PROJETO DEPRODUTO

3

1.2012

Os produtos apresentados nessa revista foram desenvolvidos para a disciplina Projeto de Produto 3 do Departamento de Desenho Industrial.

Universidade de Brasília - UnB.1/2012

Professor orientador: Aciole Félix

Objetivos:

Desenvolvimento de projetos com foco socioambiental junto a comunidades, pequenos empresários, produtores ou artesãos.

Conscientização do aluno em relação ao papel do designer perante o contex-to socioeconômico atual: criatividade e consciência a serviço do desenvolvi-mento sustentável e bem-estar social.

PRO

JETO

SAna Cecília Schettino / Isabella Brandalise

João Paulo Stanzioni

Déborah Nogueira

Isabel Carvalho

Tainá Nobre

Túlio Rois / Vinícius Azevedo

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Ana Cecília Schettino / Isabella Brandalise

http://mostreseuspontos.blogspot.com.br/

MOSTRE SEUS PONTOS

O projeto foi desenvolvido em parceria com As Floristas, associação de bordadeiras de Recantos das Emas, incubada pelo Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da UnB. Atualmente, compartilha um box na Feira da Torre de TV com outras associações da Bem Me Quero, cooperativa da qual faz parte. A demanda foi por retorno financeiro e produtos artesa-nais voltados a um público jovem do sexo feminino, com interesse por moda e acessórios, presença em redes sociais e vida social ativa. As principais etapas metodológicas do projeto consistiram em: pesquisa de produtos e estilos de bordado, público alvo, identidade, artesanato e materiais; análise de similares; composição de paineis visuais; geração de requisitos e alternativas; acompanhamento de produção; planejamento de estratégias de inserção; registro.Como solução, foi proposto um sistema que envolvesse novos produtos e estratégias de inserção no mercado. Os produtos seriam desdobramentos de uma pequena circunferência com diferentes motivos bordados e poderiam ser broches, ímãs e chaveiros. Também foram projetados postais e um modelo simples de bolsa. Para os motivos, foram criados pequenos cenários a partir da combinação inesperada da arquitetura e geometria de Brasília com elementos naturais do cerrado. As estratégias de inserção seriam presença online e intervenção na cidade. O acompanhamento de produção foi uma etapa de aperfeiçoamento dos bordados, definição dos materiais, otimização e padronização dos desenhos com a introdução de carim-bos, registro e proposta de continuidade. A documentação do projeto se deu simultaneamente ao seu desenvolvimento, por meio do blog www.mostreseuspontos.blogspot.com.

João Paulo Stanzioni

http://projeto137.blogspot.com.br/

COFFE LIGHT

Coffe Light é um projeto de iluminação criado na disciplina Projeto de Produto 3 do Departamento de Desenho Industrial, curso que faz parte do Instituto de Artes da Universi-dade de Brasília. Foi um projeto com o objetivo de amenizar os problemas causados pelo descarte indevido de cápsulas usadas de café expresso da marca Nespresso (marca essa que faz parte da holder Nestlé). Tais cápsulas são usadas em máquinas de café expresso, tanto caseiras ( para ambien-tes domésticos ou para empresas, mas não usadas de forma comercial) e máquinas voltadas para o comércio (para serem usadas em lanchonetes, restaurantes, bares, cafeterias, quiosques e demais estabelecimentos dentro do ramo alimentício), existem as séries de café comuns e as especiais (geralmente por tempo limitado e com preços diferenciados). A alternativa adotada como solução final conseguiu preencher os requisitos definidos, é um projeto que reutiliza cápsulas de café expresso que poderiam ter sido descartadas e ser transformadas em resíduos, resultando em problemas ambientais e de saúde, utiliza as cápsulas em sua forma integral para respeitar sua forma que sozinha já é interessante e bonita, é uma luminária pendente e usa as cápsulas de modo a representar os conceitos escolhidos (replicação e aglomerado), que foram estudados em disciplinas passadas do curso, gerando um produto elegante, sofisticado, funcional e com a “cara da Nespresso”, que é uma marca que preza pelo elegante, pelo misterioso, que defende e vende o café como um produto sensual e prazeroso. A luminária projetada, batizada de Coffee Light, tem potencial para ser utilizada em residências, mas principalmente em ambientes comerciais, como lojas, cafeterias, bistrôs, restaurantes e principalmente quiosques e lojas da Nespresso, já que respeita e dialoga bem com a identidade da marca e, por consequência, com esses ambientes em especial.

Déborah Nogueira

http://re-aproveite.blogspot.com.br/

REAPROVEITE

O projeto re-aproveite foi motivado pela disciplina Projeto de Produto 3 do Desenho Industrial da UnB. A proposta inicial é conscientizar o aluno sobre o papel do design no contexto socio-econômico. Para isso, os estudantes contactaram comunidades produtoras de artesanato - a ideia era desenvolver junto a elas um produto de impacto positivo em toda a sociedade, gerando maior renda às pessoas carentes e propagando conceitos do design. Aqui, a comunidade parceira foi a Cataguar, uma cooperativa de catadores de lixo do PSul, na Ceilândia. Seu artesanato pouco desenvolvido, a avidez por capacitação e a abundância de materiais mostrou-se o campo perfeito para se desenvolver o projeto. A partir de pesquisas e visitas à comunidade, optou-se por produzir uma luminária de potes de vidro e um pufe de pneus. Ambos materiais eram abundantes no lixão, sendo que a quantidade de pneus abandonados era um risco à saúde dos trabalhadores. Com base em pesquisas definiu público-alvo e estilo que balizaram toda a criação. As alternativas passaram a ser criadas bi e tridimensionalmente, afim de se chegar à melhor solução. Tudo seguia bem, até que no meio do projeto a Cataguar teve problemas estruturais, impossibilitando a continuidade da parceria. A partir daí os requisitos se readequaram às necessidades. Agora, os objetivos do projeto eram desenvolver produtos de produção fácil e barata, e produzir um tutorial de produção das peças. Com criatividade e ajuda de amigos e parentes, o projeto tomou novos contornos. Chegando à alternativa final, a produção dos protótipos foi tranquila, e o resultado final não só cumpriu tudo a que se propunha como também agradou todos os envolvidos no projeto.

Isabel Carvalho

http://eletronicapp3.blogspot.com.br/

E-TABLE

A palavra chave deste projeto é sustentabilidade e dentro deste tema o foco foi dado ao reaproveitamento daquilo que comumente é lixo. A escolha de material foi então realiza-da a partir de um problema grave da atualidade: o lixo eletrônico, em particular, aquele gerado em grandes quantidades pelos computadores e componentes de informática. Existe uma enorme gama de produtos criados com estas matérias-primas, mas poucos deles aproveitam as partes mais volumosas deste tipo de descarte. Portanto foi escolhido fazer uma mesa que comportasse confortavelmente as dimensões de um computador. A meta é conceber uma mesa que fosse visivelmente feita do reaproveitamento do descarte eletrônico que agregasse valor à matéria-prima, ao mesmo tempo eliminando o aspecto de lixo. A mesa concebida deve: ter as dimensões de uma mesa de centro; ser feita de compo-nentes de descarte de informática; manter uma relação à sua matéria-prima; ser de baixo custo; ser durável e geométrico; ser prático e versátil; ter uma aparência alternativa e impactante. Os materiais selecionados para a mesa foram duas carcaças de CPU, aproveitando suas características estruturais, e vários discos magnéticos de disquetes. A mesa foi concebi-da hierarquicamente: o tampo prioriza a estética, pois é a parte que será vista com mais frequência e mais de perto. Ela é composta de 50 mídias de disquetes organizadas entre dois vidros circulares. As pernas da mesa tornam evidente a origem do material, são elas que fazem com que a matéria-prima seja facilmente identificável, criando assim uma conexão entre o tampo atrativo e desejável e as pernas que previamente foram consideradas lixo e indesejáveis. Por fim a base de madeira de forma circular acomoda a estrutura da mesa e remete à forma da parte superior, e junto às pernas criam uma integração formal ao todo.

Tainá Nobre

OM.at

“Pensar globalmente e agir localmente”, foi uma grande inspiração para o projeto OMat. Procurei agir dentro da comunidade mais próxima da minha realidade, que eu já reconhecia as necessidades e potenciais. Pensando também no publico consumidor e nas necessidades que precisavam ser supridas.Trabalhar com bambu invariavelmente já torna o projeto sustentável por questões materiais e, no caso, também sociais, dentro do contexto da comunidade, pela simplicidade na produção e o tipo de material disponível (excesso de pedaços de bambu ocupando espaço na oficina). Desde o inicio o foco foi usar o mínimo de materiais e tecnologia agressivas ao meio ambiente e social. Utilizar a caixa acústica natural do interior da vara do bambu, foi uma solução, no entanto, ficar somente nesta ideia resultaria em um produto sem muito diferen-cial do que já existe no mercado. Agregar valor, um componente de excitação, sem desconectar dos requisitos já estabelecidos para um design completamente verde (100% em materiais biodegradáveis e com o mínimo de impacto na produção) foi o maior desafio. Unindo resistência, a característica anti-bactericida, o valor terapêutico e este o componente acústico. Projetando, um produto que se aplica tanto para uma pratica física como a yoga (importância da resistência e do componente anti-bactericida para o suor) e a terapêutica, como a massagem ayurvedica originalmente feita sem maca. Tendo em vista que ambas fazem a utilização de aparelhos sonoros, que não precisam atingir volumes altos. Ao fechar o bambu, que é o dispositivo de ampliação de som, um compartimento é criado para o transporte de pequenos itens associados a cada pratica (toalhas, óleos, pedras, ...).

Túlio Rois / Vinícius Azevedo

http://tuvilampejo.tumblr.com/

TUVI:LAMPEJO

No mundo, atualmente, é imprescindível a solução para a reutilização de material. Existe muito resíduo, e muitas vezes, não é aproveitado em sua totalidade. Tudo isso culmina numa linha de pensamento, a cultura socioambiental. Hoje em dia faz-se necessária a ade-quação dessa atitude em estudos de design também.

Levando em conta as características básicas de performace e excitação, a luminária tem como seu modo estético, a frágil relação entre homem e natureza, mais precisamente, as chuvas que vem castigando algumas regiões do Brasil de forma severa e implacável.

Lampejo, a luminária, tenta solucionar parte do problema de reutilização de material, usando em sua composição, acrílico de descarte de máquinas cortadoras a laser. Ela também mostra em sua composição que já foi parte de outros objetos, como guarda-chuva e garrafa PET. Lampejo tem uma alma própria.

A luminária Lampejo surge com a ideia de chamar a atenção para um problema crescente no Brasil, as frequentes chuvas que provocam desabamento. Nota-se o abandono, por parte de autoridades, de alguns grupos específicos.

A mensagem da luminária é de que muitos que acreditam estar esquecidos, não estão. Lampe-jo não quer apenas levar luz e aquecer, mas fazê-los em todos os aspectos, criando um vínculo com seu usuário, brincando com suas percepções, e de uma forma divertida, atentando para questões delicadas.

Projeto de Produto 3Departamento de Desenho Industrial

UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA1/2012