revista leetra 16 - nheengatu tapajoara

75

Upload: grupo-leetra-ufscar

Post on 22-Jul-2016

344 views

Category:

Documents


39 download

DESCRIPTION

O momento atual confronta-nos com grandes desafios que her-damos do século XX. Entre eles estão a continuidade na luta pela garantia efetiva dos direitos indígenas já estabelecidos na letra da Constituição de 1988, em conjunto com a lei 11.645/08, que versa sobre a obrigatoriedade do ensino da história e da cultura dos po-vos indígenas em todas as escolas públicas e particulares brasilei-ras, ou seja, nas escolas de aldeia, mas não apenas nelas. No Grupo de Pesquisa LEETRA, na Universidade Federal de São Carlos, temos nos voltado à realização de ações que buscam cor-responder a esses e a outros desafios, seja na pesquisa voltada à produção de livros bilingues para utilização na educação de aldeia, mas também nas escolas regulares, seja na participação no Pac-to Nacional pela Alfabetização na Idade Certa – PNAIC/UFSCar. Em 2014, juntando esforços com professores e educadores do Alto Rio Negro (AM), publicamos edição especial da Revista LEETRA Indígena, com lições progressivas para a apr

TRANSCRIPT

  • LEETRA IndgenaRevista do Laboratrio de Linguagens LEETRA

    Universidade Federal de So Carlos

  • Universidade Federal de So CarlosReitor

    Prof. Dr. Targino de Araujo Filho

    Prof. Dr. Adilson Jesus Aparecido de Oliveira

    A revista aceita contribuioes de estudos, resenhas e outras, dentro da sua especialidade.

    Universidade Federal de Sao Carlos - Campus Sao CarlosRod. Washington Lus, km. 235 - Departamento de Letras - Sala 07

    CEP: 13.565-905 - Sao Carlos - SPTelefone: (16) 3306-6510

    www.leetra.ufscar.br [email protected]

    Tiragem desta ediao: 1400 exemplares

    LEETRA INDGENA. n. 16, v. 1. Ediao Especial: Nheengatu Tapajoa-ra, 2015 - Sao Carlos: SP: Universidade Federal de Sao Carlos, Laboratrio de Linguagens LEETRA

    Periodicidade: semestral

    ISSN: 2316-445X

    1. Literatura indgena 2. Literatura brasileira 3. Sociedades indgenas brasileiras.

    Vice-Reitor

  • LEETRA IndgenaRevista do Laboratrio de Linguagens LEETRA

    Universidade Federal de So Carlos

    ISSN: 2316-445X

    Numero 16 - Volume 01 - 2015

    Rev. LEETRA Indgena Sao Carlos - SP n. 16 v. 1 2015

  • Conselho EditorialFlorncio Almeida Vaz FilhoMaria Silvia Cintra Martins

    EditoraMaria Slvia Cintra Martins

    IlustraesYara Amaral Gurgel FulniYatap SantosLeandro Mahalem LimaAlunos e alunas dos cursos de nheengatu

    RevisoAntnio Fernandes Ges NetoCamila de Lima GervazJoao Paulo RibeiroMaria Silvia Cintra MartinsRenato da Silva Fonseca

    Design e DiagramaoCamila de Lima Gervaz

    ApoioGrupo de Pesquisa LEETRAFAPESP (Fundaao de Amparo Pes-quisa do Estado de Sao Paulo)

    Revista do Laboratrio de Linguagens LEETRA Universidade Federal de Sao Carlos - SP - BrasilVolume 16 - N. 1 - 2015 - ISSN 2316-445X

    Endereo para correspondnciasUniversidade Federal de Sao Carlos - Laboratrio de Linguagens LEETRA

    Rod. Washington Lus, km. 235 - Departamento de Letras - Sala 07

    CEP: 15.566-905 - Sao Carlos - SP

    Pedido de assinaturas e envio de artigos para: www.leetra.ufscar.br grupo.leetra @gmail.com

    AutoresAlzira Sousa GuimaraesAmado de Oliveira Serrao FilhoAnne Mikelle Cardoso dos SantosCarlos Antonio Pereira NascimentoCaua Nobrega da CruzCivalda Ferreira SousaCivaldo Imbiriba RodriguesCleilsa Mota AlvesDaciel da GamaDaniela dos Santos AmricoDiemeson Andrei Caetano Dos SantosElcia Pereira de SousaEnaldo ColaresFernanda dos SantosIrlane Castro FeitosaJaelson dos Santos PereiraJoaneide Maria dos Santos TapajsJoao Antnio TapajsJoel Costa LopesJoelder Tapajs PereiraJosiel Pereira de Sousa BentesJosiele Guimaraes de SousaJosielma Alves Cardoso Leilane Sousa Guimaraes Lourdes Ferreira SousaMarcela Fernanda de Jesus Oliveira Marcos Jos Vieira Queiroz Maria Lucilia Tapajs de DeusMarinalba Pedroso Serrao Milton Anselmo Amaral CastroNelson Barroso da CostaOrleidiane Reges CardosoRosiene Ferreira NunesRosilda Ferreira NunesSilmare Azevedo FerreiraTatiane Castro Feitosa

  • SUMRIO

    1. A histria do comeo como nossos avs nos contaram /Ku yupirungawait mbeubeuswa may yan ariait umbe .......................................................................................09

    2. A cabanagem comeou aqui / Ku kabanagem uyupir ik!...............................................................................................12

    3. Vamos fazer piracaia? / Yasu yamunh pirakaya?...............18

    4. Cobra Grande / Buyuas .........................................................23

    5. Danas e Festas / Murasi .........................................................37

    6. Territrios / Tetamait .............................................................44

    7. Pinturas / Kuatiarait ...............................................................54

    Hino Nacional nheengatu rupi................................................63

    Glossrio / Nheengait ............................................................65

  • DEDICATRIA

    Dedicamos aos nossos parentes, aos nossos antepassados, aos pi-meiros professores de Nheengatu que vieram do rio Negro, Ce-lina Cadena Bar, Beto Baniwa e Vitor Baniwa. Aos professores Agripino Neto, Antnio Neto, Lus Gonzaga da Fonseca Jr, Renato Fonseca e principalmente aos nossos alunos, que tambm j atuam como professores ou que pretendem ser professores de Nheengatu. Foram vocs que nos estimularam a enfrentar este desafio de pro-duzir este livro. Dedicamos tambm aos que nos apoiaram: GCI, CITA, Diretoria de Aes Afirmativas (DAA/UFOPA), Programa Patrimnio Cultural na Amaznia (PEPCA/UFOPA), Custdia So Benedito da Amaznia (Frades Franciscanos) e Centro Indge-na Mara. Dedicamos tambm a todos os povos que contriburam na elaborao desse livro.

  • 71. Contribuem para a implementao da lei 11.645/08;2. seja na Educao Indgena Diferenciada, seja nas escolas

    regulares, de toda forma muitas vezes os prprios professores no possuem todo o conhecimento das lnguas indgenas, j que elas se encontram em processo de revitalizao e a existncia de livros didticos bilingues pode contribuir e muito para sua redesco-berta por todos, tanto pelos professores, quanto pelos alunos;

    Introduo: sobre a produo de materiais bilngues e a

    importncia da lngua nheengatu na regio de Santarm

    O momento atual confronta-nos com grandes desafios que her-damos do sculo XX. Entre eles esto a continuidade na luta pela garantia efetiva dos direitos indgenas j estabelecidos na letra da Constituio de 1988, em conjunto com a lei 11.645/08, que versa sobre a obrigatoriedade do ensino da histria e da cultura dos po-vos indgenas em todas as escolas pblicas e particulares brasilei-ras, ou seja, nas escolas de aldeia, mas no apenas nelas.

    No Grupo de Pesquisa LEETRA, na Universidade Federal de So Carlos, temos nos voltado realizao de aes que buscam cor-responder a esses e a outros desafios, seja na pesquisa voltada produo de livros bilingues para utilizao na educao de aldeia, mas tambm nas escolas regulares, seja na participao no Pac-to Nacional pela Alfabetizao na Idade Certa PNAIC/UFSCar. Em 2014, juntando esforos com professores e educadores do Alto Rio Negro (AM), publicamos edio especial da Revista LEETRA Indgena, com lies progressivas para a aprendizagem da lngua nheengatu; j este volume 16 da Revista LEETRA Indgena com-porta nova edio especial, com mais elementos da lngua nheen-gatu, dentro de uma proposta que foi construda em conjunto com professores de Santarm/PA. No caso de materiais didticos bilin-gues como Ygat/Portugus e agora Nheengatu Tapajoara, vemos na sua utilizao em sala de aula diversos destaques para o traba-lho pedaggico:

  • 3. de forma simples e didtica, este volume apresenta elemen-tos de cultura indgena, daquilo que constitui o patrimnio imate-rial desse povos, neste caso de professores indgenas de Santarm que que vm reconhecendo na lngua nheengatu uma forma de reencontro com sua identidade indgena.

    interessante relatar para quem no pertence regio de Santa-rm, e vai tambm ter contato com esta revista, que nesta cidade do noroeste do estado do Par, onde este material foi produzido, exis-tem diferentes comunidades indgenas cujas lnguas encontram-se extintas ou possuem poucos falantes, de tal maneira que parte da populao ribeirinha, antes denominada cabocla, ao passar a reco-nhecer sua identidade indgena, v na lngua nheengatu uma for-ma de resgate de sua indigeneidade. Ali, como em algumas outras regies brasileiras, o nheengatu possui funcionamento lingustico de lngua franca, dentro de uma situao multilngue especial.

    Como editora da Revista LEETRA Indgena, guardo por este vo-lume um carinho especial, j que pude acompanhar parte de sua produo em minha breve passagem por Santarm em janeiro des-te ano. muito gratificante ver agora o trabalho, depois de passa-dos to poucos meses, em sua forma acabada, em belssima edio ilustrada e provida de grafismos to especiais.

    Construdo de forma colaborativa, este volume apresenta gran-de variedade de textos em lngua nheengatu estando parte deles acompanhada da traduo em portugus: relatos histricos, letras de msica, receitas culinrias tpicas, narrativas, um mapa da re-gio, e at o hino nacional brasileiro, tudo acompanhado, de for-ma didtica, de uma srie de exerccios para a aprendizagem dessa lngua encantadora, que traz em si uma mistura de outras lnguas.

    Professora Maria Slvia Cintra Martins Grupo de Pesquisa LEETRA - UFSCar

    8

  • 9KU YUPIRUNGAWAIT

    MBEUMBEUSWA MAY YAN ARIAIT UMBE

    Se ara umbe kuay: Yu-pirungwa ram, murariwra ikewara makuit. Aint upu-raki, asu uyumitima ik. Ait uyuku wa maniaka irmu ik. Ku ji it suiwara. Aint uyu-pir umunh yapepuit asu yapunait tuyka suiwara. Ain-t umunh arguidarait turus, yaseruka wa yaswa. Urik mi-rapara, uyura yuri. Kara Preta, asu amu makuit umurri ik.

    Nha tetama up, Tapajs Ti-pma, uviveri siya mira, amurupi mira. Aiku Arapium, Kumar, Gurupa, Jaguaim, Munduruk, Maytap, Borari, Tupinamb, Tapakor, Karari, Jakar-tapi, Kuarirana, Sapop, War-pi-ranga, Apanauria, Motuari, siya amu mira yuri.

    Yan ariait umbe wa kuxi-ma ram mirait uviveri puran-ga, umba puranga yuri. Aint ukamund, upinaitika yuri. Aint uyutima maniaka, kar, pakwa, awati yuri. Asu, upisi-ka wa kaapura, may uxi, piki, wasa, wakaba, etc. Aint umu-nh tek rikuyarait, yaserukar putwa.

    Kupixwa up, upuraki panh umuatri wa puxir rupi. Aint umunh siya murasi yuri.

    Ku tetama urik wa siya mira pri nha rangwa ram Tapaj rendwa, mam wi uik Santarm. Mairam yepe-swa kariwa usas mimi rupi, 1500 ram, aint uwasmu siya mak, ape umusiki, asu uyana mira Tapaj su.

    Arir usika kariwait, pa yu-ri, asu pwa umuyeru. Ma yan ariait umaramunha reta-na t rendwa rupi. Ares ain-t, yamukatrur yan kuaswa kuximawara. Yan ariait sapui-t. Yan rakangait.

    Sr Roselino Freire e sua esposa D.Luzia Co-lares, encontrou essa bacia de barro perto de sua casa, em Pinhel.

  • 10

    1Minha av contava assim: No

    comeo, os viventes daqui eram os ndios. Eles trabalhavam e cultivam aqui. Foram eles que apareceram com a maniva aqui. O machado era de pedra. Eles que comearam a fazer as pa-nelas e fornos de barro. Faziam grandes bacias que a gente cha-mava de igaabas. Tinham arco e a flecha. Os Cara Preta e ou-tros ndios moravam aqui

    Nesta regio do Baixo rio Tapajs viviam muitos e dife-rentes povos. Tinha Arapium, Cumaru, Gurupa, Jaguaim, Munduruku, Maytapu, Borary, Tupinamb, Tapacor, Carary, Jacar-tapi, Cuarirana, Sapo-p, Uar-piranga, Apanauria, Motuary e muitos outros.

    Nossos avs contavam que na-quele tempo as pessoas viviam e comiam muito bem. Caavam e pescavam. Eles plantavam man-dioca, car, banana e milho. E pegavam as frutas da mata, como uxi, piqui, aa, bacaba,

    etc. Eles faziam trocas rituais entre eles, que ainda hoje cha-mamos putua.

    Nas roas, trabalhavam todos juntos em puxirum. Nossos an-tepassados gostavam de estar sempre juntos. Faziam muitas festas tambm.

    O lugar que tinha mais gen-te daquele tempo era a aldeia do povo Tapaj, onde hoje est Santarm. Quando os primei-ros brancos passaram por l no sculo XVI encontraram tantos indgenas que se assustaram, e fugiram dos Tapaj.

    Depois chegaram os coloni-zadores e os padres, e tudo se transformou. Mas nossos avs lutaram muito por seu territ-rio. Por isso ainda estamos aqui. Esse o nosso lugar, onde esto enterrados os nossos avs. Por causa deles ainda mantemos as nossos conhecimentos tradicio-nais. Nossos avs so as razes, e ns somos os galhos.

    A HISTRIA DOS COMEOS COMO NOSSOS AVS NOS CONTARAM

  • 11

    Em nheengatu, temos uma marca presente em muitas palavras do nosso cotidiano:

    Tapajoara referente ao povo Tapaj, ou ao rio Tapajs

    Kumaruarareferente ao povo Cumaru ou Cumaruara ou ainda rvore Cumaru

    Cultura Marajoara referente aos povos Maraj

    Xinguara nome de municpio paraense, referente ao rio Xingu

    Manauara quem nasce em Manaus, refe-rente tambm ao povo Manao

    -ara, ou wara significa origem.

    Por isso, o nome desse livro Nheengatu

    Tapajowara: o nheengatu que do

    Rio Tapajs.

  • 12

    2Yand yamungit mbeumbeu-

    swa paperait res Kabana-gem maramunha uyupir wa Belm up, janeiro ram, 1985 akay. Ku makuit, tapayunai-t umupirasua wa, umaramu-nh masiarait nha rangwa ruaxara, umuawa wa umu-purar wa yan mirait sup. Ma, ma yasend makuit pa-ran Tapajs suiwara, asu pa-ran Arapiuns suiwara, ri wa kabanuit umaramunha wa t rendwa rupi: Ku kabanagem uyupir ik!

    Ku maramunha uyupir pu-peswa up, asu uyusa t Be-lm kiti. Siya maramunha uyu-muatiri, uyukiriari, asu, rund kiti, umunh wa ku kabanu mukwa rukait: Pinhu up, Vila Franka up, Alter do Cho up, asu Kuipiranga.

    Kuipiranga yep tetama mame yama puranga Paran Amazo-nas, asu Paran Tapajs, yan kuximawara useruka wa Pa-ran pixuna.

    Mares, mimi us yep tetama kabanuit ikewara uyumuatiri ar. Yan ariait, makuit siya mira su, us mikiti, uyumuka-tru ar maramunha sup. Mi-misu t usmu umaramunha ruayanait.

    Mimi su t usmu uajudri ar makuit umurri wa Santa-rm twa up, asu aint upisika tawawas, ara 16 Maro ram, 1836 akay.

    Nha maramunhaswa aiku kuera ku tetamait uxri siya manusarait, asu siya tu upuri-gya wa. Pinheu, Vila Franka, Kuipiranga, amu tetamait yuri urikur pipurait nha rangwa.

    Nha manusarait kwerait uyumunni seramika pipurait irumu, iw pixuna up.

    KU KABANAGEM UYUPIR IK!

    Sr Rosilda Branches, que se lembra dos seus antepassados da Cabanagem.

  • 13

    Ku kuipiranga iwikui upit piranga arir Kabanagem. Yan ariai-t unhe ri wa aw uman wa mimi.

    Ku mbeumbeusawait usas wa mukiriarisawait rupi, ma 200 akai nhntu. Yan ariait upurai upurungit yumimiswa rupi, u upit ikntu. Ma, wi aint upurungit pri, umukatru ar ku manduariswa aw umaramunha su. Sesewara, yand yavive-rir wi yan iw up.

    Nhans yand makuit paran Tapajs, paran Arapiuns yu-ri, yamaramunha yan tetama demarkasu rupi. Yand makuit kabanu mimbira. Yand kabanuit wiwara.

    Aiku yep kariwa uwatawa-t Santarm rupi, Kabanagem ram. A Hartt. A ri 1872 ram. A urik yep papera: Notas sobre a lngua geral ou tupi moderno da Amaznia

    Aiku yep papera pisas yu-ri, useruka wa Valentia. Ku papera unhe yuri Kuipiranga resewara. Unhe kuay:

    Ik, maramunhaswa re-nund, ku ku iwiku su panh murutinga. Ik ti useruka Kuipi-ranga, iw piranga wa makui-t nheenga rupi. Ik Cuieira do Sul kuera, uriku wa tenh siya kuya. Arir maramunhaswa, nhans t upurigya siya tu ku iwikuit up, upit wa kuay, ku piranga irmu, ape umuye-ru ku tetama rera.

    (p. 69)

  • 14

    A gente l nos livros de hist-ria, que a guerra da Cabanagem iniciou em Belm em janeiro de 1835. Foi a guerra dos ind-genas, dos negros e dos empo-brecidos contra os poderosos daquele tempo, que explora-vam e causavam sofrimento ao nosso povo. Mas, o que a gente ouve dos indgenas nos rios Ta-pajs e Arapiuns, descendentes dos cabanos que lutaram pelo seu territrio, : A Cabanagem comeou aqui!. Essa luta come-ou no interior, e se espalhou at chegar em Belm.

    Vrias lutas se juntaram, fo-ram crescendo, e mais na fren-te, criaram os quartis-generais dos cabanos, que eram Pinhel, Vila Franca, Alter do Cho e Cuipiranga. Cuipiranga um lugar que tem uma privilegiada viso do rio Amazonas e do rio Tapajs, que nossos antepassa-dos chamavam rio preto. Por isso ali foi o lugar de reunio de cabanos daqui. Nossos avs, n-dios de vrios povos, foram para l, treinar para a guerra, e de l saam para combater os inimi-

    gos. Foi de l que saram para apoiar os indgenas que mo-ravam no bairro da Aldeia em Santarm, e tomaram a cidade no dia 16 de maro de 1836.

    As batalhas que aconteceram nesses lugares deixaram muitos mortos e muito sangue foi der-ramado. Pinhel, Vila Franca e Cuipiranga e outros lugares ain-da tm as marcas daquele tem-po. Os ossos daqueles mortos se misturam com os restos de ce-rmica na terra preta. A areia de Cuipiranga ficou avermelhada aps a Cabanagem. Nossos avs disseram que veio do sangue dos que morreram ali.

    Essas histrias foram passadas de gerao por gerao por qua-se 200 anos. Nossos avs preci-saram falar escondido, ou ficar calados. Mas, hoje eles falam mais, para guardar a memria dos que lutaram. Por causa de-les, ns ainda hoje vivemos na nossa terra. Porque ainda hoje ns, indgenas do rio Tapajs e Arapiuns, lutamos pela demar-cao dos nossos territrios.

    A CABANAGEM COMEOU AQUI!2

  • 15

    Ns somos os filhos dos ndios cabanos. Ns somos os cabanos de hoje.

    Um branco viajou por Santarm durante a Cabanagem. Ele era Charles Hartt. Ele veio em 1872. Ele escreveu o livro:

    Notas sobre a lngua geral ou tupi moderno da Amaznia.

    Existe, tambm, um livro novo chamado Valentia. Esse livro tambm fala sobre Cuipiranga. Diz assim:

    Aqui, antes da guerra, a areia da praia era toda branca. Aqui no chamava Cuipiranga, que terra vermelha

    na lngua indgena. Aqui era Cuieira do Sul, que tinha muitas cuias. Depois da guerra, porque eles derramaram muito sangue nessas praias, que ficou assim, com a areia

    vermelha, da mudou o nome do lugar.

  • 16

    PURANDUSAWAIT

    1. Segundo o texto, quem parti-cipou da Cabanagem?

    2. Pergunte para seus parentes mais velhos sobre o que foi a Cabanagem.

    3. O que aconteceu em Cui-piranga, Pinhel e Vila Franca? Pergunte tambm para os mais velhos para responder essa per-gunta.

    4. Voc conhece as cermicas de terra preta? Procure saber no seu bairro, comunidade ou aldeia, se existem restos desses materiais.

    5. Depois dessas pesquisas, pense e escreva por que im-portante saber o que foi a Caba-nagem.

    REMA KATU!

    Para contar histrias e explicar as coisas em nheengatu, algumas palavras so muito usadas:

    Asu aint upisika tawawas, ara 16 Maro ram, 1836 akay.

    nhans t upurigya siya tu ku iwikuit up, upit wa kuay, ku piranga irmu, ape umuyeru ku tetama rera.Aiku yep papera pi-sas yuri, useruka wa Valentia.

    Depois eles tomaram a cidade no dia 16 de Maro, em 1836.

    Porque eles derramaram muito sangue nessas praias, que ficou assim, com a areia vermelha, da mudou o nome do lugar.

    H tambm um livro novo, que se chama Valentia.

  • 17

    Vimos que muitos povos participaram da Cabanagem. Agora, vamos ouvir a msica Yand sia mira, feita pelo aluno e profes-sor, Cau Borari:

    NHEENGARISWA

    Ns viemos do cucantar para o vento

    ns viemos do meio da guacantar para o rio

    Debaixo da terra ns viemosCantamos para o esprito dos

    nossos antepassadosViemos da floresta

    Ns cantamos para os frutos das plantas

    Somos do rioE vivemos pelos riosNs somos do cu

    E voamos com as estrelasNs somos muita gente

    Ns somos muitos povosNs somos muitos e

    verdadeiros

    Iwka su yand yayriyanheengri iwit arYand yairi i pitrupi suyanheengri paran supIw wrpe su yand yayriYanheengri yan ara nat arYand yayuri kaaet suYanheengri iwait supYand paranwaraYasiku paranait rupiYand iwkawaraYawew yasitatait irYand siya miraYand siya miraitYand siya mira ret

  • 18

    3

    Ix as ar kupixwaaras kiseas ar maniaka

    Yas yamunh tarubTarub PurangaTarub retana

    Maria Slvia u tarubFlorncio u tarubAntnio u tarubMakaru u tarubMayke u tarubyand ya tarubTarub PurangaTarub retana

    YASU YAMUNH PIRAKAYA?

    Yepeswa, iapurandu imutara tup, asu angawara iw sup Yand yas yamunh pirakaya Cuipiranga (u kuipiranga) upYas yamba siya pir s retana u ir.Yas yamba pirakaya ar, yagustari muri pir nungara, may

    tukunarewas, tukunar pinima, tukunar pixuna, akar, jarak, xaperema, apap, kar pixuna, kar puku, arak, bararu, kara-

    tinga. Yamba pirait siya kinha nungara irmu.Ya xib puranga. Asu, ya tarub yamba puranga ram.Ape, yas yanheengri muki nheengariswa:

    TARUB NHEENGARISWA XIB PURANGA

    Xib purangaPuranga retana

    Yaputari muri araYa xib puranga

    Yasu yapinaitika apekatu Useni ix a arama xib

  • 19

    Rema katu yawira irmu, reyuik ram paran upe. Rema katu defesu irmu. Rema katu tukupi irmu, darapi res.

    1. Muri pir reku?

    2. Mam ta yamba pirakaya?

    3. Muri anama umunh pi-rakaya?

    4. Mairam aiku defesu?

    5. Muri sangwa uyumupuk pirakaya?

    Asu, yas yamunh mujika siya pir nungara suiwara. Yapa-rawka pirait urik wa kwera xinga, may tukunar u tambaki. Xukui yep Mujika timbi:

    REMA KATU!

    PURANDUSAWAIT:

    MUJIKA TIMBI:

    Arir umixri pirit, asu uyka pir kwe-ra. Remuyayka yep yapep up, yep litru i suiwara.Rembri pitera iwasewas munuka waYep sakuena suikri supeka umunuka waPu xikoria kait

    Pu favaka kaitMuki iwsema ranha Yukira, urukum, kinha asu kuminhu umuku wa pitigwa yaw.Rembri panh seeng yapep up i irmu, yumuapika u xinga kuarantu,T umupuas

    Rexri upupri muki pu sangwa mir, ape uik kuri puranga umba ar.May panh puranga pirakaia, ti upuderi uxari uwatari nheengarisawait, may nha taru-b resewara!

    PURANDUSAWAIT: Ind reku ser amu timbiuit? Ape, remupinima ne timbiuit! Reyumbu yuri yep timbiu

    amu mirait irmu!

  • 20

    3

    Pra ir na roaLevo um faco para a mandioca

    Vamos fazer tarubTarub bom

    Tarub muito bomMaria Slvia vai beber o tarub

    Florncio vai beber o tarubAntnio vai beber o tarub

    Macarro vai beber o tarubMayke vai beber o tarub

    Vamos beber o tarubTarub bom

    Tarub muito bom

    VAMOS FAZER PIRACAIA?

    Primeiro, pedimos licena para Deus, e para os encantados da terra. Vamos fazer Piracaia em Cuipiranga. Vamos comer muitos peixes, muito gostosos, com farinha. Para comer Piracaia, gosta-mos de muitos peixes, como tucunareas, tucunar pinima, tucu-nar pixuna, acari, jaraqui, xaperema, apap, carpixuna, carpu-cu, arac, bararu, caratinga, etc. Vamos comer peixes com muitos tipos de pimentas.

    Vamos beber um bom xib. Depois, bebemos tarub, quando j comemos bem. Ento, cantamos duas msicas:

    MSICA DO TARUB CHIB BOM

    Chib bom muito bom

    Queremos cada diaBeber o bom chib. Fomos pescar longe

    Me chamaram para tomar chib.

  • 21

    Tome cuidado com a arraia, que entra no rio. Tome cuidado com o defeso. Tome cuidado com o tucupi, que est no prato. Quanto tempo dura a Piracaia? De algumas horas at um dia.

    1. Quantos peixes voc conhece?

    2. Onde comemos Piracaia?3. Quantas famlias fazem

    Piracaia?

    4. Quando ocorre o defeso?

    5. Quanto tempo dura uma Piracaia?

    Depois, vamos fazer mujica de muitos tipos de peixe. Escolhemos peixes que tm pouco osso, como tucunar ou tambaqui. A est uma receita de mujica:

    ATENO!

    PERGUNTAS:

    RECEITA DE MUJICA:

    Arir umixri Aps assar os peixes e tirar as espinhas.Separe em uma panela 1litro de gua.Acrescente cebola picada1 mao de cheiro verde picado5 folhas de chicria5 folhas de alfavaca 2 dentes de alho

    Sal, coloral, pimenta e cominho modo a gosto

    Acrescente todos os temperos na panela com gua, colocando a farinha aos poucos, mexendo at engrossar.Deixe ferver por cerca de 25 mi-nutos e estar pronto para servir.Como toda boa piracaia no po-demos deixar faltar msica, como aquela sobre o tarub!

    PERGUNTAS: Voc conhece outras receitas?Ento, escreva a sua receita! Aprenda tambm uma receita com

    outros povos!

  • 22

    REMA KATU!

    Em nheengatu ns conjugamos os verbos assim:

    IxIndA

    YandPenh

    T

    IAMUNHREMUNHUMUNH

    YAMUNHPEMUNHUMUNH

    pirakaiapirakaiapirakaiapirakaiapirakaiapirakaia

    Eu fao piracaiaVoc faz piracaia

    Ele/Ela faz piracaiaNs fazemos piracaiaVocs fazem piracaia

    Eles/Elas fazem piracaia

    Como voc deve ter percebido, em nheengatu a ordem das palavras muitas vezes se inverte.

    Dizemos, ento:

    kabanagem mbeumbeuswa

    tarub nheengariswa

    mujika timbi

    buyawas tetama

    histria da cabanagem

    msica do tarub

    receita de mujica

    territrio Cobra Grande

  • 23

    4BUYAWASBUYAWAS TETAMA

    Ku tetama, pa, urik ku rera pay Merandulinu resewa-ra, umurri wa Beijuas (u Meyuwas) up. Meyuwas upit toror rakapira up. Mai-ram Merandulinu uwatawat, pa, Santarm kiti, a uwit pa-ran tipi rupi. Ape, a umuyeru buyawas rupi. Amuram, a umuyeru rupit rupi. Sesewa-ra, a uwatawat kutara retana. Mairam mirait uma yep marula paran up, t unhe: Merandulinu usas paran rupi, u a uik usas paran rupi.

    A upey, umukatru mirait yuri. A umukatru ram yep mira, nha mira uwapika yep wapikaswa up Merandulino yara. A uriku musapri wapi-kaswa. Nha wapikaswarana: yep buyawas, amu yakar, amu buya. Merandulinu nhn-tu uma i wapikasawait wapi-kasawrana. Merandulino urik muki rimirik: merka, upit

    wa iw up, asu Marta, upit wa paran tipi.

    Merandulinu urik yep kiwi-ra munaxi, piawa. Panh ka-tuswa Merandulinu umunh wa, a umbuimbuipu. Yep viaji, pa, yep igara upipika, asu i kiwira umba yep mira. Arir, Merandulinu umukuara i kiwira ses, asu a umuyexir i kiwira akanga iw up.

  • 24

    Yep viaji, pa, Merandu-linu ri paran tipi up, asu a unhe Maroka sup ti uma-ramunha i mimbira irmu, ti upit nharu yuri. Ape, Maroka us Merandulinu, asu Mar-ta kasakiri, t paran rimbiwa, uma ar mam t ri. Maroka usika ram, a usapumi ram, t uyukanhemu.

    Merandulinu uman renund, a unhe: mairam ix aman, te peyutima ix. Pexri ix paran up, nhans se anga umurri kuri mimi. Ma, ne aw uruyu-ri Merandulinu. T umbri a

    witika kuara, asu t uyutima a. Arir, yep amanawas uwri, siya wer irmu asu siya tup werwa irmu. Kuema ram, mirait us uma ar Merandu-linu, nhans t ti uruyuarima a res. T usika ram, aiku yep kuara i tumulu up, asu aiku yep pipra iw up, t paran kiti. Merandulinu umuyereu buyawas rupi. Kuiri, a umu-rri paran up. A tipiwara.

    PURANDUSAWAIT

    Resuaxara mbeumbeuswa rupi:

    1. Maranta ku tetama rera yaseruka Cobra Grande?

    2. Ma ta rupi pay Me-randulinu umuyeru? May a uwatawat?

    3. Ma ta a upurandu mirait umunh a umanu ram? Ma ta usas arir?

    4. Ind reku ser amu mbeumbeuswa upurungit wa amu tetama rera?

    5. Remukuatiara ik kuatia-rait ne mira, amu mira yu-ri, u amu kuatiara ind reku wa.

  • 25

    MERANDOLINO BUYAWAS

    Murariwara kuximawara pri paran Arapiuns suiwara, t unhe, pa, Merandulinu yep apigwa yand yepeas, ma a uriku i yumimisawait, may ma a umuyeru buyawas.

    Yep ara ram, Merandulinu rimirik usmu suka su uwa-t ar xinga. Asu, a uyeyuri, asu a uma suka umusikin-dwa wa. Arir, a us uyuik itapewait rupi. Ape, uma Me-randulinu umuyereu Buyawa-

    s rupi.Merandulinu iw angawara,

    asu toror murariwara. Nha murariwara tendawait ruaki unhe, pa, yasika ram ku to-ror up, yand upura upuran-du imutara Merandulinu sup, yapuderi yapit mikiti. Ma, yan-d yapura yama katu tiarama umuawa ku tetama.

    (Aw umupinima wa: Leuvilia Tapajs - Tendwa Arimum)

  • 26

    PURANDUSAWAIT

    Ku nheenputira rupi, resuaxara:

    Ma ta maranda rera? Ind ar, aiku iwi angawara? Reme may ma. Ma ta usawait t uusari puxir up? Pesikri remupinima maranda may remungit wa.

    NHEENPUTIRA

    Paran Tapajs upKat usiku ar

    Aiku siya pirait paran upsuuit remba ar.

    Aiku paka, tat, suasakut, yaut,

    tukunar, pak,ayura s yarak.

    Sangawas arapiuns supuranga asu purangasawaetiwikuit puranga Amin su

    Asu puranga kaxuwerait Mar asu Aru

    Kuema ramAs kupixwa kiti, apuraki arAras se mirapara uyura yuri

    kaxir asu tarub ir

    Asika ram se ruka upAs garap garap kiti

    Aras u a ar se xib, kuya up.

    Wirait, pirait, suuitka suikiri, yutimaswa yuriumukatru siya muriswa irti ar upit yumimiswa up

    yasika t ik aryas siya dedikasu irti uresari kitiwara su

    tenh umukame kuasawait kuxi-mawara.

  • 27

    PURAKISWA

    Ku nheenputira rupi, remuatiri, puranga yaw

    pir

    maniaka

    yaut

    mirit

    paran

    mitima

  • 28

    KURUMI TAPAYNA MARANDA

    Yep ara ram, aiku yep pu-xir yep tendwa up, sera wa Colnia do Garu.

    Mirait t uyumuatri, asu t usu upuraki. T uyri ram, irndi sangwa, karuka ram, t unheengari, t upurasi, t uu kaxir. Puyep pitera san-gwa. Pituna ram, t uwiy pu kunhit t uyasuka ar ga-rap up. Mairam t uwiy, t uma yep kurum uwapika wa muyasuka munhamundu yasapwa up.

    Ape, aint upita musiki wa

    retana. Mairam t uyana kue-ra t umund kuekatu ar amu mirait, t uma sakakuera, ape nha kurum uwri garap up. T uyana t uma ar, ma ti t uma ne ma. Ape, aint upurungit: ku kurum ku garap yara. (Umbe wa kasi-ki rupi tendwa yara, sera wa Francisco Carlos Gomes Sousa.)

    MEROKA

    Mirait umbe siya maranda Pay Merandolino resewara. A uwat iw rupi, paran tipi rupi mir. A uwat igara rupi yep, u, muki, u musapri mira irmu. A usika ram tororo up, a upurungit:

    - Ix as apit ik.Ape, a upri i up, asu a

    uras ku watawataswa run-d kiti. Ares, aint usika ram, Santarm up, a uiku mimi,

    usar wa. Ku yand tapuya wa puran-

    ga maranda. Mares wa, yan-d yame sera ku iw, Buyawa-s tetama, uyupir wa Ante Arara up, t Arimum tendwa Garimpo yuri, t Ipwa iwiku, mam umurri wa se anamait Jaraki, tendwa Karusi ruakin-tu.

  • 29

    4BUYAWASTERRITRIO COBRA GRANDE

    Contam que esse territrio tem esse nome por causa do paj Merandolino, que morava em beijuau, na ponta do toro-r. Dizem que quando ele viaja-va para Santarm ele ia nadando pelo fundo. Ele se transformava em cobra grande, s vezes em tronco e viajava muito rpido. Quando as pessoas viam uma marola no rio falavam: Meran-dolino passou ou est passando.

    Ele curava e cuidava das pes-soas. Quando ele atendia uma pessoa ela se sentava em uma das trs cadeiras dele que no eram cadeiras, era uma cobra grande, um jacar e uma jiboia e s ele via. Merandolino tinha duas esposas, uma na terra que se chamava Maroka e outra no fundo que se chamava Marta.

    Merandolino tinha uma irm gmea malvada, toda bondade que ele fazia ela desfazia. Con-tam uma vez que afundou um

    barco e a irm dele comeu uma pessoa. Merandolino furou o olho dela e enfiou a cabea dela na terra.

    Contam que uma vez ele ia para o fundo e falou para Ma-roka no brigar com os filhos e no ficar brava. Maroka seguiu Merandolino e Marta at a beira do rio para ver aonde eles iam.

  • 30

    Quando chegou l ela piscou e os dois tinham desaparecido.

    Antes de ele morrer ele disse: quando eu morrer no me enter-rem, me deixem no rio porque meu esprito vai ficar moran-do l. Mas ningum acreditou nele. Colocaram ele no caixo e o enterraram. Depois uma tem-pestade muito grande caiu, com muitos raios e troves. De ma-nh as pessoas foram ver Me-randolino, pois no duvidavam completamente dele. Quando

    chegaram l havia um buraco no tmulo dele e um rastro na terra at o rio.

    Ele havia se ingerado em co-bra grande e agora morava no rio. Ele do fundo.

    PERGUNTAS

    De acordo com o texto res-ponda: 1. Por que o lugar se chama

    Cobra Grande?2. No que o paj Merandoli-

    no se ingerava? Como ele viajava?

    3. O que ele pediu para que as pessoas fizessem quando ele morresse? O que acon-teceu depois?

    4. Voc conhece alguma ou-tra histria que explique o nome de algum outro lu-gar?

    5. Desenhe pinturas de seu e de outros povos ou outras que voc conhea.

    Pesca na ponta do toron (Foto de Dafran Gomes Macrio, 2008)

  • 31

    MERANDOLINO COBRA GRANDE

    Contam os moradores mais antigos do rio que Merandolino era um homem igual a cada um de ns, mas tinha os seus segre-dos pessoais. Um deles de se in-gerar em cobra grande.

    Num certo dia, a mulher de Merandolino saiu de sua casa para dar uma volta, alguns mi-nutos depois ela retornou e avistou a casa fechada e resol-veu entrar pelos aparos das t-buas. Descobriu que seu marido havia se transformado em cobra

    grande.Merandolino est encantado

    e morador da ponta do toro-r. Contam os moradores das aldeias mais prximas que ao chegar nesse local temos que pedir permisso a ele para que possamos ficar l, mas devemos ter o mximo cuidado para no abusarmos daquele territrio.

    (Autora: Leuvilia Tapajs - Povo Arapium)

  • 32

    PERGUNTAS

    De acordo com a histria responda:

    Qual o ttulo do texto? Na sua opinio existem seres encantados? D exemplos. Quais as bebidas usadas no puxirm? Pesquise e escreva um texto como o que voc leu.

    POEMA

    No rio Tapajs bom de viver

    Tem muitos peixes nos riosE animais pra comer.

    Tem paca, tatu, veado,Cutia e jabuti,

    Tucunar, pacu,Arraia e o gostoso jaraqui.

    As paisagens do ArapiunsSo lindas e maravilhosasAs lindas praias do Amin

    E as belas cachoeiras, Mar e Aru.

    De manh cedoVou pra roa trabalharLevo meu arco e flecha

    Com caxiri e tarub.

    Quando eu chego em casaVou pra beira do igarap

    Levo farinha na cuiaPra tomar o meu

    xib.

    Aves, animais e peixes,Mata verde e plantao,

    Cuidar com muito carinho,Para no ficarem em extino.

    Para chegarmos at aqui,Foi com muita dedicao,

    No esquecendo da cultura,Sempre mostrando a tradio.

  • 33

    O MENINO PRETINHO

    Certo dia aconteceu um pu-xirm num lugar chamado Co-lnia do Garcia. O povo se reu-niu e foi trabalhar. Ao retornar s quatro horas da tarde, eles cantavam, danavam e toma-vam caxiri.

    s seis e meia da noite baixa-ram cinco mulheres para tomar banho no igarap, quando elas baixaram enxergaram um me-nino sentado em cima da pon-te de lavar roupa. Elas ficaram muito assustadas. Quando iam correr para avisar outras pesso-

    as olharam para trs, o menino caiu dentro do igarap. Cor-reram para ver e no acharam ningum, elas disseram:

    esse menino o dono do iga-rap.

    (Contada pelo Cacique da aldeia senhor Francisco Carlos Gomes Souza.)

    MEROCA

    O paj Merandolino, conta-vam muitas histrias dele. Ele andava por terra e um pouco pelo fundo. Ele andava de canoa com uma, duas ou trs pesso-as. Quando chegava no toron ele dizia: eu vou ficar aqui. Se

    jogava na gua e eles continua-vam a viagem. Por isso, quando chegavam em Santarm, l ele estava esperando.

    Por isso, ns, indgenas acha-mos bonita a histria e por isso que demos nome da terra de territrio cobra grande, que co-mea no ante arara at a aldeia de arimum, aldeia de garimpo e tambm lago da praia onde moram os parentes jaraqui bem pertinho da aldeia de caruc.

  • 34

    REMA KATU!

    Aqui podemos aprender outras palavras importantes para contar histrias em nheengatu:

    Ku Buyawas tetama urik ku rera, pa, pay Merando-lino resewara.

    Contam que esse territ-rio tem esse nome por causa do paj Merandolino

    Kuxima ram, aiku muki apigwa, Merandolino, asu Meroka.

    Antigamente, havia dois homens, Merandolino e Meroca.

    Yupirungwa ram, mirait useruka ku tetama Buyawas.

    No comeo, as pessoas chamavam esse lugar de Cobra Grande.

    Como a ordem das palavras em nheengatu dife-rente da lngua portuguesa, algumas palavrinhas vo para o fim da frase:

    Merandolino usmu toro-r rakapira su, asu a us Santarm kiti.

    Merandolino saa da ponta do toror e ia para Santarm.

    su se refere origem de alguma pessoa ou de alguma coisa que se movimenta.

    kiti se refere ao destino de algum ou de algo que est se movendo.

  • 35

    A palavra para em portugus possui vrios significados. Em nheengatu, h diferentes palavras que podem ser traduzidas como o para do portugus:

    Ku papera urik purandu-sawait penh ar

    Este livro tem perguntas para vocs.

    Aiku siya pirait paran upe, suuit remba ar

    Tem muitos peixes no rio, carne para comer.

    As kupixwa kiti apuraki ar.

    Vou para a roa, para eu tra-balhar.

    Yapurandu imutara Merandolino sup

    Pedimos licena para Merandolino.

    NHEENGARISWA

    Vimos nas histrias de Merandolino que ele saa da ponta do to-ror e ia para Santarm. Agora vamos ouvir uma msica de Adana Kambeba, que fala sobre os indgenas que saem das aldeias para ir s cidades:

  • 36

    ReyriReyuriReyuri mira kirim-bwaReyri kurumReyuri apigwa Reyri kunhat Reyuri kunhInd res muri ara purakiswa kiti Reyuri ik ku-rasi ara Reyuri ik amana ara Ind remanduri yan rendwa res Res kirimbwa purakiswa kitiReyuri kuer ne ruka kitiKurum ram, remait may ta-naKunhat ram, remait may ta-na Kuiri apigwaKuiri kunhKuiri repuraki, remba arnhans pwa usas upwa reyu-ri nhans pwa usas mira kirim-bwa uyuriReyriReyuri

    VVolte

    Voltou uma pes-soa forte

    Voc foi meninoVoltou homem

    Voc foi meninaVoltou mulher

    Voc foi todos os dias para o

    trabalhoVoc volta aqui em dia de sol

    Voc volta aqui em dia de chu-va

    Voc lembra da sua aldeiaVoc vai forte para o trabalhoVoc volta cansado para a sua

    casaQuando menino, voc pensa

    como crianaQuando menina, voc pensa

    como crianaAgora, homemAgora, mulher

    Agora, voc trabalha para co-mer

    porque tudo passou, acabou, voc voltou

    porque tudo passou, a pessoa forte voltou

    VVolte

  • 37

    5

    Yep, muki, musapri maku-mir

    Irnd, pu, pu yep makumir

    Pu muki, pu musap-ri, pu irndi makumirYep putima igara

    mir upUs paran rupi iwraYakar, umuruaki

    ramMakumir igara mir

    Ma uyerentuMa uyerentu

    Ma ti uyeru.

    MURASI DANAS E FESTAS

    Mairam aiku yep mura-si, yapurasi, yanheengri yuri. Ape, yand yayatimu yan pira. Kuiri, yamukame yep yep nheengariswa umunh wa nheengatu yumbuesarait rupi. Ind repuderi yuri, remunh amu nheengarisawait, amu pu-rakisawait yuri!

    Quando tem uma festa, ns danamos e cantamos. Ento, balanamos nosso corpo. Ago-ra, vamos mostrar algumas m-sicas que foram feitas pelos alu-nos de nheengatu. Voc pode tambm fazer outras msicas e outras atividades!

    INDIOZINHOS

    Um, dois, trs indiozinhosQuatro, cinco, seis indiozi-

    nhosSete, oito, nove indiozinhos

    Dez num pequeno boteIam navegando pelo rio

    abaixoQuando o jacar se aproxi-

    mouO pequeno bote dos indio-

    zinhos,Quase, quase virouQuase, quase virou Mas no virou.

    MAKUMIRIIT

  • 38

    Remuatri ku mak mir ku papariswa rupi:

    Ligue os nmeros de acordo com a quantidade indicada nas figuras.

    yep

    musapiri

    irundi

    Pu

    pu yep

    pu musapiri

    pu irun

    di

    yep putima

    mukui

    pu mukui

  • 39

    Rerasu ku kunh kuasu t kuyait kiti. A us umunh xib.

  • 40

    Akanga, kup, yuana p, yuana p.Yur, nambi, res, t, akanga, kup, yuana p, yuana p.

    MIRA PIRA

    NHEENGARISWA

    Yas yanheengri yayumbu ar mira pira

    Vamos cantar e aprender as partes

    do corpo

    CORPO HUMANO

    Cabea, ombro, joelho e p, joelho e p.Boca, ouvido, olho e nariz, cabea, ombro, joelho e p, joelho e p.

    Resas tat se pira res kuiriResas tat se pira res kuiriResas tat se pira res kuiri, ruixwa.Ix anhe yuwa, retim, akanga, piYuwa, retim, akanga, piYuwa, retim, akanga, pi, ruixwa.

    TAT PIRA RES FOGO NO CORPO

    Passa fogo no meu corpo agora.Passa fogo no meu corpo agora.Passa fogo no meu corpo agora, senhor.Eu disse brao, perna, cabea, corao,Brao, perna, cabea, corao.

    Brao, perna, cabea, co-rao, senhor.

  • 41

    Remuatiri rerait makumir pira irmu:

    Junte os nomes com as partes do corpo corretamente:

    akanga

    akangatara

    apa

    wa

    ayura

    kua

    kup

    maraka

    marika

    muru

    nambi

    p

    p

    puti

    ranha

    rapiti

    remiti

    res

    retim

    ru

    ti

    yur

    yuwa

  • 42

    Tup uiku iw up.Tup uiku iwaka up.

    Tup uiku ka up.Tup uiku paran up.

    Tup uiku ix pup.Tup uiku ind pup.

    Tup uiku yand pup.

    MUKUEKATUSWA

    NHEENGARISWA

    AGRADECIMENTO

    Deus est na terra.Deus est no cu.

    Deus est na mata.Deus est no rio.

    Deus est em mim.Deus est em ti.

    Deus est em ns.

    Rekuatiara, asu repinima ku nheengait rupi:

    Desenhe e pinte os quadrinhos de acordo com as palavras:

    iw

    paran

    pira

    ka

    iwaka

    pir

  • 43

    REMA KATU!

    se pi ne pi

    i piyan pi

    pe pi t pi

    Mais algumas palavras importantes que aparecem no fim das frases em nheengatu:

    Tup uik iw up. Deus est na terra.

    Resas tat se pira res kuiri.

    Passa fogo no meu corpo agora.

    Para falar das partes do corpo, dos parentes e de coisas que temos, utilizamos esses pronomes em nheengatu:

    meu coraoseu corao

    corao deles, ou delasnosso corao

    corao de vocscorao deles, ou delas

    Em algumas palavras, o pronome i no aparece:

    se rera ne rera sera

    yan rera pe rerat rera

    meu nomeseu nome

    o nome deles ou delasnosso nome

    o nome de vocso nome deles ou delas

  • 44

    6TETAMAITKu mapa rangawa iwra usu umunh paran Pajur up, San-

    tarm suiwara.Kuiri, mbuesarait usas yep muraki yaseruka sikariswa,

    mam aint umbu. Ku mbuesarait Pajur suiwara umbu te-tama resewara, asu t umunh yep maranda muraki resewa-ra. Ape, mbuesarait urri t mapa, asu panh yumbuesara aint umuatri ar, asu aint umupinima ar ku mapa.

    Par a

    n Guar

    an

    Pa r a n Tapa j s

    Ka s i k i r u k a

    Uka

    Mbue s wa r uk a R ap

    M i r i t

    M i r i t

    Ka

    puam

    u

    T upuku

  • 45

    Essa imagem do mapa abaixo foi feita no rio Pajur, de Santarm.Agora, os professores passam a um trabalho que chamamos de

    pesquisa, no lugar onde eles ensinam. Esses professores de Pajur ensinam sobre o territrio, depois fizeram uma histria sobre o trabalho. Ento, os professores levaram seu mapa, depois todos os alunos se reuniram para eles desenharem esse mapa.

    6TERRITRIOS

    Par a

    n Guar

    an

    Pa r a n Tapa j s

    Ka s i k i r u k a

    Uka

    Mbue s wa r uk a R ap

    M i r i t

    M i r i t

    Ka

    puam

    u

    T upuku

  • 46

    Yaseruka notrio saber panh kuaswa yep yep mira urik wa. Yep yep mira uma ku mundu amurupi yand su, yep yep mira usa i tetama amurupi amu mirait. Aiku siya mirait. May ma: Jarak, Tapaj, Tupinamb, Munduruk, Tupay, Ku-maruwara, Arara vermelha, Arapyum, Borari, Kara preta, Maita-p, asu Tapuya. Aint urik t kuaswait, t murasit, t kuatia-rait, t maranduait, t rimiarait, t timbiuit.

    1. Ma ta notrio saber?2. Ma ta pajur?3. Maranta puranga ku not-rio saber?4. Remunh yep mapa pe teta-ma resewara.

    PURANDUSAWAIT:

    Kuiri, resikri asu resuaxara:

    5. Remupinima pinima rerait ind rekuatiara wa.

    6. Resenui amu rumuarait, ne mbuesarait irumu, uwat ar ka rupi!Asu, pesika ram mi-kiti, repurandu ma ta ku mairam ti reku mait rera.

    NOTRIO SABER RESEWARA

  • 47

    PERGUNTAS:

    Agora, pesquise e responda:

    1. O que Notrio Saber?2. O que Pajur?3. Por que o Notrio Saber bom?4. Faa um mapa do territrio de vocs.

    5. Escreva o nome das cores que voc desenhou.6. Chame outros amigos, junto com o teus professores, para an-dar pela mata! Depois, quando chegarem l, pergunte o que isso?, quando no souber o nome das coisas.

    SOBRE O NOTRIO SABER

    Chamamos Notrio saber todo o conhecimento que cada povo tem. Alguns povos vm o mundo diferente de ns, alguns povos classificam seu territrio diferente de outros povos. H muitos po-vos, como por exemplo: Jaraqui, Tapaj, Tupinamb, Munduruk, Tupai, Kumaruara, Arara Vermelha, Arapium, Borari, Cara Preta, Maitap, e Tapuia. Eles tm seus conhecimentos, suas festas, suas pinturas, suas histrias, suas comidas, seus alimentos.

  • 48

    RERAIT SIKARISWAYas yasikari ser yan mira

    rerait?Rerait sikariswa aiku wa

    yan kitiwara puranga retana, nhans ku rerait su, yapude-ri yayuku puranga pri, umbe yan mbeumbeuswa yuri, asu upisika siya kuaswa.

    Xukui rerait nungara yapu-deri yasikri wa:

    Tetama rerait

    Yaku ram maranta useruka ku rera yan tetama yara, ya-rikute yan tetama. Yarik yu-ri yep tetama manduariswa, uyukanhemu wa rera pup kuara. Mairam yama rerait may ma Muratuba, asu Aai-zal, yapuderi yarri yep kua-swa nha rerait rakakuera.

    Murariwara rupi, Muratuba ku siya sikindwa rukait ma-

    ramunha suiwara. Pukuswa useruka wa Aaizal nhans ai-ku kuera siya wasa mimi.

    Ape, tetama rera su, yapude-ri yarri amu viaji ku tetama mbeumbeuswa. Arir, yapu-deri yasikri amu rera nungara: yasikri nha ku ma umu-nh wa tetama resewara. Te-tama pup, yasikri mir rera, wa rera, ka rera, etc. Yapuderi yasikri yuri ku su rerait, umukame wa kuaswa aw umurri wa ka resewara. Ai-ku yuri iwitira rerait, i re-rait, mira rerait, angawara rerait (may ma pirayawara, yurupari, kurupira) miraswa rerait, siya amu yuri.

    Ape, panh urik wa yep rera, yapuderi yasikri ukunhe-seri ar puranga pri yan ki-tiwara, yan tetama yuri.

    Yatukasawa:Rerait yapuderi yasikri wa: ku

    tetama rerait, (paranit, iwitirait, tawawasuit, tawait) su rerait, mir rerait, mira rerait, miraswa rerait. Yep yep rera ume yand ar yep

    kuaswa.

  • 49

    O ESTUDO DOS NOMES

    Vamos estudar os nomes da nossa gente?

    Estudar os nomes que exis-tem em nossas culturas muito importante, pois a partir deles podemos nos conhecermos me-lhor e contar a nossa histria, extrair muito conhecimento.

    Os tipos de nomes que pode-mos estudar so:

    Os nomes dos lugares

    Conhecer o significado do nome do lugar em que vive-mos ter a posse do territrio e da memria do espao, que est guardada dentro do nome. Quando vemos os nomes Mu-ratuba e Aaizal, por exemplo, podemos resgatar o sentido por trs desses nomes. Segundos os moradores, Muratuba quer di-

    zer muitas muralhas de guerra, enquanto Aaizal porque l ti-nha muito aa.

    A partir da podemos resgatar a histria do lugar e comear a estudar os nomes dos elemen-tos que formam o espao. Den-tro do espao podemos estudar os nomes de plantas, que nos do conhecimento sobre as coi-sas da mata, nomes de animais, que nos fornecem sabedoria sobre os habitantes da floresta, nomes de montanhas, morros, nomes de rios, cachoeiras, no-mes de pessoas, nomes de en-cantados (boto, jurupari, curu-pira) nomes de povos e muito mais. Tudo aquilo que possui um nome ns podemos estu-dar para conhecer melhor nossa cultura e nosso espao.

    Resumo:os nomes que podemos estudar so: NOMES DE LUGARES (rios, monta-nhas, cidades, aldeias), DE ANIMAIS,

    DE PLANTAS, DE PESSOAS, DE POVOS e cada nome nos d um

    conhecimento importante.

  • 50

    YASU YASIKRI RERAIT?

    Remupinima ku tabela iwra rupi ne papera res u yep papera miri res. Ku tabela uvaleri yepenhntu rera ar. Resikri ram siya rera, siya tabela remunh kuri.

    Yepeswa, resikri panh rera ku tetama yara ind repit wa. Arir nhntu ind remupinima kuri tabelait. Tabela irumu, rerik kuri rera nheengait puranga retana ne kitiwara sup.

    RERAIT SIKARISWA

    Ik, ind renhee rera ram. Yep tetama rera, mira rera, mir rera, u su rera.

    Ik, remupinima ku rera.

    Ik, remupinima may ta ku rera puranga, ma mbeumbeuswa ku rera urik.

    Ik, remupini-ma masu resikri ku rera. Resikri ram yep pape-ra res, remupi-nima ku pape-ra rera. Resikri ram yep mira kuximawara, re-mupinma sera, mame a umurri yuri.

    Rera nungara Rera Mbeumbeuswa u maranda

    Masuiswa

  • 51

    VAMOS PESQUISAR OS NOMES?

    Copie a tabela abaixo no seu caderno ou em uma folha em bran-co. A tabela serve apenas para um nome. Quanto mais nomes voc pesquisar mais tabelas voc ter de fazer.

    O primeiro passo pesquisar todos os nomes importantes do es-pao que voc vive. S depois voc ir preencher as tabelas. Com as tabelas preenchidas voc ter um dicionrio de nomes muito valioso para a sua cultura.

    PESQUISA DE NOMES

    Tipo do nome Nome Histrico ou explicao

    Fonte

    A primeira co-luna o tipo do nome, aqui voc ir definir se o nome pesquisado nome de pessoa, nome de lugar, nome de planta ou nome de ani-mal.

    A segunda colu-na para ser pre-enchida com o nome.

    A terceira coluna o histrico ou explicao, o sen-tido que o nome tem e sua impor-tncia.

    Na ltima dever ter a fonte da pes-quisa, ou seja, se foi feita em um li-vro basta escrever o nome do livro. Se a informao veio de uma pes-soa mais velha, basta escrever o nome da pessoa e onde ela mora.

  • 52

    REMA KATU!

    Quando estamos fazendo uma trilha ou mapeando nosso territrio, muita gente ir per-guntar sobre o nome das coisas que esto em volta de voc. Em nheengatu, existe a pergunta Ma ta ku, que significa o que isso? Outra coisa impor-tante saber se localizar no es-pao usando a lngua que est aprendendo, Veja abaixo:

    Ku papera uik mbaurendwa rupi. Esse livro est na mesa.

    Ku wir piranga

    Este pssaro vermelho.

    Nha wir taw.

    Aquele amarelo.

    Wirait uwew mirit ararupi.Os pssaros voam em cima das rvores.

    Xibuit upit iw wirarupi.As minhocas ficam embaixo da terra.

    Makakait upit mir pitrupi. Os macacos ficam no meio das rvores.

  • 53

    Ku igarap mbueswa ruka ruaki, Nha igarap apekatu. Este igarap perto da escola. Aquele igarap distante.

    xukui yep paka.

    Rema se kanhoto rupi: Rema se katuswa rupi:

    xukui yep tey

    Kuiri, yas yanheengari yep nheengariswa tetama resewara:

    Agora, vamos cantar uma cano sobre territrio:

    Ku yan rendwaIk yan rendwa

    Yasu yamaramunha yan rendwa rupi, se m

    Ik yasu yapitSe anama t uman,

    t upurigya iw up tuT umanduri ram, umunka yan pi.

    Nheengarisara: Luiz Alberto air

    Esse o nosso lugarAqui o nosso lugar

    Vamos lutar pelo nosso lugar, meu irmo

    Aqui vamos ficarMeus irmos morreram, der-rubaram sangue nessa terra

    Quando ns lembramos, corta o nosso corao.

    Letra e composio: Luiz Alberto air

  • 54

    7KUATIARAITKuiri, yas yapurungit kua-

    tiara resewara. Kuatiarait rupi, yapuderi yayumbu siya kua-swa, amurupi miraswa su.

    Aiku siya kuatiara nungara. Yep mayeswa yamunh kua-tiarait yenipwa irmu.

    Yamunh kuay:Reyka yenipwa pirera, asu

    rekitika ku iw yep iwis pu up. Repudri rembri yeni-pwa pirera, nhans ku pire-rait ti uvaleri kuatiara ar.

    Yep sutiru pu irmu, arir ukitika wa, reyami ku yeni-pwa ti, usmu ar panh mu-pinimaswa.

    Remuapika ku yenipwa ti yep rir up. Ma rema katu: Teremuapika yep rir muru-tinga up!

    Asu, rexri kurasi res, yep rangwa pitera pukuswa.

    Mairam yenipwa pinima upit pixuna retana, repuderi repinima ku yenipwa rupi!

  • 55

    7PINTURASAgora, vamos falar sobre pin-

    tura. Por meio das pinturas, po-demos aprender muitos conhe-cimentos, de diferentes povos.

    H vrios tipos de pintura. Uma das formas de fazer pin-turas (kuatiara) com unidades de jenipapo verde:

    Retire a casca e rale o fruto em um ralo fino, sendo que as cas-cas so jogadas fora.

    Com um pano fino, depois de ralada, esprema a polpa para que saia o mximo de suco.

    Deposite em um recipiente, pode ser de plstico, mas que no seja de cor branca. Coloque no sol por mais ou menos trinta minutos.

    Quando a cor estiver bem pre-ta a tinta est pronta para usar!

  • 56

    Xukui yep yep kuatirait nungara, amurupi miraswa su:

    REMA KATU

    Mairam yenipwa iw suikiri piri, ku iw puranga piri, nhans i mupinimaswa upit pri. Asu, terembri i ne yenipwa mupi-nimaswa.

    MIRAIT KUATIARAIT

    Aiku siya kuatiara nungara. Ma ta ne yara? Ma ta ne mira yara? Resikri! Yas yamukame yep yep kuatiarait miraswa Tupinamb suiwara.

  • 57

    ATENO

    Quanto mais verde a fruta melhor ser sua durabilidade. No co-locar gua na sua tinta.

    Aqui esto alguns tipos de pintura, de diferentes povos:PINTURAS DOS POVOS

    H muitos tipos de pintura. Qual a sua? Qual a do seu povo?Pesquise! Vamos mostrar algumas pinturas do povo Tupinamb.

  • 58

    TUPINAMB MUNHAMUNDWA

    Kuait kuatiara mira Tupinamb suiwara. Yamunhamundu ain-t murasit up, asu tekit up. Yamupuranga yuri yan mu-nhamundwa, asu yan yupinwa, may repuderi rema wirarupi.

    Ku munhamundwa kanho-to rupi, nha kuatiara piranga samama suiwara. Nha siki-semuwara pira rap. Taw rupi, aikue tukunar. Puti res aiku mirait muatiriswa. Pixuna rupi, yama tukunar amu viaji. Xam res aiku pir rap amu viaji. Piranga rupi, ruaxara rupi panh munhamundwa rupi, aiku pir rap yuri. Piranga rupi, ruaxara rupi panh mu-nhamundwa rupi, aiku sikue-swa yupirngwa.

    Ku munhamundwa katu-swa rupi, yama, taw piranga rupi, yep tukunar. Puti res, yama ku mirait muatiriswa.

    Amu ruaxara rupi, piranga rupi, yama ku sikueswa rap.

  • 59

    VESTIDO TUPINAMB

    Essas pinturas so do povo Tupinamb. Ns usamos elas nas fes-tas e rituais. Enfeitamos tambm nossas roupas e acessrios como voc pode ver abaixo.

    No vestido da esquerda a pin-tura vermelha a samaumeira, o cinto caminho do peixe, de amarelo temos o tukunar, no peito est a unio dos povos. De preto vemos o tukunar nova-mente, na ala do vestido temos o caminho do peixe de novo, de vermelho dos lados por todo o vestido temos o incio da vida.

    No vestido da direita vemos de amarelo e vermelho o tuku-nar, no peito vemos a unio dos povos, aos lados de verme-lho vemos o caminho da vida.

    Ku munhamundwa katu-swa rupi, yama, taw piranga rupi, yep tukunar. Puti res, yama ku mirait muatiriswa.

    Amu ruaxara rupi, piranga rupi, yama ku sikueswa rap.

  • 60

    PURAKISAWAIT ATIVIDADES

    Voc conhece outro vestido, de outro povo?

    Onde eles usam aqueles vesti-dos?

    H outras aldeias onde so fei-tos vestidos?

    Se voc no sabe as pinturas do teu povo, pesquise com os mais velhos.

    Reku ser amu munhamun-dwa, amu mirait suiwara?

    Mam t umunhamundu nha munhamundwa?

    Aiku amu rendawait mam pemunh munhamundwa?

    Tiram reku ku kuatiara ne mira suiwara, res resikari ne kuximawarait.

    REMA KATU!

    Veja s as diferenas entre as palavras em destaque:

    Aiku siya kuatiara nungara

    Ku kuatiara puranga

    retana.

    Nha apigwa umunh kuatia-

    rait muri ara.

    Existem Muitos

    tipos de pintura

    Essa pintura Muito bonita

    Aquele rapaz faz pinturas

    Todos os dias.

  • 61

    Perguntamos por que em nheengatu com maranta e explicamos porque com

    nhans:

    Maranta tainait uyure-ru sokorro wirand sup?

    Nhans t usend t kuximawara sasemuswa.

    Por que as crianas pedem socorro ao futuro?

    Porque elas ouviram o grito de seus ante-

    passados, filhos da terra.

    Yasend sasemuswa yan kuximawara su.

    Nhans, yayururu sokorro wirand

    sup.

  • 62

    NHEENGARISWA

    Para terminar, vamos ouvir mais uma msica de Lus Alberto Sair:

    Ix, ind, yand panhPiras te yasas

    Aram TupTupana was, rema yan rupi

    Yapit kuri ikYasaru kuri yan payaYambu, yanheengri,

    yapurasi suriswaYand iwi mimbira

    Yanhe kuekatu ind tupYand iwi mimbira

    Eu, tu, todos nsTriste tempo passado

    Ento DeusGrande Deus, olhe por ns

    Vamos ficar com certeza aquiVamos esperar com certeza

    nosso paiRezamos, cantaremos,

    danaremos alegresNs, filhos da terra

    Dizemos, obrigado senhor

    Asu yasend amu nheengariswa, yas yamuatri! Yasu yamaramunha ne ren-dwa rupi, amu mirait irmu! Yapuderi yamaramunha yan rendwa rupi yan yapurungit ram nheengatu rupi!

    Depois de ouvir outra msica, vamos nos juntar! Vamos lutar pelo nosso lugar, com outros povos! Ns podemos lutar pelo nosso lugar quando falamos em nheengatu!

  • 63

    T usend Ipiranga su, amu suaxara su,kirimbwa mira t tiap kuayKurasi timares uwer wer yawSend iwaka up aram

    Masara, yepeas wayarik yan yuwa kirimba-swaNeres aiku timareseswaUsa ipira manuswa irmu

    Iw asais waAgustari waYaw! Yaw!

    Brasil, Turus ikerupi, uwer yaw,Gustariswa manduariswa uwiy usNe iwaka up, puranga wa, suri asu sendKurus rangwa uyuku

    Turus a iw resewaraPuranga a, kirimbwa wa

    mira rangwaTurus sesewara sund kiti

    Iw asais wa. Siya amuit,Ind, Brasil. Iw asais waMimbirait ku iw t ma-nha, purangaIw agustri wa Brasil!

    Puranga uyen yawewaratParan, send tiapuswa irmu...Send Brasil Amrica putira irmuPisas iwaka, kurasi umutu-ri...

    Iw su, puranga wa...Suri putirait, i purangaswa irmuYan iw, i sikueswa waYan siku neres gustari-swa irmu

    Iw asais waAgustri waYaw! Yaw!

    HINO NACIONAL NHEENGATU RUPI

    Produzido no 5 Batalho de Infantaria da Selva (BIS) de So Gabriel da Cachoeira (AM)

  • 64

    Brasil sangwa res gustariswa aikuUpitasuka wa Bandeira yawewaraRenhe ses suikiri wa aTimares sund, manduari-swa usas

    Remukame ram justisa ki-rimbaswa irmuRema kuri ne rara ti uyana usTi kuri usiki manuswa su

    Iw asais wa. Siya amuit,Ind, Brasil. Iw asais waMimbirait ku iw t manha, purangaIw agustri wa Brasil!

  • 65

    NHEENGAITEste vocabulrio tem as palavras usadas neste livro. Se voc no encontrar alguma palavra, pesquise com seus professores, amigos, parentes e em outros livros de nheengatu.

    a: ele, elaaiku: haver, existiraint: eles, elasakanga: cabeaakangatara: cocarakay: ano, caju, idadeakut: cutiaamana: chuvaamanawas: tempestadeamu: outra, outroamu viaji: de novo, outra vezamuram: s vezes, de vez em quandoamurupi: diferenaanama: famlia, parenteanga: espritoangawara: encantadoapa: ombroape: entoapekatu: longeapigwa: homemara: diaar: paraarama: paraaram : ento, nesse instante, quandoararupi: em cimaares: por isso

    arguidra: baciaara: avarir: depoisrupi: em, na, no, sobreasu: depois, eaw: quemwa: cabelo, peloawati: milhoayura: arraiaayura: pescoobuya: cobrabuyawas: cobra grandedarapi: pratofavaka: alfavacagarap: beiragarap: igarap-gustri: amar, gostargustariswa: amor, paixoi: seu, suaigara: barco, canoai: guaik: aqui ikerupi: sonhoikewara: daqui-ik: estarikntu: quieta, quieto, tranqui-loimutara: licena

  • 66

    ind: vocipawa: lagoiriku: viva,vivoir: comirmu: comirundi: quatroisikant: colait: pedraitapewa: tbuaiw: frutowa: frutaiwaka: cuiwasewas: cebolaiwsema: alhoiwasuma: fciliw: terraiwiku: praiaiwra: abaixoiwis: ralador, raloiwitira: montanha, morroiwitu: ventoix: euji: machadoka: mato, folha, plantakaaet: florestakaapumu: ilha-kamund: caarkanhoto: lado esquerdokariwa: brancokaruka: tardekasakiri: seguirkasiki: caciquekatu: bomkatuswa: bondade, lado direi-to

    kwera: ossokinha: pimenta-kri: dormirkirimbaswa: fora, valentiakirimbwa: forte, valentekiseas: facokiti: para-kitika: ralarkitiwara: culturakiwira: irm de homemkua: cintura, quadrilku: esse, essa, este, esta-ku: saberku su: daquikuarantu: aos poucosKuait: esses, essas, estes, estaskuara: buracokuaswa: conhecimentokuatiara: inscrio, gravura, pintura-kuatiara: desenharkuay: assimkuekatu: obrigado, recado, sau-daokuekatu ret: muito obrigadokuema: manhkuera: que j erakuer: cansado, cansadaku: farinhakuiri: agorakunh: mulherkunhat: menina-kunheseri: conhecer algumkup: atrs de, costas, ombro

  • 67

    kupixwa: roakurasi: solkuruka: gargantakurum: meninoKurus: cruz, cruzeirokutara: rpidokuxima: antigo, antigakuximawara: antepassado, tra-dicionalkuya: cuiama: masma: o que-ma: vermasara: penhormasiara: ricomairam: quando-mait: pensarmakaka: macacomak: indgenamakrana: que parece indgenamam: onde-manduri: lembrar, pensarmanduariswa: lembranamanha: memanhasara: maternomaniaka: mandioca-man: morrermanusara: mortomanuswa: mortemaraka: marac-maramunha: lutar, guerrearmaramunhaswa: luta, guerramaranda: conto, histria, len-da

    maranta: por qu?mares: por issomarika: barrigamasu: de ondemasuiswa: fontemay: comomayeswa: forma, maneira, modo-mba: comer-mbe: contar uma histriambeumbeuswa:histria, con-tombuesara: professora, profes-sormbueswa: aula-mbuimbuipu: desfazer-mbri: pr, colocar, acrescen-tar, arrancar-me: darmikiti: para lmimbira: filhomimi: lmimisu: dalimira: gente, pessoa, povomirapara: arcomiraswa: povomir: pequeno, poucomitima: plantao-mixri: assarm: irmo-muawa: abusar-muawa: abusar, explorar-muapika: colocar, depositar-muatiri: reunir, juntar

  • 68

    muatiriswa: reunio, uniomuri: todomuri: quantos?-mukame: mostrar-mukatru: cuidar, manter, preparar, preservar, treinarmukwa: espingardamukiriariswa: gerao-mukuara: furar-mukuatiara: desenhar-mukuekatu: agradecermukuekatuswa: agradecimen-to-muku: moermuki: dois, duasmunaxi: gmeomundu: mundo-mund: enviar, mandar-mungit: ler-munh: fazer-munhamundu: vestirmunhamundwa: roupa, vesti-domunhasara: obra-munuka: cortar-mupinima: escrevermupinimaswa: escrita, tintura-mupirasua: empobrecer-mupuas: engrossar-mupuranga: melhorar, embe-lezar-mupurar: causar sofrimentomuraki: trabalhomurakiswa: trabalho-murri: morar

    murariwara: moradormurasi: festamuriswa: carinhomuru: umbigo-muruaki: aproximarmurutinga: branca, brancomusapri: trsmusiki: assustado-musikindwa: fechar-musuri: alegrar-muturi: iluminar -muyasuka: lavar-muyayka: separar-muyeru: virar, transformar-se-muyexiru: enfiarnambi: orelhanat: espritone: seu, suanha: aquele, aquelanhans: porquenharu: bravo, brava-nhe: dizernheenga: palavra-nheengri: cantarnheengariswa: canonheengatu: lngua nheengatunheenputira: poemanhntu: somentenungara: espcie, tipopa: dizempa: padrepakwa: bananapanh: todos, todas-papri: contar quantidadespapariswa: contagem, quantidade

  • papera: livro, papelparan: rio-parawka: escolherpwa: tudo-pwa: acabarpaya: paipay: pajpe: de vocspenh: vocs-pey: curar, soprarp: ppi: corao, fgadopiawa: malvado, malvada-pinaitika: pescarpinima: cor, pintado-pinima: pintar-pipika: afundarpipra: rastropira: corpopir: peixepiranga: vermelhopiranha: tesourapiras: pobre, tristepirayawara: botopirera: pelepri: mais quepisas: nova, novo-pisika: pegar-pit: ficar-pitasuka: ostentar, segurarpitera: meio, metadepitrupi: entre, no meio depitigwa: gosto pituna: noitepixuna: escuro, preto

    pu: cincop: mopu irundi: novepu musapri: oitopu yep: seis-pudri: poder fazerpu: fina, finopuku: compridopukuswa: durante, enquantopup: dentro depupeswa: interior-pupri: ferver-pura: precisar, ter que-puraki: trabalharpurakiswa: atividade, exerc-cio, trabalho-purandu: perguntar, pedirpuranduswa: pergunta, pedi-dopuranga: bom, gentilpurangaswa: beleza, pazpurangasawaet: maravilha-purasi: danar-pri: pular, se jogar-purigya: derramar-purungit: falarpususwa: respeito-putri: quererputi: peito, seioputima: zeroputira: florrara: filhorakakuera: atrs rakanga: galho, ramo, afluente de rio

  • 70

    rakapira: pontaram: quandoramunha: avrangwa: imagem, hora, temporanha: denterap: caminho rapiti: bochecha-ras: levarr: aindaremiti: joelhorendwa: aldeia, comunidade, lugarrenund: frenterera: nomeres: olho-resarai: esquecerresaraiswa: esquecimentores: emresewara: sobreretana: muitoret: mesmo, muito, verdadeiroretim: perna-rik: terrikuyara: trocarimbiwa: beira, margemrimiara: comidarimiariru: netorimirik: esposariru: copo, recipienteru: rostoruaki: pertoruakintu: pertinhoruaxara: contra, do ladoruayana: inimiga, inimigoruixwa: senhora, senhor

    ruka: casarumuara: amiga, amigorund: frenterupi: porrupit: tronco-rri: trazer-ruyuri: acreditar-ruyuarima: duvidar-sa: classificar, perceber, sentir-sais: adorar, amar, gostarsakakuera: atrs dele, atrs delasakuena: cheirosakuena suikri: cheiro verdesangwa: hora, imagemsangwa mir: minutosangawas: paisagemsap: raiz-sapumi: piscar-sar: aguardar, esperar-sas: passarsasemuswa: gritose: meu, minhas: gostosa, gostososeeng: tempero-smu: sairsend: fulguras, luz-send: brilhar, iluminar, res-plandecer-seni: chamarsera: nome dele, nome dela-seruka: nomear, chamarses: olhoses: nele, nela, sobre ele, sobre elasesewara: por causa disso

  • -sika: chegar-sikri: buscarsikariswa: estudo, pesquisasikindwa: fechada, fechadosikisemuwara: cinto-siku: viversikueswa: costume, modo de vida, vidasiya: muitas, muitos-s: irsuas: veadosuaxara: contra, do lado, mar-gem-suaxara: respondersu: desuikiri: verde, azulsuiwara: que vem, que feito desuka: casa dele, casa delasund: na frente dele, na frente dela, futurosup: parasupeka: maosupiswa: verdadeira, verdadei-rosuri: felizsuriswa: alegria, alegresutiru: panosu: animalt: eles, elas, deles, delastana: crianatapayna: negro, negratapuya: indgenatat: fogotaukra: talveztaw: amarelo

    twa: aldeia, comunidadetawawas: cidadete: note: mesmo, sempret: attek: ritualtendwa: aldeia, comunidadetenh: sempretenki: ter quetetama: lugar, territrio, regiotey: lagartoti: not: nariztiap: barulho, bradotiapuswa: barulho, bradotiarama: para noti: polpatimares: de nadatimareseswa: agradecimentotimbi: receita, comidatipi: fundotipma: parte baixa do riotipiwara: do fundotiram: senotu: sanguetup: Deustup werwa: trovotupana: Deustupuku: igrejaturus: grandetuyu: velhotuyka: barrou: ou-: beberu: farinha

  • 72

    up: em, na, nori: virurukum: coloral-usri: usaruswa: bebidauyura: flecha-valeri: prestar, servirviaji: vez-viveri: viverwa: quewakaba: bacaba-wapika: sentarwapikaswa: cadeirawapikasawarana: cadeira falsa-wri: cairwasa: aa-wasmu: encontrar-wat: andar, caminhar-watari: faltar-watawat: viajarwatawataswa: viagemwer: raio-wer: brilhar-wew: voar-wi: baixar, descerwi: hoje

    wiwara: atual, de hojewir: pssarowirand: amanhwirarupi: embaixowrpe: debaixo-wit: nadarwitikakuara: caixo-wiy: baixar, descerxam: ala-xari: deixar, tornar-xri: deixar, tornarxibui: minhocaxinga: poucoxukui: aqui est-yami: espremer-yana: correr, fugiryand: nsyan: nosso, nossayapep: panelayapuna: fornoyara: dele, delayasapwa: ponteyaswa: igaabayasitat: estrelayasu: vamos? J vamos?-yasuka: tomar banho-yatimu: balanaryauti: jabutiyaw: comoyawewara: eternoyawewarat: eternamenteyawira: arraiayenipwa: jenipapo

  • 73

    -yen: deitaryep: um, umayep putima: dezyep yep: cada, algumyepeas: igual, parecidoyepenhntu: somenteyepeswa: primeiro-yeru: girar, virar-yeyuri: voltar-yeyuri: retornaryuana: joelho-yuik: entraryuri: tambm-yuri: voltar-yka: arrancar, retirar-yukanhemu: desapareceryukira: sal-yukiriari: crescer-yuku: aparecer, resplandecer-yumbu: aprenderyumbuesara:aluno, estudanteyumimiswa: segredo-yumitima: plantar, cultivar-yumuapika: colocar-yumuatiri: juntar-se, reunir-se-yumuatri: reunir-se-yumukatru: preparar-se-yumunni: misturar-se-yumupuk: duraryupinwa: acessrio-yupir: comearyupirungwa: origem-yupiruswa: comeo-yureru: pedir

    -yri: vir-yri: voltaryur: bocayurupari: curupira-yururu: pedir-yusa: espalhar-se-yutima: enterrar, plantaryutimaswa: plantaoyuwa: brao