate sobre o potencial confli-to entre alimentos e combustíveis.

Portanto, para discorrer sobre a seguin-te temática é necessário responder algu-mas perguntas: o que é biocombustível?Quais são os seus benefícios e riscos? Seusbenefícios suplantam os riscos?

Antes de tentar responder a estesquestionamentos, vale ressaltar que oBrasil é um dos principais defensoresda produção dos biocombustíveis, de-fesa essa que vê no produto uma alter-nativa ao petróleo, defrontando-se comalguns organismos internacionais comoFMI e ONU, que alertam para o aumentoda fome em decorrência da inflação dosalimentos causada pelo aumento dosgrãos destinados a produção do etanole biodiesel.

O intento aqui é apresentar de ma-neira sucinta os benefícios e os riscosque a produção de biocombustível podeacarretar à sociedade, principalmente àsque apresentam elevado índice de pobre-za. Respondendo ao primeiroquestionamento, trata-se do combustívelproduzido a partir de material agrícola

ou material orgânico não fóssil, tambémconhecido como agrocombustível, sen-do os principais o bioetanol e o biodiesel.

É disseminado por meio da mídia queos biocombustíveis são potenciais fon-tes de energia renovável, que cooperampara a redução da emissão de gases doefeito estufa ajudando a mitigar a mu-dança climática e também a reduzir adependência que o setor de transportetem do petróleo, além de ser um fortenicho de mercado para os produtoresagrícolas. Isso pode resultar em maiorrendimento para agricultores, depen-dendo, no entanto do apoio do governono caso particular do biodiesel; ao me-nos, nesse primeiro momento.

Em função de suas qualidadesambientais e por ser uma fonterenovável, além de virtudes prováveispara agricultura familiar (caso dobiodiesel), o governo vem fornecendoum apoio substancial para osbiocombustíveis de modo que possamcompetir com a gasolina e o diesel con-vencional, que são derivados de mate-riais fósseis, ou seja, não renováveis.Estes apoios inclui incentivos ao con-sumo e produção por diversas formas,até por garantia de compra.

Como já exposto, os biocombustíveis

podem beneficiar os agricultores atra-vés da geração de emprego e aumentoda renda rural, mas para os pequenosprodutores o alcance desses impactossão limitados no caso do etanol, poissua produção com as tecnologias atu-ais demanda elevado investimento e porconseguinte exige economia de escala emaior integração vertical, o que tornainviável a sua inserção na pequena pro-dução, a não ser via formação de coo-perativas. Logo é um mercadoexcludente, onde há espaço somentepara os médios e grandes produtores.

Contudo, é fácil perceber a omissãodos meios de comunicação em divulgaros impactos sociais e ambientais queos biocombustíveis trazem consigo, quesão: a pressão ascendente sobre os pre-ços dos alimentos, a intensificação daconcorrência por terra e água e odesmatamento, embora isso seja moti-vo também de ampla discussão em re-vistas e jornais nos países ricos, na Eu-ropa, principalmente.

Essa pressão ocorre quando partemais significativa da produção agríco-la é direcionada para a produção dosbiocombustíveis, reduzindo a oferta deoutros produtos relevantes para a ces-ta básica e portanto para o poder decompra para a população.

Como exemplo, tem-se o preço domilho, que teve um aumento exorbitantenos anos de 2006 e 2007 principalmen-te por causa do programa de etanol dosEstados Unidos, que desviou grandeparte da produção do grão para a pro-dução do biocombustível já que as usi-nas pagavam mais do que as indústriasde alimentos o que veio encarecer osprodutos derivado do mesmo.

Agora, o mercado norte-americanoestá mais convidativo ao mais competi-tivo etanol brasileiro derivado da cana,diminuindo os empecilhos a suacomercialização em solo norte-ameri-cano para abrandar as insuficiênciasdo suprimento do daquele mercado,

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Biocombustível

dado os problemas existentes do etanolvia milho.

Enquanto a intensificação da con-corrência por terra e água e odesmatamento carregam em seu bojo aconcentração da terra nas mãos dosgrandes produtores agrícolas, além dadestruição das matas para as planta-ções agrícolas que são os insumos paraa produção dos biocombustíveis.

Há quem levante a bandeira paradizer que o Brasil não sofrerá pressãonos preços alimentares, já que a produ-ção de etanol tem como insumo a cana-de-açúcar e não o milho. Já a produçãodo biodiesel tem por base o óleo extraí-do da mamona. Mas esse é o caso parti-cular do Nordeste do Brasil. E deve serconsiderado, porque a soja aparece deforma relevante no Sul do país, princi-palmente também para produção debiodiesel.

Apesar disso, não deve haver dúvi-das de que a mamona e outras culturascom função "energética" irão ocuparterras que certamente poderiam produ-zir alimentos. É certo porém que seporventura os preços relativos e o apoiodo governo favorecerem o biodiesel viamamona; isso irá beneficiar muitos pro-dutores pobres.

Por outro lado, estudos evidenciamainda que a quantidade de pessoas po-bres que ofertam alimentos básicos éinferior aos que demandam, o que sig-nifica que o aumento dos preços podecausar perdas significativas para obem-estar dos pobres, os quais são com-pradores líquidos.

Deste modo, deve-se antes de incen-tivar a produção dos biocombustíveisrealizar uma análise criteriosa quanto

as vantagens e desvantagens, pois al-gumas mesorregiões brasileiras são altavulnerabilidade social.

Diante das possíveis análises acer-ca do tema, pode-se concluir que o pri-meiro passo a ser dado é definir umaagenda de políticas públicas para osbiocombustíveis e alimentos para queno médio ou longo prazo a proposta tidacomo uma alternativa eficaz não venhaser um fator intensificador da pobreza.

Política esta que seja compatível como incentivo não só a produção, mas tam-bém a comercialização de alimentos,

evitando que haja uma descompensaçãopor uma produção agrícola exageradavoltada para o biocombustíveis.

Nesse sentido, precisa se ficar aten-to ao comportamento dos preços relati-vos. E na verdade, já existem políticas anível nacional que procuram beneficiaros agricultores, tal qual a Política dePreços Mínimos, assim como a Políticade Aquisição de Alimentos voltada paraagricultura familiar, a qual estabelecemuma remuneração mínima para deter-minado produto, garantindo uma rendajusta ao produtor rural.

O governo, dentro de regras especí-ficas para cada política, garante a com-pra da produção. Logo essas políticaspoderiam ser expandidas, e condicio-nadas sempre a beneficiar os produto-res que vendessem seus produtos dire-tamente e/ou as indústrias de alimen-tos e/ou ao governo evitando a eleva-ção dos preços dos alimentos básicos.

Claro que tais atitudes precisam sercoligadas a ações que garantam umaadequada oferta de combustíveis e/oubiocombustíveis; mas dentro dos esfor-ços voltados para busca por um desen-volvimento harmonioso e sustentável.Em outras palavras que seja uma políti-ca integrada não gere insegurança ali-mentar, nem acelere os efeitos nefastosda pressão antrópica. Tarefa extrema-mente difícil, mas não impossível.

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GRÃOS BRASIL - DA SEMENTE AO CONSUMO | 11

Prevenção de AcidentesCooperativismo

Cooperativismo moderniza-seno setor rural

Bruno CirilloFonte: DCI

Safra ganha novo suporte e a indústria apoiologístico, diz OCB

As empresas cooperativistas pas-sam por um processo de aglutinação,por meio de fusões e aquisições, noBrasil. O movimento é capitaneadopelo setor agropecuário, de acordo coma Organização Brasileira das Coope-rativas (OCB). Outra tendência do mo-delo, no campo, é a industrialização:cooperados paranaenses devem inves-tir R$ 1,1 bilhão em projetos deagroindústria e armazenagem ao lon-go deste ano.

De um total de R$ 1,3 bilhão, em in-vestimentos previstos para 2012, 85%estão empenhados para a construçãode silos, moinhos e frigoríficos, alémda execução de compras e ampliaçõesda área industrial, segundo a Organi-zação das Cooperativas do Estado doParaná (Ocepar), que reuniu suaassembleia na semana passada e ela-borou a estimativa.

"A armazenagem é o grandedemandador de investimentos das coo-perativas", afirma o gerente do campotécnico-econômico da Ocepar, FlávioTurra. São R$ 486 milhões em aportesque, basicamente, vão para a constru-ção de silos graneleiros, ampliando acapacidade dos armazéns gerais doParaná para 28,5 milhões de toneladasestáticas - hoje, o estado é capaz de ar-mazenar 27 milhões, a granel.

Com isso, as safras ganham umnovo suporte - insuficiente, até então -,

a indústria recebe apoio logístico e asegregação de grãos avança, o que im-porta particularmente para a cultura dotrigo, que está chamando a atenção doscooperados paranaenses.

"Até nos surpreendeu quando fize-mos o levantamento, pois o trigo pas-sou a liderar os investimentos", afirmaTurra, explicando que os triticultoresbuscam liquidez financeira por meiodo processo de industrialização, ouseja, com a construção de moinhospara transformar o próprio grão emfarinha.

Em se tratando de pecuária, os in-vestimentos empenhados somam R$ 275milhões e envolvem a aquisição de umabatedouro de aves no Município deUbiratan, a construção de dois frigorífi-cos em São João e Mandaguari, amplia-ções de plantas industriais e compra demaquinário.

Dados fornecidos pela Ocepar mos-tram que, no ano passado, a movimen-tação do sistema cooperativistaparanaense (estimado em R$ 32 bilhões)teve alta de 21%, em comparação aofaturamento obtido em 2010. As 240cooperativas que integram a organiza-ção congregam 745 mil cooperados egeram 65 mil empregos diretos (dosquais 36,2% são mulheres). O impulsono processo de industrialização irá ge-rar pelo menos cinco mil empregos di-retos, garante a Ocepar.

"A evolução do modelo cooperativistano setor rural é bem marcada pelo pro-cesso de agroindustrialização, com o quala cooperativa agrega mais valor a seuproduto e atrai mais funcionários", ana-lisa o superintendente da OCB, RenatoNóbile.

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Cooperativismo

Aglutinar-se

Mas este não é, segundo o represen-tante, o único processo pelo qual pas-sam as cooperativas do setoragropecuário, que lideram, com 1.523empresas, o modelo cooperativista noBrasil.

Uma tendência (já em curso) do mer-cado da cooperação é o que Nóbile pre-fere chamar de "aglutinação": a quanti-dade de cooperativas decresce em to-dos os setores desde 2008 - quandoeram 7.682 -, chegando a 6.586 empre-sas no ano passado, de acordo com pa-norama divulgado pela OCB na últimasemana. O movimento é explicado porfusões e aquisições.

"Nesse processo, o que mais salta aosolhos são as cooperativas agropecuárias,no campo, e as do ramo de crédito, na ci-dade", analisa Nóbile. "Essa tendência [daaglutinação] provoca queda do númerode cooperativas, mas crescimento do nú-mero de cooperados e de empregados",observa.

Em 2008, as cooperativas emprega-vam 239 mil pessoas no Brasil. Já noano passado, eram 296 mil trabalhado-res. O número de cooperados tambémcresceu, no mesmo período, de 7,8 mil

para mais de dez mil. Entre todos os se-tores dentro do modelo cooperativista,o agropecuário é o que mais mobilizamão de obra: 943 mil cooperados e155,8 mil empregados em atividade em2011, de acordo com a OCB.

Eficiência, gestão

Para Nóbile, a aglutinação do mo-delo, por meio de fusões e aquisições,impulsiona a eficiência de gestão, oprofissionalismo e a governança dascooperativas. "Ganha-se em escala e re-dução de custos", diz ele. "A aglutinaçãosempre foi um tabu, mas tem evoluídomuito bem e favorecido as cooperativas",observa, ao pontuar que, no caso des-sas empresas, a concentração não deveter os efeitos negativos do mercado, porassim dizer, concorrencial.

"O modelo cooperativista é bem pul-verizado. Por conta disso, a concentraçãoé muito menos prejudicial. O impacto nãoé o mesmo que causam os grandes con-glomerados", garante Nóbile. O repre-sentante pontua que "esse processo éímpar" e lembra que "a ONU [Organiza-ção das Nações Unidas] reconheceu 2012como o ano internacional docooperativismo".

Page 15: Revista Grãos Brasil

Armazenagem

GRÃOS BRASIL - DA SEMENTE AO CONSUMO | 13

Pontos Críticos daArmazenagem deGrãos no Brasil

Sebastião Nogueira JuniorPesquisador do IEA

[email protected]

Alfredo TsunechiroPesquisador do IEA

[email protected]

Embora crescentes, nos últimos anos osinvestimentos em infraestrutura de armazenagemno Brasil não tem acompanhado o dinamismo daagricultura, afetando o sistema logístico para amovimentação das safras de grãos, provocandocongestionamento nas estradas, nos portos e,sobretudo, nos pátios das instalações pararecepção das mercadorias a serem guardadas.

Como e onde guardar as safras? Estatem sido uma das questões importantesdo agronegócio brasileiro nos últimosanos e que deve merecer a atenção dosagentes públicos e privados para permi-tir maior eficiência na comercializaçãodas safras tanto para garantia do abas-tecimento interno como assegurar acompetitividade no mercado externo.

Nas duas mais recentes safras, porsinal recordes, observa-se defasagemacentuada entre produção de grãos ecapacidade estática de armazenamento(Figura 1).

Muitas são as ameaças encontradasna estrutura de armazenagem a meioambiente natural e que têm se tornadocrônicas pelo ritmo de crescimento dassafras no Brasil:

- Descompasso entre oferta e deman-da de grãos em anos de grandes safras,como as de 2002/03, 2003/2004, 2007/08, 2009/10 e 2010/2011. Em determina-dos anos há agravamento da situaçãoacarretando problemas na logística demovimentação das safras de grãos emesmo congestionamento nos portos emface do grande afluxo de mercadorias.

- Efeito direto e danoso das mazelascrônicas da inadequação do sistema deescoamento das safras (transporte e ar-mazenagem): queda dos preços dos pro-dutos em face da necessidade de prontacomercialização após a colheita. Porconta da grande oferta no mercado, ospreços dos grãos caem e os produtores

não aproveitam o melhor período para arealização de lucros.

- Crescimento da produção de mer-cadorias diferenciadas (transgênicos, or-gânicos, novos grãos, como canola,milheto e triticale) que requer separaçãopor células específicas. A cada safra háaumento na oferta de produtos não tra-dicionais e as sementes transgênicas, demodo geral, têm sido disseminadas emritmo acentuado por todo o país. Cabelembrar que o Brasil já ocupa o segundolugar em área cultivada (25,4 milhões dehectares) com organismos geneticamen-te modificados, atrás apenas dos Esta-dos Unidos da América (com 66,8 milhões

de hectares), segundo o Serviço Interna-cional para Aquisição de AplicaçõesAgrobiotecnológicas (ISAAA, na sigla emInglês).

- Falta e inadequação de unidadesarmazenadoras, tanto nos aspectos dequalidade como de localização geográ-fica, configurando neste caso o vaziologístico. Devido à migração de lavou-ras, muitas regiões carecem de uma redede armazenagem, enquanto outras atéapresentam superávits. Isto pode serobservado no Estado de São Paulo, ondeem razão do declínio da cafeiculturamuitos armazéns e silos estão localiza-dos em zonas que não produzem maiscafé. Os armazéns foram adaptados paraa guarda de grãos, mas nem sempre apre-sentam condições adequadas. Além dis-so, o avanço da cana-de-açúcar tambémse deu em áreas tradicionais de grãos.Dada "migração" de lavouras de grãospara a região Centro-Oeste do país, im-portantes áreas grandes produtoras degrãos não dispõem ainda de uma estru-tura de armazenagem satisfatória, con-figurando o chamado vazio logístico.

Figura 1 – Evolução da Produção de Grãos e da Capacidade Estática de Armazenamento,Brasil, 2000-2011 | 2011: previsão.Fonte: Elaborada pelos autores a partir de dados da CONAB.

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Armazenagem

- Cadastro elaborado pela CONABaponta grande número de unidadesarmazenadoras com impedimento. Em-bora aparentemente não haja veto, a si-tuação de funcionamento destas unida-des não se apresenta em plena confor-midade para a prestação de serviços ediminuição das perdas pós-colheita.

- Certificação de unidades armaze-nadoras: no curto prazo, algumas uni-dades serão vetadas para a prestaçãode serviços a terceiros. O Sistema Naci-onal de Certificação de UnidadesArmazenadoras tem por objetivo esta-belecer um padrão de qualidade na pres-tação se serviços de armazenagem emcumprimento das exigências cada vezmais rigorosas por parte dos consumi-dores. Mostra de que grande parte dasunidades ora existentes não apresentamcondições adequadas foi a determina-ção por parte da CONAB de rever os cri-térios, considerados muito rigorosos e

de difícil atendimento por parte dos agen-tes envolvidos. Além disso, houve aindaa ampliação do prazo limite para vigo-rar a nova determinação, diante das di-ficuldades encontradas.

- Parte representativa dos agriculto-res continua com dívidas pendentes e aelevada soma de recursos exigida para aconstrução de silos dificulta a amplia-ção e a modernização do setor. Para ospequenos produtores a contratação dosfinanciamentos é difícil por exigir umvolume de produção compensatório.

- Baixa capacidade de armaze-namento nas propriedades rurais: nãochega a 20%. Esta é uma situação desfa-vorável do Brasil frente aos grandes pro-dutores mundiais de grãos, que tem nocampo a maior parcela das unidadespara guardar seus produtos. Esta condi-ção força o produtor a comercializarprontamente suas safras, na época depreços baixos, além de causar proble-

mas de logística, com congestionamen-tos nas redes de armazenagem interme-diária e terminal.

- Grandes volumes de açúcar e defertilizantes concorrem com o espaçoarmazenador de grãos. Por exemplo, noEstado de São Paulo o açúcar é a princi-pal mercadoria guardada na CEAGESP, ehá um volume considerável de fertilizan-tes utilizada nas lavouras brasileiras eque temporariamente é armazenada. Es-tes produtos não têm sido normalmenteconsiderados nas estatísticas de deman-da de estocagem, o que mascara as aná-lises econômicas.

- Matriz de transporte centrada emcaminhões provoca congestionamentose demora na descarga nos armazéns/si-los e nos portos, além de elevar os cus-tos de movimentação. Dado o seu exten-so território, o ideal para o Brasil seria autilização dos modais ferroviário ehidroviário para a movimentação dassafras, o que aumentaria em parte acompetitividade dos produtos pós-co-lheita.

Em contrapartida, o setor apresentaoportunidades que devem merecer a aten-ção dos agentes envolvidos noagronegócio:

- O Sistema de Certificação visa ade-quar as instalações e melhorar a gestãodas unidades, com benefícios namelhoria da qualidade e na redução dasperdas dos produtos armazenados. De-verá ocorrer benefícios para as cadeiasde produção de grãos nos curto e médioprazos.

- Existem pelo menos dez linhas decrédito oficial para financiamento da ar-mazenagem, das quais seis são destina-das a produtores rurais. O Governo Fe-deral disponibilizou R$1 bilhão para aconstrução, adequação e manutenção dearmazéns e silos. O propósito é ampliara capacidade de armazenagem nas pro-priedades de 15% para 30% em cincoanos.

- O fato de o milho ser colhido em

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GRÃOS BRASIL - DA SEMENTE AO CONSUMO | 15

Fungos - Seu controleArmazenagem

duas épocas diferentes e o aumento daexportação em parte atenua a amplitudede sazonalidade da demanda de armaze-nagem.

- O rápido embarque de soja com en-curtamento do canal de comercializaçãoreduz a pressão sobre a capacidade es-tática de armazenagem. Esta condiçãotambém vale para o açúcar, já que gran-de parte da produção é destinada aomercado exterior.

- Uma solução alternativa para su-prir a escassez de unidadesarmazenadoras pode ser o silo bolsa,equipamento de amplo uso na Argentinae de custo relativamente menor frente àsconstruções fixas. No Brasil seu uso élimitado pelas exigências de termometriae aeração para a guarda de produtosagrícolas in natura.

- A tecnologia para diminuição de per-das, conservação e redução de custos desecagem e aeração dos grãos tem mos-trado avanços significativos que podemser prontamente adotados, oferecendo àsociedade produtos preservados saudá-

veis e seguros.- Considerando o expressivo poten-

cial de crescimento da produção de grãoscom base nas condições ecológicas etecnologia à disposição dos agriculto-

res, e para a manutenção dacompetitividade no cenário internacio-nal há necessidade da melhoria dalogística, com contínuos investimentosem transportes, portos e armazenagem.

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Controle de Pragas

Uso de compostos bioativosde plantas no manejode pragas de grãosarmazenados eáreas afins

Airton Rodrigues Pinto JuniorProfessor do Curso de Agronomia e Engenharia Florestal

Escola de Ciências Agrárias e Medicina VeterináriaCurso de Agronomia - Pontifícia Universidade Católica do Paraná

Campus São José dos PinhaisE-mail: [email protected]

As pragas primárias, que ocasionam severosdanos dentro do contexto do armazenamento degrãos são de grande importância quando relacio-namos e quantificamos os danos ocasionados porelas. Dados da FAO (Food and AgricultureOrganization) estimam a grande importância dosgrãos e seus derivados na cadeia alimentar huma-na, frente ao grande aumento populacional.

Os métodos alternativos (sem empre-go dos inseticidas) aos convencionalmen-te empregados para controle destas pra-gas estão se tornando mais relevantes,recebendo atenção por parte dos pesqui-sadores, indústria e consumidores.

Os resultados das práticas alterna-tivas de controle empregadas nas uni-dades armazenadoras têm contribuídopara a redução dos inseticidas quími-cos. O objetivo principal do ecossistemade armazenamento é preservar os grãoscom o mínimo de perda em quantidadee qualidade.

No Brasil, as perdas por ataques depragas chegam a 10% da produção ar-

mazenada anualmente (MOREIRA, et al.,2005). Uma das principais pragas do mi-lho que causa desvalorização comerci-al, perdas no peso, diminuição do podergerminativo e do valor nutritivo é oSitophilus zeamais Mots. Dentre as for-mas de controle mais utilizadas, o usode fumigantes e protetores químicos é amais difundida em manejo de pós-colhei-ta do milho, mas estes manejos podemcausar problemas de insetos resistentese resíduos tóxicos nos grãos consumi-dos (LORINI, 2008).

Desde a década de 60, os inseticidastêm sido utilizados como uma ferramen-ta no controle de insetos de grãos arma-

zenados visando a manutenção da qua-lidade de sementes, grãos e seussubprodutos. Os desafios encontradospelos pesquisadores em relação ao ma-nejo e controle de pragas de produtosarmazenados têm aumentado nos últi-mos anos, especialmente no Brasil, queé um País de muitos contrastes. Existemdois extremos, onde se observa de umlado a tecnologia de ponta identificandoe solucionando parte dos problemas, edo outro, a desinformação que resultana utilização de práticas de manejo econtrole inadequadas, como por exem-plo, o uso de inseticidas sem critérios ouos cuidados necessários para evitar con-taminação e resíduos de ingredientes ati-vos nos produtos e seus derivados (PIN-TO JR. 1999).

Entre as técnicas de manejo que vemsendo aperfeiçoadas os resultados deFERRARI FILHO, et al., ele pode concluirque o uso de baixas temperaturas temboas mortalidades de Sitophilus zeamais,como também a existência de híbridoscom diferentes atratividades aosSitophilus ssp, segundo JOSELITO (2009).

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Controle de Pragas

Podem ser utilizados extratos aquososou orgânicos, óleos essenciais e óleosemulsionáveis, apresentando toxicidadepor contato, ingestão e fumigação (LEE etal., 2001). Estes compostos podem pro-vocar a mortalidade, repelência na ali-mentação e oviposição e afetarem o cres-cimento dos insetos (MARTINEZ & VANEMDEN, 2001).

Compostos oriundos do metabolismoprimário e secundário de plantas têmdesempenhado um papel fundamentalnos métodos tradicionais de controle depragas, como exemplo o piretro. Entre-tanto os inseticidas sintéticos são maisfrequentemente empregados para estaatividade.

Componentes de óleos essenciais deEucaliptus ssp, possuem grande ação in-seticida em relação a importantes pra-gas de grão armazenados, essas subs-tâncias podem ser tóxicas através dapenetração no corpo do inseto pelas viasrespiratórias (efeito fumigante), atravésda cutícula (efeito de contato) e pelo apa-relho digestivo (efeito de ingestão)(PRATES; SANTOS)

PINTO JUNIOR et al. (2006) observa-ram que óleos extraídos de citronela(Cymbopogon winterianus) e sassafrás(Ocotea odorifera) mostraram excelentespotenciais de repelência e como inseti-cidas naturais no controle de Sitophiluszeamais.

Compostos bioativos produzidos porvegetais, segundo CAVALCANTE et al.(2006) possuem ação repelente, inibiçãode crescimento e efeito tóxico, que, emconjunto, representam novas possibili-dades para o manejo e controle de inse-

tos de importância econômica.Os óleos essenciais de plantas têm

apresentado efeitos na repelência e nocontrole de diferentes pragas. PINTO JR etal. (2006) observaram que óleos extraí-dos de citronela (Cymbopogonwinterianus) e sassafrás (Ocotea odorifera(Vell.) Rower) mostraram excelentes po-tenciais como agentes de repelência ecomo inseticidas no controle de Sitophiluszeamais Mots., 1855 . No mesmo trabalhoos autores observaram que o óleo de Nimdemonstrou bom potencial como agenterepelente, porém não teve eficácia no con-trole. Já o óleo de eucalipto apresentoubaixa repelência, porém com efeito inse-ticida em altas concentrações. CERUTI etal. (2006) demonstraram que esses com-postos voláteis emitidos por plantas afe-tam o comportamento dos insetos em pro-dutos armazenados. Os insetos foramsubmetidos a diferentes extratos voláteisde trigo, em que diferenças significativasforam observadas entre as suas varieda-des.

ESTRELA et al. (2006), pesquisando oefeito de óleos essenciais de Piperaceae(Piper aduncum e Piper hispidinervum),identificaram que ocorreu um controleefetivo de Sitophilus zeamais, em que asrespostas dependeram da concentraçãoe do método de exposição a que o insetofoi submetido.

Resultados similares na eficácia daação tóxica de óleos essenciais tambémforam observados por TRIPATHI et al. (2002)no controle de pragas de armazenamento.Os autores observaram efeito inseticida naoviposição, na eclosão de ovos e na açãoanti-alimentar dos insetos testados. Estes

trabalhos reforçam o potencial efeito doemprego de óleos essenciais como uma al-ternativa de manejo de pragas de impor-tância econômica.

BRITO et al. (2006), observaram queos tempos letais e as doses letais dimi-nuíram respectivamente com o aumentodas doses utilizadas de óleos essenciaisde eucalipto, bem como, com o tempo deexposição de coleópteros da espécieCallosobruchus maculatus. Foram empre-gados 3 óleos no trabalho que resulta-ram na mortalidade dos adultos.

De acordo com KETOH et al. (2005)adultos de Callosobruchus maculatusmorreram 24h após a exposição à dosa-gens de óleo essencial de Cymbopogumschoenanthus. O efeito destes compostosaleloquímicos foi observado em larvasneonatas e em ovos. Os autores discu-tem o emprego destes compostos comouma estratégia de controle da praga tes-tada (Bruchidae). Neste trabalho, o usode compostos bioativos (semioquímicos)extraídos das plantas de eucalipto esassafrás também demonstraram efeitosem adultos e larvas na espécie estuda-da, o que confirma a eficiência destescompostos no controle de insetos nasdiferentes fases de desenvolvimento. Es-tes compostos podem ser utilizados deforma promissora para o controle de A.diaperinus em aviários, uma vez que tan-to adultos como as larvas apresentaram-se suscetíveis aos óleos testados.

NAZZI et al. (2008) estudaram o efeitode semioquímicos no comportamento docoleóptero Acanthoscelides obtectus (Say).Alguns insetos (coleópteros) liberam si-nais químicos informando às fêmeas apossível presença de ovos ou larvas emdeterminados grãos ou sementes, promo-vendo maior distribuição dos ovos eminimizando a competição entre larvas eo substrato. Os autores comprovaram ainfluência de compostos semioquímicosna taxa de oviposição da fêmea. Algunshidrocarbonetos são repelentes às fême-as da espécie estudada.

Na PUCPR, o Curso de Agronomia temdesenvolvido estudos na área de ecolo-gia química, os quais focam principal-mente na ação inseticida de diferentescompostos vegetais isolados ou em mis-turas em diferentes pragas de grãos ar-mazenado. Atualmente as pesquisasobjetivam a avaliação da bioatividadede inseticida natural composto da mis-tura de diferentes óleos essenciais empragas de armazenamento, comparando-se seu potencial inseticida.

Os insetos empregados nos diferen-

Imagem 1. Sitophilus zeamais Motschulsky

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Controle de Pragas

tes experimentos são coletados em dife-rentes regiões do Estado do Paraná emantidos em criação massal, em fras-cos plásticos separados para preserva-ção de sua origem. Ficam mantidos emcondições de temperatura e umidade (27±2 0C e 65 a 80%) respectivamente semseparação por sexo ou idade. De cadaorigem são separados indivíduos adul-tos mantidos em 500g de grãos em jarrade vidro. Após 3 semanas de oviposição,os insetos são removidos dos grãos porpeneiramento com uma peneira de 2,0mm. A geração subseqüente emergidaserá utilizada nos diferentes bioensaios.

Extração dos óleos essenciaisOs óleos essenciais são obtidos por

meio de extração por arraste a vapor deágua em escala piloto, durante a realiza-ção do projeto "Sassafrás: Bioecologia eUso Sustentável", dentro do Programa"Conservação e Utilização Sustentável daDiversidade Biológica Brasileira - PROBIO".

Os materiais vegetais para a realiza-ção dos trabalhos apresentados sãocoletados na Floresta Ombrófila Mista(Sassafrás) e plantios florestais (Eucalipto)da Fazenda Experimental Gralha Azul daPUCPR. A operação do processo inicia-sepela introdução da matéria prima (galhose folhas trituradas de sassafrás e eucalipto)na dorna da coluna extratora. O vapor pro-veniente da caldeira é, então, introduzidona base da coluna extratora através de umdistribuidor líquido. O vapor passa peladorna contendo a matéria-prima e arras-tou o óleo essencial. O vapor contendo oóleo essencial condensa e resfria-se no tro-cador de calor, onde o fluído refrigerante éa água. O líquido condensado é resfriado e

encaminhado para um decantador onde oóleo essencial é separado da água por di-ferença de densidade. De cada volume ex-traído são coletados 500ml de óleo de cadaespécie florestal utilizada para a realiza-ção dos bioensaios.

Os óleos extraídos são utilizados logoapós o momento da extração e o restanteé armazenamento em freezer a -40C°. Di-ferentes óleos essenciais de plantas fo-ram utilizados para testar sua eficáciano controle de diferentes pragas em con-dições de laboratório.

Foram conduzidos testes detoxicidade dos vapores de óleos essen-ciais a diferentes grupos de pragas queatacam ambientes de armazenamento de

grãos, estruturas e áreas afetas. Foramempregadas placas de petri como câma-ra de exposição, com papel de filtro im-pregnado com diferentes doses de óleosessenciais extraídos de diferentes plan-tas aplicados com pipetas graduadas.

Durante a realização dos bioensaiosprocurou-se investigar qual foi a melhordose resposta de cada formulação es-tudada.

Bioensaio de atratividade ou repelência

Para verificar a atratividade das pra-gas de armazenamento frente aos volá-teis emitidos pelos híbridos de milho,Foram realizados bioensaios emolfatômetro em "Y". Este consiste de umtubo de vidro que opera horizontalmentee a corrente de ar é produzida por sucçãoà vácuo. Cada braço menor de teste doolfatômetro recebeu um papel filtro com5 cm de diâmetro dobrado ao meio e im-pregnado com o volátil de cada híbridode milho e o outro somente com o con-trole (solvente hexano). Vinte insetos fo-ram liberados no braço maior doolfatômetro, observando nos 5, 10 e 15minutos em 3 repetições a resposta dosinsetos ao estímulo olfativo.

As diferenças entre as atividades in-seticidas e de repelência ou atratividadedos óleos às pragas testadas, foram de-terminadas de acordo com o teste de aná-lise de variância e regressão, através deuso de software e testes de comparaçãoentre médias quando apropriado.

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Controle de Pragas

Tabela 1. Eficácia de diferentes concentrações de óleos essencias de nim, eucalipto,sassafrás e citronela no controle Sitophilus zeamais após 72 h de exposição.

Observou-se na análise de variânciaque os fatores óleo essencial e tempo deexposição apresentaram variações alta-mente significativas (F=6,0552 e F=7,0722respectivamente) quando comparadasentre si pelo teste F. O fator meio(hexano+milho ou hexano+milho+óleo es-sencial) não apresentaram diferenças sig-nificativas.

Os óleos essenciais testados apre-sentaram diferenças altamente significa-tivas podendo observar-se que nos tra-tamentos hexano+milho+eucalipto foiencontrado o maior número de insetos(2,59). Os melhores resultados foramobservados nos óleos de sassafrás ecitronela (1,44 e 1,53 insetos respectiva-mente), os quais não diferiram estatisti-camente entre si, porém diferiram do óleode eucalipto. Podemos observar diferen-ças estatísticas também no tempo de ex-posição, onde observa-se o maior núme-ro médio de insetos após os 15 minutos.

Bioensaio de eficácia inseticidaO objetivo deste trabalho foi avaliar

os efeitos de óleos essenciais de diferen-tes plantas na resposta comportamental(atratividade/repelência) e na eficácia decontrole de S. zeamais. Foram emprega-dos vapores de óleos essenciais das plan-tas de eucalipto (Eucalyptus sp.), sassafrás(Ocotea odorifera), nim (Azadirachta indi-ca) e citronela (Cymbopogon nardus) paratestar a eficácia de controle em cinco con-centrações (16,62; 33,25; 66,5 e 133 mL deóleo/litro de hexano) e um controle ondefoi utilizado apenas o solvente. Para o tes-te de resposta comportamental foi empre-gada a concentração de 133 mL.L-1. Verifi-cou-se a atratividade ou repelência frenteaos óleos essenciais com bioensaios emolfatômetro em "Y", que consiste de umtubo de vidro que opera horizontalmentee a corrente de ar é produzida por sucção

à vácuo. Cada braço menor de teste doolfatômetro recebeu um papel filtro im-pregnado com o volátil do híbrido de mi-lho (Premium) previamente testado e ooutro com volátil de milho adicionado deóleo essencial. Observou-se diferença sig-nificativa na eficácia entre os óleos e en-tre as concentrações empregadas. Os óle-os de sassafrás e de citronela não apre-sentaram diferenças significativas entresi e apresentaram maior eficácia de con-trole na concentração de 133 ml.L-1 (97,5e 96,25 % de controle) seguidos do óleo deeucalipto e nim que apresentou a menortaxa de mortalidade. Observou-se umainteração entre concentração e tempo deexposição na mortalidade observada. Emrelação ao efeito comportamental, obser-vou-se que os óleos essenciais desassafrás e citronela foram os óleos queapresentaram o menor índice de insetosatraídos pelos voláteis do híbrido (17,22e 21,67 % respectivamente) em compara-ção ao controle que foi de 40,0 %. Os tra-tamentos do extrato de milho com óleo deeucalipto e de nim não influenciaram sig-nificativamente a atratividade do mesmo.(Tabela 1).

Bioensaio de eficácia inseticida (teste formulação)

O presente trabalho teve como obje-tivo avaliar o efeito dos óleos essenci-ais de Eucaliptus viminalis e Ocoteaodorífera (Sassafrás) no controle deadultos de Sitophilus zeamais (gorgulho).

Os experimentos foram realizadosutilizando adultos de S. zeamais,coletados no silo da Fazenda Experimen-tal Gralha Azul da PUCPR na região deFazenda Rio Grande-PR. Os insetos fo-ram mantidos em condições de criaçãodescritas anteriormente.

Para determinação da dose letal fo-ram realizados testes preliminares comdiferentes concentrações do produtoformulado para ocasionarem a morta-lidade da população testada, variandode 0% a 100%. Segundo (PÉLLICO NETTO& BRENA, 1997) o número de dosagenspara tal experimento deverá ser no mí-nimo de 10, para assegurar a variabili-dade crescente das mortalidades, e en-tão, estabelecer a ação gradual entre asdosagens. O procedimento teve iniciocom faixas de concentração a partir de2,5mL de óleo puro (princípio ativo) di-luído em 7,5mL de água (25%) caracteri-zando a primeira ação efetiva letal, asolução mãe foi submetida a diluiçõessequenciais de 50% em água, comple-tando 11 dosagens consideradas comofaixas apropriadas para avaliação damortalidade dos óleos testados.

Foram utilizadas placas de Petri de9,0 x 1,5 cm e papel de filtro impregna-do com 2,5mL de cada das concentra-ções testadas, mantidas em condiçãoclimatizada a uma temperatura de24±2°C e umidade relativa do ar em75±3%. Os insetos foram expostos àsdiferentes concentrações durante umperíodo de 48 horas, sendo considera-da a mortalidade neste período. Foram

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Controle de Pragas

considerados insetos mortos os indiví-duos que não apresentaram nenhumareação ao toque com pinça metálica.

No bioensaio definitivo foi avaliadoa DL50 (concentração necessária paramatar 50% dos insetos) dos dois óleostestados, conforme metodologia propos-ta por FINNEY (1971).

Os bioensaios para teste dos doisóleos essenciais foram realizados comadultos de S. zeamais, não sexados, uti-lizando-se papel filtro com as seguintesconcentrações: 0,2; 0,9; 1,9; 3,8; 7,5; 15;31; 62; 125 e 250 mL L-1 do óleo essenci-al de eucalipto e sassafrás. Após distri-buir nas placas as concentrações, fo-ram confinados 15 insetos por placapara avaliação da mortalidade. De acor-do com a metodologia proposta, ape-nas as concentrações que não atingi-ram 100% de mortalidade foram avali-adas pelo PROBIT.

Foi utilizado o delineamento experi-mental em blocos casualizados comquatro repetições. Os dados de mortali-dade foram utilizados na estimativa daDL50 como concentração discriminatória,visando determinar a toxicidade dos óle-os em S. zeamais. Os dados de mortalida-de foram corrigidos pela fórmula deABBOTT (1925) adaptada, transformadosem porcentagem de indivíduos mortos esubmetidos à análise de regressão emfunção das concentrações de cada umdos óleos avaliados.

A análise estatística foi efetuadacom a aplicação da análise de PROBIT,que se fundamenta na transformaçãolinearizada dos valores da curva cumu-lativa de GAUS padrão [N(0,1)], em queas probabilidades são tomadas à par-tir da integração da função de -? até umponto considerado, razão pela qual sedeve converter os valores sempre posi-tivos do PROBIT em valores negativoscom a subtração de valor 5 e tomadoscom os dados convertidos em transfor-mação logarítmica.

A ação de diferentes concentraçõesdos óleos essenciais aplicados nogorgulho do milho seguiu a tendênciaesperada, ou seja, maiores doses resul-taram em maiores números de indivídu-os mortos.

A correlação entre concentração doprincipio ativo e a letalidade dos inse-tos é 0,99, ou seja, o formulado de óleodo Eucaliptus viminalis e Ocotea odorí-fera mostraram alta eficácia no contro-le dos indivíduos confinados.

O formulado apresentou uma dose

Figura 1. Curva de mortalidade (dose x resposta) de insetos da espécie Sitophilus submetidosa diferentes concentrações de uma formulação de óleos essenciais de sassafrás e eucalipto

Tabela 2. Suscetibilidade de larvas de terceiro instar e adultos de Alphitobius diaperinus,expostas a diferentes concentrações de diferentes óleos essenciais de Ocotea odorifera eEucaliptus viminalis

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Controle de Pragas

letal de 50% dos indivíduos (DL50) de2,85%, comprovando o resultado de PIN-TO Junior (2010) com alta letalidade emlarvas e adultos de A. diaperinus.

O equilíbrio entre os vários orga-nismos vivos em um ambiente é fun-damental para o correto manejo dosinsetos, o que pressupõe a utilizaçãode técnicas de manejo não poluidorase que permitam reduzir ações prejudi-ciais à condução de uma aviculturaprodutiva e saudável, ou seja, uma avi-cultura ecologicamente de menor im-pacto ambiental.

Compostos bioativos produzidos porvegetais, segundo CAVALCANTE et al.(2006), possuem ação repelente, inibi-ção de crescimento e efeito tóxico, re-presentando, em conjunto, novas estra-tégias para o manejo e controle de inse-tos de importância econômica. Os óle-os voláteis ainda apresentam váriasoutras ações nos organismos, comoantimicótica, antimicrobiana, analgési-ca, anti-inflamatória, dentre outras, jus-tificando estudos desses compostoscomo alternativas em programas de ma-nejo de pragas.

O efeito de semioquímicos no com-portamento do coleóptero Acanthoscelidesobtectus (Say) foi estudado por NAZZI etal. (2008). Alguns insetos (coleópteros)liberam sinais químicos, informando àsfêmeas a possível presença de ovos oularvas em determinados grãos ou semen-tes, promovendo maior distribuição dosovos e minimizando a competição entreas larvas e o substrato. Os autores com-

Figura 2. PROBIT aplicado à mortalidade de larvas e adultos de Alphitobius diaperinusexpostos a diferentes concentrações de óleo essencial de sassafrás e eucalipto.

provaram a influência de compostossemioquímicos na taxa de oviposição dafêmea. Alguns hidrocarbonetos são re-pelentes às fêmeas da espécie estudada.

No presente trabalho, os óleos desassafrás e de eucalipto podem ser promis-sores no manejo de pragas e, tendo com-postos similares, poderão ter influência naoviposição das fêmeas de A. diaperinus, oque poderá proporcionar expressiva redu-ção dos problemas ocasionados por ele nosetor produtivo aviário.

Os óleos essenciais de sassafrás ede eucalipto mostraram eficácia no con-trole de cascudinho. O óleo essencialde sassafrás foi eficaz com menor con-centração letal que o óleo de eucaliptopara produzir a mesma mortalidade delarvas e adultos.

O aumento da dosagem do óleo desassafrás em adultos provoca mortali-dades mais acentuadas do que com aaplicação de óleo de eucalipto.

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Sementes

As Sementes no Contextodas Inovações Tecnológicas Silmar Teichert Peske

[email protected]

Vamos concentrar nossa discus-são nos avanços em sementes decor-rentes da adoção das culturasbiotecnológicas, como as sojas RR,RR2 Bt e a Cultivance, o milho Bt epiramidado, o algodão Bolgard e o Fei-jão GM no Brasil, e do tratamento in-dustrial com produtos para melhoraro desempenho das sementes.

Qualidade FisiológicaAté poucos anos, os melhoristas

não se preocupavam com a qualidadefisiológica das sementes; inclusive,cultivares com características de se-mentes com baixo potencial dearmazenamento ajudavam a combatera pirataria de sementes. Um bom exem-plo de cultivar difícil de produzir se-mentes foi a CD 202, sendo que todasemente produzida desta cultivar eravendida, pois o agricultor tinha difi-culdades de produzi-la. Atualmente, osprogramas de melhoramento possuemum profissional especializado para aidentificação de genótipos com quali-dade de sementes superiores que pos-sa ser herdado.

Esta tendência na busca de materi-ais com qualidade de sementes superi-ores se justifica pela profissionalizaçãodo setor, tanto do produtor de sementescomo do agricultor. Ter um material que

Os avanços em ciência e tecnologia na área agrícolatêm sido grandes e de forma acelerada, levando a crerque esta tendência se mantenha, considerando aevolução do conhecimento.

seja fácil de produzir sementes de altaqualidade torna a tarefa de planejar aprodução mais fácil, pois os descartesserão menores e a janela de produçãomaior, onde a semente terá alguma re-sistência contra as adversidades doprocesso de produção. Por outro lado,o agricultor está se conscientizando deque guardar sua própria semente acar-reta vários inconvenientes, que vão des-

de a produção em si, os processos depós-colheita, a avaliação da qualida-de, a padronização e o tratamento dassementes.

Algo que veio praticamente juntocom as inovações tecnológicas foi apercepção do agricultor de que umaplanta proveniente de semente de altovigor produz mais do que uma plantaproveniente de uma semente de baixovigor. Neste sentido, já há empresas queoferecem lotes de sementes de soja comgerminação mínima de 90%. Com estepercentual de germinação há alta pro-babilidade de que o lote também tenhavigor alto.

Ainda falando de vigor, salienta-seque não adianta compensar no pesolotes de baixa qualidade, pois 100 kgde um lote com 90% de germinação nãoé igual a 200 kg de um lote com 45% degerminação. Os lotes de sementes po-dem até apresentar o mesmopercentual de emergência no campo;entretanto, haverá problemas na dis-tribuição das plantas na linha de se-meadura. No lote com menor germina-ção, como também apresenta menorhomogeneidade, terá uma distribuiçãode plantas no campo desuniforme, ha-verá espaços sem plantas, enquanto em

Avaliação de sementes adventícias é essencial com as inovações tecnológicas

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Sementes

Há produtos que aumentam o desempenho das sementesoutros locais haverá uma aglomeraçãode plantas. As plantas na bordadurade uma falha produzem mais, entretan-to será menor do que se tivesse umadistribuição normal. Isto é fácil deconstatar.

Os atributos fisiológicos das se-mentes, que se transmitem por heran-ça, são vários, e muitos ainda estãopor serem identificados. Para soja, os

mais comuns são a resistência à dani-ficação mecânica e à deterioração decampo, que no ano passado (2011) tevesua importância evidenciada pela ger-minação na vagem de sementes de soja.A identificação de genótipos de sojacom sementes duras (não embebemágua), com certeza, ajudará aminimizar a deterioração de campo emsementes de soja.

A Produção de SementesAs inovações tecnológicas,

advindas da biotecnologia, fizeramcom que os processos de produção setornassem mais criteriosos, tanto emtermos qualitativos como quantitati-vos.

Em termos qualitativos, pode-seexemplificar pela necessidade de man-ter isolados os materiais convencio-nais, biotecnológicos e os orgânicos, oque requer um adequado processo decontrole de qualidade, para evitar mis-turas varietais e contaminações gené-ticas.

O desempenho de uma cultivar e/ou híbrido é função de sua carga gené-tica e do ambiente. Assim, consideran-do que há vários ambientes, as empre-sas especializadas procuram ter se-mentes de cultivares que atendam àsmais diversas situações, para melhoratender o agricultor. É comum umaempresa de sementes possuir em seuportfólio mais de 20 materiais, o querequer cuidados especiais de produçãoe de beneficiamento.

No Brasil, como há regiões que per-

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Sementes

Os materiais são avaliados em vários locais antes de sua comercialização

Tratamento industrial para algumas espécies em 2011 - Brasil

mitem dois ou mais cultivos por ano,as empresas de sementes, para aten-der este mercado, também possuemmateriais de ciclo curto, médio e lon-go, o que aumenta a complexidade doprocesso de produção de sementes.

Por outro lado, as mudanças quan-titativas ocasionadas pelos materiaisgeneticamente modificados (GM), po-dem ser exemplificadas pela necessi-dade de se obter uma alta taxa de mul-tiplicação de semente, ou seja demaximizar a produção de cada semen-te colocada no solo. Como os materi-ais GM em geral são patenteados, oprodutor de sementes paga uma taxatecnológica (TT) para poder produzirsua semente. Assim, quanto mais se-mentes se produzir por kg semeado,maior será seu benefício. Para isso,utilizam-se avançadas técnicas de pro-dução e tecnologia de pós-colheita,como por exemplo, controle de insetos,época e método de colheita das semen-tes, limpeza e classificação das semen-tes, armazenamento a frio eminimização dos danos mecânicos.

Os avanços tecnológicos são cons-tantes, repercutindo na liberação co-mercial de materiais cada vez mais pro-dutivos, e tornando a “vida” das culti-vares também cada vez mais curta. Issofaz com que as empresas de sementestenham que recuperar o investimentorealizado na criação e desenvolvimen-to de uma nova cultivar em poucosanos. Assim, para que o preço das se-mentes não seja alto, as empresas pro-curam recuperar o investimento atra-

vés da quantidade de sementes. Esseprocesso requer o envolvimento de pro-fissionais altamente qualificados, paraproduzir com eficiência e eficácia.

Outro aspecto da produção de se-mentes de nossos dias é a necessidadede se obter grandes quantidades desementes em curto espaço de tempo, oque requer que os cultivos sejam reali-zados duas a três vezes por ano. Feliz-mente, no Brasil, há regiões que permi-tem este processo; entretanto,logísticas e tecnologias especiais deprodução e transporte devem ser pro-videnciadas.

Com o advento dos materiais GM ea necessidade de segregação dos ma-

teriais, houve necessidade de se esta-belecer alguns parâmetros de qualida-de. Entre eles estão as sementes adven-tícias, que constituem a presença desementes de cultivares GM em lotes desementes convencionais. No caso decontaminação de material GM não re-gistrado no país, estas sementes rece-bem o nome de baixo nível de presençade material GM (isto já ocorreu no Bra-sil com sementes de algodão).

O limite para sementes adventíciassitua-se ao redor de 1%; entretanto,para algumas espécies e situações, oslimites ainda estão por serem estabe-lecidos, como em materiaispiramidados, em que a tendência é olimite ser por evento. Outra situação aser resolvida relaciona-se aos híbridos,que em F2 segregam os eventospiramidados, que também pode serequacionados, caso o limite de tolerân-cia seja por evento.

Tratamento IndustrialO tratamento das sementes no Bra-

sil é uma realidade e o agricultor reco-nhece os benefícios de uma sementetratada. O tratamento das sementespode envolver fungicida, inseticida,nematicida, micronutrientes emacronutrientes, hormônios e filmcoating, entre outros materiais.

Detalhando os produtos, foi cons-tatado que o tratamento das sementescom fungicida no Brasil alcança maisde 90% para as culturas da soja, mi-lho, algodão, sorgo e trigo, e mais de50% para as sementes de arroz. Poroutro lado, no tratamento com outros

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Sementes

materiais, o percentual de utilizaçãonão é tão alto: com inseticida chega aoredor de 70% para milho e 60% parasoja, atingindo um percentual maisbaixo para as outras culturas.

O tratamento das sementes pode serrealizado em vários locais, como naempresa de sementes, na revenda dassementes ou na fazenda do agricultorque irá utilizá-las. Considerando que otratamento envolve dosagem de produ-to, mistura de produto, equipamento,revestimento da semente, segurançados trabalhadores, entre outros aspec-tos, há possibilidade de que o proces-so de tratamento das sementes sejaineficiente. Neste sentido, muitas em-presas buscaram a alternativa de for-necer ao agricultor uma semente já tra-tada, o que o tratamento industrial dassementes, realizado nas dependênciasda própria empresa.

Para acelerar e capacitar o pessoalencarregado do processo de tratamentodas sementes, foram criados no país doismoderníssimos centros de tratamento desementes e um outro, em adiantado esta-do de planejamento. Estes centros ser-vem para capacitação e demonstraçãosobre o que de mais moderno há em ter-mos de equipamentos, produtos e avali-ação da qualidade, como liberação depó, uniformidade de semeadura e quali-dade de revestimento.

O tratamento industrial para se-mentes de milho já é prática comum hádécadas; entretanto, para sementes desoja, é recente, sendo que no ano de2011 somente ao redor de 20% das se-mentes foram tratadas na unidade de

beneficiamento das sementes (UBS).Para o ano de 2012, estima-se que estepercentual alcance mais de 30%, emfunção dos equipamentos que estãosendo adquiridos pelas empresas desementes e o nível de capacitação dostrabalhadores. Para sementes de algo-dão, o percentual do tratamento indus-trial alcança mais de 50%.

O tratamento industrial de semen-tes realmente alterou os processos deprodução e controle de qualidadeadotados pelas empresas, pois uma se-mente tratada que não for vendida deveser descartada, inclusive, para grão.Felizmente, há tecnologia e profissio-nais capacitados para produzir, mantere avaliar a qualidade das sementes,minimizando os inconvenientes.

O Manuseio das SementesInegavelmente, os materiais GM e o

tratamento de sementes alteraram osprocessos de manuseio das sementes.A seguir vamos comentar sobre algunsdeles.

Secagem – Como há necessidade dese obter grandes quantidades de se-mentes de alta qualidade, a colheitadeve ser realizada assim que possível,para evitar a deterioração de campo.Isto faz com que as sementes sejamcolhidas com alta umidade, requeren-do a secagem. Atualmente, para semen-tes de soja, as UBS’s estão sendo pla-nejadas para secar até 60-70% da pro-dução. Para sementes de milho, prati-camente 100% da produção é seca; in-clusive, a colheita é realizada em espi-ga, para que as sementes possam serretiradas do campo próximo ao seuponto de maturidade fisiológica (má-xima qualidade).

Classificação – Sabe-se que, dentrode certos limites – no caso de soja é0,8mm ao redor da média da largurada semente –, o tamanho não tem efei-to na qualidade das sementes. Issotambém é válido para outras espécies,porém com outros valores. Mesmo as-sim, a classificação das sementes éimportante para os processos de seme-adura e de tratamento.

A semeadura é normalmenteestabelecida por número de sementespor metro linear. Assim, quanto maisuniforme suas sementes estiverem, me-lhor será esse processo. Neste sentido,inclusive, no caso do milho e agora tam-bém da soja, no Brasil, acomercialização se dá por número desementes por embalagem, além do peso.

A superfície a ser revestida em umasemente grande é diferente do quenuma semente pequena. Assim, a clas-sificação das sementes para o trata-

Tratamento de sementes em algumas espécies no Brasil

Os big bags são uma ferramenta de multiplo uso com as inovações tecnológicas

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Sementes

mento industrial é altamente recomen-dada.

A classificação das sementes demilho e soja no Brasil é de praticamen-te 100%, requerendo das empresas desementes o manuseio em separado decada tamanho de sementes.

Esfriamento dinâmico – A necessi-dade da manutenção da qualidade fi-siológica das sementes é essencial eainda mais para sementes tratadas,que, caso não sejam comercializadas,devem ser descartadas, inclusive paragrãos. Neste sentido, o esfriamento di-nâmico das sementes (a granel) é umatecnologia que veio para ficar. Oesfriamento das sementes para tempe-ratura inferior a 15°C minimiza o pro-cesso de deterioração das sementes.Para cada 5,5°C que se reduz a tempe-ratura das sementes, duplica-se o seupotencial de armazenamento.

Após várias tentativas frustradas,identificou-se que o melhor momentopara o esfriamento das sementes é logoantes do ensaque. Conforme as semen-tes passam pelo processo deesfriamento, vão sendo ensacadas.

Logística do ensaque - O negócio desementes envolve vários aspectos, po-dendo ocorrer mudanças rápidas napreferência dos agricultores por algunscultivares e, considerando ainda queas sementes são organismos vivos, quepodem perder sua qualidade durante oarmazenamento, as empresas de se-mentes costumam tratar apenas parteda produção, deixando da outra partepara realizar o tratamento em períodomais próximo da semeadura, momentoque terá informações mais precisas dacomercialização e da qualidade dassementes.

Desta maneira, deve-se prever naUBS um espaço para as sementes lim-pas e classificadas que serão tratadasmais tarde. Em geral, estas sementessão armazenadas em embalagens es-peciais (sacolões e caixas plásticas).

Pó – O manuseio faz com que o póaderido às sementes se solte, forman-do muitas vezes uma nuvem na UBS.Neste sentido, considerando que estepó afeta a qualidade do tratamento de

sementes, é altamente recomendável aadoção de um mecanismo para sua re-moção da UBS (sistema de exaustão).Vários são os locais que podem liberaro pó das sementes, como depósitos ecabeça de elevador.

Misturas varietais – A UBS é um lo-cal onde podem ocorrer misturasvarietais com certa facilidade, casonão se adote práticas para seu contro-le, como limpeza das máquinas e equi-pamentos. Há equipamentos que sãomais fáceis de limpar que outros, e es-ses devem ser os preferidos. É má ges-tão perder lotes de sementes por mis-tura varietal em UBS, pois isso depen-de do homem.

Elevadores e moegas de recepção

são locais que requerem atenção espe-cial para evitar misturas varietais.

Com o advento dos materiais GM,os procedimentos para evitar as mis-turas varietais tornaram-se ainda maisimportantes, principalmente sementesGM no meio de lotes de materiais con-vencionais ou orgânicos.

Nos últimos anos, os avançostecnológicos foram muitos e de formaacelerada, acarretando mudanças drás-ticas no papel das sementes. Os mate-riais GM e o tratamento industrial dassementes fizeram com que houvessenecessidade de se produzir rapidamen-te grandes quantidades de sementes dealta qualidade das variedades melhora-das, com adoção de práticas para asse-gurar a qualidade dos processos. Práti-cas de produção de campo e detecnologia de pós-colheita foram cria-das e desenvolvidas para atender asnecessidades das sementes. Felizmen-te, o Brasil possui profissionais capacita-dos para atender este tipo de deman-da qualificada.

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Silo Bolsa

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Silo Bolsa

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Silo Bolsa

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Silo Bolsa

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Logística

Expansão Ferroviária brasileira não segueritmo do aumento da colheita

De acordo com a Associação Na-cional dos Transportadores Ferrovi-ários (ANTF), entre 1997 e 2011 aquantidade de carga movimentadapor ferrovias aumentou de 253 mi-lhões de toneladas em 1997 para 475milhões de toneladas em 2011, ouum aumento de 87%. Como compa-ração, a produção de soja no Brasildurante o mesmo período aumen-tou 230% ea produção de milho au-mentou 200%.

O estado de Mato Grosso é oestado líder em produção de grãosno Brasil e está localizado maislonge dos portos brasileiros doque qualquer outro grande esta-do produtor. Atualmente, as fer-rovias no estado estão no cantosudeste do estado e tem só cercade 150 quilômetros. Dois termi-nais de grãos ao longo da estradade ferro já estão em operação emAlto Taquari e Alto Araguaia e umterceiro em Itiquira já estáconstruído e aguarda o aprovaçãofinal para iniciar as operações. Umquarto terminal de grãos seráconstruído em Rondonópolis,onde o trem deverá chegar em2013.

Depois de Rondonópolis, a ferro-via deverá fazer o seu caminho paraa capital do estado, Cuiabá, localiza-do 210 quilômetros a noroeste deRondonópolis. O secretário estadu-al de Logística anunciou que obtevefinanciamento para realizar os estu-dos de impacto ambiental necessá-rios para estender a ferrovia até acapital.

Americana Latina Logística é a úni-ca empresa autorizada a construir eoperar a ferrovia, pelo menos, atéatingir a capital do estado. Desse pon-to em diante, o processo licitatório

O Brasil continua a passos lentos em aumentar a quantidade de cargamovimentada por ferrovia no país, pois não foi suficiente para manter o ritmo

com o aumento na produção de grãos nos últimos 14 anos.

será aberto para empresas concorren-tes. O plano de longo alcance para aferrovia é estendê-la a partir da capi-tal do estado de Cuiabá em linha retapara o norte para o porto amazônicocidade de Santarém, a uma distânciade 1.470 quilômetros.

Esta ferrovia tem sido falado noBrasil há décadas e apenas 150 qui-lômetros de trilhos foramestabelecidas dentro do estado deMato Grosso e há 1.745 km ainda apercorrer antes de atingir o rio Ama-zonas. Em outras palavras, são ape-

nas 8% após décadas.Devido ao ritmo lento de progres-

so, de Cuiabá ao norte do rio Amazo-nas, a concessão de construção se-rão abertas para outros candidatosalém da American Latina Logística.Uma empresa chinesa já fez traba-lho preliminar sobre a rota propostae manifestou o desejo de concorrerno projeto. A decisão final sobrequem será adjudicado o contratopara construir a ferrovia, ou se seráconstruída totalmente, ainda está aanos de distância.

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Entrevista

LAVOURA S/A76 Anos de História

De acordo com o Sr.Novello, a Lavoura S/A tem 76 anos dehistória, sendo grande parte desse período dedicado à armaze-nagem de produtos agrícolas. Atualmente trabalha nas áreasde prestação de serviço em armazenagem, construção civil,exportação via contêiner, comercialização de fertilizantes einsumos agrícolas, produção e venda de sementes de soja, trigo,feijão, triticale, industrialização de soja e comércio e exportaçãode cereais.

O nosso complexo agroindustrial conta com 8 unidadesde armazenagem totalizando uma capacidade estática de 115mil toneladas, em silos e graneleiros e capacidade deprocessamento de soja de 250 mil t/ano.

Até conhecermos a tecnologia de resfriamento artificial,vínhamos utilizando técnicas convencionais, com todos osproblemas conhecidos: perdas de peso, problemas de quali-dade, riscos de contaminação com produtos tóxicos e outros.

Através de demonstrações dos consultores da Cool Seedtivemos o conhecimento da nova técnica de manejo de produ-tos armazenados o que despertou o interesse da nossa equi-pe técnica. Chamou-nos a atenção, principalmente, quandovisitamos clientes que já usavam o equipamento e estavamsatisfeitos quanto aos resultados, por isso resolvemos ad-quirir uma máquina que pudéssemos usar tanto para o grãocomercial quanto para a semente, objetivando ter um melhorproduto para o consumo humano se tratando de cereais epara a semente tendo melhores resultados em índices de ger-minação e de durabilidade desses índices.

No que tange ao controle de pragas, a empresa por muitosanos usou o tratamento químico, agora ano após ano estádiminuindo esse uso, pois com a alternativa de manejo arti-ficial da temperatura de grãos armazenados, por meio damáquina de resfriamento fabricados pela Cool Seed e com aadição de mais equipamentos esperamos, a cada ano, dimi-nuir o uso de produtos químicos.

A temperatura média de armazenagem de grãos é na faixade 13 a 18°C, na parte inferior e superior do silo, respectiva-mente, independentemente das condições ambientais. Podeestar 40°C o ar ambiente mas os nossos produtos estão pro-tegidos em total segurança.

A tecnologia é revolucionaria, promete realmente resulta-dos satisfatórios para os empresários do setor e para a po-pulação preocupada com a sanidade e qualidade da comidaque chega em sua mesa.

O produto resfriado é enviado direto as indústrias e comisso podemos aumentar o tempo de armazenagem garantin-do a qualidade do produto por mais tempo.

O resultado mais evidente é a redução do uso de produtosquímicos, evitando a proliferação de insetos, garantindo aqualidade do produto e um maior tempo para armazenagem.

Possuímos silos de 75 mil sacas e temos um equipamentoPCS 80, que são resfriados entre 250 a 300 horas de funcio-namento. Este equipamento possui modo de operação auto-mática que permite desligar durante as horas de ponta ou emmodo econômico, nas horas mais frescas do dia e da noite,

A revista Grãos Brasil entrevistouo Sr. Alex O. Novello, diretorAdministrativo/Financeiro daempresa Lavoura S.A.,na cidade de Pato Branco - PR.

facilitando a vida do operador. O produto resfriado fica ar-mazenado por vários meses sem necessidade de novo ciclode resfriamento e com a aeração totalmente desligada.

A operação do equipamento é simples e pratica e tem umbaixo consumo de energia. Se paga em uma safra e com ostreinamentos oferecidos pela Cool Seed, com os melhoresespecialistas do país, há uma maior conscientização paraqualidade do produto armazenado e preocupação com a saú-de do consumidor final. Sem dúvidas, o resfriamento artifici-al tende a ser uma revolução para a qualidade dos produtosarmazenados.

A recomendação que posso dar para as empresasarmazenadoras é que busquem visitar alguma empresa quejá tenha o equipamento, converse com o operador e não te-nha receio em questionar um dos consultores, pois tirandoas duvidas e aprimorando os conhecimentos será mais fácilo convencimento pelo uso do equipamento.

A equipe técnica destas empresas deve estar aberta paranovas tecnologias, velhos hábitos e técnicas ultrapassadasdevem ser superados, sendo que o setor de armazenagem pre-cisa deste salto tecnológico tanto tempo esperado.

Unidade de Pato Branco/PR

Unidade de Paranaguá/PR

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Cool Seed News

Palestra Santa Cruz do Rio Pardo - SP

No dia 20/03 na cidade de Santa Cruz do Rio Pardo,reuniram-se renomadas empresas do setor arrozeiroe alimentício de São Paulo para participarem de umevento da área de pós-colheita, onde assistiram apalestra "Manejo tecnológico da qualidade de arroz ,da colheita á agroindústria", proferida pelo Prof. Dr.Moacir Cardoso Elias, da Universidade Federal dePelotas (UFPel, RS) na Associação Comercial eEmpresarial de Santa Cruz do Rio Pardo -SP. Naoportunidade, foram abordados temas comopropriedades dos grãos e suas correlações com osprocessos conservativos e tecnológicos, novanormatização para definição da qualidade de arroz emanejo operacional de controle de qualidade dosgrãos durante o armazenamento.

Pesquisas sobre secagem e uso de resfriamentoartificial na armazenagem de grãos de arrozdespertaram especial atenção. Os trabalhos,recentemente realizados no Laboratório de Pós-Colheita, Industrialização e Qualidade de Grãos, fazemparte do Programa Pólo de Inovação Tecnológica emAlimentos da Região Sul e do Curso de Pós-Graduaçãoem Ciência e Tecnologia Agroindustrial da UFPel, emDissertações de Mestrado e Tese de Doutorado. Osresultados apresentados demonstram os efeitosbenéficos do resfriamento dos grãos em processos emque tanto a temperatura como a umidade do ar sãocontroladas. Esses benefícios ocorrem tanto naconservação no armazenamento quanto na qualidadeindustrial dos grãos.

Prof. Dr. Moacir Cardoso Elias na Palestra em SantaCruz do Rio Pardo

Palestra Copercampos - SC

A Cool Seed, Cycloar e Keepdry acreditando nopotencial da Copercampos - Cooperativa de CamposNovos /SC, promoveram palestra na sede da empresano dia 02/03,onde reuniram-se todo o corpo técnico eengenheiros agrônomos para uma palestra com oProf.Dr. Adriano Divino Lima Afonso (UNIOESTE-PR)ressaltando as novidades em tecnologias limpas parauma boa armazenagem livre de resíduos tóxicos ,redução das perdas e segurança nos produtosarmazenados . Após a palestra foi realizado um jantarde confraternização

Prof. Dr. Adriano palestrando na sede da empresaCOPERCAMPOS.

Sede da COPERCAMPOS.

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Fungos - Seu controle Cool Seed News

Visita cliente Cotripal ( Panambi RS ) e Palestrana CAT em Palmeira das Missões -RS

No dia 13/03 a Cool Seed e as empresas parceirasCycloar e Keepdry promoveram palestra na CAT - ClubeAmigos da Terra, onde reuniram-se aproximadamente100 produtores da região, na qual foram abordadossoluções de armazenagem com o palestrante Prof. Dr.Adriano Divino Lima Afonso (UNIOESTE - PR) quemprestou suporte e orientação aos participantes.

A sociedade como um todo, vem buscando cada vezmais a qualidade nos produtos que consomem.Ressaltamos que o resfriamento de grãos e sementesé uma técnica eficaz para o armazenamento comqualidade e livre de agrotóxicos.

Da direita para esquerda: Prof.Dr. Adriano (UNIOESTE-PR), representantes Lucas e Antonio Pomina,supervisor Piter, Engenheiros Ronaldo e Barzoto emvisita a cooperativa Cotripal -Panambi .

Prof. Dr. Adriano Divino Lima Afonso na Palestra emPalmeira das Missões.

Marasca: Parabéns pelos 20 anos

Fruto de uma semente familiar, a Marasca Comércio deCereais Ltda, foi fundada no dia 8 de Fevereiro de 1992, nacidade de Tapera – Estado do Rio Grande do Sul – Brasil(estado que produz mais de 28 milhões de toneladas anuaisde grãos). A empresa nasceu com a missão de: “Oferecersoluções para a agricultura através de ações rápidas ediferenciadas”. Cultivada com o carinho e a dedicação deseus fundadores, Sr. Vitor Bento Marasca e sua esposa,Sra. Isolde Marasca, a empresa cresceu e semeou seusramos nas principais regiões produtoras de grãos do RioGrande do Sul.

Projetada para atender o setor agrícola regional, aMarasca conquistou nesses 20 anos a confiabilidade naregião sul, aglutinando e alavancando o trabalho deagricultores e clientes em função de uma confiançaabsoluta em seu povo formando uma sólida parceria nessesentido, tendo a credibilidade acima de tudo.

Atualmente, a Marasca produz sementes de soja paraos mercados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná eMato Grosso e semente de trigo para o Rio Grande do Sule Paraná.

Possui uma parceria com dezenas de empresas ecomercializa um portfólio com variedades de milho e soja.A empresa recebe em seus graneleiros soja, trigo, milho,aveia, azevém e soja indústria, possuindo, ainda, fábricaprópria de ração e uma Unidade de Recebimento de Leite,focadas no desenvolvimento do setor pecuário da região.

A Cool Seed como empresa que preza a credibilidadede seus clientes vem agradecer e parabenizar a Marascapor depositar a confiança em nossos equipamentos, elevando através desta parceria a qualidade naarmazenagem, parabéns Marasca pelos 20 anos!

Os diretores Vitor Bento Marasca, Isolde Marasca eVitor Marasca Junior.

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Curso Técnico Operacional Cool SeedNovembro - 2012

DescriçãoO Curso Técnico Operacional oferecido pela Cool Seed , tempor objetivo atualizar os clientes , operadores e técnicos so-bre as tecnologias desenvolvidas pela empresa, como oresfriamento estático e dinâmico, assim como aproximar osclientes da equipe interna da empresa.Agenda: Dias 19, 20 e 21/11/2012.N°. de vagas: Limitadas (Maximo 02 pessoas por empresa )Inscrições: gratuitasContatos: [email protected],

[email protected],patrí[email protected].

Curso de Classificação e Análise de GrãosMaio- 2012

14 à 18 de Maio de 2012 - Viçosa/MG

DescriçãoA grande questão na comercialização de grãos, tanto no ato dacompra como na venda, é saber exatamente o que está sendocomprado ou vendido. O desconhecimento das características oupadrões de classificação de grãos tem trazido não só prejuízospara compradores e vendedores como também problemas de or-dem litigiosas e judiciais. O Curso de Classificação e Análise deGrãos, oferecido pelo CENTREINAR, tem por objetivo dar ao parti-cipante a oportunidade de conhecer as técnicas corretas de cole-ta de amostras, de determinação de umidade utilizando-se equi-pamentos padrões e de identificação de defeitos"" e impurezas emamostras de grãos. Além disso, o curso fornece ao participanteuma visão a respeito das condições e estruturas de armazenagemde grãos e das exigências de qualidade oficial e de mercado. Tudoé ensinado com base nas novas leis da armazenagem (Lei no.9973 de 29 de maio de 2000) e da classificação de grãos (Lei no.9972 de 25 de maio de 2000). Além da teoria, os participantesterão oportunidade de praticar os procedimentos de classifica-ção de milho, soja, trigo, sorgo e feijão. Assim, ao término docurso, o participante estará apto para realizar a análise de grãosdentro da classificação e padrões exigidos tanto pelo mercadoconsumidor como pelos órgãos oficiais. Entretanto, esse cursonão credencia o participante a atuar como classificador oficialuma vez que a carga - horária exigida pelo MAPA (Ministério daAgricultura, Pecuária e Abastecimento) é de 216 horas. Para obtero credenciamento junto ao MAPA é necessário realizar o curso deFormação de Classificadores de Grãos.

Conteúdo Programático- Introdução ao armazenamento- Amostragem, determinação de umidade e impurezas- Legislação- Padronização- Teoria de classificação- Práticas de classificação - produtos: Sorgo, Feijão, Milho,Soja e Trigo

Requisitos: Esse curso não exige nenhum pré-requisitoPúblico Alvo: Profissionais que atuam na áreaVagas: 32 - Carga Horária: 40 horas

InscriçãoO valor total do curso é R$650,00 (seiscentos e cinquentareais). Nesse valor está incluso todo o material didático, aemissão de certificados e o deslocamento interno (do hotelao local do curso). A hospedagem e alimentação correm porconta do participante.

Informações: (31) 3891-2270 - http://www.centreinar.org.br

Atualização em Análise de Qualidade eTipificação de Grãos de Arroz

DescriçãoPromovido pelo Laboratório de Pós-Colheita, Industrializa-ção e Qualidade de Arroz (LABGRÃOS) em conjunto com o Pólode Inovação Tecnológica em Alimentos da Região Sul, o Pro-grama de Pós-Graduação e o Departamento de Ciência eTecnologia Agroindustrial da UFPEL-FAEM, o curso é destina-do a encarregados de qualidade, analistas e auxiliares deanálises de laboratório de qualidade de grãos de arroz emagroindústrias, cerealistas e unidades de armazenamento depropriedades rurais, com experiência profissional ou cominteresse direto em análise de qualidade e tipificação de grãos.É ministrado em 30 (trinta) horas-aulas, onde são abordadosaspectos tecnológicos, analíticos e normativos em qualidadede grãos de arroz.A programação consta de: 1) Efeitos da secagem e doarmazenamento sobre a qualidade dos grãos. 2) Aspectostécnicos relacionados à conservação e à qualidade dos grãos.3) Beneficiamento industrial de arroz. 4) Pragas e microrganis-mos no armazenamento de grãos: ações, efeitos e cuidadosnas principais medidas de controle. 5) Métodos e procedimen-tos nas análises de umidade, impurezas e matérias estranhasem grãos. 6) Principais análises de controle de qualidade degrãos. 7) Aspectos normativos da avaliação de qualidade degrãos, com ênfase na identificação de defeitos metabólicos enão metabólicos constantes da nacional legislação em vigor.Agenda: De 30/05 a 01/06/2012.N°. de vagas: 25 por turmaInformações: Prof. Maurício de Oliveira, Eng. Agrônomo Dr.Departamento de Ciência e Tecnologia AgroindustrialFaculdade de Agronomia Eliseu MacielUniversidade Federal de PelotasFones: (53) 8131 8620 - (53) 3303 2607

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