revista hebraica - maio 2013

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Kubrick, jazz e Holocausto ANO LIV | Nº 615 | MAIO 2013 | YAR/ SIVAN 5773

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Page 1: Revista Hebraica - maio 2013

Kubrick, jazz e Holocausto

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K,

jaz

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Ho

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us

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ebra

ica

ano liv | nº 615 | maio 2013 | Yar/ Sivan 5773

Page 2: Revista Hebraica - maio 2013

palavra do presidente

Judaísmo por meio do esporteAbril atraiu ao clube muitos sócios e considero dignas de nota a grande presença e a intensa participação de todos nas comemorações que se iniciaram com Pessach, prosseguiram com o Iom Hazikaron em um fi nal de domingo frio e chuvoso e se en-cerraram em Iom Haatzmaut, num dia de semana. Tudo na Hebraica, o centro comu-nitário de São Paulo, o que explica o envolvimento das entidades e de muitos jovens.Esse interesse nas coisas de Israel e nas causas do judaísmo já faz parte da história da nossa comunidade, ainda desde muito antes do advento do Estado de Israel. Naque-la época, os movimentos sionistas atuavam junto aos jovens, em todo o Brasil, contri-buindo decisivamente para a organização de levas de imigrantes ao novo Estado, e de que são exemplos a criação dos kibutzim Bror Chail e Gaash, entre outros.O Movimento Macabi também se insere neste movimento, aliás, desde sua constitui-ção nos primórdios do século passado, mostrando ao mundo a força e a musculatu-ra dos judeus e do judaísmo, quando nossos irmãos eram perseguidos onde quer que estivessem, com raras exceções. Hoje, além de um Estado de Israel livre, soberano, seguro e democrático, existe também um poderoso movimento macabeu espalhado por todo o mundo. Como no Brasil, por exemplo. Aqui, ainda embalada pelo êxito dos últimos Jogos Ma-cabeus Panamericanos, realizados na Hebraica, em 2011, a Confederação Brasileira Macabi, presidida por Avi Gelberg, e cuja sede é no clube, trabalha no sentido de le-var para a próxima 19º Macabíada, que será realizada em Jerusalém, em julho, uma das maiores delegações já enviada a Israel e, provavelmente, a segunda maior delega-ção estrangeira do mundo, atrás apenas daquela dos EUA. Para tanto ele tem a cola-boração do vice-presidente de Esportes da Confederação Latino-Americana Macabi e assessor para assuntos esportivos da Hebraica Sami Sztokfi z. Este evento, com carac-terísticas olímpicas e 9000 atletas, só é menor que a própria Olimpíada.O Brasil se fará representar por mais de quatrocentos atletas, além dos acompa-nhantes, de todo o Brasil, a maioria deles da Hebraica, que, além de competir, terão a oportunidade de conhecer e viver a pujança e a realidade de uma nação cuja cria-ção e consolidação foram um dos marcos do século 20, período em que o conjunto de suas tragédias fez do povo judeu a vítima preferida.

E AQUI, AINDA EMBALADA PELO ÊXITO DOS ÚLTIMOS JOGOS MACABEUS PAN-AMERICANOS, REALIZADOS NA HEBRAICA, EM 2011, A CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA MACABI, CUJA SEDE É NO CLUBE, TRABALHA NO SENTIDO DE LEVAR PARA A PRÓXIMA XIX MACABÍADA, QUE SERÁ REALIZADA EM JERUSALÉM, EM JULHO, UMA DAS MAIORES DELEGAÇÕES JÁ ENVIADAS A ISRAEL

Shalom e Chazak VeematzAbramo Douek

HEBRAICA | MAI | 2013

3

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Page 3: Revista Hebraica - maio 2013

HEBRAICA | MAI | 2013

5

6Carta da Redação

8Destaques

do Guia

A programação de

maio e junho

13cultural + social 14In concert

Conheça

programação da

temporada 2013

15Pessach

O Segundo Seder alcançou a

45ª edição

16Meio-Dia

Música cigana e

corais no Teatro

Arthur Rubinstein

18Gourmet

A culinária sem

fronteiras de

Sheila Mann

20Galeria de arte

A arte das ruas

chega à Hebraica

22Recreativo

Alguns

personagens

e histórias do

carteado

24Feliz Idade

Grupo comemora

trinta anos com

atração musical

26Coluna um /

comunidade

Os eventos mais

signifi cativos na

cidade

30Fotos e fatos

Os destaques do

mês na Hebraica e

na comunidade

37juventude

38Teatro

Os talentos que a

Hebraica exporta

para cinema e tv

40Dança

Um fi m de semana

no Sitio Ranieri

reuniu todos os

grupos

42Espaço bebê

Veja como

será próxima

Caminhada

das Mães

49esportes

50Entrevista

O vice-presidente

Avi Gelberg fala

da gestão e da

Macabíada

52Polo

Uma semana

inteira para

aprender táticas

e movimentos

54Curtas

Xadrez, basquete e

tênis são destaques

do mês

61magazine62Capa | Kubrick

Os projetos sobre o

Holocausto e o jazz

que não vingaram

72Comportamento

A revista Playboy

agora tem versão

israelense

76Documentário

Assi Dayan

conta tudo sobre

confl itos com o pai

78Síria

As marcas

deixadas pelos

judeus em Alepo

estão se apagando

82A palavra

O polêmico

signifi cado de

“sionismo” e

as implicações

políticas

84Cinema

O Festival É Tudo

Verdade e a sua

visão de Israel

8610 notícias

As notícias

mais quentes

da sociedade

israelense

88Leituras

Os destaques do

mês no mercado

das ideias

90Música

Onze

lançamentos

imperdíveis,

do popular ao

erudito

92Com a língua e

com os dentes

Dica e receita

para saborear

fondue neste

inverno

95diretoria

96Lista da Diretoria

Saiba quem são os

seus representantes

no Executivo

97Balanço 2012

Confi ra os números

da Tesouraria

112Lista de

conselheiros

Saiba quem são os

seus representantes

no Executivo

114Conselho

Prepare-se, porque

em novembro

teremos eleições

52

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4

sum

ário

16 18

38

HEBRAICA | MAI | 2013

O COORDENADOR DO DEPARTAMENTO DE TEATRO HENRIQUE SCHAFER DURANTE CERIMÔNIA DE IOM HAZIKARON

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Page 4: Revista Hebraica - maio 2013

HEBRAICA | MAI | 2013

6

OS CONCEITOS EMITIDOS NOS ARTIGOS ASSINADOS SÃO DE INTEIRA RESPONSABILIDADE DOS SEUS AUTORES, NÃO RE-PRESENTADO, NECESSARIAMENTE, A OPINIÃO DE DIRETORIA DA HEBRAICA OU DE SEUS ASSOCIADOS.A HEBRAICA É UMA PUBLICAÇÃO MENSAL DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA “A HEBRAICA” DE SÃO PAULO RUA HUNGRIA, 1.000, PABX: 3818.8800

EX-PRESIDENTES LEON FEFFER (Z’l) - 1953 - 1959 | ISAAC FIS-CHER (Z’l) - 1960 - 1963 | MAURÍCIO GRINBERG (Z’l) - 1964 - 1967 | JACOB KAUFFMAN (Z’l) - 1968 - 1969 | NAUM ROTEN-BERG - 1970 - 1972 | 1976 - 1978 | BEIREL ZUKERMAN - 1973 - 1975 | HENRIQUE BOBROW - 1979 - 1981 | MARCOS ARBAITMAN - 1982 - 1984 | 1988 - 1990 | 1994 - 1996 | IRION JAKO-BOWICZ (Z’l) - 1985 - 1987 | JACK LEON TERPINS - 1991 - 1993 | SAMSÃO WOILER - 1997 - 1999 | HÉLIO BOBROW - 2000 - 2002 | ARTHUR ROTENBERG - 2003 - 2005 | 2009 - 2011 | PETER T. G. WEISS - 2006 - 2008 | PRESIDENTE ABRAMO DOUEK

DIRETOR-FUNDADORPUBLISHER

DIRETOR DE REDAÇÃOEDITOR-ASSISTENTE

SECRETÁRIA DE REDAÇÃOREPORTAGEM

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SAUL SHNAIDER (Z’l)FLAVIO MENDES BITELMAN

BERNARDO LERERJULIO NOBREMAGALI BOGUCHWALTANIA PLAPLER TARANDACHELLEN CORDEIRO DE REZENDE

BENJAMIN STEINER (EDITOR)FLÁVIO M. SANTOS

JOSÉ VALTER LOPES

HÉLEN MESSIAS LOPES ALEX SANDRO M. LOPES

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PAULO SOARES DO VALLECARMELA SORRENTINORODRIGO SOARES DO VALLESÔNIA LÉA SHNAIDERPREVAL PRODUÇÕESIBEP GRÁFICA AV. ALEXANDRE MACKENZIE, 619JAGUARÉ – SPTEL./FAX: 3814.4629 [email protected]

BERNARDO LERER MTB 7700

ANO LIV | Nº 615 | MAIO 2013 | YAR / SIVAN 5773

calendário judaico :: festas

dom seg ter qua qui sex sábdom seg ter qua qui sex sáb

JUNHO 2013Sivan / Tamuz 5773

MAIO 2013Yar / Sivan 5773

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

carta da redação

Stanley Kubrick, o judeuHá algum tempo, Charlie Chaplin foi parar na capa da revista Hebraica e a re-

portagem a respeito desmistifi cava a crença de que o famoso ator, diretor e au-

tor era judeu. Não, não era. Mas a esmagadora maioria dos associados acredi-

tava que fosse e, depois que a revista passou a circular, comentavam: “Ué, mas

eu pensei que fosse judeu”.

Nesta edição, cuja capa é dedicada a um dos mais importantes cineastas de to-

dos os tempos, informa: sim, Stanley Kubrick era judeu. “Mas eu nem sabia dis-

so”, comentaram os associados aos quais perguntei das origens do diretor de

2001, Uma Odisseia no Espaço, O Iluminado, Dr. Fantástico e mais uns tantos

fi lmes que somam quase trinta. No entanto, Kubrick não fi lmou dois temas que

em um determinado período viraram quase obsessão: o Holocausto e o jazz

nos tempos do Reich.

Além dele, há mais o que ler no “Magazine”, como o lançamento, sem protestos

religiosos, da edição em hebraico da Playboy; o triste fi m de Alepo, uma cidade

síria onde viverem muitos judeus, agora em escombros em razão da guerra ci-

vil no país, e uma reportagem acerca do fi lho de Moshé Dayan, Assi. Além dis-

so, Magali Boguchwal entrevistou o vice-presidente de Esportes da Hebraica e

também presidente da Confederação Brasileira Macabi Avi Gelberg a respeito

da próxima Macabíada, em Israel, a décima nona. E é dela também a reporta-

gem acerca de atores formados nos grupos de teatro da Hebraica, respondendo

à tradicional pergunta: onde estão?

Boa leitura – Bernardo Lerer – Diretor de Redação

[email protected]

SUGESTÕ[email protected]

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Fale com a Hebraica

15 – Shavuot

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Page 5: Revista Hebraica - maio 2013

por Raquel MachadoHEBRAICA | MAI | 2013

8

gdestaques do guia

NO MÊS DAS MÃES A PROGRAMAÇÃO DO CLUBE É INTENSA E PARA TODOS OS GOSTOS E IDADES. QUEM GOSTA DE DANÇAR JÁ TEM PROGRAMA CERTO. É A FESTA LET’S DANCE. SUCESSOS DOS ANOS 60, 70 E 80. O ESPAÇO GOURMET PREPAROU NOVAS AULAS ALÉM DE UMA “OFICINA DE CUP-CAKES” PARA MÃES E FILHOS. PARA OS PEQUE-NOS, A ESCOLA DE ESPORTES PREPAROU DIVERSOS FESTIVAIS PARA NOSSOS ATLETAS MI-RINS. O JOVENS SEM FRONTEIRAS ORGANIZA-RAM UMA PALESTRA COM O VICE PRESIDENTE DO CORINTHIANS, LUIS PAULO ROSEMBERG. AGENDE-SE E BOM DIVERTIMENTO!

cultura + social juventude9/5Palestra com Luis Paulo Rosembergas 20h, na sala Plenária

14 a 16/6Adventure - Family Resort Pitangueiras Em Sorocaba-SP, informações no

departamento

5/5Festivais da Escola de Esporte: Tênis, Handebol, Ginástica de Trampolim e ArtísticaDiversos locais, consulte programação

esportes

Horários do ônibus• Terça a sexta-feiraSaídas Hebraica

11h15 , 14h15, 16h45, 17h, 18h20 e 18h30

Saída Avenida Angélica

9h, 12h, 15h, 17h30 e 17h45

• Sábados, domingos e feriados Saídas Hebraica –10h30, 11h30, 14h30,

16h45, 17h, 18h20 e 18h30

Saídas Avenida Angélica

9h, 11h, 12h, 15h , 16h15, 17h30 e 17h45

• Linha Bom Retiro/Hebraica Saída Bom Retiro – 9h, 10h

Saída Hebraica – 13h45, 18h30

4/5Abertura da Copa ShalomAs 10h, nas quadras 1 e2

18/5Let’s Dance – Com Kid Vinilas 22h, no Espaço Adolpho Bloch

25/5Comemoração do 30º aniversário da 3ª Idade e 60º anos da Hebraicasábado, 14h30, no Teatro Arthur Rubinstein

MÊS DAS MÃES NA HEBRAICA

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Page 6: Revista Hebraica - maio 2013

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Page 7: Revista Hebraica - maio 2013

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HEBRAICA | MAI | 2013

13

cultural+ social

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Page 8: Revista Hebraica - maio 2013

cultural + social > in concertHEBRAICA | MAI | 2013

14

O maestro León Halegua começou a convidar músicos de São Paulo

para a orquestra sinfônica que vai execu-tar as músicas de Piazzola, a maioria de acordo com os arranjos do maestro José Bragato, o principal arranjador do con-sagrado músico. Uma parte será execu-tada por Halegua, para quem “será um espetáculo basicamente instrumental, mas com várias intervenções”. Outra no-vidade é a presença do coro da Hebrai-ca em alguns números. “Originalmente, Piazzola não escrevia para coro, que in-cluí nos arranjos”, informa o maestro.

Seguindo a nova confi guração do In

Vem aí a série 2013A SÉRIE IN CONCERT ESTÁ DE VOLTA EM DOIS PROGRAMAS, O TANGO

DIA 8 DE JUNHO, ÀS 20H30; E “SHOW NA BROADWAY”, EM SETEMBRO. O TEMA DO PRIMEIRO IN CONCERT SERÁ O COMPOSITOR ARGENTINO ASTOR

PIAZZOLA E UMA TÍPICA NOITE EM BUENOS AIRES

Concert, foram feitos contatos com intér-pretes conhecidos em Buenos Aires para a programação da noite. Ângela Toñanez e Maximiliano Ávila virão da Argentina para mostrar como se dança o verdadeiro tango, declarado patrimônio da humani-dade pela Unesco. Toñanez começou na dança clássica, passou pelo fl amenco e folclore para se encontrar com o tango. É a diretora, coreógrafa e atração do El Vie-jo Almacén, uma das casas mais conheci-das de Buenos Aires; Ávila é bailarino, co-reógrafo e professor e já se apresentou na Europa e na América Latina. Completan-do o elenco do espetáculo, o músico uru-

guaio Cesar Cantero trará seu bandoneón para se integrar ao conjunto de milongas.

Piazzola é o principal compositor ar-gentino. “Ele revolucionou a ideia do tango para bailar, tradicional, e o dei-xou mais erudito, quebrou o ritmo qua-tro por quatro e tornou-o irregular”, ex-plica o maestro Halegua. Piazzola via-jou muitas vezes ao Rio de Janeiro na década de 1980. “Cada vez que subo num avião da Aerolineas Argentinas, as pessoas discutem comigo; quando subo num avião da Varig, batem palmas”, contava o astro argentino, demonstran-do afetuosa ligação com o público bra-sileiro. Na noite do espetáculo, os asso-ciados terão a opção de concerto segui-do de jantar especial no Casual 1000.

Para o êxito da realização, envolve-ram-se o diretor superintendente Gaby Milevsky, o vice-presidente Social Sid-ney Schapiro, a diretora Sônia Rochwer-ger e a equipe de profi ssionais da vice-presidência Social e Cultural. (T. P. T.)

A DANÇARINA DE TANGO ANGELA TOÑANEZ É UMA DAS ATRAÇÕES DO SHOW EM HOMENAGEM AO ARGENTINO ASTOR PIAZZOLA, EM JUNHO

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cultural + social > pessachHEBRAICA | MAI | 2013

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F oi espontâneo, mas parecia uma coreografia bem ensaiada, o mo-

mento em que o chazan Gerson Her-szkowicz sugeriu que todos os 250 par-ticipantes do Segundo Seder da He-braica mergulhassem o dedo mindi-nho no vinho e pingassem dez gotas da bebida sobre as porções no prato, simbolizando as dez pragas do Egito. Quem entrasse naquele momento no Espaço Adolpho Bloch levaria alguns segundos até entender o que aconte-cia, mas logo perceberia como as pes-soas estavam envolvidas na celebração de mais um Pessach.

A mesa retangular cuja cabeceira Ger-son ocupou, cercado dos integrantes do coral litúrgico da Hebraica, estava colo-cada no centro do salão e daquele pon-to ele exercia, de fato, o comando e o controle do Seder, por meio de uma lei-tura completa da bela e simples Haga-dá distribuída aos participantes, cuja

Um Segundo Seder de todosESTE ANO, O TRADICIONAL SEGUNDO SEDER NA HEBRAICA CHEGOU À SUA 45ª. EDIÇÃO. O ENCONTRO FOI REALIZADO NO ESPAÇO ADOLPHO BLOCH E REUNIU 250 PESSOAS DE TODAS AS IDADES

abertura era uma das muitas obras-pri-mas do falecido escritor Moacyr Scliar: Um Seder para os Nossos Dias. Os que o leram naquela noite fi caram since-ramente comovidos com a mensagem que transmite.

A venda dos ingressos começou mais de um mês antes, em meados de feve-reiro, e logo foi esgotada, tal o interes-se. Os que já participaram de outros re-novaram os elogios à importância da re-alização do Segundo Seder. E os poucos que vieram pela primeira vez lamenta-ram as oportunidades perdidas dizen-do não imaginar que “era tão bom as-sim, as pessoas juntas confraternizan-do, como se fossem uma só família”.

Isso explica por que havia poucas crianças na área que lhes foi destinada

acompanhadas de monitores: elas pre-feriram fi car com os pais e a organiza-ção esmerou-se em alugar cadeiras es-peciais para as crianças até 2 anos.

O bufê foi do Restaurante Kasher da Hebraica e constou dos tradicionais gefilte fish com chrein, caldo de fran-go com kneidalech, mas havia também uma salada waldorf em cama de folhas verdes, frango escamado com molho rôti e cogumelos, juliana de legumes e, de sobremesa, petit gâteau com calda de chocolate acompanhado de compo-ta de maçã e pera. E a música dos qua-tro integrantes do grupo Zamarim, for-mado por Renato Epstein ao violão, Roberto Schkolnick, percussão, Mau-rício Freire, violão e Paulo Bento, sax. (Bernardo Lerer)

A MESA COMANDADA PELO CHAZAN GERSON HERSZKOWICZ DURANTE O SEDER FOI INSTALADA NO CENTRO DO ESPAÇO ADOLPHO BLOCH

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Page 9: Revista Hebraica - maio 2013

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cultural + social > hebraica meio-diaHEBRAICA | MAI | 2013

16

N o primeiro domingo, houve a apresentação do violinista de ori-

gem romena Florian Cristea que já foi acompanhado de orquestras em seu país natal, França, Alemanha, Finlândia, Tur-quia, Grécia, Suíça e Estados Unidos. Desde 1997, Cristea integra o naipe de violinos da Orquestra Sinfônica do Es-tado de São Paulo (Osesp). Com Daniel Szafran ao piano, executou Árias Ciga-nas, de Sarasate, e a famosa Czardas, acompanhada com palmas pelo públi-co, que o chamou de volta ao palco vá-

Música para dançar e cantar

AS DUAS PRIMEIRAS AUDIÇÕES DO HEBRAICA MEIO-DIA NO MÊS DE ABRIL LEVARAM GRANDE PÚBLICO AO TEATRO ARTHUR RUBINSTEIN PARA

OUVIR MÚSICA CIGANA E UM GRUPO DE SEIS CORAIS

rias vezes ao fi nal do recital.O domingo seguinte foi dedicado ao

canto coral. Um programa de músicas brasileiras, internacionais e hebraicas, reunindo o “Grande Coro”, formado pe-los corais empresariais e de grupos de amigos De Boca em Boca, Madrigal Etce-tera e Tal, Cabot (da Cabot Brasil), Max Feffer (da Suzano Papel e Celulose), do Ilha (Condomínio Ilha do Sul) e Grupo Vozes (D’Altomare Química), que têm em comum serem regidos pelos maestros Márcia Hentschel e Munir Sabag.

A parceria vem desde 2012 quando foi realizado o II Encontro de Corais Max Fe-ffer, no auditório do Centro da Cultura Ju-daica, onde a Unibes também apresentou sua Orquestra e Coral Infantil. Esta ativi-dade da instituição de 98 anos é fruto do trabalho na unidade do Canindé, onde atende 650 crianças e adolescentes entre 6 e 15 anos e oferece cursos de canto co-ral, violino, viola, violoncelo, contrabai-xo, fl auta, clarineta, saxofone, trompete, trombone e percussão frequentados por quase trezentos alunos. Desses, o maestro Iberê Abondanza e a regente Elaine Jacó selecionaram oitenta jovens.

Nos domingos seguintes, apresen-taram-se Marcelo Torres com o show “What is Jazz” e Cláudio Goldman com “Pura Emoção”. A realização do Hebrai-ca Meio-Dia é do Departamento Social/Cultural com apoio do Hospital Israeli-ta Albert Einstein e Ministério da Cultura / Lei de Incentivo à Cultura do Governo Federal da Lei Rouanet. (T. P. T.)

A UNIBES LEVOU A SUA ORQUESTRA E CORAL INFANTIL, COM OITENTA INTEGRANTES, PARA O HEBRAICA MEIO-DIA

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Page 10: Revista Hebraica - maio 2013

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cultural + social > espaço gourmetHEBRAICA | MAI | 2013

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“P eace on the Table”, isto é, “Paz sobre a Mesa”, tomou corpo em

2010 quando Sheila Mann apresentou, pela primeira vez, uma performance na Pinacoteca do Estado, a convite do então diretor Marcelo Araújo.

“Apresentei um discurso pacifi sta ba-seado na frase ‘nossas diferenças não podem superar nossas semelhanças’, de Martin Luther King, e servi um prato da culinária árabe para trezentas pesso-as”, conta Sheila. Tudo começou quan-do ela ouviu o rabino Henry Sobel dizer que “israelenses e palestinos são os dois lados de uma mesma moeda”, e decidiu unir a arte e a culinária, valorizando a origem árabe e judaica.

O projeto se desenvolve nas perfor-mances que Sheila realiza em museus, instituições culturais, aulas de culinária e jantares em casa, como recentemen-te, quando convidou o embaixador do Brasil para a Palestina e personalidades das comunidades árabe, muçulmana e

Paz à mesa da boa vontadeUNIR A ARTE CULINÁRIA E PROMOVER A PAZ AO REDOR DE UMA MESA É PARTE DO PROJETO DA ARTISTA PLÁSTICA

SHEILA MANN, TAL COMO EXPLICOU EM AULA NO ESPAÇO GOURMET

judaica para confraternizarem ao redor da mesa, apreciando os pratos que pre-parou.

“Nesse ambiente, as pessoas dialogam e superam diferenças, reconhecendo no outro um ser humano parecido com ele mesmo, que precisa coexistir para so-breviver”, explica.

Comida e pazSheila nasceu em Beirute, e desde crian-ça se interessava em acompanhar a mãe na cozinha. Aos 13 anos, a família imi-grou para Israel. Sheila estudou, serviu nas Forças de Defesa, casou-se, veio mo-rar no Brasil, e começou a se dedicar à culinária. Com os anos, percebeu que as receitas dela resgatavam sensações e emoções ligadas às tradições sefaraditas e árabes, fazendo “as pessoas sentirem alegria e saudade das raízes”.

Atualmente, dá aula de culinária liba-nesa na Doural Presentes, nos Jardins. “O espaço está lotado e pretendo am-

pliar para outros dias e horários, pois es-sas aulas fazem parte do meu projeto da ideia da convivência pacífi ca através da culinária.”

O jantar no Espaço Gourmet teve no cardápio pratos da comida libanesa à moda judaica, seguindo os preceitos da Torá. O prato principal foi mogra-biyé com frango. “A palavra ‘Magreb’, em árabe, signifi ca Marrocos. Com cer-teza, o prato veio dessa região. É um couscous em que a sêmola foi substituí-da pelo macarrão chumbinho (bolinhas de massa misturadas com grão-de-bi-co), e pedaços de frango, pignoli e cebo-las fritas. Fiz também a salada fatouche e o tradicional húmus no autêntico es-tilo libanês, encerrando com o mhalla-biyé (mingau de maizena e creme de leite com calda de açúcar e pistaches moídos) para a sobremesa. Gostei do ambiente, da energia das pessoas, inte-ressadas em ouvir as histórias da minha infância relacionadas com as receitas e o projeto Peace on the Table, que pude expor a todas.”

Em sua proposta de unir o gosto pelo alimento e sua preparação com a paz en-tre os homens, Sheila pretende seguir propagando essas ideias, sugerindo que as pessoas entendam o semelhante, que compartilhem uma refeição e se elevem acima das diferenças.

“Cada um a seu modo deve procurar propagar suas ideias, seja através do es-porte, da literatura, da culinária, dando um passo em direção ao outro, não se fechar nas suas certezas, ao contrário, abrir-se para ouvir o outro. Espero ser chamada para mais eventos onde possa divulgar minhas ideias.”

Para conhecer o Peace on The Table ou contatar Sheila, acesse o site www.pea-ceinthetable.org ou envie e-mail, [email protected]. (T. P. T.)SHEILA MANN ACREDITA QUE O CAMINHO PARA ENTENDIMENTO ENTRE OS POVOS PASSA PELA BOA MESA

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Page 11: Revista Hebraica - maio 2013

cultural + social > galeria de arteHEBRAICA | MAI | 2013

20

Direto da rua para a HebraicaO ARTISTA GRÁFICO MOZART

FERNANDES COMEÇOU PINTANDO MULHERES, ALGUMAS

COM OS ROSTOS SANGRANDO, EXPOSTAS NA RUA AUGUSTA,

EM PINHEIROS E JARDIM PAULISTA

E las fazem parte da série “Foda-me com Amor”, têm cores diversas e

mostram como o artista transita da gale-ria para a rua com a mesma inspiração. Algumas dessas telas estão na Galeria de Arte, entre as sessenta obras prepara-das, durante trinta meses para esta mos-tra que ele denominou “Não Linear”.

Ao longo da carreira, Fernandes criou capas e pôsteres de discos mas hoje pin-ta usando várias texturas, a maioria das vezes com tinta acrílica tradicional, ou-tras spray, nanquim e carvão, além do pastel. Esculpe e cria intervenções inu-sitadas.

“A Hebraica criou um local interes-sante de arte e esta exposição é sobre meu universo. O curador Tomaz Bor-

O CURADOR TOMAZ BORGER E O ARTISTA PLÁSTICO MOZART FERNANDES

ger convidou, aí surgiu esse lugar onde consegui me expressar bem, criar al-guns ambientes. A Hebraica me deu cartão verde porque a cultura judaica sempre foi de muita atenção e respeito às artes. Estou honrado e satisfeito com o convite para desenrolar a ‘Não Line-ar’ num espaço gerido por pessoas ver-sadas na área.”

Para mostrar a reação das pessoas à sua obra na rua, Fernandes conta: “Uma vez, uma senhora de pouco mais de 80, judia, sobrevivente do Holocausto, que se refugiou no Brasil, disse que adorava meu trabalho. Pessoas mais velhas não vêm o título do projeto como palavrão. Sinto mais preconceito de gente nova, talvez por falta de vivência”. (T. P. T.)

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Page 12: Revista Hebraica - maio 2013

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cultural + social > recreativoHEBRAICA | MAI | 2013

22

N o Recreativo, homens e mulheres se divertem durante a tarde, to-

mam um café entre uma partida e outra. Pelé e Pelezinho passam entre as me-sas: “Um café, sr. Abram”, “um chocola-te, sra. Rivka?” Eles conhecem cada um pelo nome.

Se contar pela idade, o número vai longe. Alguns frequentadores assíduos têm entre 75 e 95 anos. Porém, há um centenário. O nome dele é Abram Frei-feld, nascido na Polônia, em 30 de outu-bro de 1912. Sentado junto à mesa, ele toma um copo de café com leite e sor-ri quando a repórter chega e diz que vai entrevistá-lo.

“Me? Why?”, pergunta em inglês. O papo começa, vai para o ídiche e as lem-branças como que chegam num tom bai-xo, quase de sussurro. “Aos 22 anos me tornei militar, vivi entre os russos e os ale-mães. Alguns judeus chegaram a ser co-mandantes das tropas alemãs. Vivi oito anos no meio da luta durante a guerra, fui partisan, gorila, você sabe o que é isso, num grupo de cem judeus. Stalin mandou providenciar comida, roupa e granadas. Em 1945, eu estava em Berlim e fui sozi-nho para a América. Depois, trouxe mi-nha mulher e meu fi lho de um ano.”

Ele para, olha em volta, ainda não en-tendendo bem o porquê das perguntas, mas resolve continuar: “Lá foi muito bom

Personagens e histórias do carteado

NÃO IMPORTA GANHAR OU PERDER. ENTRE UMA RODADA DE TRANCA E OUTRA DE BURACO, UM COMENTÁRIO, UMA HISTÓRIA

para mim, trabalhei com importação e, depois, viajei para o Brasil”.

Abram vive em São Paulo há quinze anos com a mulher e uma fi lha, professo-ra de inglês, o fi lho faleceu. Continuou a atuar no ramo da importação e exporta-ção de açúcar e café. Fala inglês e alemão com a mulher; inglês e ídiche com a fi lha.

“Tive trabalho pesado, mas era um trabalho bom”, ele diz. No escritório, usava o inglês no dia a dia, razão de não falar o português. “Não precisava”, ele diz como se contasse uma travessu-ra, antes de tirar a caixinha do bolso da camisa, onde guarda as pílulas sublin-guais, e outra do bolso da calça. “Esta tem duas pílulas. Tomo uma pela manhã e outra a noite. Mas se precisar durante o dia tomo mais uma. É para o açúcar”.

E Abram continua: “Tenho muitos amigos, vou ao Beit Chabad do Paca-embu. Hannah é a minha rebetzin”. Hannah é a mulher do rabino Zalman Slonim e Abram sabe o nome dos fi lhos do casal e fala deles com carinho, como um vovô. “Sou ativo lá. Gosto deles e eles de mim”, afi rma contente. “Todo Iom Kipur, na hora do tekane tokef, falo com Ele: ‘Me dá mais um ano para vi-ver’ e Ele me atende.”

Pega o estojo dos óculos que está em cima da mesa e conta, baixinho: “Mi-nha vista já não é tão boa. Às vezes,

ABRAM FREIFELD, SENTADO, ELIEZER BAR NISSIM, EM PÉ, SÃO ALGUNS DOS

MAIS ASSÍDUOS NO RECREATIVO

preciso usar óculos”.O movimento em torno de Abram é

constante. É um que vem, dá uma bati-da nas costas e diz que ele é muito espe-cial. Eliezer Bar Nissim é um deles. Nas-ceu em Israel, passou pela Colômbia, chegou ao Brasil em 1958 e vai comple-tar 90 anos. “Tinha irmãos na Colômbia, mas não gostei. Depois de dois anos, vim para cá e comecei tudo de novo.” Até hoje, após quase cinquenta anos no ramo, tem um dos endereços mais co-nhecidos de compra, lavagem e manu-tenção de tapetes persas.

Dodi Harari passa e cumprimen-ta Abram com um salam alechem. Este responde salam alechem e diz para a re-pórter: “Ele é sírio”. Harari tem 80 anos. Filho de diretor de uma escola na Síria, é professor de francês e árabe, fala bem o português.

Mauro Mandel é quem comanda o vai-vém do Recreativo, cuidado pela direto-ra Lili Simhon. Pelé, ou melhor, Ciríaco Moreira de Freitas, oferece um café. Ele está há 47 anos no clube. Pelezinho (Ag-nelo Silva de Jesus) entrou em 1977 para trabalhar no clube no então Jotas Ham-burguer e, um ano depois, já estava em seu novo posto. Selia Ferreira tem pouco tempo no salão e completa o trio. Estão orgulhosos do primeiro dia com o novo uniforme. (T. P. T.)

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Page 13: Revista Hebraica - maio 2013

cultural + social > feliz idadeHEBRAICA | MAI | 2013

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E ntre as várias atrações comemora-tivas aos trinta anos do grupo Feliz

Idade, virá a Banda Sinfônica do Corpo de Fuzileiros Navais do Brasil, que tocou para os israelenses, em 2008, nas come-morações do 60º Iom Haatzmaut e, neste espetáculo em maio, os músicos homena-gearão também os sessenta anos da He-braica. Foram enviados convites aos diri-gentes dos grupos da terceira idade da co-

Fuzileiros navais invadem a HebraicaA FELIZ IDADE COMEMORA TRINTA ANOS COM UM SHOW DA BANDA DOS

FUZILEIROS NAVAIS DIA 25 DE MAIO, ÀS 14H30, NO TEATRO ARTHUR RUBINSTEIN, E CONVIDA OS SÓCIOS PARA A APRESENTAÇÃO

munidade para participar desse evento.O conjunto musical da marinha do

Brasil nasceu por meio do “Aviso no. 22 de 24 de janeiro de 1872” do imperador D. Pedro II, que deu origem à Banda Mu-sical do Corpo de Imperiais Marinhei-ros e, em 1965, seu nome passou para Banda de Concerto do Corpo de Fuzilei-ros Navais. A denominação atual é de 1974, num concerto sinfônico no Thea-

tro Municipal do Rio de Janeiro, quando esta banda comemorava 166 anos, perí-odo durante o qual apresentou-se para a rainha Elisabeth II, no Palácio de Bu-ckingham, na Itália, Paraguai e Argenti-na, e vários estados brasileiros, com um repertório do erudito ao popular, passan-do por diferentes gêneros musicais, daí o êxito e o grande público. São noventa músicos, entre eles os gaiteiros, ofi ciais regentes, subofi ciais e sargentos de am-bos os sexos.

Terceira Idade no clubeA Feliz Idade nasceu com o nome de Clu-be da Idade de Ouro, por iniciativa do então presidente Marcos Arbaitman ao retornar de uma visita ao Centro Des-portivo Israelita do México, onde conhe-ceu experiência semelhante. Hoje di-rigido por Anita Nisenbaum, o grupo já teve entre seus dirigentes Aron Plapler, David Saginur, José Singer e Jacob Prist, Eva Rosenthal, os coordenadores Sandra Rosenberg, Joseph Heizenstein, Eve M. Pekelman e Rachel Mizrahi. (T. P. T.)

A BANDA SINFÔNICA DO CORPO DE FUZILEIROS NAVAIS DO BRASIL HOMENAGEARÁ O GRUPO DA FELIZ IDADE, EM MAIO

Feliz Idade.indd 24 22/4/2013 18:28:08 Alef.indd 4 24/9/2012 16:03:52

Page 14: Revista Hebraica - maio 2013

HEBRAICA | MAI | 2013

26

coluna comunidade

por Tania Plapler Tarandach | [email protected]

CA Federação Israelita do Estado de

São Paulo (Fisesp), o Conselho Ju-venil Sionista e a Hebraica, mais o Con-sulado Geral de Israel em São Paulo e a Sherit Hapleitá realizaram no Teatro Ar-thur Rubinstein o ato principal de Iom Hashoá em São Paulo, recordando os seis milhões de judeus mortos durante a Segunda Guerra. Na Hebraica e no ce-mitério israelita o tema foi “Resistência”, relembrando Shmuel Stern, Mordechai Anielewicz e os diplomatas Aristides de Sousa Mendes e Raoul Wallenberg.

Participaram os cônsules Paulo Lopes Lourenço, de Portugal, e Ilan Sztulman, de Israel, os presidentes Mário Fleck, da Fisesp, e Abramo Douek, da Hebraica, e sobreviventes, entre eles Rita Braun, Mi-riam e Ben Abraham. Depois de acesas as seis velas apresentou-se a Orquestra de Cordas Laetare regida por Muriel Wal-dman. O chazan Avi Bursztein entoou o El Male Rahamim e o Kadish. O cônsul Lopes Lourenço agradeceu a homena-gem ao embaixador Sousa Mendes que salvou mais de dez mil judeus e cujo bus-to está na Biblioteca da Hebraica.

No cemitério, alunos da Escola Muni-cipal Professora Ileusa Caetano da Silva, que trabalham em classe temas de Ho-locausto, Diversidade e Respeito às Reli-giões, e mais cerca de trezentos colegas das escolas judaicas Alef, Beit Yaacov, Ia-vne, Peretz, Renascença e Yeshivá de Co-tia participaram do Iom Hashoá junto ao monumento aos mortos no Holocausto.

Foram homenageados a Dinamarca, úni-co país “Justo entre as Nações”, os cida-dãos poloneses cristãos Wiktoria e Jozef Ulma que abrigaram judeus, o embaixa-dor Chiune Sugihara, que concedeu vis-tos a seis mil judeus da Polônia e da Lituâ-nia para o Japão, e a organização polone-sa clandestina de resistência Zegota. O ato foi iniciativa da Fisesp com apoio da She-rit Hapleitá do Brasil.

Em Brasília, o senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) sugeriu que o Senado homena-geasse as vítimas do Holocausto e os se-tenta anos da insurreição dos judeus no Gueto de Varsóvia. Por isso, foi realizada no Salão Negro do Congresso Nacional a exposição “Tão Somente Crianças: Infân-cias Roubadas no Holocausto”, organiza-da pelo Museu do Holocausto de Curiti-ba. A mostra lembra o milhão e meio de crianças assassinadas e inspirou-se no Memorial das Crianças de Yad Vashem, em Jerusalém.

O presidente da Associação Casa da Cultura Beit Yaacov e idealizador do Mu-seu de Curitiba e da exposição em Brasí-lia, Miguel Krigsner disse que “a violên-cia contra as crianças ao redor do mundo não pode mais ser admitida e a propos-ta desta exposição é promover a refl e-xão do que pode ser realizado para fa-zer a diferença e para evitar que genocí-dios como o Holocausto voltem a aconte-cer. Destacando as crianças, discutimos que tipo de sociedade estamos dispostos a lhes proporcionar”.

Iom Hashoá em três momentos

Seder multirreligiosoJá é tradicional o Seder de Pessach no Centro da Cultura Judaica com repre-sentantes de diversas religiões e cultu-ras. Este ano, também se homenageou o embaixador português Aristides de Sousa Mendes, um dos nomes perpe-tuados na galeria dos justos no Yad Vashem, em Israel. Representando o cônsul de Portugal, Carlo Moura rece-beu o Prêmio Lutadores pela Liberda-de 2013.

Palestra na escola italianaRuth Sprung Tarasantchi, Sarita Muci-nic Saruê e Anna Rosa Bigazzi falaram aos alunos da Escola Eugenio Montale, como parte do currículo anual dos colé-gios italianos que inclui a temática do Holocausto. Sarita falou de Janusz Kor-czak, Anna Rosa apresentou o fato his-tórico e Ruth relatou a infância durante a guerra na Itália.

Foto Flavio Mello dos Santos

JOVENS E ORQUESTRA DE CORDAS LAETARE NO PALCO DO TEATRO ARTHUR RUBINSTEIN

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Já expostas no

MoMA, Nova York, e

na Tate, Londres, as

dezesseis aquarelas

de Mira Schendel,

que compõem a

“Homenagem a Deus

– Pai do Ocidente”,

datadas de 1975,

foram exibidas du-

rante a SP – Arte por

Paulo Kuczynski.

“Somos tão Jovens”

mostra o jovem

Renato Russo, que

sonha ser astro do

rock. Este é o tema

do roteiro de Marcos

Bernstein para o

fi lme dirigido por

Antônio Carlos da

Fontoura, exibido

nos cinemas

paulistanos.

Entre 150 dos

mais reconhecidos

ceramistas con-

temporâneos do

mundo presentes

na exposição dos

artistas da Academia

Internacional de

Cerâmica em Santa

Fé, EUA, a revista

China Ceramic Artist

escolheu a obra de

Norma Grinberg

para capa da edição

especial do evento.

HEBRAICA | MAI | 2013

27

Nasceu Naomi,

irmãzinha de Tamar,

meninas que fazem

a alegria de Juliana

e do rabino Michel

Schlesinger.

Interpretando uma

corretora, Ilana

Kaplan fez o público

rir na encenação de

O Terraço, de Jean-

Claude Carrière, no

Teatro Nair Bello.

Com ilustrações de

Orlando Pedroso,

Alina Perlman

escreveu E Se...,

editado pela Planeta

Infantil.

Renée Behar con-

vidou Rafael Lupo

Medina, gemólogo

da Cartier, para

palestra no espaço

dela na rua Estados

Unidos.

Diretor fi nanceiro do

Burger King, Daniel

Schwartz foi convi-

dado para comandar

a rede de lanchone-

tes no Brasil.

Hoje com 84 anos, a

artista plástica Helga

Weiss vive em Praga

com suas lembran-

ças dos dias passa-

dos em Auschwitz

e Terezin. Nesse

campo, escrevia e

ilustrava o dia a dia

no Diário de Helga.

O livro foi traduzido

por George Schle-

singer e editado pela

Intrínseca.

Reginaldo Back é

diretor da Tlantic Po-

werSheets, empresa

do setor de seguran-

ça na utilização de

planilhas de cálculo

eletrônicas.

Karin Feller levou as

criações da coleção

verão 2014 para a

quinta edição do

Brasil Fashion Cruise,

a bordo do Splendour

of the Seas.

CEO da Lemon Lime,

Alexandre Czitrom

aguça a gulodice dos

brasileiros importan-

do os tubinhos Capri-

ce, delícia fabricada

pela Papadopoulos,

tradição de mais de

noventa anos, líder

na Europa e Oriente

Médio.

O recém-nascido

Alexandre Albert

Casinari une Brasil

e Mônaco. O bebê

“Sacha” é bisneto de

Grace Kelly e prínci-

pe Rainier III, Olga

(Aronis) e Max Re-

chulski. A princesa

Caroline de Mônaco,

Vera Rechulski e

Julio Mario Santo Do-

mingo são os avós;

Tatiana Rechulski

Santo Domingo e

Andrea Casinari são

os papais.

Na Sinagoga do clu-

be, Fábio Unikovski

Schames foi chama-

do para a primeira

leitura da Torá.

Em Milão, Ales-

sandra Friedman

e Esther Schattan

fi zeram o Tour D&D

2013. Incluindo

roteiro pelo elegante

Circuito Lambrate

e visita ao designer

Robert Bronwasser.

O gostinho do

fi go turco foi só o

início do Projeto Abu

Dhabi, um passeio

do fotógrafo Rubens

Guelman em

23 imagens.

Receita portuguesa

secreta, o Melhor

Bolo de Chocolate

do Mundo,

na Oscar Freire,

teve seu certifi cado

kasher renovado

para 2013

pela BDK.

Com o Prêmio

Clarival do Prado

Valladares como

referência, Daniel

Strum autografou

O Comércio do

Açúcar, na Livraria

Espaço Revista Cult,

na Vila Madalena.

Com a experiência

de mais de duas

décadas na área

administrativa

fi nanceira e

professor na FGV,

Roberto Blatt falou

sobre “Negócio da

China. A Cultura de

Negócios na China”,

na unidade Berrini

do Wall Street

Institute.

COLUNA 1 A Brasiliana está aberta a pesquisadoresA Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin, da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária da USP, funcio-na em um prédio especialmente cons-truído no campus. A Biblioteca foi cria-da em janeiro de 2005 para abrigar os 32.000 títulos que o bibliófi lo jun-tou em mais de oitenta anos e conser-vados pela mulher, Guita. O advogado e empresário José Ephim Mindlin nas-ceu em 1914 e passou a vida lutando pela democracia e adquirindo livros e edições raras sobre a cultura brasilei-ra. Em 2006 foi eleito para a Academia Brasileira de Letras.

Ciam, Acredite, Neschling e CohenA Orquestra Sinfônica Municipal, re-gida pelo maestro John Neschling, e o pianista Arnaldo Cohen interpretaram Rachmaninoff em noite de benemerên-cia. A presidente Honorária do Ciam Ana Schvartzman e a vice-presiden-te da Acredite Ana Feffer estavam feli-zes com o resultado do espetáculo cuja renda reverteu em benefício das duas instituições.

Pioneiras realizam Dia da AlegriaAs chaverot do Projeto Criança/Ações Comunitárias da Na’amat Pioneiras São Paulo alegraram as mais de oiten-ta crianças da Creche Nossa Senhora Mãe da Igreja no Dia da Alegria, coor-denado por Leonor Szymonovicz, com show de mágica, bolo, refrigerante e muitas surpresas.

Foto

Ros

ana

Nag

gar

SALOMÃO E ANNA SCHVARTZMAN, FERNANDO LOTTENBERG E NANCY STAROBINAS

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Page 15: Revista Hebraica - maio 2013

cultural + social > comunidade+coluna1 HEBRAICA | MAI | 2013

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“É com orgulho que a Jewish IN ini-cia o IN Politics, outro projeto

dos três pilares de atuação: cultural, so-cial e de networking”, declarou o vice-presidente da Jewish IN Sasson Saad, no primeiro encontro do grupo, na casa de Marli e Marcelo Gutglas. O jornalista Reinaldo Galhardo, autor de Fundamen-talismo Islâmico e os seus Efeitos Glo-bais. O Brasil na Rota do Terror? e o as-sessor executivo de segurança da Fisesp Fernando Fainzilber falaram para quase

quarenta pessoas entre 25 e 45 anos. O tema do encontro foi “Brasil, Extremis-mo Islâmico e o Discurso da Incerteza” e do qual participou o vice-cônsul dos Es-tados Unidos Jason Azevedo.

IN politics, braço do Jewish IN

Foto Lilian Knobel

REINALDO GALHARDO, SASSON SAAD E FERNANDO FAINZILBER

Leite e mel em ladino U ma sala do Beith Chinuch é

ocupada por senhoras de fa-mílias turcas, gregas, iugoslavas e de outras origens de fala ladina uma vez por mês, sempre às terças-feiras. É o grupo Kaminos de Leche i Miel, cuja agenda mensal prevê a leitura de kuentos (contos), artigos literários e comentários, biografi as de personalidades sefa-raditas, dichos (provérbios) da sabedoria popular, música e poesia, curiosidades e re-ceitas. Às vezes, participa um palestrante e sempre é servido um lanche típico. “São tardes gratifi cantes pela transmissão e permuta de conhecimento sobre um grupo ju-daico que teimosamente preserva seus costumes, sua língua, suas raízes e seus valo-res”, diz Clara Kochen, coordenadora do grupo.

Cnbb reafi rma amizadeO presidente da Confederação Nacio-nal dos Bispos do Brasil (Cnbb) e ar-cebispo de Aparecida Dom Raymun-do Damasceno de Assis visitou o ra-bino Michel Schlesinger, na CIP, que representa a Conib no diálogo inter-religioso. Dom Damasceno disse es-tar empenhado em reafi rmar o diálo-go e reforçar a aproximação dos dois credos.

Parceria Weizmann-EinsteinO professor do Departamento de Imunologia do Instituto Weizmann de Ciências Yair Reisner firmou par-ceria com o Hospital Israelita Albert Einstein. E na residência do presi-dente dos Amigos do Instituto Weiz-mann do Brasil, Mário Fleck, o cien-tista israelense relatou os avanços do seu estudo para evitar a rejeição nos transplantes de medula. O méto-do separa os diferentes tipos de célu-las da medula óssea antes do trans-plante em crianças com deficiências imunológicas. Segundo Reisner, ao se injetar células-tronco na medula é possível modificar a identidade do sistema imunológico.

Retiro Anual JudaicoO Jewish Learning Institute progra-mou o VIII Retiro Anual Judaico para o período de 6 a 11 de agosto, no Hil-ton de Alexandria, na Virginia, dis-tante quinze minutos de Washing-ton DC. Serão cinco dias explorando novas ideias, relaxando, refletindo e renovando o espírito para uma vida judaica significativa. Com a opção de dois dias em Nova York, conhe-cendo o lado judaico da cidade. O convite é do rabino Avraham Stein-metz. Informações, com Sarah, fone 3087-0319 ou pelo site jretreat.com.

S imultaneamente à restauração do

prédio do antigo Templo Beth-El e a construção da nova ala, o Museu Ju-daico de São Paulo adotou o in arte Pre-mium como sistema de catalogação do acervo, atualmente em um endereço fora da obra. Ali estão guardados uten-sílios domésticos, objetos de decora-ção, artigos religiosos, raridades, que contam a história dos judeus desde a chegada ao Brasil. Os interessados em doar peças para o Museu façam-no pelo e-mail [email protected].

Museu Judaico adota in arte Premium

Aumentar duas linhas

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HEBRAICA | MAI | 2013

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Ruben Feffer, o

Binho, recebeu o

prêmio de melhor

trilha no Los Angeles

Brazilian Film

Festival de 2012

pela composição e

produção da trilha

sonora do longa

Angie, em cartaz no

circuito nacional. O

fi lme abriu o Festival

e a première foi no

Academia Lynwood

Dunn Theatre, em

Hollywood.

Chaim Eliav viveu

no Brasil e, agora,

mora em Israel. Seu

livro, baseado em

fatos históricos, rece-

beu o título de Entre

as Teias de Aranha

na tradução para o

português, editado

pela Maayanot.

A Associação

Brasileira de

Estilistas levou a

moda brasileira para

o evento Le Brésil

Rive Gauche, aberto

em Paris até junho.

UMA e Osklen estão

entre as marcas

escolhidas que terão,

no mesmo período,

modelos à venda na

sofi sticada loja Le

Bon Marché.

COLUNA 1Rabino Alpern é homenageado

D urante o VIII Seminário de Capacitação de Diri-

gentes Profi ssionais e Voluntá-rios da Terceira Idade, realizado pela Área de Apoio à Terceira Idade (Atid) da Fisesp, o rabino Shabsi Alpern, do Beit Chabad Central, foi homenageado pelo Projeto Felicidade, iniciado em 2001, cuja proposta é propor-cionar lazer a crianças e jovens pobres com câncer. O seminá-rio foi na Câmara Municipal de São Paulo por iniciativa do vereador Gilberto Natalini e o tema foi “Quem cuida dos idosos de hoje e quem cuidará de nós amanhã”.

Kasher Gastronomia/Espaço Trivento O Restaurante Kasher está há 38 anos no clube sob a coordenação de Rebe-ca Zakon e Miriam Lobel e a supervisão do rabino Eliahu B. Valt. Foi reformado e pode atender até 350 pessoas no dia a dia ou em festas. Agora, tem também o Kasher Gastronomia para atender even-tos em parceria externa com o Espaço Trivento. Miriam afi rma que a parceria se “destaca pelo atendimento e a fl exibi-lidade de personalizar cada evento, seja ele social ou corporativo”.

A Orquestra Jovem de Violões do Lar das Crianças da CIP, sob a regên-

cia do maestro Cláudio Weizmann, e a cantora Negra Li tomaram conta do pal-co do Teatro Cultura Artística Itaim com o show “Brasil”. Um panorama da músi-ca nacional de compositores como Chico Buarque, Lamartine Babo, Pixinguinha, Villa-Lobos, Luiz Gonzaga e outros.

“Um exemplo vale mais do que mil pa-lavras, e hoje vocês estão vendo o resul-tado de um ano de trabalho. A escolha te-

mática musical resultou de pesquisa cul-tural, com ofi cinas, exposições e ativida-des pedagógicas. Negra Li participou do Projeto pela versatilidade de repertório e por ser muito aberta a novas parcerias”, disse o maestro Cláudio Weizmann.

A renda da noite reverteu para as qua-trocentas crianças e jovens atendidos pelo Lar em suas necessidades físicas e psicológicas, e ajuda à profi ssionaliza-ção. A Orquestra tem o apoio do Fumcad e da Fundação Crespi Prado.

Violões e Negra Li afi nadosFoto Luciana Gama/Shlomit Or Photos e Miguel Jerônimo

AGENDA• 7/5 – Chá Benefi cente em prol do grupo Chaverim no Terraço Itália. Informações, fone 3818-8876

• 23/5 – Jantar dos Cozinheiros. Realização: Na’amat Pioneiras SP e Confederação Brasileira

Macabi. No Salão Marc Chagall da Hebraica. Fone 3667-5247

• 2 e 3/6 – Tradicional Bazar da WIZO. No Clube Piratininga. Informações, fone 3257-0100

• 26 a 30/6 – Desta vez a B’nai B’rith vai levar os viajantes a Águas de São Pedro. Informações

com Henrique, Roberta ou Cris, fone 3082-5844

NEGRA LI CANTOU COM A ORQUESTRA DE VIOLÕES

FLORIANO PESARO, RABINO ALPERN, RICARDO BERKIENSZTAT, GILBERTO NATALINI E ALEXIS POMERANTZEFF

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1. e 6. Ana Feffer (Acredite) e Anna Schvartzman (Ciam); em família, Anna Schvartzman, as netas e Benny Lafer; 2. Festejando Israel: Genha Migdal; 3. O palestrante Ariel Palacios, o anfi trião Eduardo Wurzman, Cláudio Bobrow e Jack Terpins; 4. Pessach vivenciado pelo Chaverim, no Espaço Adolpho Bloch; 5. Meiri Levin recebeu o artista Mozart Fernandes na Galeria; 7. Anna Recchia, Gaby Milevsky, Abramo e Berta Douek, Lili Si-mhon no Espaço Gourmet com a artista plástica e chef Sheila Mann; 8. Corais deram um show no Hebraica Meio-Dia

1. 3.

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cultural + social > fotos e fatos

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1. Uma tarde com Carina Edenburg no grupo da Feliz Idade; 2. Alunos do I. L. Peretz relembram Iom Hashoá; 3 e 4. Pelé e Pelezinho garbosos em novo uniforme no Recreativo; 5. Grupo Sílvia Hodara, da Wizo, fez tour por Curitiba; 6 e 7. “Tão somente Crianças: Infâncias Roubadas no Ho-locausto” em exposição no Senado Federal, em Brasília; 8. No domingo, ritmos ciganos ao som do violino de Florian Cristea; 9. Vice-presidente Social e Cultural Sidney Schapiro e o cantor Gilbert; 10. Rita Braun falou sobre a Shoá para uma plateia atenta na Wizo

1.

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2. 3.

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8.

9.

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Iom Haatzmaut comemorado pelas entidades femininas e a Hebraica marcou os 65 anos do Es-tado de Israel. 1. Organizadores reúnem-se depois do evento; 2. Cônsul Ilan Sztulman, Alberto Milkewitz, Mário Fleck, Abramo Douek; 3. A parte artística fi cou por conta de Cláudio Goldman; 4. Marcelo Szlochevsky, Abramo Douek, Sara Wulkan, Anita Nisenbaum, Gaby Milevsky e Nava Politi; 5. Abraham Goldstein; 6. e 7. Rabino Michel Schlesinger e cônsul Sztulman; Público femi-nino em sua maioria

1.

3. 4.

2.

5.

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32cultural + social > fotos e fatos

1. Em Iom Hazikaron, o calor da chama para lembrar os 25.578 civis e militares caídos em defesa de Israel em 65 anos; 2. Chazan David Kullock rezou o Kadish; 3, 4 e 7. Pronunciamentos de Gaby Mile-vsky, cônsul Sztulman e presidente Dou-ek; 5. Momento de descer as bandeiras; 6. O ato aconteceu sob a bandeira de Israel; 8. A voz melodiosa de Margot Kullock; 9. Jovens perfi lados ao som da Hatikvá; 10. O apagar das tochas encerrou o ato de re-cordação

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34cultural + social > fotos e fatos

1, 2 e 7. Famílias seguiram a Hagadá durante o Seder de Pessach no clube; 3, 4,5, 6, 8 e 9. Luciana Mautner e Negra Li; Shirley (Jungman) e Renato Sacerdote; Re-becca Hirschfeld, Arthur Danila e Liane Gotlib Zaidler; Marlene Daniel, Dora Lúcia Brenner, Ira Grinberg e Eve Pekelman; Sérgio Kulikovsky, Luciana Mautner, Mar-cos Lederman e Guita Feldmann; Ione e Alberto, Zélia e Luiz Fernando Sereno em noite especial da Orquestra de Violões do Lar das Crianças da CIP e Negra Li

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38juventude > teatro

A procura pelos ingressos do musi-cal O Rei Leão, em cartaz no Te-

atro Renault, têm justifi cado a realiza-ção de sete sessões e exige um grande esforço do elenco. Os sócios que con-seguiram assistir às primeiras apresen-tações certamente identifi caram um

Amigos com talento e sucesso

ATORES E DIRETORES QUE ATUAM NO CLUBE ESTÃO EM CARTAZ NOS PALCOS E NA TV: MARCELO KLABIN, DANIEL GLEZER, HEITOR

GOLDFLUS, HENRIQUE SCHAFER E OUTROS ESTÃO PRESENTES EM PRODUÇÕES TEATRAIS E DE TELEVISÃO

nome conhecido entre os atores lista-dos no programa. Há anos, Marcelo Kla-bin aparece nas peças do Departamen-to de Teatro. Primeiro foi ator, depois dirigiu várias peças. Agora, interpre-ta o personagem Pumba no Teatro Re-nault e, na Hebraica, dirige uma ofi cina

a respeito da obra de Nelson Rodrigues da qual participam sócios adultos origi-nários do grupo Gesto e de outros núcle-os do clube.

O envolvimento de Klabin com O Rei Leão está, de certa forma, ligado à his-tória do ator na Hebraica. “O ex-coor-denador do Centro de Danças da Ju-ventude Alain Sinai trabalha há algum tempo na empresa T4F, responsável pela vinda do musical O Rei Leão ao Brasil e como havia necessidade de um ator para fazer a réplica, isto é, contra-cenar com os candidatos ao elenco len-do as falas dos outros personagens, ele indicou meu nome. Fui chamado para essa função. Durante os testes, o di-retor perguntou se eu não gostaria de fazer um teste como ator, mas recu-sei, dizendo que, atualmente, trabalho

MARCELO KLABIN E DANIEL GLEZER INICIARAM A CARREIRA TEATRAL NA HEBRAICA E HOJE COLHEM OS FRUTOS DO ESFORÇO

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como diretor, etc. Ele aceitou e conti-nuei como réplica. Uma semana de-pois, ele renovou o convite. Disse que, às vezes, sua atenção se voltava mais para as minhas réplicas, do que para as falas dos candidatos. Afirmou que eu deveria fazer o teste, e depois de dois convites, aceitei o desafio. Enfren-tei a bateria de testes completa, sem deixar a função de réplica para outros atores. Fiz teste de interpretação, dan-ça, canto e manipulação de bonecos, pois meu personagem exige o uso des-ta técnica, e fui aprovado”, conta Kla-bin, cuja carreira é bastante diversifi-cada, mas ainda não incluía um musi-cal como esse.

“Ainda estou descobrindo a magia de atuar para grandes plateias. A energia que existe no aplauso fi nal de 1.500 pes-

soas é revigorante. A cada salva de pal-mas, sinto-me recompensado por uma trajetória que começou no teatro amador da Hebraica, seguiu no curso de direito, na formação pela EAD/ECA/USP e de-pois na retomada do teatro profi ssional. Sempre me questionei se era o caminho certo. De repente, quando faço um traba-lho como esse, de grande repercussão, sinto que é o caminho certo”, afi rma ele.

Daniel Glezer e Heitor Goldfl us são profi ssionais que iniciaram as carrei-ras ensaiando em uma sala fria no pri-meiro andar do Ginásio dos Macabeus e se apresentando nos palcos dos teatros Anne Frank e Arthur Rubinstein. “Se não fosse pelo teatro da Hebraica, hoje eu seria um advogado, frustrado, infe-liz e estressado”, conta Glezer durante a gravação de A Teia, minissérie na Rede Globo e estreia prevista para o segundo semestre.

O trajeto de Glezer passou pelo pe-ríodo de chanich, madrich e coorde-nador do Centro Juvenil Hebraikeinu. Paralelamente, integrou vários grupos de teatro na Hebraica. “Lembro-me da qualidade técnica que os profissionais do Departamento de Teatro me propor-cionaram, nos ensaios, jogos e exer-cícios cênicos e do esforço pessoal de cada um deles (Henrique, Marcelo e Heitor), reconhecendo em mim uma vocação em potencial. Eles foram cate-góricos no incentivo a que eu estudas-se teatro. Formei-me na Escola de Arte Dramática da USP, em 2009, e desde então estou no mercado profissional.”

Da agenda profi ssional do ator cons-tam ainda os ensaios para o espetáculo Edgar, com referências aos textos de Sa-muel Beckett e Antonin Artaud, as inter-venções urbanas que faz na pele do per-sonagem Seu Molina e também um tra-balho com grupo Chaverim.

Escola de atoresEx-monitor e diretor de Glezer, Hei-tor Goldfl us está no elenco de A Teia, e como ator ensaia Ricardo III (de Wi-liam Shakespeare), que deve estrear em agosto. Também dirige uma ofi cina para o grupo Questão, que faz parte do

organograma do Departamento de Tea-tro. Nos ensaios do Questão, enquanto desperta a admiração dos adolescentes pela tragédia grega, Heitor os estimula a relacionar as cenas e personagens ao cotidiano. Ao conjugarem o respeito ao texto e à livre expressão, ele melhora a performance deles no palco e na vida real. Goldfl us é mais um a equilibrar uma carreira fora do clube e, ao mesmo tempo, zelar pelo futuro das próximas gerações do Departamento de Teatro.

Henrique Schafer é um ator premia-do, com peças, novelas, curtas e longas-metragens no currículo. Recentemente, retomou o espetáculo O Porco, monólo-go que lhe garantiu a indicação ao Prê-mio Shell em 2005. Na coordenação do Departamento de Teatro, luta para que os projetos não percam o caráter didá-tico tradicional no trabalho da Hebrai-ca. E batalha para manter profi ssionais de qualidade – como Goldfl us e Klabin – à frente dos grupos e as duas profi s-sionais, Luciane Strul e Ozani Violin, na direção dos cursos de teatro.

Trazer para a HebraicaDe uma forma geral, toda a equipe en-volvida com o Departamento de Tea-tro vive um momento feliz na carreira profi ssional. Na opinião de Klabin, “sa-bemos como funciona. Nesse momen-to estamos nesse boom e tudo é mara-vilhoso. Mas ele também passa e volta-mos ao normal. Todos os meus colegas da Hebraica já conhecem essa sensa-ção”, fi losofa.

Da nova experiência, Klabin já desco-briu o que preservar para o futuro. “Es-tou vivendo o melhor momento do tea-tro musical na América Latina. Isso in-clui as melhores equipes de ilumina-ção, maquiagem, fi gurino e direção. No meio musical, a T4F, que produz O Rei Leão, é uma das maiores empresas da América Latina. Estou vivendo um cli-ma inédito para mim. Gostaria de trazer para a Hebraica esse modelo de organi-zação, de profi ssionalismo. Eu quero fa-zer uma montagem grande e trarei para cá o que aprendi. E isso vai acontecer”, promete Marcelo. (M. B.)

HEITOR GOLDFLUS INTERPRETARÁ RICARDO III

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40juventude > danças

Uma forma de integraçãoO CENTRO DE DANÇAS

RESERVOU UM FIM DE SEMANA INTEIRO PARA

UMA MACHANÉ QUE INTEGROU DANÇARINOS DE

PRATICAMENTE TODAS AS LEHAKOT DA HEBRAICA

Danças Gabriela Chalem.A machané das lehakot Kalanit, Sha-

lom e Hakotzrim é um item fi xo na pro-gramação do primeiro semestre no Cen-tro de Danças. É um momento de relaxa-mento para as dançarinas que mudaram recentemente de grupo se integrarem às novas colegas e os três grupos interagi-rem, pois em São Paulo ensaiam separa-damente.

Gabriela conta que a chegada dos ônibus no domingo foi festejada pelos grupos que já estavam no Rancho. “Fizemos um chur-rasco e à tarde cerca de 160 pessoas se reu-niram na roda da harkadá.”

No retorno à rotina de ensaios, os gru-pos se concentram em remontar a co-reografi a apresentada no 32º Festival Carmel e na preparação do show das lehakot, previsto para o fi nal de junho. “Normalmente, os grupos fazem um res-gate das danças do repertório de cada um”, avalia Gabriela. (M. B.)

D urante um fi nal de semana, 77 dançarinos dos grupos Kalanit,

Shalom e Hakotzrim se divertiram sob a supervisão de nove orientadores, apro-veitando a infraestrutura do Rancho Ra-nieri. No domingo, o número de partici-pantes da machané chegou a quase du-zentos com a chegada dos grupos Parpa-rim, Carmel e Ofakim.

É de se esperar que em uma machané com três grupos de dança os ensaios se estendam da manhã à noite. “Dançar foi o que menos fi zemos no fi nal de semana passado no Rancho Ranieri. Chegamos a tempo de realizar o Kabalat Shabat e, em seguida, a ordem era se divertir e fa-zer amigos durante as gincanas e jogos culturais preparados pelos madrichim e coreógrafos. Acontece que a paixão pela dança faz que ao soar uma música co-nhecida, as meninas já se põem em fi la e iniciam a sequência de passos”, conta a assistente de coordenação do Centro de

A MACHANÉ NO SÍTIO RANIERI REUNIU TODOS OS GRUPOS DE DANÇA DA HEBRAICA

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42juventude > espaço bebê

D omingo, 26 de maio, mamães e bebês estão convidados a partici-

par da VIII Caminhada das Mães, pro-movida pela Clínica Célula Mater. Será o segundo ano em que o Espaço Bebê é parceiro do evento .

Do programa desta caminhada, faz parte a ofi cina “Histórias e Brincadeiras Cantadas”, dirigida às mães e aos peque-nos até 3 anos. No Espaço Bebê, a ofi ci-na é muito prestigiada pelo público mi-rim. Nos encontros das quartas-feiras, histórias, poesias e cantigas seleciona-das especialmente para divertir os pe-quenos viram brincadeiras cantadas e contadas, que ajudam ao mesmo tem-po o desenvolvimento da imaginação e a aquisição da linguagem oral.

Durante a Caminhada das Mães do ano passado, o Espaço Bebê apresen-tou a ofi cina de canto para gestantes e

Orientação para mães do século 21

ESPAÇO BEBÊ E CLÍNICA CÉLULA MATER REPETEM A PARCERIA NA OITAVA EDIÇÃO DA CAMINHADA DAS MÃES, MOMENTO DEDICADO À SAÚDE E À

QUALIDADE DE VIDA DE MÃES, CRIANÇAS E FAMILIARES

recém-nascidos, com a participação de muitas mães da comunidade judai-ca que fi caram surpresas em saber que esse tipo de trabalho – lúdico e de pro-moção de saúde para as famílias no iní-cio da vida – é oferecido pela Hebraica. Referência em saúde da mulher, a Clíni-ca Célula Mater criou a Caminhada das Mães para promover um momento de-dicado à saúde e à qualidade de vida de mães, crianças e familiares de to-das as idades. Desta vez, além do Espa-ço Bebê, a caminhada terá fi sioterapeu-tas do Instituto Vita e realizará ativida-des para gestantes e crianças até 8 anos de idade.

A inscrição poderá ser feita pelo site www.celulamater.com.br e a doação de um pacote de fraldas destinada ao Ber-çário Naar Yisrael, instituição benefi cen-te ligada ao Ten Yad. (M. B.)

VIII Caminhada das Mães – Célula MaterData: 26/5/2013Horário: 10hAtividade principal – coordenação Instituto VitaAquecimento, caminhada com três níveis de condicionamen-to (caminhada, trote e corrida) e alongamento pós-caminhada

Atividades paralelasHistórias e brincadeiras canta-das (de 9 meses a 3 anos) – coor-denação Espaço BebêMassagem mãe bebê (para be-bês acompanhados de 2 a 8 me-ses) – coordenação Instituto VitaAtividade especial para gestan-te – coordenação Instituto Vita

Estação Boa Hora – OmintMassagem relaxante, esfoliação e hidratação facial e refl exologia

Campanha de avaliação glicêmica – coordenação Hospital Israelita Albert Einstein

Horários de trinta minutos com fi sioterapeutas do Instituto Vita para avaliações posturais e um pequeno tratamento; atividade kids para crianças de 5 a 8 anos, delicioso brunch no fi nal da ca-minhada.

A sede da Célula Mater fi ca na alameda Gabriel Monteiro da Silva, 802. Mais informações, fone 3067-6700

PROGRAMAÇÃO

DANÇA MATERNA É UMA DAS OFICINAS OFERECIDAS PELO ESPAÇO BEBÊ

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1. a 7. Fim de semana no Hotel Bourbon Atibaia, promovido pelo Hebraica Adventure, teve futebol de campo, boliche, Kabalat Shabat, passeio de trem e dezenas de outros motivos para reunir a família e os amigos

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1. 2 e 5. Machané de danças no Sítio Ranieri foi um ótimo pretexto para estreitar laços de ami-zade e integrar os novos dançarinos aos grupos; 3. A vice-presidente do Taglit Ada Spitzer visitou a Hebraica e conheceu detalhes do projeto Jo-vens sem Fronteiras; 4. Jovens sem Fronteiras (JSF) e Meidá foram à comunidade de Paraisó-polis e promoveram ofi cinas e doação de brin-quedos que benefi ciaram cem crianças

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50esportes > entrevista

O presidente da CBM Avi Gelberg re-úne-se com técnicos, pais e atletas

para organizar a delegação brasileira no evento. Quando não trata dos assuntos do Macabi, decide os rumos do esporte no clube, pois também ocupa o cargo de vice-presidente de Esportes da Hebraica.

Nesta entrevista, Gelberg descreve a mudança de paradigma que implantou no Departamento Geral de Esportes para ampliar o número de sócios que prati-cam esportes no clube e fala das expec-tativas em relação à Macabíada.

Para Avi Gelberg, tudo o que se refere aos esportes “é urgente”. Empresário do setor de autopeças e com vários anos de atuação no Movimento Macabeu, liderou a delegação brasileira à XVIII Macabía-da Mundial, em 2009, e assumiu a presi-dência da CBM em 2011.

Hebraica – Em sua opinião, qual a vantagem da coincidência de um mesmo ativista ser presidente da CBM e vice-pre-sidente de Esportes da Hebraica?

Avi Gelberg – Não é uma coincidên-cia, mas uma estratégia para conquistar dois objetivos paralelos: aumentar o nú-mero de sócios que praticam esportes no clube e enviar a maior delegação para a XIX Macabíada Mundial. A meu ver, essa interação entre a área esportiva da He-braica e o comitê organizador da delega-ção para a Macabíada é fator de estímulo aos atletas e aos profi ssionais do clube.

Como estão os preparativos para a Macabíada?

Gelberg – Depois de um ano de in-tenso trabalho, chegamos naquilo que chamo de véspera da competição. Nós, da Confederação Macabi Brasil, temos

Um ativista edois chapéus COM A PROXIMIDADE DA XIX MACABÍADA MUNDIAL, MARCADA PARA A QUINZENA DE 17 A 30 DE JULHO, AUMENTA O MOVIMENTO NA SALA DA CONFEDERAÇÃO MACABI BRASIL (CBM) NO PRIMEIRO ANDAR DA SEDE SOCIAL

mais de quatrocentos atletas pré-inscri-tos e pretendemos levar uma delegação de seiscentas pessoas , incluindo acom-panhantes e familiares, que também são parte essencial do evento. A delegação brasileira, especialmente os jovens, fi ca-rá hospedada no Hotel Bluebay, a quin-ze minutos de Wingate, junto com outras equipes sul-americanas. Para eles, será um evento histórico. Acabo de voltar do Congresso da Macabíada em Israel, du-rante o qual tive contato com represen-

tantes de outros países e com o Comitê Olímpico de Israel.

Qual é a posição do Brasil frente aos outros países que participarão da Maca-bíada?

Gelberg – Há muita coisa a nosso fa-vor. O êxito da realização dos Jogos Ma-cabeus Pan-Americanos, em 2011, foi muito importante, além do fato de o Bra-sil ser a sede da Copa do Mundo, em 2014, e dos Jogos Olímpicos, em 2016.

O VICE-PRESIDENTE DE ESPORTES AVI GELBERG DEU AS BOAS-VINDAS À JUDOCA ISRAELENSE YAEL ARAD POR OCASIÃO DE UMA

PALESTRA PARA OS ATLETAS

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O Comitê Olímpico de Israel convidou ofi cialmente o presidente do COB, Car-los Arthur Nuzman, e o presidente da CBF José Maria Marin que acompanha-rão a delegação brasileira, representan-do as entidades gestoras dos dois even-tos. Ainda a respeito dos Jogos Macabeus Pan-Americanos, eles motivaram muitos atletas a voltarem a praticar suas moda-lidades no clube, alguns retomando títu-los de sócios.

Que novidades você trouxe do Con-gresso da Macabíada?

Gelberg – Vi como os preparativos es-tão adiantados em Israel e que o esforço foi muito além da infraestrutura espor-tiva. Os jovens participarão de um pro-grama sensacional cujo objetivo é man-ter juntas as delegações de todos os pa-íses. A maioria dos jogos e competições das categorias menores será realizada no Centro Esportivo Wingate, em Netâ-nia, e quando não estiverem treinando ou competindo haverá uma programa-ção diária no local, de forma que sairão dos hotéis de manhã e só voltarão para dormir. Wingate é muito bem equipado com piscinas olímpicas, quadras e con-dições para abrigar 80% das competi-ções dessas faixas etárias. Quem partici-par das competições restantes locais vai e volta de ônibus de Wingate.

Para os masters também há um pro-grama inédito: quando não estive-rem ocupados com o esporte, atletas e acompanhantes se encontrarão com economistas, autoridades governamen-tais e visitarão bases militares para sa-berem como atua o exército de Isra-el. Haverá um esforço para mostrar aos adultos vários aspectos da vida em Isra-el e o papel do país como líder das co-munidades judaicas.

O senhor falou em atletas que volta-ram a frequentar a Hebraica. Até que ponto isso o preocupa?

Gelberg – É uma preocupação cons-tante e para isso temos priorizado o só-cio no âmbito da estrutura do Departa-mento Geral de Esportes. Pretendemos reduzir a um mínimo o número de atle-

tas militantes. Em dois anos já reduzi-mos 20% e conseguimos equilibrar a equação com outros 20% de sócios que ingressaram nas equipes competitivas. Desta forma, demonstraremos que os militantes são menos essenciais para o clube vencer e conquistar títulos no es-porte. Precisamos valorizar o sócio que é atleta, trabalhar com eles e, quando necessário, reforçar com um militante. Mesmo assim, esse atleta deve mostrar um bom desempenho esportivo e se in-tegrar aos colegas e técnicos, trazendo algo também como ser humano.

Que modalidades já se benefi ciam des-sa mudança de rumo?

Gelberg – Renovamos o basque-te de forma radical. Substituímos toda a equipe técnica para retomarmos o alto nível da modalidade tendo o sócio como foco. Até 2012, apresentávamos bons resultados, mas os sócios quase não entravam em quadra para jogar. Em futebol de salão remontamos as ca-tegorias de 9 a 15 anos e estamos a ca-minho de reverter o fl uxo de desistên-cias dos sócios por falta de motivação. Hoje, 97% dos atletas do futsal são só-cios ou atletas da comunidade. Além do estímulo ao sócio, estamos organi-zando as equipes técnicas e adminis-trativas que trabalham com eles. Assim pretendemos deixar um legado para a próxima gestão na forma de uma estru-tura mais profi ssional para o esporte, e exemplo disso é o Departamento de Tê-nis, uma área carente de atenção. Con-tratamos Reynaldo, que trabalhou vin-te anos na USP e no Esporte Clube Pi-nheiros e hoje administra e está a par de tudo que ocorre fora das quadras. E Simoni, que foi um dos cem primei-ros tenistas do ranking internacional e hoje cuida das áreas de lazer, aprendi-zado e competição. Essa atenção à ad-ministração e à prática do esporte se repete em outras modalidades. O polo aquático conquista resultados surpre-endentes coordenado por Léo Vergara e ganhamos um título de campeão bra-sileiro com um time formado em sua maioria por sócios.

O objetivo é aumentar o desempenho do clube no cenário esportivo?

Gelberg – Mais do que isso. Outro ob-jetivo do Departamento Geral de Espor-tes é ampliar o movimento de sócios no clube em especial nos fi nais de semana. Durante a semana o clube se agita por conta dos treinos, jogos, da Escola de Es-portes e dos alunos da Escola Alef. Des-de março último, o Departamento Geral de Esportes inclui pelo menos uma ativi-dade especial por fi nal de semana aberta ao sócio. São aulas abertas, festivais de esportes da Escola de Esportes, torneios, demonstrações, etc. Agendamos even-tos até o fi nal do ano. Quanto mais mo-vimento no clube, melhor. Essa é uma maneira de chamar o sócio a participar e de mantê-lo no quadro associativo e tra-zer amigos que se afastaram. Não deve-mos esquecer que a Hebraica não é só um clube esportivo, mas um centro co-munitário.

Então a solução é investir no sócio?Gelberg – É acreditar nos nossos jo-

vens. Sabemos que a maioria deles se-guirá carreiras acadêmicas, mas te-mos a possibilidade ajudá-los a cres-cer como atletas de excelência como é o caso da Camila Minakawa, atualmen-te na seleção olímpica de Israel. Temos um garoto, Cauê, convocado para a se-leção adulta de handebol e campeão sul-americano na modalidade. Os três garotos – Leon Psanquevitch, Felipe A. Alterthum e o Pedro Vergara – que jo-garam pela seleção brasileira júnior de polo e foram vice-campeões do sul- americano em Santiago do Chile. Pedro foi a um treinamento na Espanha com a seleção brasileira adulta. São exemplos de como é possível motivar e desenvol-ver um trabalho que envolva os sócios e os comprometa com o clube e a prática de esporte de alto rendimento. Outras modalidades que passam por esse pro-cesso de valorização dos atletas são o futebol de campo e o futsal. Este traba-lho requer bons profi ssionais, técnicos e coordenadores que saberão como le-var os atletas a atingirem seu nível má-ximo. (M.B.)

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Brasileiro radicado há quase duas décadas nos Estados Unidos, Marcelo aceitou o convite e lembrou locais do clube que não via fazia muitos anos. “Já atuei como voluntário e também como técnico contratado. Nunca esquecerei as duas Macabíadas, uma brasileira e outra pan-americana, das quais parti-cipei”, recordou, antes de iniciar a pri-meira aula teórica.

“Lembro, como se fosse ontem, da ale-

gria de vencer a Venezuela e a sensação de jogar diante de um público de três mil pessoas. Mesmo depois de 25 anos, sin-to como se tivesse participado de uma Olimpíada”, contou aos garotos que, não por coincidência, se preparam para re-presentar o Brasil, em julho, na XIX Ma-cabíada Mundial em Israel.

No primeiro encontro, relatou a deci-são de viajar para os Estados Unidos, os anos de esforço até conseguir trabalhar com polo-aquático numa escola de en-sino médio da Califórnia. “Lavei muitos pratos, limpei banheiro de hotel, mas nunca desisti do sonho de atuar na área de polo aquático e fi nalmente consegui.”

Segundo ele, a estrutura educacional voltada à prática de esportes ajudou no êxito do seu trabalho. “Se o atleta não tem boas notas, eu, como técnico, não posso escalá-lo, por melhor que seja e por mais que o time precise dele em um jogo decisivo”, contou.

Diferentemente do Brasil, nos Estados Unidos o polo é praticado apenas duran-te um período do ano nas escolas. “Criei um clube profi ssional onde os atletas praticam e se aperfeiçoam o ano todo. Esse é um dos fatores que fazem da nos-sa escola uma das mais respeitadas na atualidade no torneio da Costa Leste”, explicou.

Escola e esporteAdas passou várias horas durante a se-mana com os atletas. Nas aulas práti-cas, demonstrou na piscina táticas e movimentos utilizados pela chamada escola americana de polo. “Senti que

atletas e técnicos melhoraram mui-to desde a primeira aula teórica. Eles aprenderam muitas coisas novas, como passes, movimentos, todo um sistema de jogo. Os garotos se revelaram mui-to interessados nas informações que transmiti”, elogiou já na última aula te-órica, quando reuniu-se com pais de jo-gadores interessados em continuar os estudos no exterior.

Para Ilan Dayan, de 16 anos, a experi-ência valeu. “Achei legal, porque é uma outra voz a falar com a gente e mostrar as vantagens do modelo educacional americano que deveríamos seguir aqui no Brasil. Lá, eles unem escola e esporte, o que seria bom para mim, que preten-do estudar e continuar me desenvolven-do no polo. Aqui, no Brasil, isso é mui-to difícil. Enquanto estou no ensino mé-dio ainda é possível jogar sem prejudicar os estudos, mas não sei como será daqui a alguns anos, durante a faculdade”, opi-nou o adolescente.

A visita ao Brasil alterou a percepção de Adas a respeito do polo aquático bra-sileiro, especialmente o trabalho na He-braica. “Gostei muito do que vi nestes poucos dias. Em relação ao passado foi um passo de gigante. Acho muito impor-tante o que vocês, do clube, fi zeram, con-tratando técnicos de ponta. Bons técni-cos inspiram os atletas. Vocês estão no ca-minho certo porque esses técnicos são os melhores e trabalhar a base, como está sendo feito, garantirá o futuro da Hebrai-ca no esporte”, concluiu antes de acom-panhar os atletas do polo aquático na últi-ma aula prática na piscina. (M. B.)

O primeiro título da Hebraica no polo aquático é da equipe sub-15, segundo lugar no Torneio Início, em março, depois da fi nal disputada contra os atletas do Sesi, na piscina do Paineiras do Morumby.

Com três atletas da Hebraica – Leon Psanquevitch, Felipe A. Alterthum e Pe-dro Vergara –, a seleção brasileira júnior disputou o campeonato sul-americano no Chile e levou o ouro. Semanas depois, Pedro foi convocado para uma tempo-rada de treinos com a seleção adulta na Espanha.

Boas notícias

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52esportes > polo aquático

Para crescer no esporte

O TÉCNICO MARCELO ADAS EXPLICOU TÁTICAS E MOVIMENTOS APLICADOS PELA ESCOLA AMERICANA DE POLO E TAMBÉM FALOU AOS

GAROTOS A RESPEITO DA POSSIBILIDADE DE ESTUDAR NO EXTERIOR PRATICANDO ESTE ESPORTE

A iniciativa de uma clínica de polo aquático com o técnico Marce-

lo Adas partiu dos atletas da modalida-de. “O clube forneceu a infraestrutura, mas os garotos se cotizaram para custear a vinda dele. Isso mostra o interesse de-les em se aperfeiçoar e ampliar o conhe-cimento do polo”, comentou o coordena-dor da modalidade, Leo Vergara, que se encarregou dos contatos com o amigo e antigo colega Adas.

MARCELO ADAS PASSOU UMA SEMANA EM SÃO PAULO EM CONTATO COM OS ATLETAS DO POLO AQUÁTICO

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54esportes > curtas

Sucesso em VinhedoUma delegação de judocas acompanhados de familiares viajou a Vinhedo para o campeonato de judô em homenagem à cidade, evento promovido pela Federação Paulista de Judô – 15ª Delegacia. Segundo a coordenadora Miriam Z. Minakawa, a viagem foi um êxito total.“Ficamos em primeiro lugar no placar geral, entre outras 48 entidades participantes. Dos cinquenta atletas inscritos, alguns disputavam o primeiro torneio como federados e mesmo assim totalizamos dezenove ouros, doze pratas e oito bronzes. É um resultado digno de comemoração”, relatou Miriam.

Bernardo Sztokbant foi um dos cinco melhores jogadores do International Rating Tournament (IRT) realizado em Curitiba no início de abril. Do evento participaram 83 jogadores, entre eles o grande mestre Alexandr Fier, o mestre internacional Rodrigo Disconzi e sete MF’s (mestres Fide).Sztokbant encerrou o torneio empatando com Fier na penúltima rodada. Disconzi foi primeiro, Fier o segundo e pelo critério de desempate, o representante da Hebraica foi o quarto. Saltando de 2181 pontos para 2.200, o jovem estará mais perto do seu primeiro título de mestre Fide. (M. B.)

Lúcia Rusu fi cou em terceiro lugar na categoria duplas no 33rd ITF Seniors World Individual Championships, realizado no Aly Bey Club Manavgat, em Antalya (Turquia). O evento reuniu atletas de 56 países, num total de oitocentos atletas entre 35 e 55 anos. O torneio de duplas com o nome de 55 Women’s Doubles aconteceu paralelamente e foi nesta categoria que a tenista da Hebraica se destacou.

Etapas iniciais Equipes de basquete da Hebraica e do Esporte Clube Pinheiros se enfrentaram na quadra do Centro Cívico na primeira etapa do Campeonato Grande São Paulo. Com resultados favoráveis para os visitantes, os jogos serviram para os técnicos avalia-rem o potencial dos times do clube e fazerem os ajustes necessários para a sequên-cia do torneio. Na mesma tarde de domingo, a equipe sub-11 de futsal estreou contra o time do Clube Esportivo da Penha no Interclubes 2013.

Tênis internacional

Xadrez em Curitiba

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56esportes > fotos e fatos

1. Cena de gulodice e diversão no xadrez de chocolate da Praça Carmel; 2. Festsal abriu a temporada de festivais da Escola de Esportes; 3 e 5. A medalhista olímpica israelense Yael Arad fez demonstração na Sala de Judô; 4. Festival de Natação emocionou papais e mamães; 6. Evento de vôlei reuniu duas gerações no Centro Cívico

2.1.

3.

5.

6.

4.

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espaço saúdeHEBRAICA | MAI | 2013

O tabagismo é a maior causa de mor-

te evitável em todo o mundo, uma no-

tícia positiva é que o país tem cada

vez mais ex-fumantes. Estima-se que o cigarro

e outros derivados do tabaco sejam responsá-

veis por cerca de duzentos mil óbitos por ano

no Brasil. No entanto, motivadas pela informa-

ção sobre os malefícios do tabaco, pelas cam-

panhas de conscientização e pelas restrições

legais ao fumo em locais fechados, mais e mais

pessoas deixam de fumar. De acordo com a

Pesquisa Especial de Tabagismo realizada pelo

Ibge e pelo Ministério da Saúde, entre 1989 e

2008 o percentual da população brasileira fu-

mante com 15 anos ou mais caiu de 32% para

17,2%. O estudo revela ainda que 52,1% dos fu-

mantes planejavam deixar o vício.

O caminho entre a vontade de parar, a toma-

da da decisão e o êxito do propósito pode levar

um tempo. Nem sempre se consegue na pri-

meira tentativa, mas as recaídas fazem parte

do processo e os esforços para desistir do fumo

não devem ser abandonados.

Embora a defi nição da dependência pesada seja

a do consumo diário de vinte cigarros ou mais,

a verdade é que o fumo ocasional é igualmente

prejudicial à saúde. Quem fuma um cigarro por

dia, ou alguns no fi m de semana, também tem

riscos de desenvolver doenças relacionadas ao

tabagismo e a qualquer momento pode se tornar

um fumante regular. Substituir o cigarro por ci-

garrilha e outros derivados do tabaco tidos como

menos prejudiciais é igualmente danoso. Todos

esses produtos possuem em média 4.700 subs-

tâncias tóxicas, das quais mais de quarenta com-

provadamente cancerígenas.

As chances de deixar de fumar e não apresen-

tar recaída aumentam quando se tem um acom-

panhamento médico, psicológico, mudanças de

hábito e comportamentais, como atividade físi-

ca, avaliação nutricional e higienização diária do

ambiente. O tratamento da dependência envol-

ve a adoção de ambas as partes, do paciente, da

família e o acompanhamento no tratamento e

nas alternativas disponíveis, nos aconselhamen-

to terapêutico individual ou em grupos, terapia

de reposição de nicotina e terapia com medica-

mentos. A terapia de reposição feita com adesi-

vos ou gomas de mascar de nicotina possibilita

a redução gradual dos níveis dessa substância. O

princípio é o mesmo da diminuição gradativa do

número de cigarros fumados por dia, mas só re-

duzir a quantidade de cigarros não é tão efi caz

como a terapia, pois o hábito de fumar fi ca man-

tido, impedindo a redução dos fatores sociais,

emocionais e culturais ligados à manutenção da

dependência.

Já os medicamentos, além de agirem sobre os

neurotransmissores responsáveis pela vontade

de fumar, reduzem os sintomas da abstinência,

como irritabilidade e ganho de peso, aumentando

o sucesso da terapia e diminuindo o risco de reca-

ídas. Porém, sua utilização deve ter sempre acom-

panhamento médico. O tratamento para abando-

nar cigarro dura em média três meses e seu custo

praticamente se equipara aos gastos com o tabaco

em menos de um ano. Isso, claro, sem considerar

o que se gasta com o tratamento de problemas de

saúde relacionados ao tabagismo.

Os benefícios para quem deixa o cigarro são

nítidos. Vinte minutos após parar de fumar a

pressão arterial e a frequência cardíaca voltam

ao normal, depois de um a nove meses a tosse

diminui, a congestão nasal, a fadiga e a falta de

ar, e dez anos após parar a taxa de morte por

câncer de pulmão chega à metade da de um fu-

mante. A escolha é livre, mas deixar de fumar

é optar pela vida.

Sem tabaco: não é fácil, mas é possível abandonar o vício

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DR. HUMERTO BOGOSSIAN, PNEUMOLOGISTA DO HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN

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magazine

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À obra de Kubrick faltou o

filme do HolocaustoSTANLEY KUBRICK (1928-1999), FILHO DE JACOB LEONARD E SADIE GERTRUDES, JUDEUS ASSIMILADOS, É CONSIDERADO UM DOS MAIORES CINEASTAS DE TODOS OS TEMPOS. KUBRICK NASCEU E FOI CRIADO NO BRONX NUMA ÉPOCA EM QUE A POPULAÇÃO DO DISTRITO ERA MAIS DE 40% JUDAICA, E FICOU MUITO IMPRESSIONADO COM A ASCENSÃO DO NAZISMO, QUE COINCIDIU COM A SUA INFÂNCIA, E COM O EXTERMÍNIO DOS JUDEUS DA EUROPA QUE OCORREU DURANTE A ADOLESCÊNCIA. O BIÓGRAFO DELE, GEOFFREY COCKS, AUTOR DE TRABALHOS ACADÊMICOS SOBRE O NAZISMO COMO PSICOTERAPIA NO TERCEIRO REICH, ESCREVEU UM LIVRO A RESPEITO DE KUBRICK E O HOLOCAUSTO. TRÊS FILMES DELE – GLÓRIA FEITA

DE SANGUE, DR. FANTÁSTICO E NASCIDO PARA MATAR – REVELAM CLARA PREOCUPAÇÃO COM O ASSASSINATO SANCIONADO PELO ESTADO, E 2001 E LARANJA MECÂNICA EXPRESSAM UMA VISÃO EXTREMAMENTE FRANCA DA NATUREZA HUMANA. ALÉM DISSO, KUBRICK TINHA UMA CONEXÃO MAIS DIRETA COM A ALEMANHA NAZISTA: CASOU-SE COM A SOBRINHA DO CINEASTA FAVORITO DE GOEBBELS, VEIT HARLAN

C erta vez Stanley Kubrick disse: “O tema que eu mais gostaria fi lmar era o Holocausto, mas dese-jo boa sorte a quem puser tudo aquilo em um fi l-me de duas horas”. Kubrick foi diretor de treze lon-

gas-metragens, incluindo 2001: Uma Odisseia no Espaço, La-ranja Mecânica e O Iluminado, e em seus fi lmes era fascinado por manifestações de poder, mas tinha um profundo medo da existência no mundo real.

Kubrick nasceu em 1928 e foi criado no Bronx por pais se-culares e demonstrou pouco ou nenhum interesse pelo judaís-mo, ou por religião em geral. Embora o fato de a condição ju-daica de Kubrick ser em grande parte desconhecida dos fãs, e de pouco impacto no cotidiano– nunca fez o bar-mitzvá e ne-nhum dos três casamentos teve cerimônia judaica –, ser judeu em um mundo que percebia ser de modo geral hostil teve efei-to marcante em sua vida.

Quando a Segunda Guerra terminou e os relatos do genocí-dio nazista foram conhecidos nos Estados Unidos, Kubrick fi -caria para sempre impressionado pelos perigos do poder ex-tremo. A obsessão criativa com o Holocausto, escondida da maioria dos fãs, está clara na primeira retrospectiva do seu tra-balho, até junho no Los Angeles County Museum of Art (Lac-ma/Museu de Arte do Condado de Los Angeles).

Entre as obras em exibição há fotografi as e trechos do pou-co conhecido e inacabado fi lme de Kubrick a respeito do Ho-locausto, The Aryan Papers/Os Documentos Arianos, um fi lme para o qual escreveu o roteiro, pesquisou locações, escalou a protagonista, e fi cou inacabado. Com base no romance Warti-me Lies/Mentiras do Tempo de Guerra, de Louis Begley, o fi lme The Aryan Papers foi apenas um dos poucos projetos que Ku-brick – mais conhecido pela obstinação e teimosia – iniciou, mas não concluiu, e é o único que o cineasta abandonou por vontade própria.

Kubrick foi criado em uma família próspera no Bronx, fi -lho de Jacques e Gertrudes Kubrick. Ele não estava interessa-do na escola, faltava muitas vezes e dedicava pouca energia intelectual aos estudos. No aniversário de 13 anos de Stan-ley, o pai lhe deu uma câmera Grafl ex, o garoto se envolveu

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magazine > capa | cinema | por Abby Margulies

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A BRUTAL TRANSFORMAÇÃO DE TORRANCE, INTERPRETADO POR JACK NICHOLSON, DE PAI AMOROSO EM CARRASCO ARMADO COM UM MACHADO, EM O ILUMIMADO

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magazine > capa | cinema

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lência transformada em arte”.Em 1949, fascinado pelo boxe e con-

vencido de que estava pronto, Kubrick juntou as economias e fez o primeiro fi l-me, um documentário de doze minutos acerca de Cartier – Day of the Fight (Dia da Luta), que vendeu por US $ 4.000.

Nos oito anos seguintes, Kubrick pediu dinheiro emprestado à família, negociou com os estúdios, e usou o talento de todos que conhecia (às vezes prejudicando re-lacionamentos – divorciou-se duas vezes no período) para criar os fi lmes que fi ze-ram dele um diretor sério: Medo e Desejo (1953), A Morte Passou por Perto (1955), O Grande Golpe (1956) e Glória Feita de San-gue (1957) que, enfi m, levaram o cineasta a ser reconhecido como um mestre.

O estilo de Kubrick – planos longos muitas vezes descritos como fi lmar “no ritmo da própria vida” e imagens vívidas e repetitivas, como o sangue escorrendo do elevador em O Iluminado e o olho ver-melho vigilante de HAL em 2001 – fez o cineasta navegar habilmente entre gêne-ros, criando o que geralmente era consi-derado o fi lme defi nitivo de fi cção cientí-fi ca, de guerra ou de terror. Mas apesar do

com a fotografi a e passava os sábados documentando a vida do Bronx.

No dia da morte de Franklin Roosevelt – 12 de abril de 1945 –, Kubrick parou diante de um vendedor de jornais cercado de manchetes a respeito do presidente. Kubrick convenceu o ho-mem a olhar de modo consternado para elas, tirou uma foto e depois correu para revelá-la em casa. Satisfeito com o resultado, levou a foto para a revista Look (concorrente da Life, na época), conseguiu abrir caminho para o escritório do editor de fotografi a e fez a primeira venda, por US $ 25.

Embora Kubrick fosse muito bem avaliado nos testes de in-teligência, as notas na escola eram baixas e, por isso, não era aceito na faculdade. Aos 16 anos, enquanto os colegas ingres-savam na universidade, Kubrick aceitava a oferta de empre-go em tempo integral na revista Look.

Foi lá, documentando tudo, desde meninos assistindo a um jogo de beisebol até a campanha ao senado de Robert Taft, que Kubrick começou a desenvolver o olho narrativo que mais tar-de guiaria a carreira no cinema.

Kubrick fotógrafoKubrick interessou-se cada vez mais pelo cinema assistindo a fi lmes de arte em uma sala no Greenwich Village e a fi tas es-trangeiras no Museu de Arte Moderna. Foi um ensaio fotográ-fi co a respeito do boxeador Walter Cartier para a Look que fi -nalmente o levou ao cinema. Ao fotografar Cartier desde o mo-mento em que ele acordou até o auge da luta naquela noite, Kubrick capturou o que o escritor Pete Hamill chamou de “vio-

KUBRICK NO BAR DO HOTEL OVERLOOK, AO LADO DE JOE TURKEL E JACK NICHOLSON, NUMA DAS CENAS MAIS FANTASMAGÓRICAS DE O ILUMINADO;ACIMA, À DIREITA, O JOVEM KUBRICK EM AUTORRETRATO, QUANDO ERA FOTÓGRAFO PROFISSIONAL PARA REVISTAS COMO LOOK

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trânsito de Kubrick de um gênero a outro, os fi lmes mantêm um ponto consistente de fascínio: a exploração e os limites do po-der, e o perigo que este apresenta nas mãos dos seres humanos inevitavelmente falhos.

“Para Kubrick, aqueles com poder na escala de Hitler ou Sta-lin são os temas adequados para a compreensão do mundo”, segundo Geoffrey Cocks em seu livro de 2004 The Wolf at the Door: Stanley Kubrick, History, and the Holocaust (“O Lobo à Porta: Stanley Kubrick, História e o Holocausto”.) “Seu lugar é diante da câmera, porque é o lugar onde eles podem não só ser observados, mas podem ser controlados.”

Kubrick, que se defi nia como “um covarde devoto”, estava, no entanto, preocupado em retratar na tela as coisas que mais temia – a destruição do mundo por armas nucleares, o poder governamental cada vez mais fora de controle e a traição do-méstica máxima no seio da família. O interesse no poder en-louquecido, unido ao clima em que ele foi criado, fez do Ho-locausto um ponto de interesse óbvio. “Todos os fi lmes dele lidam com a vaidade e as falhas humanas”, disse Jan Harlan, cunhado de Kubrick e produtor executivo do cineasta por mui-tos anos. “Kubrick estava interessado nas coisas terríveis que fazemos uns aos outros, e não há exemplo melhor [do que o Holocausto] para a falha em uma escala gigantesca.”

De fato, quase todos os fi lmes de Kubrick são contados a partir do ponto de vista do agressor, e há frequentes referên-cias à Alemanha nazista na sua obra, quase sempre de modo signifi cativo para os personagens que estão enlouquecendo com o poder: a proposta do Dr. Fantástico de uma “solução fi -

nal” e sua exclamação, “Mein Führer, eu posso andar!”, as imagens de Leni Rie-fenstahl mostradas a Alex durante o seu tratamento Ludovico (terapia fi ctí-cia para tornar alguém avesso à violên-cia) em Laranja Mecânica e a máquina de escrever alemã Adler de Jack usada para narrar a sua descida para a loucura em O Iluminado.

Embora Kubrick encontrasse novos projetos, o Holocausto “foi um tema que sempre esteve com ele”, segundo Har-lan. O interesse de Kubrick pelo Holo-causto também foi agravado pela vida pessoal. Ele conheceu a jovem atriz ale-mã Christiane Harlan no set de Glória Feita de Sangue e casou-se com ela.

Christiane cresceu durante o período do regime nazista e era sobrinha do ci-neasta Veit Harlan, mais conhecido pelo fi lme notoriamente antissemita O Judeu Süss, que dirigiu sob encomenda do mi-nistro da Propaganda Joseph Goebbels. A família de Harlan sempre comentava a respeito dos fi lmes de propaganda pro-duzidos durante o Terceiro Reich, e Ku-brick, que se tornara íntimo desses fami-liares, brincava com a ideia de fazer um fi lme acerca de Veit.

A década de 1970 viu o surgimento de muitos fi lmes e abundante literatura do Holocausto, e Kubrick, que sempre foi um leitor ávido, interessou-se pelo tema especialmente depois de ler as oitocen-tas páginas de A Destruição dos Judeus da Europa, de Raul Hilberg, e fi car im-pressionado com a maneira fria e siste-mática como os nazistas executaram a Solução Final.

Cada vez mais determinado a fazer um fi lme a respeito do Holocausto, saiu à procura de um roteiro. O cunhado Har-lan indicou o escritor em língua ídiche Isaac Bashevis Singer para redigir um e Kubrick autorizou-o a procurar o au-tor, em Nova York. Harlan conta que Sin-ger, conhecido pelos contos surrealistas acerca dos judeus sob o reinado do czar, fi cou lisonjeado com a oferta, mas recu-sou-a, alegando “não saber nada” do Ho-locausto. Kubrick fi cou arrasado com a má notícia “e abandonou a ideia por duas décadas”, disse Harlan.

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Embora Kubrick fosse

muito bem avaliado

nos testes de inteligência, as notas na escola eram baixas e, por isso, não era

aceito na faculdade.

Aos 16 anos, enquanto os colegas

ingressavam na

universidade, Kubrick

aceitava a oferta de

emprego em tempo integral na revista Look

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magazine > capa | cinema

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Lembranças em “O Iluminado”Kubrick, então, dedicou-se a fazer O Iluminado, que, para mui-tos é, de fato, um fi lme sobre o Holocausto – e tema do novo documentário Room 237 (Quarto 237), lançado recentemen-te nos Estados Unidos [e exibido no Brasil durante o Festival É Tudo Verdade].

Adaptado do romance de Stephen King, o fi lme segue Jack Torrance, zelador do Hotel Overlook no inverno. À medida que o fi lme avança, sabe-se que o hotel é mal assombrado e Jack, cuja datilografi a sem fi m se torna a trilha sonora maníaca do fi lme, lentamente sucumbe aos poderes malignos do hotel. Fi-nalmente, Jack tenta matar a mulher e o fi lho a machadadas. Por pouco os dois escapam, e Jack é deixado para congelar até morrer. O fi lme termina com o close de uma foto da década de 1920, mostrando Jack como o zelador quase seis décadas an-tes. Com horror, se percebe que Jack e o mal que representa sempre estiveram – e sempre estarão lá – isto é, a história está destinada a se repetir.

“Em O Iluminado Kubrick sublima o interesse em retratar o Holocausto e o apresenta de forma muito indireta que evita li-dar com a colocação de alguns desses horrores na tela”, conta o escritor Geoffrey Cocks.

Para ele, Kubrick alterou detalhes importantes do livro de King de modo a sustentar seu argumento, como a localização do hotel em um cemitério indígena, espécie de sutil referência à dizimação de uma minoria; a substituição do som do vento uivando descrito no romance de King pelo barulho incessan-te da máquina de escrever alemã de Jack, e, principalmente, o

As artistas Jane e Louise Wilson produziram o documentário Un-

folding The Aryan Papers (Revelan-

do os Documentos Arianos), com a atriz Johanna Ter Steege falando do processo de teste para o fi lme e lendo o roteiro. No fi lme das Wil-sons, a emoção e o cuidado dedica-dos por Kubrick a The Aryan Papers ganham vida de uma forma que transmite o confl ito interno que viveu. Ter Steege conta como foi selecionada para o papel e revela a atenção do diretor a seus gestos, a observação para que sempre man-tivesse a boca ligeiramente aber-ta, como foi a escolha do guarda-roupa e imagens históricas de um poço de cadáveres de mulheres amontoados em um quarto lotado e de judeus vagando sem rumo no Gueto de Varsóvia.

Os bastidores dos “Documentos”

MAQUETE DO BANHEIRO DO FAMOSO QUATRO 237. METICULOSO AO EXTREMO, KUBRICK USAVA MINIATURAS PARA REALIZAR TESTES DE LUZ

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uso ostensivo do número 42, referência ao ano em que os na-zistas decidiram executar a Solução Final.

Quarenta e dois – número que não está em nenhuma parte do romance de King – é, no entanto, bem visível na camiseta do co-elho Pernalonga usada por Danny, evidente na primeira premo-nição dos horrores do hotel; a música-tema do fi lme Summer of ’42 (Houve uma Vez um Verão) toca ameaçadoramente na televi-são dos Torrances; e o quarto onde Danny é estrangulado e Jack é seduzido e depois sente repulsa é o quarto 237 – cujos dígitos quando multiplicados nos levam de volta a 42.

Todavia, Harlan acha O Iluminado uma história de fantas-mas e de “entretenimento brilhante” e não um fi lme sobre o Holocausto. Apesar de Kubrick não comentar sobre o signifi -cado deste fi lme, como fez com todos os outros, um estudo do seu processo de fi lmagem sugere que quase tudo o que fazia era intencional.

Kubrick tinha medo da repetição da história, como disse a Michael Herr respondendo ao desinteresse de Herr em ler A Destruição dos Judeus da Europa. “Não, Michael, o livro que você não quer ler é A Destruição dos Judeus da Europa Parte II.” É bem provável que, de sua parte, as referências de Kubri-ck ao Holocausto tenham sido intencionais, ainda que, para os espectadores, fossem obscuras.

Apesar de em O Iluminado só haver intenções, o interes-se de Kubrick em fazer um fi lme que tratasse diretamente do Holocausto continuou. Finalmente, em 1991, ele se deparou com o livro fi ccional de memórias Wartime Lies (Mentiras de Guerra), de Louis Begley, a respeito de Maciek, jovem polo-nês salvo durante a guerra pela bela tia Tânia, que consegue identidades cristãs falsas. Os dois passam a guerra escondi-dos viajando de cidade em cidade para evitar serem pegos e até trabalham em uma remota aldeia. A história foi uma esco-lha lógica para Kubrick, de acordo com Geoffrey Cocks: “Há um arco que vai de Lolita a O Iluminado cujo centro é um jo-vem descobrindo pela primeira vez um mundo extremamen-te perigoso e malévolo.” Da mesma forma que Danny, Lolita e Redmond Barry [Barry Lindon – 1975] – e até mesmo Kubri-ck –, ainda menino Maciek é forçado a enfrentar o terror do mundo adulto, tornando-se no fi nal um homem sem infância e incapaz de ser feliz.

Assim que o leu, Kubrick comprou os direitos do livro de Begley e começou a trabalhar. Ansioso, escreveu um roteiro e escolheu a atriz holandesa Johanna Ter Steege para prota-gonista, e como o sotaque dela sugeria que pudesse ter vin-do de qualquer lugar, ele pediu para não melhorar o inglês. Mandou Harlan escolher a locação e passou quase um ano comprando milhares de fotografi as de possíveis opções. Em 1993, a Warner Bros anunciou Aryan Papers como próximo fi lme de Kubrick.

Assim como em todos os projetos, Kubrick pesquisou muito, devorou informações sobre o assunto, incluídas referências às atividades da SS e muitas fotografi as. Mas ao contrário do pe-ríodo de preparação dos outros fi lmes, e de que Kubrick gos-

O estilo de Kubrick –

planos longos muitas vezes

descritos como fi lmar “no ritmo da própria vida”

e imagens vívidas e

repetitivas – fez o cineasta

navegar habilmente

entre gêneros, criando o que

geralmente era considerado o fi lme defi nitivo

de fi cção científi ca, de guerra e de

terror

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tava, fi cou muito deprimido durante o processo de pesquisa do fi lme e enojado com os detalhes, segundo a viúva Chris-tiane Kubrick. Sua infelicidade foi a ruí-na do fi lme.

“O projeto caminhava bem e a muni-cipalidade de Brno (República Tcheca) já havia autorizado fechar o centro da cida-de durante um fi nal de semana, já haví-amos pendurado bandeiras nazistas nos edifícios e colocamos nos trilhos os bon-des de época disponíveis no museu lo-cal, quando, de repente Stanley e o che-fão da Warner Bros, Terry Semel, decidi-ram parar”, conta Harlan.

A explicação para a decisão da War-ner é que Kubrick foi informado da pro-dução de A Lista de Schindler, de Ste-ven Spielberg, e concluiu que o mer-cado não conseguiria absorver dois fi l-mes sobre o Holocausto. Mas Kubrick não desistia facilmente e nem acredita-va que um fi lme de outra pessoa fosse melhor que o seu.

Durante as fi lmagens do inacabado Napoleon, em 1968, descobriu que na mesma época Dino De Laurentiis pro-duzia Waterloo, mas Kubrick tinha cer-teza de que o seu fi lme seria melhor e continuou trabalhando até 1971, quan-do a MGM cortou o fi nanciamento. Da mesma forma, Nascido para Matar es-treou junto com Platoon, de Oliver Sto-ne, e embora a bilheteria bruta obtida com seu fi lme no primeiro fi m de sema-na tenha sido menor, o fi lme de Kubrick sobre o Vietnã teve recepção muito mais calorosa da crítica.

Uma análise mais aprofundada suge-re que Kubrick, homem especialmente fascinado pela incrível capacidade da humanidade para o mal, não poderia simplesmente descrever os horrores do Holocausto no fi lme. “A razão da desis-tência de Stanley”, disse Christiane Ku-brick, em entrevista ao jornal britâni-co Guardian, “é porque o fi lme de Spiel-berg era sobre os judeus que viveram, e apenas alguns. Para contar toda a ver-dade no fi lme, única forma de honrar todas essas pessoas mortas, e ser res-peitoso o bastante, você teria de dizer toda a verdade”.

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magazine > capa | cinema | por James Hughes *

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E m 1985, Stanley Kubrick ganhou um livro acerca da sobrevivência do jazz na Europa ocupada pe-los nazistas. A foto de um ofi cial da Luftwaffe (For-ça Aérea Alemã) posando entre músicos negros,

ciganos e judeus em frente de uma boate em Paris chamou a sua atenção. Parecia algo saído de Dr. Fantástico, comentou o cineasta. Ele tinha muita vontade de levar a Segunda Guer-ra para o cinema, e esta fotografi a talvez fosse uma boa razão para começar.

Segundo Tony Frewin, ex-assistente de Stanley, “ele cos-tumava dizer ser mais fácil se apaixonar do que encontrar uma boa história, estava sempre interessado em qualquer coisa ligada aos nazistas e queria muito fazer um filme so-bre o assunto”.

Kubrick tem sido associado à criação de visões impressio-nantes da guerra. Quando se anunciou, há pouco, que Steven Spielberg vai produzir o roteiro de Kubrick do fi lme Napole-on como minissérie de televisão, a pergunta era: como serão as ambiciosas cenas de batalha, inicialmente concebidas para maximizar as dezenas de milhares de extras.

No entanto, o interesse de Kubrick nos nazistas amantes do jazz representa o fi lme de guerra mais fascinante que não fez. Kubrick ganhou o livro Swing Under the Nazis (Swing sob os Nazistas), que imaginou adaptar logo após o lançamen-to de Nascido para Matar, era de 1985, escrito pelo jornalis-ta Mike Zwerin, um trombonista de Queens, (Nova York), que tocara com Miles Davis e Eric Dolphy. O ofi cial na foto do li-vro era Dietrich Schulz-Koehn, um fanático por hot swing e outras variações de jazz proibidas por seus superiores por-que era “música selvagem”. Schulz-Koehn publicou um bole-tim ilegal de resistência que um eufemismo chamava de “car-

Ele também não fi lmou o jazz no Terceiro Reich

STANLEY KUBRICK QUERIA CONTAR A HISTÓRIA DO OFICIAL DA LUFTWAFFE DIETRICH SCHULZ-KOEHN, UM APAIXONADO PELO SWING,

QUE ESCREVIA SOBRE MÚSICA NAS CIDADES OCUPADAS PELOS NAZISTAS SOB O PSEUDÔNIMO DE “DR. JAZZ”

tas de viagem”, espantosamente lido na Europa Ocidental, e por meio dele infor-mar acerca das cenas de jazz em cidades conquistadas pela Alemanha. Kubrick deu ao projeto o título de Dr. Jazz, aliás, pseudônimo de Schulz-Koehn.

“Stanley gostava de títulos em busca de roteiros”, diz Frewin, “e o Dr. Jazz era um personagem e tanto – em contraste do que acontecia nos campos (de con-centração) e na Frente Oriental, e ape-sar disso lá estava um ofi cial alemão que se divertia ouvindo jazz. O que também atraiu Stanley foi que isso explicava a música e a sua capacidade de juntar as pessoas acima das rígidas diferenças po-líticas.” A pesquisa de Zwerin é até hoje cativante, embora um roteiro de Dr. Jazz nunca se materializara e o projeto foi posteriormente arquivado, em parte de-vido a Aryan Papers (Documentos Aria-nos), fi lme ambientado na Polônia ocu-pada e que Kubrick abandonou em me-ados dos anos 1990, apesar da intensa pré-produção.

Durante mais de vinte anos Zwerin trabalhou em Paris como crítico de jazz do International Herald Tribune (IHT), mas nunca se acostumou à cidade. Para fugir ao tédio, Zwerin viajou o continen-te entrevistando os músicos que preser-vavam o jazz durante a ocupação e se reuniam em porões e nos bastidores de teatros. As entrevistas com as lembran-ças deles foram publicadas no Interna-tional e o livro Swing é uma coletânea delas, contextualizadas e cheias de di-gressões.

Para facilitar e descontrair o ambien-te, Zwerin tocava trombone e conseguia muitas informações. Mas o melhor mes-mo surgiu nos encontros com aquele ofi -cial nazista reformado que adorava jazz.

Ficamos sabendo que durante a tra-vessia do Canal da Mancha um ás da Luftwaffe sintonizava a BBC esperando pegar alguns compassos de Glenn Mil-ler antes de silenciar a antena da rádio com bombas. Quando, ao contrário, era a Royal Air Force (RAF – Força Aérea Bri-tânica) que bombardeava Viena, o trom-bonista de uma banda nazista de swing “ia para fora da janela com o trombo-

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ne tocar St. Louis Blues, em vez de se esconder no porão.” Ali-ás, para esse padrão particular de jazz ser aceito, em Viena, o nome foi alterado para “chucrute”.

Ácido no instrumentoAo longo do livro de apenas duzentas páginas, Zwerin desen-terra notas perdidas da resistência. Um disco do violonista francês de origem cigana Django Reinhardt valia dois quilos de manteiga no mercado negro. Um opositor alemão lembra-se da tarefa a que se entregou de procurar aquela marca de creme que Louis Armstrong passava nos lábios rachados, e disponível apenas em farmácias de Berlim. Depois de rece-ber o pacote da pomada labial contrabandeada para os Es-tados Unidos por intermédio do dono de uma boate de Paris, Louis Armstrong agradeceu por carta ao alemão desconheci-do que o ajudara.

Mas há relatos muito tristes e Zwerin chora os músicos ju-deus que se agarravam à vida entretendo guardas nos campos de concentração, e aqueles em fuga, como o trompetista tche-

co de jazz Eric Vogel, que mergulhou os trompetes em ácido sulfúrico quando os invasores nazistas começaram a confi s-car instrumentos. O ácido danifi cava o instrumento e “o impedia, assim, de exe-cutar marchas militares”.

Em um artigo de 1961 para a revista Down Beat, Vogel conta porque não mor-reu: durante batida policial no gueto, um ofi cial da SS que assistira a uma das suas jam sessions, reconheceu-o no quartel, mandou libertá-lo e escoltou-o até a casa onde se escondia. Mas, em troca, pediu livros e algumas das suas gravações de jazz. Em Frankfurt, os músicos vagavam pelas ruas assobiando Harlem, e se um colega músico reconhecia a melodia as-sobiava de volta.

Foram estes eventos clandestinos e

O VIOLONISTA CIGANO DJANGO REINHARDT SERIA UM BOM PERSONAGEM PARA O FILME QUE STANLEY KUBRICK QUERIA FAZER SOBRE O JAZZ

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Em um artigo de 1961 para

a revista Down Beat, Eric Vogel

conta porque não morreu:

durante batida policial no gueto, um

ofi cial da SS que assistira a uma das suas jam sessions, reconheceu-o

no quartel, mandou

libertá-lo e escoltou-o até a casa onde se

escondia

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magazine > capa | cinema

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Josef Skvorecky (1924-2012) era um escritor tcheco e um dos principais autores dissidentes durante o período da ocupação soviética (em 1968) e os seus temas de fi cção tra-tavam dos horrores do totalitarismo, da experiência como expatriado e do milagre do jazz.

Ele e a mulher fundaram a organização 68 Publishers que editava livros de escritores tchecos e eslovenos como Vaclav Havel (depois presidente da República Tcheca), Milan Kunde-ra (prêmio Nobel de Literatura) e Ludvík Vaculík, entre outros.

Um dos temas mais notáveis da obra de não-fi cção de Jo-sef Skvorecky é a ênfase nas “pequenas semelhanças, quan-do aplicadas, entre o fascismo e o comunismo”. E algumas das variações de Skvorecky a respeito do tema são as lem-branças do ódio totalitário em comum, também ao jazz.

Na introdução ao livro O Saxofone Baixo (ele tocava saxo-fone alto) relata os regulamentos baixados pelo gauleiter –(funcionário regional do Reich) – como obrigatórios para as orquestras de dança locais durante a ocupação nazista da

Decálogo de proibições

Tchecoslováquia:1. Peças em ritmo de foxtrote (chamado de swing) não po-

dem exceder a 20% do repertório de orquestras ligeiras e bandas de dança;

2. Neste chamado repertório de jazz, a preferência deve ser dada a composições em uma clave maior e letras que expressem alegria na vida, em vez de letras judaicamente sombrias;

3. Quanto ao andamento, a preferência também deve ser dada às composições rápidas em relação às mais len-tas chamadas de blues. No entanto, o ritmo não deve exce-der certo grau de allegro, compatível com o sentido ariano de disciplina e moderação. Em nenhuma hipótese serão to-lerados os excessos negroides em andamento (o chamado hot jazz) ou em apresentações solo (chamadas de pausas);

4. As chamadas composições de jazz podem conter no máximo 10% de síncopas; o restante deve ser constituído de um movimento legato natural, desprovido dos reversos rít-

encontros furtivos que atraíram Kubri-ck, porque sentia neste material uma espécie de lado noir. Talvez um trata-mento ao estilo Dr. Mabuse teria funcio-nado na história. Stanley: “Se Peter Lor-re estivesse vivo, poderíamos ter en-contrado um papel para ele”.

Se o fi lme tivesse sido rodado, um personagem intrigante seria o músi-co alemão Ernst Hollerhagen, a quem Zwerin ouviu mais de um entrevista-do se referir que “tocava clarinete tão bem como Benny Goodman (Benjamim David ‘Benny’ Goodman, 1909-1986), mas não tinha nascido negro ou judeu ou americano”. Até 1938 os discos de Goodman podiam ser comprados na Alemanha, mas alguém deve ter per-cebido que Benjamim David era judeu. No entanto era possível comprar gra-vações de Artie Shaw porque os nazis-tas não sabiam que seu nome verdadei-ro era Arthur Jacob Arshawsky (1910-2004). “Hollerhagen gostava de desafi os e em uma noite, em 1942, depois de um show em Frankfurt, foi até a mesa dos músicos, bateu os calcanhares, levan-tou o braço direito e disse em voz alta

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OUTRO QUE NÃO PODERIA FALTAR NO FILME DE KUBRICK ERA O CLARINETISTA BENNY GOODMAN, O REI DO SWING

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micos histéricos característicos das raças bárbaras e con-dutor de obscuros instintos alienígenas ao povo alemão (os chamados riffs);

5. É estritamente proibido o uso de instrumentos estra-nhos ao espírito alemão (os chamados chocalhos, fl exatone, vassourinhas, etc.), bem como todas as surdinas que trans-formam o nobre som de instrumentos de sopro em um uivo judaico-maçônico (o chamado wa-wa, hat, etc.);

6. Também estão proibidas as chamadas pausas de bate-ria que durem mais de meio compasso em uma batida de quatro quartos (exceto em marchas militares estilizadas);

7. O contrabaixo deve ser tocado apenas com o arco em composições chamadas de jazz;

8. É proibido puxar as cordas, pois danifica o instru-mento e prejudica a musicalidade ariana; se um efeito chamado de pizzicato for absolutamente desejável para o caráter da composição, convém tomar rigoroso cuida-do para a corda não tocar em surdina, o que a partir de

agora é proibido;9. Músicos também estão proibidos de fazer improvisa-

ções vocais (chamadas de scats);10. Todas as orquestras ligeiras e bandas de dança são

aconselhadas a restringir o uso de saxofones de todas as claves e substituí-los por violoncelo, viola ou possivelmente algum instrumento popular adequado.

Sendo nazista, este funcionário público aproveitou a oportunidade para impregnar muitos desses regulamentos de racismo e antissemitismo, espécie de equivalente nacio-nal-socialista da pacata sabedoria convencional. Mas é jus-tamente isso: se um nazista puder transmitir algo de que não gosta como “excesso negroide” ou manifestação “ju-daico-maçônica”, isso contribui com o tipo de credo nazis-ta que se precisa incorporar a ter de justifi car o que há de errado com a música enquanto música. Mais ainda, ajuda a esconder o medo do nazista da ressonância mais profunda que a música tem nas pessoas.

para todos ouvirem: ‘Heil Benny”.Stanley era um grande fã de jazz da era do swing e

Goodman, um dos favoritos. “Ele tinha reservas quan-to ao jazz moderno e se tivesse que se internar em uma ilha deserta, levaria discos de swing, a música da infân-cia: Count Basie, Duke Ellington, Harry James. Kubrick tinha muita vontade de usar uma determinada faixa de Harry James (Henry Haag “Harry” James, 1916-1883) em um fi lme, e sentia que Dr. Jazz era uma ótima oportuni-dade para isso. A música foi incluída na trilha sonora de Hannah e Suas Irmãs, de Woody Allen, e Stanley fi cou ir-ritado porque Woody passou a sua frente. Ironicamente, o título da música é I’ve Heard that Song Before (“Ouvi essa Música Antes”)

Mike Zwerin morreu em 2010 e Swing Under the Nazis continuava sendo ignorado nas referências e bibliogra-fi as. Talvez Zwerin preferisse assim em razão de sua leal-dade àqueles artistas cujas melhores obras nem sempre foram gravadas. “Comecei a explorar um canto esqueci-do da história, mas ele acabou por me explorar”, escreve na introdução do livro. A exploração não ter alcançado um público mais amplo não é defeito: ele assobiou uma melodia até uma rua vazia e Stanley Kubrick assobiou de volta.

* James Hughes é escritor em Chicago e editor contri-buinte das publicações Slate, The Believer, Wax Poe-tics, e The Village Voice

ERA POSSÍVEL COMPRAR GRAVAÇÕES DE ARTIE SHAW NA ALEMANHA NAZISTA PORQUE NINGUÉM SABIA QUE ELE ERA JUDEU

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A apresentação da edição sabra cou-be ao próprio Hugh Hefner, o criador da Playboy, hoje com 87 anos, que escreveu o editorial. Hefner não é judeu e confes-sou sentir-se “muito emocionado” com o lançamento e comparou a trajetória da revista ao “caminho que passou Isra-el e as muitas mudanças que este peque-no país foi obrigado a enfrentar ao lon-go dos anos”. No texto, o editor america-no elogiou o Estado judeu pela inventivi-dade e crescimento, “exatamente como a própria Playboy”.

Mesmo com todas as semelhanças possíveis entre Israel e a Playboy, a re-vista não teria chegado a Israel se não fosse a tenacidade de Daniel Pomerantz, 37 anos, advogado judeu-americano que fez aliá no ano passado e trouxe na ba-gagem de mão a ideia de lançar a revista masculina no país de adoção. “Realmen-te não sei por que demorou tanto para a Playboy ser lançada em Israel, mas che-gou a hora”, disse em entrevista à revis-ta Hebraica.

Quando ainda vivia em Chicago, onde mantinha um pequeno escritório de ad-vocacia, Pomerantz fi cou amigo de advo-gados que trabalhavam na sede mundial da Playboy, localizada na mesma cida-de. Ao voltar de férias em Israel, comen-tou com eles a respeito da não existên-cia de uma revista masculina no Estado judeu. Recebeu então um convite para

conversar com a diretoria e o passo seguinte foi reunir um gru-po de empresários americanos, que acabou comprando os di-reitos para a edição em hebraico.

Apesar de todo o empenho do publisher, quem brilha mes-mo na primeira edição da Playboy é a celebridade da TV is-raelense, a modelo Natalie Dadon, conhecida pela participa-ção na versão local do reality show “No Limite”. Ela é a capa da revista e aparece em sete páginas internas. Perguntada como uma sefaradita – fi lha de judeus marroquinos – se sente ao ser fotografada pela Playboy, respondeu: “Tranquila”.

Mas ninguém precisa se empolgar muito. Natalie aparece no ensaio de forma discreta, sem revelar muita, digamos, in-timidade. Na estreia da Playboy sabra, as israelenses ainda parecem envergonhadas. A outra “israelense” que aparece na edição, no famoso pôster da Playboy, é uma dançarina ucra-niana que se apaixonou por um israelense e hoje mora em Tel Aviv.

“Seriam as israelenses mais inibidas que as mulheres do mundo ocidental?”, perguntei a Pomerantz. “Não acredito”, respondeu. “Aqui há gente tradicionalista e conservadora, mas há também mulheres orgulhosas dos seus corpos, sexies e bo-nitas. São as qualidades que queremos na revista. Depois da primeira edição, recebemos ligações de modelos e atrizes isra-elenses que querem trabalhar conosco.”

Outra característica bem peculiar da Playboy publicada em Tel Aviv, que provavelmente não se achará pelo resto do mundo, é a seriedade da famosa entrevista do mês. No caso da edição sabra, o convidado para a estreia foi o ex-diretor do Shin Bet, o FBI de Israel, Avi Dichter. E, claro, a chama-da na capa para a entrevista foi dramaticamente israelen-se: “Se Israel for destruído, nenhum outro país ficará de shi-ve (luto)”.

Esta não é uma manchete um pouco “demais” para uma re-vista de prazer e entretenimento? “Seguimos o perfi l do leitor, e o homem israelense gosta de discussões sérias, além de mu-lheres bonitas. É o tipo de assunto que apreciam neste país. Quando me convidam para um jantar de sexta-feira à noite, primeiro se come, depois o café e, em seguida, discute-se polí-tica”, justifi ca Pomerantz.

O publisher se recusa a falar em números de exemplares vendidos, nem de projeções para viabilizar a revista. Mas ao menos em um aspecto a Playboy de Israel já pode ser conside-rada um sucesso: até o fechamento desta edição, a revista con-seguira passar quase despercebida dos religiosos e nenhum ra-bino a difamou publicamente.

Talvez a razão tenha sido a discrição como a revista foi lan-çada. Ainda nada de outdoors com mulheres sensuais espalha-dos pelo país, nem eventos estridentes com coelhinhas sensu-ais. Mesmo nos quiosques – em Israel não há bancas de jornal – é difícil encontrá-la, e a maior distribuição parece estar con-centrada em livrarias, em meio às demais revistas.

“Já veio gente mais tradicionalista dizer que a Playboy não é para eles, mas mesmo assim me desejaram sorte. Somos res-

Quem brilha mesmo na primeira

edição da Playboy é a

celebridade da TV israelense,

a modelo Natalie Dadon, fi lha de judeus marroquinos e conhecida pela

participação na versão

local do reality show “No Limite”

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magazine > comportamento | por Ariel Finguerman, em Tel Aviv

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“Playboy” em Israel, sem protestosEM ENTREVISTA À REVISTA HEBRAICA, O IDEALIZADOR

DA NOVA PLAYBOY EM HEBRAICO FALA DA SUA “CONTRIBUIÇÃO AO ISRAEL FASHION”.

O LANÇAMENTO FOI MUITO DISCRETO – SEM OUTDOORS NEM COELHINHAS ASSANHADAS

S em muita fanfarra, escândalo e alarde, foi lança-da em março a primeira edição em hebraico da Playboy. A mitológica revista masculina chega a Israel atrasada, sessenta anos depois de criada

nos EUA e com mais de trinta versões em línguas não ingle-sas – como a brasileira, desde 1975. Além das garotas locais a edição israelense contém, é claro, entrevistas feitas a par-tir da redação em Tel Aviv.

O PUBLISHER DANIEL POMERANTZ POSA AO LADO DE COELINHA

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magazine > comportamento

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peitosos, não distribuiremos a revista em bairros conservado-res, nem colocaremos outdoors nesses lugares. Mas em contra-partida, também esperamos ser respeitados. É isto que torna possível viver de forma bonita neste país”, diz Pomerantz.

Com todo o respeito, porém, o objetivo é tornar a publicação mais conhecida e ganhar mercado. Pomerantz quer concen-trar esforços de marketing no que chama de “bairros sexies” do país. E isto inclui Jerusalém, que também está na mira da pu-blicação masculina. “A revista está tendo uma boa aceitação na capital.”

Como todo olê chadash (“novo imigrante”), o americano está empolgado com o potencial do novo país e até considera a em-preitada uma verdadeira missão sionista. “A Playboy é uma contribuição para o Israel fashion, bonito e moderno. Somos uma publicação sexy, não sexual”, dispara.

Pomerantz é discreto quanto às futuras convidadas para es-trelar na revista. Diz que trabalhará com celebridades locais,

Outra característica bem peculiar da Playboy

publicada em Tel Aviv, que

provavelmente não se achará

pelo resto do mundo, é a seriedade da famosa

entrevista do mês. No caso

da edição sabra, o

convidado para a estreia foi o ex-diretor do Shin Bet, o FBI de Israel,

Avi Dichter

como a Playboy faz ao redor do mundo. E isto incluiria a supermodelo israelense Bar Rafaeli, a ex-namorada de Leonardo DiCaprio? “Não posso dar detalhes, ape-nas digo que fi caria feliz se ela aceitasse. É uma bela modelo.”

Na edição de estreia da versão israe-lense, quem deu as caras também foi a modelo portuguesa Joana Caldeira, foto-grafada numa praia como veio ao mun-do. Isto faz parte da linha editorial da Playboy de exibir nas edições locais al-guma convidada internacional. “Fica-rei orgulhoso de ver israelenses bonitas também aparecendo pelo mundo afo-ra, inclusive na Playboy brasileira”, diz o publisher.

O PUBLISHER DANIEL POMERANTZ, À ESQUERDA, AO LADO DA EDITORA DA PLAYBOY, NETA JAKOBOVITZ, E HUGH HEFNER, O CRIADOR DA REVISTA

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magazine > documentário | por Ariel Finguerman

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E nquanto Moshé Dayan viveu, a condição de he-rói militar de Israel impediu qualquer crítica pú-blica às suas – muitas – defi ciências pessoais. De-pois de morrer, vários testemunhos apontaram

para personalidade difícil e fraquezas, como a apropria-ção indébita de achados arqueológicos. Agora o fi lho Assi Dayan, um dos mais importantes atores e cineastas do país, revela o lado mais obscuro de uma das maiores personali-dades da história de Israel.

Assi Dayan, 68 anos, é o narrador do documentário Ha-chaim Ke-Shmuá (“A Vida como um Boato”), dos diretores Adi Arbel e Moishe Goldberg, recentemente lançado em Israel. Além de falar de sua vida maluca, marcada pelo talento artísti-co misturado com dependência de drogas, é o drama familiar dos Dayan que ocupa o lugar central do fi lme.

As primeiras memórias familiares de Assi são da Guerra da Independência, quando o pai comandava tropas em várias frentes e a família Dayan vivia no moshav Nahalal, no Vale de Jezrael. “Meu pai se ausentou de casa por semanas, mas um dia retornou, trazendo uma amostra de bactérias de tifo, par-te da guerra biológica que acontecia na época. Um daqueles

Tal pai, tal filhoNOVO DOCUMENTÁRIO MOSTRA A TRISTEZA, O ABANDONO E AS

TRAIÇÕES NA FAMÍLIA DE MOSHÉ DAYAN. O FILME DE ADI ARBEL E MOISHE GOLDBERG É NARRADO POR ASSI, O FILHO “OVELHA NEGRA”

vidros quebrou em casa e fi quei doente.”Enquanto Assi passou dias se deba-

tendo em febre alta, o pai voltou à linha de batalha. “Minha mãe cuidou de mim dia e noite. Lia para mim as notícias de jornal contando como meu pai liberta-ra o kibutz Degania e conquistou Lod e Ramla sem autorização dos superiores. Para mim, ele parecia um pirata dos con-tos de fada.”

Aos 15 anos, Assi resolveu fugir de casa e viajar pelo mundo. O pai já ha-via ocupado o cargo de chefe do Esta-do-Maior do Tzahal e agora era ministro no governo de Ben-Gurion. O fi lho pegou sem permissão o passaporte do irmão mais velho, roubou presentes valiosos que o pai ganhara de líderes mundiais e os vendeu a um comerciante. Foi parar na ilha de Chipre, a quarenta minutos de voo de Israel, com um amigo.

Enquanto a dupla esperava uma em-barcação que os levasse à Turquia, po-liciais locais revistaram-no e encontra-ram uma pistola que Assi também pe-gara sem permissão do pai. Depois de passar algum tempo na prisão na capi-tal Nicósia, Assi foi extraditado para Is-rael. “Na pista do aeroporto, vi o carro do meu pai. Estava pronto para receber

DAYAN COM O ENVIADO ESPECIAL DAS NAÇÕES UNIDAS, EM 1957, POUCO DEPOIS DE FIRMADO O ARMISTÍCIO EM QUE TROPAS CONJUNTAS DE ISRAEL, FRANÇA E INGLATERRA TOMARAM O CANAL DE SUEZ

HÁ ALGUNS ANOS, ASSI INTERPRETOU NAPOLEÃO

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o primeiro tapa na cara da minha vida. Mas, ao contrário, ele olhou fundo nos olhos e disse uma palavra ainda mais cortante que um tapa: ‘idiota’,”

Dois anos mais tarde, em 1964, chegou o momento de o fi -lho do general mais famoso de Israel se alistar no Tzahal. O ir-mão mais velho, Ehud, já servia em uma unidade de elite da marinha e a irmã, Yael, era uma ofi cial condecorada. Assi sa-bia do peso que carregava nas costas. Apesar da rebeldia inata, ofereceu-se como voluntário para o Sayeret Matkal, a unidade de elite do Tzahal.

Em razão do peso do nome, Assi foi aceito. “O treinamen-to era especialmente violento, incluindo tapas e chutes.” Ele sobreviveu, mas guardou uma surpresa para o fi nal do curso, tradicionalmente marcado por uma dura marcha de oitenta quilômetros. No meio, Assi fugiu e escondeu-se no monte Car-mel. Em pouco tempo, toda a atenção do Tzahal estava volta-da para procurar a celebridade. Assi ligou para o comandante, apresentou-se e foi condenado a 35 dias de prisão. “Ali acabou a esperança de me tornar um chefe do Estado-Maior”, diz iro-nicamente.

Moshé Dayan fi cou 36 anos casado com a mãe de Assi, Ruth, mas nos círculos do poder era conhecido como grande mulhe-rengo. Quando o casal se divorciou, não demorou muito para o general, já então o herói da Guerra dos Seis Dias, se casar novamente. “O que não pude entender foi porque ele cortou a relação com os fi lhos. Lembro-me de uma entrevista em que ele disse que não nascera para ser pai, e se pudesse recomeçar tudo de novo não teria família.”

Em fevereiro de 1970, Assi estava em um voo da El Al en-tre Tel Aviv e Londres, com escala em Munique. Ali, três ter-

roristas atacaram o ônibus de trânsito, matando uma pessoa. Assi escapou ileso correndo dos tiros em zigue-zague, vol-tou imediatamente a Israel e foi recebi-do pelo pai no aeroporto. “Nos abraça-mos e ele me beijou. Por um instante, éramos novamente simplesmente pai e fi lho. Mas aquele momento passou mui-to rápido.”

Algumas semanas antes de Moshé Dayan morrer, de câncer, o fi lho foi se despedir. Fazia oito anos que os dois não se viam. “Eu estava embriagado, e só as-sim conseguia fi car diante dele. Durante quinze minutos falei tudo que pensava: ‘Pai, você é um (...), gostaria que soubes-se que eu te odeio. Você foi um bom pai até meus 8 anos de idade, depois virou um egoísta, uma pessoa má, especial-mente para nossa mãe’.”

Segundo Assi, o general moribundo fi -cou em estado de choque apenas e bal-buciou que não sabia explicar a própria atitude. Mas esse encontro não mudou a relação entre Dayan e a primeira família. Toda a herança dele, avaliada em cerca de cinco milhões de dólares, deixou em testamento exclusivamente para a se-gunda mulher, Raquel. “Para minha mãe e nós, os fi lhos, nada.”

No entanto, todo este trauma familiar não fez de Assi um pai muito melhor, como ele próprio reconhece. Durante anos, o cineasta foi dependente de co-caína, o que o levou à beira do suicídio. Pai de quatro fi lhos, Assi foi internado num hospital psiquiátrico, onde diz ter se sentido “como Jack Nicholson no fi l-me Um Estranho no Ninho”.

Durante anos, o lucro dos fi lmes e as premiações de Assi foram transforma-dos em drogas a ponto de hoje sobrevi-ver da ajuda de alguns bons amigos. “Te-nho boas relações com meus fi lhos, mas estou consciente de que não receberei o prêmio de ‘pai do ano’. Quando um dos meus fi lhos tinha 2 anos tive de deixá-lo aos cuidados de outra família do kibutz. Sempre que o visitava, eu voltava cho-rando. Fracassei na tentativa de quebrar a maldição da paternidade dos Dayan. Assim como meu pai não me criou, eu também não criei os meus fi lhos.”

MOSHÉ DAYAN COM A FILHA YAEL, JORNALISTA E DEPOIS ESCRITORA, A PRIMEIRA A REVELAR AS HISTÓRIAS FAMILIARES

Moshé Dayan fi cou 36 anos casado com a mãe de Assi,

Ruth, mas nos círculos do poder era

conhecido como grande mulherengo.

Quando o casal se divorciou,

não demorou muito para

o general, já então o herói

da Guerra dos Seis Dias,

se casar novamente

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magazine > síria | por Joseph Dana

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A cidade de Alepo, no norte da Síria, antigo pilar do judaísmo em todo o mundo, está sendo lentamen-te destruída pelos combates na Síria nos últimos dois anos e alguns meses, a ponto de porta-vozes

dos rebeldes alertarem que “logo não haverá mais nada para destruir em Alepo”. É como destruir Roma ou Paris em com-bates de guerra civil nesses tempos de internet.

Antes mesmo de os combates entre rebeldes e partidários do ditador Bashar al Assad alcançarem Alepo, a cidade voltou ao noticiário em razão de novo livro e longo artigo no New York Times Magazine a respeito do Códice de Alepo da Bíblia he-braica, que dizem ter sido compilado no século 6 nas proximi-dades de Tiberíades, e levado às pressas para o Cairo, antes de cair nas mãos dos cruzados que saqueavam a Terra Santa.

Do Cairo, o documento chegou ao sul da Europa, fi cou al-gum tempo sob a guarda de Maimônides e acabou em Alepo, onde seiscentos anos depois foi descoberto em uma cripta que reveste as paredes da grande sinagoga da cidade.

De lá, o códice, que se acredita ser um dos mais antigos ma-nuscritos contendo toda a Bíblia hebraica, foi contrabandea-do em 1950 para fora da Síria graças aos esforços corajosos de um punhado de judeus de Alepo, liderados pelo segundo pre-sidente de Israel Itzhak Ben-Zvi. O códice está agora em Jeru-salém, no Instituto Ben-Zvi.

Mas por que o judaísmo de Alepo era tão especial e vibrante? Durante séculos, esta cidade foi a capital não ofi cial do mundo judeu sefaradita. Sustentada pela riqueza do comércio interna-cional e pelas ondas de imigração judaica, os judeus da cidade

O triste fim da Alepo judaica

OS JUDEUS ORIGINÁRIOS DE ALEPO EM TODO O MUNDO ASSISTEM, IMPOTENTES, À DESTRUIÇÃO DAQUELE VIBRANTE LAR ANCESTRAL NA

GUERRA CIVIL DA SÍRIA. DURANTE SÉCULOS, A CIDADE FOI A CAPITAL NÃO OFICIAL DO MUNDO SEFARADITA

mantinham uma comunidade generosa, elogiada pela excelência das escolas e por ser a guardiã de tradições com raízes no Israel antigo. O folclore de Alepo – consta que um dos generais do rei David pesso-almente lançou a pedra fundamental da grande sinagoga, agora no centro do fogo cruzado dos combatentes – dá uma pista acerca do prestígio da cidade na história judaica.

Mas antes que Alepo seja completa-mente destruída, ao menos do ponto de vista histórico está perdida, e a existên-cia judaica quase apagada das ruas de paralelepípedos. De todo modo, é notá-vel que comunidades da Diáspora pre-servem o modo de vida que levavam em Alepo. Para o professor de história me-dieval da Universidade Hebraica de Je-rusalém Yom Tov Assis “é inegável que do ponto de vista da solidariedade os ju-deus de Alepo formam a mais forte co-munidade judaica em todo o mundo”.

Assis nasceu em Alepo e viveu, ain-da que brevemente, a violência na cida-de na esteira da independência de Isra-el, depois de 1948. Ele fundou o Centro para o Estudo do Judaísmo de Alepo na Universidade Hebraica para preservar e estudar as tradições daquela comuni-dade vibrante e diz não conhecer “qual-quer comunidade judaica, além dos ha-redim (ultraortodoxos), tão fortemente li-gada ao passado e às tradições”.

Fora de Israel, poucas cidades no Oriente Médio tiveram uma história tão ou mais rica do ponto de vista de ativida-de cultural judaica, educação e comércio do que Alepo. Segundo a lenda, a cidade chamada de Haleb, em hebraico e árabe, tem origem em uma história de Abraão guiando um rebanho de ovelhas através dos arbustos das montanhas ao seu re-dor. Ele teria distrinuído o leite das ove-lhas (chalav, em hebraico) aos morado-res da cidade, situada nas colinas do nor-te da Síria, que, assim, passou a ser co-nhecida como Haleb.

A partir do fi nal do século 10, Alepo cresceu e era passagem obrigatória das comunidades judaicas do centro da Ba-bilônia e a Palestina de então. A posi-ção geográfi ca e a notável infl uência que

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exerceu atuaram como uma ponte sobre o fosso da Pérsia para os lucrativos mercados do sul da Europa e deu à cidade um status quase mítico entre os judeus de todo o mundo.

Ao visitar a cidade no fi nal do século 16, o monge italiano Pietro Della Valle registrou no diário de viagem que “aqui, em um distrito [de Alepo], converge todo o Oriente, com suas joias, sedas, drogas, e tecidos, e isso também é acompanhado pelo Ocidente, a saber, França, Veneza, Holanda e Inglaterra”.

Os judeus de Alepo também usaram a riqueza para criar im-portantes instituições de ensino e foram reconhecidos por suas tradições cuidadosamente mantidas de acordo com as práticas bíblicas dos antigos judeus. Em carta à comunidade judaica de

Lunel, no sul da França, Maimônides ob-servou que “em toda a Terra Santa e na Síria, há uma cidade sozinha e esta é Ha-lab, onde há aqueles que são verdadeira-mente devotados à religião judaica e ao estudo da Torá”.

No centro da HistóriaAlepo foi cenário de dois dos principais acontecimentos da história judaica: a ex-pulsão dos judeus da Espanha e o movi-mento sionista. À medida que no início do século 16 os refugiados da Península Ibérica acorriam ao Mediterrâneo Orien-tal, Alepo tornou-se um dos mais impor-tantes centros de absorção dessas popu-lações e no mesmo século caiu sob o do-mínio otomano, cujo califado mantinha uma relação amistosa com a comunida-de judaica.

De todo modo, a altura das sinagogas não podia suplantar a das mesquitas e os judeus deviam ser discretos nas suas manifestações religiosas e isso era par-te do status de dhimmis. Alepo está situ-ada a 120 quilômetros do Mediterâneo, a 45 quilômetros da fronteira com a Tur-quia e foi comercialmente importante

Segundo a lenda, a cidade

chamada de Haleb, em hebraico e árabe, tem origem em

uma história de Abraão

guiando um rebanho

de ovelhas através dos

arbustos das montanhas ao

seu redor

>>

ESSA PLACA É AINDA DO TEMPO DO BOM RELACIONAMENTO ENTRE AS COMUNIDADES E INDICA A SINAGOGA E A CRIPTA DE ELIAHU

EIS COMO ESTÁ UMA DAS ÁREAS CENTRAIS DE ALEPO, LOCAL DE MUITOS NEGÓCIOS DE JUDEUS NA PRIMEIRA METADE DO SÉCULO PASSADO

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magazine > síria

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O PROFESSOR YOM TOV ASSIS NASCEU EM ALEPO E FUNDOU O CENTRO DE ESTUDOS DO JUDAÍSMO DE ALEPO NA UNIVERSIDADE HEBRAICA DE JERUSALÉM

também porque era o ponto fi nal da Rota da Seda. O declínio comercial começou com a inauguração do Canal de Suez, em 1869, e acabou se transformando em centro fi nanceiro.

Em 1948, depois do voto na ONU criando dois estados na Palestina, ocor-reram tumultos antijudaicos em Alepo e espalhou-se o boato de que o Códice te-ria sido destruído em um ataque. No fi -nal da década de 1980 a comunidade ju-daica de Alepo desapareceu e em seu lu-gar surgiu a diáspora judaica de Alepo, em Israel, Nova York e América do Sul. “Costumávamos passar o verão no Líba-no, perto de Beirute”, conta Assis. “Em uma dessas ocasiões, meus pais e outros judeus de Alepo alugaram um grande ônibus, e só depois de cruzar a frontei-ra com o Líbano é que as crianças foram informadas de que nunca mais voltaría-mos à cidade.”

Eles partiram, mas alguns judeus con-tinuam morando em países muçulma-nos, do Marrocos ao Irã. Como são em número cada vez menor formam comu-nidades muito pequenas e, portanto, sem condições de legitimar a noção da existência de comunidades judaicas vi-brantes no Oriente Médio fora de Israel.

Drama acadêmicoQual é, então, a melhor maneira de lembrar a vida dos judeus sob o do-mínio muçulmano no Oriente Médio? Essa questão atormenta a vida acadê-mica judaica nos últimos trinta anos, provocando versões idílicas de conví-vio no mundo árabe ou histórias dra-máticas de perseguição. E entre aque-les que fazem da história judaica euro-peia o centro das suas atenções e ten-tam entender a tragédia do nazismo a tendência é analisar a vida judaica sob domínio muçulmano como extrema-mente pacífica, marcada pela convi-vência e respeito mútuo.

No entanto, longe da academia a ques-tão assume caráter político e as pessoas se alternam ora culpando o movimen-to sionista ora as populações árabes que expulsaram os judeus após a criação do Estado de Israel.

No entanto, independentemente de questões políticas, os ju-deus perderam Alepo em 1948 e a recente destruição de mo-numentos antigos da cidade serve para lembrar isso. Apesar de a comunidade judaica de Alepo em Israel ser menor e muito menos poderosa que a do Brooklyn, a maior e mais rica comu-nidade judaica daquela cidade no mundo, a proximidade com a Síria e o relacionamento com os judeus de outros países ára-bes dão aos eventos na cidade uma sensação de dor.

Isso ocorre também em São Paulo onde vivem muitos judeus cujas famílias são originárias de Alepo, tiveram êxito nas fi nan-ças e são conhecidas pela generosidade. O professor Assis, da Universidade Hebraica de Jerusalém, lembra que ao chegar a Beirute, fugindo de Alepo com os pais, descobriu que “era mui-to mais instruído do que qualquer outro garoto da minha idade. Tivemos uma educação judaica muito forte, estávamos habitua-dos a ler a Bíblia e a traduzi-la imediatamente para espanto dos nossos professores no Líbano”.

As sinagogas da comunidade de Alepo, especialmente em Is-rael, tentaram preservar aspectos da observância religiosa que praticavam na cidade. Nas manhãs de Shabat, no inverno, nas ruas tranquilas do bairro Nahalot, em Jerusalém, judeus sírios cantam Bakashot, poesia cabalística originária da Espanha. A Grande Sinagoga dos judeus de Alepo, em Jerusalém, constru-ída em 1901, mantém estas e outras tradições, como o canto litúrgico fortemente infl uenciado pelo árabe, conhecido como chazanut sefaradita.

Para pessoas como Assis, manter esta tradição diante dos ventos da história é obrigação. “O mundo judaico sob o Islã desapareceu. Você pode prantear todo o mundo judaico, pois não há mais nada sob o Islã. O que restou dos cemitérios, si-nagogas, livros, tudo? Deus sabe”, lamenta Assis.

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A sinagoga Jobar (foto abaixo), em Da-masco, construída há cerca de dois mil anos no mesmo local onde Eliahu foi sagrado profeta e indicou Elisha como sucessor, foi destruída por bombas disparadas por tropas fi eis a Bashar al Assad e, em seguida, queimada. Mas o site Arabic Syria Truth acusa os re-beldes e afi rma que supostos agentes sionistas teriam resgatado objetos re-ligiosos em uma ação que teria sido planejada semanas antes. De todo modo, os dois lados confessam lamen-tar a destruição.

Considerada uma das sinagogas mais antigas do mundo, ela já havia sido parcialmente danifi cada por tiros de morteiros no início de março e a des-truição foi completada, ironicamente, durante as festividades de Pessach. Um vídeo postado no Youtube pelo conse-lho militar dos rebeldes mostra partes do edifício e do telhado destruído por bombas e ruínas e é possível ver a ins-crição em inglês em um cartaz orien-tando os turistas para a localização da cripta e sinagoga do pro-feta Eliahu Hanavi e a data 720 antes da Era Co-mum, embora a data da fundação seja controver-sa. De todo modo, uma das menções mais anti-gas à sinagoga consta do Talmud informando que o rabi Rafram bar Pappa fez as orações lá. Outra inscrição, em árabe, indi-ca que lá é o túmulo de Al-Khizr que, segundo al-gumas tradições islâmi-cas, teria sido um profeta que acompanhou Moi-sés na peregrinação pelo deserto.

A sinagoga atendeu a uma grande comuni-dade judaica durante a

Idade Média, mas em meados do sé-culo 19, somente uma família mora-va nas proximidades, embora judeus de toda a cidade acorressem ao tem-plo para rezar e existisse o costume de deixar os doentes no recinto da sina-goga pois havia a crença de que o espí-rito de Eliahu poderia curá-los.

“É a herança dos aspectos religio-sos da pátria, não importa se judaicos, cristãos ou muçulmanos”, disse o dire-tor do Departamento de Museus e An-tiguidades do ministério da Cultura sírio Maamoun Abdul-Karim. “É o mo-saico sírio e o legado do povo.” Ele con-ta que vários objetos foram roubados ao longo do último ano, mas os fun-cionários do departamento não con-seguiram ter acesso ao edifício, pois a área onde se encontra é controlada pelos rebeldes.

Um deles revelou a jornalistas que a sinagoga vinha sendo regularmen-te saqueada nos últimos meses. Es-tranhamente o santuário estava in-tacto mas, segundo este combatente

que atende pelo nome de Abu Hassa-an al-Damishqi “lotes de velhos livros e objetos foram levados”. Ele acha que a sinagoga foi saqueada por soldados governamentais ou simples ladrões, todos se aproveitando da falta de se-gurança no local. “Temos de preservar essa parte da história da cidade inde-pendentemente da religião de cada um”, observou.

Desde a criação do Estado de Israel, em 1948, a comunidade judaica da Sí-ria é discriminada, os judeus são expro-priados e a sinagoga transformada em escola para refugiados palestinos. Acre-dita-se que existam cerca de vinte ju-deus na Síria, todos em Damasco. Nos primeiros meses de 2011, Assad anun-ciou planos para reconstruir as sina-gogas do país, incluindo a de Damas-co, numa tentativa de ganhar as sim-patias dos judeus norte-americanos. O confl ito que já dura mais de dois anos danifi cou seis sítios considerados patri-mônio da humanidade, de acordo com a emissora Al Arabiya.

A destruição de sítios históricos

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magazine > a palavra | por Philologos

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“O governo de Netaniahu é o mais antissionista que Israel já teve”, declarou o autor israelense Amos Oz em sinal de apoio ao partido de esquerda Meretz, pouco antes das eleições em Israel. Isto porque, segundo Oz, o sionismo signifi ca um Es-

tado judeu e, a menos que seja posta em prática a solução de dois Estados para o confl ito israelense-palestino – que o primeiro-ministro Benjamin Ne-taniahu não realiza –, “aqui não haverá [nem mesmo] um estado binacional, mas sim um estado árabe”.

A gente pode concordar ou não com o prognóstico de Oz, mas existe algu-ma justifi cativa para se empregar uma palavra como “antissionista” para Ne-taniahu e os israelenses que votaram nele, ou para os partidos aliados do pre-miê na disputa por mais um mandato?

Acho que não. Oz – talentoso escritor e conhecedor da história sionista – de-veria ter mais juízo do que condicionar a palavra “sionista” ao apoio a uma solução de dois Estados. O sionismo sempre signifi cou coisas diferentes para pessoas diferentes que participaram de sua luta e sua política. Muitas dessas pessoas eram favoráveis a uma solução de um Estado único – e em um dado momento de suas carreiras políticas algumas estavam mesmo dispostas a que esse Estado único tivesse maioria árabe.

Mas certamente pode-se questionar que eu esteja tratando de um elemen-to secundário nunca levado a sério pelo movimento sionista. Não é bem as-sim. Por exemplo, Chaim Weizmann, muitos anos presidente da Organização Sionista Mundial (OSM) no período do Mandato Britânico, e o primeiro presi-dente do Estado de Israel. Em 1930, em uma reunião em Berlim da Executiva Sionista, o gabinete político da entidade declarou: “Um Estado judeu nunca foi um fi m em si mesmo, mas apenas um meio para se atingir uma meta... A De-claração de Balfour [que tratava da criação de um ‘lar nacional judeu’ na Pa-lestina] não faz qualquer menção a isso. O sionismo trata da criação na Pales-tina das fundações materiais onde possa ser construída uma sociedade [judai-ca] produtiva, autônoma”.

Para satisfazer as aspirações sionistas, esta sociedade não precisava nem se-quer ser formada pela maioria da população da Palestina, disse Weizmann. Logo depois, Nahum Sokolow, que sucederia a Weizmann como presidente da organização, emitiu uma declaração em nome dela na qual afi rmava que “um Estado judeu não é parte do programa prático do sionismo”.

O líder sionista de extrema-direita Vladimir Jabotinsky atacou Weizmann e seus partidários por terem abandonado o sionismo, e em protesto no XVII Con-gresso Sionista, em 1931, rasgou de modo dramático o seu cartão de sócio da OSM. No entanto, Jabotinsky também era a favor da solução de um Estado úni-co. Ele e os seus seguidores rejeitaram todas as propostas de partilha da Pales-tina em um Estado judeu e um árabe, afi rmando que se os judeus tivessem a maioria de “apenas uma pessoa” na Palestina, um Estado judeu deveria ser esta-

Dois sentidos para o sionismo

AMOS OZ DIZ QUE O SIONISMO SIGNIFICA APOIAR A SOLUÇÃO DE DOIS ESTADOS. MAS NÃO É BEM ASSIM: O SIONISMO SEMPRE SIGNIFICOU COISAS

DIFERENTES PARA PESSOAS DIFERENTES

belecido em todo o território. Jabotinsky também era terminantemente contra qualquer iniciativa para incentivar os ára-bes a emigrar do país, que pensou que se-ria sempre “uma terra para dois povos”.

A esquerda sionista trabalhista, que em 1930 era tanto anti-Weizmann quan-to anti-Jabotinsky, não endossava ofi cial-mente a ideia de um Estado judeu, até 1942 quando seu líder David Ben-Gu-rion a apoiou na assim chamada “Confe-rência de Biltmore”, em Nova York. Tam-bém naquela ocasião, Ben-Gurion não se referiu a um Estado totalmente indepen-dente, mas a uma “comunidade judaica” no âmbito do Império Britânico.

É possível argumentar que Weiz-mann, Jabotinsky e Ben-Gurion – as fi gu-ras mais importantes, junto com Theo-dor Herzl, na história sionista – estavam pensando em um determinado contex-to histórico; que tanto Ben-Gurion quan-to Weizmann apoiavam uma solução de dois Estados, aceitando o plano de par-tilha das Nações Unidas de 1947, e que Jabotinsky também poderia ter chega-do a conclusões diferentes se não tivesse morrido em 1940.

Isso pode ser verdade, como também pode ser verdade (embora no caso de Ja-botinsky, pelo menos, é de se duvidar muito) que os três homens pudessem ter concordado com Amos Oz a respeito do que precisa ser feito se estivessem vi-vos hoje. No entanto, Ben-Gurion e Weiz-mann não eram menos “sionistas” antes de mudar de posição, nem Jabotinsky te-ria se tornado mais “sionista” se tivesse mudado a dele.

Hoje existe um Estado judeu e nenhum judeu em seu juízo perfeito, muito menos alguém que diz ser sionista, quer perdê-lo. Mas é possível que os sionistas de hoje di-virjam acerca da melhor maneira de man-ter este Estado, assim como eles diver-giam nos anos 1920 e 1930 quanto à pos-sibilidade ou conveniência da sua criação. Além da crença compartilhada de que os judeus deveriam viver em Sião, a palavra “sionismo” nunca se referiu a uma visão única sobre até mesmo a mais fatídica de perguntas. E este não é o momento para restringir sua defi nição.

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magazine > é tudo verdade | por Julio Nobre

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É sempre interessante a experiência de fazer um re-corte da participação de Israel em festivais inter-nacionais. Na décima oitava edição do Festival É Tudo Verdade, com exceção do documentário de

Avi Moghrabi premiado com a menção honrosa do júri, o re-trato que se faz de Israel não é lá muito lisonjeiro. Ponto para a democracia israelense, sempre aberta a críticas e ao amplo debate de ideias.

Além de Os Guardiões, de Dror Moré, indicado para o Os-car e tema de uma reportagem nesta revista há algumas edi-ções, os paulistanos e cariocas puderam assistir ao docu-mentário A Lei por Essas Bandas, de Ra’anan Alexandro-wicz. As comparações com o fi lme de Moré são inevitáveis: autoridades militares israelenses nos territórios ocupados depois da Guerra dos Seis Dias falam dos processos e das prisões de militantes palestinos ao longo dos últimos qua-renta anos.

Embora os espectadores de Os Guardiões fi quem chocados com a franqueza dos depoimentos dos ex-diretores do Shin Bet – abreviação de Sherut haBitachon haKlali (Serviço Geral de Segurança), também conhecido pelo acrônimo Shabak – sa-bemos que forças de ocupação não primam exatamente pela cordialidade, e nisso reside o caráter perverso de todo ocupan-

Amor e exílio no festival

te. E o que deixou alguns espectadores perplexos em A Lei por Essas Bandas foi ouvir um dos juízes israelenses, com to-das as letras, que ele sabia, sim, das tor-turas a que alguns prisioneiros eram submetidos durante o processo.

Para contrabalançar o manjadíssimo recurso das talking heads – as “cabeças falantes” onipresentes em quase todos os documentários – Alexandrowicz co-locou os entrevistados contra um fundo azul infi nito, sobre o qual depois proje-tou o caudaloso acervo de imagens da ocupação nos últimos quarenta anos. Poucos confl itos modernos foram tão re-gistrados quanto o árabe-israelense.

No documentário Uma Vez Entrei num Jardim, de Avi Moghrabi, a ques-tão das identidades culturais árabe e is-raelense é tratada com surpreendente delicadeza. Israel é mostrado como um país de ambiguidades, onde as frontei-ras culturais estão defi nitivamente bor-

ISRAEL PARTICIPOU DA DÉCIMA OITAVA EDIÇÃO DO FESTIVAL É TUDO VERDADE COM TRÊS DOCUMENTÁRIOS, DOS QUAIS

UMA VEZ ENTREI NUM JARDIM, DE AVI MOGHRABI, RECEBEU A MENÇÃO HONROSA DO JÚRI OFICIAL

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radas. O diretor Moghrabi se encontra em Tel Aviv com Ali Al-Azhari, seu ex-professor de árabe. O muçulmano Al-Azha-ri deixou a aldeia natal – Saffuriya, mais tarde transforma-da no moshav Tziporia – durante a Guerra da Independência mas, ao contrário de centenas de milhares de palestinos, per-maneceu em Israel e procurou integrar a sua identidade ára-be à sociedade israelense.

O diretor mostra a Al-Azhari as fotos da família Moghra-bi ainda em Beirute no começo do século 20. As imagens tra-zem um grupo de pessoas completamente imersas na culta e língua árabes, mas de religião judaica. Moghrabi conta que os seus antepassados eram judeus italianos. Uma vez instalados em Beirute, arabizaram o sobrenome – de Moravia para Mo-ghrabi – menos em razão do vizinho árabe e mais por causa do colonizador francês.

Al-Azhari tem uma fi lha. A pequena Yasmin é fl uente em árabe e hebraico. Esperta, já percebeu as tensões da socie-dade israelense e acusa os colegas na escola de racismo. Um dos pontos altos do documentário é a visita ao moshav Tzipo-ria, onde uma placa em árabe e hebraico no playground aler-ta que a propriedade é particular e não é permitida a entrada de estranhos. Enquanto Yamin fi ca alarmada com o aviso, o pai está encantado em voltar à aldeia natal e procura o local

O ENCONTRO DE AVI MOGHRABI E ALI AL-AZHARI NO DOCUMENTÁRIO UMA VEZ ENTRE

NUM JARDIM

da casa onde morou.As cenas de Moghrabi e Al-Azhari são

intercaladas com a leitura em off de car-tas de amor escritas por uma mulher de Beirute e dirigidas ao amante que par-tira. Aos poucos, começamos a perce-ber que são cartas de amor a Beirute, a tudo o que esta cidade representou para as comunidade judaicas que ali viveram durante muitos séculos. E principalmen-te falam do exílio forçado e da dura rea-lidade das comunidades judaicas expro-priadas e obrigadas a imigrar para Isra-el, para a América ou para a Europa de-pois de 1948.

O documentário de Moghrabi parece mostrar que, ao contrário do que as lide-ranças políticas e religiosas dos mais di-ferentes matizes querem nos fazer crer, as pessoas comuns querem amar e viver em paz, cuidar dos fi lhos e dos familia-res, ter uma velhice sem sobressaltos e uma morte tranquila.

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Jornalismo judeu Há 150 anos, começou o jornalismo

em hebraico na Terra Santa, com

a publicação do HaLevanon. Para

comemorar a data, a Universidade de

Tel Aviv e a Biblioteca Nacional de Israel

colocaram na internet gratuitamente

a preciosidade (acesse em http://www.

jpress.org.il/view-english.asp).

O HaLevanon, que servia a comunidade

ortodoxa sob o domínio turco otomano,

causou sensação quando alcançou os quiosques, mas teve vida curta. Os editores

declararam guerra ao jornal hebraico concorrente que apareceu logo em seguida,

o HaBazeleth, acusando-o de ilegal. Os turcos resolveram a questão e fecharam

os dois, menos de um ano após o lançamento.

Continha camarada Dados divulgados pelo site do Congresso dos EUA apontam que os norte-

americanos já contribuíram com 233 bilhões de dólares a Israel, desde a

independência em 1948 e até o fi nal do ano passado (em valores corrigidos pela

infl ação). Isto corresponde à maior ajuda externa do Tio Sam a qualquer país. A

maior bolada foi logo após a assinatura do acordo de paz com o Egito em 1979,

quando o Estado judeu recebeu quase dezesseis bilhões de dólares, para custear

as despesas de transferência de bases militares do Sinai para o Negev. Em 1974, o

desembolso americano também foi generoso – mais de doze bilhões de dólares –

usado para recompor o arsenal do Tzahal após a Guerra do Iom Kipur.

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Cortando o barato A ideia até que foi boa: alistar a super-

modelo Bar Rafaeli para participar de

um fi lme de dois minutos de hasbará

para ser veiculado pelo mundo afora.

Mas ninguém imaginava que o Tzahal

iria manobrar para cortar o barato da

garota. No fi lme, são mostradas de forma

humorística várias invenções israelenses

que benefi ciaram as nações, como o

tomate tipo cherry e chips para celulares.

Aí aparece a beldade, ex-namorada de

Leonardo Di Caprio, e uma mensagem:

“Também ela é uma invenção israelense

que mudou o mundo”. Só não achou

graça o chefe do setor de comunicação

do Tzahal general Yoav Mordechai, para

quem pessoas, como a modelo, que não

serviram o exército, são maus exemplos

para a juventude. Em carta pública, o

ofi cial pediu o engavetamento do fi lme.

Som da memória Neste Iom Hashoá, a imprensa israelense revelou a comovente história dos

Bastiaans, família de cristãos holandeses. De 1943 até o fi m da guerra, o patriarca

Jan, renomado psiquiatra, escondeu dez estudantes judeus no porão de casa.

Depois, recusou a premiação do Yad Vashem como “justo”, alegando ter agido

apenas como ser humano. O fi lho, Roland, que cresceu vendo o

pai tratar sobreviventes do Holocausto, converteu-se ao judaísmo e veio morar em

Israel. No dia 8 de abril, quando tocou em todo o país a sirene em memória

às vítimas, um dos milhões que parou em posição de sentido foi a ofi cial do

Tzahal Eliana Bastiaans, neta de Jan.

Dor sem fi m Um retrato amargo a respeito da situação dos sobreviventes do nazismo é

uma pesquisa publicada no Iom Hashoá (Dia do Holocausto), realizado em

Israel no mês passado. Eles são 192 mil residentes no Estado judeu, com uma

média de 84 anos de idade. Mas a cada dia morrem 37, ou cerca de mil a cada

mês. Nesse ritmo, em cinco anos 152 mil deles terão morrido. Segundo a

pesquisa, 57% chegaram à velhice com difi culdades para pagar as contas do

dia-a-dia. Um em cada cinco afi rma que não se alimentaram direito no último

ano por falta de dinheiro. Além disso, 40% do total dos

sobreviventes consideram sua existência solitária.

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10 notícias de Israel

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por Ariel Finguerman | ariel_fi [email protected]

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2Bom de briga, bom de venda Israel é o maior exportador do mundo de aviões sem piloto, deixando bem para trás

o segundo colocado na lista, os EUA. Segundo o mais recente relatório da Sipri, or-

ganização sueca que monitora o comércio mundial de armamento, nos últimos cinco

anos o Estado judeu vendeu 114 destes equipamentos, e os americanos, 76. Entre os

clientes, o sistema de segurança brasileiro para a Copa do Mundo e Olimpíadas.

No cômputo geral, os israelenses estão em décimo lugar do mundo em exportação de

material bélico, num total de vendas de três bilhões de dólares no período.

Em primeiro lugar, estão os EUA (quarenta bilhões de dólares), com 30% do comércio

mundial, depois Rússia (35 bilhões) e Alemanha (dez bilhões).

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Reforço verde-amareloAterrissou em Israel a judoca Camila Minakawa, que já ganhou a carteira de iden-

tidade azul por sua aliá. Brasileira, 22 anos, fi lha do nissei Edison e da brasileira

Miriam, foi a terceira colocada no campeonato mundial realizado há dois anos em

Minsk. O jornal Yedioth Achronot comemorou a chegada da atleta com a manchete

“reforço do Brasil para a seleção feminina”, enquanto o técnico da seleção israelense

diz apostar no seu “grande potencial”. Há quatro anos, ela havia participado das

Macabíadas e agora já está alistada para vestir o quimono azul-e-branco no

campeonato europeu deste ano, na Hungria.

Ainda que tardia Quarenta anos depois de morrer, David

Ben-Gurion enfi m foi homenageado em

Plonsk, o vilarejo polonês onde nasceu.

No mês passado a prefeitura da cidade de

22 mil habitantes batizou com o nome dele

uma praça, próxima da casa onde o estadista

passou a infância. Foi ideia dos organizadores

da Marcha da Vida, que deram um toque no

prefeito polonês, que aceitou a proposta.

Nas suas memórias, Ben-Gurion escreveu que

não conheceu antissemitismo em Plonsk, a

população era dividida meio a meio entre

judeus e católicos e “a vida era pacífi ca”.

Turca querida Por trás dos sorrisos amarelos, as relações

diplomáticas entre Israel e Turquia continu-

am azedas, mas os negócios entre os dois

países vão muito bem, obrigado. A Turkish

Airlines acaba de se tornar a companhia aé-

rea com mais voos no aeroporto Ben-Gurion,

39 a cada semana, entre Tel Aviv e Istambul.

Deixou bem longe a segunda colocada,

a alemã Lufthansa, com 23 voos semanais.

O israelense médio ainda evita passar férias

no país de Recep Erdogan, mas aprecia os

serviços da Turkish para chegar a destinos

no Extremo Oriente, Europa e Américas.

Fantasma do passado Uma das mais profundas cicatrizes da história de Israel ressurgiu estes dias quando

foi anunciada na Knesset a localização dos destroços do navio Altalena, em frente à

praia de Rishon Le-Tzion. A embarcação, que pertencia ao Irgun e trazia armamen-

tos e cerca de mil pessoas, foi afundada por ordem de Ben-Gurion, depois de se

recusar a entregar o material bélico ao recém-criado Tzahal. No breve confl ito em

seguida à ordem, morreram dezesseis pessoas do Altalena e três soldados do exér-

cito, abrindo uma ferida entre a esquerda e a direita israelenses. Há alguns meses,

o premiê Netaniahu autorizou uma empresa privada a tentar localizar os destroços.

Agora, a tarefa é juntar algumas centenas de milhares de dólares para resgatar o

navio do fundo do mar e preparar sua exposição ao público.

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leituras magazineL

por Bernardo Lerer

Entre as Teias de Aranha Chaim Eliav | Editora Maayanot | 555 pp. |

R$ 54,00

A ação se passa em São Paulo e em Israel, por que são duas histórias que se entrelaçam quan-do um advogado brasileiro vai ao enterro de um amigo e acaba sabendo de uma história a respeito dele que desconhecia, mas se vê obri-gado a descobrir. Ao mesmo tempo, em Israel, um sobrevivente do Holocausto vive todos os dias o pesadelo das lembranças da família as-sassinada pelos nazistas. É fi cção, suspense, fatos históricos e questões como intolerância, ódio e discriminação.

O Preço da DestruiçãoAdam Tooze | Editora Record | 880 pp. | R$ 89,90

É fantástica a quantidade de livros e estudos acadêmicos a respeito da Segunda Guerra. É interessante, contu-do, que aquele confl ito tenha se limitado à Europa e, portanto, à Alemanha como a grande inimiga, como se não tivessem ocorrido batalhas na Ásia, no norte da África, em muitas ilhas do Pacífi co, etc. Agora, saiu este livro que é uma novidade, pois trata do aspecto econômico da guerra, para a Alemanha, é claro, daí o título. E é um livro muito bom, podem ter certeza, porque não se perde em discutir teorias econômicas.

A Vida Privada de StalinLilly Marcou | Zahar Editores | 255 pp. | R$ 54,90

A autora pesquisou durante trinta anos. Nesse período, teve acesso aos arquivos da extinta União Soviética e conseguiu entrevistar as pessoas próximas de Stalin que sobreviveram aos muitos expurgos. Com isso, mon-tou um quadro do homem que o mito ofuscou e impediu de saber que era dedicado à família, embora tenha mandado eliminar alguns parentes que considerava opositores. Marcou tenta mostrar quem foi Stalin sem endeusar nem demonizar que são lados de uma moeda intelectualmente preguiçosa.

BrasilMino Carta | Editora Record | 353 pp. | R$ 36,90

Mino, que nasceu Demétrio Carta, é um dos mais importantes jornalistas brasileiros dos últimos quarenta anos, responsável pelo lançamento de importantes revistas e veículos como o Jornal da Tarde, Veja, Isto É, Jornal da República e Carta Capital, além de intensa atuação política. O livro é uma espécie de fi cção histórica em que mistura um alter ego com ele mesmo para, falando dos jornais e revistas nos quais trabalhou, e dos donos deles, contar a história do Brasil nos últimos trinta anos. Eu mesmo sou citado no livro algumas vezes.

A Conquista Social da TerraEdward O. Wilson | Companhia das Letras | 390 pp. | R$ 54,00

O livro foi muito elogiado, e para Oliver Sacks, irmão do rabino Jonathan, que visitou a Hebraica recente-mente, “apresenta uma visão radicalmente nova, mas com esperança cautelosa, da evolução, da natureza e da sociedade humanas”. De fato, Edward Wilson lança novas luzes sobre as origens da linguagem, da re-ligião, da arte e de toda a cultura humanas. A capa do livro é um quadro de Paul Gauguin e as perguntas de onde viemos? O que somos? Para onde vamos? E que ele procura responder.

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A Questão FinklerHoward Jacobson | Bertrand Brasil | 446 pp. | R$ 52,00

Segundo o New York Times, “até em seus momentos mais sombrios o livro mostra a face mais autêntica e per-niciosa do humor judeu: engraçada e, ao mesmo tempo, capaz de levantar profundas questões morais”. A obra, de fato, é cheio de perspicácia, calor humano e inteligência, numa história contundente de amizade e perda, exclusão e pertencimento, de sabedoria, humanidade e maturidade, e ao mesmo tempo engraçado e implacável. Vale a pena.

Carmem Ruy Castro | Companhia das Letras | 600 pp. | R$ R$ 62,00

Uma obra-prima. Simples, assim. É começar a ler esta biografi a de Carmem Miranda e não parar mais, como se o autor levasse cada um pela mão em todos os lugares por onde a cantora e atriz passou e assistiu às con-versas dela, das irmãs, pais e amigos. Vale também pela contextualização de datas e locais que ajudam o lei-tor a se localizar no tempo e no espaço. Porém, mais importante de tudo, é que a vida dela é fascinante. Por exemplo, os vestidos e adornos de cabeça foram criados por ela.

Poder Absoluto David Baldacci | Editora Arqueiro | 379 pp. | R$ 54,00

Depois de ler este livro, alguém que tenha alguma inclinação para montar uma história e escrever se pergun-ta: “Como eu não tive essa ideia antes?” Mas é exatamente isso que torna os escritores, escritores. Este “crime quase perfeito e uma testemunha que pode pôr tudo a perder” foi levado ao cinema por Clint Eastwood como ator principal e diretor, eletrizante do começo ao fi m, se bem que um tanto inverossímil. O livro é fantástico, assim como os outros do mesmo autor, como Toda a Verdade e Traição em Família.

As Origens do Fotojornalismo no Brasil Helouise Costa e Sérgio Burgi | Instituto Moreira Salles | 335 pp. | R$ 140,00

O subtítulo é “Um Olhar sobre o Cruzeiro (1940-1960)”, mais um lançamento de classe do Instituto Moreira Salles e conta a história da utilização da fotografi a no jornalismo brasileiro, e isso se deve principalmente à revista O Cruzeiro, desde seu lançamento em 1928 pelos Diários Associados de Assis Chateaubriand, como uma revista semanal de variedades de circulação nacional, e que, a partir de 1940, incorporou o modelo de fotorreportagem. Vale a pena.

O Jantar ErradoIsmail Kadaré | Companhia das Letras | 164 pp. | R$ 36,00

Comparado a Kafka, Gogol e Orwell e Nobel de Literatura, Ismael Kadaré produz uma literatura universal ainda que profundamente enraizada na sua cultura, a Albânia, onde, aliás, se passa a história. Em um jantar na primeira noite de ocupação nazista, em 1943, o médico da pequena cidade do sul do país convence o ofi -cial nazista e principal convidado a libertar oitenta reféns em vez de fuzilá-los. Os moradores de Girokastra, onde Kadaré nasceu, querem saber os detalhes daquela noite, que o livro conta.

LincolnDoris Kearns Goodwin | Editora Record | 321 pp. | R$ 39,90

Steven Spielberg tomou esse livro como base para fazer o fi lme que entrou favorito para o Oscar e ganhou apenas uma estatueta. Os jornais americanos o consideram uma biografi a do líder americano “muito envol-vente” e “o mais rico e detalhado relato a respeito da Guerra Civil americana”. A autora avança na descrição dos homens que foram seus rivais pelo Partido Republicano na disputa da presidência, em 1860. Lincoln ven-ceu e cooptou os três adversários, nomeando-os para cargos importantes no governo.

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músicas magazine

por Bernardo Lerer

Legacy of Legend Dave Brubeck | Sony Music | R$ 47,90

Dave Brubeck (1920-2012) foi como um dos mais expressivos representantes do jazz pro-gressivo. Tinha formação clássica e se permi-tia fantásticas improvisações. São dois cd’s com 21 faixas, uma delas, Three to Get Rea-dy, recolhida do arquivo pessoal de Brubeck. Escreveu obras-primas como Blue Rondo a la Turk, Take Five e Time Out, o primeiro álbum de jazz a vender mais de um milhão de có-pias.

Dois Tons de MaysaUniversal | R$ 39,90

Eu assisti a várias apresentações ao vivo da cantora levado pelas mãos de um colega de redação apaixonado por ela, mas não era correspondido. E quem a visse não sabia se ela cantava tão bem quanto interpretava a partitura. O álbum reúne dois cd’s remasterizados, Maysa, de 1964, e Ando Só Numa Multidão de Amores, de 1970, “essencialmente romântico com um pouco de tudo”. Ela morreu em 1977.

Brian SetzerSetzer Goes Instrumental | Surfdog | R$ 59,90

Brian está na estrada desde quando, no fi nalzinho de 1979, liderou a popular banda de rockabilly Stray Cats, se apresentaram em várias cidades americanas durante 1980 e logo decidiram ir a Londres. Preferiram vol-tar para os EUA e para o swing fundando a Brian Setzer Orchestra que é um grande sucesso onde quer que se apresente, mostrando, como neste cd, que não é preciso inventar muito para agradar.

PixinguinhaRob Digital | R$ 84,90

A caixa dedicada ao fantástico compositor e intérprete brasileiro contém três cd’s: “Pixinguinha no Cinema”, “Pixinguinha Sinfônico Popular” e “Pixinguinha Sinfônico”. Todas as músicas são com arranjo do próprio compositor e entre elas estão Carinhoso, Valsa dos Ausentes, Água de Meninos, Stela, Flor do Mal, Modinha Brasileira, Rancho Abandonado, Caboclo do Mato, e muitas outras.

The Art of Renée Fleming Decca | R$ 37,90

O maestro Sir Georg Solti diz que conheceu duas grandes sopranos: Renée e Renata Tebaldi. Embora pou-co conhecida, interpretou papéis importantes como a condessa Almaviva (As Bodas de Figaro, Mozart), Des-dêmona (Otelo, Verdi), Violeta (Traviata, Verdi) e outras. Neste cd, ela canta duas versões da Ave Maria, a de Schubert e a de Bach-Gounod, e uma majestosa apresentação de Summertime, de Gershwin.

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“Os cd’s acima estão à venda na Livraria Cultura ou pela internet www.livrariacultura.com.br. Pesquisem as promoções. Sempre as há e valem a pena”

Sabine Meyer e Julian BlissEMI Classics | R$ 59,90

Sabine é uma das maiores clarinetistas, já veterana. Bliss tem 24 anos, começou a estudar o instrumento aos 4 quando o normal é a partir dos 12 anos, e criou para a fábrica de instrumentos Leblanc uma linha de clari-netas que leva o seu nome e utiliza um composto sintético que aumenta a amplitude do som. Este cd contém um concerto para duas clarinetas de Krommer e dois concertos de Louis Spohr.

Mission Cecilia Bártoli | Decca | R$ 37,90

Quando presidente da Hebraica (1993-1995), Marcos Arbaitman disse que gostaria de convidar para cantar no clube uma soprano italiana que viria a se tornar uma das maiores cantoras líricas do fi nal do século passa-do. Ele estava bem informado, pois Cecília viria a se consagrar em 1996 interpretando Despina, de Così Fan Tutti, de Mozart. Aqui ela canta árias de óperas de Agostino Steffani (1654-1728).

Saint-SaënsMusic for Wind Instruments | Naxos | R$ 27,90

O francês (1835-1921) é o compositor de Carnaval dos Animais, Dança Macabra, Sansão e Dalila, e dezenas de concertos para os mais variados instrumentos. Sempre que lhe sobrava um tempo, ele se divertia escre-vendo para sopros desde os seus primeiros tempos de composição. Aqui, uma sonata para clarineta, outra para oboé, mais uma para fagote, um romance para trompa e uma tarantela. Divirtam-se.

The Verdi Opera Experience Warner Classics | R$ 34,90

Mais uma coletânea de óperas, desta vez apelando para o vigor de algumas das mais importantes árias do compositor italiano interpretadas por artistas como Plácido Domingo, Ruggiero Raimondi, Edita Gruberova, o pianista e maestro Daniel Barenboim e, em outra das 24 faixas espalhadas por dois cd’s a West Eastern Di-van Orchestra, formada por músicos israelenses e palestinos.

Brahms – Clarinet SonatasHyperion | R$ 54,90

Mais concertos para clarineta, desta vez com a famosa clarinetista Thea King e o pianista Clifford Benson, in-terpretando duas sonatas de Brahms, pertencentes ao repertório obrigatório do instrumento exatamente por-que obrigam o instrumentista a prodígios de interpretação. Nascida em 1925, Thea morreu em 2007, depois de tocar ininterruptamente desde 1950, principalmente junto com a British Chamber Orchestra.

House of FrankensteinNaxos | R$ 27,90

Este cd pertence a uma coleção da Naxos chamada “Film Music Classics” e, neste caso, são as 35 músicas compostas para este fi lme de 1944 por Hans J. Salter (1896-1994) e Paul Dessau (1894-1979), este, neto de um chazan na Alemanha. O lançamento do fi lme em 1944 tinha o objetivo de, de uma forma ou de outra, ligar o horror a Hitler, e a trilha sonora de Salter e Dessau, ambos foragidos, ajudou muito.

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dos entre nós pela versão milanesa de nome gorgonzola, um laticínio bovino com oxidação (bleu) e curado por seis meses, mas de centenas de alternati-vas europeias, cujo exemplar mais no-bre, e caro, é o francês Roquefort. São queijos de casca e massa moles, sal-gados, de muita gordura acumulada a ponto de a literatura atual sugerir vi-nhos de sobremesa para acompanhá-los, pelo princípio de harmonização por contraste: o sal do queijo versus o doce do vinho.

Por mais que reconheça a proprie-dade palativa dessa tão comentada combinação, pessoalmente não a re-comendo, porque não gosto de com-bater um excesso (sal do queijo) com outro excesso (doce do vinho). Prefi ro um vinho tânico tradicional como um Barbera do Piemonte ou um irascível Dão português, que tratarão com fi r-meza a gordura e o excesso de sal, pri-vilegiando a digestão do queijo e dei-xando-o mais fácil de metabolizar.

A gordura muda conforme o queijo oxidado e isso permite abrir um ape-titoso leque de alternativas. Um Ro-quefort, sempre muito gorduroso, vai combinar melhor com um vinho bem estruturado do que um bleu de Bres-se, que pede um vinho mais jovem, como um tempranillo de Ribera Del Duero.

Quase o mesmo se pode dizer dos grandes queijos de cura longa, mas-sa e casca dura e prensados, como o queijo conhecido genericamente pelo nome de parmesão – um produto dos monges cistercianos, criado no sécu-lo 10 e cuja forma chega a pesar mais de quarenta quilos e a exigir monu-mentais quinhentos litros de leite bo-vino para a sua composição, sempre vai melhor com vinhos untuosos, tâni-cos e bem estruturados como um Ros-so di Montalcino, nem frágil e nem al-coólico demais.

A minha carta de vinhos e queijos franceses Blay Foldex diz que o Pyra-mide, um queijo de cabra, vai mui-to bem com brancos e tintos secos e leves.

A dica – se o queijo estiver mandando muito no vinho, distancie um do outro intercalando um pequeno bocado de uma casca de pão italiano. Ele neutrali-zará a força do queijo, permitindo a livre degustação do vinho.A receita – uma fondue da Suíça francesa.Reparos – são tantos os queijos que entram numa fondue e tantos os proce-dimentos possíveis. Mas se a presença do gruyère é inevitável, a do emmen-thal, do appenzeler, do tilsit e do vacherin fribourgeois (que não se confunde com seu primo nobre demais para fondue, o vacherin montdor) são menos obrigatórios. São igualmente substituíveis a fécula de milho (maizena), pepi-nos e cebolas em conserva.Fundamentais, além dos queijos, é a presença dos álcoois e do alho passado nas paredes da panela. E para mim, fundamental é fazer o prato em dois es-tágios, o primeiro mais leve nos temperos que o segundo. Acompanha vinho branco seco e bem gelado, Riesling, Silvaner ou Pinot Blanc.

Ingredientes200 g de emmenthal300 g de gruyère200 g de queijo para raclete ou outro para derreterDuas doses de kirsch (destilado de cereja)Uma colher de café de fécula diluída no kirschDois dentes de alhoUma taça de vinho branco seco (Riesling, de preferência)

PreparoEm fogo baixo, aqueça uma panela para fondue, basta ser de ferro batido e pesada, que transfi ra o calor de modo homogêneo, de preferência esmal-tada. O ideal é um réchaud de mesa, uma base de apoio para a panela com uma fonte de calor como uma vasilha de ferro para uma dose de álcool in-candescente, vela, etc.Por todas as paredes da panela no fogo passe um dente de alho espetado, es-fregando bem. Pegue a metade dos queijos devidamente picados e vá colocando na pane-la. Quando começarem a derreter, mexa bem e leve à mesa sobre o réchaud. Polvilhe um pouco de noz moscada e pimenta-do-reino branca.Com o queijo derretendo e quase pegando no fundo, despeje im terço da taça de vinho. Quando estiver praticamente pronto, despeje uma dose do kirsch com a fécula e leve à mesa. Ofereça um garfo longo para cada convidado e uma porção de cubinhos de pão com casca. Quando estiver bem derretido, cada um vai embebendo o pão no queijo derretido.Repita toda a operação quando as pessoas limparem a panela. Só que ago-ra o vinho será mais presente entre a mesma quantidade de queijo (dois ter-ços da taça reservada para isso). Isso serve para não deixar o prato enjoativo.

Atenção!Não sirva água gelada, porque faz mal. Já vi gente passar mal com o chama-do “nó no estômago”.

Receita e dica de fondue

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magazine > com a língua e com os dentes | por Breno Raigorodsky

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D igo de queijo e vinho, mas não qualquer queijo nem qualquer vinho. Mas me refi ro àqueles que fazem a minha cabeça e me parecem combinar, apesar de a enologia atual alertar – com certa ra-

zão – para o fato incontestável de que o sal do queijo curado e a gordura depositada no dito queijo escondem os defeitos do vinho, transformando-o em mero passageiro da refeição, le-vado pela força do alimento sólido.

Por isso, recomendo nada de vinhos caros demais se a festa gastronômica for queijos em geral. Mas o que vai bem com um queijo vai bem com todos? Não é isso o que nos diz a maioria das bulas de harmonização, embora o clima descontraído des-te tipo de casamento suporte certas barbeiragens.

O queijo, o pão e o vinhoESTES DIAS MAIS FRIOS QUE SE APROXIMAM TRAZEM ÁGUA À BOCA QUANDO

PENSO QUE, AFINAL, UMA VEZ POR SEMANA, PODEREI COMPOR UMA REFEIÇÃO COM QUEIJO E VINHO, SEM SUAR EM BICAS

Vamos começar por um queijo queri-dinho do brasileiro, o brie, ainda que a versão dele em nosso país pouco tenha a ver com a original francesa, pois nos-sa legislação exige pasteurização dos la-ticínios, e na França este queijo é feito a partir de leite cru de vaca. Este queijo de casca e massa moles é fruto de pouca cura e fermentação de um dia. Ou seja, não acumula sal e gordura em exagero, podendo perfeitamente ser consumido com vinhos frutados e ácidos, brancos – um sauvignon blanc chileno do Vale de Casablanca, ou um tinto leve como o Ga-may da Miolo – ambos a uma temperatu-ra abaixo dos 14º C.

Vamos continuar com os queijos cha-mados azuis (bleus), bastante difundi-

A CORRETA MISTURA DE PÃO, QUEIJO E VINHO FOI ELEVADA A CATEGORIA DE VERDADEIRA CIÊNCIA

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97diretoria > balanço

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA “A HEBRAICA” DE SÃO PAULODEMOSTRAÇÃO DO RESULTADO ECONÔMICO

EXERCÍCIO 2012

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA “A HEBRAICA” DE SÃO PAULOBALANÇO PATRIMONIAL EM 31 DE DEZEMBRO DE 2012

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diretoria HEBRAICA | MAI | 2013

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Diretoria Executiva – Gestão 2012-2014PRESIDENTE ABRAMO DOUEK

DIRETOR SUPERINTENDENTE GABY MILEVSKY

ASSESSOR FINANCEIRO MAURO ZAITZASSISTENTE FINANCEIRO MOISES SCHNAIDERASSESSOR OUVIDORIA JULIO K. MANDELASSESSOR ESCOLA BRUNO LICHTASSESSORA FEMININO HELENA ZUKERMANASSESSOR REVISTA FLÁVIO BITELMANASSESSOR REDES SOCIAIS E COMUNICAÇÃO DIGITAL JOSÉ LUIZ GOLDFARBASSESSOR SEGURANÇA CLAUDIO FRISHER (Shachor)ASSESSOR ASSUNTOS ACESC MOYSES GROSSASSESSOR ASSUNTOS RELIGIOSOS RABINO SAMI PINTODIRETOR DE CAPTAÇÃO JOSEPH RAYMOND DIWANDIRETOR DE MARKETING CLAUDIO GEKKERCERIMONIAL E RELAÇÕES PÚBLICAS EUGÊNIA ZARENCZANSKI (Guita)RELAÇÕES PÚBLICAS ALAN BALABAN SASSON

DEBORAH MENIUKGLORINHA COHENLUCIA F. AKERMANSERGIO ROSENBERG

VICE PRESIDENTE ADMINISTRATIVO MENDEL L. SZLEJF

COMPRAS HENRI ZYLBERSTAJNRECURSOS HUMANOS CARLOS EDUARDO ALTONACONCESSÕES LIONEL SLOSBERGASADJUNTO AIRTON SISTER

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO SERGIO LOZINSKYDEPARTAMENTO MÉDICO RICARDO GOLDSTEINCULTURA JUDAICA GERSON HERSZKOWICZASSESSORES DA SINAGOGA JAQUES MENDEL RECHTER

MAURÍCIO MARCOS MINDRISZ

VICE PRESIDENTE DE ESPORTES AVI GELBERG

ASSESSORES CHARLES VASSERMANNDAVID PROCACCIAMARCELO SANOVICZSANDRO ASSAYAGYVES MIFANO

GERAL DE ESPORTES JOSÉ RICARDO M. GIANCONIGESTÃO ESPORTIVA ROBERTO SOMEKHESCOLA DE ESPORTES VICTOR LINDENBOJMMARKETING/ESPORTIVO MARCELO DOUEK

FLÁVIA CIOBOTARIUHERMAN FABIAN MOSCOVICIRAFAEL BLUVOL

MARKETING/INFORMÁTICA ESPORTIVO AMIT EISLER

RELAÇÃO ESPORTIVAS COM ESCOLAS ABRAMINO SCHINAZI

GERAL DE TÊNIS ARIEL LEONARDO SADKASOCIAL TÊNIS ROSALYN MOSCOVICI (Rose)

TÊNIS DE MESA GERSON CANER

FIT CENTER MANOEL K.PSANQUEVICHMARCELO KLEPACZ

CENTRO DE PREPARAÇÃO FISICA ANDRÉ GREGÓRIO ZUKERMAN

JUDÔ ARTHUR ZEGERJIU JITSU FÁBIO FAERMAN

FUTEBOL (CAMPO/SALÃO/SOCIETY) FABIO STEINECKE

GERAL DE BASQUETE AVNER I. MAZUZBASQUETE OPEN DAVID FELDON

WALTER ANTONIO N. DE SOUZA

BASQUETE CATEGORIA DE BASE MARCELO SCHAPOCHNIKBASQUETE CATEGORIA MASTER ATÉ 60 ANOS GABRIEL ASSLAN KALILIBASQUETE HHH MASTER LUIZ ROZENBLUM

VOLEIBOL SILVIO LEVI

HANDEBOL JOSÉ EDUARDO GOBBIADJUNTOS NICOLAS TOPOROVSKY DRYZUN

DANIEL NEWMANJULIANA GOMES SOMEKH

PARQUE AQUÁTICO MARCELO ISAAC GUETTAPOLO AQUÁTICO FABIO KEBOUDINATAÇÃO BETY CUBRIC LINDENBOJMÁGUAS ABERTAS ENRIQUE MAURICIO BERENSTEIN

RUBENS KRAUSZ

TRIATHLON JULLIAN TOLEDO SALGUEIROCORRIDA ARI HIMMELSTEIN

CICLISMO BENO MAURO SHETHMAN

GINÁSTICA ARTÍSTICA HELENA ZUKERMAN

RAQUETES (SQUASH/RAQUETEBOL) JEFFREY A.VINEYARDBADMINTON SHIRLY GABAY

TIRO AO ALVO FERNANDO FAINZILBER

GAMÃO VITOR LEVY CASIUCH

SINUCA ISAAC KOHANFABIO KARAVER

XADREZ HENRIQUE ERIC SALAMA

SAUNA HUGO CUPERSCHMIDT

VICE PRESIDENTE DE PATRIMÔNIO E OBRAS NELSON GLEZER

MANUTENÇÃO ABRAHAM GOLDBERGMANUTENÇÃO E OBRAS GILBERTO LERNERPAISAGISMO E PATRIMÔNIO MAIER GILBERTPROJETOS RENATA LIKIER S. LOBEL

VICE PRESIDENTE SOCIAL E CULTURAL SIDNEY SCHAPIRO

CULTURAL SERGIO AJZENBERGSOCIAL SONIA MITELMAN ROCHWERGERFELIZ IDADE ANITA G. NISENBAUMRECREATIVO ELIANE SIMHON (Lily)GALERIA DE ARTES MEIRI LEVINSHOW MEIO DIA AVA NICOLE D. BORGER

EDGAR DAVID BORGER

VICE PRESIDENTE DE JUVENTUDE MOISES SINGAL GORDON

ESCOLAS SARITA KREIMERGRAZIELA ZLOTNIK CHEHAIBARILANA W. GILBERT

SECRETÁRIO GERAL ABRAHAM AVI MEIZLER

SECRETÁRIO JAIRO HABERDIRETORES SECRETÁRIOS ANITA RAPOPORT

GEORGES GANCZHARRY LEON SZTAJER

JURÍDICO ANDRÉ MUSZKAT

SINDICÂNCIA E DISCIPLINA ALEXANDRE FUCSBENNY SPIEWAKCARLOS SHEHTMANGIL MEIZLERLIGIA SHEHTMANTOBIAS ERLICH

TESOUREIRO GERAL LUIZ DAVID GABOR

TESOUREIRO ALBERTO SAPOCZNIKDIRETORES SABETAI DEMAJOROVIC

MARCOS RABINOVICH

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vitrine > informe publicitárioHEBRAICA | MAI | 2013

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Em 1963 foi inaugurada a primeira loja da Be-atriz Lavanderia, localizada em Higienópolis. O prédio nessa primeira fase era alugado e a entrega das roupas era realizada pelos três ir-mãos Botelho, porta a porta. Após 23 anos, em 1986, os irmãos inauguraram uma nova loja.

A grandeza de um empreendimento depende de uma boa equipe, da capacitação e treina-mento constantes para executar um serviço de qualidade garantida.Fone 3667-6683 | Rua Conselheiro Brotero, 932

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Meio século de bons serviçosBEATRIZ LAVANDERIA

A tradicional rosticceria Villa Lucchese ofere-ce no Dia das Mães um cardápio diferencia-do para a confraternização das famílias. Além de livrar as queridas mamães do fogão, todos poderão apreciar iguarias que farão muitos se lembrar das tradicionais mesas comanda-

das pelas vovós. O cardápio da Villa Lucchese também pode ser requisitado no dia-a-dia e em ocasiões festivas.R. Diogo Jacome, 485,Vila Nova Conceição

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ta-feira, das 18 às 23 horas; sexta a domingo, das 18 às horas. É só escolher o seu sabor favo-rito e bom apetite!Higienópolis | Fone 3662-0006

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O Restaurante Rufi no’s nasceu no Guarujá, nos anos 1970, tendo como fundador o sr. Ru-fi no, nascido na Espanha em uma cidade tra-dicional de marinheiros e pescadores. Foi en-tão que ele teve a ideia de fazer um restau-rante, com especialidades em pescados e fru-

tos do mar, que tivesse um mostruário com peixes inteiros, crustáceos e moluscos, todos in natura, com toda sua originalidade.Rua Dr. Mário Ferraz, 377, Itaim | Fone 3074-8800

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HEBRAICA | MAI | 2013

102indicador profi ssional

ADVOCACIA ADVOCACIA

CIRURGIA PLÁSTICA

ANGIOLOGIA

ARTETERAPIA

CLÍNICA HIPERBÁRICA

DERMATOLOGIA

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HEBRAICA | MAI | 2013

103indicador profi ssional

FISIOTERAPIA

GENÉTICA MANIPULAÇÃO

DERMATOLOGIA

GINECOLOGIA

GINECOLOGIA / OBSTETRÍCIA MEDICINA PREVENTIVA

Indicador profissional.indd 103 22/4/2013 17:44:31

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indicador profi ssionalHEBRAICA | MAI | 2013

105

PSICOLOGIA

PEDIATRIA

PSIQUIATRIA

Indicador profissional.indd 105 22/4/2013 17:44:41

HEBRAICA | MAI | 2013

104indicador profi ssional

NEUROPSICOLOGIA

ODONTOLOGIAODONTOLOGIA

MEDICINA PREVENTIVA

OFTALMOLOGIA

OTORRINOLARINGOLOGIA

ONCOLOGIA

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compras e serviçosHEBRAICA | MAI | 2013

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HEBRAICA | MAI | 2013

106indicador profi ssional

TRAUMATOLOGIA ESPORTIVAQUIROPRAXIA REPRODUÇÃO

compras e serviços

PARA ANUNCIAR NA REVISTA HEBRAICA

LIGUE: 3815-9159 3814-4629

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compras e serviçosHEBRAICA | MAI | 2013

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compras e serviçosHEBRAICA | MAI | 2013

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Page 56: Revista Hebraica - maio 2013

roteiro gastronômicoHEBRAICA | MAI | 2013

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roteiro gastronômicoHEBRAICA | MAI | 2013

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HEBRAICA | MAI | 2013

113conselho deliberativo

JONNY CUKIERJOSÉ ABRAMOVICZJOSÉ BIRKMANJOSÉ EDUARDO GOBBIJOSÉ HENRIQUE CHAPAVALJOSÉ LUIZ GOLDFARB Assessor Redes SociaisJOSÉ RICARDO MONTEIRO GIANCONIJOSÉ WOILERJOSEPH RAYMOND DIWANJULIO KAHAN MANDEL Assessor OuvidoriaKRYSTYNA OKRENTLEONARDO CUSCHNIRLEO TOMCHINSKYLEON ALEXANDERLIONEL SLOSBERGASLORENA QUIROGALUBA GLEZER ROSEMBERGLUCIA FELMANAS AKERMANLUIZ FLAVIO LOBEL 1º Secret. Mesa Conselho 1º Secretário ConselhoLUIZ GABOR Tesoureiro Geral ExecutivoLUIZ JAYME ZABOROWSKYLUIZ KIGNELLUIZ MESTERMAIER GILBERTMANOEL KRON PSANQUEVICHMARCELO DE WEBERMARCEL HOLLENDERMARCELO KAHAN MANDELMARCELO MIROCZNIKMARCELO SCHAPOCHNIKMARCIA MELSOHNMARCOS ARBAITMAN Ex-PresidenteMARCOS BURCATOVSKY SASSONMARCOS CHUSYDMARCOS KARNIOL ObrasMARIZA DE AIZENSTEINMARLI KOTUJANSKYMAURICIO FOGELMAURICIO JOSEPH ABADI Jurídico Relator MAURICIO PAULO MATALONMAURO JOSE DE SALLES NAHAISSIMAURO ZAITZ Assessor FinanceiroMAX WAINTRAUBMENDEL L. SZLEJF Vice-Presidente AdministrativoMENDEL VAIDERGORNMICHEL STOLARMILTON RZEZAKMIREL WALDMANNMIRIAM KRUGLIANSKASMOACYR LUIZ LARGMAN Jurídico SecretárioMOISÉS SCHNAIDERMOISÉS SINGAL GORDON Vice-Presidente JuventudeMOISÉS SUSLIKMONICA R. ROSEMBERGMONICA TABACNIK Adm.Finanças RelatoraMOSZE GITELMANMOYSÉS BOBROWMOYSÉS DERVICHE Adm.Finanças SecretárioMOYSÉS GROSS Obras/Assessor AcescNAUM ROTENBERG Ex-Presidente

NAUM SCHAPIRONELSON GLEZER Vice-Presidente ObrasNELSON ZLOTNIK ObrasNESSIM HAMAOUINESSIM MIZRAHINICOLE SZTOKFISZ ObrasNILSON ABRAO SZYLITPAULO BRONSTEIN ObrasPAULO DANILAPAULO R. FELDMANPAULO ROBERTO EGEDYPEDRO MAHLER Obras SecretárioPERLA JOSETTE MOSSERIPETER T. G. WEISS Presidente do ConselhoRAMY MOSCOVICRAQUEL MIZRAHIRAUL CZARNYREBECA LISBONARENATO FEDERRENATO KASINSKYRICARDO BERKIENSZTATROBERTO GARBATI BECKER Conselho FiscalRONEY ROTENBERGRONY SZTOCKFISZROSA BRONER WORCMAN ObrasROSALYN MOSCOVICIROSITA KLAR BLAURUBENS BISKERRUBENS KRAUSZRUBENS ERNANI GIERSZTAJNRUGGERO DAVID PICCIOTTO Conselho Fiscal CoordenadorSAAD ROMANO Conselho Fiscal SecretárioSALIM KEBOUDISALO FLOHSALOMON WAHBASAMI SZTOCKFISZSAMSÃO WOILER Ex-PresidenteSANDRO ASSAYAGSARITA KREIMERSAUL ANUSIEWICZ JurídicoSERGIO CIMERMANSERGIO GARBATI GROSSSERGIO KORNSERGIO PRIPASSERGIO ROSENBERGSIDNEY SCHAPIRO Vice-Presidente Social CulturalSILVIA L. S. TABACOW HIDAL Assessora Mesa ConselhoSILVIA WAISSMAN ZLOTNIKSILVIO BRANDSILVIO CHANSIMAO A. LOTTENBERGSIMAO PRISZKULNIKSIMCHA BINEM BERENHOLC JurídicoSZLOMA ZATYRKOVANESSA KOGAN ROSENBAUM Conselho Fiscal SecretáriaVICTOR LINDENBOJM ObrasWALTER MEYER FELDMANYUDAH BENADIBAYVES MIFFANOZEEV TUCHMAJER

NOME CARGO NOME CARGO

lista de conselheiros.indd 113 22/4/2013 16:39:20

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112conselho deliberativo

AARON BERNARDO SONDERMANABRAHAM AVI MEIZLER Secretário Geral ExecutivoABRAM BERLANDABRAMO DOUEK Presidente do ExecutivoABRAMINO ALBERTO SCHINAZIABRAO B. ZWEIMANADOLPHO FISCHMANAIRTON SISTERALAN BOUSSO JurídicaALAN CIMERMANALBERTO GOLDMANALBERTO HARARIALBERTO RACHMANALBERTO SAPOCZNIK Tesoureiro ExecutivoALEXANDRE L. S. LOBELALEXANDRE OSTROWIECKIALZIRA M. GOLDBERGANITA GOTLIB NISENBAUMANITA RAPOPORTANITA W. NOVINSKYANTONIO FLORIANO P. PESAROARI FRIEDENBACH Assessor Mesa ConselhoARIEL LEONARDO SADKAARTHUR ROTENBERG Ex-PresidenteAVRAHAM GELBERG Vice-Presidente Conselho EsportivoBEATRIZ WOILER RAICHERBEIREL ZUKERMAN Ex-PresidenteBERNARDO GOLDSZTAJN Administração e FinançasBERNARDO KRONGOLDBORIS BERBORIS CAMBURBORIS KARLIKBORIS MOISES MIROCZNIK Obras RelatorBRUNETE GILDINBRUNO JOSÉ SZLAK Obras CoordenadorCAIO MAGHIDMANCARLOS GLUCKSTERN Jurídico CoordenadorCARLOS KAUFMANNCELIA BURD Assessora Mesa ConselhoCELSO SZTOKFISZCHARLES TAWILCHARLES WASSERMANN ObrasCHYJA DAVID MUSZKATCLARA NOEMI TREIGERCLAUDIA MARIA COSTINCLAUDIA ZITRON SZTOKFISZCLAUDIO LUIZ LOTTENBERGCLAUDIO STEINERCLAUDIO STERNFELD Vice-Presidente ConselhoCLAUDIO WEINSCHENKER JurídicoDANI AJBESZYC Administração e FinançasDAVE LAFERDAVID LEDERMANDAVID PROCACCIADAYVI MIZRAHIDEYVID ARAZIDIANA CHARATZ ZIMBARGDOV BIGIOEDUARDO DE AIZENSTEINEDUARDO GRYTZ Administração e Finanças

EDUARDO ROTENBERGELCIO NEUSTEINELIE K. HAMADANIELISA RAQUEL NIGRI GRINER Administração e FinançasERNESTO MATALONERVINO SOICHERESTER R. TARANDACHEUGEN ATIAS Administração e FinançasEUGENIO VAGO JurídicoEVA ZIMERMAN JurídicoEVELYN H. GOLDBACHFABIO AJBESZYC JurídicoFABIO KEBOUDIFERNANDO ROSENTHAL 2º Secretário ConselhoFISZEL CZERESNIAFLORA GHITA TAKSERFRANCISCO AMERICO RAICHMANGABRIEL R. KUZNIETZGEORGES GANCZGILBERTO LERNERGIUSEPPE PIHAGLORINHA COHENGRAZIELA ZLOTNIK CHEHAIBARGUSTAVO CIMERMANGUSTAVO ERLICHMANHELENA NISKIERHELENA ZUKERMAN Assessora FemininoHELIO BOBROW Ex-PresidenteHENRIQUE BOBROW Ex-PresidenteHENRIQUE FISBERG Conselho FiscalHENRIQUE JOSEFHENRIQUE MELSOHNHENRY JACQUES KLEIN ObrasHORACIO LEWINSKY Vice-Presidente ConselhoHUGO CUPERSCHMIDTIDA SEMERISAAC AMARISAQUE RUBINISRAEL ISSER LEVINISY RAHMANI Adm. Finanças CoordenadorIVETTE MANDELBAUMJACKSON CIOCLER JurídicoJACOBO KOGAN Administração e FinançasJACK TERPINS Ex-PresidenteJACQUES ADONIJAIME CIMERMANJAIME SHNAIDERJAIRO HABER Secretário ExecutivoJAIRO OKRETJAIRO PEKELMANJAIRO ZYLBERSZTAJN Conselho FiscalJAQUES LERNERJAQUES MENDEL RECHTERJAYME BOBROWJAYME MELSOHNJAYME SZUSTERJAYME WIDATOR JEFFERSON JANCHIS GROSMAN Conselho FiscalJEFFREY ADONIS VINEYARD Administração e FinançasJOEL RECHTMANJONAS GORDON

Lista de Conselheiros NOME CARGO NOME CARGO

E OS INTEGRANTES DAS COMISSÕES, DO CONSELHO FISCAL E DA DIRETORIA EXECUTIVA

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Reuniões Ordinárias do Conselho em 2013

Peter T. G. Weiss PresidenteHorácio Lewinski Vice-presidenteClaudio Sternfeld Vice-presidenteLuiz Flávio Lobel SecretárioFernando Rosenthal Segundo secretárioSílvia Hidal Assessora da PresidênciaCélia Burd Assessora da PresidênciaAri Friedenbach Assessor da Presidência

Mesa do Conselho

Preparem-se para as eleiçõesEm novembro teremos eleições para renovação de me-tade do Conselho Deliberativo. Trata-se de uma exce-lente oportunidade para aqueles que terminam a pri-meira gestão no cargo, providenciem a candidatura, uma vez que já adquiriram experiência e conhecimen-to para atuar e colaborar mais ativamente. É consenso geral que o Conselho se benefi cia com o au-mento no número de jovens e que, na maioria dos ca-sos, o exemplo dos amigos serve como estímulo para que jovens profi ssionais decidam pela candidatura ao conselho. O clube tem investido em serviços e infraestrutura que atendam jovens casais e famílias em crescimento e se torna cada vez mais importante que essa faixa do qua-dro associativo acompanhe as decisões e projetos de-batidos em cada reunião. É chegada a hora de contra-balançar a experiência dos mais velhos com a energia e entusiasmo das novas gerações, que, de fato, evoluirão com o clube nas próximas décadas. E quanto ao futuro próximo, anunciamos os nomes dos conselheiros que integrarão o Conselho Fiscal a partir deste mês até abril de 2014. Os nomes de Abram Ber-land, Alberto Rachman, Jairo Zylberstajn, Mosze Gitel-man, Roberto Garbati Becker, Roney Rotenberg e Zeev Tuchmajer foram eleitos por aclamação na última reu-nião do Conselho.E por fi m, reiteramos o convite aos conselheiros para contribuir com sugestões para uma próxima alteração nos Estatutos Sociais. O secretário Fernando Rosenthal se coloca à disposição para receber, ler e compilar as propostas para em seguida serem debatidas pelo gru-po dos ex-presidentes liderado pelo atual presidente do conselho Peter T. G. Weiss.

conselho deliberativo

LOCAL: TEATRO ANNE FRANKHORÁRIO: 19H30

12/8/2013 10/11/2013 – ASSEMBLÉIA GERAL 25/11/20139/12/2013

Conselho.indd 114 23/4/2013 16:37:52

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