revista pucrs nº 179

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REVISTA FOTO: CAMILA CUNHA Universidade se torna cada vez mais aberta para o mundo Incubadora Raiar tem novo modelo de negócios Referência no cuidado dos animais de laboratório Avidades culturais crescem no Campus

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Revista PUCRS nº 179 | Maio-Junho/2016

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  • R E V I S TAFOTO: CAM

    ILA CUNHAUniversidade se torna cada vez mais aberta para o mundo

    Incubadora Raiar tem

    novo modelo de negcios

    Referncia no cuidado dos

    animais de laboratrio

    Atividades culturais

    crescem no Campus

  • REITORJoaquim Clotet

    VICE-REITOREvilzio Teixeira

    PR-REITORA ACADMICAMgda Rodrigues da Cunha

    PR-REITOR DE ADMINISTRAO E FINANAS

    Milton Sperry Winckler JniorPR-REITOR DE EXTENSO

    E ASSUNTOS COMUNITRIOSSrgio Luiz Lessa de Gusmo

    PR-REITOR DE PESQUISA, INOVAO E DESENVOLVIMENTO

    Jorge Luis Nicolas Audy

    ASSESSORA DE COMUNICAO E MARKETING

    Stefnia Ordovs de AlmeidaCOORDENADORA DE

    COMUNICAO INSTITUCIONALAna Maria Walker Roig

    COORDENADOR DE MARKETINGVincius Brasil

    EDITORA EXECUTIVAMagda Achutti

    REPRTERESAna Paula Acauan

    Vanessa MelloFOTGRAFOS

    Bruno TodeschiniCamila Cunha

    REVISOLucas Tcacenco

    ESTAGIRIAJlia Bernardi

    TRADUO PARA O INGLSLucas Tcacenco

    ARQUIVO FOTOGRFICOCamila Paes Keppler

    Mrcia SartoriCIRCULAO

    Ligiane Dias PintoPUBLICAO ON-LINE

    Jlia BernardiRodrigo Marass Ojeda

    Vanessa MelloCONSELHO EDITORIALCludia Brescancini

    Gabriela Ferreira Marion Creutzberg

    Odilon Duarte Paulo Regal

    Snia GomesIMPRESSO

    Epec-Grfica

    PROJETO GRFICOPenseDesign

    Revista PUCRS N 179Ano XXXIX Mai/Jun 2016

    Editada pela Assessoria de Comunicao e Marketing da

    Pontifcia Universidade Catlica do Rio Grande do Sul

    Avenida Ipiranga, 6681Prdio 1 2 andar

    Sala 202CEP 90619-900

    Porto Alegre RSFone: (51) 3320-3503

    [email protected]

    www.pucrs.br/revistaA PUCRS uma Instituio

    filiada ABRUC

    R E V I S TA P U C R S

    O N - L I N E

    nesta edio[ ]

    6Capa

    Portas abertas para o mundo

    PUCRS promove internacionalizao

    no Campus

    [in english]Contedo em ingls

    14Pesquisa

    Avano para entender o crebro

    InsCer faz descoberta indita que auxilia

    no estudo do desenvolvimento embrionrio das

    epilepsias

    Cincia Uma referncia no

    cuidado dos animais CeMBE conta com

    pessoal qualificado e estrutura de

    excelncia

    18

    Turismo: investir para crescerPesquisa traou o perfil do turista de eventos de Por-to Alegre e Regio Metropolitana e avaliou os tipos de impactos econmicos. A variao de ocupaes formais no segmento de turismo cresceu 17,4% de 2010 para 2014, enquanto no conjunto da econo-mia aumentou apenas 7,4%. Os nmeros levam em considerao o consumo de atividades relacionadas rea, como alimentao, hospedagem e transpor-te, entre outras, apenas pelo visitante. O estudo foi encomendado pelo Conventions & Visitors Bureau, desenvolvido pelo curso de Gesto em Turismo da PUCRS e teve patrocnio do Shopping Total.

    FOTO

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    REPORTAGENS EXCLUSIVAS NA WEB, EM WWW.PUCRS.BR/REVISTA, E NO APLICATIVO

    CONHEA O APP PARA IOS E ANDROID

    [in english]Contedo em ingls

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  • [in english]Contedo em ingls

    [in english]Contedo em ingls

    D E S TA Q U E S

    Inovao (Re) Start Raiar

    Incubadora da PUCRS apresenta novo

    modelo de negcios para empresas

    incubadas

    26Entrevista

    Um outro olhar sobre o Oriente MdioMohamed Arafa,

    professor das Universidades de

    Alexandria (Egito) e Indiana (EUA), fala

    sobre aspectos legais e religiosos do islamismo

    30Cultura

    Cultura por todos os lados

    Atividades espalham msica, literatura e teatro

    pelo Campus

    44

    Vocabulrio Portugus-Guarani A obra, do indigenista Mario Arnaud Sam-paio, apresenta o vocabulrio portugus--guarani e seus significados, principalmen-te da regio do Pampa e das Misses, que o autor deixou em registro. Faz coleo com o anterior Guarani-Portugus. Os dois so-mam mais de 10 mil verbetes. O objetivo incentivar o ensino da cultura indgena em escolas da rede pblica e particular, visto a falta de literatura na rea. O dicionrio foi organizado pelo professor da PUCRS dison Httner, com Zlia Dendena e Raul Selva e editado pela Martins Livreiro.

    Pesquisa sobre o carde-al-amarelo (Gubernatrix cristata) no Parque Esta-dual do Espinilho, extremo oeste do RS, resultou em um vdeo informativo so-bre uma das aves mais be-las e ameaadas do Brasil, conhecida na natureza por apenas um pssaro. Alm de estudar a histria de vida da espcie, a equipe organizou expedies para descobrir outras populaes da ave no Estado, na Serra do Sudeste e Misses. A pes-quisadora do Museu de Cincias e Tecnologia e professora da Ps-Graduao em Zoologia, Car-la Fontana, coordenou o projeto uma parceria da PUCRS, Igr-Associao Scio Ambientalista, UFRGS e Fundao Grupo Boticrio de Proteo Natureza. O vdeo que mostra os resultados do estudo foi elaborado pela professora e es-tudantes graduao e de ps da Universidade e editado pela MovWeb, do Tecnopuc Viamo.

    Cardeal-amarelo

    FOTOS: CAMILA CUNHA

    O U T R A S S E E S

    Com o leitor [4]

    Pelo Campus [5] Uma feira dentro da PUCRS

    Pesquisa [12] Projetos desvendam hormnio do amor

    Novidades Acadmicas [16] Avaliao da conformidade foco de pesquisa

    Cincia [17] Fazendo arte

    Cincia [22] As mltiplas faces da pesquisa

    Cincia e Tecnologia [24] Vida extrema

    Universidade Aberta [28] Rumo a cidades inteligentes

    Alunos da PUCRS [32] Uma proposta sustentvel para rodovias

    Minha carreira [34] Faces da Engenharia

    Gente [36] A arte de colecionar

    Cultura para ler, ver e curtir [39] Arquitetura, misto de arte e preciso

    Cultura [40] Memrias inventivas

    Lanamentos da Edipucrs [42]

    Eu Estudei na PUCRS [43] Julio Mottin Neto Estudioso do ser humano

    Radar [48]

    Perfil [50] Carla Bonan, sempre pesquisadora

    Opinio [51] Democracia e liberdade, por Eduardo Luft

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  • O ttulo deste texto faz referncia ao slogan da PUCRS. Eu o escolhi porque acredito que

    define bem o que relatam as reportagens

    desta edio. Mostram iniciativas da Univer-sidade que so pura audcia e talento. Que

    o Campus um lugar para sonhar grande,

    para tudo o que o amanh precisar. Que to-dos ns somos ferramentas para educar, se-guindo uma tradio que cresce e se renova.

    Eis alguns exemplos. A reportagem de capa,

    Portas abertas para o mundo, apresenta um panorama completo de como a Instituio

    caminha de forma acelerada em busca da

    internacionalizao. Uma referncia no cui-dado com os animais informa como ela se adiantou legislao e as alternativas de

    ponta que lana mo para diminuir o uso

    de animais em pesquisas cientficas. Em Cul-tura para todos os lados, a PUCRS se traduz em msica, literatura, arte e teatro ao lado

    do seu Coral e da sua Orquestra. H ainda

    matrias sobre projetos para desvendar o

    hormnio do amor, estudos que avanam

    no entendimento da origem das epilepsias,

    as descobertas realizadas numa expedio

    ocenica com potencial biotecnolgico, as

    faces da Engenharia, uma feira de orgnicos

    dentro do Campus e muito, muito mais. Isso

    o futuro! Como diz a campanha citada no

    ttulo, somos a estrutura e o contedo de

    quem cria, produz, aprende, ensina, cons-tri. Boa leitura e um grande abrao!

    Editora Executiva

    Av. Ipiranga, 6681 Prdio 1 2 andar Sala 202 CEP

    90619-900 Porto Alegre/RS E-mail: [email protected] Fone: (51) 3320-3503 facebook.com/mundopucrs

    Fale com a Redao

    Magda Achutti[4]

    com o leitor[ ]

    Somosdo tamanho do

    Voc quer receber a Revista PUCRS?Visando novas formas de distribuio, a Revista PUCRS realizou um recadastramento para os leitores que desejam continuar re-cebendo as edies impressas. Se voc no respondeu ao reca-dastramento ou gostaria de receb-la em casa, entre em contato com pelo e-mail [email protected], ou ligue para (51) 3320-3503 e solicite sua assinatura gratuita. Todo o contedo tambm est disponvel no aplicativo Revista PUCRS, disponvel para iOS e An-droid e no site www.pucrs.br/revista.

    futuroFui pesquisadora qumica no Ins-tituto do Petrleo e Recursos Na-turais (IPR) da PUCRS por alguns anos. Gostaria de parabeniz-los pela excelente reportagem Vida nas Profundezas, na edio de maro/abril. Foi timo relembrar os bons tempos de Universidade na rea de pesquisa cientfica! Hoje sou professora de Qumica no Colgio Anchieta. Falo muito com os meus alunos sobre as pesquisas que tive oportunidade de participar no IPR e do mara-vilhoso trabalho que este centro realiza, dirigido pelo querido Prof. Joo Marcelo Ketzer. Encontrei na Revista PUCRS uma oportu-nidade de estimular e tornar in-teressante a pesquisa cientfica para os estudantes (tanto para futura formao acadmica, quanto profissional). Gostaria de disponibilizar 650 exemplares para os alunos do Ensino Mdio do Anchieta.Andressa EssweinPorto Alegre/RS Nossa Revista PUCRS de maro/abril ficou linda! Parabns a to-dos pelo trabalho cuidadoso e competente. Um timo ano letivo equipe!Beatriz OjedaDiretora da Faculdade de Enfermagem, Nutrio e Fisioterapia

    Quero agradecer reprter Vanes-sa Mello pela reportagem O inova-dor mtodo Chordata, na edio de maro/abril. Ficou totalmente fiel ao nosso trabalho. Estamos todos muito satisfeitos! Parabns equipe da Revista PUCRS.Vernica FrisonProfessora do curso de Fisioterapia

    Obrigada Revista PUCRS, mais uma vez, pelo convite em agre-gar ao tema Gente, na matria Talentosas mos, com os demais colegas! Com certeza, h muitos outros talentos dentre Gente da PUCRS e timo conhec-los. Amei o jeito que a Vanessa Mello escreveu sobre algo que uma de minhas paixes.Marion CreutzbergCoordenadora da Comisso Prpria de Avaliao

  • feiraUma dentro da PUCRSAlimentos orgnicos, fresquinhos, direto do produtor. Tudo isso encontrado na Feira Agroecolgica da PUCRS, todas as teras--feiras, das 11h s 19h, ao lado da Biblioteca Central. Uma variedade de frutas, legumes, verduras, pes, bolos, sucos, queijos e io-gurtes oferecida em banquinhas para a comunidade universitria.

    Hoje 14 produtores participam. Eles vm de diversas regies do Estado, mais de dez localidades. Alm da Regio Metro-politana, como Eldorado do Sul e Viamo, h cooperativas de Farroupilha, Flores da Cunha, Torres e Caxias do Sul, entre outras. Os produtos contam com as certificaes de orgnicos. Uma delas o selo do Minist-

    rio da Agricultura, Pecuria e Abas-tecimento. Nas

    H bancas de 14 produtores de vrias regies do Estado

    Produtos sem agrotxicos, saudveis e certificados

    Feira Agroecolgica valoriza a alimentao saudvel e a agricultura familiar

    [5]

    FOTOS: BRUNO TODESCHINI

    incubadorasocialpucrs.wordpress.com

    Prdio 40, sala 806 (51) 3353-7978 [email protected]

    Contato com a Incubadora

    pelo campus[ ]

    bancas, os participantes tambm exibem adesivos e indicaes.

    A valorizao da agricultura familiar, o cuidado com a alimentao, o uso de pro-dutos sem agrotxicos e o contato direto com os produtores so diferenciais valoriza-dos pelos frequentadores. Esses pontos so essenciais na manuteno da Feira dentro da PUCRS. Alm, claro, da possibilidade de conhecer quem produz o alimento e, s vezes, at as ferramentas usadas para plantar, fazer sucos e pes. Os cursos de Gastronomia, Engenharia de Alimentos e Nutrio tambm so parceiros e planejam aes para este ano.

    Pesquisadores, mestrandos e dou-torandos podem encontrar na Feira um terreno frtil para a pesquisa. Conversas, debates e discusses so estimulados. A

    ideia de explorar reas de estudo nas bancas partiu dos prprios pro-dutores. O espao est aberto, in-clusive, para aulas ao ar livre. O pro-fessor que tiver interesse s precisa entrar em contato com a Incubadora de Empreendimentos Solidrios e Tecnologia Social.

    Comunidade e lanches orgnicos

    Prximo s 9h, comea a movi-mentao. Os carros dos feirantes autorizados pela PUCRS estacionam e as bancas vo sendo montadas. At moradores dos arredores vm Feira, j que o bairro Partenon tem poucos espaos de orgnicos. No local, interessante ver as pessoas falando

    com certo orgulho porque a Universidade proporciona o evento.

    A Feira surgiu a partir de uma parce-ria com a Associao Agroecolgica do RS. Esse o filtro para selecionar os produto-res. Mas, desde 2012, a Incubadora Social realizava a Feira de Economia Solidria, e a Cooperativa Po da Terra estava presente. Depois de algumas conversas, veio a su-gesto de criar a Feira Agroecolgica da PUCRS, ressaltando o histrico e a presena da Cooperativa, na Feira do Bom Fim, atra-vs da Associao. O incio foi no segundo semestre de 2015, em frente ao Tecnopuc. A frequncia era mensal at que, devido ao sucesso, tornou-se semanal. O melhor espa-o, chamado de rua da feira, ficou sendo mesmo ao lado da Biblioteca.

    Uma banca de lanches orgnicos, com alimentos rpidos e saudveis, comear a integrar o cardpio das prximas feiras. O prximo passo ser realizar um assesso-ramento para os produtores que tiverem interesse em analisar as necessidades para o trabalho, por meio da Incubadora de Empreendimentos Solidrios e Tecnologia Social. O papel ser de entender as neces-sidades e os problemas dos produtores e auxili-los. [P]

  • [Por Vanessa Mello]

    PUCRS promove internacionalizao no Campus

    Portas abertas para omundo

    Quando se fala em in-ternacionalizao, o que vem a sua cabea? Bolsas de estudos para universi-dades de diversos pases, pesquisadores reconheci-dos mundialmente, disci-plinas em ingls, semin-rios com especialistas de diferentes naes, cursos e aulas com contedos globais, o programa Ami-go Universitrio, da Mobi-lidade Acadmica.

    Mas no s isso. Exposies no Museu de Cincia e Tecnologia em parceria com organiza-es internacionais, a Fes-ta das Naes do Instituto de Cultura, as apresenta-es da Orquestra Filar-mnica com participaes especiais vindas de fora, a maratona de carreira in-ternacional do Escritrio de Carreiras, que tambm conta com um programa

    Se voc no se interessar pelo mundo como um todo, nunca vai conseguir trabalhar em questes sem fronteiras, como mudanas climticas,

    poluio dos oceanos, paz mundial e refugiados. Se no tiver essa abertura e no for sensibilizado, ser um alienado

    que vive apenas no seu mundoRosemary Shinkai

    [6]

  • mundocapa[ ]

    [7]

    voltado para experincias profissionais no exterior. E tem mais! Um parque tecnolgi-co com cooperaes internacionais, que referncia na Amrica Latina, a comunica-o interna e externa sobre as atividades internacionais, alunos em mobilidade in e out e suas histrias, alm das visitas de representantes de instituies de ensino ao redor do mundo. Internacionalizao todo esse multiculturalismo, troca de experincias e de relacionamento.

    Um ambiente aberto para o mundo, que se aproxima de outros povos, de pen-samentos e culturas diferentes, com maior

    tolerncia e flexibilidade, facilitando tra-balhos em grupos interdisciplinares, mul-tiprofissionais, multiculturais e mesmo distncia. A internacionalizao vai alm de ultrapassar fronteiras fsicas para vivncias em outros pases.

    A assessora de Assuntos Interinstitu-cionais e Internacionais, Rosemary Shinkai, observa que grande parte desse processo acontece na prpria PUCRS por meio de atividades e eventos, professores estran-geiros, aulas e palestras com contedos in-ternacionais, possibilitando essa experincia global a todos, especialmente aos que no

    encontraram em seu caminho a oportuni-dade de fazer as malas e participar de um intercmbio.

    Hoje a PUCRS tem 333 convnios vigen-tes com 217 instituies de 36 pases. A in-ternacionalizao em uma universidade que se prope a formar no s um profissional, mas um cidado do mundo, fundamental e no est apenas no eixo do ensino, mas na pesquisa, na extenso e na gesto, por meio de trocas com os parceiros internacionais, da absoro de boas prticas e, principal-mente, ao inserir no Campus o conceito de globalizao, destaca Rosemary.

    FOTO: SHUTTERSTOCK

  • Em 2015, a Mobilidade Aca-dmica normatizou uma srie de questes que ampliaram a pos-sibilidade de intercmbio tanto para alunos internacionais quanto para brasileiros. Agora, estudantes estrangeiros podem vir PUCRS apenas para fazer estgios. Por trs meses, Montserrat Quesada Rojas atuou em anestesiologia e urologia na Faculdade de Medicina. Estu-dante do ltimo ano de Medicina da Escuela Nacional de Medicina do Instituo Tecnolgico de Mon-

    Dentre as aes de inter-nacionalizao do currculo da PUCRS est a oferta de disciplinas em ingls. Atualmente as Facul-dades que contam com alguma aula no idioma so Arquitetura e Urbanismo, Comunicao, Direito, Engenharia, Farmcia, Nutrio e Fisioterapia, Informtica, Letras, Administrao, Contabilidade e Economia, alm dos cursos de Geografia e Servio Social, da Es-

    cola de Humani-dades.

    A disciplina Fundamentos de Empreende-dorismo Digital est na sua ter-

    ceira turma e promove uma di-nmica entre alunos da PUCRS e estrangeiros, tanto da graduao quanto da ps. As aulas so em grupos, sempre com um estran-geiro em cada, fazendo com que todos falem em ingls. preciso desenvolver uma ideia de produto digital e valid-la com potenciais clientes. Assim, todos devem sair pelo Campus e interagir com a co-munidade. Alm da oportunida-de de falar ingls, uma troca de culturas. Em um mundo globaliza-do preciso ser confrontado com o idioma. um diferencial para o mercado, comenta o professor responsvel Rafael Matone Cha-nin, da Informtica.

    A mexicana Montserrat

    veio conhecer o sistema

    de sade do Brasil

    Aprendizado dinmico do idioma entre alunos da PUCRS e estrangeiros

    Novas possibilidades

    Aulas em ingls

    Outra resoluo aprovada em 2015 foi a possibilidade de aprovei-tamento de disciplinas para alunos que fazem intercmbio em uni-versidades no conveniadas com a PUCRS. Assim, Luiz Daniel Silva embarcou para a Mary Immaculate University, na Irlanda, em janeiro de 2016. Aluno do 9 semestre de Psicologia, estudar na cidade de Li-merick, at junho. Eu me arrepen-dia de no ter participado antes da Mobilidade Acadmica. Agora vejo que no estaria pronto, avalia. Silva ficou em segundo lugar na seleo para a vaga, mas recebeu uma ofer-ta de bolsa da instituio irlandesa.

    Sobre a experincia garante que ela desenvolve seu senso crtico.

    Uma terceira prtica imple-mentada em 2015 foi a aber-tura para free movers (alunos estrangeiros de universidades no conveniadas). Tnhamos bastante procura e antes no podamos aceitar. Agora, eles pagam o mesmo valor que um aluno PUCRS e podem vir para fazer laboratrio de pesquisa ou para estudar. Recebem carteiri-nha de estudante, tm acesso Biblioteca, participam da recep-o aos alunos internacionais e contam com apoio de um ami-

    go universitrio, comemora Flvia Thiesen, coordenadora de Mobili-dade Acadmica.

    Luiz Daniel Silva, da Psicologia, faz

    intercmbio na Irlanda

    Aproveitamento de disciplinas

    terrey (Mxico), escolheu o Brasil para conhecer o sistema de sade em um pas de grande porte.

    J formada, Monserrat conta que aprendeu muitas coisas que ainda no havia estudado no Mxi-co, como realizar procedimentos e manejar certos tipos de pacientes. Durante sua estada, a jovem de 24 anos alugou um quarto na casa de uma famlia, convivendo com o ca-sal de brasileiros, uma japonesa, uma sueca e um cachorro. Todos foram muito amveis comigo. Ex-

    plicavam como chegar nos lugares ou at me levavam, me ensinaram palavras em portugus, convidavam para almoar, se preocupavam se eu estava aprendendo e se entendia por que um determinado tratamento havia sido escolhido, conta.

    [8]

    FOTO: ARQUIVO PESSOAL

    FOTO: CAMILA CUNHA

    FOTO: BRUNO TODESCHINI

  • Uma das atividades de internacionaliza-o do Campus o Programa Amigo Univer-sitrio. A Mobilidade Acadmica estimula que estudantes da PUCRS, nos cursos de graduao e de ps-graduao, participem como voluntrios assistindo intercambis-tas durante seu perodo na Universidade. A troca de experincias e de culturas rica para os dois lados e pode resultar em for-tes amizades. Victoria Herr Llano veio da Espanha em 2015/2 para cursar um ano de Publicidade e Propaganda e Relaes Pblicas. Diz que gosta muito da Universi-dade, que o pessoal tri legal e que foi muito bem recebida por Raquel Bins, aluna de RP e amiga universitria. Ela a melhor. Fomos colegas em algumas disciplinas e me ajudou muito, alm de me dar dicas gerais da cidade e da PUCRS. Ficamos muito ami-gas e Raquel est convidada a me visitar na Espanha!, garante.

    Raquel ajudou com questes burocr-ticas relativas ao intercmbio e adaptao na cultura local e idioma, explicou siglas como CPF, RU e TRI. Aprendeu e ensinou muito e elogia a amiga. Mudou minha vida. Tenho outro olhar sobre tudo que envolve minha formao e questes in-ternacionais ligadas ao meu curso e pro-fisso, afirma.

    Amigo Universitrio

    [9]

    No Centro de Educao Superior, alu-nos do Programa de Ps-Graduao em Educao (PPGEdu) participam do semin-rio Dilogos Internacionais, onde contam suas experincias de estgio ps-doutoral no exterior e os colegas estrangeiros falam de seus pases. Outro momento de troca ocorre nas reunies discentes mensais. uma forma de construir uma cultura de in-ternacionalizao. Cada estudante que vai e volta uma relao institucional e uma oportunidade que se abre e que pode ter continuidade para outros colegas e profes-sores, salienta a coordenadora do progra-ma, Isabel Carvalho.

    Neste ano, o PPGEdu fez adaptaes no processo de ingresso para contemplar alu-nos estrangeiros. Pela primeira vez a prova foi realizada no pas de origem do candida-to, identificando docentes de universidades locais para aplicarem o exame, escane-lo e envi-lo por e-mail. A entrevista de se-leo foi via Skype. A chinesa Luoyuan Liu

    (em portugus, chama-se Aida) participou dessa modalidade de seleo, foi aprovada e est cursando o mestrado. No ltimo ano do curso de Letras Ingls/Portugus, um dos meus professores brasileiros, Amil-car Bettega, escritor gacho e doutor pela Faculdade de Letras, recomendou a PUCRS por ela ter nota muito alta na rea de Educao na avaliao da Capes. Fiz a inscrio e passei por to-dos os procedimentos. Com a nova tecnologia, facilita-se o processo e amplia-se a comunicao, detalha.

    Desde maro no Brasil, esta a primeira vez de Aida fora da China. Para ela, a experincia ser funda-mental na preparao como cidad do mundo, capaz de se adaptar a um novo ambiente e viver na socieda-de global de hoje. Quero trazer a cul-

    Mestranda Luoyuan Liu: primeira vez

    fora da China

    A mexicana Leslie Quiroz destaca

    a experincia de morar com uma famlia brasileira

    A espanhola Victoria Llano (E)

    e a aluna de RP Raquel Bins

    Dilogos Internacionaistura e a voz dos nossos jovens. Pretendo vol-tar China com conhecimentos profundos do Brasil e ajudar os povos dos dois lados a entender melhor um ao outro, fazendo a amizade sino-brasileira mais forte e sli-da, planeja.

    FOTO: CAMILA CUNHA

    FOTO: CAMILA CUNHA

    FOTO: BRUNO TODESCHINI

    Aurici Azeve-do da Rosa con-cluiu o mestrado em Educao em 2015 e conheceu a mexicana Leslie Quiroz durante a banca de um cole-ga. No participou do Programa Ami-go Universitrio, mas tambm criou um forte lao. Fiquei sabendo que ela estava procurando um local para morar. Como meu filho estava sain-do de casa, eu ficaria com um quar-to livre e resolvi oferecer, conta. A troca cultural permitiu ver como o Brasil visto no exterior, como a educao se d em outros pases, ganhando mais um ponto de refe-rncia para a avaliar a realidade. Para Leslie, que foi convidada a falar sobre a comemorao do Dia dos Mortos na Semana Acadmica de Pedago-gia, a experincia permitiu conhecer completamente a cultura local. Fui bem recebida por todos e foi muito legal morar com uma famlia bra-sileira, observa.

  • Dentre as muitas atividades desenvolvidas pelo Escritrio de Carreiras, existem as voltadas para alunos que desejam buscar uma carreira in-ternacional, tanto brasileiros quanto estrangeiros. Quando um estudante PUCRS est em intercmbio conta com apoio remoto do escritrio. Temos uma lista das empresas que contratam brasileiros com mais frequncia. Orientamos que procurem as que oferecem vagas na sua rea. Se conseguem uma entrevista, ns o preparamos via Skype. Tam-bm orientamos seu currculo para os moldes do pas onde est e seu LinkedIn para dois idiomas, conta a consultora Rafaela Bello.

    Da mesma forma, a Mobilidade encaminha os alunos internacionais que esto na PUCRS para participar de aconselhamentos de carreira, com orientaes para transfor-mar o currculo no modelo brasileiro, preparao para entrevista e mapeamento das companhias com este perfil. No incio do ano, Rafaela estava atendendo mais de 17 alunos estran-geiros. A cereja do bolo so os estgios internacio-nais. Contamos com grande parceria do Tecnopuc e das empresas instaladas. A Able

    Yahsiel Torres saiu de Orlando para

    cursar Engenharia Mecnica

    A cereja do bolo

    Integrao e sociabilidade so a lngua me em termos de internacionalizao. Muitos eventos so realizados para colocar as diferentes culturas que habitam o Campus em contato. Na Faculdade de Letras, acadmicos de Angola participaram de uma disciplina de Literatura Portuguesa falando sobre seus escritores. No curso de Geografia, estiveram presentes na semana acadmica.

    Para alunos in e out, a Mobilidade Acadmica promove aes como a Noite no Museu, estimu-la a participarem da Festa das Naes, e planeja uma atividade na qual os estrangeiros possam apresentar suas realidades. Tambm pensamos em um projeto com o curso de Gastronomia fa-zendo receitas tpicas dos pases que esto aqui representados, comenta Flvia.

    O cabo-verdiano Antnio Pedro Barbosa Car-doso veio para a PUCRS fazer doutorado em Edu-cao. Recebeu convites da direo do curso para eventos, em que foi protagonista. Tive a oportu-nidade de partilhar um pouco da frica com os meus colegas, destaca. Falou sobre o panorama cultural e religioso de seu pas, festas, culinria, eventos e vivncia.

    A proposta oportunizar o contato com alu-nos de outras realidades, algo que o prprio mer-

    Lngua meDicas para decolar l fora Se tiver a oportunida-

    de, participe de um intercmbio;

    Enquanto estiver no exterior, embarque em uma viagem cor-porativa enriquece-dora e de curta dura-o realizando visitas tcnicas e participe de palestras e semi-nrios;

    Procure um estgio de frias durante seu intercmbio. Existem oportunidades em diversas reas como Marketing e Pesquisa de Mercado, Enge-nharia, Publicidade e Propaganda, Admi-nistrao, ONGs, Or-ganizao de Direitos Humanos, Servio para Cliente, Comr-cio, Organizaes In-ternacionais, Viagem e Turismo, Hotelaria, Servios Financeiros, TI, entre outras;

    Assista a aulas como ouvinte nas universi-dades internacionais;

    Participe do progra-ma Amigo Universi-trio para uma troca cultural e de experi-ncias;

    Se no puder fazer um intercmbio, faa disciplinas em ingls;

    Procure o Escritrio de Carreiras para uma orientao vol-tada carreira inter-nacional;

    Invista em um segun-do idioma.

    Veja mais dicas nos sites http://goo.gl/ytfR3Z e http://goo.gl/g591Yb.

    Fonte: Rafaela Bello, consultora de carreiras

    FOTO

    S: ARQ

    UIV

    O PESSO

    AL

    [10]

    Center j entrevistou trs alunos em duas etapas do processo seletivo. A Toth Tecnologia est com trs currculos para iniciar a seleo, revela.

    O norte-americano Yahsiel Torres saiu de sua universidade em Orlando, onde estudava Enge-nharia Mecnica, para cursar um ano na Facul-dade de Engenharia, em 2015. Alm das aulas, participou da iniciao cientfica e fez estgio na Dell. Fizemos essa mediao com a empresa e ele teve um retorno bem positivo na carreira. Tam-bm o orientei para a bolsa de IC. Nosso objetivo que os alunos interna-cionais tenham, alm da experincia acadmica, a de mercado, conclui Rafaela.

    cado de trabalho requer. Se estamos preocupados com o respeito diferena, temos que conhecer o diferente. Mais que tolerncia, a pro-posta ajudar numa abertura ao dilogo, explica o professor Jos Romaldo Klering, da disciplina de Humanismo e Cultura Religiosa. Cardoso tambm organizou uma semana sobre Cabo Verde, para apresentar a cultura, os hbitos e comemorar os 40 anos de independncia de seu pas. Ficou conheci-do como embaixador de Cabo Verde na PUCRS.

    Cardoso: Partilhei um

    pouco da frica com

    meus colegas

  • Internationalization goes beyond crossing physical borders in order to experience life abroad. A great deal of this process can be seen within the premises of PUCRS, by means of activities and events, visiting professors, international topics addressed in classes and lectures, enabling a global experience to everyone. Today, PUCRS has 333 agreements in effect with 217 institutions from 36 countries.

    I n 2 0 1 5 , n e w e x c h a n g e opportunities were created for both international and Brazilian students, which include the visit of international students for the sole purposes of doing an internship, credit transfer for students who exchanged in universities with which PUCRS does not have a current agreement, and openings for free movers. Programs such as Architecture and Urbanism, Communication, Law School, Engineering, Pharmacy, Nutrition and Physiotherapy, Computer Science, Language Arts and Literature, Business Administration, Accounting, Economics, Geography and Social Service now offer courses taught in English.

    Many events are held in order to bring together the different cultures that comprise the Campus, such as Noite no Museu and Festa das Naes. One of the highlights is the Programa Amigo Universitrio, in which both undergraduate and graduate students volunteer to assist the exchange students during their stay here.

    The Careers Office promotes fairs and workshops geared towards internationalization. In addition, it offers orientation sessions on how to write a suitable resume for the country they are exchanging, a LinkeIn profile in two languages, as well as assistance in finding internship opportunities, for both incoming and outgoing students.

    Open doors to the world

    [in english]Contedo em ingls

    [11]

    Muitas vezes, ao retornar para o pas de origem, a pessoa pode ter dvidas ou dificul-dades sobre como se recolocar no mercado, como planejar a vida profissional ou que empresas procurar. Neste sentido, o Escri-trio de Carreiras e a Mobilidade Acadmica promovem o evento chamado Voltei para o Brasil e agora? So workshops e palestras, com convidados que j passaram por essa si-tuao, para envolver alunos e diplomados.

    Em 2015 foi criada a Maratona de Car-reira Internacional. Durante dois dias, o escritrio trouxe para o Campus especia-listas no assunto e mobilizou mais de 600

    pessoas. O evento ter segunda edio em outubro de 2016.

    A Feira de Carreiras considerada a maior do Sul do Brasil e movimenta de 7 a 10 mil pessoas por edio. Desde 2015, conta com ilhas temticas com um local de carreira internacional e forte parceria da Mobilidade Acadmica. Para 2016 fare-mos a ilha mais interativa, vivencial. Vamos usar a tecnologia a nosso favor e estamos preparando algumas surpresas, garante a consultora Rafaela Bello. O evento ser nos dias 11 e 12 de maio, no Centro de Eventos do Campus (prdio 41).

    Pascal Schmidt veio da Alemanha cursar Cincias Sociais

    Foco na carreira

    Luciele Comunello fez parte do doutorado na Esccia

    O intercmbio de alunos de gradua o, ps-graduao e professores um dos pi-lares da internacionalizao da educao. Permite ao estudante adquirir competn-cias tcnicas que so diferenciais para o mercado de trabalho, como dupla titulao, conhecimento de lnguas, insero em ou-tras culturas e o entendimento de diferen-tes realidades. Nada qualifica tanto para a formao integral do indivduo, que aprende a respeitar as diferenas, a se comunicar, a se virar em outra lngua nas mais diversas situaes, desenvolve autonomia, aponta Flvia Thiesen, coordenadora da Mobilidade

    Acadmica. Luciele Comunello

    ingressou no doutorado em Educao em 2013 e j planejava fazer par-

    Chegadas e partidas

    FOTO: ARQUIVO PESSOAL

    FOTO: BRUNO TODESCHINI

    te de sua pesquisa no exterior. Em abril de 2015, chegou na Esccia para estada de um ano em St. Andrews, onde pesquisou a Eco-vila Findhorn. Famosa no mundo new age, a comunidade matriz na busca de um estilo de vida mais sustentvel, com menor im-pacto ambiental. A oportunidade nasceu de uma parceria do Grupo de Pesquisa Interdis-ciplinar e Interinstitucional Sobrenaturezas, coordenado pela professora Isabel Carvalho, orientadora de Luciele, com o professor Timm Ingold, da Universidade de Aberdeen. Foi atravs do trabalho deste pesquisador que encontrei a professora Christina Toren, minha supervisora na Universidade de St. Andrews. Ela referncia no campo da antropologia, trabalhando com temticas como aprendizagem, reconhece Luciele.

    Pascal Thorbjrn Schmidt saiu da Uni-versidade de Bonn, na Alemanha, em 2015 para estudar durante um ano na PUCRS. O aluno de Cincias Sociais e Letras quer con-tribuir para o dilogo intercultural e conhe-cer um novo ambiente acadmico. Me faz refletir muito sobre cosmopolitismo. Somos todos filhos e filhas de Deus, crescendo em pases diferentes, nas mais variadas cultu-ras e religies, falando idiomas diversos, mas na verdade h uma humanidade s, considera.

    No semestre passado, o jovem de 22 anos se engajou em um projeto de volun-tariado pelo Centro de Pastoral e Solidarie-dade. Visitou a Pequena Casa da Criana, onde ensinou espanhol. Foi uma experi-ncia particularmente linda e inspiradora, conhecer aquelas crianas, a maioria de

    famlias vulnerveis, mas com um sorriso que parecia poder mudar o mundo, re-flete. [P]

  • hormnio do amorProjetos

    desvendam Grupo investiga papel da ocitocina

    na depresso e comportamento

    de idosos

    [12]

    Um idoso que tem uma boa rede de re-lacionamentos pare-ce estar mais longe de doenas ou lidar melhor com elas. O contato social faz bem. At a nenhuma

    novidade. Mas a chave pode estar na libera-o do hormnio do amor, a ocitocina. Por isso no basta dar uma frmula lctea para o recm-nascido. A amamentao estimula a produo da substncia, o que melhora o vnculo entre me e beb e afeta todo o seu desenvolvimento. A natureza humana de relacionamento e contato. Os idosos devem estimular vnculos afetivos e sociais, como abraar e beijar amigos e familiares e man-ter a vida sexual ativa e prazerosa, afirma a professora Maria Gabriela Gottlieb, bolsista de ps-doutorado do Programa de Ps-Gra-duao em Gerontologia Biomdica.

    A pesquisadora e suas orientandas de doutorado Camila Jacondino e Laura Ro-semberg, com o professor da PUCRS Irnio

    Grupo pioneiro: Maria Gabriela (E) e as doutorandas

    Laura e Camila

    Amostras de sangue analisadas no Laboratrio de Bioqumica, Gentica Molecular e Parasitologia

    Gomes e o psiquiatra suo Armin Von Gun-ten, integram grupo pioneiro no Pas a investigar o papel da ocitocina e do poli-morfismo do recep-tor do gene do hor-mnio na depresso e no comportamento sexual e alimentar de idosos. No final do ano passado, as trs publi-caram dois captulos no livro Advances in oxytocin research, da editora Nova Science Publisher (EUA).

    Enfermeira, Ca-mila tenta desvendar o polimorfismo do gene receptor da ocitocina em idosos atendidos pelo Programa de Envelheci-mento Cerebral (Pence), do Instituto de Geriatria e Gerontologia da PUCRS em par-ceria com a Secretaria Municipal da Sa-de. A meta relacionar essas informaes com sintomas de depresso. Os pacientes vm para consulta com psiquiatra, no Hos-pital So Lucas, agendadas por agentes comunitrios de sade. Esses pro-fissionais, alm de enfermeiros e mdicos de equi-pes de Estratgia de Sade da Fa-mlia, foram capa-citados pelo Pen-

    ce, coordenado por Gomes. As amostras de sangue dos idosos para a genotipagem so realizadas no Laboratrio de Bioqumi-ca, Gentica Molecular e Parasitologia, do IGG, com a colaborao da aluna de mes-trado Cristiane Borges. Demais avaliaes ocorrem nos postos.

    A meta de Camila incluir 400 pa-cientes no estudo, comparando um grupo saudvel com outro que apresenta diag-nstico de depresso. A ideia dessa inves-tigao partiu de conversas com o profes-sor visitante do programa, Von Gunten. O psiquiatra estuda os fatores que determi-nam a expresso clnica da demncia, em particular sndromes comportamentais e psicolgicas.

    A nutricionista Laura investigar a re-lao entre o hormnio, obesidade, com-portamento alimentar e sexual. Quere-mos responder se idosos obesos ou sarco-pnicos (que perdem massa e fora mus-cular) apresentam alterao na ocitocina e no hbito alimentar, diz a doutoranda. Uma das hipteses de que sndromes de hiperfagia (aumento anormal do apetite) ocorram quando h menor atividade da ocitocina. No incio de 2017 sero divulga-dos os resultados dos estudos. [P]

    FOTO

    S: CA

    MILA

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  • hormnio do amor

    [13]

    Produzida pelo hipotlamo, regio do encfalo, sendo armazenada na neuro-hipfise, a ocitocina promove contraes musculares uterinas para expulso do beb, sendo administrada aps o parto para reduo do sangramento. Estimula a liberao do leite materno, desenvolve ape-go e empatia entre as pessoas e est envolvida no prazer. Alguns especia-listas recomendam a substncia intranasal para estimular o aleitamento. Maria Gabriela enfatiza a importncia do bem-estar materno durante a gestao e do cuidado dos pais aps o nascimento e durante toda a infncia. So fases cruciais para um timo desenvolvimento do siste-ma nervoso central, no qual a ocitocina desempenha um papel-chave.

    Vnculos e afeto

    Os grupos sanguneos e a variao canhoto/destro so dois exemplos de polimorfismos genticos. Em uma mes-ma espcie, o genoma bastante simi-lar, mas em determinadas localizaes dos cromossomos pode haver variabili-dade na sequncia de DNA. Se isso ocor-

    re em uma frequncia superior a 1% da populao, chamado de polimorfismo. O gene receptor da ocitocina e outros polimorfismos vm sendo investigados em idosos devido sua associao com doenas crnicas no transmissveis re-lacionadas ao envelhecimento.

    Mais sobre polimorfismo

    pesquisa[ ] [extra]

    Confira dicas das profissionais do IGG sobre comportamento e

    alimentao para envelhecer com sade em www.pucrs.br/revista

    ou baixe o aplicativo Revista PUCRS, disponvel para iOS e Android.

    Professor Maria Gabriela Gottlieb, a postdoctoral fellow from the Graduate Program in Biomedical Gerontology, and PhD candidates Camila Jacondino and Laura Rosemberg, along with Professor Irnio Gomes and researcher Armin Von Gunten, are taking part in a pioneering research group in the country, intended to study the role of Oxytocin and the polymorphism of its receptor gene in depression, sexual and eating behavior, and body composition during ageing. At the end of last year, they had two chapters published in the book Advances in oxytocin research, published by Nova Science Publisher (USA).

    Camila, who is a nurse, tries to find out the polymorphism o f t h e r e c e p t o r g e n e o f oxytocin, that is , whether genetic variation has been observed in the elderly who seek treatment at the Programa de Envelhecimento Cerebral Pence (Brain Ageing Program Pence), of the Institute of Geriatrics and Gerontology through a partnership with the Municipal Health Department. Laura, who is a nutritionist, will work on the connection between the hormone, obesity and sarcopenia. Results are expected to come out in the beginning of 2017.

    Projects unravel love hormone

    [in english]Contedo em ingls

    Marta Sueli Pinheiro, 68 anos, moradora do Bairro Partenon, em Por-to Alegre, pediu encaminhamento do posto a um psiquiatra para seguir firme numa deciso de cunho pessoal. Quero apoio para no perder a fora e continuar, relata. Ao menor sinal de tristeza, no deixo acon-tecer. Aposentada, continua trabalhando em casas de famlia. Desde os dez anos cuida de crianas. Nos fins de semana, gosta de churras-co acompanha-do de cerveja e bons amigos.

    Fora para continuar

    Marta: Ao menor sinal de

    tristeza, no deixo acontecer

  • Avanopara entender o

    InsCer faz descoberta indita que

    auxilia no estudo do

    desenvolvimento embrionrio das

    epilepsias

    O neurocientista Daniel Marinowic, do Instituto do Crebro do RS (InsCer), fez uma descoberta indita relacionada s epi-lepsias causadas por Displasias Corticais Focais. Ele criou o primeiro modelo celular do mundo para estudar o desenvolvimento embrionrio das epilepsias que no respon-dem a qualquer tipo de medicao e que so originadas pela doena. A proposta entender o que acontece na formao do crebro para que resulte em tantas altera-es e na ocorrncia de epilepsia.

    Em exames de imagem possvel ob-servar a displasia. reas de maiores leses so mapeadas para retirada cirrgica em caso de crises convulsivas frequentes, j que a doena refratria e medicamen-tos no surtem efeito. Porm, ainda no se sabe o que ocorre intra-tero para

    que o crebro fique assim. Temos uma organizao em ca-mada no crebro. Somente organizado em perfeio ele fun-

    pesquisa[ ]

    Daniel Marinowic com integrantes do grupo de pesquisa

    uma das formas mais frequentes de malformaes do desenvolvimento cor-tical. O paciente apresenta malforma-o no crebro bastante significativa. A doena geralmente diagnosticada na infncia e causa, entre outros proble-mas, epilepsia. Quem displsico pode apresentar grande comprometimento neurolgico e comportamental, como deficincias cognitivas, de memria, de interao social, alm da refratariedade no tratamento das crises convulsivas.

    ciona bem. Esses pacientes, alm de terem alterao morfolgica e de arquitetura, tm clulas cerebrais maiores e desor-ganizadas. Pode haver uma infinidade de probabilidades sobre as causas. A pesquisa quer entender isso, explica Marinowic.

    Com o modelo celular, criado a par-tir de um pequeno pedao de pele de pacientes que passaram por cirurgia, o neurocientista considera possvel estudar a formao do crtex e as possveis altera-

    es que possam estar relacionadas. Hoje temos a placa de cultura aqui. Seguramos na mo o que pode nos direcionar a en-tender as displasias, porque o crebro se formou assim e, talvez, at ajudar a en-contrar um novo tratamento, contribuin-do para a reduo da refratariedade aos medicamentos e, como consequncia, da cirurgia, empolga-se.

    O estudo foi desenvolvido com o gru-po de pesquisa do Laboratrio de Neu-rocincias do InsCer. A equipe formada por pesquisadores do InsCer e do Instituto de Pesquisas Biomdicas (IPB), pelo chefe do Servio de Neurologia do Hospital So Lucas (HSL), Andr Palmini, pelo chefe do Servio de Patologia, Vinicius Duval, pelo neurocirurgio Eliseu Paglioli, pela coor-denadora do Laboratrio de Biologia Ce-lular e Molecular do IPB, Denise Cantarelli Machado, e coordenado pelo diretor do InsCer, Jaderson Costa da Costa, alm da equipe de epilepsia do HSL e por alunos de graduao de Biologia e de ps-graduao em Medicina.

    FOTO

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  • para entender ocrebro

    [15]

    Modelo celular criado a partir de um pequeno pedao de pele

    de pacientes

    Para a criao do modelo celular foi utilizada a Tcnica iPSC (em portu-gus, clula tronco pluripotente indu-zida). Durante duas cirurgias realizadas no HSL, um peque-no pedao de pele dos pacientes com displasia tipo IIb foi retirado (com con-sentimento), aproveitando a inciso cirr-gica. Esse fragmento foi levado ao labora-trio, para ser reprogramado. Usamos a pele como matriz e cultivamos in vitro um tipo celular estrutural que o fibroblasto, clula mais abundante da derme. Passa-mos ento a ter uma cultura de clulas de uma pessoa com displasia cortical, explica Marinowic.

    A chave da tcnica reprogramar a clula depois de cultivar o fibroblasto adul-to, com uma exposio a quatro vetores virais (vrus respiratrios atenuados) que carregam genes de interesse e conferem a pluripotncia. Assim desenvolvemos uma clula com as mesmas caractersticas

    Criao do modelo celular

    A partir da criao dos modelos celu-lares de pacientes displsicos, Marinowic pretende comprovar que a alterao na formao do crebro est relacionada s encontradas na primeira fase do estudo. Para isso, planeja utilizar tcnicas mais es-

    pecficas como bloqueio da expresso de um gene, por exemplo.

    A prxima etapa confirmar os trs achados (relacionados proliferao celular, ao controle de morte celular programada pelo organismo e em protenas de adeso

    celular) e, para isso, o neurocientista rece-beu bolsa de ps-doutorado. Pode ser que a chave da refratariedade seja respondida aqui. Talvez a pessoa possa continuar seu tratamento com remdios sem necessidade de cirurgia, projeta. [P]

    Prximo passo

    Foi descrita em 2006 pelos pesquisadores japoneses Kazutoshi Takahashi e Shinya Yamanaka, Prmio Nobel de Medicina. Hoje no Brasil somente dois locais ge-ram clula tronco pluripotente induzida, a Universidade Federal do Rio de Janeiro e a PUCRS. Somos os primeiros a usar a metodologia para esse tipo de pato-logia. No mundo no existe outro grupo que tenha gerado iPSC ligado a displasia cortical, afirma Marinowic.

    Os neurnios nascem em um lugar e pre-cisam migrar para outro para formar o crebro. Tudo tem que funcionar correta-mente para a migrao ocorrer. um pas-so importante, bem como a diferenciao dessa clula, que nasce como uma clula precursora neural, em uma rea especfi-ca do crebro em formao, modifica-se para iniciar a etapa de migrao, migra at um local especfico e l se diferencia de um neurnio maduro. o conjunto de neurnios que forma todo o crebro.

    Ao se colocar quatro genes dentro de fibroblasto, essa clula retorna ao es-tado embrionrio. Qual a diferena entre uma clula adulta e uma clula embrionria? A diferena, ou o motivo de se tornar adulta, que esses qua-tro genes so silenciados ao longo do desenvolvimento dos tecidos. J numa clula embrionria, os genes no so silenciados.

    das embrionrias e com capacidade de gerar qualquer tipo celular. Se houver algo errado no de-senvolvimento do crebro, o neuro-desenvolvimento embrionrio, vemos no laboratrio uma possvel alterao do processo, afirma.

    As clulas do te-cido displsico tm alteraes em alguns sentidos, numa via de sinalizao, num de-terminado conjunto de genes responsveis por migrao celular e diferenciao, pro-

    liferao, mas no se conhece o cunho ge-ntico disso. Para saber exatamente o que observar, a equipe mapeou o crebro adul-to atrs de pistas. Como o crebro desses pacientes tm essa configurao diferente, sempre se trouxe como hiptese alterao na migrao celular durante a formao do crebro ou na sua diferenciao, revela.

    Foram percebidas alteraes em al-guns genes relacionados a proliferao celular, ao controle de morte celular pro-gramada pelo organismo e em protenas de adeso celular. Essas alteraes so diferentes quando comparadas com iPS de pessoas saudveis.

  • Avaliao daconformidade foco de pesquisa

    Pesquisadores: Alexandra Schuh (E), Marcus Pinto, Noara Foiatto e Filipe Albano

    novidades acadmicas

    [ ]

    [16]

    O Laboratrio de Engenharia de Sistemas de Produo (Lesp) foi criado em 2014 para possibilitar a ampliao e o desenvolvimen-to de novos estudos na rea. Uma de suas novas linhas de pesquisa focada em ava-liao da conformidade, trabalhando temas como certificao, avaliao de laboratrios, qualquer tipo de ensaio, calibrao, com-paraes interlaboratoriais, validao de mtodos, entre outros. A linha se aplica na indstria, comrcio, servios e laboratrios em geral. O professor Filipe Albano, do cur-so de Engenharia de Produo e idealizador do grupo de pesquisa, diz que a proposta trabalhar um tema relativamente novo de forma multidisciplinar.

    No Brasil, o Inmetro um dos respon-sveis pela avaliao da conformidade para proteger o consumidor e fortalecer o merca-do. O Lesp busca mais bases cientficas para trabalhar com desenvolvimento tcnico de pesquisas que unam a prtica com a teoria nessa rea de conhecimento. O grupo que atua no laboratrio formado pelos profes-sores Filipe Albano e Hlio Hadke, da PUCRS, Etiene Mendes, da UFRGS, Morgana Pizzola-to, da UFSM, alm de tcnicos, alunos e ex--alunos da Universidade. Eles realizam reu-nies semestrais para alinhar as pesquisas. O Labelo (Laboratrios Especializados em Eletroeletrnica) da PUCRS tambm est

    agregado ao nosso trabalho de pesquisa, completa o docente. Do Labelo participam os pesquisadores Noara Foiatto, Marcus Pinto e Alexandra Schuh.

    O objetivo ampliar publicaes cien-tficas em peridicos e congressos na rea de avaliao da conformidade. Po-rm, o diferencial aliar a pesquisa com atividades prticas de vivn-cia em laboratrio. H muitos ex-alu-nos que iniciam o estudo nessa rea no TCC e agora podem continuar seus estudos para consolidar a pu-blicao junto ao Lesp, comenta Albano.

    Diferentes la-boratrios so uti-lizados e, por isso, no h um espao fsico especfico. Algumas das atividades tm base em fatos que j foram testados em laboratrios. Se o pessoal do Labelo encontra uma dificul-

    dade para trabalhar ou percebe uma lacuna tcnica na rotina, avaliamos a possibilidade de desenvolver uma pesquisa, ressalta como exemplo.

    Em 2015, o grupo teve publicaes em revistas nacionais e internacionais (incluindo

    peridicos da Europa e dos EUA onde h veculos muito re-levantes na rea da Engenharia), alm de participao em congressos. A pro-posta agora incluir bolsistas de iniciao cientfica. A linha de pesquisa j possui vinculao com a Ca-pes. A meta conjunta produzir mais pu-blicaes e investiga-es na rea, de for-ma a contribuir com a melhoria da avalia-o da conformidade e desenvolvimento da metrologia e da qualidade, temas im-

    portantes no apenas para Engenharia de Produo, mas para todos os cursos de base tecnolgica da Universidade. [P]

    Laboratrio de Engenharia de

    Sistemas de Produo trabalha temas como

    certificao, avaliao de laboratrios,

    qualquer tipo de ensaio, calibrao,

    comparaes interlaboratoriais

    e validao de mtodos

    FOTO: CAMILA CUNHA

  • Duas imagens enviadas por professores da PUCRS fazem parte da segunda edio da Mostra de Arte Cientfica Brasileira. A primeira foi retirada do Atlas Virtual de Histologia da Faculdade de Biocincias e capturada em 1997, quando um grupo de alunos ficava horas observando lminas didticas no microscpico e selecionando materiais de interesse para aulas da rea da sade. A outra imagem foi obtida para fins de pesquisa no Laboratrio Central de Microscopia e Microanlise (LabCEMM), do Instituto de Pesquisa & Desenvolvimento (Ideia) da Universidade.

    O professor Emilio Jeckel Neto, que criou o Atlas Virtual com alunos, diz que trs geraes j acessaram o contedo. O site www.pucrs.br/fabio/histologia/atlasvirtual foi atualizado at 2004. Quando surgiu, na dcada de 1990, havia muitos problemas tcnicos. Hoje, os alunos, em aulas de mi-

    Imagens cientficas de professores da PUCRS integram mostra on-line

    Fazendo

    A exposio, com 24 peas, pode ser vista pelo www.artbiobrasil.org. O objetivo tornar a cincia mais acessvel para o grande pblico, es-timular o dilogo entre a comunida-de cientfica e a sociedade, divulgar trabalhos de emergentes e consagra-dos pesquisadores e suas universida-des. Em 2014, a mostra on-line rece-beu mais de 40 mil visitantes de 57 pases. No mesmo ano, o projeto foi aceito no Google Cultural Institute.

    Fonte: ArtBio

    Onde acessar

    cincia[ ]

    A imagem acima mostra astrci-tos do crtex cerebral de rato, clu-las que do suporte metablico aos neurnios, atuando como uma bar-reira hematoenceflica, ao impedir que o sistema nervoso receba subs-tncias do sangue. Abaixo, a ima-gem exibe uma regio do encfalo de um rato autista. As duas esto ampliadas em centenas de vezes.

    O que so

    croscopia, fazem suas fotos com os celulares e cumprem o desafio de Jeckel de, na plata-forma Moodle, inclurem as imagens e ela-borarem legendas e textos. As informaes so complementadas por seus colegas, se-mestre a semestre, e corrigidas por ele. Tudo sem valer nota! Mas sempre uma ferramenta de estudo importante. Agora as professoras Mrcia Payeras e Ana Paula Lambert preten-dem elaborar um novo atlas com tecnologia semelhante do Google Maps, permitindo que o usurio amplie cada item.

    A segunda imagem, obtida no LabCEMM em setembro de 2015, por microscopia con-focal, integra um projeto de pesquisa da PUCRS com as Universidades Federais do RS (UFRGS) e de Cincias da Sade de Porto Alegre (UFCSPA) que visa estudar o crebro de ratos submetidos a um modelo experi-mental de autismo. O professor Lder Xavier, que participa da pesquisa, conta que o obje-

    tivo comparar a forma e a funo dos neurnios desses animais com os de ratos normais. Descobrir a base morfolgica e fisiolgica da doena pode ajudar, futu-ramente, no desenvolvimento de novos medicamentos e tratamentos. [P]

  • Uma referncia

    no

    De 4 a 6 de maio, a PUCRS sedia o 14 Con-gresso da Sociedade Brasileira de Cincias em Animais de Laboratrio (SBCAL) e o 3 Encontro Latino-Americano no tema. Con-siderada referncia na rea, a Universidade mantm o Centro de Modelos Biolgicos Experimentais (CeMBE), com excelente infraestrutura e pessoal qualificado, entre bilogos, veterinrios e estudantes de gra-duao. Quatro coordenadores so dou-tores e dois especialistas. No ajustamos nenhuma estrutura existente para seguir novos parmetros. Comeamos do zero e nos adiantamos legislao. A instituio definiu o que pretendia com a experimen-tao, fizemos um projeto e investimos tendo foco na dignidade e no bem-estar animal, afirma o diretor do Centro, Em-lio Jeckel Neto, professor da Faculdade de Biocincias.

    A coordenadora tcnica, mdica veteri-nria Lusa Macedo Braga, lembra que todo autor de projeto que utilize animais deve demonstrar a inexistncia de mtodo alter-nativo validado cientificamente para aquele fim. Quando h necessidade de conduzir pesquisa ou atividades didticas, o caminho educar as pessoas para fazerem o trabalho de forma a minimizar o sofrimento. Lusa coordena a Rede Nacional de Biotrios de Produo do CNPq e est encerrando o mandato na presidncia da SBCAL.

    Segundo Jeckel, a deciso institucional leva realizao de pesquisas de qualidade e, acima de tudo, contribui com a formao de estudantes. O potencial educativo

    Padro internacional na rea de ratos e camundongos:

    ar filtrado, iluminao e temperatura controlados

    [18]

    enorme. Eles aprendem desde cedo a forma adequada de atuar e adquirem senso pr-prio de responsabilidade. Isso no tem aula que explique; a partir da vivncia, conclui.

    24 horasO CeMBE o nico setor na Univer-

    sidade que pode adquirir, cuidar e dispor animais para a pesquisa. No momento, h 156 projetos envolvendo modelos experi-mentais. Por um sistema informatizado, o Centro somente os libera a partir da apro-vao da Comisso de tica no Uso de Ani-mais (Ceua). Alm de espaos para criao e manuteno de ratos, camundongos, abelhas, drosfilas, zebrafish e crustceos, h salas onde pesquisadores e bolsistas fazem os procedimentos essenciais para seu projeto, de dia ou de noite. preciso apenas agendar o horrio. Todos os locais tm controle de acesso.

    A equipe do CeMBE responsvel por cuidar dos animais. Conforme a natureza da pesquisa, segue o protocolo do projeto, por exemplo, quanto dieta, ingesto de gua e incluso de elementos para enri-quecer o ambiente.

    Na rea de ratos e camundongos, o con-trole do ar, da tempe-ratura, da umidade e da luminosidade to-tal. As lmpadas simu-lam o amanhecer e o

    anoitecer. As gaiolas, com quatro ou cinco animais, so ventiladas individualmente e transparentes, permitindo que eles enxer-guem uns aos outros. O espao para cada um definido conforme padres interna-cionais. Tudo pensado visando reduzir o estresse, diz Jeckel. Jamais um rato ou camundongo colocado numa gaiola de um grupo social que no o dele.

    Lusa diz que o diferencial do CeMBE a integrao total no cuidado com os animais. Somente pessoas treinadas tm essa tarefa. O pesquisador s se preo cupa em fazer o experimento. Segundo ela, uma equipe dedicada e coesa, compos-ta por profissionais com competncia na rea, essencial. Trocar gaiolas todos os dias parece montono, mas preciso prestar ateno. As funcionrias conhe-cem cada animal e notam se o comporta-mento mudou.

    FOTOS: BRUNO TODESCHINI

  • O Centro mantm ainda ratos silves-tres, para estudos de parasitos, pelo pro-fessor Carlos Graeff Teixeira. Uma vez re-cebemos a visita de fiscais do Ibama, que ficaram impressionados com o compor-tamento desses animais, como se fossem domesticados, conta Jeckel.

    Na rea dos peixes, retirado o cloro da gua para, depois, passar por um siste-ma de filtragem. Teto em PVC ajuda a con-trolar a umidade das salas de aqurios e de experimentao. Alm de rao compra-da, o zebrafish se alimenta de protozorios e outros seres vivos cultivados no CeMBE.

    EmbriesA estrutura permite que a Instituio

    disponha de colnias pequenas, evitando a necessidade de manter um grande nmero de animais. Para este ano, um dos planos reduzir ainda mais a produo, com a criao do setor de criopreservao de embries. Teremos congelados embries de diferentes linha-gens e, medida que forem solicitadas, implantaremos em fmeas o nmero necessrio ao uso, informa Lusa.

    Para o prdio 14, est prevista a cons-

    truo de duas salas de procedimentos nvel de segurana 2. Sero estudados modelos com agentes patognicos, que s contaminam indivduos da sua pr-pria espcie.

    Impacto na pesquisa biomdica

    O diretor do Instituto de Pesquisas Biomdicas, Paulo Pitrez, destaca que esses investimentos colocam a PUCRS num patamar de ponta na Amrica La-tina. O processo de gesto e cuidado representa uma evoluo em termos de pesquisas biomdicas. Acredita que isso gera maior confiabilidade na hora de induzir projetos com indstrias.

    No Centro Infant, Pitrez trabalha com modelos experimentais de asma buscando tratamentos novos. Um dos

    estudos analisa a relao entre infec-es parasitrias e a doena. Crianas em contato com ver-mes, como o caso das mais carentes, parecem estar mais protegidas de asma e diabetes. A ideia encontrar molculas a partir de parasitos que se mostrem efi-cazes contra a doen-a respiratria.

    [19]

    cincia[ ] [extra]

    Confira vdeo mostrando alternativas ao uso de animais no ensino em www.pucrs.br/revista ou baixe

    o aplicativo Revista PUCRS, disponvel para iOS e Android.

    Emlio Jeckel Neto fazia o dou-torado no Japo, em 1991, quando recebeu um fax do ento Reitor Nor-berto Rauch com a incumbncia de buscar mais informaes sobre bio-trios. A sua coorientadora, Tsuneko Sato, chegou a montar uma disci-plina exclusiva para ele e admirou a viso de futuro do Reitor ao pensar no que seria a base da pesquisa bio-mdica na PUCRS. Depois de visitar instituies e ir a congressos, Jeckel montou um esboo.

    Por conta de sua experincia no Oriente, percebeu o respeito aos animais como parte da cultura. Usou no seu projeto uma centena de ratos, os mesmos que foram mo-delos de pelo menos outros dez tra-balhos de vrios pesquisadores da mesma universidade. Tudo por cau-sa de uma preparao bem-feita. A cada ano, a Aichi Medical University promove uma cerimnia fnebre budista em referncia aos animais usados nas pesquisas. De volta do Japo, Jeckel montou a equipe do futuro CeMBE que ajudou a definir seu funcionamento.

    Um pouco

    de histria

    As legislaes internacio-nais seguem o princpio dos 3Rs para os biotrios: repla-cement (substituio, alterna-tivas), refinement (refinamen-to, bem-estar aos animais) e reduction (reduo).

    Fonte: Lusa Braga

    Os 3Rs

    [Por Ana Paula Acauan]

    CeMBE conta com pessoal qualificado

    e estrutura de excelncia

  • O Centro de Memria tem um espao reservado no prdio 64 para realizar testes comportamentais em ratos. Isso porque qualquer rudo, odor ou estmulo visual

    pode interferir no resultado. Um experi-mento precisa de pelo menos seis dias, a metade apenas para que os animais se acos-tumem sala e ao pesquisador. Em breve,

    todos os procedimentos sero gravados. A partir de um projeto com a Fa-culdade de Informtica, liderado pelo professor Mrcio Pinho, por meio do Edital Praias, da Pr--Reitoria de Pesquisa, Inovao e Desenvolvi-mento, os pesquisadores desenvolvem um sistema

    para captura de imagens que poder ser analisado por um software. A ideia redu-zir o nmero de animais utilizados, diminuir as interferncias durante os testes, pois os ratos ficaro sozinhos na sala, e realizar trei-namentos com alunos.

    Segundo a professora Jociane Myskiw, revisores de artigos cientficos fazem per-guntas sobre detalhes, o que exige, muitas vezes, a repetio de tarefas. Se tivermos tudo gravado, s revermos as imagens, evitando a necessidade de mais animais. Outra vantagem ser no ensino e na avalia-o dos experimentos. Os ratos expressam no comportamento a sua reao a objetos conhecidos, que memorizaram, e a novos. Analisamos a partir da sua mobilidade e curiosidade. Assistindo s imagens, podem surgir novos parmetros.

    Imagens evitam repeties

    Testes de comportamento em ratos sero gravados

    Manequins simulam ataques cardacos, problemas respiratrios e outras doenas

    A PUCRS no usa animais em sala de aula h dois anos. Na Faculdade de Medicina, eles permitiam o treina-mento de tcnicas operatrias. Mas s era possvel aprender a examinar os pacientes observando o atendimento no hospital. Agora h manequins que simulam ataques cardacos, problemas

    respiratrios, sopro e uma infinidade de doenas. O realismo absurdo. Os bonecos gemem, tm convulso, os olhos deformados, a boca com cianose (arroxeada), diz o diretor da Faculda-de, Jefferson Braga da Silva. Para ele, o grande ganho a possibilidade de aprender por tentativa e erro.

    Com orientao e permisso da Ceua, h ainda o uso de carcaas de animais, ad-quiridas de frigorficos. Trax, cabea e re-gio cervical do porco, que tem anatomia parecida com os humanos, servem para os estudantes treinarem suturas, colocao de drenos, entubao e aplicao de anestesia raquidiana, entre outros procedimentos.

    Alternativas na sala de aula

    Com mtodos alternativos em tes-tes toxicolgicos e farmacolgicos, a PUCRS deve ter diminudo em 50% o uso de animais nos ltimos cinco anos. A estimativa da diretora do Instituto de Toxicologia e Farmacologia (Intox), Maria Martha Campos. Em 2014, o Conselho Nacional de Controle de Experimen-tao Animal (Concea) publicou reso-luo normativa listando 17 mtodos que substituem ou reduzem os modelos

    vivos em testes toxicolgicos. Esses de-vem ser adotados pelos laboratrios bra-sileiros no prazo de cinco anos. Seguindo normas internacionais, a Universidade realiza grande parte desses ensaios.

    Culturas de clulas servem, em muitos casos, para testar a toxicidade de compostos. Ao avaliar se uma mol-cula antitumoral ou anti-inflamatria, comea-se com os experimentos in vi-tro para depois dar-se incio utilizao

    de animais. As vero cells, uma linha-gem imortalizada de clulas de rim de macaco, por exemplo, so usadas na produo de vacinas e novos frmacos antituberculose.

    O Intox tem se dedicado implan-tao e validao dessas metodologias para fins de pesquisa e prestao de servios. Martha destaca que, alm das questes ticas, esse tipo de ensaio menos oneroso.

    Novos mtodos na pesquisa

    [20]

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  • O Centro de Pesquisa Pr-Clnica do Instituto do Crebro (InsCer) realiza exames de alta tecnologia, permitin-do estudos experimentais de doenas neurolgicas, cardiovasculares e cn-cer, entre outras aplicaes. possvel desenvolver estudos longitudinais, ou seja, acompanhar ao longo do tempo a origem e progresso de doenas, bem como avaliar a resposta a uma determi-nada interveno teraputica no modelo experimental, diz a pesquisadora Giani-na Venturin.

    A instituio a nica do Sul do Pas a ter um aparelho de microPET/CT. A tec-nologia permite a obteno de imagens de tomografia por emisso de psitrons e de microtomografia em animais. Tam-bm h um contador gama, para estudar a distribuio de molculas marcadas

    com radioistopos no organismo. Outro equipamento permite obter imagens de bioluminescncia e fluorescncia. Por exemplo, as clulas tumorais podem ser modificadas para expressar um gene que codifica uma protena fluorescente, como GFP (protena verde fluorescente, identificado em um cnidrio). A visua-lizao ajudaria a acompanhar o cres-cimento tumoral e avaliar a resposta a uma interveno teraputica.

    No local, so realizados projetos da PUCRS e em colaborao com outras universidades. Um deles, com o profes-sor Lder Xavier, da Biocincias, avalia a aplicao da cetamina no tratamento da depresso. Outro, liderado pelo dire-tor do InsCer, Jaderson Costa da Costa, busca entender o funcionamento do crebro com epilepsia.

    Alta tecnologia

    No Laboratrio de Pesquisa Bio-qumica Estrutural, da Biocincias, so estudados potenciais frmacos para cncer e HIV. A partir de simu-laes computacionais, testada a interao de protenas com com-postos obtidos na natureza. Uma das pesquisas, realizada em parceria com a Universidade da Califrnia Berke-ley (EUA), busca alvos para melano-ma, um cncer de pele agressivo. At 2017, o grupo deve selecionar cerca de dez molculas para estudos em

    animais. O banco de dados tem 100 mil compostos. como se a protena que existe no nosso corpo fosse uma fechadura. Precisamos encontrar chaves que encaixem nesse modelo tridimensional, explica a professor Walter Filgueira de Azevedo Jnior.

    Identificar novas drogas contra o vrus da Aids outra meta do labo-ratrio. Mas, antes, existe o interesse cientfico. Entender o quebra-cabe-a molecular da vida um desafio. Cada vez que compreendemos como

    funcionam as chaves da fechadura, colocamos um pequeno azulejo num grande mosaico do conhecimento. [P]

    Simulaes computacionais

    MicroPET/CT: imagens de ratos e camundongos vivos atravs de microtomografia

    Azevedo Jr: busca de novos frmacos via simulaes computacionais

    PUCRS will be hosting the 14th Congress of the Brazilian Laboratory Animal Science Association and the 3rd Latin American Conference from May 4 to 6. The University, which is considered a reference in this area, has the Center for Experimental Biological Models, which relies on an excellent infrastructure and qualified personnel. "The institution has defined its intentions with the experimentation, we have carried out a project and have invested in animal dignity and well-being", said the director of the Center, Emlio Jeckel Neto.

    The technical coordinator, Lusa Braga, stresses that every project designer must prove that there is no other scientifically valid method for that particular purpose. "When it is necessary to use animals, the solution is to instruct people in view of the minimization of pain in testing." According to Jeckel, the institution's decision will lead to high-quality research and, most importantly, contribute to student development.

    PUCRS has not been using animals in classroom for two years. In the School of Medicine, heart attacks and several other diseases are simulated through manikins. Additionally, animal carcasses, from slaughterhouses, have been used.

    [21]

    [extra]Confira uma entrevista com a mdica veterinria Ekaterina Rivera, referncia no Brasil em estudos sobre bem-estar

    animal em www.pucrs.br/revista ou baixe o aplicativo Revista PUCRS,

    disponvel para iOS e Android.

    A reference

    care

    Contedo em ingls

    [in english]

    FOTO: CAMILA CUNHA

  • As mltiplasfaces da pesquisa

    Catlogo 2016 traz o melhor da investigao cientfica e tecnolgica

    na Universidade

    A pesquisa na PUCRS concentra inmeras possibilidades de descobertas, inovao e contribuies para a sociedade. Mas como reunir todo esse saber em uma nica pea de comunicao? A resposta est na mais recente edio do Catlogo de Pesquisas PUCRS 2016. A publicao, ao chegar sua quarta edio, oferece uma viso ampla sobre a produo cientfica e tecnolgi-ca desenvolvida na Universidade e, tam-bm, com parceiros regionais, nacionais e internacionais por meio de convnios e acordos de cooperao. Disponvel no formato eletrnico em www.pucrs.br/ catalogodepesquisas, para o catlogo foram entrevistados mais de 90 pesqui-sadores e produzidos vdeos e textos em Portugus e Ingls, alm de udios com a

    [22]

    descrio de estruturas e projetos cient-ficos. Toda produo audiovisual envolveu alunos e professores do Espao Experin-cia, da Faculdade de Comunicao Social, trabalhando desde a captao edio do contedo.

    A navegao pelo contedo pode ser feita por oito Eixos Temticos, contem-plando todos os campos de investigao existentes na Universidade. Tambm h um menu com Estruturas de Pesquisa e Pesquisadores, com um sistema de busca que permite localizar os nomes e contatos de todos os pesquisadores, bem como os grupos, ncleos, laboratrios e centros de pesquisa aos quais eles esto vinculados.

    De acordo com a Pr-Reitora de Pes-quisa, Inovao e Desenvolvimento, Carla

    Bonan, o Catlogo de Pesquisas um im-portante instrumento de divulgao dos eixos temticos de Pesquisa e Inovao da PUCRS, bem como para o fomento s colaboraes nacionais e internacionais. Um exemplo foi a visita que recebemos de pesquisadores da Universidade de Newcastle (Reino Unido). Eles trouxeram a verso impressa do Catlogo com diversas marcaes indicando as reas de interesse para possveis relaes de pesquisa com a PUCRS. Agora, com uma verso digital dinmica, essa aproximao fica mais fa-cilitada. Carla tambm ressalta a funo de registro histrico cumprido pela pu-blicao, afirmando que com as quatro edies j lanadas, temos documentada a evoluo das investigaes na PUCRS. [P]

  • faces da pesquisaEixos Temticos

    The countless possibilities for discovery, innovation and contributions from our University to society can be found in the PUCRS 2016 Research Catalog. The publication's fourth edition brings the top scientific and technological production carried out by both national and international partners. The

    material, which also contains videos and articles in English, is available at www.pucrs.br/catalogodepesquisas. The contents are separated in eight fields, covering the Institution's existing fields of investigation. A search engine will allow you to find structures, names and contact information from all researchers.

    The multiple faces of research

    [23]

    [in english]Contedo em ingls

    cincia[ ] [extra]

    Veja os vdeos e os udios com os pesquisadores da

    PUCRS em www.pucrs.br/catalogodepesquisas.

    Para debater o tema do jornalismo cientfico e promover o Catlogo de Pesqui-sas, a Pr-Reitoria de Pesquisa, Inovao e Desenvolvimento e a Assessoria de Co-municao e Marke-ting organizaram, em abril, o evento Imprensa e Cincia uma conversa aberta. A atividade, realizada no Global Tecnopuc, teve como convidado o reprter e ex-editor de Cincia e Sade do jornal Folha de S. Paulo, Reinaldo Lo-pes. Ele autor do blog Darwin e Deus, do livro Os 11 maiores mistrios do universo e colaborou com as principais revistas de reportagem cientfica no Brasil, como Superinteressante, Scientific and American Bra-sil, Cincia Hoje e Pesquisa Fapesp. O pblico foi for-mado por pesquisadores e empresrios do Tecnopuc.

    Imprensa e cincia

    Tecnologia da Informao e Comunicao

    Sociedade e Desenvolvimento

    Meio Ambiente e Biodiversidade

    Materiais, Processos e Dispositivos

    Energia e Recursos Naturais

    Biologia e Sade

    Humanidade e tica Cultura e Educao

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  • Oito meses depois da expedio do Insti-tuto do Petrleo e dos Recursos Naturais (IPR) Foz do Rio Amazonas, uma surpre-sa. Algumas amostras de nematdeos vermes em forma de fio esto vivas e, com isso, permitiro estudos sobre o seu potencial biotecnolgico. Quem sabe no se encontram molculas que resultem em algum medicamento? Isso o futuro. O mais incrvel por agora a possibilidade de descobrir a longevidade desses organis-mos marinhos. No h registro cientfico sobre esse dado. Os terrestres chegam a atingir quatro semanas, variando confor-me a espcie.

    A professora Alessandra Morassutti, da Faculdade de Biocincias, que lidera a pesquisa, aponta a grande resistncia dos nematdeos. Eles vivem no fundo do mar em condies extremas, com falta de ali-mentos, oxignio e luz. Ao desvendar seu material gentico, poderemos analisar ro-tas metablicas e processos biolgicos que contribuiro para o entendimento das suas caractersticas adaptativas.

    Os organismos podem fazer parte de comunidades quimiossintticas que esto nas profundezas do oceano e no tm o sol como fonte primria de energia. Alessandra acredita que atuam em nichos ecolgicos como reguladores, alimentando-se de bac-trias e impedindo que essa populao se sobreponha s demais. Tambm comem eles mesmos e fungos.

    [24]

    cincia e tecnologia[ ]

    Os encontrados no fundo do mar so transparentes e medem at 200 micrmetros, 0,2 milmetros. Uma das espcies mais estudadas a Caenorhabditis elegans, que vive em solos de jardins, por exemplo. Fceis de manter em laboratrio, servem como modelos para estudo de pro-cessos biolgicos de envelhecimento.

    Fonte: Alessandra Morassutti

    Os nematdeos

    Essa misso foi realizada em parceria com a empresa SeaSeep, prestadora de servios para a indstria do petrleo, em busca de hidratos de gs. Para o diretor do IPR, gelogo Joo Marcelo Ketzer, os desdobramentos cientficos da expedio so um grande incentivo equipe. Tudo fruto do investimento da Petrobras, dentro do projeto Conegas, que nos deu asas para outras iniciativas.

    O estudo com os nematdeos ser rea-lizado no Laboratrio de Geobiologia do IPR, coordenado por Adriana Giongo, em parceria com a Faculdade de Biocincias. Aprovado no Edital Horistas da Pr-Reitoria de Pesquisa, Inovao e Desenvolvimento, permitir investigar o ciclo de vida dos que vivem no oceano e seu papel ecolgico. As anlises ocorrero num microscpio de contraste de fase, no Institu-to de Pesquisa & Desenvolvimento (Ideia).

    Equipamen-tos que penetram no fundo mari-nho retiraram as amostras no solo que fica a 15 cen-tmetros abaixo dgua. Em geral, os organismos so

    fixados com agentes qumicos aps a coleta, o que impossibilita o acompanhamento do tempo de vida. No caso dessa expedio, foram mantidos a 4C. Ficamos intrigados que tenham sobrevivido. Existem duas hip-teses: realmente so resistentes a condies adversas, como um ambiente totalmente diferente, ou esto se reproduzindo, es-pecula Alessandra. A mestranda em Zoolo-gia Carla Mller supe que os nematdeos estariam em estado de dormncia, para suportarem a mudana.

    As pesquisas agora esto focadas na identificao das espcies encontradas por morfologia e marcadores genticos. Durante as anlises, participam Carla e as estudantes de iniciao cientfica Amanda Zaluski e Monique Camargo.

    [Por Ana Paula Acauan]

    Pesquisa descrever pela primeira vez longevidade de vermes do fundo do mar

  • Como parte da poltica de apoio pes-quisa na PUCRS, a Pr-Reitoria de Pesqui-sa, Inovao e Desenvolvimento (Propesq), com a Pr-Reitoria Acadmica (Proacad), mantm o Programa de Apoio Atuao de Professores Horistas em Atividades de Pes-quisa, desde 2012. Com a iniciativa, profes-sores nesse regime podem dedicar algumas horas (de quatro a duas) a um projeto. Nes-ses quatro anos, foram contemplados 50.

    Entre os requisitos esto o ttulo de doutor, vnculo empregatcio com a PUCRS de, no mnimo, dois anos, produo cien-tfica de qualidade e coordenao de pro-jeto, preferencialmente com comprovado financiamento externo obtido por editais,

    chamadas pblicas e programas de agncias de fomento. O professor tambm deve mi-nistrar pelo menos 12 horas-aula semanais na graduao por semestre.

    O diretor de Pesquisa, Carlos Graeff Teixeira, diz que essa uma maneira de identificar profissionais promissores para a carreira de pesquisa e tambm de reforar grupos ou atividades dentro de uma uni-dade. A Universidade precisa ter profes-sores horistas. No h como abrigar todos em regime de tempo integral. Essa uma oportunidade para que se sobressaiam talentos que tm grande potencial, de-fende. No final do ano dever haver nova chamada. [P]

    A Bacia da Foz do Rio Amazo-nas tem cerca de 280 km de rea, sendo situada do Farol de Curu, no Par, at o norte do Arquip-lago de Bailique, prximo Foz do Rio Oiapoque, no Amap. No meio da Foz est a Ilha de Maraj maior que a Sua , e um nme-ro de ilhas menores em constante crescimento. Nesta regio ocorre o que os cientistas chamam de encontro de gigantes: o Rio Ama-zonas, que descarrega no ocea-no Atlntico um volume de gua correspondente a um quinto de toda a vazo de rios do planeta; os ventos alsios; a corrente nor-te brasileira; e as grandes mars ocenicas, que geram o fenmeno conhecido como pororoca.

    Foz do Amazonas

    Oportunidades para pesquisa

    Misso oceanogrfica do IPR na Foz do Rio Amazonas

    [25]

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  • (Re) Start[Por Camila Dillio/Especial]

    Incubadora da PUCRS apresenta novo modelo

    de negcios para empresas incubadas

    Para viabilizar a acelerao das empresas em suas diferentes fases, a Raiar incorpora ao processo de in-cubao a metodologia Lean Startup. Dessa forma, cada etapa de desen-volvimento do negcio guiada por criaes, mtricas e aprendizagens capazes de permitir que as startups gerem resultados efetivos.

    A metodologia possibilita tam-bm que empresas incubem seus negcios em estgios diferentes, pois o foco passa a ser o modelo utilizado e no a necessidade de espao fsico. O processo de ps-in-cubao tambm ser aprimorado e a ideia intensificar a conexo com os empresrios graduados, fazendo com que continuem no ecossiste-ma de inovao da Universidade. Atualmente, a Incubadora trabalha em um conceito de Clube de Ne-gcios, que traz benefcios e siner-gia para as empresas associadas.

    Nesse contexto de mudanas, a estrutura fsica da Incubadora tam-

    bm entrou na pauta. Segundo o gerente da Raiar, Leandro Pomper-maier, para refletir o conceito de Hub, o layout da Raiar dever ser reformulado.

    Empreendedorismo basica-mente conexo e, se no tivermos essa vibe de espaos criativos e co-laborativos, poderemos limitar as interaes que desejamos entre as empresas incubadas e as pessoas que circulam pelo nosso ecossiste-ma, observa o gestor.

    Falando em novos espaos, foi inaugurado em abril na Raiar a se-gunda fase do BPiD (Programa de Educao Brasileiro para Desen-volvimento IOS). Agora, a Incuba-dora conta com um laboratrio do projeto, composto por estudantes e professores, que visa o aprendi-zado tcnico e pessoal e que traz experincia para o aluno como profissional. O novo ambiente foi pensado sob o conceito de open innovation.

    #aceleraevai

    Equipe da Raiar est pronta para as mudanas

    [26]

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    O que Coworking trabalhar junto. Pessoas e

    empresas no trabalham isoladamente, compartilham ideias e projetos.

    Hub Centro de conexes de pessoas para fomentar o empreendedorismo.

    Lean Startup uma metodologia que defende a criao de prottipos rpidos, projetados para validar suposies de mer-cado, utilizando o feedback dos clientes. Lean startup tambm descrito como o pensamento enxuto.

    Open innovation inovar de forma rela-cional com parceiros externos, por meio de ideias e sugestes, em busca de uma ino-vao desenvolvida com outros agentes.

    Players de mercado Empresas que lide-ram, por sua produtividade, desempenho e retorno financeiro, o mercado em que esto inseridas.

    Startup Empresa nascente em busca de inovao.

    Inspirada nos maiores centros de empreen-dedorismo do mundo, a Raiar da PUCRS est

    reformulando seu processo de incubao e apresenta, em julho, um novo modelo de neg-cios. A proposta atuar como um Hub de em-preendedorismo, ideia que se consolidou em 2013, onde as conexes com grandes players do mercado, parcerias e novos servios acele-rem as startups em diferentes estgios.

    Para dar forma ao conceito de Hub, representantes da Universidade estive-ram em espaos de inovao dos EUA, da Blgica, da Alemanha, da China e do Chile. De acordo com a diretora de Ino-vao e Desenvolvimento da PUCRS, Ga-briela Ferreira, ao conhecer esses locais, ficou claro que a Raiar precisava oferecer s empresas incubadas mais do que es-paos fsicos, mas, fundamentalmente, servios e conexes. Segundo ela, con-

    dies que permitam, de fato, o desenvol-vimento das empresas.

    Nessa esteira vieram o Startup Gara-gem, a aproximao com o Programa de Acelerao de Empreendimentos (PROA) da Universidade, que hoje integra a Raiar, e o selo de 1 BIC (Business Innovation Centre) das Amricas, concedido pela EBN. Proje-tos importantes que contriburam com a estruturao do conceito que estamos im-plementando, observa a gestora.

  • (Re) Start

    Raiar

    Outra novidade que integra o Hub de Empreendedorismo da PUCRS o Business Lab. Sob orientao da assessora estratgica da Raiar, Kellen Fraga, o projeto nasceu para atender a dois objetivos principais: mostrar

    #businesslab

    Professores ministram disciplinas em parceria com empresas incubadas

    FOTO: BRUNO TODESCHINI

    Empreendedores nos espaos de

    coworking do programa

    Startup ChileEm maro deste ano, a diretora de Inovao

    da PUCRS, Gabriela Ferreira, o gerente da Raiar, Leandro Pompermaier, e o assessor estratgico da Diretoria de Inovao da Universidade, Marcelo Perin, visitaram o Centro de Inovao da PUC Chile e conheceram o Programa de Acelerao de Negcios do pas, a Startup Chile. A misso estreitou a conexo da Universidade com os vizinhos chilenos, ampliando as chances de internacionalizao das empresas incubadas na Raiar. O projeto, subsidiado pelo governo, permite o in-tercmbio entre as empresas de l com as startups daqui.

    Saiba mais: http://startupchile.org

    aos alunos o que a Universidade oferece em termos de empreendedorismo, e fazer com que eles possam vivenciar a realidade de um empreendedor.

    Atualmente, os professores Stefnia Ordovs, Iona-ra Rech e Lu-cas Roldan, da Face Escola de Negcios, e Ana Paula Beck Etges, da Facul-

    dade de Engenharia, ministram suas disci-plinas em parceria com as empresas incu-badas na Raiar.

    Queremos que o laboratrio de neg-cios proporcione uma aprendizagem nica, auxiliando na formao dos alunos e em no-vas experincias de vida, pois acreditamos no fomento da carreira empreendedora, explica Kellen.

    Ela acrescenta que, assim como os alu-nos da Medicina e de outras reas da sade vivenciam a prtica da profisso no Hospital So Lucas da PUCRS, todos podem encon-trar na Incubadora Raiar um ambiente para experimentar o empreendedorismo.

    Quando temos uma incubadora dentro de um campus universitrio e de um ecos-sistema de inovao, imprescindvel abrir as portas e formar novos empreendedores, completa Kellen. [P]

    [27]

    FOTO: DIVULGAO

    inovao[ ]

  • PUCRS e Huawei criam centro para

    solues em gesto pblica, sade

    e educao

    [28]

    Tanta tecnologia e ainda h lmpadas li-gadas de dia e desligadas noite; a lumi-nosidade no controlada, que garantiria economia de energia; falta comunicao entre o Servio de Atendimento Mvel de Urgncia (Samu) e hospitais; e o sistema de notas e a chamada das escolas ainda so no papel; sem falar na subutilizao de recursos de informtica nas aulas. Pro-

    Novo centro de pesquisa do Tecnopuc foi inaugurado em maro

    cidades inteligentes

    Rumo a

    blemas corriqueiros ocupam o Smart City Innovation Center, novo centro de pesqui-sa do Tecnopuc lanado numa parceria entre a Universidade e a Huawei, empre-sa chinesa de Tecnologia da Informao e Comunicao.

    Solues em gesto pblica, sade e educao so pensadas no laboratrio, enquanto a equipe trabalha nos concei-

    tos de cidades inte-ligentes e internet das coisas. Neste ano, ser desenvol-vido um piloto com uma cidade gacha entre 50 mil e 150 mil habitantes. O centro, a partir de um convnio de cooperao com o governo do Estado, ajudar na implan-tao de aes e no estmulo ao em-preendedorismo da regio.

    Ainda sero de-finidos os projetos, a partir da escolha do municpio e de suas demandas. A ideia fazer a transferncia de tecnologia para startups locais. Jo-

    vens que conhecem e sabem as necessida-des da cidade podero criar um negcio, com a nossa colaborao, por exemplo, na rea de iluminao pblica inteligente. Pretendemos criar uma rede com outras universidades e institutos federais para fo-mentar pesquisas e desenvolvimento, pro-jeta o coordenador do centro, Fabiano Hes-sel, professor da Faculdade de Informtica.

    FOTO: CAMILA CUNHA

    Desde a inaugurao, o centro de ino-vao est sendo procurado para a realiza-o de projetos. Um dos seus diferenciais a plataforma aberta, permitindo que outras empresas se associem s ideias. O local tem servidor com capacidade de

    processamento de cem computadores de alto desempenho, alm de reas para tes-tes e controles. A Telebras parceira, com o fornecimento da rede.

    Fazem parte do centro quatro profes-sores. Alm de Fabiano Hessel, Avelino

    Zorzo e Csar Marcon, da Informtica, e Marie Anne Moron, da Administrao. H dois funcionrios e quatro estagirios. Trs mestrandos, um doutorando e um bolsista de ps-doutorado se envolvem com os projetos.

    Plataforma aberta

  • [29]

    Na rea de governo eletrnico, a Escola Estadual Dr. Oscar Tollens, no Bairro Partenon, na Capital, foi o palco, por escolha do governo do Estado. A di-reo apontou como prioridade a insta-lao de uma chamada eletrnica para agilizar a informao sobre os dados de frequncia visando ao Programa Bolsa Famlia. Os pais precisam comprovar 75% de presena para continuar ga-nhando o auxlio. A equipe do centro criou um aplicativo para duas turmas do 1 ano do Ensino Fundamental. Foram convidadas a testar duas professores de idades diferentes: uma perto dos 30 e outra acima de 60 anos. Ambas tiveram facilidade no uso do sistema. Precisavam marcar apenas os ausentes e podiam

    ainda registrar no dispositivo o dirio de classe. O envio da chamada aos servido-res da Procergs automtico.

    Os dados tambm seriam um trun-fo para evitar desperdcio de alimen-tos. Diariamente, so feitos lanches para as centenas de alunos matricu-lados. Se alguns faltam, a comida no tem como ser reaproveitada e acaba na lata do lixo.

    No segundo semestre, Hessel apos-ta na retomada do projeto com a escola, para onde sero levadas algumas ferra-mentas voltadas ao ensino. A Huawei disponibilizar tablets para alunos e pro-fessores. Faremos uma prova de con-ceito. Vamos ver se as ideias funcionam e so teis para aquela comunidade.

    Chamada eletrnica

    Prottipo de um sistema

    que controla temperatura e iluminao

    Estamos sempre olhando para o futuro. s vezes, nos frustramos porque pensam apenas em apagar uma lmpada acesa de dia.

    Mas partimos disso para novas propostas que

    tornem realmente uma cidade inteligente

    Fabiano Hessel, Coordenador do Smart City Innovation Center

    Quando algum se acidenta ou passa mal, uma das opes ligar para o 192, o Samu. Ento um mdico do servio faz uma triagem inicial sobre o estado do paciente e decide se envia uma ambulncia bsica ou outra mais equipada. Muitas vezes, a escolha se mostra errada. Enfermeiro e paramdi-co vo com recursos sem maior neces-sidade, enquanto outros casos graves aguardam a chegada do socorro.

    Alunos de Cincia da Computao, orientados por Hessel, fizeram um apli-cativo em que o usurio aciona o Samu e automaticamente abre microfone e cmera do smartphone. Enquanto rela-

    ta o estado do doente ou acidentado, as imagens chegam at o servio, facilitan-do ao mdico a avaliao de leses e da aparncia do paciente. Questes rela-cionadas privacidade e segurana so levadas em conta, afirma o professor. Em maio, ser feito um teste no Cam-pus, simulando uma chamada ao 192.

    A expectati