revista mais automotive 80
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A revista Mais Automotive é uma publicação bimestral da Editora Novo Meio Ltda., de circulação dirigida aos proprietários de centros automotivos,centros de reparação, concessionárias de veículos nacionais e importados e seus clientes. Tem como objetivo divulgar notícias, opiniões e abordar temas que venham contribuir para o desenvolvimento do setor.TRANSCRIPT
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A revista do empresário da reparação
Comunidade europeia Comemora umano da nova etapa do regulamento que
permitiu o aCesso dos reparadores às informaçõestéCniCas das montadoras. e os ameriCanos também estão
adiantados na Conquista dos direitos da reparação
Centro automotivo alagoano Conquista Prêmio
de ComPetitividade para miCro e pequenas empresas
Novo serviço promete intermediar relação
entre dono do carro e empresas de reparação
AprovAdA lei que regulamenta abertura e funcionamento das oficinas em são Paulo
MUNDO
LIVRE
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www.maisautomotive.com.br
Ano 14 #80 2011Distribuição nacional
A revista Mais Automotive é uma publicação bimestral da Editora Novo Meio Ltda., de circulação dirigida aos proprietários de centros automotivos, centros de reparação, concessionárias de veículos nacionais e importados e seus clientes. Tem como objetivo divulgar notícias, opiniões e abordar temas que venham contribuir para o desenvolvimento do setor.
diretor responsável Ricardo Carvalho Cruz
redaçã[email protected]:Claudio Milanrepórteres:Larissa Andrade ePatrícia Malta de Alencar
editoraçã[email protected] gráfico e direção de arte:Sérgio Parise Jr.designer gráfico:Ivan Ordonhaassistentes de arte:Fernando Mekitarian e Priscila Wu
[email protected] comercial:Paulo Roberto de Oliveirarepresentação comercial:Rafael Cury Bergamini ME
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[email protected] Oliveira
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jornalista responsável Claudio Milan (MTb 22.834)
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Bons exemplos a seguir
Uma das tradições editoriais da Mais Automotive é acompanhar com atenção
os mercados de manutenção de veículos na Europa e nos Estados Unidos para
trazer, sempre que possível, referências para nossos leitores vindas de países mais
maduros. Em edições passadas, já apresentamos reportagens amplas sobre a
reposição automotiva na Alemanha, França e Estados Unidos.
No último mês de junho, completou-se um ano da implantação do chamado
Block Exemption na comunidade europeia e, a partir da comemoração desta
data, decidimos mostrar aos empresários brasileiros da reparação detalhes dessa
regulamentação importante para o aftermarket independente no velho mundo.
Assim sendo, em nossa reportagem de capa você vai saber quais foram os
instrumentos usados na Europa para garantir plena liberdade de escolha aos
proprietários de veículos no momento de realizar a manutenção de seus carros.
Lá, o poder das montadoras não é suficiente para restringir o direito de acesso
a todos às informações técnicas necessárias para a realização dos serviços, bem
como a utilização de peças de reposição do mercado independente. Aproveitando
o tema e para enriquecer ainda mais nosso conteúdo internacional desta edição,
conversamos com lideranças do setor também nos Estados Unidos para saber como
anda o programa “Right to Repair” em terras norte-americanas.
Em ambos os continentes descobrimos um cenário bem mais avançado do
que no Brasil no que se refere à liberdade de escolha dos consumidores e à própria
condição para que os reparadores realizem seu trabalho. Mas, na verdade, não
esperávamos nada diferente disso, pois por aqui ainda damos passos tímidos em
direção a, quem sabe, uma regulamentação tão abrangente quanto a consagrada
na Europa. De qualquer forma, com a apresentação deste conteúdo esperamos
contribuir com a formação de opinião sobre o assunto e com a constatação de que
é possível sair das amarras impostas por setores muito mais fortes e politicamente
organizados que nosso mercado independente.
E uma prova de que a mobilização leva a resultados concretos também está
nas páginas desta Mais Automotive. São Paulo acaba de aprovar a lei que regula a
abertura e o funcionamento das oficinas mecânicas no estado. Você que nos lê há
mais tempo deve se lembrar que o assunto já foi reportagem de capa em 2008 e, na
época, diversas lideranças da reparação de outros estados demonstravam grande
interesse em trabalhar também pela aprovação de uma legislação semelhante em
suas regiões. Pois aí está a referência, pronta e publicada na íntegra nesta edição.
Que a lei das oficinas sirva de motivação para que todos os demais estados
busquem regulamentar seus estabelecimentos de reparação. E que a ações europeias
e norte-americanas pelo amplo direto à reparação sejam exemplo e referência para
que todos os brasileiros possam ter garantida sua plena liberdade de escolha.
Claudio [email protected]
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SUMÁRIO
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Capa
Sérgio Parise Jr.
NestaEDIÇÃO
06121832425254586063
mais essaiQaadmiNistraçãosiNdirepa-spComportameNtoLubrifiCaNtesserviçospesQuisaautomobiLismomais eQuipameNtos
Alagoano Del Fino Centro Automotivo conquista MPE Brasil Categoria Comércio.
Rede varejista norte-americana AutoZone prepara desembarque no Brasil.
Novo programa de seleção de oficinas para atender a frota
com ar-condicionado.
Regulamentação europeia garante acesso
dos reparadores às informações técnicas.
Centros de reparação priorizam transparência para fortalecer
imagem no mercado.
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Aprovada em São Paulo lei que
regulamenta funcionamento das oficinas no estado.
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treinamentoCentro de
Com o objetivo de contribuir com a capacitação dos apli-
cadores, a Tecfil montou um centro de treinamento em sua
sede, em Guarulhos (SP). O CT funciona como uma troca de
óleo modelo, ou seja, é equipado com elevadores e maqui-
nário seguindo os padrões de uma supertroca de óleo. Além
disso, possui uma tela para acompanhamento do treinamen-
to, sonorização e sala de espera. No local, existe ainda sala de
protótipos para montadoras. O objetivo do CT é realizar trei-
namentos ao vivo, sanando as dúvidas dos aplicadores com
exemplos reais de uma troca de óleo e filtro.Estrutura do CT corresponde a uma supertroca de óleo completa
Motor do anoUm júri de 76 jornalistas auto-
motivos ao redor do mundo elegeu
o motor 2,5 litros TFSI da Audi como
o “International Engine of the Year
2011” na categoria de 2 até 2,5 li-
tros. O motor ganha o prêmio pelo
segundo ano consecutivo. Desenvol-
vido para os modelos RS 3 Sportback,
o coupé TT RS e Roadster, o motor
tem como destaques tecnológicos
o turbocompressor e a injeção FSI.
Com cilindrada de 2.480 centímetros
cúbicos, produz 340 HP de potência
e torque máximo de 450 Nm.
Amiga da oficinaA Affinia aderiu ao programa Em-
presa Amiga da Oficina, iniciativa do
Sindirepa-SP lançado no ano passado.
O trabalho visa melhorar a formação
técnica dos reparadores através de
treinamentos e palestras gratuitas. As
empresas participantes do programa
também contribuem com informações
para a atualização de banco de dados
do Sindirepa-SP, o CDI, Centro de Do-
cumentação e Informações. Ao aderir
ao programa, as empresas recebem
o selo de identificação do projeto e
passam a integrar uma lista divul-
gada no site da entidade, referência
para consulta de temas relacionados
à reparação. Com uma equipe de 10
técnicos em mecânica automotiva, a
Affinia já ministra cursos de atualiza-
ção e ações de capacitação técnica. Os
profissionais que aplicam as palestras
são técnicos e engenheiros com média
de 20 anos de experiência no merca-
do. Até o final de maio, já haviam sido
treinados mais de cinco mil mecânicos
em todo país. Há ainda treinamentos
específicos para frotistas.
2.5 TFSI da Audi é mais uma vez o International
Engine of the Year em sua categoria
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nos pneus
Descuido
Um em cada cinco motoristas dos principais mer-
cados latino-americanos dirige seu veículo com pelo
menos um pneu com pressão em média 7 psi abaixo
do recomendado pelo fabricante. Além disso, um em
cada sete motoristas põe sua segurança em alto risco
devido à baixa pressão. Como resultado, a cada ano,
os condutores desperdiçam 100 milhões de litros de
combustível, o que, por sua vez, se reflete em um alto
índice de poluição do meio ambiente com 236 milhões
de quilogramas de CO2 extras. As conclusões são da
pesquisa de segurança da campanha social Torne seu
Carro Ecológico, um programa mundial da Federação
Internacional do Automóvel (FIA) em parceria com
a Bridgestone iniciado em 2008. Foram verificados
10.982 veículos em oito países da América Latina. Veja
outras constatações do levantamento:
• 8% dos pneus revisados mostraram uma profun-
didade de borracha inferior a 2 mm e 3,6% dos pneus
se encontravam perigosamente desgastados, ou seja,
com menos de 1,6 mm de borracha remanescente.
• 38% dos pneus não contavam com a tampinha da
válvula. Ela ajuda a manter o mecanismo da válvula
livre de umidade, do pó e da sujeira, evitando a perda
de ar.
• 85% dos motoristas recorrem aos postos de ga-
solina para conferir a pressão dos pneus, enquanto
só 9% visitam os centros de serviços especializados
em pneus.
• em 25% dos calibradores dos postos vistoriados
pela campanha foi encontrada uma pressão de no míni-
mo 4 psi a menos que nos calibradores profissionais.
Direção
A DHB orienta os profissionais da reparação so-
bre os procedimentos para a passo da troca de óleo
e limpeza do sistema de direção hidráulica. O servi-
ço deve ser realizado a cada 40.000 km rodados.
hidráulica
Qual óleo deve-se usar?
Pode-se utilizar qualquer óleo hidráulico classe
DEXRON II. Mas é preciso ter cuidado para não mis-
turar óleos de diferentes fabricantes.
Como se deve trocar o óleo?
Para se efetuar a troca de óleo e a limpeza do
sistema, é indicado substituir o reservatório de
óleo dos modelos em que não é possível efetuar
a limpeza perfeita do elemento filtrante. Deixe a
mangueira do retorno solta, direcionada à bandeja
coletora, e estanque o tubo de retorno do reserva-
tório. Enquanto um técnico abastece o reservatório
com óleo, outro esterça o volante de batente a ba-
tente com o motor desligado para fazer a sangria
da bomba de direção. Depois de feita a sangria, dê
a partida no motor e siga esterçando o volante de
batente a batente.
Não deixe faltar óleo no reservatório
Após serem consumidos 2,5 litros de óleo, des-
ligue o veículo. Reconecte a mangueira de retor-
no e complete o nível de óleo. Execute o teste de
rodagem. Verifique, então, se não há vazamento.
Esses procedimentos devem ser adotados nos casos
de troca ou reparação de componentes do sistema
hidráulico, como bombas e mecanismos.
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Lançamentosem série
A Decar, empresa que atua com a marca própria DC
no mercado de autopeças desde 1977, anunciou uma sé-
rie de lançamentos. São novos produtos para as linhas
de cubos de roda e de atuadores hidráulicos e o kit eixo
comando válvulas (93337976) Corsa, Celta e Prisma 1.0
8V 06, todos com motor VHCE Flexpower. Confecciona-
da em aço forjado, a linha de cubos de roda se diferencia
dos produtos em ferro fundido nodular, mais comuns
no mercado. Já os atuadores hidráulicos de embreagem
passam por constante e rigorosa inspeção nos testes de
estanqueidade e de durabilidade. E, para complementar
a linha de kits de eixos de comando, surge o kit eixo co-
mando de válvulas (93337976) Corsa, Celta e Prisma 1.0
8V 06, todos com motor VHCE Flexpower.
A unidade brasileira de aftermarket do grupo Mag-
neti Marelli esteve presente no 28ª edição do Rally della
Marca, o evento mais importante da modalidade na Eu-
ropa. A participação na competição fez parte da come-
moração da venda de cinco milhões de amortecedores
para o mercado brasileiro em 2010. “Esse montante re-
presenta 1/6 da produção mundial do grupo Magneti
Marelli, e absorver tal quantidade demonstra o estágio
de maturidade da economia brasileira, a pujança de nos-
sa marca, o acerto da parceria com nossa rede distribui-
dora e a confiança que o público deposita em nossos
produtos”, comenta Eliana Giannoccaro, presidente de
Aftermarket da Magneti Marelli no Mercosul. A partici-
pação da empresa na etapa de Treviso, norte da Itália,
se deu por meio de um carro comemorativo da equipe
patrocinada pela Magneti Marelli. A empresa “vestiu” o
Citroen C4 WRC e a equipe com as cores laranja e preto
e logotipo Cofap, além da bandeira brasileira no teto.
milhõesCinco
Novidades se destinam a modelos da GM equipados com o motor VHCE Flexpower
Lubrificantecom aditivos
A Draft desenvolveu o óleo lubrifican-
te Synthetic Blend, composto de aditivos
de alta tecnologia para garantir a refri-
geração, evitar a corrosão e desgaste
e limpar o motor do carro. Segundo o
fabricante, o novo óleo Draft Synthetic
Blend proporciona máxima lubrifica-
ção sob altas temperaturas e ainda
contribui para economia de combus-
tível. É indicado para motores a ga-
solina, álcool, GNV e Flex.
Aditivos de alta tecnologia estão na composição da linha Synthetic Blend
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e fábricaEngenharia
O Grupo BorgWarner construirá uma nova unidade
fabril em Itatiba, interior de São Paulo. A planta também
contará com um moderno Centro de Engenharia. O iní-
cio de atividades está previsto para dezembro de 2012.
Segundo Tim Manganello, presidente e CEO do grupo,
“a nova unidade no Brasil faz parte da estratégia mundial
de crescimento da BorgWarner e estabelece nossa lide-
rança em produtos para motores e transmissões. Com
esta nova unidade seremos capazes de expandir as linhas
atuais, alem de introduzir novas tecnologias e produtos
no país”. A futura fábrica estará localizada a 70 km da
capital paulista, próxima da atual planta, em Campinas.
Em terreno de 100.000 m², numa primeira fase a área
construída será de 20.000 m² – suficiente para atender
os clientes da empresa nos mercados de equipamentos
originais e de reposição, em toda a América do Sul. O
aumento da demanda pelos produtos BorgWarner e
a impossibilidade de ampliação da fábrica em Barão
Geraldo, bairro de Campinas, motivaram a cons-
trução da nova unidade. No ano passado, a atual
planta produziu 300 mil turbocompressores e 270
mil embreagens viscosas e ventiladores. Em 2011,
o aumento previsto é de 15%.
Referência brasileira no ensino da Engenharia Automo-
bilística, a FEI (Fundação Educacional Inaciana) tem tradição
no desenvolvimento de protótipos com propostas para o
futuro do automóvel. Em junho, os formandos do curso de
Engenharia Mecânica Automobilística realizaram a 47ª Expo
MecAut. Entre os projetos exibidos, um minicarro equipado
com dispositivo “kers” mecânico, um sedan compacto com
inovador acionamento do alternador por polia “CVT” para
melhor aproveitamento da potência e economia, e uma pi-
cape com caçamba basculante.
Ideias e ideais
Formandos da FEI mostram suas propostas para o
carro dos próximos anos
O Conselho Nacional de Trânsito
publicou em junho a resolução 384 que
proíbe a instalação de faróis de xênon
nos veículos que não saem com esse
item da linha de montagem. A instala-
ção irregular do produto será passível
de multa no valor de R$ 127,69 e cinco
pontos na Carteira Nacional de Habili-
tação. “A lâmpada de xênon é muito
específica, de base própria, e não mon-
ta em nenhum outro tipo de base e,
mesmo com os tipos de lâmpadas con-
vencionais mais utilizadas (H4, H7, H1 e
H3), é impossível se fazer adaptações”,
diz Lázaro Moraes, gerente de desenvol-
vimento de produtos da Nino Faróis. O
que se faz comumente e adaptar essas
lâmpadas para sistemas de iluminação
que não foram projetados para rece-
bê-las, comprometendo os resultados
e ofuscando a visão dos demais moto-
ristas. Outra consequência das adap-
tações é a ocorrência de problemas no
sistema elétrico do veículo.
xênonLei do
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rápidaTrocaA Goodyear lançou o Goodyear Drive, um conceito de
loja pioneiro no Brasil, que oferece tecnologia de ponta
para realizar a troca dos pneus, balanceamento e outros
serviços em cerca de 30 minutos. Em um formato que se
assemelha a um Drive Thru, o Goodyear Drive foi desenha-
do para estar presente em grandes centros urbanos, permi-
tindo agilidade e praticidade no atendimento aos clientes
em locais como postos de gasolina e estacionamentos de
shoppings. A primeira unidade do Goodyear Drive está fun-
cionando em Brasília, operada por um revendedor oficial da
marca. Para realizar o atendimento em tempo recorde, o
Goodyear Drive conta com um modelo enxuto, no qual es-
tão previstos serviços mais práticos e comuns em termos de
utilidade para o veículo. Entre eles, estão: inspeção veicular
(testes para averiguar o alinhamento do veículo, suspensão
e freios), desmontagem, montagem, instalação dos pneus,
balanceamento, análise de emissão de CO2, calibragem
com nitrogênio e alinhamento dos faróis.
O Novo Uno é o destaque do lan-
çamento da Sete Produtora de Vídeos,
pela série VideoCarro. O curso de Inje-
ção Eletrônica do Uno traz dicas sobre
a manutenção nos veículos com motor
1.0 e 1.4 8V EVO. Em duas horas, o DVD
aborda informações sobre a central do
sistema de injeção; localizações, testes
dinâmico e estático sobre os sensores e
atuadores do sistema Magneti Marelli
UnoInjeção do
Sucesso de vendas da Fiat é tema de curso em DVD
7GF com motores 1.0 e 1.4L de 8V;
dicas de procedimentos e reparos
de defeitos mais comuns relativos
ao sistema de injeção eletrônica e
mecânica; dados sobre o sistema de
imobilizador, sistema de alarme ori-
ginal e acessórios, entre outros. O Kit
ainda inclui um manual técnico.
1 – Atendimento
Ao chegar à loja, o motorista insere em
um totem seus dados e as características
do veículo. O sistema identifica as espe-
cificações de pneus adequados para ins-
talação e informa quais são os modelos
Goodyear disponíveis na loja.
2 – Diagnóstico
Na etapa seguinte, é feita uma inspeção
veicular para apurar necessidades de ali-
nhamento, reparos na suspensão, freios
e ajuste de faróis, gerando um relatório
sobre possíveis irregularidades.
3 – Execução dos serviços
Por fim, o motorista conduz o veículo até
a rampa para realizar a troca dos pneus,
balanceamento, análise de emissão de
CO2 e calibragem com nitrogênio.
ETAPAS DO ATENDIMENTO
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certificação de oficinas me-
cânicas, centros de repara-
ção automotivos e comér-
cio de autopeças (atacado
e varejo) proposta pelo IQA – Instituto
da Qualidade Automotiva, organismo
de certificação acreditado pelo Inmetro,
criado e dirigido pela Anfavea, Sindi-
peças, Sindirepa e outras entidades do
setor, resulta num processo de melhoria
contínua dos estabelecimentos, decor-
rente da análise de dados coletados na
interação com o cliente.
Este trabalho traz inúmeros benefí-
cios ao empreendimento, sendo o prin-
cipal deles a melhor rentabilidade do
negócio. Basta ter disciplina. O primeiro
passo é criar formulários para registrar
as informações. Quanto mais, melhor,
mas basicamente podemos listar os da-
dos cadastrais do cliente, do veículo,
dos produtos e serviços adquiridos, etc.
E o que fazer com isso? Certa oportu-
nidade visitei um cliente que me mostrou
diversas planilhas, com inúmeras infor-
mações. Estava tudo registrado, inclusive
fichas de reclamações e sugestões, dados
de pós-vendas e garantias. Então ques-
NOTÍCIAS DA QUALIDADE
por José Palacio [email protected]
Indicadores para uma oficina mais rentável
José Palácio, coordenador do IQA
A tionei: “O que você tem feito com isso?”
A resposta foi surpreendente: “Nada...”.
E é aqui que mora o segredo: sa-
ber aproveitar as informações e trans-
formá-las em oportunidades. Hoje, o
empresário precisa ter outra mentalida-
de. Somente coletar bons dados não é
o suficiente. É preciso saber tirar bom
proveito dos indicadores. Com eles, é
possível planejar as ações com maior
acertividade, sem chutes nem experi-
mentos na base da tentativa e erro, que
normalmente apresentam elevado custo
para a empresa e, por isso, muitos dei-
xam de investir em melhorias.
Mas, muitos ainda se perguntam: em
qual momento vou parar para fazer isso?
São muitas informações para analisar.
Pode ser que sim, mas com um pouco de
disciplina é possível fazer tudo. Um pouco
mais de uma hora do dia, em dias alter-
nados, é o suficiente para entender por
que na grande maioria dos serviços de
freios são necessários dois ou três ajustes
posteriores, ou ainda por que clientes de
determinado horário sempre demoram
mais tempo para serem atendidos.
Com os indicadores em mãos, o ges-
tor pode promover ações que facilitam o
trabalho para todos, tendo como resul-
tado melhor rentabilidade do negócio,
tal como melhorias no relacionamento
com os colaboradores, entre outras.
Em se tratando de crescimento pro-
fissional e empresarial o IQA possui
inúmeros treinamentos de qualificação
profissional para a cadeia automotiva.
Conheça agora mesmo o calendário de
treinamentos 2011, acesse: www.iqa.
org.br – link: Treinamentos/Eventos.
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gestão
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Ética na práticaÉtica na prática
á duas edições a Mais Auto-
motive abordou em sua repor-
tagem de capa a ética como
base para a construção de um
mercado transparente, capaz de conquis-
tar a confiança do consumidor. Afinal, as
queixas são antigas e muitos clientes já se
sentiram lesados pelos estabelecimentos
que, segundo esses consumidores, ten-
taram lhes “empurrar” peças e serviços
desnecessários. De fato, não é novidade
no mercado que muitas empresas agiram
desta forma ao longo dos anos e criaram
fama de “trocadores de peças”.
Por Patrícia Malta de Alencar [email protected] Fotos Divulgação
HH
Centros de reparação investem em relações transparentes com os clientes e em proteção ao meio ambiente para consolidar imagem positiva no mercado
Em Piraju (SP), a Oficina Quatro
Rodas investe na educação do cliente
Hoje, no entanto, há um movimento
crescente de empresas querendo provar o
contrário. Sem perder de vista um tema
de suma importância para o mercado
da reparação, trouxemos alguns cases
de estabelecimentos que vêm investindo
em atitudes para reverter aquela imagem
negativa do segmento e construir bases
sólidas de confiança entre o cliente e o
prestador de serviços automotivos.
O que será preciso para convencer o
cliente de que ele receberá informações
corretas, pagará um preço justo e que não
será ludibriado de nenhuma forma? Saem
de cena oficinas sujas, desorganizadas e
que jogavam óleo pelo ralo; e entram cen-
tros de reparação que prezam pelo bom
atendimento, pelo reaproveitamento das
peças e pelo esclarecimento do consumi-
dor com relação aos serviços prestados.
EDUCAÇÃO
A estratégia da Oficina Quatro Rodas,
localizada em Piraju (SP), é oferecer um
check-up gratuito e uma aula sobre como
conservar melhor alguns itens automo-
tivos, evitando que o consumidor tenha
prejuízo no futuro. “Eu já estou no ramo
há 20 anos e sei, por experiência, que o
cliente sempre acha que vai ser enganado,
então quanto mais transparência você pas-
sar, mais ele vai gostar”, afirma o proprie-
tário, José Ricardo Faustino, que também
investe em organização e reciclagem para
conquistar seu cliente.
O check-up gratuito inclui 20 itens,
como lâmpadas, extintor de incêndio, óleo,
água, palhetas e outras “coisas rápidas de
checar”. O serviço parece simples, mas é
um plus para o consumidor que se sente
confortável em poder escolher, após uma
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A equipe da Oficina Quatro Rodas: Rogério, Vitor, Douglas e José Ricardo Faustino
Na Nipo Brasileiro a honestidade é a alma do negócio
avaliação gratuita, se quer trocar a peça e
se vai trocá-la naquela loja ou em outra.
Mais interessante para ele, ainda, é a pos-
sibilidade de compreender melhor como
conservar o veículo, não ficando à mercê
do profissional. Os clientes da Quatro Ro-
das recebem dicas sobre a conservação do
motor, do combustível, dos freios, etc. “A
gente ensina a olhar o nível de óleo sema-
nalmente, o filtro de combustível a cada 10
mil km, esse tipo de coisa. Porque se ele
não trocar no momento certo o problema
será bem maior”.
Prestar esse serviço, que está além do
que o consumidor espera, pode ser uma
boa medida para melhorar a imagem da
prestação de serviços automotivos. O clien-
te fica ressabiado porque não entende de
reparação? Então, por que não ensiná-lo?
HONESTIDADE
Já a oficina Nipo Brasileiro possui, além
de um espaço amplo e limpo, um proprie-
tário icônico, já conhecido na Vila Sônia, em
São Paulo (SP), onde está localizada. João
de Oliveira Neves conquistou uma credibi-
lidade invejável junto aos clientes, por uma
característica peculiar de trabalho: ele não
faz orçamento, nem o que o cliente solicitar,
mas sim o que for preciso para resolver o
problema do veículo. É preciso confiar na
sua honestidade e, segundo ele, de 500 a
700 clientes por mês confiam. “Não sei se
estou certo ou errado, mas eu preciso ex-
perimentar o carro e só aí vou saber o que
tenho que fazer. O cliente chega com um
barulho e já quer saber quanto vai gastar. Eu
posso até dar uma estimativa, mas às vezes
eu calculo errado. Acho que o problema é
a borboleta, pego uma no estoque e colo-
co. Se não for isso, eu arranco a borboleta
e faço outro serviço. Então o cliente tem
que confiar no mecânico e deixá-lo resolver
o problema, não chegar aqui dizendo que
quer limpar o bico porque a carro está fa-
lhando. ‘Quer que eu limpe o bico, eu lim-
po, mas o problema é só a vela e o cabo de
vela’”, diz Neves, lembrando as discussões
que tem com os clientes novatos.
Segundo o empresário, ao fazer um
orçamento, ele se sente limitado à previsão
dada. “Você não tem condições de traba-
lhar”, diz, ao perceber que o motivo de um
barulho, por exemplo, não era aquilo que
achou que era inicialmente. “Então o clien-
te vai embora com o barulho?”, questiona.
Ele não vê sentido em ter o seu trabalho
HONESTIDADE
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gestão
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restrito e não resolver o problema. “Meu
pensamento é diferente do de todo mun-
do, até da lei, que exige que eu forneça o
orçamento. Mas o cliente tem que acredi-
tar em mim, e se ele acreditar, aí eu tenho
que ser mais correto ainda”.
Neves protege os clientes até da even-
tual falta de ética de outras oficinas. Se o
carro vier de outro estabelecimento, onde
o cliente gastou dinheiro e não resolveu
o problema, ele manda voltar lá para re-
solver: “Eu falo: volta no seu mecânico e
manda tirar o amortecedor que o que você
quer é resolver o problema que ainda está
lá depois que ele trocou essa peça”. Mas
a maioria não quer voltar em um lugar
onde já percebeu que não pode confiar e
acaba pedindo para Neves mesmo resol-
ver. “Isso ocorre muitas vezes”, diz.
Com mais de 30 anos de experiência,
João Neves prega a transparência e hones-
tidade no trabalho de forma radical. Ele
já passou até por situações em que ligou
para o cliente porque percebeu que co-
brou errado o valor do serviço, ou porque
um funcionário errou o código da peça ou
cobrou uma peça a mais: “Eu ligo e aviso
que o cliente tem um crédito de ‘tanto’ e
Carlos Alberto, diretor-executivo da Caçula de Pneus
que se quiser pode passar para pegar o di-
nheiro ou usar em outro serviço. A gente
trabalha em cima desse sistema”.
CERTIFICAÇÃO
Para a rede paulista de oficinas
Caçula de Pneus, a sacada foi mostrar
para o cliente que a empresa tem res-
ponsabilidade ambiental. Há três anos
eles lançaram o Selo de Destinação
Ambientalmente Correta (Sedac), que é
uma autocertificação da empresa, dada
aos consumidores, para que eles saibam
que os resíduos deixados na loja, como
pneus, baterias e peças dos sistemas de
suspensão e freio, serão destinados cor-
retamente. Seja pelo reaproveitamento,
pela reciclagem ou pela correta disposi-
ção final, de acordo com o que dispõem
os órgãos de proteção ambiental.
As baterias são recolhidas pelos próprios
fabricantes, por meio da cadeia de logística
reversa; os pneus – mais de 40 mil unidades
por ano – são triturados e a borracha pode
ser aplicada em diversos usos; o óleo é en-
caminhado para empresas que o refinam,
transformando-o em óleo próprio para
uso novamente; e freios, amortecedores e
suspensões são encaminhadas para recicla-
dores que os fundem, permitindo a reutili-
zação do metal. Até plásticos e papéis, das
embalagens dos produtos e do escritório da
oficina, são destinados à reciclagem.
Carlos Alberto, diretor-executivo da Ca-
çula de Pneus, explica que parte desse pro-
cesso de logística reversa a empresa já fazia
há muito tempo, tendo começado com os
pneus. O que mudou foi a exposição da
iniciativa. “Criamos o selo para o cliente
perceber essa operação. Antes ele não ti-
nha preocupação com o resíduo”. Hoje a
reciclagem abrange qualquer peça retirada
dos veículos, mesmo que não tenha sido
Nova identidade do Sedac, da Caçula de Pneus, traz um tucano como
símbolo de sustentabilidade
O padrão de oficina verde será implantado na rede Pirelli inteira, a Caçula foi só o projeto piloto
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Douglas Linares Flinto, fundador e diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Ética nos Negócios
comercializada pela rede. “No começo, não
pensamos nessa hipótese. Mas desde mar-
ço deste ano estamos aceitando tudo”.
Segundo Alberto, o selo, que hoje é
gerenciado pelo Instituto Brasileiro de Di-
reito Ambiental, está quase pronto para
ser auditado. “O selo já foi percebido pelo
mercado, só falta uma métrica de quanti-
dade adequada para que ele seja audita-
do”, afirma. E o consumidor, certamente,
foi conquistado. “Explicamos para cada
cliente o que fazemos com o resíduo que
ele deixa na oficina, mostramos que te-
mos essa preocupação e ele passou a dar
valor para quem faz e quem não faz. É
um tema que está sendo bem recebido.
O selo foi totalmente reconhecido. Mas o
valor entra no brand da marca, não consi-
go quantificar o retorno do investimento.
No entanto, tenho certeza que gera uma
fidelização dos meus clientes”.
A rede também se preocupa com o
consumo de energia e de água e otimiza
o uso desses recursos no dia a dia das ofi-
cinas. “O padrão de oficina verde será im-
plantado na rede Pirelli inteira, a Caçula foi
só o projeto piloto”. Existe previsão de ex-
pansão do selo para fora da rede também,
para pequenas e grandes oficinas. A ideia
é que mais lojas possam fazer uso do Se-
dac. “É nossa missão conquistar a confian-
ça do consumidor em soluções automoti-
vas. Para ele lembrar da gente, reforçamos
na imagem da empresa que trabalhamos
com ética, qualidade e preocupação so-
cioambiental. Queremos ser escolhidos da
mesma forma que ele escolhe seu dentis-
ta: para a vida toda, aquele que é indicado
para um familiar ou para um amigo”.
Essa também é a opinião do especialista
Douglas Linares Flinto, fundador e diretor-
presidente do Instituto Brasileiro de Ética
nos Negócios. Segundo Flinto, a prestação
de serviços automotivos já sofreu uma me-
lhora em relação aos preços cobrados, mas
agora precisa conquistar seus clientes pela
qualidade e excelência dos serviços presta-
dos. “Principalmente, pela integridade de
conduta na condução dos negócios, ou seja,
os empresários têm que saber que o cliente
de hoje, sendo bem tratado, recebendo um
serviço de qualidade e extremamente ho-
nesto, será o cliente de amanhã e também
indicará esta empresa para seus conhecidos:
a antiga, famosa, eficaz e sem custo algum:
‘propaganda do boca a boca’”.
Já dizia o ditado popular: “levam-Identificação antiga do Sedac, com uma arara-azul
Na Caçula de Pneus, tudo é reciclado ou reaproveitado, das autopeças ao papel do escritório
se anos para construir uma relação de
confiança, mas segundos para destruí-
la”. Para se diferenciar nesse mercado,
portanto, é preciso levar a questão a
sério. “A correção na imagem da pres-
tação de serviços já tem sido observa-
da por muitos empresários. Mas para
acabar de vez com a cultura desonesta
do passado, haverá a necessidade de
investimento no caráter do negócio,
ou seja, em honestidade, integridade,
correção de conduta e ética. Desta
forma, os bons empresários terão seus
negócios perenes. Já os maus, perece-
rão”, afirma Flinto.
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ADMINISTRAÇÃO
18
www.anthropos.com.br
Luiz Marins
onheço pessoas que passam boa par-
te do tempo de trabalho falando do
que fazem, do que sabem, do que fi-
zeram, do que ajudaram e de quanto são ocupadas
e importantes. Fazem autopromoção o tempo todo.
Falam alto sobre uma tarefa que vão realizar. Falam
alto quando terminam, enfim parecem verdadeiros
sistemas de alto-falantes dentro da empresa a alar-
dear o que estão fazendo e o que irão fazer. Esse
excesso de autopromoção se volta contra elas pró-
prias, pois acabam fazendo um papel ridículo de se
achar uma pessoa insubstituível.
Geralmente essas pessoas também são muito críticas
de seus colegas de trabalho. Segundo dizem, só elas
trabalham, só elas são ocupadas, só elas são impor-
tantes. Mas o mais interessante é que elas não falam
diretamente. Elas passam o dia todo dando indiretas
em seus colegas, com frases como “fico irritado(a)
com gente folgada...” ou ainda “tem gente que pa-
rece que nasceu cansado(a) e não quer saber de tra-
balhar” e outras frases do gênero.
Essas pessoas quase sempre são bajuladoras de che-
fes. Quando o chefe pede alguma coisa elas correm
na frente de seus colegas para fazer primeiro, não
dando chance às outras pessoas para que façam esse
atendimento. E, mais uma vez, alardeiam a sua pron-
tidão, indiretamente chamando os seus colegas de
lentos, preguiçosos, etc.
Na verdade existe um verdadeiro bullying também
no ambiente de trabalho. Pessoas que intimidam
outras e criam situações de constrangimento psico-
lógico que torna o ambiente de trabalho insuportá-
vel às suas vítimas.
Estou escrevendo sobre isto porque tenho visto que
pessoas mais introvertidas que fazem as coisas sem
alarde muitas vezes têm sido esquecidas em promo-
ções, pois muitos chefes caem na armadilha das que
alardeiam tudo o que fazem. Tenho visto empresas
perderem pessoas excelentes por se sentirem absolu-
tamente sufocadas num ambiente hostil.
O bullying também pode ocorrer por excesso de brin-
cadeiras de mau gosto, piadinhas sem graça, gozações
que não param. As pessoas que são alvos constantes
dessas brincadeiras se sentem muito mal e com razão.
É preciso acabar com o bullying na empresa, pois
ele existe. É preciso que todos os níveis de chefia
estejam atentos para que, devido a esse tipo de
comportamento de alguns, a empresa não perca
seus melhores talentos.
Pense nisso. Sucesso!
C
O bullying no ambiente
de trabalho
Luiz Marins é diretor da Anthropos Consulting
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Job: 266366 -- Empresa: Burti -- Arquivo: 266366-20946-Fiat-An Palio Reparadores-20.5x27.5_pag001.pdfRegistro: 36846 -- Data: 11:50:06 18/07/2011
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reparação
exemplo
A empresa alagoana Del Fino Centro Automotivo conquista
prêmio nacional de competitividade e transforma-se em exemplo de
gestão para o mercado de reparação
Por Robson [email protected]
Fotos Divulgação
George Delfino (dir.) recebe prêmio de Responsabilidade Social
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rgulho para o nordeste, exem-
plo para as empresas de re-
paração de todo o país. A
conquista do Prêmio de Com-
petitividade para Micro e Pequenas Empre-
sas – MPE Brasil Categoria Comércio – pelo
alagoano Del Fino Centro Automotivo é
feito que engrandece e motiva o segmen-
to de reparação automotiva. O empresário
George Delfino do Nascimento, que há sete
anos atua no mercado alagoano, transfor-
mou o velho conceito de oficina mecânica e
evoluiu para centro automotivo. “É preciso
transformar ideias e ideais em ações concre-
tas. Sempre pensei em administrar de forma
moderna. Apesar de sermos uma empresa
familiar, temos uma visão realista do merca-
do. É preciso reinventar. Utilizamos maqui-
O Fachada da loja Del Fino
petitividade com foco na gestão
da excelência, produtos e servi-
ços de qualidade, e atitudes ino-
vadoras. “É fundamental aliar
método, ferramentas de qua-
lidade, criatividade e inovação
para se diferenciar no merca-
do”, avalia o empresário. Para a sócia Teresa
Adalgisa Delfino Arraes, receber o prêmio foi
um reconhecimento rápido de um trabalho
desenvolvido com muito esforço. “Estamos
no mercado há poucos anos e a premiação
nos dá a certeza de que estamos fazendo
O MPE Brasil é uma realização do Sebrae em parceria com o
Movimento Brasil Competitivo (MBC), Gerdau e Fundação Nacio-
nal da Qualidade (FNQ). Nesta edição, a 8ª, obteve 99 mil ins-
crições, recorde desde sua criação. A premiação reconhece as
micro e pequenas empresas por uma gestão de qualidade com
foco na produtividade e competitividade. A avaliação é feita com
base nos critérios de excelência da FNQ – Fundação Nacional da
Qualidade: liderança, estratégias e planos, clientes, sociedade,
informação e conhecimento, pessoas e processos.
Luiz Barretto, presidente do Sebrae, ressaltou a forte vocação
empreendedora do brasileiro e destacou o cres-
cimento de mais de 50% do número de inscrições,
este ano, no MPE Brasil. Ele enfatizou que os temas
inovação e modernização da gestão têm papel
fundamental para o país, especialmente neste mo-
mento em que seu crescimento é notável e sólido.
“Este prêmio é um estímulo para que nos tornemos
cada vez mais sustentáveis e competitivos”, disse.
Jorge Gerdau Johannpeter, presidente da Gerdau
e do MBC, destacou a importância de se investir em educação e no
compromisso de toda a sociedade e mercado com a sustentabilida-
de. “Praticamente todas as empresas nascem pequenas e, depois,
crescem. A exigência da evolução da competitividade e do mercado
nos leva a estar nos capacitando constantemente”, salientou.
De acordo com a especialista em Engenharia da Qualidade e Marke-
ting, Poliana Santana, é fundamental que haja um alinhamento entre
os objetivos pessoais e empresariais. “Toda empresa é constituída de
pessoas. É fundamental que essas pessoas estejam motivadas e que
possuam objetivos comuns dentro da organização”, explica.
O prêmio
Diretores e funcionários da Del Fino com o prêmio do 1° lugar do MPE Brasil - Etapa Estadual
nários com alta tecnologia, investimos nos
nossos colaboradores e estamos preocupa-
dos com o desenvolvimento sustentável”.
O Del Fino integra projetos desenvolvi-
dos pelo Sebrae Alagoas e tem conseguido
aumentar seu padrão de qualidade e com-
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22
reparação
Empresas:
Estar presente
Participar das ações estabelecidas no projeto
Fornecer informações
Realizar os ajustes indicados pelos consultores
Contribuir para melhoria constante do projeto
Sebrae Alagoas:
Realizar as ações previstas no projeto
Guardar sigilo acerca das informações fornecidas
pelas empresas
Divulgar dados das 20 empresas de forma generalizada
Contratar consultores credenciados
Associação Comercial de Maceió:
Realizar as ações previstas no Projeto
Mobilizar sempre que preciso as empresas
Substituir a empresa desistente por outra
Estudos e oficinas dentro das empresas:
Liderança
Estratégias e planos
Clientes
Pessoas
Informações e conhecimento
Processos
Sociedade
Resultados
Ensinamentos e fundamentos da excelência:
Visão sistêmica
Aprendizado organizacional
Agilidade
Inovação
Liderança e constância de propósito
Visão de futuro
Foco no cliente e no mercado
Responsabilidade social
Gestão baseadas em fatos
Valorizações das pessoas
Abordagens por processos
Orientações para resultados
O projeto e o compromisso dos participantes
certo. Acreditar no que se faz é ter resultado
garantido. Esse é o nosso lema”, afirma.
ExiGêNCiAS
Na visão dos administradores do centro
automotivo Del Fino, a gestão competitiva
significa basicamente que, para se manter
atuante no mercado, toda empresa tem que
possuir capacidade para absorver, modificar
e se adequar às constantes e crescentes exi-
gências de seu setor, mantendo a qualidade
de serviços e produtos, sendo socialmente
justa, ambientalmente adequada, economi-
camente viável, e seguir sempre em busca
da excelência competitiva. Para tanto,
George Delfino acredita na motivação pes-
soal e tem se preocupado com a conscienti-
zação e treinamento de seus colaboradores.
Por isso, registra alto nível de satisfação entre
eles. “Procuramos aplicar os ensinamentos
que adquirimos e investimos na qualificação
profissional”, garante o empresário.
A Del Fino participou das ações de
incentivo à competitividade, qualidade,
gestão, inovação e produtividade para
auxiliar no desenvolvimento das micro
e pequenas empresas, promovidas pela
Rede de Cooperação Brasil em parceria
com o Sebrae-AL, impulsionou a implan-
tação do seu Modelo de Gestão Compe-
titiva e, por consequência, otimizou a or-
ganização de seus processos de gestão.
Com isso, mudou seu modelo de ad-
ministração de forma acentuada, retraba-
lhando estratégias e planos, informação e
conhecimento, e processos. “Melhoramos
nossa gestão no que tange à liderança, aos
clientes, pessoas, sociedade e resultados.
Também elaboramos, de forma mais orga-
nizada e consistente, nosso plano de negó-
cio, nosso planejamento estratégico; deli-
neamos de forma mais clara nossa missão,
visão e valores, com a participação de todos
os colaboradores; e observamos maior inte-
gração e interação dos colaboradores face
sua participação nas diversas ações estraté-
gicas da empresa”, relata Delfino.
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EMPREENDEDORiSMO
O prêmio de competitividade para mi-
cro e pequenas empresas tem o propósito
de estimular a busca permanente da exce-
lência e obtenção de melhores resultados
pelas empresas. Foi através da premiação
que a FNQ – Fundação Nacional da Quali-
dade estabeleceu os critérios que tornam
as empresas competitivas e as fazem per-
manecer no mercado se desenvolvendo e
concorrendo, em igualdade com merca-
dos cada vez mais globalizados.
No caso da Del Fino, o programa avaliou
a atitude empreendedora do empresário, a
partir de atributos e características pessoais;
a gestão praticada pela empresa, a partir de
requisitos que representam critérios das or-
ganizações consideradas como referência;
e os resultados obtidos pela empresa. “A
importância da padronização dos processos
e do desenvolvimento de registros e indica-
dores permite à empresa que as tomadas
de decisão sejam sobre resultados e não de
maneira intuitiva”, comenta Delfino.
O empresário lembra que seu centro
automotivo participa dos prêmios MPE
desde 2008 e somente
em 2010 foi reconhecido
e premiado nas etapas
estadual e nacional. Ele
explica que o Sebrae de
Alagoas, em conjunto
com a Associação Comer-
cial de Maceió, dentro do
seu Projeto Empreender e
cumprindo sua missão de
promover a competitivi-
dade e o desenvolvimen-
to sustentável das micro
e pequenas empresas
e fomentar o empreen-
dedorismo, selecionaram o segmento de
autopeças e reparação para a aplicação
do projeto aprovado pelo Sebrae nacional,
levando em consideração a existência do
Autoser, um núcleo organizado do setor.
“A partir do Projeto Empreender, da Asso-
ciação Comercial de Maceió, o Núcleo de
Autopeças Autoser criou um comitê que
A Del Fino desenvolveu sistemas de gestão para:
Definição de negócio
Missão, visão e valores da organização
Planos de ação
Indicadores de resultados
Agrupamento e identificação das necessidades dos clientes
Sistematização de pesquisas de satisfação de clientes
Análise crítica e feedback das reclamações dos clientes
Elaboração de Plano de Conduta Socioambiental sobre os aspectos e impactos negativos
à sociedade e ao meio ambiente, bem como plano de ação corretiva para tais impactos
Desenvolvimento de uma política de responsabilidade social na organização
Elaboração de um sistema de tratamento de informações
Desenvolvimento de procedimentos padronizados para os processos da organização
Os sistemas
identificaria as diversas etapas de implanta-
ção do Projeto Autopeças”, diz Delfino.
O compromisso era a qualificação das
lojas de autopeças e serviços automotivos
para aplicação da excelência competitiva,
contribuindo para o aumento da com-
petitividade de forma sustentável, aliada
à cooperação e à responsabilidade so-
cioambiental, com foco na melhoria da
eficiência na gestão empresarial; no apri-
moramento da gestão produtiva e dos
processos; na conquista de novos merca-
dos; no fortalecimento da cooperação; na
melhoria e desenvolvimento de equipes
de funcionários; na melhoria da gestão
ambiental; e na melhoria do desenvolvi-
mento social sustentável. “Participar do
Projeto Autopeças foi fundamental para o
sucesso alcançado”, define Delfino.
George Delfino com seus prêmios de competitividade
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24
negócios
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Mercado
número de veículos que
saem de fábrica com ar-
condicionado saltou de
um milhão em 2004 para
três milhões no ano passado nos
mercados brasileiro e argentino, se-
gundo estudo feito pela Delphi. As-
sim como outros opcionais, como
direção hidráulica e travas elétricas,
o ar-condicionado é cada vez mais so-
licitado no momento da aquisição de
um automóvel novo. Com a demanda
crescente, os preços caíram, levando à
manutenção desse ciclo.
Se a frota equipada com ar-condi-
cionado cresce, também aumenta a ne-
cessidade por serviços de manutenção
Por Larissa [email protected]
Fotos Divulgação
OSindirepa seleciona oficinas com serviço de climatização. Programa visa
garantir ao cliente serviço de qualidade na manutenção do ar-condicionado
em aquecimento
e reparação do sistema. Mas nem todos
os motoristas sabem que o ar-condi-
cionado demanda manutenção a cada
seis meses e tampouco conhecem os
cuidados necessários para a realização
do serviço, que conta desde 2008 com
uma norma ABNT.
Para garantir que o cliente tenha
acesso a um serviço adequado e tam-
bém com o propósito de preparar os
estabelecimentos independentes para
aproveitar o potencial de negócios ge-
rado pela expansão da frota equipada
com os climatizadores, o Sindirepa-SP
criou o Programa de Seleção de Oficinas
de Climatização, seguindo o sucesso do
Programa de Seleção de Oficinas para
Atendimento Pós e Pré-Inspeção, que
já possui mais de 300 empresas cadas-
tradas. “É uma forma de prestação de
serviços ao consumidor e, por ter dado
certo, resolvemos ampliar a iniciativa
para outras especialidades das oficinas
para oferecer atendimento diferencia-
Ar-condicionado deve passar por
manutenção a cada seis meses
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do ao motorista que precisa re-
parar o seu veículo em uma ofi-
cina de confiança, consultando
o site do Sindirepa-SP para isso.
Existem estabelecimentos que
só são especializados em ar-
condicionado e outros que fa-
zem também diversos tipos de
serviços. O estado de São Paulo
possui 15 mil oficinas, mas não
temos dados detalhados sobre
os serviços prestados em cada
uma delas. É um trabalho mui-
to detalhado que exige pesqui-
sa minuciosa de campo”, expli-
ca o presidente do Sindirepa-SP,
Antonio Fiola.
PrEvENçãO
Poucos motoristas sabem,
mas também é preciso reali-
zar a manutenção preventiva
do ar-condicionado, confor-
me conta Flavio Luiz de vas-
concelos Santos, proprietário
da Friovel e coordenador da
Câmara de Ar-Condicionado
do Sindirepa-SP. “De revisão
preventiva, temos o filtro de
pólen/cabine, que tem a fun-
ção de filtrar o ar que circula
no carro. Se você não troca a
cada seis meses, o sistema co-
meça a ter odores desagradá-
veis. E também é feita a higie-
nização com ozônio ou outro
bactericida quando se troca o
filtro”. Além disso, as oficinas
também cuidam da reparação
quando o sistema tem algum
problema ou para de funcio-
nar. Santos conta que para as
oficinas especializadas, a saída
de veículos da fábrica já com
o item é uma faca de dois gu-
mes, pois elas perdem a opor-
tunidade de faturar com a ins-
talação no carro usado, mas
ganham no maior volume de
manutenção e reparação.
Para realizar esses serviços, é
necessário seguir a norma ABNT
15629, de 2008, que estabelece
que o profissional responsável
pelo serviço deve ter curso de
qualificação profissional em cli-
matização e deve, assim como
o estabelecimento, ser cadas-
trado no IBAMA. A oficina tem
que contar com equipamentos
como recolhedor/reciclador de
fluidos refrigerantes CFC r12 e
HFC r134a, cilindro graduado
para recarga de fluido refrige-
rante específico para cada tipo
de fluido, detector de vazamen-
tos para esses fluidos, conjuntos
de manômetros para os fluidos
já citados, entre outros.
Exatamente por conta de
todas essas exigências, o Pro-
grama de Seleção irá garantir
um serviço de qualidade para
o cliente e uma concorrência
mais justa para todas as ofici-
nas que seguem as regras.
MEIO AMBIENTE
A questão do ar-condi-
cionado vai muito além do
conforto do motorista e pas-
sageiros do veículo e está
Os estabelecimentos que desejem participar do
Programa de Seleção de Oficinas de Climatiza-
ção devem apresentar:
- Emissão de Declaração de Conformidade devidamente assi-
nada de acordo com a NBR ISO/IEC 17050-1, onde constam
os requisitos necessários de participação. Devem possuir os
equipamentos/ferramentas que constam da norma ABNT NBR
15629:2008 (Veículos rodoviários automotores – Manutenção
em Sistema de Ar-Condicionado).
- Ter um profissional treinado e capacitado no curso de
climatização da Escola Senai ou curso com conteúdo
programático similar.
- Possuir conhecimento das legislações vigentes refe-
rentes à climatização (Resoluções Conama 367/2000,
340/2003 e Instrução Normativa Ibama 37/2004).
- Oficina deverá possuir a Norma ABNT NBR 15629:2008
(Veículos rodoviários automotores – Manutenção em
Sistema de Ar-Condicionado).
- Cadastro no IBAMA.
- Autorização por escrito para a divulgação de seus dados
no portal do Sindirepa-SP para consulta do consumidor.
- Ser associada ao Sindirepa-SP.
- Assinar uma declaração de conformidade, assumindo o
compromisso que está apto para reparar veículos nessa
especialidade, com profissional gabaritado e equipamen-
tos que permitem fazer o reparo.
O que é necessário para participar?
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negócios
26
diretamente ligada à saúde e ao
meio ambiente. Isso porque o apa-
relho funciona com gases que não
podem ser lançados diretamente na
atmosfera. Caso isso aconteça, há
danos para a camada de ozônio e,
consequentemente, à saúde de to-
dos. Por conta disso, o Conama esta-
beleceu a resolução 340, que proíbe
a liberação de substâncias controla-
das (CFC-12,CFC-114, CFC-115, entre
outras) na atmosfera em qualquer
processo de retirada ou de comer-
cialização dessas substâncias, como
é o caso do ar-condicionado.
Para atender às mudanças na legis-
lação, os fabricantes de equipamentos
de manutenção do sistema de clima-
tização vêm lançando produtos que
permitem a recuperação e reciclagem
do ar-condicionado que está no veícu-
lo, uma solução positiva para o meio
ambiente e também para o bolso, já
que o custo pelo gás refrigerante é
alto e pago por quilo. Segundo o pro-
prietário da Friovel, é aí que entra a
concorrência desleal. “Infelizmente,
hoje o gás que vai no ar-condicionado
está cada vez mais caro em função do
preço da matéria- prima aumentar no
mundo inteiro. Tem outro produto no
mercado, indicado para linha indus-
trial, que alguns profissionais vendem
como carga de r134, seja por falta de
informação ou por má-fé”. Esse produ-
to, mais barato, agride o meio ambien-
te em caso de vazamento. E, se ocorrer
um vazamento, isso significa que ele já
danificou alguma peça do sistema.
A iniciativa do Sindirepa-SP con-
ta, inclusive, com o apoio da Secreta-
ria do verde e do Meio Ambiente de
São Paulo, conforme conta Fiola. “A
preocupação com o meio ambiente
já acontece há anos e o Sindirepa-SP
vem trabalhando para realizar esse
trabalho para recolhimento do CFC
retirado dos veículos. O Programa de
Seleção de Oficinas de Climatização
exige o cumprimento da norma ABNT
NBr 15629/2008 que visa permitir que
o consumidor possa escolher oficinas
que prestam serviço de qualidade nes-
sa área, facilitando a consulta, além de
contribuir para melhorar a imagem do
setor perante a sociedade e aproximar
o reparador associado à entidade do
consumidor final, o dono do carro”,
O presidente do Sindirepa paulista
explica que não há meta em relação
ao número de oficinas participantes,
mas em dois meses já são 12 cadastra-
das. Ele ressalta que a iniciativa é aber-
ta tanto para as especializadas como
aquelas de manutenção geral – desde
que atendam todas as exigências, já
que, segundo ele, “não existe mais es-
paço para amadorismo”.
Manutenção inadequada do ar-condicionado gera problemas ao meio ambiente
Giu
llian
o Ri
ccia
rdi
Tem outro produto no mer-cado que algns profissionais
vendem como carga de R134, seja por falta de informação ou por má fé
Flavio Luiz de vasconcelos Santos
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Untitled-2 1 20/5/2011 15:42:28
28
mercado
28
ma das maiores redes mun-
diais de varejo de autopeças
e acessórios está de malas
prontas para desembarcar no Brasil. A
norte-americana AutoZone já prepara,
com equipe própria, seu ingresso no mer-
cado nacional, com início de operações
previsto para 2012. Todas as negociações
transcorrem em sigilo, mas a reportagem
da Mais Automotive conseguiu antecipar
informações – extraoficiais – importantes
sobre a estratégia de implantação da pri-
meira grande rede internacional de lojas de
componentes automotivos a desembarcar
em nosso país.
Não é de hoje que o potencial do mer-
cado brasileiro de manutenção de veículos
desperta o interesses das grandes redes do
exterior – e o mercado de reparação sabe
bem disso. No final da década de 90 do
século passado, as gigantes norte-america-
nas Midas e Precision Tune desembarcaram
aqui com planos ambiciosos. Cada uma
pretendia instalar cerca de 1.000 unidades
UPor Patrícia Malta de Alencar e Claudio Milan
[email protected] Arquivo Novo Meio
O gigante
Maior rede norte-americana de varejo
de autopeças está em processo de instalação
no Brasil e tem tudo para balançar o mercado
vem aí
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292929
30 anos de história
A AutoZone, que tem sede no estado norte-americano do Ten-
nessee, comemorou 30 anos em 2009 com um crescimento de
fazer inveja a qualquer empreendedor. São mais de 4.600 lojas
próprias, nos Estados Unidos, México e Porto Rico. Desde 1999
a empresa faz parte da Fortune 500, lista que traz anualmente o
ranking das maiores empresas do país. No ranking publicado em
2011, ficou na 322ª colocação, com receita de US$ 7.362,6 mi-
lhões e lucro de US$ 738,3 milhões – em 2010 a empresa estava
apenas sete posições abaixo. Com capital aberto, suas ações são
negociadas na Bolsa de Valores de Nova York desde 1991.
A rede possui milhares de produtos em seu portfólio, de peças
novas ou remanufaturadas a acessórios, óleos lubrificantes e
itens de manutenção para automóveis, utilitários e comerciais
leves. A AutoZone possui marcas próprias, como a Valucraft e
a Duralast, mas a maioria dos produtos revendidos é adquirido
diretamente da indústria. O público-alvo é o consumidor final,
mas reparadores também podem adquirir produtos com uma
política comercial diferenciada.
num prazo de aproximadamente 10 anos.
No entanto, as iniciativas fracassaram.
Muitas foram as razões para o insucesso,
entre elas a total inabilidade para lidar com
as características e até a informalidade do
mercado brasileiro, além do formato de
franquia, que atraiu essencialmente inves-
tidores, executivos sem nenhuma familiari-
dade com o aftermarket automotivo.
Para não cometer erros como os que
inviabilizaram a competitividade e a per-
manência no Brasil de redes como a Mi-
das e a Precision Tune, a AutoZone vem
estudando in loco o mercado nacional. Há
três anos, uma equipe formada por mais
de 20 pessoas se reveza no Brasil para en-
tender o mercado, especialmente nossas
complexas questões tributárias. O proces-
so conta com o apoio de um escritório de
advocacia contratado.
FORNECEDORES
Nos últimos meses, os representantes
da AutoZone no Brasil têm intensificado
os entendimentos com as indústrias de
autopeças para estabelecer os acordos
de fornecimento dos produtos que serão
vendidos nas lojas da rede. As reuniões,
também sigilosas, vêm ocorrendo em ho-
téis e restaurantes. A expectativa é que a
maioria dos fornecedores da AutoZone
nos Estados Unidos com presença no Bra-
sil venha a estabelecer acordos comercais
também por aqui. Até porque já se sabe
que a pressão das matrizes será grande
para que as filiais brasileiras atendam um
cliente de centenas de milhões de dóla-
res como é a rede norte-americana. “A
AutoZone é um grande cliente, a gente
não pode deixar de reconhecer. Tem uma
participação imensa no mercado ameri-
cano. Mas eles são clientes como tantos
outros da Delphi. Nós estamos conversan-
do, como todo mundo está conversando.
Vamos analisar a proposta e ver se a gente
se encaixa em função das oportunidades
vinculadas ao que eles buscam e ao que
nós temos a oferecer. Eles têm um foco de
produto que não é exatamente voltado ao
que a Delphi oferece, mas lá fora eles evo-
luíram e não comercializam mais apenas
acessórios e itens de alto giro, há também
produtos técnicos, e é aí que a gente tra-
balha com eles nos Estados Unidos. E aqui
é uma questão de ver o que a rede vai
querer no começo. Mas nós estamos con-
versando, como conversamos com todos
os clientes”, disse à reportagem da Mais
Automotive durante a última edição da
Automec a executiva que comanda o ne-
gócio mundial de aftermarket da Delphi,
Lúcia Moretti. A reportagem procurou
também outras indústrias fornecedoras
da AutoZone nos Estados Unidos e que,
sabemos, já conversaram com os repre-
sentantes da rede no país. Uma delas até
confirmou parceria para a operação bra-
sileira da rede, mas a direção da empresa
– um sistemista europeu – preferiu não
comentar o assunto por enquanto.
OPERAÇÃO
Ainda não há informações oficiais so-
bre a data prevista para o início das opera-
ções da AutoZone no Brasil. Entre as fontes
ouvidas por nossa reportagem – que estão
acompanhando de perto o processo de
instalação da nova rede – a expectativa
é de que as primeiras unidades sejam
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mercado
nÚMERos da aUtOZONe- mais de 6 milhões de clientes atendidos toda semana
- milhares de peças e acessórios para carros e comerciais leves
- quase 5 mil lojas próprias, nos Estados Unidos, Porto Rico e México
- nos Estados Unidos, presença em 48 estados e em Washington DC
- 322ª colocação na lista de maiores empresas norte-americanas, a Fortune 500,
elaborada pela revista Fortune
- ações negociadas na Bolsa de Valores de Nova York (AZO) desde 1991
30
inauguradas em São Paulo entre o final
de 2011 e início de 2012. Seriam, inicial-
mente, 15 lojas próprias – a AutoZone não
trabalha com franquia – no maior estado
do país, apoiadas por um centro de distri-
buição também próprio.
Assim como ocorre nos Estados Uni-
dos, tudo indica que as lojas da rede serão
divididas em duas seções, uma de acessó-
rios, o shop floor, e outra de peças, a hard
parts, onde uma equipe de consultores irá
assessorar o cliente na escolha correta dos
produtos. Para isso, a rede possui um ban-
co de dados informatizado, em que o con-
sultor pode apresentar as características e
benefícios de cada opção para o cliente
avaliar a escolha conjuntamente.
As lojas da AutoZone não fazem a apli-
cação das autopeças, mas dão a assistência
necessária ao cliente para que ele mesmo
possa fazê-la no caso de pequenos reparos,
como a troca de uma lâmpada queimada
– nesse caso, o consultor vai com o clien-
te até o carro e mostra a ele como se faz
a substituição. No entanto, há quem diga
que a rede estuda a possibilidade de aplicar
certos itens nas lojas instaladas aqui. Isso
porque o consumidor norte-americano
é adepto do conceito do-it-yourself (faça
você mesmo), o que não faz parte da cul-
tura do brasileiro, situação que pode re-
sultar em alguma adaptação do modelo
original ao mercado local – afinal, os repre-
sentantes da rede estão aqui exatamente
para detectar essas peculiaridades.
Já para as ocorrências de falhas no mo-
tor, nos Estados Unidos a AutoZone ofere-
ce um serviço gratuito de testes antes da
venda do componente, utilizando inclusive
scanners para o diagnóstico. Se o cliente
não possuir um mecânico de confiança,
os consultores indicam um parceiro na re-
gião para fazer o serviço. Aqui no Brasil, é
provável que também sejam indicados me-
cânicos clientes da AutoZone aos proprie-
tários de veículos. E a rede oferecerá uma
política comercial diferenciada aos repara-
dores, com descontos em relação às peças
vendidas diretamente aos consumidores
finais, entre outros benefícios.
Diversos outros sistemas automotivos
também são testados nas lojas hoje em
operação na América do Norte, como mo-
tores de arranque, alternadores e baterias,
dentro ou fora do carro – o cliente pode
levar apenas a bateria até a loja, para tes-
te de carga e uma recarga gratuita, por
exemplo –, além de reguladores de tensão,
módulos de controle, bobinas, sensores de
posição do acelerador e componentes de
gerenciamento de motor. Esse atendimen-
to personalizado faz parte da filosofia da
empresa para evitar que o cliente compre
itens desnecessários.
Outro benefício oferecido aos clien-
tes é a possibilidade de exercer a garantia
das peças em qualquer unidade da rede,
bastando informar o nome ou número de
telefone, dados que ficam registrados em
um banco informatizado e integrado, que
dispensa a apresentação de papéis.
FILOSOFIA
O investimento no treinamento dos
funcionários é, com certeza, o diferencial
da marca. Os ‘AutoZoners’, como são cha-
mados os consultores, vestem a camisa da
empresa e são capazes de recitar de cor o
mantra da rede: “AutoZoners always put
customers first! We know our parts and
products. Our stores look great! We’ve
got the best merchandise at the right pri-
ce”. No bom português: “Os AutoZoners
As lojas da AutoZone são dividas em um shop floor (acessórios) e o departamento de hard parts (peças)
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31
sempre colocam os clientes em
primeiro lugar! Conhecemos nos-
sas peças e produtos. Nossas lojas
são ótimas! Nós temos a melhor
mercadoria a um preço justo”.
Para conquistar essa mão de
obra necessariamente qualificada,
são oferecidos diversos benefícios
trabalhistas e ainda descontos na
aquisição de produtos e ações da
AutoZone, além de reembolso
com despesas em programas de vi-
gilância de peso ou antitabagistas.
A empresa atua em ações educati-
vas, de capacitação técnica e em-
preendedorismo, além de reciclar
óleos e baterias – em 2010, foram
mais de 6,5 milhões de baterias e
quase 19 milhões de litros de óleo
só nos Estados Unidos. Sem dúvi-
da, um dos grandes desafios para
a manutenção do padrão de qua-
lidade internacional da rede será
recrutar e treinar a mão de obra,
uma deficiência que hoje atinge
os próprios varejos e oficinas do
mercado independente. “Na mi-
nha opinião, esse será o calcanhar
de Aquiles deles. O americano tem
uma outra relação com o trabalho,
vai ser muito difícil recrutar e trei-
nar mão de obra por aqui”, disse à
Mais Automotive um executivo do
aftermarket brasileiro.
A AutoZone é uma rede em
processo permanente de expan-
são. Todos os anos a empresa
busca novos pontos estratégicos
para continuar seu crescimento.
As lojas possuem, em média, de
600 m² a 750 m², sempre com
espaços transitáveis e convidati-
vos, com cerca de 25 a 40 vagas
de estacionamento, em locais de
boa visibilidade e fácil acesso. E
deve ser com essa mesma pro-
posta que a rede chegará aqui
em alguns meses.
Ao mercado independente,
resta trabalhar para enfrentar
uma concorrência completa-
mente nova, poderosa e que era
inevitável. O Brasil está suficien-
temente maduro e atraente para
receber as grandes redes inter-
nacionais de varejo e reparação.
A AutoZone pode ser apenas a
ponta desse iceberg.
As redes norte-americanas Midas e Precision Tune fracassaram no Brasil
LINHA DO TEMPO1979 abertura da primeira loja, que na
época ainda chamava-se Auto Shack, em
Forrest City, Arkansas
1985 criação do termo WITTDTJR, que
representa o compromisso da empresa
com o cliente: “What it takes to do the job
right”, que significa: “O que for preciso
para fazer o trabalho corretamente”
1987 alteração do nome Auto Shack para
AutoZone; e lançamento do primeiro catá-
logo eletrônico da empresa
1991 ações AZO passam a ser negociadas
na Bolsa de Valores de Nova York; e as
garantias dos clientes são incluídas no
sistema informatizado da rede
1995 abertura da milésima loja, em Ken-
tucky; e introdução das baterias Duralast e
Duralast Gold, marca própria da AutoZone
1996 criação do website www.autozone.
com; e compra da empresa de software
Alldata, para diagnose na reparação
1998 abertura da primeira loja fora dos
EUA, no México
1999 primeira inserção na lista Fortune
500, de maiores empresas norte-america-
nas, elaborada pela revista Fortune
2003 início das parcerias com lojas de
carros, como a CarMax, e de reparação,
como a Midas
2004 patrocínio do 2004-2005 Nascar
Elite Division
2005 abertura da primeira loja em
Porto Rico
2007 inauguração da loja de número 4
mil, localizada no Texas
2012 previsão de abertura de 15 lojas em
São Paulo (SP)
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32
aplicação das peças”, revela o presidente
do Sindirepa-SP, Antonio Fiola.
Além de levar conhecimento técnico
aos reparadores, as empresas participan-
tes do projeto contribuem com infor-
mações para a atualização de banco de
dados da entidade, o CDI – Centro de
Documentação e Informações.
Ao aderir ao programa, as empre-
sas podem utilizar o selo de identifica-
ção do projeto em material de divul-
gação, recebem certificado de adesão,
estão aptas a realizar ações junto aos
reparadores em eventos promovidos
pela entidade e passam a integrar a
lista divulgada no site que é referência
para consulta de temas relacionados à
reparação de veículos.
32
elhorar a capacitação dos
profissionais da reparação
de veículos tem sido a
prioridade número um do
plano de ações do Sindirepa-SP, Sindica-
to da Indústria de Reparação de Veículos
e Acessórios do Estado de São Paulo, en-
tidade que representa 15 mil oficinas.
Em 2010, a entidade criou o progra-
ma “Empresa Amiga da Oficina” que já
conta com a participação de 40 empresas,
entre fabricantes de autopeças, equipa-
mentos e outras. Desta forma, as empre-
sas contribuem com a disseminação de
informação técnica por meio de palestras
Programa “EmPrEsa amiga da oficina”
por Redação Novo Meio [email protected]
Além da versão impressa, o Sindirepa-SP também disponibiliza os fascículos em seu portal (www.sindirepa-sp.org.br) para download gratuito.
M
Iniciativa do Sindirepa-SP viabiliza informação técnica, treinamento e palestras gratuitas promovidas por fabricantes de autopeças e equipamentos,
entre outros, a núcleos de oficinas de 29 cidades do estado de SP
gratuitas realizadas pelo projeto Educação
Continuada, que desde 2005 já atendeu
63 núcleos de oficinas em 59 cidades
do estado de São Paulo, totalizando 500
eventos e a participação de mais de 15 mil
profissionais. Este ano já foram realizadas
18 palestras em várias cidades.
As empresas participantes do Progra-
ma “Empresa Amiga da Oficina” podem
levar informação de seus produtos aos
núcleos de oficinas que fazem parte do
Projeto Educação Continuada, que está
em operação em 29 cidades do estado de
São Paulo (a lista completa está disponível
no site do Sindirepa-SP: www.sindirepa-
sp.org.br). “A capacitação profissional ga-
rante a qualidade dos serviços prestados
ao consumidor e reduz problemas de má
SINDIREPA-SP
conta com a adesão de 40 fabricantes
Sindirepa MA 80.indd 32 4/7/2011 15:33:25
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capa
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Países europeus e Estados Unidos avançam na regulamentação das relações entre mercado independente e
montadoras, beneficiando as empresas de reparação
34
Vitória
sin
dependentes
capa
matCapa MA 80.indd 34 6/7/2011 11:11:11
35
ticamente em relação à antiga, é mais
uma continuação, com melhoria desses
princípios fundamentais”, diz Basset. Em
2002, foram definidos pontos impor-
tantes como a criação da nomenclatura
“peça de qualidade equivalente”, que
funciona como um selo para atestar que
a qualidade da peça independente cor-
responde à original. A regulamentação
também determina que as indústrias for-
necedoras de autopeças para as monta-
doras podem colocar sua logomarca na
embalagem e no componente genuíno.
“Antes, as montadoras diziam que não
queriam a marca do fabricante da peça
no produto. Hoje, os fornecedores têm
esses direito, até para que depois o me-
cânico possa identificar a peça original”,
diz Lúcia. Finalmente, o Block Exemption
também permite às oficinas independen-
tes efetuar a manutenção dos veículos
mesmo no período de garantia. “Desde
que os serviços sejam realizados confor-
me os padrões da montadora”, comple-
menta a executiva da Delphi.
mundo O
Lúcia Moretti, executiva responsável pelo aftermarket mundial da Delphi; e Jean-Ludovic Basset, advogado sênior da Figiefa, uma das entidades que formam o movimento Right to Repair europeu
s desafios da reparação au-
tomotiva independente são
os mesmos mundo afora.
Entre os principais estão o
acesso a informações técnicas dos veículos
e a concorrência com as concessionárias –
principalmente durante o período de ga-
rantia. No Brasil, vencer tais obstáculos é
uma situação ainda longe de ser resolvida,
enquanto nos Estados Unidos já há um for-
te movimento lutando pelos direitos dos re-
paradores, chamado Right to Repair; mas é
na Europa que esse movimento deu o passo
mais importante para garantir os direitos do
mercado de reposição.
O continente europeu comemorou no
dia 1º de junho o primeiro aniversário da
vigência do Regulamento 461 – também
chamado de Block Exemption (isenção por
categoria) –, um documento que permite,
entre outras conquistas, que os veículos
sejam atendidos por oficinas independen-
tes mesmo durante a garantia e que neles
possam ser aplicadas peças não genuínas
– mas de qualidade equivalente –, além de
determinar que a montadora deve fornecer
todas as informações técnicas necessárias
para que a manutenção possa ser feita por
essas oficinas. E esse conteúdo deve ser dis-
ponibilizado de forma completa, clara e es-
truturada, para que os profissionais saibam
exatamente o que devem fazer em cada
situação. “A regulamentação é extensa e,
sem dúvida, facilitou a vida do mercado de
reposição independente. Não houve autori-
tarismo para estabelecê-la. Tudo foi tratado
com foco no consumidor final. A comuni-
dade europeia entendeu que é uma ques-
tão de dar ao dono do carro a possibilidade
de escolher onde ele vai comprar a peça e
reparar seu veículo. O Block Exemption pro-
tegeu a liberdade de escolha do consumidor
final, que é o que tem que acontecer”, diz
Lúcia Moretti, executiva responsável pelo af-
termarket mundial da Delphi.
Não é à toa que o aftermarket indepen-
dente europeu lutou para conquistar essas
mudanças. O setor reúne cerca de 665 mil
empresas, sendo 650 mil de pequeno e mé-
dio portes; emprega 35 milhões de pessoas
e movimenta 82 bilhões de euros por ano.
Tudo isso para manter rodando uma frota
de mais de 300 milhões de automóveis.
Para Jean-Ludovic Basset, advogado sênior
da Figiefa (Federação Internacional de Fa-
bricantes e Importadores do Aftermarket
Automotivo, na sigla em francês), a nova
legislação é uma revolução. “Um verdadei-
ro giro de 180°!”. Segundo ele, a legislação
tem princípios fundamentais que devem
ser adotados como referência em todos os
mercados de pós-vendas do mundo. “Aqui
proporcionamos o acesso a ferramentas,
peças, formação e informação técnica para
todos os reparadores independentes”.
APRIMORAMENTO
O Regulamento 461
não chega a ser uma
novidade total na Euro-
pa, já que em 2002 foi
criado o Regulamento
1400, que já estabelecia
importantes conquistas
para o segmento in-
dependente e expirava
em 2010, quando co-
meçou a valer a regu-
lamentação atual, que
terá vigência até 31 de
maio de 2023. “A for-
ça da nova regra é que
nada mudou tão dras-
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36
capa
No Brasil, todas as conquistas eu-
ropeias vêm sendo acompanhadas com
atenção. “O processo não foi fácil e re-
presenta o fortalecimento das oficinas
independentes. O projeto foi estudado
por quatro anos e conta ainda com uma
rede de atividades de comunicação que
inclui internet, folhetos, imprensa e
conferências pela Europa. A legislação
que compõe o universo automotivo
no continente há algum tempo regu-
lamenta desde o funcionamento das
oficinas, as regras comerciais de distri-
buição de autopeças, a comercializa-
ção de veículos, direitos da reparação e
proteção do design das montadoras”,
conta o vice-presidente da Andap (As-
sociação Nacional dos Distribuidores de
Autopeças), Rodrigo Carneiro.
HISTÓRICO
O movimento Right to Repair europeu,
conhecido pela sigla R2RC, já tem quatro
que o mercado de reposição automotiva
independente desempenha em nossa so-
ciedade, especificamente quanto à liberda-
de de escolha do consumidor, mobilidade
acessível, emprego sustentável, segurança
rodoviária e proteção ambiental”.
Com sede em Bruxelas, o R2RC teve
a oportunidade de fazer lobby junto aos
principais atores políticos da cena europeia
para expressar a necessidade de assegurar
uma concorrência leal e efetiva entre todos
os integrantes do mercado de reposição
automotiva. Basset diz que em sua pri-
meira fase (2007 a 2011), “a campanha
teve como objetivo assegurar a criação de
uma legislação consistente para substituir
o Regulamento 1400/2002. O R2RC pres-
sionou intensamente os decisores políticos
europeus para garantir disposições da lei
antitruste que garantissem a manutenção
de condições equitativas para todos os
operadores de mercado e livre escolha para
os consumidores (em termos de peças de
uso e prestador de serviços) no atendimen-
to pós-venda de seus veículos”.
E nem mesmo as diferenças entre os
países da União Europeia impediram que o
regulamento fosse válido para todos. Para
chegar a um consenso, foi fundamental a
cooperação dos países-membros e das as-
sociações nacionais de aftermarket. A este
grupo se uniram os fabricantes de autope-
ças para compor o R2RC. “Esse processo
levou tempo e segue como uma atividade
contínua já que a cada dia mais integrantes
juntam forças para conter a artilharia pesa-
da das montadoras”, detalha Basset.
Como o R2RC é, na prática, uma
campanha política, é fundamental que
sua mensagem não seja diluída ou modi-
ficada quando usada pelos vários países-
membros. “O escopo de atividades foi de-
• As informações técnicas necessárias para a reparação dos veículos devem estar à
disposição dos reparadores independentes de forma clara, completa e estruturada.
• As oficinas independentes podem realizar serviços durante o período de
garantia do veículo sem prejuízo à garantia de fábrica, desde que respeitem os
padrões estabelecidos pelas montadoras.
• As oficinas independentes podem optar pela aplicação de peças de qualidade
equivalente às originais sem prejuízo da garantia do veículo.
• Os fabricantes de autopeças podem estampar sua logomarca nos produtos que
fornecem às montadoras.
Por dentro do
Block Exemption
anos de história, conforme relembra Bas-
set. “O Right to Repair foi lançado oficial-
mente em 2007, na feira Equip’Auto, em
Paris, com o objetivo de defender o after-
market independente. Iniciado pela Figiefa,
a campanha é uma aliança que reúne cin-
co associações europeias. Desde então, os
membros da aliança R2RC têm sido muito
ativos na sensibilização dos decisores po-
líticos europeus sobre o importante papel
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37
terminado no início da campanha e não
pode ser expandido para incluir outros
tópicos sem a prévia aprovação da secre-
taria do R2RC. Como a campanha é a ex-
pressão de uma visão compartilhada entre
as associações europeias do R2RC, é da
maior importância que os tópicos sejam
respeitados de modo a não criar situações
difíceis em alguns estados-membros”.
PÓS-REGULAMENTO
Para o consumidor, as conquistas pro-
porcionadas pelo Block Exemption são
significativas. Ele pode escolher onde
deseja fazer a manutenção do automóvel
e as peças que quer comprar sem perder
o direito à garantia, ou seja, o mecânico
de confiança pode fazer um serviço antes
restrito às concessionárias. Na teoria, o im-
pacto dessa liberdade seria bastante alto,
mas até o momento não há números que
o comprovem na prática, e isso também se
deve à crise financeira que atingiu forte-
mente a Europa a partir do final de 2008.
“É realmente difícil avaliar o aumento ou a
diminuição de negócios para o aftermarket
independente com a crise que atingiu o
mundo de maneira geral e particularmente
o setor automotivo em 2009, e que remo-
delou o aftermarket. No entanto, a crise
trouxe a certeza de que os mercados de-
vem ser equilibrados e a segurança jurídica
é necessária se você quiser que os negócios
floresçam”, explica Jean-Ludovic Basset, da
Figiefa. Ele diz ainda que há muitos fatores
internos e externos ao mercado que devem
ser considerados nessa análise, mas que du-
rante o ápice da crise, o aftermarket inde-
pendente foi um fator de estabilização do
mercado ao adquirir peças de fabricantes
que antes seriam voltadas às montadoras –
que passaram a produzir menos e, por isso,
diminuíram a demanda por componentes.
A publicação portuguesa Jornal das
Oficinas é um dos apoiadores da Campa-
nha Oficina Livre (nome que o R2RC ga-
nhou em Portugal) e vem acompanhan-
do as mudanças na legislação. “O Block
Exemption mudou em muito o mercado
de reparação, mas mais no papel do que
no terreno. Com o argumento de bene-
ficiar o cliente final – o dono do carro
Conferência do R2RC durante a Automechanika 2010, na Alemanha, reuniu diversos líderes do movimento
665 mil empresas
35 milhões de empregos
82 bilhões de euros por ano
300 milhões de automóveis
Mercado de reposição
na Europa
– foram criadas condições de mercado
indiscutivelmente favoráveis à reparação
independente. Até então, este segmento
só tinha acesso às informações para repa-
ração se as montadoras de automóveis as
quisessem entregar e por preços decididos
apenas por elas. Mas, mesmo que a ofici-
na resolvesse investir nisto, deparava-se
com outro problema: os carros perdiam a
garantia assim que fossem ‘mexidos’ por
uma oficina fora da rede oficial da marca.
Era uma parcela de clientes muito impor-
tante que estava totalmente inacessível
às oficinas independentes e que agora
está ao seu dispor – o que não significa
necessariamente que esteja sendo bem
aproveitada. Quem se beneficiou logo
desta nova legislação foram as redes de
reparação rápida, como Midas, Precision
Tune ou Bosch Car Service, por exemplo.
Foi após a entrada desta lei que elas
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38
capa
começaram a crescer”, avalia Hugo Jorge,
repórter do Jornal das Oficinas.
O jornalista conta que, em conversas
com reparadores, a impressão é de que eles
veem a lei com bons olhos. “Mas poucos
conseguem aproveitá-la”, opina. Segundo
Jorge, muitos mecânicos ainda se quei-
xam da falta de acesso à informação, que,
Enquanto os países do chamado Primeiro Mundo se movimentam
para criar ou ampliar uma legislação que garanta melhores condições
de concorrência para o mercado independente, o Brasil ainda engati-
nha no tema, embora também sofra com as restrições impostas pe-
los fabricantes de veículos. “Aqui ainda estamos bem longe. Estamos
no processo de certificação das autopeças com selo do Inmetro para
reposição, o que provocará uma mudança importante para o setor
e que será sentida pelo consumidor. É preciso fazer o trabalho por
partes”, analisa o vice-presidente da Andap, Rodrigo Carneiro.
Apesar dos passos lentos, ele diz que o problema não está na
falta de união do aftermarket independente. “O GMA – Grupo de
Manutenção Automotiva –, que reúne as entidades que representam
a reposição independente (Sindipeças, Andap/Sicap, Sincopeças-SP
e Sindirepa-SP), tem feito vários trabalhos que envolvem a participa-
ção de todos os elos da cadeia, como o Programa de Carro 100%/
Caminhão 100% que visa a conscientização do motorista sobre a
importância da manutenção preventiva, além de cursos para os re-
paradores. Isso mostra que o setor está coeso e defende as causas
comuns, como a implantação da inspeção de segurança no Brasil”.
Carneiro diz ainda que o consumidor brasileiro está ciente dos
benefícios que um regulamento como o Block Exemption traria
para o mercado e explica que a maior prova disso está no fato
de que a maioria dos proprietários de veículos recorre às oficinas
independentes para fazer a manutenção de seus automóveis.
Um estudo do GMA mostra claramente que assim que termina
a garantia, o cliente deixa de ir à concessionária e passa a
frequentar a oficina. No primeiro ano de vida do veículo, 77%
dos proprietários vão à rede oficial, número que cai para
42% entre o primeiro e segundo ano, e chega a 17% entre o
segundo e quarto ano do automóvel.
E no Brasil?
segundo eles, é pouco divulgada e custa
caro. E, embora os equipamentos de diag-
nósticos tenham ficado mais acessíveis, a
redução ainda foi insuficiente. “Por outro
lado, é interessante ver como olham para o
mercado de peças. O Block Exemption con-
seguiu dizer, preto no branco, que as peças
de aftermarket de qualidade equivalente
podem ser utilizadas da mesma forma que
as peças originais no período de garantia
sem que se percam os direitos do consumi-
dor. Mas uma grande parte dos reparadores
independentes ainda acredita que as peças
das marcas são diferentes e melhores que as
de aftermarket”, ressalta Hugo Jorge.
Ainda que faltem parâmetros concretos
para apurar os resultados efetivos da lei, um
levantamento da Comissão Europeia sobre
a aplicação do Regulamento nº 1400/2002
aponta que os preços baixaram e que existe
mais concorrência no setor, mas sem citar
números. O estudo diz que “um elevado
número de oficinas independentes de re-
paração registrou dificuldades para investir
nas competências técnicas, equipamentos e
formação necessários para reparar veículos
cuja tecnologia é cada vez mais complexa,
pelo que o setor foi lentamente cedendo
Rodrigo Carneiro diz que Brasil ainda está longe de uma legislação como a europeia, mas
ressalta união do setor
Edua
rdo
Port
ella
Am
orim
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39
Em diversos mercados internacionais, a
expectativa da reposição independente
é de que o exemplo europeu sirva de
referência para outros países e regiões,
embora se saiba que cada mercado é
bastante específico e cheio de peculiari-
dades. Na Europa, por exemplo, a cadeia
de reposição não conta com o varejista
forte, ficando a cargo do distribuidor
comercializar as peças para as oficinas.
Rodrigo Carneiro, da Andap, aponta
outras características. “Uma diferença
que começa a ser tendência aqui é a
formação de redes de oficinas para fazer
frente à concorrência das concessioná-
rias. As oficinas fazem mais serviços
na parte mecânica dos veículos e as
concessionárias estão focadas na área de
componentes eletrônicos e a capacitação
da mão de obra é essencial para garantir
atendimento de qualidade”.
Para Jean-Ludovic Basset, advogado sênior
da Figiefa (Federação Internacional de
Fabricantes e Importadores do Aftermarket
Automotivo, na sigla em francês), os desa-
fios desse segmento são mundiais. “Nos-
sos países diferem em muitos aspectos,
mas acho que os fabricantes de veículos
pensam de maneira global. Certamente é
por isso que existem campanhas Right to
Repair nos EUA, no Canadá e na Austrália.
Uma coisa que todos nós aprendemos
através do movimento é que fabricantes
e distribuidores de peças, fabricantes de
equipamentos e ferramentas, oficinas de re-
paração independentes ou multimarcas são
todos parte da cadeia de aftermarket. Se
um deles falhar, toda a cadeia falha. Então,
em primeiro lugar, mantenham-se juntos”.
O americano Aaron Lowe compartilha da
opinião. “A aprovação das regulamentações
na Europa demonstra que o problema é
global e que os governos devem ter o papel
de assegurar a concorrência. Estamos tra-
balhando hoje para mostrar aos legisladores
o que aconteceu na Europa para que eles
possam entender a necessidade de aprovar
uma legislação similar nos Estados Unidos”.
Impacto europeu
terreno às redes autorizadas. Contudo, o
aftermarket independente registrou uma
consolidação e um ajustamento estrutu-
ral assinaláveis, o que tornou o setor mais
apto a enfrentar a concorrência. Em espe-
cial, surgiram grandes cadeias de empresas
independentes de reparação, que oferecem
uma gama mais vasta de serviços aos con-
sumidores. Apesar de os preços dos serviços
terem aumentado, devido ao acréscimo dos
custos de mão de obra qualificada e aos
maiores investimentos em equipamento e
formação exigidos pelos veículos modernos,
as despesas anuais de manutenção com os
automóveis diminuíram em termos reais,
graças a um maior espaçamento dos servi-
ços e à sua maior fiabilidade”.
O estudo aponta ainda que aumen-
tou o número de oficinas autorizadas,
sendo que muitas delas são focadas
apenas na reparação, ou seja, não co-
mercializam veículos novos.
Há também alguns levantamentos inde-
pendentes e, segundo Hugo Jorge, “o que
se nota em todos eles é que o número de
empresas independentes aproximou-se do
de oficinas de marca, os preços têm se ali-
nhado com a média da reparação indepen-
dente e há mais oferta de peças do afterma-
rket para carros em período de garantia”.
FUTURO
Se a regulamentação europeia já pro-
moveu mudanças importantes no merca-
do, o R2R2 continua batalhando por novas
conquistas para o aftermarket independen-
te. “Os desafios são múltiplos. Eu diria que,
entre os principais, um é jurídico e outro,
técnico. No plano jurídico, nós vemos na
Europa o desenvolvimento de contratos/
cláusulas que tentam amarrar o consu-
Na Europa, manutenção dos veículos pode ser feita em oficinas mesmo durante o período de garantia
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40
capa
midor às redes de reparação autorizadas
das montadoras. Na Suécia, por exemplo, a
Kia está condicionando sua garantia adicio-
nal à manutenção feita na sua rede, apesar
da clareza do novo quadro dos direitos de
competição. Monitoramento e follow-up
serão necessários, mais do que peças de
reposição, informação técnica, treinamento
e ferramentas, o aftermarket independente
precisa ter acesso ao carro em si”, ressalta o
advogado Jean-Ludovic Basset.
Já o jornalista Hugo Jorge vê que os
desafios das oficinas estão num âmbito
mais prático: a modernização da empresa,
no que se refere a equipamentos, gestão
e recursos. “Mas isso depende de uma
geração de negócios suficiente para fazer
os investimentos. Apenas as oficinas bem
equipadas e com recursos bem formados
sobreviverão. Os novos processos de gestão
são fundamentais. Em Portugal, não havia
até pouco tempo sequer uma cultura de
gestão da empresa e de relacionamento
institucional com o cliente. Às oficinas tudo
era permitido, mas o cliente tem se torna-
do mais exigente e não se mantém fiel à
oficina como antes”. Uma situação seme-
lhante à que vemos no mercado brasilero.
Jorge também destaca as diferenças entre
países europeus. “O que conta para Por-
tugal pode valer também para os demais
‘países do alho’: Espanha, Itália e Grécia.
Na Europa Central e do Norte, com níveis
Nos Estados Uni-
dos, o movimento
Right to Repair é
uma das bandeiras da AAIA (Associação
das Indústrias do Aftermarket Automotivo,
na sigla em inglês) e também reivindica
o acesso do mercado independente às
informações dominadas pelas montadoras
no intuito de promover uma concorrência
leal. O tema vem sendo discutido há al-
guns anos, mas acabou perdendo espaço
durante a crise econômica, quando o
governo focou seus esforços nas monta-
doras, que passaram por momentos de
extrema dificuldade no país.
O cenário atual é um pouco mais positivo,
conforme conta o vice-presidente da AAIA,
Aaron Lowe. “O mercado de reposição auto-
motiva nos EUA se recuperou muito bem des-
de a grande recessão. Estamos esperando
um crescimento de 4,2% em 2010 e 4,1%
em 2011 e 2012. Esta é uma importante
reversão do crescimento negativo de 2009
e do crescimento inferior a 1% em 2008.
Esperamos que a idade média dos veículos
continue crescendo e isso, juntamente com
o crescimento contínuo da quilometragem
acumulada por esses carros, vai alimentar
a expansão do aftermarket até 2014”. As
vendas na reposição independente ficaram
em US$ 274 bilhões em 2009 e US$ 285
bilhões em 2010, empregando cerca de 3,8
milhões de pessoas. Todos esses números
justificam a preocupação do setor com a
concorrência direta com as concessionárias.
Embora não tenha chegado a uma conquista
nacional, os Estados Unidos vêm registrando
avanços estaduais. “Em particular, há um
esforço sério para promulgar a legislação no
estado de Massachusetts. No ano passado, o
projeto foi aprovado pelo Senado por unanimi-
dade, mas não passou no trâmite legislativo
devido a um debate não relacionado à legisla-
ção. Um grande esforço promovido por uma
ampla coalizão está em andamento no estado
e há esperança de que ele seja aprovado nes-
te ano. O projeto do Right to Repair também
está pendente em Nova York, Connecticut e
Oregon. Além disso, foi introduzido um projeto
de lei no Legislativo, mas, devido às altera-
ções nas Comissões Legislativas trazidas
O direito à reparação nos EUA
Conferência do R2RC na
Automechanika 2010
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41
de desenvolvimento bem diferentes, talvez
o grande desafio tenha a ver com o dimen-
sionamento. Na Europa do Leste, em pleno
desenvolvimento, o grande desafio será
crescer de forma sustentada”, enumera.
As diferenças se referem tanto ao tama-
nho quanto à idade e condições da frota.
Mas, independentemente das variações, a
reparação deve se preparar para atender
os veículos que chegarão em breve às ruas,
com tecnologias nunca antes vistas nas ofi-
cinas. “Quanto ao futuro, a alta qualidade
dos veículos, o aumento dos preços do
combustível, a melhoria da infraestrutura
das estradas e a multiplicidade dos meios
de transporte são fatores que levam à re-
dução da quilometragem média percorrida
pelos veículos, à diminuição do número de
acidentes e, portanto, à redução de negó-
cios para o aftermarket independente. Por
outro lado, a integração de mais e mais
veículos híbridos e elétricos para o nosso
sistema de transporte e a elevada concen-
tração em todos os níveis da cadeia de su-
primentos para a reparação apontam para
menos reparadores, mas com uma ampla
gama de atividades, tais como recarga de
bateria, diagnóstico remoto, entre outras
tantas soluções de reparação para os pró-
ximos dez a 15 anos. Mas, afinal, só o fu-
turo irá dizer”, analisa Jean-Ludovic Basset,
advogado sênior da Figiefa.
Se ainda é cedo para prever o futu-
ro, também é verdade que a regulamen-
tação das complexas relações entre as
montadoras e o mercado de manuten-
ção independente garante mais força
para que as oficinas se consolidem den-
tro de um cenário em que deve sempre
prevalecer os diretos do consumidor e
sua liberdade de escolha.
pelas eleições de 2010, os esforços na esfera
federal ficaram mais difíceis”, diz Lowe.
O principal objetivo do movimento atualmente
é conseguir essa aprovação, seja no âmbito
federal ou estadual, para que, com isso, as
montadoras disponibilizem informações, softwa-
res e ferramentas para o mercado independen-
te. “Nós achamos que a pressão política que já
foi trazida pelo movimento, tanto nacionalmente
como nos estados, tem levado as montadoras
a serem mais cooperativas com nossas indús-
trias”. E há o medo de que a não aprovação do
projeto acabe levando a um retrocesso.
Além disso, Lowe diz que existem alguns
grupos, como o Automotive Service Associa-
tion, que sustentam que todas as informações
estão disponíveis e a legislação não é necessá-
ria, o que tem confundido os legisladores e a
própria indústria. “A AAIA tem estado bastante
empenhada em passar as informações para
seus membros e toda a indústria reforçando a
importância dos esforços do Right to Repair.
Claramente, a complexidade tecnológica dos
veículos vai continuar e isso significa que as
montadoras terão mais controle sobre quem
pode acessar esses sistemas para efetuar
a manutenção. Além disso, o advento da
telemática proverá maior acesso às monta-
doras sobre os clientes e seus veículos. Elas
poderão obter informações de diagnóstico do
veículo sem fios, através do celular. Se as con-
cessionárias forem as únicas a acessar essas
informações, isso coloca os independentes em
desvantagem competitiva”.
Aaron Lowe, vice-presidente da AAIA
Nossos países diferem em muitos aspectos, mas acho que os fabricantes de
veículos pensam de maneira globalJean-Ludovic Basset, advogado sênior da Figiefa
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COMPORTAMENTO
42
Vânia Lúcia de Oliveira
s relacionamentos pessoais nas empre-
sas geram expectativas que nem sempre
são atendidas, pois as contratações são
meramente por afinidades e não por competências.
Julgamos que o bom profissional é aquele que trans-
mite confiança e nos decepcionamos ao constatar que
estamos diante de um contrato de trabalho permea-
do de direitos e deveres de ambos os lados. Ao ouvir
um empresário afirmar que não contratava parentes
nem amigos, pensei que ele poderia estar sendo radi-
cal. Porém, ao ouvi-lo atentamente, percebi o quanto
estava repleto de argumentos, construídos por expe-
riências que eu mesma já presenciei em muitas em-
presas. Aqueles a quem julgamos estar ajudando são
os que mais nos custam caro no momento de rescisão
trabalhista. Ao se desligarem das empresas, cobram
por sua dedicação, como se não tivessem sido pagos
para fazê-lo. Esperam por um tratamento diferenciado
e, geralmente, já o tem perante os olhos dos outros
colaboradores. Sem dúvida, manter relacionamentos
pessoais pode comprometer os resultados. Frequentar
a casa de colaboradores, conhecer sua família ou ser
padrinho de seus filhos nem sempre é bem administra-
do dentro de uma empresa.
Vale a pena manter os amigos preservados, procuran-
do estar com eles em momentos de lazer, caso não
estejamos devidamente preparados para termos uma
relação diária, com níveis de subordinação e hierar-
quia. Vale manter um relacionamento profissional que
é concluído ao término do dia de trabalho, não mistu-
rando nossa vida pessoal com os relacionamentos em-
presariais. Este empresário que me inspirou a escrever
este texto afirmou-me: “Quer perder um amigo, dê-lhe
um emprego em sua empresa”.
Rimos juntos e concluímos que precisamos estar cada
dia mais preparados para tomarmos decisões menos
emotivas e mais racionais, a começar pelas contra-
tações. Se um colaborador lhe perguntar o que sua
empresa tem para oferecer-lhe, pois o mesmo recebeu
uma proposta de trabalho, pense que este pode ser o
momento de liberá-lo. Não vale a pena prometer algo,
pois se o fizermos, estaremos assumindo uma respon-
sabilidade de crescimento profissional que não é do
empregador. É como se, a partir daquele momento,
estivéssemos assumindo os custos da permanência do
colaborador, não podendo decepcioná-lo. A escolha
deve ser dele entre ficar ou sair.
E o profissional que percebe que tem uma oportuni-
dade melhor de trabalho não pede para que lhe man-
dem embora. Ele assume as perdas em prol de novos
ganhos. O amigo certamente não verá isto com bons
olhos, afirmou o empresário. Para o amigo, você estará
sempre devendo. Já com um profissional encerra-se o
contrato de trabalho e a dívida acaba.
O
telefones: (12) 9126-0413 / (12) 3917-3336.Vânia Lúcia de Oliveira é consultora organizacional, MBA em gestão estratégica de pessoas e executive coach pela Sociedade Brasileira de Coaching
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44
legislação
44
regulamentação das ofi-
cinas mecânicas era uma
exigência do mercado e
um desejo antigo do Sin-
direpa-SP (Sindicato da Indústria de
Reparação de Veículos e Acessórios
do Estado de São Paulo), que reflete
um anseio do próprio setor pela ele-
vação do nível de capacitação da mão
de obra. Com a aprovação, em junho,
do projeto de lei nº 322/08, de autoria
do deputado Olímpio Gomes (PDT),
o setor ganha um padrão mínimo de
requisitos técnicos para abertura e
Por Patrícia Malta de Alencar [email protected] Ilustração Ivan Ordonha
Fotos Divulgação
ANova lei estadual obriga setor a ter profissionais
responsáveis e capacitados para
a reparação. Estabelecimentos já
em atividade não terão dificuldades para se
adequar às exigências
funcionamento das oficinas. “O Sindi-
repa, na nossa gestão, se preocupou
em atender aos pleitos do setor. Ou-
vimos os empresários e percebemos
que eles estavam incomodados com
os informais porque a gente lida com
segurança, é uma responsabilidade
muito grande. Era preciso formalizar
o mercado e regulamentar a abertura
das oficinas. Fizemos uma audiência
pública na Assembleia Legislativa e
chegamos ao projeto de lei que agora
foi aprovado”, afirma o presidente do
sindicato, Antonio Fiola.
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45
ção à mão de obra, existem duas exigências:
“um responsável operacional pelos serviços
executados nos veículos automotores, que
atenda os requisitos de norma técnica de
capacitação expedida pela ABNT” (artigo 3º,
inciso I) e, no inciso II do mesmo artigo, a lei
repete a exigência, cobrando “um, ou mais
profissionais, que atendam os requisitos de
norma técnica de capacitação expedida pela
ABNT”. A despeito de o texto da lei ter de-
dicado dois incisos diferentes para descrever
a necessidade de responsabilização e capa-
citação, Fiola reforça que uma única pessoa
pode cumprir ambos os requisitos. “Não
precisam ser dois profissionais diferentes,
MÃO DE OBRA
Estão em questão as oficinas e as-
semelhadas, ou seja, “qualquer estabe-
lecimento comercial que proceda con-
serto ou substituição de autopeças nos
sistemas de alimentação, climatização,
direção, elétrica, eletrônica, exaustão,
iluminação, freio, motor, pneus e rodas,
sinalização, suspensão e eixos, transmis-
são e mecânica em geral de veículos au-
tomotores”, conforme artigo 2º da lei.
Todas as empresas que se enquadram
nestas atividades, portanto, precisarão aten-
der aos requisitos da legislação. Com rela-
4545
Mais que segurança, o mercado
ganha a credibilidade do consumidor,
que saberá que o estabelecimento terá
sempre um profissional capacitado e
responsável pelo serviço. Será o fim da
concorrência ruim, das oficinas “boca
de lixo”. “Com a abertura do merca-
do e a chegada de um volume muito
grande de novos modelos a cada dia,
tivemos um incremento na área de tec-
nologia, mas não nos preparamos para
ter uma exigência mínima dos recursos
humanos. A gente sabe, por meio do
Sindirepa, que a maioria do mercado já
está adaptada às exigências mínimas.
O que queremos acabar é com a figura
do ‘mexânico’, aquele cara que mexe
no veículo sem saber no que está me-
xendo”, explica o deputado.
As boas oficinas podem ficar tran-
quilas. A lei restringe-se, basicamen-
te, em exigir a responsabilização e
capacitação técnica do profissional,
além do cumprimento das normas da
Associação Brasileira de Normas Téc-
nicas (ABNT), do Instituto Nacional de
Metrologia, Normalização e Qualidade
Industrial (Inmetro) e dos próprios fa-
bricantes de autopeças.
Tanto o deputado quanto o presi-
dente do sindicato da classe acreditam
que a medida não enxugará o merca-
do, que hoje conta com cerca de 15
mil oficinas no estado – no país são
quase 92 mil –, respondendo por 80%
a 90% da manutenção veicular. “Elas
têm um ano para fazer o treinamento,
mas a maioria das oficinas já atende
aos requisitos com o que possui hoje.
O que vai precisar é definir o responsá-
vel, que assine pelos reparos que o es-
tabelecimento realizar”, afirma Fiola.
As oficinas terão prazo de um ano para
se adequarem à lei, o que, para Antonio
Fiola, é tempo de sobra. Mas o não
cumprimento implicará em prejuízo.
Para quem não possuir o atestado de
legalidade sindical patronal e o certifi-
cado de cumprimento dos dispositivos
da lei é prevista multa de R$ 500 a R$
2 mil; a falta do certificado de capacita-
ção técnica em instituição oficialmente
reconhecida levará à multa de R$ 2 mil
a R$ 5 mil; e a ausência do certificado
do responsável operacional dos servi-
ços, multa de R$ 5 mil a R$ 10 mil. Na
hipótese de reincidência, será dobrado
o valor da sanção anterior, até o limite
máximo de R$ 50 mil. Esses valores
serão corrigidos anualmente, com base
na variação do Indice de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA).
O cumprimento será fiscalizado pela
Polícia Militar ou, uma vez firma-
dos convênios entre o estado e os
municípios, por guardas municipais.
Em 2008, quando o projeto de lei
foi divulgado, este item gerou con-
trovérsia entre os empresários do
setor e o próprio deputado concor-
da que aumentaria as atribuições de
uma instituição já sobrecarregada,
mas explica: “A ideia foi dar uma
amplitude à regulamentação porque
a Polícia Militar é o único ente públi-
co que está presente as 24 horas do
dia nos 645 municípios do estado
de São Paulo”.
QUEM FISCALIZA
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46
legislação
46
De acordo com a nova lei que regulamen-
to os estabelecimentos de reparação no
estado de São Paulo, os serviços realizados
por essas empresas deverão atender as
normas da ABNT pertinentes à manuten-
ção automotiva; e os equipamentos utiliza-
dos, às exigências do Inmetro. É sugerida,
ainda, a observação das especificações
técnicas dos fabricantes de autopeças.
As normas da ABNT que dispõem sobre a
reparação automotiva trazem, em sua maio-
ria, princípios gerais sobre serviços de repa-
ração, como retífica, substituição de carro-
çaria, pintura, diagnóstico e manutenção
das falhas de funcionamento, substituição
de baterias, ensaios de bomba elétrica de
combustível e sensor de oxigênio, remoção
e instalação dos vidros, inspeção, diagnósti-
co e reparação ou substituição em sistemas
de freios, direção, suspensão, exaustão,
arrefecimento e climatização, entre outros.
A orientação da lei, do atendimento às
normas ABNT, foi a forma encontrada
para garantir que o setor esteja sempre
atualizado em relação às mais modernas
tecnologias de reparação automotiva. “A
chegada de novas tecnologias vai aumen-
tar, então o próprio mercado e a neces-
sidade estabelecerão o conteúdo a ser
desenvolvido”, afirma o deputado Olímpio
Gomes, autor do projeto de lei aprovado.
A regulamentação deve contribuir, ainda,
com o trabalho de certificação de qualidade
desenvolvido pelo Instituto de Qualidade
Automotiva (IQA). Esta última é voluntária,
com requisitos que vão da especialização da
mão de obra ao gerenciamento de informa-
ções técnicas e administrativas e à utilização
correta de ferramentas e equipamentos
exigidos pelas normas brasileiras. “Elas são
complementares, é um projeto contínuo.
Agora a tendência é ir incrementando a lei
para melhorar a qualidade do serviço. Esse
é só o ponto de partida”, diz Antonio Fiola,
presidente do Sindirepa de São Paulo.
QUALIFICAÇÃO de serviços
pode ser uma pessoa só”, salienta.
O profissional responsável de que
fala o inciso I do artigo 3º será aquele
que assumirá o serviço prestado pela
oficina perante a lei. “Da mesma forma
que o farmacêutico é responsável pelos
serviços prestados em uma farmácia”,
compara o deputado. Ao condicionar a
operação e funcionamento do estabe-
lecimento à presença desse profissio-
nal, a lei é clara ao lhe creditar “respon-
sabilidade civil e criminal”.
A norma técnica da ABNT em refe-
rência é a NBR 15.681, que dispõe sobre
a qualificação do mecânico, estabele-
cendo os requisitos e a sistemática para
a sua capacitação de manutenção tanto
de veículos do ciclo Otto quanto do ci-
clo Diesel. “A NBR 15.681 é uma norma
específica, que abrange totalmente
a capacitação do reparador voltada à
tecnologia do automóvel atual”, diz
Fiola. Quem oferece o curso dentro da
orientação da norma são as instituições
credenciadas pelo MEC (Ministério da
Educação), como o Senai, que segundo
o deputado, poderia formar 25 mil me-
cânicos por ano. Fiola complementa in-
formando que o curso tem custo acessí-
vel e é realizado no Brasil todo.
A lei previa uma alternativa ao cum-
primento da capacitação técnica da nor-
ma ABNT, caso esta não existisse quan-
do a lei entrasse em vigor. O profissional
poderia comprovar sua habilidade por
meio de “treinamento de 400 horas em
cada sistema cujo serviço seja disponibi-
lizado pela empresa de reparação de veí
Deputado Olímpio Gomes (PDT), autor do
projeto de lei n° 322/08
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47
culos ou 40 horas quando comprovar dois
anos de experiência na atividade” (artigo 3º,
incisos II). Agora, uma vez que a norma já
existe e está disponível, a única exceção é a
constante no próprio texto desta.
Considerando tempo de experiência
e nível de escolaridade, ficam isentos da
necessidade de realizar o curso de capaci-
tação os profissionais com três anos de ex-
periência como mecânico ou quatro como
ajudante, se tiver completado a 4ª série do
ensino fundamental; dois anos como mecâ-
nico ou três como ajudante, se tiver o ensi-
no fundamental completo; e um ano como
mecânico ou dois como ajudante, se, além
do ensino fundamental completo, tiver rea-
lizado curso profissionalizante ou se tiver
concluído o ensino médio completo.
A lei se revelou bastante flexível nesse
aspecto, o que minimiza sua repercussão.
Mas, para Gomes e Fiola, o intuito é real-
mente apenas acabar ou impedir a abertura
de oficinas “boca de lixo”, a do “mexâni-
co”, que prejudica a credibilidade do setor.
Espera-se, portanto, que ela seja mais uma
ferramenta para inibir a informalidade. Os
certificados e atestados do profissional res-
ponsável e capacitado, bem como o de le-
galidade sindical e o de cumprimento da lei
em discussão devem ser afixados na oficina
em local visível para o cliente.
PERSPECTIVAS
A profissionalização é uma reivindica-
ção antiga do setor. “Esse não é um proje-
to de exclusão, mas de inclusão, para que
o mecânico tenha uma formação mínima
para prestar o serviço; e para o cidadão se
sentir seguro. Minha bandeira sempre foi
a da segurança”, diz o deputado. Com a
tecnologia em evolução exponencial e a
4747
Exigências
Escolaridade mínima: 4ª série do
ensino fundamental.
Experiência mínima: três anos
como mecânico ou quatro anos
como ajudante, se tiver a 4ª série
do ensino fundamental; dois anos
como mecânico ou três anos como
ajudante, se tiver o ensino funda-
mental completo; ou um ano como
mecânico ou dois anos como aju-
dante, se tiver o ensino fundamen-
tal completo e curso profissionali-
zante ou ensino médio completo.
Programa de capacitação
Diagnóstico: levantar dados sobre
os problemas apresentados; cons-
tatar o problema; executar ensaios;
identificar os defeitos e suas causas.
Manutenção preventiva: utilizar o
manual do proprietário do veículo;
elaborar lista de verificação; inspe-
cionar os componentes; reparar.
Manutenção corretiva: remover,
desmontar e montar peças e conjun-
tos mecânicos, elétricos e eletrome-
cânicos; inspecionar componentes.
Módulos
Básico (obrigatório): gestão de
oficinas; informática básica; noções
de mecânica; metrologia para
mecânico; hidráulica e pneumática
básica; eletricidade e eletrônica; e
noções de termodinâmica.
Mecânico de Veículos Leves*:
motor ciclo Otto; sistema de trans-
missão; sistema de freios; sistema
de suspensão/direção; alinhamento
e balanceamento de rodas; sistema
elétrico; sistema de climatização; e
eletrônica embarcada.
Mecânico de Veículos Pesados*:
sistema de transmissão; motor
do ciclo Diesel; sistema de freios;
sistema de suspensão/direção;
alinhamento e balanceamento de
rodas; sistema elétrico; sistema
de climatização; eletrônica embar-
cada; e sistema de alimentação
(bomba mecânica).
*O profissional deve escolher um
dos dois módulos específicos após
cursar o módulo básico.
O QUE A ABNT DEFINIU PARA a qualificação do mecânico
Para conhecer todos os procedimentos, a oficina deve adquirir a norma ABNT NBR 15.681
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48
legislação
48
NBR 12.603 – Geometria da suspen-
são de veículos rodoviários auto-
motores: define termos relativos à
geometria da suspensão de veículos
rodoviários automotores.
NBR 13.032 – Execução de retífica de
motores: estabelece princípios gerais
para execução de retífica completa de
motores alternativos de combustão in-
terna, bem como dos seus componen-
tes individuais, a partir das característi-
cas e aplicação do motor.
NBR 14.284 – Veículos rodoviários –
Carroçaria – Reparação e pintura dos
componentes: estabelece princípios
gerais para execução de reparação,
substituição parcial ou total dos elemen-
tos de carroçaria e pintura a partir das
características do veículo rodoviário.
NBR 14.481 – Veículos rodoviários
automotores - Diagnóstico e manuten-
ção em motores ciclo Otto: estabelece
os procedimentos para diagnóstico e
manutenção das falhas de funcionamen-
to, reparação ou substituição parcial
ou total dos itens diagnosticados nos
motores de veículos rodoviários de com-
bustão interna do ciclo Otto, segundo as
especificações contidas no manual de
serviços do fabricante do veículo.
NBR 14.482 – Veículos rodoviários do
ciclo Otto – Substituição de bateria de
partida: estabelece os princípios gerais
para substituição de baterias de partida
em veículos rodoviários automotores de
combustão interna do ciclo Otto.
NBR 14.483 – Veículos rodoviários
automotores- Regulador de pressão de
combustível: prescreve o método para
verificar o regulador de pressão de com-
bustível dos veículos automotores.
NBR 14.752 – Veículos rodoviários
automotores – Bomba elétrica de
combustível – ensaios de manuten-
ção: prescreve o método para os en-
saios da bomba elétrica de combus-
tível (gasolina e álcool) instalada em
veículos rodoviários automotores.
NBR 14.753 – Veículos rodoviários
automotores – Válvula injetora – Ensaios
de manutenção: prescreve o método
para os ensaios da válvula injetora de
combustível (gasolina e álcool) instalada
em veículos rodoviários automotores.
NBR 14.754 – Veículos rodoviários auto-
motores – Sensor de oxigênio – Ensaios
de manutenção: prescreve o método para
os ensaios do sensor de oxigênio instala-
dos em veículos rodoviários automotores.
NBR 14.755 – Veículos rodoviários
automotores – Sensor de massa de ar
– Ensaios de manutenção: prescreve
o método para os ensaios do sensor
de massa de ar instalado em veículos
rodoviário automotores.
NBR 14.777 – Veículos rodoviários auto-
motores em manutenção – Remoção e
instalação de vidros: estabelece princípios
gerais para remoção e instalação dos vi-
dros de veículos rodoviários automotores.
NBR 14.778 – Veículos rodoviários
automotores em manutenção – Inspeção,
CONHEÇA AS NORMAS DA ABNT
*Fonte: Sindirepa-SP
Inspeção Ambiental Veicular, não é
mesmo qualquer um que pode fazer
esse trabalho. O consumidor tam-
pouco se contentará com um serviço
que não seja o profissional.
Com bons resultados, Olímpio Go-
mes acredita que a lei, que demorou
mais de três anos para sair do papel,
seja igualmente aplicada em outras
regiões. “Como a Assembleia é uma
casa política, você tem que ir amadu-
recendo uma ideia nova através da
passagem pelas câmaras temáticas. O
projeto foi aprovado inicialmente na
comissão de Constituição e Justiça, de-
pois na comissão de Orçamento e Fi-
nanças, na comissão de Meio Ambien-
te. No fim, foi aprovado por votação
unânime porque não tinha contrarie-
dades”, afirma o deputado. Para Fiola,
“o empresário da reparação ganhará o
respaldo do consumidor”.Antonio Fiola, presidente do Sindirepa-SP
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494949
CONHEÇA AS NORMAS DA ABNT vOLTADAS à reparação automotiva
diagnóstico, reparação e/ou substituição
em sistema de freios: estabelece princípios
gerais de inspeção, diagnóstico, reparação
e/ou substituição parcial ou total em siste-
mas de freios de veículos.
NBR 14.779 – Veículos rodoviários auto-
motores em manutenção – Inspeção, diag-
nóstico, reparação e/ou substituição em
sistema de direção: estabelece princípios
gerais de inspeção, diagnóstico, repara-
ção e/ou substituição parcial ou total em
sistemas de direção de veículos.
NBR 14.780 – Veículos rodoviários
automotores em manutenção – Inspeção,
diagnóstico, reparação e/ou substituição
em sistema de suspensão: estabelece
princípios gerais de inspeção, diagnóstico,
reparação e/ou substituição parcial ou to-
tal em sistemas de suspensão de veículos.
NBR 14.781 – Veículos rodoviários auto-
motores em manutenção – Inspeção, diag-
nóstico, reparação e/ou substituição em
sistema de exaustão: estabelece princípios
gerais de inspeção, diagnóstico, repara-
ção e/ou substituição parcial ou total em
sistemas de exaustão de veículos.
NBR 14.828 – Veículos rodoviários
automotores – Procedimentos de segu-
rança em veículos equipados com bolsa
inflável (air bag): prescreve os procedi-
mentos de segurança para manutenção
de veículos automotores equipados
com bolsa inflável (air bag).
NBR 14.843 – Veículos rodoviários
automotores – Regulador de pressão
de combustível – ensaio.
NBR 14.845 – Veículos rodoviários automo-
tores – Motor de partida – Ensaio: prescreve
o método para verificar o motor de partida
em veículos automotores.
NBR 14.846 – Veículos rodoviários
automotores – Alternador e regulador de
tensão – ensaio: prescreve o método para
verificar o alternador e o regulador de
tensão em veículos automotores.
NBR 15.296 – Veículos rodoviários auto-
motores – Peças – Vocabulário: Define os
termos utilizados para peças de aplicação
veicular (autopeças ou simplesmente pe-
ças), não se aplicando a combustíveis.
NBR 15.563 – Veículos rodoviários
automotores - sistema de arrefecimen-
to do motor - diagnóstico e manu-
tenção: descreve os procedimentos
e recomendações para diagnóstico e
manutenção preventiva e corretiva no
sistema de arrefecimento por circu-
lação líquida e contínua dos motores
automotivos ciclos Otto e Diesel.
NBR 15.629 – Veículos rodoviários au-
tomotores – manutenção em sistema de
climatização: descreve os procedimen-
tos e as recomendações para manuten-
ção em sistemas de climatização em
veículos rodoviários automotores.
NBR 15.681 – Veículos rodoviários
automotores – Qualificação de mecâ-
nico de manutenção: estabelece os
requisitos e a sistemática para a qua-
lificação do mecânico de manutenção
de veículos rodoviários automotores do
ciclo Otto e Diesel.
Em julho de 2008, o projeto de lei 322/08 foi capa da Mais Automotive 65.
Na ocasião, o texto ainda tramitava pela Assembleia Legislativa de São
Paulo, mas nossa reportagem já antecipava os artigos que viriam a compor
a lei agora aprovada.
Quem lê Mais, sabe antes
Ilustração Sérgio Parise Jr.
Mais Automotive Base.indd 49 6/7/2011 11:25:49
50
legislação
50
Dispõe sobre normas básicas acerca
das oficinas mecânicas e estabeleci-
mentos assemelhados que funcionam
no Estado.
A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO
DE SÃO PAULO DECRETA:
Artigo 1° - A presente lei estabelece
normas básicas a serem seguidas pelos
proprietários e responsáveis pelas oficinas
mecânicas e estabelecimentos assemelha-
dos que prestam serviços de manutenção,
conserto ou substituição de peças em veí-
culos automotores leves, novos ou usados,
no território do Estado de São Paulo.
Artigo 2° - Para os efeitos desta lei
consideram-se oficinas mecânicas e es-
tabelecimentos assemelhados, qualquer
estabelecimento comercial que proceda
conserto ou substituição de autopeças
nos sistemas de alimentação, clima-
tização, direção, elétrica, eletrônica,
exaustão, iluminação, freio, motor, pneus
e rodas, sinalização, suspensão e eixos,
transmissão e mecânica em geral de
veículos automotores.
Artigo 3° - Os estabelecimentos de que
trata o artigo anterior, para sua opera-
ção e funcionamento, sempre visando à
preservação dos direitos do consumidor e
para os efeitos de responsabilidade civil e
criminal deverão:
I – manter um responsável operacional
pelos serviços executados nos veículos
automotores, que atenda os requisitos de
norma técnica de capacitação expedida
pela Associação Brasileira de Normas
Técnicas e esta não existindo, através de
treinamento de 400 (quatrocentas) horas
ou 40 (quarenta) horas quando comprovar
dois anos de experiência na atividade;
II – manter um, ou mais profissionais que
atendam os requisitos de norma técnica
de capacitação expedida pela Associação
Brasileira de Normas Técnicas e esta não
existindo, através de treinamento de 400
(quatrocentas) horas em cada sistema
cujo serviço seja disponibilizado pela
empresa de reparação de veículos ou 40
(quarenta) horas quando comprovar dois
anos de experiência na atividade.
Parágrafo Único – Todos os serviços
realizados nos veículos automotores
deverão atender às normas técnicas
publicadas pela Associação Brasilei-
ra de Normas Técnicas – ABNT na a
área de serviços automotivos, bem
como observar as especificações téc-
nicas estabelecidas pelos fabricantes
de autopeças.
Artigo 4° - Os estabelecimentos que
utilizarem equipamentos para os serviços
que medem as emissões veiculares, assim
como os ligados diretamente à segurança
veicular conforme NBR-ABNT 14.624
deverão atender, caso exista, a exigência
de comprovação de homologação junto ao
Instituto Nacional de Metrologia, Normali-
zação e Qualidade Industrial – INMETRO.
Artigo 5° - Os estabelecimentos de que
trata esta lei deverão manter, obrigatoria-
mente, em seu interior e em local visível
ao consumidor, o seguinte:
I - Atestado de legalidade sindical patronal
e certificado numerado atestando o
cumprimento dos dispositivos desta lei,
emitido pelo respectivo sindicato de classe
ou da categoria econômica a que estiver
vinculado o estabelecimento;
Conheça a íntegra da
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515151
lei que regulamenta as oficinas
II - Certificado de conclusão de treinamen-
to do mecânico, conforme artigo 3º, item
II, expedido por instituição de ensino ofi-
cialmente reconhecida na área automotiva;
III - Certificado de conclusão em treina-
mento de conhecimento geral dos sistemas
dos veículos automotores com o nome do
responsável operacional dos serviços nos
sistemas citados no artigo 2º, expedido por
instituição de ensino oficialmente reconhe-
cida na área automotiva.
Parágrafo Único - O órgão estadual com-
petente manterá o necessário registro e
coordenará o treinamento de fiscalização
junto ao poder público dos estabelecimen-
tos comerciais de que trata esta lei, assim
como prestará serviço de mediação entre o
consumidor e a empresa.
Artigo 6° - O descumprimento do disposto
nesta lei sujeitará o infrator, sem prejuízo
das responsabilidades penais, cíveis e admi-
nistrativas cabíveis, às seguintes sanções:
I – na hipótese de violação do item I do
artigo 5°, caberá a aplicação de multa
no valor mínimo de R$ 500,00 (quinhen-
tos reais) e no máximo de R$ 2.000,00
(dois mil reais);
II – na hipótese de violação do item II do
artigo 5°, caberá a aplicação de multa
no valor mínimo de R$ 2.000,00 (dois
mil reais) e no máximo de R$ 5.000,00
(cinco mil reais);
III – na hipótese de violação do item III do
artigo 5°, caberá a aplicação de multa no
valor mínimo de R$ 5.000,00 (cinco mil
reais) e no máximo de R$ 10.000,00 (dez
mil reais);
VI – na hipótese de reincidência caberá
aplicação de multa no valor correspondente
ao dobro do valor da sanção que tiver sido
anteriormente aplicada, até o limite máximo
de R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais).
Parágrafo Único – Os valores a que se re-
ferem este artigo serão atualizados, em 1°
de janeiro de cada exercício, com base na
variação do índice de Preços ao Consumi-
dor Amplo - IPCA, apurado pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE,
acumulada no exercício anterior.
Artigo 7° - São competentes para elaborar
os autos da infração para imposição de
multas por infrações ao disposto nesta lei
os integrantes da Polícia Militar do estado
de São Paulo no exercício das atividades de
polícia ostensiva e de prestação de ordem
pública, nos termos em que dispuser o
regulamento desta lei e após treinamento
citado no Parágrafo único do artigo 5º.
Parágrafo Único – O Estado poderá firmar
convênios com os Municípios com visitas
a que agentes municipais credenciados,
em especial os integrantes das Guardas
Municipais, possam exercer a competência
estabelecida neste artigo.
Artigo 8° - A receita arrecadada com a
cobrança das multas de que trata
esta lei será aplicada, exclusi-
vamente, na melhoria das
condições dos órgãos de se-
gurança pública do Estado,
bem, como em programas
destinados a esclarecer e
educar a população acerca
dos seus direitos de consumi-
dor de bens e serviços.
Artigo 9° - As oficinas mecânicas e esta-
belecimentos assemelhados terão prazo
de 1 (um) ano para se adequarem aos
dispositivos desta lei, após o que ficarão
sujeitas às penalidades nela previstas.
Artigo 10 - As despesas resultantes da
aplicação desta lei correrão à conta de do-
tações próprias consignadas no orçamento
vigente da Secretaria da Justiça e Defesa
da Cidadania.
Artigo 11 - O Poder Executivo regulamen-
tará a presente lei no prazo de 90 (noven-
ta) dias, contados de sua publicação.
Artigo 12 - Esta lei entra em vigor na data
de sua publicação.
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LUBRIFICANTES
52
Marcelo Beltran
Marcelo Beltran é gerente técnico da TOTAL Lubrificantes do Brasil, empresa integrante do Grupo TOTAL.
consumidor brasileiro, em sua maioria,
ainda tem em mente que o lubrificante
mais viscoso é o melhor. Criou-se uma
cultura de que, quanto mais espesso, maior sua
eficiência; porém, na maioria das vezes, ocorre o
contrário. O lubrificante menos viscoso tem melhor
performance na partida a frio, pois chega mais rápido
às partes superiores do motor. Esse filme mais “fino”
retira menos energia do motor e da transmissão, pos-
sibilitando a redução do consumo de combustível.
O que melhora a qualidade do lubrificante não é
necessariamente a quantidade de aditivos, mas a
tecnologia de cada um deles. Um exemplo é a tec-
nologia “low saps” que busca a redução de aditiva-
ção antidesgaste convencional, visando minimizar a
emissão de gases nocivos ao meio ambiente através
do aumento da vida útil do catalisador (sem prejudi-
car o motor), assim como os aditivos modificadores
de atrito na tecnologia “fuel economy”, visando a
economia de combustível.
Os lubrificantes com a faixa mais baixa de viscosidade
estão em linha com a tendência de “fuel economy”
(economia de combustível). Estas viscosidades são
normalmente encontradas entre as faixas SAE 5W20 e
SAE 10W30, e estão dentro das exigências da norma
ILSAC GF-5. Em parceria com empresas de lubrifican-
tes, cada fabricante de veículo (OEM) desenvolve um
óleo adequado para cada veículo e modelo, de acordo
com as necessidades do projeto.
É de fato uma tendência global o consumo de lubrifi-
cantes menos viscosos nos próximos anos, tanto pela
indicação dos OEMs no manual do veículo, quanto
pelo aumento da conscientização e o poder aquisitivo
do consumidor final.
Ainda que minoria, haverá aumento percentual grada-
tivo no consumo de lubrificantes de alta performance,
tanto no consumo de óleos básicos sintéticos, quanto
na redução da viscosidade dos mesmos.
Sabemos que levará tempo para que, de forma geral, o
consumidor quebre o paradigma de que o lubrificante
mais viscoso é sempre melhor.
É bom lembrar que viscosidade é diferente de índice
de viscosidade, que é a característica físico-química
do óleo de manter a viscosidade em função do au-
mento da temperatura.
Infelizmente, na prática, o que manda no mercado na-
cional, na maioria das vezes, ainda é o preço; mas com
o crescimento da economia brasileira este cenário deve
ser minimizado através da renovação da frota e do au-
mento no poder aquisitivo do consumidor final.
O
pode não ser a melhor opçãoLubrificante mais viscoso
Marcelo Lub MA 79.indd 52 4/7/2011 16:10:40
Faça revisões em seu veículo regularmente
Dibianchi MD38.indd 1 18/5/2011 15:26:58
54
serviços
54
secretário da manutenção
s oficinas não
podem recla-
mar. O percen-
tual de proprie-
tários de veículos que
faz a manutenção pre-
ventiva no automóvel
passou de 39% para
49% entre 2001 e
2010, ou seja, quase
metade dos motoristas
procura o mecânico antes mesmo de o
carro apresentar algum problema.
Este índice poderia ser maior se o con-
sumidor contasse com serviços como leva
e traz, com um mecânico de confiança
sempre recomendado e o apoio de um
parceiro que o avisasse sobre os prazos
de realização das revisões periódicas? Na
visão dos criadores da Personal Car, sim.
A empresa, recém-lançada em São Paulo,
oferece aos clientes um serviço em que
todas essas preocupações – e outras mais
– ficam sob sua responsabilidade, desde
a indicação de uma oficina que ofereça
o serviço desejado até levar e buscar o
veículo, passando pelo agendamento e
negociação de orçamentos e o envio de
alertas sobre a necessidade de realização
de serviços de manutenção preventiva.
Para ter essa comodidade, o proprietá-
rio do veículo paga uma mensalidade de
R$ 39,00 – que inclui apenas a prestação
do serviço da assessoria e não a manuten-
ção do veículo em si. A proposta é ousada,
mas teria respaldo em demandas concre-
tas, conforme analisa o gerente comercial
da Personal Car Auto, Cláudio Guimarães.
“Fizemos uma pesquisa de mercado para
validar a ideia com a professora Isabel Fa-
ria, da Faculdade Anhembi Morumbi. O
levantamento desenvolvido por ela trouxe
dados interessantes: 79% dos consumido-
res não sabem o que fazer quando o carro
tem um problema. Alguns até têm refe-
renciais, mas quando não têm, recorrem
a amigos e parentes. Só que nem sempre
essas pessoas podem ajudar”.
Essa dificuldade pode revelar uma pró-
pria deficiência do mercado independente
que, embora responsável pela manutenção
de mais de 80% da frota, nem sempre con-
segue estabelecer laços de fidelização com
os proprietários de veículos e nem transmitir
A
o
Por Larissa Andrade [email protected] Fotos Divulgação
Novo serviço assessora proprietários de veículos na manutenção preventiva e abre oportunidade
de negócios para as oficinas parceiras
Silvio Ricardo Candido, gerente operacional da oficina Peghasus, uma das credenciadas à Personal Car Auto
Serviços MA 80.indd 54 6/7/2011 11:32:19
55
a esse público seu real valor. Por isso, a Personal
Car Auto espera atingir o ambicioso número de
20 mil assinantes até o final do ano, quando ain-
da estará atendendo apenas na Grande São Pau-
lo. A expectativa para 2014 é expandir o serviço
para o restante do estado de São Paulo, além das
regiões do Grande Rio de Janeiro, Grande Belo
Horizonte e Grande Curitiba.
PRátICA
O foco nas metrópoles não é à toa. “A solu-
ção que oferecemos atende a uma necessidade
típica das grandes cidades, que escondem suas
virtudes. Você não sabe quem são os bons repa-
radores das outras regiões de São Paulo se mora
na zona sul, então o serviço supre esse desco-
nhecimento sobre quem faz um serviço de repa-
ração bem feito”, explica Guimarães, que já tem
uma expertise no setor. Ele é um dos diretores da
Mister Car, gerenciadora de frota de empresas,
inclusive de sua própria empresa – uma locadora
de veículos. “Nos últimos anos, ganhamos expe-
riência ao cuidar de nossa própria frota. Come-
çamos com 3.500 carros, e há mais cinco frotas
de táxi no grupo. Com esse know-how, desen-
volvemos um produto para oferecer ao dono do
automóvel as mesmas facilidades”.
O serviço funciona da seguinte maneira: o
cliente faz o cadastro no site da Personal Car,
aceita o contrato, efetua o pagamento da
mensalidade e alimenta o sistema com os
primeiros dados do seu veículo, como
marca, modelo e ano. Posteriormente, ele
complementa as informações indi-
cando quilometragem, data da
última troca de óleo, etc.
Com isso, sempre que
for necessário realizar algum
procedimento no carro, o as-
sinante entra em contato com
a central de atendimento
A Personal Car cuida do agenda-
mento, a oficina, da manutenção,
e cada uma recebe sua parte. O
pagamento da manutenção é feito
pelo cliente diretamente à oficina,
mas a Personal Car participa da ne-
gociação desse custo para garantir
o melhor preço a seu cliente.
Para o reparador, essa situação pode
ser desconfortável, já que além de
trabalhar com margens mais aperta-
das, o prazo também é curto. “O pro-
cesso inicial é meio penoso. É diferen-
te de trabalhar com pessoa jurídica
porque a gente tem que atender três
pessoas: o motorista, o orçamentista
e o chefe do orçamentista.Tenho que
satisfazer três pessoas para concluir
um serviço. A Personal Car também
sofreu com essa adaptação, porque
no começo não tinha no atendimen-
to pessoas com treinamento em
mecânica”, conta Daniel Nóbrega
Angelini, da La Macchina.
E a oficina tem ainda mais uma
despesa a considerar: além de
negociar com a empresa um preço
adequado ao cliente, os estabe-
lecimentos cadastrados pagam
6% do faturamento com os carros
da Personal Car para a empresa,
pela intermediação do serviço.
Para recuperar as margens aper-
tadas, a oficina acaba colocando
um sobrepreço maior nas peças
aplicadas, já que ela é a responsável
pela compra desses itens – embora o
cliente possa opinar sobre a escolha
da marca. “Nós vamos decidir em
conjunto com o cliente, aí vem a
questão da peça original, a genuína
ou a paralela. O reparador pode ter
essas três opções ou só ter uma e
nós vamos passar isso para o cliente,
porque tem muitos reparadores que
só trabalham com peças originais. E
nós fazemos questão que as oficinas
forneçam as peças, e elas colocam
uma margem em torno de 30% a
35%, que é uma margem aceitável”,
diz Cláudio Guimarães. Na La Macchi-
na, o cliente normalmente escolhe a
marca e a compra é feita pela oficina
diretamente no distribuidor.
Mas é fundamental garantir que não
haverá nenhuma perda de qualidade
na prestação de serviço ou com os
produtos por conta da pressão por
preços baixos, já que também é o
nome da oficina que está em jogo.
Custos e pagamentos
Cláudio Guimarães,
gerente comercial da Personal Car
Auto
5555
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56
serviços
56
da Personal Car Auto, que irá indicar um
estabelecimento onde ele possa fazer o
serviço de acordo com a região desejada
e a especialidade procurada. O cliente
pode levar e buscar o carro pessoalmen-
te ou solicitar que a empresa faça isso,
mas em ambos os casos a própria central
já faz o agendamento, o que permite ao
reparador saber qual veículo chegará à
oficina e que problema ele apresenta.
Na oficina, é a própria Personal Car
Auto que negocia os preços, mas o serviço
realizado é pago diretamente pelo cliente.
Além da manutenção corretiva, a Per-
sonal também irá alertar o cliente sempre
que o banco de dados indicar a necessidade
de uma revisão. “Nós desenvolvemos um
programa com forte estímulo à manuten-
ção preventiva e tomamos a iniciativa de
orientar o dono do carro. Se ele não fizer o
serviço, o contrato que ele assinou conosco
nos dá o direito de ‘perturbá-lo’ até que ele
faça, porque nossa pesquisa apontou que
as pessoas deixavam de fazer a manuten-
ção preventiva porque não tinham quem as
cobrasse”, ressalta Guimarães.
Para saber o momento exato de
avisar o cliente, a empresa terá como
base as informações cadastradas pelo
próprio dono do veículo e cruzará
com as recomendações da montado-
ra. Além disso, o cliente também será
avisado sobre os prazos para
realizar inspeção ambien-
tal veicular, licenciamen-
to, renovação de CNH e
do seguro.
OFICINAS
Se o serviço promete co-
modidade e praticidade para
motoristas esqueci-
dos e apressados,
quais benefícios a
Personal Car Auto
proporciona aos
estabelecimen-
tos de repara-
ção parceiros?
“Eles terão
um aumen-
to de de-
manda sig-
nificativo”, prevê Claudio Guimarães.
Atualmente, já são cerca de 200 ofici-
nas credenciadas em São Paulo, tanto
independentes quanto concessionárias,
que realizam serviços de mecânica, un-
dercar, elétrica, funilaria, pintura.
Uma das empresas parceiras é a La
Macchina, localizada na zona sul da ca-
pital paulista e que tem 25 anos de tra-
dição no mercado. O sócio-diretor Daniel
Nobrega Angelini conta que, entre os
160/180 carros que atende mensalmen-
te, cerca de 50 chegam através da Perso-
nal Car. Além da demanda, ele ressalta
como ponto positivo a fidelização do
cliente, mas diz que os benefícios não
vão muito além disso. “A percepção é de
que o cliente se torna fiel, porém posso
dizer que só uns três desses clientes in-
dicaram outras pessoas
para vir aqui. É um
número muito pe-
queno, não é sig-
nificativo”. Ele diz ainda que são poucos
os que buscam a oficina para a manuten-
ção preventiva. “A maioria vem mesmo
quando tem algum problema”, diz.
Outra oficina parceira é a Peghasus,
integrante do GOE (Grupo de Oficinas
Especializadas). “Eles nos procuraram
através do GOE em 2007. Nós ajuda-
mos a formatar o serviço, opinamos
em diversas etapas do desenvolvimento
do projeto e eles foram inovando. Pri-
meiro, nos traziam as próprias frotas e
depois começaram a trazer os clientes
finais. Em nossa oficina, cerca de 1%
dos clientes chegam por intermédio
da Personal Car, mas conheço oficinas
em que o índice atinge os 70%”, diz
o gerente operacional da oficina, Silvio
Ricardo Candido.
Apesar da baixa participação em sua
empresa, ele vê a parceria com bons
olhos. “É muito promissora. Ela me traz
um cliente que eu não iria captar, por-
que não faço marketing, faço divulga-
ção minha na região. E esse consumidor
a mais pode continuar a me gerar de-
manda depois. Ele busca o comodismo
e a Personal Car irá ajudá-lo a resolver
os problemas no carro sem que ele pre-
cise sair de casa para isso”.
Serviço inclui avisos sobre manutenção preventina, Inspeção Veicular, renovação de CNH, entre outros
Serviços MA 80.indd 56 13/7/2011 09:38:43
575757
PARtICIPAçãO
Para garantir a qualidade do serviço, a
Personal Car Auto faz uma série de exigên-
cias para credenciar uma oficina, já que a
ideia é justamente indicar aquelas em que
o cliente pode confiar. “temos inspetores
técnicos que visitam o local, verificam se
a estrutura é adequada à demanda que a
empresa está se propondo a atender, se o
ferramental é atualizado, organizado, lim-
po. Verificamos também se existem certifi-
cações, como Cesvi e IQA, e se há check-list
de entrada e saída, há sala de espera, se os
profissionais usam os equipamentos neces-
sários e estão atualizados, os preços que
a empresa cobra e sua idoneidade. Geral-
mente, na Grande São Paulo fazemos
alguns testes, pois, como somos
gerenciadores de frota, encami-
nhamos nossos próprios veícu-
los para sentir se a oficina ofe-
rece um bom atendimento,
se é flexível na negociação e
compatível com o mercado”,
explica Guimarães.
Entre os participantes, mui-
tos já atendiam a esses requisitos. A La
Macchina, por exemplo, é uma oficina top
Service DPaschoal e é avaliada pela rede
semestralmente. Além disso, possui certifi-
cação ISO 9000 e oferece comodidades ao
cliente, como sala de espera com televisão,
café, banheiros feminino e masculino. Na
Peghasus, poucas mudanças foram neces-
sárias para o credenciamento. “Não fize-
mos nenhuma adequação no espaço por-
que desde 2005 somos certificados pelo
IQA. As adequações que realizamos foram
na área administrativa, referente à nota fis-
cal, mas nada que incomodasse muito. Já
tínhamos padrão de atendimento e serviço
de leva e traz”, enumera Candido.
Após a conclusão do serviço, a Perso-
nal Car entra em contato com o cliente
para fazer uma pesquisa de satisfação em
que ele pontua a oficina. “Nós não fecha-
mos nenhum atendimento se o cliente
não estiver satisfeito. Se ele tiver alguma
dúvida, retornamos o carro à oficina; e se
a dúvida persistir, nosso inspetor técnico
examina o veículo junto com o reparador
e o cliente”, explica o gerente comercial.
Para as oficinas participantes, é funda-
mental manter a excelência dos serviços
com os clientes que chegam através do
Personal Car, pois é isso que garantirá a
fidelização e a recomendação. E o próprio
programa atinge os pontos apontados
pelos consumidores como os principais na
escolha da oficina, de acordo com levan-
tamento da GIPA: confiança/segurança no
reparo, preço correto, bom atendimento
e proximidade/facilidade de acesso.
Cláudio Guimarães conta que, para in-
centivar os parceiros da reparação, foram
instituídos dois prêmios, um para a melhor
oficina mecânica e outro para a melhor fu-
nilaria nos quesitos qualidade, agilidade
e eficiência. A Personal Car Auto está
aberta a novas oficinas e o cadastramen-
to pode ser feito pelo próprio site.
Centro de atendimento da Personal Car Auto e oficina credenciada. Para participar, é necessário cumprir diversos requisitos
Serviços MA 80.indd 57 13/7/2011 09:38:47
58
pesquisa
58
Por Redação Novo Meio [email protected] Fotos Divulgação
Pesquisa do Sindirepa de São Paulo apura os melhores
fornecedores de produtos e serviços para as oficinas
Pesquisa premiou os fornecedores nas categorias ouro, prata e bronze
2ª edição do Prêmio Sindi-
repa-SP ouviu a opinião de
mais de 300 profissionais
da reparação de veículos
para apurar quais são os melhores for-
necedores de produtos e serviços em
15 categorias. O estudo levou em con-
sideração fatores como marca, quali-
dade, resultados e assistência, além
de remuneração e política comercial
no caso das companhias de seguros.
Os três primeiros de cada categoria fo-
ram classificados como ouro, prata e
bronze e receberam um selo oficial do
prêmio. Conheça a seguir as empresas
preferidas pelos reparadores.
A
fornecedoresReparação elege
Pesquisa MA 80.indd 58 4/7/2011 16:02:15
595959
Freio – Componentes
Prata: Bosch
Bronze: Bendix
Ouro: TRW Varga
Suspensão – Componentes
Prata: Cofap
Bronze: TRW Varga
Ouro: Monroe Axios
Climatização – Componentes
Prata: Valeo
Bronze: Denso
Ouro: Delphi
Pneus
Prata: Goodyear
Bronze: Michelin
Ouro: Pirelli Pneus
Filtros
Prata: Filtros Fram
Bronze: Bosch
Ouro: Mann-Filter
Correias
Prata: Goodyear
Bronze: Bosch
Ouro: Dayco
Equipamentos de diagnóstico de motores
Prata: Bosch
Bronze: Napro
Ouro: Tecnomotor
Tintas e complementos
Prata: Basf
Bronze: Sherwin-Williams
Ouro: PPG
Companhia de seguros
Prata: SulAmérica
Bronze: Allianz
Ouro: Porto Seguro
Software de orçamentação
Prata: Orion
Menção honrosa: Mahle Metal Leve
Ouro: Audatex
Freio – Sistemas
Prata: ATE
Bronze: Bosch
Ouro: TRW Varga
Suspensão – Sistemas
Prata: Nakata
Bronze: TRW Varga
Ouro: Cofap
Climatização – Sistemas
Prata: Denso
Bronze: Valeo
Ouro: Delphi
Baterias
Prata: Moura
Bronze: Bosch
Ouro: Heliar
Rolamentos
Prata: SKF
Bronze: NSK
Ouro: INA Grupo Schaeffler
Pesquisa MA 80.indd 59 4/7/2011 16:02:52
60
ais do que uma moda, a sustentabilidade é
uma tendência fundamental para a nossa
qualidade de vida e a das próximas gerações.
No segmento automotivo, responsável por uma parcela con-
siderável de emissão de poluentes e pelo uso de combustí-
veis fósseis, há uma preocupação crescente com a redução
do impacto dessas emissões e do uso de petróleo.
Na Stock Car, a preocupação com o meio ambiente
vem ganhando espaço a cada ano. Em 2010, a organiza-
ção da categoria decidiu substituir a gasolina por etanol,
o que representou um grande desafio para a engenharia.
Mas os resultados foram positivos e o biocombustível usado
na categoria emite 90% menos gases causadores do aque-
cimento global e do efeito estufa.
Outro exemplo sustentável na Stock Car é a coleta e
rerrefino de todo óleo lubrificante usado pelos carros. Em
todas as etapas, há um posto de coleta e profissionais trei-
nados da Lwart Lubrificantes, responsável pelo rerrefino –
um processo que transforma o óleo lubrificante usado em
óleo mineral básico, uma das matérias-primas utilizadas na
produção do óleo lubrificante. Essa é a segunda temporada
de parceria entre a Stock e a Lwart e a cada etapa são cole-
tados entre 350 e 400 litros de lubrificante.
E a categoria também se preocupa em amenizar o im-
pacto do carbono gerado durante as provas por meio de
uma parceria com a GSS Consultoria Sustentável. Com esse
objetivo, é realizado um Inventário de Emissões e, ao final da
temporada, as emissões serão compensadas pela aquisição
de créditos de carbono em projetos sustentáveis.
Essas iniciativas mostram que a Stock Car saiu na frente
de outras categorias e atrai cada vez mais empresas preocu-
padas com a questão e que adotam atitudes ambientalmen-
te responsáveis na corrida e no dia a dia, como uma política
interna. Essa também deve ser a visão de oficinas e centros
automotivos, onde coleta do óleo, reutilização da água, des-
tinação adequada de resíduos e economia de energia devem
fazer parte da rotina e ser encarados como investimento e não
como custo. E não se esqueça de escolher parceiros que tam-
bém adotem postura sustentável e que possam ajudá-lo nas
iniciativas. A Mobil, minha patrocinadora e fornecedora oficial
de lubrificantes da Stock Car, dá destinação correta às embala-
gens descartadas nas corridas, já que os frascos não podem ser
jogados em lixo comum. Já a Esso é responsável pelo etanol
das provas. Confira no site da Stock Car iniciativas que podem
ser adotadas em casa e na sua empresa: http://stockcar.globo.
com/index.php/stock-car-e-a-sustentabilidade/
Nonô Figueiredo
Nonô Figueiredo é piloto da equipe Cosan Mobil Super Racing da Copa Caixa Stock Car.
M
Sustentabilidadeno automobilismo
automobilismo
Nono automobilismo 80.indd 60 5/7/2011 08:44:08
MAIS CARRO
61
Esportivo familiarO mercado das station wagons – ou, se preferir, pe-
ruas – vem perdendo fôlego devido ao surgimento de
configurações mais modernas, como minivans e SUVs.
A Volkswagen está entre as montadoras que mais acre-
ditam neste segmento e não deixa os apreciadores das
peruas na mão. Junto com o novo Jetta sedã, a
marca traz ao país a Variant. O carro tem display digi-
tal multifunções; volante multifuncional, com coluna
de direção com regulagem longitudinal e de altura;
novo rádio e CD-player mp3 RCD 510, com tela de 6,5
polegadas sensível ao toque com entrada auxiliar para
iPod, conexão para cartões de memória tipo SD; ar-con-
dicionado digital, com duas zonas de climatização inde-
pendentes; e teto solar panorâmico Skyview, oferecido
como opcional. No pacote de segurança, seis airbags,
freios ABS, controles eletrônicos de tração e estabilida-
de e bloqueio do diferencial. O motor é o 2.5, com
cinco cilindros e 170 cv de potência. Station do novo Jetta sedã é prática sem abrir não da esportividade
O A1, primeiro modelo importado da Audi com
preço inferior a R$ 100 mil (custa R$ 89,9 mil), deve
responder por 40% das vendas da marca no Brasil.
Com design ousado, o hatch tem faróis de xênon plus
com luzes diurnas, das portas, teto, pés, maquiagem e
leitura em LED. O consumidor pode escolher o arco do
teto com pintura contrastante, além de optar
pelas cores nas saídas de ar internas também. Opcio-
nalmente, pode ser equipado com sistema start-stop,
que desliga o motor sempre que o veículo estiver pa-
rado e com a marcha desengatada. Falando nele, o
motor do A1 é o moderno 1.4 TFSI de 122 cavalos de
potência máxima, com sistema de injeção direta de
combustível e turbocharger com intercooler. A ener-
gia produzida durante a frenagem é recuperada e
armazenada temporariamente na bateria. A transmis-
são é a S-Tronic, de sete velocidades, com tecnologia
esportiva e sistema de dupla embreagem.Motor com injeção direta e turbocharger no novo carro-chefe
da Audi no Brasil
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38#
a evolução da sua oficina começa aqui
Nesta edição
Empresários investem em seguros de equipamentos para evitar prejuízos em casos de roubos
Mais Equipamentos MA 80.indd 1 6/7/2011 11:34:35
2
Oficinas investem em seguros que incluem os equipamentos diante do medo de roubos, que podem trazer altos prejuízos e perda de faturamento
OPor Larissa Andrade [email protected] Fotos Divulgação
mais segurança paraseus equipamentos
empresário da reparação in-
dependente sabe que abrir
uma oficina e mantê-la atu-
alizada no que se refere a equipamentos
custa muito caro. E esse custo aumenta à
medida que a tecnologia avança, ou seja,
cada vez pesa mais no bolso o gasto com
aquisição e atualização desses produtos.
Se antes o reparador conseguia fazer a
maioria dos serviços apenas com o auxílio
de ferramentas, hoje muitas vezes é im-
possível sequer saber qual é o problema
de um determinado veículo sem o uso de
um scanner.
Por conta dos altos valores desses equi-
pamentos e de sua eficiência, eles se
tornaram objeto de desejo dos centros
automotivos. Mas isso também acabou
atraindo a atenção de ladrões e assim
as oficinas se tornaram alvo de roubos e
furtos. Foi o que aconteceu na Eng. Tech
Motors, localizada na Vila Cruzeiro, zona
sul da capital paulista, no dia 19 de mar-
ço. Quando o proprietário da oficina,
Augusto Dionizio Alves da Silva, se pre-
parava para fechá-la, um motoqueiro fez
a abordagem e dois ladrões entraram na
loja, enquanto um se manteve na por-
ta. “Havia uns quatro carros na oficina,
entre eles um Peugeot Partner. O assal-
tante nos fez carregar esse veículo com
o armário inteiro onde estavam os equi-
pamentos, mas quando foi dar partida o
carro não funcionou, porque era de um
cliente e estava quebrado. Ele acabou le-
vando o meu carro, com equipamentos
e uma bicicleta”, conta Silva.
Na Eng. Tech Motors, essa não foi a pri-
meira ocorrência e Silva diz que, em con-
versas informais com amigos, os roubos
em oficinas têm crescido. Porém, como é
comum no Brasil, não há dados oficiais
sobre o assunto e o Sindirepa-SP afirmou,
por meio de sua assessoria de imprensa,
que não recebeu nenhuma queixa de rou-
bo de equipamentos em oficinas. Mas o
sindicato orienta que o empresário faça o
Boletim de Ocorrência e entre em conta-
to com a entidade para fazer a denúncia,
pois, só assim, ela poderá agir junto aos
órgãos públicos em favor da categoria.
Mais Equipamentos MA 80.indd 2 6/7/2011 11:34:46
3
Já a companhia Porto Seguro, procurada
por nossa reportagem, informou um nú-
mero alarmante, embora represente ape-
nas a realidade das empresas que possuem
o serviço da empresa. De acordo com o
coordenador de Ramos Elementares da
Porto Seguro, Marcelo Santana, a quanti-
dade de sinistros na atividade automotiva
(oficina mecânica, funilaria, elétrica, centro
automotivo e instalação) cresceu 50% nos
últimos meses em todo o Brasil. Não é à
toa que no mesmo período a contratação
de seguro por parte de empresas desse
segmento tenha crescido 34%.
PrecAução
Mesmo quem nunca passou por uma
situação de roubo na oficina deve consi-
derar a possibilidade de fazer um seguro,
já que ninguém está livre desse tipo de
situação, principalmente em grandes ci-
dades. Atento à questão, o sócio-proprie-
tário da Tecnocar, Roberto Kazlauskas,
tem a empresa segurada há alguns anos.
“O motivo que me fez colocar a loja no
seguro é o medo que todos nós temos de
sermos roubados. Se acontecer, a dificul-
dade em juntar o dinheiro para comprar
os equipamentos novamente é grande,
devido aos preços serem altos”.
Na Tecnocar, estão segurados equipamen-
tos de diagnose, computadores, impres-
soras, danos elétricos, incêndio, vidros,
móveis, PABX, etc. Entre as companhias
consultadas pela Mais Equipamentos (Itaú
Seguros, Bradesco Seguros, Porto Seguro
e Mapfre), apenas a Porto Seguro ofere-
ce uma cobertura para oficinas que inclui
equipamentos, o chamado Porto Seguro
Empresa, um produto modular composto
de cobertura básica – que garante a empre-
sa contra incêndio, queda de raio, explosão
e fumaça – e de coberturas opcionais, que
podem ser contratadas de acordo com as
necessidades de cada empresa. “Entre as
opcionais, temos cobertura como danos
elétricos, queima de computadores; tam-
bém temos cobertura de despesa física,
por exemplo, caso a empresa pegue fogo
e continuem vindo contas de luz, água e
telefone ou pagamento de funcionários. E
tem a cobertura de subtração de bens e
mercadorias, que no caso da oficina são os
equipamentos e peças. Também há a pos-
sibilidade de cobertura dos veículos contra
incêndio, roubo ou danos”, enumera Mar-
celo Santana, da Porto Seguro.
Mas Santana explica que é importante
que o segurado tenha as notas fiscais
desses equipamentos ou tenha tudo isso
registrado na contabilidade, já que o se-
guro é um contrato de “boa-fé” e muitas
vezes ele é feito sem a visita de um profis-
sional da seguradora até a empresa.
oPçÕeS
O empresário da reparação pode escolher
qual tipo de cobertura de seguro deseja
para a oficina focando o que é mais va-
lioso e mais importante para o negócio.
No caso dos equipamentos, o prejuízo vai Seguro de veículos dos clientes na oficina
também é possível, mas custa caro
Além dos equipamentos, o prédio da Tecnocar também está segurado contra danos elétricos, incêndio, etc.
além do roubo em si, já que o estabeleci-
mento ficará impossibilitado de realizar os
serviços sem ele, ou seja, também haverá
um forte impacto no faturamento da em-
presa até que eles sejam repostos. Foi o
que aconteceu na Eng. Tech Motors. “O
serviço da oficina parou de 50 a 60%,
porque além dos clientes, eu prestava ser-
viço com analisador de gases e scanner
de câmbio automático para outras seis ou
sete oficinas. Quando alguém quer fazer
a pré-inspeção, eu não faço e acabo per-
dendo porque o cliente sempre realiza al-
gum serviço além. Agora ele acaba indo a
outra oficina”, reclama Augusto Dionizio
Alves da Silva.
O proprietário da Eng. Tech também
aponta que o valor segurado não será
pago integralmente, já que há a depre-
ciação dos equipamentos. Ele, no en-
tanto, discorda dessa depreciação, pois
no caso de scanners é feita uma atuali-
zação constante, ou seja, ele está sem-
pre investindo nesses equipamentos.
É importante que o proprietário da ofici-
na faça uma análise do que compensa in-
cluir no seguro. Kaslauzkas, da Tecnocar,
conta que fez uma cotação para colisões
de veículos na oficina, mas o valor era
absurdamente alto: R$ 35 mil por ano.
Nesse caso, ele optou por não incluir
esse opcional e o valor pago atualmente
é de cerca de R$ 2 mil. Um investimento
significativo, mas que pode representar
a sobrevivência do negócio.
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