revista verde-oliva nº 198

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BRASÍLIA-DF ANO XXXV Nº 198 JUL/AGO/SET 2008 CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DO EXÉRCITO BRASÍLIA-DF ANO XXXV Nº 198 JUL/AGO/SET 2008 CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DO EXÉRCITO • A Liderança na formação dos Oficiais Combatentes de Carreira • Ação de Comando Continuada • Aspectos Humanos do Duque de Caxias • A Liderança na formação dos Oficiais Combatentes de Carreira • Ação de Comando Continuada • Aspectos Humanos do Duque de Caxias

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  • BRASLIA-DF ANO XXXV N 198 JUL/AGO/SET 2008 CENTRO DE COMUNICAO SOCIAL DO EXRCITOBRASLIA-DF ANO XXXV N 198 JUL/AGO/SET 2008 CENTRO DE COMUNICAO SOCIAL DO EXRCITO

    A Liderana na formao dos Oficiais Combatentes de Carreira Ao de Comando Continuada Aspectos Humanos do Duque de Caxias

    A Liderana na formao dos Oficiais Combatentes de Carreira Ao de Comando Continuada Aspectos Humanos do Duque de Caxias

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    PUBLICAO DO CENTRO DE COMUNICAOSOCIAL DO EXRCITO (CCOMSEx)

    Chefe do CCOMSEx:Gen Div Adhemar da Costa Machado Filho

    Subchefe do CCOMSEx:Cel Art QEMA Carlos Chagas dos Santos

    Chefe de Produo e Divulgao:Cel Art QEMA Fernando Jos Soares da Cunha Mattos

    CONSELHO EDITORIALCel QMB QEMA Eduardo Arnaud Cypriano

    Cel Art QEMA Fernando Jos Soares da Cunha MattosCel R/1 Jefferson dos Santos Motta

    SUPERVISO TCNICACel R/1 Jefferson dos Santos Motta

    REDAOTen Cel Art QEMA Ricardo Piai Carmona

    Cap QCO Regina Clia de Souza Lemos BarrosST Ernando Corra Pereira

    PROJETO GRFICO1 Ten QAO Adm G Osmar Leo Rodrigues

    1 Ten QAO Topo Carlos Alberto Ramos de Morais1 Ten OTT Aline Sanchotene AlvesST Inf Pallemberg Pinto de Aguiar

    COORDENAO E DISTRIBUIOCentro de Comunicao Social do Exrcito

    IMPRESSOGRFICA EDITORA PALLOTTI

    Av. Plnio Brasil Milano, 2145 Passo DAreia90520-003 Porto Alegre-RS

    Fone: (51) 3021-5001

    TIRAGEM30.000 exemplares Circulao dirigida

    (no Pas e no exterior)

    FOTOGRAFIASArquivo CCOMSEx

    JORNALISTA RESPONSVELMaria Jos dos Santos Oliveira RP/DF/MS 3199

    PERIODICIDADETrimestral

    permitida a reproduo de artigos, desde que citada a fonte,exceto das matrias que contiverem indicao em contrrio.

    DISTRIBUIO GRATUITAQuartel-General do Exrcito Bloco B Trreo70630-901 Setor Militar Urbano Braslia/DFTelefone: (61) 3415-6514 Fax: (61) 3415-4399

    [email protected] em PDFwww.exercito.gov.br

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    NOSSA CAPAGuarda-Bandeira da AMAN

    Foto: Sgt Jocimar/AMAN

    C ANO XXXV N 198 JUL/AGO/SET 2008

    Gen Div Adhemar da Costa Machado FilhoChefe do CCOMSEx

    aros leitores,Dando seqncia nossa programao editorial de 2008, tenho a satisfao de entregar-lhes a 198

    edio da nossa Revista Verde-Oliva. Para isso, os integrantes do Centro de Comunicao Social doExrcito e nossos colaboradores prepararam uma revista para lhes oferecer uma leitura agradvel einformativa sobre o Exrcito Brasileiro, suas atividades e sua histria.

    Abordamos inicialmente a liderana na formao dos oficiais combatentes de carreira na AcademiaMilitar das Agulhas Negras, onde se forja os lderes do futuro. E apresentamos uma interessante matriado General Alberto CarAlberto CarAlberto CarAlberto CarAlberto Cardosodosodosodosodoso, intitulada A Ao de Comando Continuada, quando se trata daspeculiaridades do exerccio da chefia em nosso Exrcito.

    No campo histrico, divulgamos um interessante artigo sobre os traos humanos do Duque deCaxiasCaxiasCaxiasCaxiasCaxias, evidenciando aspectos singulares de nosso Patrono que merecem ser rememorados, da mesmaforma que mostramos os valores que so cultuados pelo combatente brasileiro durante o preparo e oadestramento da Fora Terrestre.

    O 47 Batalho de Infantaria, sediado em Coxim (MS), como integrante da Fora de Ao RpidaRegional do Comando Militar do Oeste, apresenta as atividades da Organizao Militar em defesa doPantanal. Bem como a participao dos Centros Preparatrios de Oficiais da Reserva na histria do Brasil relatada pelo Conselho Nacional de Oficiais R/2 (CNOR), rgo que congrega inmeros cidados quese orgulham de haver integrado as fileiras do Exrcito Brasileiro.

    Um interessante artigo do Instituto de Pesquisa da Capacitao Fsica do Exrcito (IPCFEx) mostraque atravs de uma alimentao balanceada e uma atividade fsica constante, podemos obter uma vidabem mais saudvel.

    Na rea de ensino, destacamos a participao bem sucedida da aluna ThafneThafneThafneThafneThafne, do Colgio Militar deCuritiba, no quadro televisivo Soletrando 2008.

    A presena constante e eficaz do Exrcito Brasileiro na mudana da nova Capital para Braslia, descrita com muita sapincia pelo pioneiro e historiador AAAAAdilson Vdilson Vdilson Vdilson Vdilson Vasconcelosasconcelosasconcelosasconcelosasconcelos.

    O nosso Exrcito, atravs do 7 Depsito de Suprimento, est realizando um importante trabalhojunto Orquestra Criana Cidad dos Meninos do Coque, de modo a integrar e instruir crianas carentesde Recife-PE junto cultura e arte da msica.

    A mo amiga tambm se faz presente no desenvolvimento nacional atravs da integrao do rio SoFrancisco com as Bacias Hidrogrficas do Nordeste Setentrional, empregando a nobre e pioneira Engenhariade Construo do Exrcito Brasileiro.

    O Dia Internacional dos Peacekeepers das Naes Unidas homenageou todos os homens e mulheresque serviram ou continuam servindo em Operaes de Manuteno da Paz. O Brasil se faz presentedesde 1957 no Oriente Mdio, at os dias atuais no Haiti, contribuindo sobremaneira para a paz mundial,alm de projetar positivamente o nosso Pas no cenrio externo.

    No campo turstico, relatamos a exuberncia dos fortes de Pernambuco, que conservam a nossahistria e o nosso mais rico patrimnio cultural, enaltecendo o esforo de nossos antecessores na defesadas regies costeiras do Brasil.

    O relato do professor Francisco CarlosFrancisco CarlosFrancisco CarlosFrancisco CarlosFrancisco Carlos, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), sobrea presena do Exrcito Brasileiro na Amaznia, permite visualizar a importncia da atuao da ForaTerrestre na garantia da soberania e das riquezas naturais dessa estratgica e prioritria Regio, destacandoo valor de nossos militares e familiares na incluso social e educacional daquela populao.

    No podamos deixar de destacar os feitos do Tenente-Coronel Luiz CrulsLuiz CrulsLuiz CrulsLuiz CrulsLuiz Cruls, que desbravou oPlanalto Central do Brasil no sculo XIX, como Chefe da Comisso de Estudos da Nova Capital da Unio. o reconhecimento por seu idealismo e devoo na mudana da capital, efetivada no sculo seguinte.

    Por fim, desejamos uma boa leitura e at a prxima edio!

  • A Liderana na formao dos Oficiais Combatentes de Carreira

    Ao de Comando Continuada

    Aspectos Humanos do Duque de Caxias

    Preparo e Adestramento

    Nossas OM: 47 Batalho de Infantaria

    Militares bem formados e preocupados com o destino de seu Pas

    Bases Fisiolgicas e Nutricionais para a Sade e o Desempenho Fsico

    Projeto Soletrando

    O Exrcito Brasileiro e Braslia

    A Orquestra Criana Cidad dos Meninos do Coque

    A Integrao do Rio So Francisco s Bacias Hidrogrficas do Nordeste Setentrional

    O Dia Internacional dos Peacekeepers das Naes Unidas

    Os Fortes de Pernambuco

    Amaznia: conhecendo o Brasil

    Personagem da Nossa Histria Luiz Cruls

    Para saber mais visite a pgina eletrnica: wwwPara saber mais visite a pgina eletrnica: wwwPara saber mais visite a pgina eletrnica: wwwPara saber mais visite a pgina eletrnica: wwwPara saber mais visite a pgina eletrnica: www.e.e.e.e.exxxxxererererercito.govcito.govcito.govcito.govcito.gov.br.br.br.br.br

  • A Revista Verde-Oliva agradece as inmeras mensagens de incentivode nossos leitores e continua na expectativa de sugestes, crticas e todaparticipao que venha aperfeioar o nosso trabalho. Obrigado,

    Equipe da revista Vede-Oliva.

    Gostaria de parabeniz-los pela excelente entrevistacom o Cel R/1 Manoel Soriano Neto, na edio 195,sobre a vinda da Corte Portuguesa para o Brasil. Nospermite ter uma ampla viso sobre as condies que levaramD. Joo VIJoo VIJoo VIJoo VIJoo VI a mudar-se para o nosso pas, em 1808.Tenho 17 anos e estou cursando o ensino mdio. Osprofessores sempre nos passam a imagem de um reimedroso e incapaz de governar. Graas Revista Verde-Oliva foi possvel mudar a minha viso.

    Ana Carolina NriBebedouro-SP

    Prezados senhores,Como militar da reserva do Exrcito, 2 Ten Inf Zarins

    (formado pelo NPOR do ento 28 BIB turma de 1994),parabenizo-os pela brilhante reportagem sobre obicentenrio do Marechal Osorio.

    A leitura da Revista Verde-Oliva alm de aprazvel, nosgarante a atualizao de assuntos relativos ao nossoExrcito.

    Podemos escolher o que semear, mas somos obrigadosa colher aquilo o que plantamos. (provrbio chins)

    Alfredo Zarins NetoCampinas/SP

    Meu nome Rafael Augusto, tenho 16 anos, estoucursando o ensino mdio e tenho grande interese em seguira carreira militar. Tambm gostaria de saber de que maneirao Exrcito Brasileiro contribui com o Meio Ambiente.

    Atenciosamente,Rafael Augusto Pereira Soares

    Bebedouro-SP

    Somos uma jovem entidade sem fins lucrativos(Associao Comunitria Famlia Crist Famlia Cidad),uma ONG voltada para vrios projetos, entre eles aeducao, principalmente atravs da formao doconhecimento.

    Recebemos vrias publicaes, entre elas a SUR Revista Internacional de Direitos Humanos, Revista doBrasil.

    Um exemplar da Revista Verde-Oliva chegou-nosatravs de Assessoria Parlamentar, e ficamos impressionadoscom a qualidade grfica e o nvel dos artigos nelapublicados. Gostaramos de receb-la tambm.

    Abrao Fraterno,Vital Cal FilhoCosmpolis-SP

    com enorme satisfao que leio a Revista Verde-Oliva e me atualizo dos avanos tecnolgicos e sociais quenossas Foras Armadas vm desenvolvendo tanto no Brasilcomo no exterior. Em Misses de Paz, em ExercciosCombinados como Charrua, Albacora, Garantia da Lei eda Ordem, dentre outros que poderia citar. Destarte, ficoumuito bom o material disponibilizado no portal do ExrcitoBrasileiro da Revista Verde-Oliva em pdf. Parabenizo atodos deste rgo ao qual tenho muito apreo.

    Aproveito a oportunidade para enviar-lhe protesto deelevada estima e distinta considerao.

    Josias PedroPorto Feliz-SP

  • 66666 CENTRO DE COMUNICAO SOCIAL DO EXRCITO

    A Lideranana Formao

    dos OficiaisCombatentes

    de Carreira

    Com a chegada do Prncipe Regente D. JooD. JooD. JooD. JooD. Joo e suaCorte ao Brasil, em 1808, nova fase dedesenvolvimento teve incio no Brasil Colnia.Entre as iniciativas levadas a bom termo pelo Regente,destaca-se a criao, na Casa do Trem, atual MuseuHistrico Nacional, da Academia Real Militar, raiz histricada Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN).A Escola, criada por D. JooD. JooD. JooD. JooD. Joo, iniciou seu funcionamentoem 23 de abril de 1811, data considerada como a doaniversrio da AMAN.

    Entre 1812 e 1913, profundas modificaesocorreram, foram criados e extintos estabelecimentos deensino para a formao de oficiais, at todos seremunificados na Escola Militar do Realengo.

    Em 1931, o Coronel Jos Pessa Cavalcanti deJos Pessa Cavalcanti deJos Pessa Cavalcanti deJos Pessa Cavalcanti deJos Pessa Cavalcanti deAlbuquerAlbuquerAlbuquerAlbuquerAlbuquerquequequequeque, ento Comandante da Escola Militar,idealizou a transferncia da sede para Resende, RJ,buscando maior espao fsico e melhor localizaogeoestratgica. Em 1938, iniciou-se a construo, queculminou em 1944, com a abertura dos portes da EscolaMilitar de Resende. Em 23 de abril de 1951, passou achamar-se Academia Militar das Agulhas Negras,concretizando a aspirao do seu idealizador.

    A Academia prepara-se para comemorar, no ano de2011, o seu bicentenrio. Nesses quase dois sculos de

    A guerra uma arte toda de execuo e do que oExrcito precisa de oficiais aptos ao servio, oficiaisrobustos, enrgicos, conhecedores da profisso,convictos de sua misso como oficiais de verdade

    Marechal Jos Pessa Cavalcanti de Albuquerque

    66666 CENTRO DE COMUNICAO SOCIAL DO EXRCITO

    Casa do Trem (Rio de Janeiro-RJ)

  • 77777 ANO XXXV N 198 JUL/AGO/SET 2008

    existncia, as escolas de formao de oficiais combatentesde carreira, do Exrcito da Coroa, do Imprio e daRepblica sofreram expressivas evolues para a realizaodos objetivos, inclusive com mudana de suas sedes edenominaes. As conjunturas, nacional e internacional,impuseram atualizaes no contedo programtico.A infra-estrutura escolar, os uniformes, equipamentos emeios em geral experimentaram substanciais alteraes.Permaneceram imaculados, contudo, os valores centrais,ldimos referenciais imutveis da Instituio, que tmnorteado a conduta de geraes de oficiais.

    Destaca-se, neste artigo, a liderana, um compsitode atributos da rea afetiva, cuja forja, nas escolas deformao de oficiais, desde 1811, tem moldado profis-sionais resolutamente comprometidos com os valoresmaiores do Exrcito e da Nao. Essa forja sempreconstituiu ponto forte em nossas escolas de formao deoficiais e hoje, aproveitando-se a rica experinciaacumulada, ela sistematizada, como narrado a seguir.

    A FORMAO INTEGRAL DOA FORMAO INTEGRAL DOA FORMAO INTEGRAL DOA FORMAO INTEGRAL DOA FORMAO INTEGRAL DOOFICIAL COFICIAL COFICIAL COFICIAL COFICIAL COMBOMBOMBOMBOMBAAAAATENTE DETENTE DETENTE DETENTE DETENTE DECARREIRACARREIRACARREIRACARREIRACARREIRA

    Durante quatro anos de estudos, em regime deinternato, os cadetes da AMAN freqentam um curso de

    formao de nvel superior que lhes ir proporcionar aobteno de adequada competncia profissional, a aquisiode senso moral e cvico-profissional e o desenvolvimentode atributos da rea afetiva fundamentais para o exerccioda liderana militar.

    A obteno de adequada competncia profissional incluia aquisio de conhecimentos e de capacidades.

    Os conhecimentos esto situados em duas vertentes eso obtidos por intermdio de um grupo de disciplinasdenominado Cincias Militares.

    77777 ANO XXXV N 198 JUL/AGO/SET 2008

    COMPETNCIAPROFISSIONAL

    ATRIBUTOS DAREA AFETIVA

    SENSO MORAL ECVICO-PROFISSIONAL

    Academia Militar das Agulhas Negras (Resende-RJ)

    AMAN

  • 88888 CENTRO DE COMUNICAO SOCIAL DO EXRCITO

    Na primeira vertente, encontram-se conhecimentostransmitidos pelas disciplinas a cargo da Diviso de Ensino(Div Ens) e que possibilitaro ao futuro oficial acompanhar,entender e participar da evoluo do mundo em que vive,nos seus diversos aspectos (poltico, econmico, psicossociale tecnolgico). Alm disso, fornece-lhe fundamentosimportantes para o exerccio imediato da profisso militar,pois o cadete estuda disciplinas das cincias exatas, sociaise humanas.

    Na segunda vertente, esto os conhecimentos militarespropriamente ditos, que formaro o alicerce profissionalque possibilitar ao futuro oficial exercer, nas diversasOrganizaes Militares da Fora Terrestre, as funesinerentes ao tenente e ao capito no-aperfeioado dasArmas (Infantaria, Cavalaria, Artilharia, Engenharia eComunicaes), Servio de Intendncia e Quadro deMaterial Blico. Tais conhecimentos, de aplicao diretano combate e na vida diria dos quartis, esto organizadosem disciplinas que tambm integram as Cincias Militares.O Corpo de Cadetes (CC) responsvel pela conduodesse ensino.

    Paralelamente aquisio de conhecimentos, o cadeteadquire determinadas capacidades sem as quais no terum desempenho profissional adequado. Estas capacidadesso de dois tipos: fsicas e mentais.

    Entre as fsicas pontuam a aptido fsica, a resistncia fadiga e a rusticidade. As duas primeiras so desenvolvidas,preponderantemente, por meio do treinamento fsico militar(TFM) e a ltima, por intermdio dos exerccios decampanha e treinamentos assemelhados, conduzidos coma imitao do combate, sempre que possvel.

    Entre as mentais, destacam-se o raciocnio lgico, obom senso, a resistncia fadiga mental e acomunicabilidade. Na obteno das trs primeirascapacidades, diversas disciplinas estudadas na Academiatm importante participao. No desenvolvimento dacomunicao eficaz, ressalta a importncia do estudo dalngua portuguesa, dos idiomas estrangeiros e da oratria.

    Os oficiais formados na AMAN diferenciam-se uns dosoutros no quesito competncia profissional porqueadquirem, durante a formao, conhecimentos especficosa cada Arma, Servio e Quadro.

    Entretanto, a ao educativa que se desenvolve naAMAN no se limita a orientar os cadetes para queobtenham adequada competncia profissional. Deseja-se,tambm, lev-los aquisio de senso moral e cvico-profissional, porque o Estado, entendido como a naopoliticamente organizada, colocar, futuramente, nas mosdos oficiais, os meios coercitivos mais poderosos de quedispe, para serem aplicados na defesa de seus legtimosinteresses nacionais. Alm disso, durante toda a vida, comooficiais, lidaro com pessoas, que devero ser respeitadas,e com bens que devero ser preservados.

    Portanto, necessria uma especial ateno e umdedicado cuidado com a formao moral e cvico-profissional dos cadetes. O Exrcito precisa de oficiaisntegros, convictos da necessidade da honra, dahonestidade, do respeito, da lealdade, do senso de justiae da disciplina, alm de serem patriotas e bons camaradas.Devem, ainda, possuir capacidade para cooperar nodesenvolvimento do esprito de corpo das unidades ondeforem servir.

    Se o esforo dedicado pela Academia, para conduziros cadetes aquisio de competncia profissional e aceitao de valores, vital para formao dos futurosoficiais, no menos importantes so as aes executadaspara neles desenvolver, de forma sistemtica, certosatributos que lhes facilitaro estabelecer slidos laos deliderana com os integrantes dos grupos militares quecomandaro. Desses atributos destacam-se: adaptabilidade,autoconfiana, coerncia, cooperao, coragem,criatividade, deciso, dedicao, entusiasmo, equilbrioemocional, iniciativa, persistncia e responsabilidade.

    V-se, portanto, que a Escola marcou objetivoseducacionais em trs reas: cognitiva, psicomotora eafetiva. Isso feito para que se possa desenvolver acapacidade de liderana dos cadetes, futuros oficiaiscombatentes.

    Entendida a formao integral, acompanhe noprximo item como a liderana estudada, vivenciada edesenvolvida na AMAN.

    A FORJA DO LDER NA AMANA FORJA DO LDER NA AMANA FORJA DO LDER NA AMANA FORJA DO LDER NA AMANA FORJA DO LDER NA AMANTTTTTrs pilares ancoram a forja do lder na AMAN.rs pilares ancoram a forja do lder na AMAN.rs pilares ancoram a forja do lder na AMAN.rs pilares ancoram a forja do lder na AMAN.rs pilares ancoram a forja do lder na AMAN.

    Dessa forma, o aprendizado, a prtica e odesenvolvimento da liderana so conduzidos nesteEstabelecimento de Ensino por meio do(a):

    a. Cumprimento de ora. Cumprimento de ora. Cumprimento de ora. Cumprimento de ora. Cumprimento de ordensdensdensdensdensGravada no ptio de formatura mais tradicional da

    AMAN, o Ptio Tenente Moura, a frase imortalizada peloMarechal Jos PJos PJos PJos PJos Pessaessaessaessaessa Cadete, ides comandar, aprendeia obedecer cristaliza um dos pilares fundamentais da

    88888 CENTRO DE COMUNICAO SOCIAL DO EXRCITO

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    profisso militar: a disciplina. Coerentemente, existe umagradativa evoluo, na cadeia de comando, que vai docadete do 1 ano, que executa as atividades tpicas dapraa mais moderna, at o cadete do 4 ano, que assumeresponsabilidades similares s de um oficial subalterno.

    b. Experincia pessoal/institucionalb. Experincia pessoal/institucionalb. Experincia pessoal/institucionalb. Experincia pessoal/institucionalb. Experincia pessoal/institucionalPor meio de atividades programadas, criam-se

    oportunidades nas quais possvel exercitar o comando,em patamares crescentes de responsabilidade, trocarinformaes e experincias entre os prprios cadetes eentre estes e outros segmentos da sociedade. Tais atividades,supervisionadas por profissionais selecionados, sorealizadas no interior ou fora das organizaes militares eproporcionam desenvolvimento pessoal e profissional aofuturo oficial, alm de prestar apoio comunidade civil.

    c. Participao em eventos profissional-militaresc. Participao em eventos profissional-militaresc. Participao em eventos profissional-militaresc. Participao em eventos profissional-militaresc. Participao em eventos profissional-militaresO futuro oficial, em diversas oportunidades, exerce

    funes de comando na subunidade e participa daformao dos cadetes mais modernos, como auxiliar nasinstrues e nos exerccios no terreno.

    Alm disso, durante a realizao do EstgioPreparatrio nos Corpos de Tropa (EPCT), o cadete do 4ano se desloca para diversas organizaes militares do Pas,onde, por meio de prtica controlada, familiariza-se como cotidiano de um quartel e com as funes e atribuiesde um oficial subalterno.

    d. Vd. Vd. Vd. Vd. Valores anmicosalores anmicosalores anmicosalores anmicosalores anmicosTais valores so os presentes na alma do oficial. A

    AMAN, em seus ritos e no culto s suas tradies e smbolos como a rplica em miniatura da espada invicta de Caxias(o Espadim) , internaliza nos seus cadetes os valores

    imutveis da Instituio, como a busca pelo aprimoramentotcnico-profissional, a f na misso do Exrcito, o amor profisso, o esprito de corpo, o patriotismo e o civismo.

    e. Canal informale. Canal informale. Canal informale. Canal informale. Canal informalDurante a execuo das diversas atividades do cotidiano

    acadmico, como servio de escala, auxiliar do comandantede peloto de cadetes, opo profissional e preparaopara estgios e jornadas no terreno, surgem oportunidadespara que os cadetes mais antigos faam a transmisso deexperincias e ensinamentos, fortalecendo-se, assim, ocanal de comando entre os cadetes, o que facilita e preparapara o exerccio de liderana em futuro prximo.

    f. Autodesenvolvimentof. Autodesenvolvimentof. Autodesenvolvimentof. Autodesenvolvimentof. AutodesenvolvimentoO ensino tambm objetiva criar, no futuro oficial, o

    hbito da busca constante do conhecimento. Algumasferramentas, como o Trabalho de Concluso de Curso e oPrograma de Leitura, estimulam a pesquisa e o crescimentoindividual. A observao crtica sobre oficiais e graduados,tambm suporte ao autodesenvolvimento, pois elesdevero ser modelos de conduta e referenciais para oscadetes.

    g. Ensino formalg. Ensino formalg. Ensino formalg. Ensino formalg. Ensino formalUm dos sustentculos da liderana militar, em todos os

    nveis, o conhecimento profissional. A fim deinstrumentalizar o futuro oficial, so ministradas pelosprofessores da Diviso de Ensino e pelos instrutores doCorpo de Cadetes disciplinas como, por exemplo, HistriaMilitar, Comunicao Social, Filosofia, Psicologia, LideranaMilitar e Oratria. O Plano Anual de Conferncias, com aparticipao de palestrantes civis e militares de renomenacional, inclui subsdios valiosos aos futuros oficiais. Dessaforma, o fenmeno da liderana estudado, com basecientfica e mediante o debate de casos histricosselecionados.

    h. O Projeto Lideranah. O Projeto Lideranah. O Projeto Lideranah. O Projeto Lideranah. O Projeto LideranaNos quatro anos de formao, o cadete desenvolve,

    progressivamente, a capacidade de liderar fraes de suaArma, Quadro ou Servio. As ferramentas e aesnecessrias a esse desenvolvimento esto sistematizadasno Projeto Liderana, objeto de prximo item.

    O PROJETO LIDERANAO PROJETO LIDERANAO PROJETO LIDERANAO PROJETO LIDERANAO PROJETO LIDERANACom o objetivo de sistematizar e facilitar a conquista

    dos objetivos da rea afetiva, desenvolve-se o ProjetoLiderana da AMAN, coordenado pela Seo de Doutrinae Liderana do Corpo de Cadetes.

    O projeto prev o emprego de diversas ferramentas,que possibilitam atingir os objetivos previstos.

    So elas: o oficial que serve na Academia precisa atuar como

    educador e ser um permanente bom exemplo para o cadete; as disciplinas ministradas pelos professores da Diviso

    de Ensino colaboram na formao da competnciaprofissional, alm de desenvolverem atributos importantes

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    Valores e conhecimentos forjam o futuro oficial

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    para a liderana, como a comunicabilidade, a dedicao ea persistncia, entre outros;

    as disciplinas ministradas pelos instrutores do Corpode Cadetes contm os conhecimentos que o futuro oficialutilizar na Instruo Militar da tropa e empregar emsituaes de combate e que tm um enorme potencial comodesenvolvedoras de inmeros atributos;

    o Programa de Desenvolvimento da Capacidade deComando (PDCC) identifica as situaes nas quais o cadeteexerce o comando durante sua formao e orienta oprocedimento dos oficiais instrutores e professores;

    o Programa de Desenvolvimento do Carter Militarno Cadete (PDCM) forja valores militares fundamentais;

    o Programa dos Grupos de Influncia, concebidopara os oficiais professores e instrutores, principalmenteaqueles que exercem o comando de subunidades e pelotes/sees, conheam as virtudes, deficincias e problemasapresentados pelos cadetes a eles subordinados;

    o Programa de Desenvolvimento de Atributos da reaAfetiva por Intermdio da Equitao, que aproveita opotencial dessa disciplina como agente capaz de causarmudanas no temperamento do indivduo, tornando-o maiscorajoso, autoconfiante e equilibrado emocionalmente; e

    a disciplina Liderana Militar, devidamentecontextualizada e integrada Psicologia, Filosofia, Histria Militar e ao Portugus / Oratria, que transmiteao cadete os conhecimentos fundamentais sobre essefenmeno.

    Atualmente, est em gestao o Subprojeto Lutas, queaproveitar a disciplina de mesmo nome como ferramentado Projeto Liderana.

    Entre os diversos cadernos de instruo utilizados comofontes de consulta que amparam a formao da capacidadede liderana dos futuros oficiais, merece destaque odenominado Resistncia s Drogas. Elaborado por umaequipe multidisciplinar, esse documento obteve a atenoda mdia e teve um de seus captulos publicado por inteirona revista Inteligncia, da Fundao Getlio Vargas. Eleorienta o cadete sobre as drogas e seus efeitos sobre o

    organismo, mas tambm mostra a ligao delas com o crimeorganizado no Brasil e no mundo, alm de prescrever umasrie de medidas para evitar a entrada de drogas ilcitas noquartel e no seio da famlia militar.

    CONCLUSOCONCLUSOCONCLUSOCONCLUSOCONCLUSOA AMAN, como estabelecimento de ensino superior

    militar, herdeira de uma tradio bicentenria na formaodo oficial subalterno e do capito no-aperfeioado e, comos olhos postos no futuro, inicia a formao do chefe militar.Durante esse largo perodo, perpassando as mudanas quetransformaram a histria do pas e do mundo, a AcademiaMilitar permaneceu imutvel na forja dos valores cultuadospelo Exrcito Brasileiro. Assim como no passado,impulsionada pela projeo do Exrcito no Sculo XXI ealm, a AMAN desenvolve mudanas organizacionais,melhorias em suas instalaes e avanos no ensino,conser vando, entretanto, seus valores originais,coerentemente com o legado de seu idealizador, o MarechalJos PessaJos PessaJos PessaJos PessaJos Pessa.

    Nesse contexto, o Projeto Liderana tornou-se um fatorpara a manuteno da continuidade do desempenhooperacional eficiente e moderno, aliado aos valores tocaros Instituio. A profunda preocupao com aformao do lder e com os instrumentos utilizados nessedesafio consubstancia o reconhecimento ao Marechal JosJosJosJosJosPPPPPessaessaessaessaessa, que legou ao ensino de formao um verdadeirotesouro em favor da Fora Terrestre, representado nocadete de Agulhas Negras. Esse esforo bicentenriopermite que o futuro oficial do Exrcito Brasileiro sintetizeos valores transmitidos pelas Escolas Militares de todos ostempos, que Ser Cadete cultuar a V Ser Cadete cultuar a V Ser Cadete cultuar a V Ser Cadete cultuar a V Ser Cadete cultuar a Verererererdade, adade, adade, adade, adade, aLealdade, a Probidade e a ResponsabilidaLealdade, a Probidade e a ResponsabilidaLealdade, a Probidade e a ResponsabilidaLealdade, a Probidade e a ResponsabilidaLealdade, a Probidade e a Responsabilidade.de.de.de.de. (

    1 01 01 01 01 0 CENTRO DE COMUNICAO SOCIAL DO EXRCITO

    Entrega de Espadins na AMAN

    Mais informaes acesse: www.aman.ensino.eb.br

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    exerccio da chefia no Exrcito Brasileiro tempeculiaridades que advm da sua prpria cultura,construda e consolidada ao longo dos mais de

    trs sculos e meio que medeiam desde as guerras deexpulso dos invasores at os dias atuais. Como todacultura coletiva, a nossa vem tendo seus padres adaptadosaos tempos novos percorridos pela formao danacionalidade, porm com o notvel cuidado dos nossosantecessores em nos manter coerentes com o que a Naosempre esperou de ns.

    Em grandes linhas, o povo brasileiro estimulou aedificao de um exrcito com os seguintes padresculturais indutores das atitudes e balizadores doscomportamentos de seus membros:

    ENCAIXE NO ESTADO ESPRITO DE CORPO LIBERDADE DISCIPLINA DIGNIDADE DA PESSOA HIERARQUIA DEMOCRACIA ORDEM FAMLIA RESPONSABILIDADE PATRIOTISMO RIGOR NACIONALISMO AUSTERIDADE SOBERANIA SOBRIEDADE TRADIO DISCRIO VERDADE CORAGEM HONRADEZ ALTIVEZ LISURA BRIO PESSOAL CAMARADAGEM AUTOCONFIANA

    Cada um desses vinte e seis atributos mereceria pelomenos um pargrafo de comentrios, mas nosso tema eespao nos obrigam a aplicar o foco nos conceitosdenotados por disciplina, hierarquia, ordem,responsabilidade, rigor e camaradagem. No podemos,todavia, deixar de mencionar que, do conjunto de padresculturais, emergem os valores morais que sero a base deavaliao, pela rigorosa tica militar, dos comportamentosde natureza moral.

    Independentemente das culturas das organizaes,qualquer processo de gesto, do mais complexo ao maissimples, impe uma seqncia de atividades que podemser sintetizadas na conhecida expresso planejar-executar-controlar-intervir. No h escapatria: a boa administraorequer aes nesses quatro campos, seja o gestorcentralizador ou no.

    Exemplos bem familiares a ns so as operaes deblindados, essencialmente descentralizadas. Justamente poressa caracterstica, o planejamento o mais centralizadopossvel, a finalidade da manobra exaustivamentedetalhada para todos os executantes, as delegaes deautoridade decisria so amplas, mas, em contrapartida,todas as medidas adequadas de controle da execuo soestabelecidas e rigorosamente atendidas. E, como emquaisquer operaes militares, se o controle ou asinformaes da linha de frente o indicarem, haver ainterveno do comandante no combate.

    Esse exemplo expresso da doutrina colocada emprtica e conhecida por todos os presentes na campanhaou na batalha. Tal conhecimento da doutrina, no entanto,no basta. necessrio o rigoroso cumprimento das ordensde operaes ou, na ausncia natural de previso parasituaes imponderveis, esperado o comportamentoestritamente de acordo com a finalidade da misso. Essadisciplina assegura a unidade de comando, princpio deguerra que transforma elementos de manobra e de apoioem sistemas de combate.

    Aode ComandoContinuada

    Gen Alberto CarAlberto CarAlberto CarAlberto CarAlberto Cardosodosodosodosodoso

    O

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    A Ordem Unida o exerccio da disciplina, do cumprimento deordens e do respeito hierarquia. momento importante

    em que o Comandante comanda, corrige e orienta.

    dever do Comandante da Patrulha sanar as dvidas de seuscomandados para que eles no cometam erros que

    possam comprometer o xito da misso.

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    Os hbitos e costumes praticados nos campos de batalha que garantem a segurana, o apoio mtuo, a coordenaodas aes, a confiana recproca, o respeito ao vencido, aaltivez na derrota, o enfrentamento do risco, o domniocoletivo do medo, o arrostamento dos desafios, o orgulhoda pertinncia ao grupo se estendem para os perodos depaz e, em ciclo virtuoso, se fortalecem e passam a fazerparte da natureza dos militares. Na preparao diuturnapara a guerra (para evit-la, por meio da dissuaso),incorporamos aqueles hbitos e costumes e os transformamosem atitudes interiorizadas profundamente.

    Assim se vo formando nossos padres culturais e valoresmorais. Camaradagem, esprito de corpo, disciplina, rigorno cumprimento e na implantao das ordens, respeito hierarquia e responsabilidade, entendida como a boapredisposio para responder pelos resultados da execuodos deveres e atribuies, so alguns deles. Da dosagemsensata e tica do seu conjunto compe-se o caldo de culturafacilitador das relaes funcionais e interpessoais, horizontale verticalmente.

    Entretanto, a ao de comando no se pode fiar apenasnesse ambiente de confiana, que tende a criar umainterpretao errada do jargo ordem dada; ordemcumprida, como se a sua emisso bastasse por si mesma.O sentido correto que as ordens tm de ser cumpridas e dever de quem as emite assegurar-se de que o foram, noobstante o retorno dado pelo subordinado. Isso no absolutamente falta de confiana, pois, ao receber umaordem para cumprir, o subordinado est, adredemente, sendoalvo da confiana do chefe.

    Trata-se como vimos pargrafos atrs de controlar; oque um dever do gestor, do chefe, do diretor e docomandante. Controlar, para elogiar, para prestigiar, paracorrigir, para evitar males maiores. A fiscalizao do trabalho

    do subordinado, longe de ser uma presso, um incentivo,quando feita dentro dos cnones de respeito espontaneidade, iniciativa e individualidade dos processos de ao.

    Na atividade militar do dia-a-dia, o controle exercidopor meio da ao de comando continuada, que no seextingue no instante da emisso da ordem, e deve constardos hbitos do chefe. Faz parte da ao de comando apresena na instruo, no interior do quartel ou no campo;nas atividades mais sensveis; nas mais significativas para aconstruo do esprito-de-corpo; nas de maior risco; nasque mais exijam esforo dos subordinados; naspotencialmente comprometedoras da capacidade destes; nasprticas esportivas coletivas; enfim, em todas asoportunidades surgidas ou criadas propositalmente.

    A orientao dos mais jovens, o aconselhamento pessoal,a visita s famlias e a solidariedade nas dificuldades seincluem na ao de comando. Como tambm ao decomando percorrer o rancho das praas; ir enfermariaconversar com os baixados; verificar a situao dos presosno xadrez; impor a disciplina; ser justo e equnime.

    ao de comando ser austero consigo; ser sbrio nosmomentos necessrios e descontrado nos possveis; sercamarada sem promiscuidade; conquistar confiana edemonstrar querer confiar; servir de exemplo.

    Dessa forma, o chefe torna-se onipresente para seuscomandados. Sua presena se faz sentida. Quando ausente,faz falta; assim, estar presente. Se fisicamente afastado,os subordinados sabero que estar onde sua presena eramais necessria; estar sendo lembrado e, portanto,presente. Sua ao de comando no ter intermitncia,nem o acatamento de suas diretrizes, normas e ordens.

    Tudo sem qualquer tipo de compromisso com apopularidade diante dos subordinados e superiores. A solenee maior obrigao com as responsabilidades do cargo.Agindo de maneira sempre coerente com elas possvel quese torne popular, mas muito mais importante do que isso a certeza de que estar trilhando o caminho reto da conquistada confiana e do respeito dos mesmos subordinados esuperiores e se impondo pela ao de comando continuada.Sempre de acordo com os padres da cultura do Exrcito ecom os valores morais dela derivados.

    No existe outra maneira de assegurar que oalinhamento deciso-ordem-execuo conduza aosresultados almejados. (

    Osorio Osorio Osorio Osorio Osorio como Soldadosegundo Conrado NiemeyerConrado NiemeyerConrado NiemeyerConrado NiemeyerConrado Niemeyer

    Quando precisava montava a cavalo;ento acudia a diversos pontos para verificarse suas determinaes estavam executadas.Gostava de ver e examinar tudo.

    Ouvia-se um tiro, mandava indagar oque havia. Mas se o emissrio demorava,l ia em pessoa informar-se. Incansavelmentevisitava os acampamentos, os hospitais,tudo.

    (Extrado do Livro: General Osorio O MaiorHeri e Lder Popular Brasileiro Bicentenrio)

    1 21 21 21 21 2 CENTRO DE COMUNICAO SOCIAL DO EXRCITO

    A ordem tem de ser cumprida e dever dequem a emite assegurar-se de que o foi.

    Autor: Cel R/1 Cludio Moreira BentoCludio Moreira BentoCludio Moreira BentoCludio Moreira BentoCludio Moreira Bento

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    CONSIDERAES INICIAISCONSIDERAES INICIAISCONSIDERAES INICIAISCONSIDERAES INICIAISCONSIDERAES INICIAIS

    uito j se disse a respeito do Duque de CaxiasDuque de CaxiasDuque de CaxiasDuque de CaxiasDuque de Caxias.Entretanto, traos humanos personalssimos easpectos singulares da edificante existncia do

    nclito Soldado merecem ser rememorados. Assim,apresentaremos alguns registros, dignos de nota, relativosao Homem CaxiasCaxiasCaxiasCaxiasCaxias; sua audcia nos campos de batalha;ao resgate de sua memria e s principais homenagensque lhe foram tributadas.Tal o objetivo dessasdespretensiosas achegas, alinhavadas em apertada eincompleta sntese.

    O HOMEM CAXIASO HOMEM CAXIASO HOMEM CAXIASO HOMEM CAXIASO HOMEM CAXIASa. Luiz Alves de Lima e SilvaLuiz Alves de Lima e SilvaLuiz Alves de Lima e SilvaLuiz Alves de Lima e SilvaLuiz Alves de Lima e Silva pautou a sua vida

    pela inteireza de carter, arrojo, acendrado patriotismo,fer vorosa religiosidade e inexcedvel exao nocumprimento do dever.

    Caxias Caxias Caxias Caxias Caxias possua estatura acima da mdia para a suapoca (quando trasladado, em 1949, para o Panteo emfrente ao Ministrio da Guerra, no Rio de Janeiro, na Atade Exumao constou que o esqueleto media 1,72m); decompleio atarracada, ombros largos, olhos castanhos,cabelos castanho-alourados, tez clara e rosada, voz suave,sisudo, garboso, austero, de hbitos morigerados,rigorosssimo no cumprimento do dever, porm humano,saudvel, apesar de padecer de uma malria contrada noMaranho, que lhe causava a inchao do fgado; eraorgulhoso de sua formao militar, corajoso, determinado,sedizente fatalista, o que tambm explica a sua invulgartemeridade, maon dedicado, pai extremoso e cristo def robusta.

    b. O Coronel Jos de Lima Carneiro da SilvaJos de Lima Carneiro da SilvaJos de Lima Carneiro da SilvaJos de Lima Carneiro da SilvaJos de Lima Carneiro da Silva,neto de CaxiasCaxiasCaxiasCaxiasCaxias, entrevistado, aos 83 anos, pela revistaNao Armada (n 23, Out 1941), disse em certo trecho

    M

    Manoel Soriano NetoCoronel da Reserva, Historiador Militar,

    ex-Chefe do Centro de Documentao do Exrcito.

    Humanos doAspectos Humanos doDuquede CAXIAS

    Duque de Caxias

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    da entrevista: O Duque, aps o passamento da Duquesa,jamais tirou o luto, mesmo em casa. Era, entretanto, alegree se alimentava bem, preferindo mesa, pratos da culinriagacha. Apesar de fluminense, o Rio Grande do Sul era asua menina dos olhos. A toda hora falava das suas coisas,dos seus homens e tinha mesmo um certo sotaque deriograndense do sul. A msica encantava-o, como velhasmazurcas e valsas, tocadas ao piano por sua comadre MariaMariaMariaMariaMariaJosJosJosJosJos, que ele ouvia em silncio, fumando grandes eperfumados charutos. Era um inveterado fumante decharutos, consumindo vrios por dia.

    c. Caxias trouxe do Paraguai, trs cavalos: Moleque,Douradilho e Aedo. Um dos bigrafos do Duque, oDr. Vilhena de MoraesVilhena de MoraesVilhena de MoraesVilhena de MoraesVilhena de Moraes, nos d conta da seguintereminiscncia: Ao fogoso Douradilho, da ponte deItoror, CaxiasCaxiasCaxiasCaxiasCaxias, j velho e enfermo, costumava melhorara rao na data do aniversrio daquele combate (6 dedezembro)...

    d. Quando da concesso da anistia aos vencidos, aotrmino da Revoluo Farroupilha, aflorou, sobejamente,o sentimento de generosidade do Pacificador. Eleconcedeu a l iberdade aos cativos far roupilhas,incorporando os que assim desejassem ao ExrcitoImperial, e tratou com extrema bondade os derrotados,sendo escolhido, pelos prprios gachos, para Presidenteda Provncia e por eles indicado para Senador pelo RGS.No apenas por isso, o saudoso jornalista e acadmicoBarbosa Lima SobrinhoBarbosa Lima SobrinhoBarbosa Lima SobrinhoBarbosa Lima SobrinhoBarbosa Lima Sobrinho, concedeu-lhe a notvelhonorificncia de Patrono da Anistia e o eminentehistoriador militar, Coronel Cludio Moreira BentoCludio Moreira BentoCludio Moreira BentoCludio Moreira BentoCludio Moreira Bento,o cognominou de Pioneiro Abolicionista.

    e. Ainda com referncia grandeza de esprito deCaxiasCaxiasCaxiasCaxiasCaxias, observe-se, em seu Testamento, como estexpressa uma de suas vontades: Declaro que deixo aomeu criado Luiz AlvesLuiz AlvesLuiz AlvesLuiz AlvesLuiz Alves, quatrocentos mil ris e toda aroupa de meu uso. Diga-se que esse criado era um ndioque ele trouxera, ainda jovem, do Maranho, aps aBalaiada, adotando-o e dando-lhe o prprio nome;ressalte-se que ele foi a primeira pessoa lembrada, no dito

    Testamento, no qual, somente ao depois, so mencionadosfamiliares e amigos ntimos do venerando Marechal...

    f. Seria despiciendo falar-se do exacerbado patriotismodo Duque de CaxiasDuque de CaxiasDuque de CaxiasDuque de CaxiasDuque de Caxias. Mas gostaramos de encerrar essasbreves consideraes atinentes figura humana desseexponencial personagem de nossa Histria, relembrandoum trecho de uma carta por ele escrita ao Visconde doVisconde doVisconde doVisconde doVisconde doRio BrancoRio BrancoRio BrancoRio BrancoRio Branco, ao tempo da Questo Christie, de dolorosamemria, e que bem evidencia o seu acrisolado amor aoBrasil: No se pode ser sdito de nao fraca. Tenhovontade de quebrar a minha espada quando no me podeservir para desafrontar o meu Pas, de um insulto to atroz.

    A AUDCIA DE CAXIAS NOSA AUDCIA DE CAXIAS NOSA AUDCIA DE CAXIAS NOSA AUDCIA DE CAXIAS NOSA AUDCIA DE CAXIAS NOSCCCCCAMPOS DE BAMPOS DE BAMPOS DE BAMPOS DE BAMPOS DE BAAAAATTTTTALHAALHAALHAALHAALHA

    a. A intrepidez de Caxias Caxias Caxias Caxias Caxias revelou-se em inmerosepisdios, nos quais o intimorato Comandante no se furtoua correr o risco calculado. A sorte, entretanto, sempreo acompanhou nos momentos de alta periculosidade. que ele tinha estrela, tanto que a grande estrela deCaxias apareceu com fulgurante brilho, nos cus do RioGrande do Sul, quando de uma de suas ofensivas noturnascontra os farroupilhas (era, na realidade, o cometaBrilhante), a respeito da qual dizia CaxiasCaxiasCaxiasCaxiasCaxias, em tomzombeteiro, mas alimentando, com sagacidade, a crendicepopular em torno de sua pessoa: , eu nasci na Vila deEstrela, no Rio de Janeiro...

    b. Caxias Caxias Caxias Caxias Caxias era, de fato, extremamente arrojado, comose pode constatar em vrias oportunidades de seu historialcastrense, desde Tenente a General. Notvel foi a suavalentia na Guerra da Independncia e na Campanha daCisplatina, tendo o jovem Tenente e Capito recebidoencomisticas referncias por sua coragem edesprendimento. Saliente-se, outrossim, a sua ousadia,quando do combate de Santa Luzia (MG); noreconhecimento, em 1852, do porto de Buenos Aires e,mxime, na Guerra do Paraguai. Quando do maior conflitoblico de que participamos, o Generalssimo executouaudaciosas manobras como a de envolvimento e cerco, emconjunto com a Marinha, e que redundou na queda dainexpugnvel Fortaleza de Humait; como a marchade flanco empreendida pelos nossos trs Corpos deExrcito atravs de uma estrada, de cerca de 11 km,construda sobre o Gro-Chaco e as operaes daDezembrada, no comeo das quais se travou a memorvelbatalha de Itoror. No fragor dessa refrega, o MarMarMarMarMarqusqusqusqusqusde Caxiasde Caxiasde Caxiasde Caxiasde Caxias, aos 65 anos de idade, parte em direo ponte sobre o arroio Itoror, sabre em punho e a galopede carga, aps bradar: Sigam-me os que forembrasileiros! (consigne-se que o marcial apelo doComandante-em-Chefe era to-somente anmico, aosentimento de brasilidade, posto que apenas tropasbrasileiras participaram da batalha).

    Batalha do Ava (de Pedro Amrico)

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    O MEMORO MEMORO MEMORO MEMORO MEMORVEL RESGVEL RESGVEL RESGVEL RESGVEL RESGAAAAATE DTE DTE DTE DTE DAAAAAMEMRIA DO DUQUEMEMRIA DO DUQUEMEMRIA DO DUQUEMEMRIA DO DUQUEMEMRIA DO DUQUE

    a. Quando da trasladao dos restos mortais de CaxiasCaxiasCaxiasCaxiasCaxiase de sua esposa, em 25 de agosto de 1949, para oPantheon Militar, defronte ao hoje Palcio Duque deCaxias, no Rio de Janeiro, ocorreu um fato histricosingular, muito pouco lembrado, infelizmente. que,naquela data, se deu o definitivo resgate da memria doDuque de Caxias Caxias Caxias Caxias Caxias, que tantos e tamanhos servios prestara Ptria Brasileira, na paz e na guerra. Mas tal resgate foiapenas um magnfico eplogo de um justo desagravo e darecuperao da imagem do Duque, o que j vinhaocorrendo, especialmente a partir de 1923, como adiantefaremos referncia.

    b. Caxias Caxias Caxias Caxias Caxias morreu, no ano de 1880, triste e magoado.A tristeza se devia ao falecimento, em 1874, de suaamantssima esposa, tendo ele usado luto completo, desdeento at morrer, seis anos depois. Trs pungentes mgoaso afligiram no final da vida e diziam respeito ao Imperador, Maonaria e Igreja Catlica.

    O Duque encontrava-se agastado com o Imperador,desde quando concedera, com a relutncia deD. Pedro IIPedro IIPedro IIPedro IIPedro II, em 1875, a anistia aos Bispos dePernambuco e do Par, solucionando, de formamagnnima, a chamada questo religiosa. Aps o retornode uma longa viagem Europa, o Monarca destituiu oGabinete Conservador, presidido por CaxiasCaxiasCaxiasCaxiasCaxias, nomeandoum outro, com membros do Partido Liberal. O velhoSoldado, assaz desgostoso, recolheu-se Fazenda SantaMnica, de propriedade de uma de suas filhas, onde viriaa falecer, em 8 de maio de 1880, afastando-se,definitivamente, da vida pblica.

    O Decreto de anistia aos Bispos nunca foi aceito pelaMaonaria. O Visconde do Rio BrancoVisconde do Rio BrancoVisconde do Rio BrancoVisconde do Rio BrancoVisconde do Rio Branco, Gro-Mestreda Ordem, solicitou demisso do Conselho de Ministros, afim de no assinar o dito Decreto, rompendo com o seugrande amigo CaxiasCaxiasCaxiasCaxiasCaxias, Irmo que se tornou altamenteimpopular entre os da Arte Real, pelo que o Marechaldeixou de freqent-la.

    Ademais, a Igreja Catlica exigiu que o Duque, provectoe doente, cumprisse os ditames de uma bula papal eabjurasse a Maonaria. Como ele no obedeceu queladeterminao religiosa, foi expulso, por ser maonpestilento, da Irmandade da Cruz dos Militares, da qualfra Provedor...

    Acrescente-se que a figura de CaxiasCaxiasCaxiasCaxiasCaxias, desde os ltimosanos da Monarquia, vinha sofrendo duras crticas,desferidas por profitentes do Positivismo. Os positivistas,que tiveram decisiva participao na proclamao daRepblica, eram pacifistas e, por isso, menosprezavam osgloriosos feitos marciais do Imprio, dos quais o nossoSoldado-Maior foi o expoente mximo.

    c. Porm, naquele agosto de 1949, toda a NaoBrasileira reparou as injustias e ingratides perpetradascontra o Duque, quando do traslado de seus despojos eos da Duquesa. A histrica Solenidade cvico-militar,presidida pelo Presidente da Repblica, Marechal EuricoEuricoEuricoEuricoEuricoGaspar DutraGaspar DutraGaspar DutraGaspar DutraGaspar Dutra, revestiu-se de superlativo brilhantismo,sendo o presidente da Comisso de Trasladao, oDr. Nereu RNereu RNereu RNereu RNereu Ramosamosamosamosamos, Vice-Presidente da Repblica, queera um fiel maon. Membros da Famlia Imperial Brasileirae o Marechal RondonMarechal RondonMarechal RondonMarechal RondonMarechal Rondon, tradicional positivista, estiverampresentes cerimnia, que se encerrou com ummonumental desfile militar. Aduza-se que a Igreja Catlicavelou os restos mortais de Caxias Caxias Caxias Caxias Caxias e os de dona AnaAnaAnaAnaAnaLuzaLuzaLuzaLuzaLuza, na Igreja da Irmandade da Cruz dos Militares,que o havia expulso, em 1876, sendo concelebrada umaMissa por 18 Bispos e Arcebispos, de todos os rincesbrasileiros, presenciada pelo Cardeal do Rio de Janeiro,Dom Jaime de Barros CmaraJaime de Barros CmaraJaime de Barros CmaraJaime de Barros CmaraJaime de Barros Cmara. E mais: houve um dobrede sinos, em todas as igrejas catlicas do Brasil, na horada trasladao....

    Destarte, em 25 de agosto de 1949, ocorreu, de fato,uma memorvel reparao histrica da altaneira imagem deum dos maiores filhos desta Ptria, o Duque de CaxiasDuque de CaxiasDuque de CaxiasDuque de CaxiasDuque de Caxias.

    Jos Maria daSilva Paranhos Visconde do Rio

    Branco

    Cndido Mariano daSilva Rondon

    Marechal Rondon

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    PRINPRINPRINPRINPRINCIPCIPCIPCIPCIPAIS HOMENAIS HOMENAIS HOMENAIS HOMENAIS HOMENAAAAAGENSGENSGENSGENSGENSTRIBUTTRIBUTTRIBUTTRIBUTTRIBUTADADADADADAS A CAXIASAS A CAXIASAS A CAXIASAS A CAXIASAS A CAXIAS

    a. CaxiasCaxiasCaxiasCaxiasCaxias, Nume Tutelar da Nacionalidae, foi tudo!Marechal do Exrcito, Conselheiro de Estado e da Guerra,Baro, Conde, Marqus, Duque, Presidente e Pacificadorde Provncias, Senador (pelo RS), Deputado (peloMaranho, eleito, mas no empossado), trs vezes Ministroda Guerra e trs vezes Presidente do Conselho deMinistros! E o Brasil soube reconhecer os benemritosservios por ele prestados Ptria nossa Me-Comum.Por esses brasis existem incontveis monumentos,logradouros pblicos, escolas, etc, que ostentam o augustonome do maior vulto militar da Histria do Brasil. Dentreessas honrarias, sobrelevam-se as denominaes de duasimportantes cidades: a de Duque de CaxiasDuque de CaxiasDuque de CaxiasDuque de CaxiasDuque de Caxias, no Riode Janeiro, e Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul(diga-se, por ilustrativo, que a cidade de Caxias, noMaranho, onde o ento Coronel Luiz AlvesLuiz AlvesLuiz AlvesLuiz AlvesLuiz Alves venceu oltimo foco dos rebeldes, quando da Balaiada, deuorigem ao seu primeiro ttulo nobilirquico - o de Barode Caxias).

    b. Caxias Caxias Caxias Caxias Caxias foi institudo, no ano das festividades doduocentenrio de seu nascimento, mediante a Lein 10.641, de 28 de janeiro de 2003, Heri da Ptria.Por isso, o nome do Heri foi inscrito no Livro dos Herisda Ptria ( um grande livro de ao que se encontra noPanteo da Liberdade e da Democracia, em Braslia), porocasio de bela cerimnia ocorrida em frente ao Quartel-General do Exrcito, na Capital Federal.

    c. No Exrcito Brasileiro, a impoluta memria de CaxiasCaxiasCaxiasCaxiasCaxiascomeou a ser reabilitada de um semi-anonimato (ao qualfoi relegada pelo sectarismo positivista-republicano), em1923, pelo Ministro da Guerra, General SetembrinoSetembrinoSetembrinoSetembrinoSetembrinode Carde Carde Carde Carde Carvalhovalhovalhovalhovalho. Ele instituiu, pelo Aviso n 443, de 25 deagosto de 1923, a Festa de Caxias. Posteriormente, pormeio do Aviso n 366, de 11 de agosto de 1925, o mesmoMinistro criou o Dia do Soldado, tambm a sercomemorado na data natalcia do Duque. Naquele ano de1925, sob o influxo das diretrizes do Ministro da Guerra,a Turma de Aspirantes-a-Oficial da Escola Militar doRealengo escolheu a denominao histrica de TurmaDuque de Caxias (alis, a Turma de 1962, da AcademiaMilitar das Agulhas Negras, qual pertence o atualComandante do Exrcito, General-de-Exrcito EnzoEnzoEnzoEnzoEnzoMartins PeriMartins PeriMartins PeriMartins PeriMartins Peri, tambm ostenta, com muita ufania, adenominao de Turma Duque de Caxias).

    Outro momento histrico de grande relevncia noenaltecimento de Caxias, pela Fora Terrestre, se deu porocasio do comando do ento Coronel Jos PessaJos PessaJos PessaJos PessaJos PessaCavalcanti de AlbuquerCavalcanti de AlbuquerCavalcanti de AlbuquerCavalcanti de AlbuquerCavalcanti de Albuquerquequequequeque, na Escola Militar doRealengo (1931/4). Este militar, de elevadssimos mritos,implantou, naquela Escola, vrias msticas alusivas a nossoglorioso passado, sendo as maiores delas a instituio do

    ttulo de Cadete, para os ento alunos da Escola, e acriao do espadim, rplica do invencvel sabre doCondestvel do Imprio e Unificador da Ptria.

    O Duque de CaxiasCaxiasCaxiasCaxiasCaxias foi proclamado Patrono doExrcito, consoante o Decreto n 51.429, de 13 demaro de 1962.

    O glorioso e invicto Exrcito do qual ele Patrono,possui as seguintes Organizaes Militares que exibem oseu venervel nome, com indescritvel orgulho, em suasdenominaes histricas: Forte Duque de Caxias, noRio de Janeiro (RJ); Batalho Baro de Caxias, que o24 Batalho de Caadores, de So Lus (MA); GrupoConde de Caxias, que o 3 Grupo de ArtilhariaAntiarea, de Caxias do Sul (RS); Companhia Praa Fortede Caxias, que a 13 Companhia de Comunicaes, deSo Gabriel (RS) e o Batalho Duque de Caxias, que oBatalho da Guarda Presidencial, de Braslia (DF).

    GUISA DE CONCLUSO GUISA DE CONCLUSO GUISA DE CONCLUSO GUISA DE CONCLUSO GUISA DE CONCLUSOImpende lembrar, por derradeiro, neste breve escoro

    referente a aspectos pouco lembrados da mui grandiosagesta e da personalidade do Duque de Caxias, de quecerta e recerta a intemporalidade das inmeras liesque ele nos legou!

    Finalmente, desejaramos trazer lembrana, comocorolrio de tudo o que at aqui foi expendido, umaexpresso, caxias , cunhada pelo saudoso e emritosocilogo Gilberto FGilberto FGilberto FGilberto FGilberto Freyrereyrereyrereyrereyre, que bem retrata o carteradamantino e as peregrinas virtudes de nosso insigneSoldado e Pacificador. Tal expresso, uma metfora cadana consagrao popular, bem caracteriza aqueles quecumprem, integral e rigorosamente, os seus deveres. DisseGilberto Freyre: Caxiismo no conjunto de virtudesapenas militares, mas de virtudes cvicas, comuns a militarese civis. Os caxias devem ser tanto paisanos como militares.O caxiismo deveria ser aprendido tanto nas escolascivis quanto nas militares. o Brasil inteiro que precisadele... (

    Forte Duque de Caxias

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    UM POUCO DE HISTRIAUM POUCO DE HISTRIAUM POUCO DE HISTRIAUM POUCO DE HISTRIAUM POUCO DE HISTRIA

    riado pelo Decreto n 76.570, de 07 de novembrode 1975, e efetivamente implantado em 01 dejaneiro de 1976, o 47 Batalho de Infantaria (47

    BI), sediado em Coxim (MS), teve como ncleo formadora 3 Companhia de Fuzileiros do 42 Batalho de InfantariaMotorizado (Goinia-GO); o qual surgiu portransformao do 10 Batalho de Caadores.

    Em 24 de julho de 2000, o 47 BI tornou-se Fora deAo Rpida Regional (FAR) do Comando Militar do Oeste.Cinco anos depois, passou a integrar a fora decontingenciamento do Comando Militar do Oeste(FOCON).

    Em abril de 2006, foi escolhido para ser a base do6 Contingente da Fora de Paz da Misso das NaesUnidas para Estabilizao no Haiti (MINUSTAH). Emdezembro do mesmo ano, um efetivo de 176 militaresembarcou para a misso, retornando em maio de 2007com a satisfao do dever cumprido.

    A Unidade comemora seu aniversrio em 29 de junho.H tempos, ela trabalha num projeto que tem por objetivooficializar seu Estandarte Histrico. Este ser umahomenagem do Batalho cidade de Coxim e, a partir dasua aprovao e publicao pelo Centro de Documentaodo Exrcito, a Unidade passar a se chamar BatalhoCidade de Coxim o Guerreiro Pantaneiro.

    Nossas OM:O 47 BI

    CMISSOMISSOMISSOMISSOMISSO

    A misso do 47 BI garantir a soberania e a segurananacional na rea de sua jurisdio e, subsidiariamente, atuarem parceria com rgos pblicos das reas social e desade.

    Como Fora de Ao Rpida, a Organizao Militartem como objetivo especfico possibilitar ao Exrcito umapronta resposta s situaes em que a rapidez e aoportunidade constituam fatores preponderantes para oemprego da tropa, nas aes de defesa interna e degarantia da Lei e da Ordem em qualquer parte da reaEstratgica em que est localizada (CMO) e, eventualmente,em qualquer ponto do territrio nacional.

    INSTRUOINSTRUOINSTRUOINSTRUOINSTRUOA instruo militar do Batalho voltada para a

    formao e o adestramento do homem no combate emambiente de pantanal e cerrado. Para isso, realiza estgiosde adaptao para os militares recm-chegados, marchas,exerccios inopinados e treinamentos de adestramento comtcnicas especiais.

    A GUARNIOA GUARNIOA GUARNIOA GUARNIOA GUARNIOA Guarnio Militar de Coxim possui uma rea de

    6.410,4 km2, est distante 257 km da capital CampoGrande e possui cerca de 32.000 habitantes, segundocenso do IBGE de 2007. Ela tem uma diferena de umahora a menos em relao ao fuso-horrio de Braslia. Contacom uma rede de ensino fundamental, mdio e universitriode bom nvel, porm, apresenta um sistema de sade comvrias restries.

    ALGUMAS DAS RECENTESALGUMAS DAS RECENTESALGUMAS DAS RECENTESALGUMAS DAS RECENTESALGUMAS DAS RECENTESAAAAATIVIDTIVIDTIVIDTIVIDTIVIDADES DESENVADES DESENVADES DESENVADES DESENVADES DESENVOLOLOLOLOLVIDVIDVIDVIDVIDASASASASAS

    Na rea combatente1) EB1) EB1) EB1) EB1) EBCFCFCFCFCFARARARARARO Estgio Bsico de Combatentes de Fora de Ao

    Rpida (EBCFAR) realizado pelos soldados do EfetivoVarivel aps o trmino da Fase de Qualificao dosVista area do 47 BI

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    soldados. O encerramento do exerccio culmina com aentrega da boina verde-oliva aos recrutas.

    2) Pedido de Cooperao de Instruo2) Pedido de Cooperao de Instruo2) Pedido de Cooperao de Instruo2) Pedido de Cooperao de Instruo2) Pedido de Cooperao de InstruoO Batalho realiza seu adestramento no ambiente do

    pantanal na regio de Corumb. O Pedido de Cooperaode Instruo (PCI) conduzido pelo 17 Batalho deFronteira (17 B Fron), que aplica exerccio e disseminaconhecimentos voltados para o emprego da tropa nessetipo de terreno.

    3) Estgio de Operaes no Pantanal3) Estgio de Operaes no Pantanal3) Estgio de Operaes no Pantanal3) Estgio de Operaes no Pantanal3) Estgio de Operaes no PantanalEstgio para oficiais e sargentos, reconhecido pelo

    Comando de Operaes Terrestres e aplicado pelo17 B Fron, que tem por objetivo qualificar militares parao emprego em operaes na regio do pantanal.

    4) Ex4) Ex4) Ex4) Ex4) Exerererererccios de Grande Comandoccios de Grande Comandoccios de Grande Comandoccios de Grande Comandoccios de Grande Comandoa) SABRE Exerccio de combate simulado para

    adestramento do comando de Organizao Militar e seuEstado-Maior.

    b) SISTAB Exerccio de combate simulado paraadestramento dos comandos de Brigada no qual o 47 BIparticipa como pea de manobra.

    c) OPERAO PANTANAL Foi realizada na regiode Ponta Por (MS) e envolveu tropas e viaturas de diversasOrganizaes Militares do Comando Militar do Oeste(CMO), Brigada de Operaes Especiais e Centro deInstruo de Guerra Eletrnica. Tambm a Marinha doBrasil e a Fora Area Brasileira estiveram presentes.O Batalho participou como Direo-Geral do Exerccio,Fora Oponente aos comandos combinados e no papel deobservador e avaliador de conduta. Para tal, deslocou seuEstado-Maior, a base de sua Companhia de Comando eApoio e duas Companhias de Fuzileiros.

    d) OPERAO CADEADO Operao realizada nafaixa de fronteira do Estado do Mato Grosso. O 47 BImontou sua Base de Combate no municpio de Pontes eLacerda e atuou com uma Companhia de Fuzileiros naregio de Vila Bela da Santssima Trindade e com outra emComodoro. A operao, alm do emprego de tropas doExrcito, teve a participao de elementos de diversosrgos de segurana pblica, de fiscalizao ambiental edo trabalho.

    Instruo do Peloto de Operaes Especiais rea de estacionamento de viaturas no acampamento

    Operao Pantanal Instruo Especial

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    NA REA DE COMUNICAONA REA DE COMUNICAONA REA DE COMUNICAONA REA DE COMUNICAONA REA DE COMUNICAOSOCIALSOCIALSOCIALSOCIALSOCIAL

    O 47 BI busca, constantemente, uma efetiva integraocom a comunidade por meio de diversas aes decomunicao social. Entre essas, a edio bimestral dojornal O Guerreiro Pantaneiro, peridico que buscaoferecer mais informaes para a populao coxinense dasatividades desenvolvidas pelos militares da Unidade.

    Tambm trabalha por veicular spots da Fora Terrestre,disponibilizados via portal eletrnico do exrcito, nas rdioslocais; onde tambm divulga o programa radiofnicoExrcito em Destaque, produzido pelo CMO.

    Outras atividades, como as Aes Cvico-Sociais(ACISO), so uma constante da Unidade. Periodicamente,as comunidades menos favorecidas da regio que abriga o47 BI recebem atendimentos mdico-odontolgicos eoutros servios, alm de alimentos, brinquedos e agasalhosarrecadados em campanhas.

    Os escolares das redes municipal e estadual da regiotambm so recebidos no 47 BI. As visitas visam despertar

    os sentimentos de civismo e patriotismo nos alunos, queparticipam, na Organizao Militar, de oficinas recreativase cvicas.

    ATIVIDADES DEATIVIDADES DEATIVIDADES DEATIVIDADES DEATIVIDADES DEQUALIFICAO PROFISSIONALQUALIFICAO PROFISSIONALQUALIFICAO PROFISSIONALQUALIFICAO PROFISSIONALQUALIFICAO PROFISSIONAL

    Os soldados incorporados ao 47 BI podem realizar,por meio de parcerias com instituies como o SEBRAE eo SENAI, alm de outros parceiros locais, diversos cursosde qualificao profissional, j visando o retorno dessesmilitares vida civil. Os mais recentes cursos foram deformao de Carpinteiro; de Pedreiro; e Curso de DireoDefensiva para Motociclistas.

    CONCLUSOCONCLUSOCONCLUSOCONCLUSOCONCLUSOO 47 BI orgulha-se de, integrado ao Exrcito Brasileiro,

    cumprir a misso constitucional destinada s ForasArmadas e ainda atuar como a Mo Amiga da sociedadecoxinense sempre que solicitado. Alm disso, desenvolvesua atividade-fim com muita dedicao e profissionalismode todos os seus integrantes. (

    Atendimento odontolgico em ACISO Visita de escolares

    Curso de Direo Defensiva para motociclistas Curso de Qualificao Profissional na Carpintaria

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    profisso militar caracteriza-se por exigir doindivduo inmeros sacrifcios, inclusive o daprpria vida, em benefcio da Ptria.

    Essa peculiaridade exige que os militares valorizematividades que lhes so imprescindveis. Preparo eadestramento so fundamentais para o sucesso das misses.

    Preparo e

    Adestramento

    Motivao Motivao Motivao Motivao Motivao - capacidade de manter-sepermanentemente entusiasmado e comprometido com asatividades militares, exteriorizando esses sentimentos peladedicao ao servio e a apresentao individual.

    Objetividade Objetividade Objetividade Objetividade Objetividade - capacidade de manter o foco noobjetivo principal da misso, a fim de cumpri-la comqualidade e oportunidade.

    Esprito de DecisoEsprito de DecisoEsprito de DecisoEsprito de DecisoEsprito de Deciso - capacidade de optar pelaalternativa mais adequada para o cumprimento de suamisso, com iniciativa, responsabilidade e oportunidade .

    Eficcia Eficcia Eficcia Eficcia Eficcia - capacidade de solucionar problemas ealcanar os melhores resultados no desempenho da funo.

    Auto-aperfeioamentoAuto-aperfeioamentoAuto-aperfeioamentoAuto-aperfeioamentoAuto-aperfeioamento - capacidade de,continuamente, manter-se atualizado nos assuntosprofissionais de interesse da Fora.

    Viso prospectivaViso prospectivaViso prospectivaViso prospectivaViso prospectiva - capacidade de agir de maneirapr-ativa, criar e melhorar processos, adequar sistemas evisualizar cenrios futuros.

    Fatores de excelncia no desempenho Zelo no preparo individual. Entusiasmo e dedicao nos adestramentos. Conscincia de que a tropa sempre combate como se

    adestra.

    Ser soldado misso de grandeza

    AValores cultuados pelo Combatente

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    Uma nao que confia em seus direitos, em vezde confiar em seus soldados, engana-se a si mesma eprepara a sua prpria queda.

    Rui Barbosa

    Iniciativa Operacionalidade Patriotismo Civismo F na misso do Exrcito Amor profisso Esprito de corpo Aprimoramento tcnico-profissional Dedicao e fidelidade Ptria Respeito aos smbolos nacionais Probidade e lealdade Disciplina e respeito hierarquia Rigoroso cumprimento dos deveres e ordens Trato ao subordinado com dignidade.

    O Exrcito no Brasil e no ExteriorA Fora Terrestre Brasileira goza de grande prestgio e de reconhecimento internacional como uma tropa de alta

    eficincia e que cumpre com excelncia todas as misses que lhe so confiadas. A capacidade profissional, de interaocom outros povos e a atitude dos nossos soldados tem sido a marca registrada da tropa brasileira, fazendo-a merecedorade respeito e de admirao de autoridades civis e militares de outros pases. Essas peculiaridades projetam poder edivulgam uma imagem positiva das Foras Armadas brasileiras e do prprio Brasil perante o mundo. Tudo isso s possvel devido ao trabalho srio e diuturno de preparo e adestramento conduzido e executado por cada combatente doExrcito Brasileiro que constitui a FORA DA NOSSA FORA.

    Eu sou um soldado do Exrcito BrasileiroEstou sempre pronto para agirSupero as dificuldades fsicas e mentais da atividade

    militarConsigo antecipar-me s necessidadesNunca desisto, apesar das dificuldadesEstou sempre com vontade de cumprir missesMeu entusiasmo contagia os companheirosFao parte de uma equipe.Meu trabalho muito importante para o grupoRespeito as leis, os regulamentos e as normasAtuo em benefcio do meu grupo.Cuido do meu fuzil, pois dele depende a minha vida e a

    dos meus companheirosEstou sempre pronto para agirNo h nada que eu possa temerNunca desisto das dificuldadesFao parte de um grupoMinha equipe a melhor e sempre seremos vencedoresNo h nada que me faa desistirHaver dificuldades, mas nunca recuareiDefendo meu Brasil, meu povo e minha bandeiraSou exemplo para meus companheirosSou orgulho...

    Ronaldo Srgio de Vasconcelos Lins Jnior

    HERI BRASILEIRO

    Os valores da nossa Fora

    2 12 12 12 12 1 ANO XXXV N 198 JUL/AGO/SET 2008

    Maiores informaes: www.coter.eb.mil.br

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    ConselhoNacionalde Oficiaisda Reserva (CNOR)

    Primeira Guerra Mundial (1914-1918) naqual o Brasil participou com reduzido efetivo demonstrou a necessidade do Exrcito Brasileiro

    passar por significativas transformaes, para adequar-se evoluo da arte da guerra.

    A modernizao do armamento e equipamento, oaprimoramento dos conhecimentos militares e,principalmente, um adequado adestramento da tropatornaram-se urgentes. Para isso, entre outras medidas, asituao exigia um rpido preenchimento dos claros empessoal existentes, particularmente os relacionados comos oficiais subalternos.

    Surgiu, tambm, fruto dos ensinamentos da Guerra, odesejo de criar-se um Quadro de Oficiais da Reserva de2 Classe (R/2), que completaria parte dos claros detenentes por tempo limitado, preparando esses oficiais paraintegrar a reserva do Exrcito. Dessa forma, se atenderias reais necessidades de oficiais subalternos, at entoformados exclusivamente na Escola Militar.

    Graas ao Capito da Arma de Artilharia Luiz CorraLuiz CorraLuiz CorraLuiz CorraLuiz CorraLimaLimaLimaLimaLima, que lutou com determinao contra asincompreenses de alguns e dificuldades de toda ordem,em 22 de abril de 1927, foi criado o Centro de Preparaode Oficiais da Reserva do Rio de Janeiro (CPOR/RJ).

    Em conseqncia dos excelentes resultados alcanadose devido ao interesse despertado nos chefes militares, estaclula constituda por jovens dedicados, idealistas esobretudo dotados de esprito militar multiplicou-se emoutros centros e ncleos de formao, implantados portodo o pas.

    PARPARPARPARPARTICIPTICIPTICIPTICIPTICIPAAAAAO DOS CPOR NO DOS CPOR NO DOS CPOR NO DOS CPOR NO DOS CPOR NAAAAAHISTRIA DO BRASILHISTRIA DO BRASILHISTRIA DO BRASILHISTRIA DO BRASILHISTRIA DO BRASIL

    A competncia do Oficial R/2 tem sido comprovada acada dia, quando ombreados com seus colegas da ativanas complexas misses inerentes s Unidades do Exrcito.

    A histria registra memorveis participaes dos CPORem episdios onde a ordem institucional foi ameaada,oportunidades em que se posicionaram contra osconturbadores da paz interna, sempre cultuando astradies democrticas e pacifistas do Exrcito. Merecemdestaque:

    a) com a ecloso da Revoluo de 1930, alunos dealguns CPOR foram includos nas foras em operaescomo 3 sargentos, cabos e soldados;

    b) em 1932, durante a Revoluo Paulista, os alunosdo CPOR/SP foram incorporados s foras revolucionrias,onde puderam comprovar sua formao militar;

    c) na intentona comunista de 1935, mereceu destaqueo fato ocorrido no CPOR/Recife, que tornou-se palco desangrento acontecimento. No dia 24 de novembro, o 1Tenente Intendente Jos Sampaio XavierJos Sampaio XavierJos Sampaio XavierJos Sampaio XavierJos Sampaio Xavier tombou no

    A

    Militares bem formados e preocupadoscom o destino do seu Pas

    Palavras do Comandante do Exrcito pela homenagem do CNOR

    Delegao do CNOR VII ENOREX Porto Alegre-RS

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    cumprimento do dever, brutal e covardemente assassinadona tentativa de sublevao das praas do Contingente doCentro;

    d) nos anos de 1944/45, durante a 2 Guerra Mundial,o oficial R/2 foi testado no mais duro e real exerccio desuas funes de combatente. Nas batalhas em territrioitaliano, integrou, com expressiva representao, todos osescales da 1 Diviso de Infantaria Expedicionria(1 DIE), quando brilhou a estrela do R/2, comandandosuas fraes de tropa com deciso, coragem e comprovadacapacidade.

    e) no processo que culminou com a RevoluoDemocrtica de 31 de maro de 1964, foi expressiva aparticipao dos CPOR. Esses oficiais cumpriram comdestaque inmeras e diversificadas misses, colaborandopara a vitria do Movimento;

    CONSELHO NACIONAL DECONSELHO NACIONAL DECONSELHO NACIONAL DECONSELHO NACIONAL DECONSELHO NACIONAL DEOFICIAIS R/2 (CNOR)OFICIAIS R/2 (CNOR)OFICIAIS R/2 (CNOR)OFICIAIS R/2 (CNOR)OFICIAIS R/2 (CNOR)

    Eternizao dos ideais do Tenente Corra LimaO Conselho Nacional de Oficiais R/2 do Brasil foi criado

    em 22 de abril de 1997, durante a realizao, noCPOR/RJ, do I Encontro Nacional de Oficiais R/2 I ENOREX. A idia de criar um rgo para congregar asseis Associaes de Oficiais R/2 existentes na ocasio, surgiuem 1996, quando da realizao do 1 Ciclo de Atualizaode Oficiais R/2, promovido pela Associao dos Ex-Alunosdo CPOR/RJ. Naquela oportunidade, o Chefe doDepartamento de Ensino e Pesquisa e um dos palestrantesdo seminrio, durante o almoo de encerramento do Curso,autorizou a realizao do I ENOREX e sugeriu a criaodo CNOR.

    Entre os principais objetivos da entidade, destacam-se:- contribuir para tornar os Oficiais R/2 fator prepon-

    derante na ligao e no intercmbio entre o segmento civilda sociedade e as Foras Armadas, em especial o ExrcitoBrasileiro, objetivando salvaguardar os soberanos interessesnacionais, a Lei e a Ordem;

    - divulgar conhecimentos de carter geral, fundamen-tais ao aprimoramento da oficialidade da reserva, com vistas atualizao e manuteno das informaes, valores eatributos adquiridos ou incrementados quando do serviomilitar, particularmente, os ligados rea afetiva;

    - colaborar para o estabelecimento, pela Fora, de umadoutrina de emprego da Reserva No-Remunerada,estimulando os Oficiais R/2, presentes em todos ossegmentos da sociedade, a atuarem como verdadeirosembaixadores do Exrcito Brasileiro.

    O Conselho Nacional de Oficiais R/2 tem a sua sede noRio de Janeiro, no quartel do CPOR. Seu Presidente o2 Ten R/2 de Artilharia SrSrSrSrSrgio Pinto Monteirgio Pinto Monteirgio Pinto Monteirgio Pinto Monteirgio Pinto Monteirooooo, da turmade 1961, tambm fundador da entidade. A Diretoria, almdos cargos administrativos, tem ainda 14 Vice-Presidentes,

    que so os presidentes das Associaes congregadas aoCNOR. No momento integram o CNOR as Associaesde Oficiais R/2 assim localizadas: Rio de Janeiro, So Paulo,Belo Horizonte, Recife, Porto Alegre, Braslia, Manaus,Natal, Joo Pessoa, Salvador, Petrpolis, Cuiab, PontaGrossa e Pelotas, aglutinando mais de nove mil OficiaisR/2 cadastrados. At o final deste ano, o Conselho Nacionalestar incorporando, pelo menos, mais trs organizaessediadas em Juiz de Fora, Fortaleza e Belm.

    INSERO NO PROJETOINSERO NO PROJETOINSERO NO PROJETOINSERO NO PROJETOINSERO NO PROJETOHISTRIA ORAL DO EXRCITOHISTRIA ORAL DO EXRCITOHISTRIA ORAL DO EXRCITOHISTRIA ORAL DO EXRCITOHISTRIA ORAL DO EXRCITO

    O Chefe do Departamento de Ensino e Pesquisa, em19 de maio ltimo, aps exposio do Presidente do CNOR,aprovou a proposta do Conselho Nacional para odesenvolvimento de um projeto denominado Histria Oraldo Exrcito nos rgos de Formao de Oficiais daReserva, quando sero entrevistados cerca de 150 OficiaisR/2, considerados destaques nacionais membros dos trsPoderes da Repblica, empresrios e profissionais liberaisde renome bem como Oficiais R/2 que participaram deepisdios importantes da histria do Pas. Tais entrevistassero publicadas em livros pela BIBLIEX. Trata-se de umprojeto grandioso, j em andamento, que, evidencia aimportncia que o Exrcito atribui sua Reserva Atenta eForte.

    MENSAGEM DO CNORMENSAGEM DO CNORMENSAGEM DO CNORMENSAGEM DO CNORMENSAGEM DO CNOROs analistas militares costumam afirmar que uma das

    mais importantes lies que a Primeira Guerra Mundialdeixou aos estrategistas foi que foras beligerantesnecessitam de reservas em condies de serem mobilizadase se tornarem operacionais em curto prazo. A partir doconflito de 1914 -1918, os exrcitos, de maneira geral,adotaram doutrinas onde a formao do cidado-soldadoassumiu posio relevante. Outra conseqncia, emanadadaquele conflito, foi a necessidade de que nas reservasfossem incorporados elementos com formao militar e

    Desfile de 7 de Setembro de 2007 Rio de Janeiro-RJ

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    capacidade de liderana que os habilitassem a comandarsubunidades e pequenas fraes de combatentes. Surgiu,ento, a figura do Oficial da Reserva. Os Estados Unidos,j em 1919, criaram o ROTC Reserve Officers TrainingCorps (Corpo de Treinamento de Oficiais da Reserva).

    No Brasil, graas aos esforos do Capito de ArtilhariaLuiz de Arajo Corra LimaLuiz de Arajo Corra LimaLuiz de Arajo Corra LimaLuiz de Arajo Corra LimaLuiz de Arajo Corra Lima, foi institudo, em 22 deabril de 1927, o Centro de Preparao de Oficiais daReserva do Rio de Janeiro, do qual ele foi o primeirocomandante. O curso tinha a durao de trs anos, emperodos contnuos e descontnuos, e os alunos, voluntrios,muitos deles universitrios, alguns j reservistas e prximosdos trinta anos, eram chamados pela imprensa de os ptriaamada porque, alm de no perceberem qualquerremunerao, ainda tinham que dispor de seus prpriosrecursos para adquirir o fardamento e parte do equipamentoque iriam utilizar, bem como os manuais de instruo.

    A Segunda Guerra Mundial, iniciada em 1939,demonstrou o acerto dos ideais de CorrCorrCorrCorrCorra Limaa Limaa Limaa Limaa Lima. A ForaExpedicionria Brasileira, que combateu no Teatro deOperaes da Itlia, tinha em suas fileiras 1.070 Oficiaissubalternos, dos quais 433 eram R/2, quase a metade.Alguns deles deram suas vidas pela Ptria. Dos 12 Oficiaiscombatentes brasileiros tombados na Itlia, seis eram TenentesR/2, exatamente a metade. O sacrifcio desses herisenobrece o Brasil e dignifica o nosso Exrcito. Seu exemplodeve ser repassado s novas geraes de Oficiais R/2, comoo smbolo mximo de cidadania e amor Ptria. A Naolhes deve, eternamente, a gratido, o reconhecimento e orespeito devido aos seus filhos mais ilustres.

    Na guerra, os Oficiais R/2 cumpriram suas missescom eficcia. O General Oswaldo CorOswaldo CorOswaldo CorOswaldo CorOswaldo Cordeirdeirdeirdeirdeiro de Fo de Fo de Fo de Fo de Fariasariasariasariasarias,Comandante da Artilharia Divisionria da FEB, a eles assimse referiu em sua despedida, na Itlia, em 24 de maio de1945:

    Meus Oficiais......neste momento foroso declarar,porque antes de tudo representa justia, que nunca soubedistinguir nas minhas unidades, o oficial da reserva, dosprofissionais tal seu comportamento na guerra.

    Muitos Tenentes da Reserva escreveram pginasgloriosas da Histria Militar Brasileira. O 1 Tenente R/2Apollo Miguel RezkApollo Miguel RezkApollo Miguel RezkApollo Miguel RezkApollo Miguel Rezk foi o nico combatente da FEBagraciado pelo governo dos Estados Unidos com aDistinguished-Service Cross (Cruz por Servios Notveis),por herosmo extraordinrio em ao, comando inspiradoe persistente coragem. Recebeu, tambm dos americanosa Silver-Star (Estrela de Prata).

    Em tempo de paz, os Oficiais R/2, quando na ativa -graas a excelncia de sua formao h mais de 80 anossuprem eficazmente as necessidades da Fora na rea deOficiais subalternos. Quando na Reserva, o juramento doAspirantado ser sempre mantido e reafirmado.

    No verde-oliva dos Oficiais R/2 se mesclam os valoresdo soldado e os ideais do cidado. Temos a visoprivilegiada dos segmentos militar e civil da sociedade.Vivenciamos a cumplicidade generosa de uma dupla ligaoafetiva. Como militares, somos testemunhas de que nacaserna se pratica a nacionalidade em toda a sua pujana.Como civis, porque reconhecemos as dificuldades que aNao vive nos dias atuais, nos declaramos decididamenteempenhados em contribuir para que o Brasil se mantenhaem seu destino de Ptria livre, desenvolvida e soberana.E assim, ns, Oficiais R/2, numa simbiose perfeita,incorporamos em nosso sangue verde-oliva positivo, osdiferentes sentimentos de brasilidade que compem a maispura e digna alma brasileira. (

    Srgio Pinto Monteiro - 2 Ten R/2 Art - Tu 1961 - CPOR/RJPresidente do CNOR

    X ENOREX Cuiab-MT (22 a 27 Set 2008)

    Ten R/2 Apollo Miguel Rezk, condecorado com a Silver Star,pelo General Truscott, Comandante do V Exrcito Americano

    30 Mar 1945 - Itlia

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    Maiores informaes: www.cnor.org.br

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    Bases FisiolgicasBases FisiolgicasBases FisiolgicasBases FisiolgicasBases Fisiolgicase Nutricionaise Nutricionaise Nutricionaise Nutricionaise Nutricionaispara a Sadepara a Sadepara a Sadepara a Sadepara a Sadee o Desempenho Fsicoe o Desempenho Fsicoe o Desempenho Fsicoe o Desempenho Fsicoe o Desempenho Fsico

    Organizao Mundial de Sade define sadecomo um timo estado orgnico e de vitalidade,que envolve bem-estar fsico, emocional,

    intelectual, espiritual, social e ambiental. Dessa forma, aboa sade no est restrita apenas ausncia de doenasou de disfunes orgnicas.

    Atualmente, h consenso mundial sobre a importnciada prtica regular de atividade fsica e da alimentaobalanceada para a preservao do bem-estar e daqualidade de vida do ser humano, bem como para amanuteno de uma vida saudvel e duradoura.

    O exerccio fsico, conduzido e orientado de formaadequada por profissional de Educao Fsica habilitado, considerado, por todos os segmentos profissionais darea da sade, uma ferramenta facilitadora na busca desolues para diversos problemas da sociedade atual. Suaprtica regular possibilita a mudana de um estilo de vidaacomodado e estressante para um outro mais dinmico erelaxante.

    Ao mesmo tempo, uma dieta adequada, em quantidadee qualidade, fornece ao organismo a energia e os nutrientesnecessrios para o bom desempenho de suas funes epara a manuteno de um bom estado de sade. Oconsumo alimentar insuficiente pode acarretar deficinciasnutricionais, assim como o consumo alimentar excessivopode levar obesidade. Alm disso, pesquisas tmevidenciado estreita relao entre as caractersticasqualitativas da dieta e a ocorrncia de enfermidadescrnico-degenerativas.

    EXERCCIO FSICO E SADEEXERCCIO FSICO E SADEEXERCCIO FSICO E SADEEXERCCIO FSICO E SADEEXERCCIO FSICO E SADEA diminuio da mortalidade por doenas infecciosas

    e carenciais e o envelhecimento progressivo da populaotrouxeram o crescimento epidmico das doenas crnico-

    degenerativas. Isso levou o campo de aplicao da sade ase ampliar. Tendo em vista a preveno geral, os fatoresde risco tornaram-se objetos de estreita anlise.

    A inatividade fsica , reconhecidamente, um dos fatoresde risco determinantes para o desenvolvimento de doenascrnico-degenerativas no transmissveis e de algumascomorbidades, como o diabetes mellitus no insulino-dependente, a hipertenso arterial, as doenascardiovasculares, alguns tipos de cncer, como o de clon

    A

    Uma dieta composta por alimentos de diversas cores tem maiores chances deincluir todos os nutrientes responsveis pelo bom funcionamento do organismo.

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    e o de mama, o acidente vascular cerebral, a osteoporosee a obesidade.

    As pessoas mais ativas tendem a viver mais e commelhor qualidade. A adoo de um estilo de vida saudvelest relacionada ao aumento da auto-estima, da disposiopara as atividades cotidianas e da produtividade no trabalho, diminuio do estresse e melhora da qualidade do sono.A atividade fsica libera hormnios associados sensaode bem-estar, diminuio do estresse e ao controle doapetite; estimula a produo de aminocidos que podematuar na melhora do sistema imunolgico, reduzindo aocorrncia de gripes e infeces respiratrias.

    Alm dessa condio profiltica efetiva e do bem-estargeral que a atividade fsica proporciona, necessriodestacar, tambm, a economia e a eficincia desse meio depromoo da sade, comprovado pelos estudosinternacionais que demonstram a reduo de 3,20 dlaresem custos mdicos para cada dlar investido em atividadefsica.

    Fica, assim, cada vez mais evidente que o modelobiomdico centrado nos cuidados meramente teraputicose curativos no resolve os problemas de enfermidades dapopulao e grande ateno tem sido dada pelos serviosde sade ao controle do sedentarismo. Porm, estudosrecentes evidenciam que, no Brasil, mais de 50% dapopulao adulta ainda permanece inativa.

    Recentemente, o Colgio Americano de MedicinaEsportiva e a Associao de Cardiologia Americana,baseados em evidncias de diversos estudos bemconduzidos, fizeram um posicionamento, em conjunto,no qual recomendam ao cidado treinamento de fora eresistncia muscular, no mnimo duas vezes por semana,

    para manter ou melhorar as prpriasqualidades fsicas. Recomendam,tambm, atividades aerbicas no mnimocinco vezes por semana, se de intensidademoderada, ou trs vezes por semana, sevigorosas, para a preveno e amanuteno da sade. Para uma pessoade 70kg, essas instituies considerammoderadas as atividades como acaminhada rpida, com gasto deaproximadamente 6 kcal/min, e vigorosasas atividades como a corrida, com gastoenergtico a partir de 9 kcal/min.Enfatizam, tambm, que o exerccio fsicorealizado com intensidade e duraoacima do mnimo promove ainda maioresbenefcios para a sade.

    De fato, as pessoas podem obtergrandes benefcios para a sadesimplesmente adotando um estilo de vidaativo. Alm do mais, os efeitos benficospodem ser muito maiores se se tornarem

    fisicamente bem condicionados.Ainda nessa direo, estudos recentes evidenciam,

    tambm, a importncia da obteno de uma boa condiofsica para a reduo do risco de morte prematura.Corroborando esses trabalhos, o Instituto de Pesquisa daCapacitao Fsica do Exrcito (IPCFEx) concluiu, em2004, um estudo que verificou uma associao inversaentre a capacidade aerbica de 3.781 militares, medidapelo desempenho no teste de Cooper, e o risco de morteem dez anos (Risco de Framingham).

    Portanto, o exerccio deve desenvolver a capacidadefsica, possibilitando ao praticante tornar-se mais apto paraenfrentar os desafios da vida diria com energia e vigor, ea carga de exerccios deve ser proporcional profisso eao estilo de vida de cada um.

    Algumas profisses, como a militar, obviamente, exigemum nvel de condicionamento mais elevado do que oobservado na populao em geral. Entretanto, a prticasaudvel de exerccios fsicos requer um respeito aos limitesindividuais, devendo ser conduzida sob a orientao deum profissional de Educao Fsica, para que a carga deexerccio (intensidade e volume) seja adequada aos objetivosdo praticante. importante, ainda, que um programa detreinamento seja progressivo, iniciando com exercciosmoderados, com posterior aumento da carga para umagradual adaptao do praticante.

    Um outro aspecto que deve ser considerado, quandose trata da prtica de exerccios, so os riscos para a sade,particularmente os de natureza cardiovascular. Os riscosdecorrentes da prtica de exerccio fsico moderado sobaixos e podem tornar-se ainda mais reduzidos seantecedidos por avaliao mdica criteriosa.

    Freqncia cardaca: instrumento eficiente para o controle da carga de treinamento.

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    Conforme as caractersticas da populao a ser avaliadae os objetivos da atividade fsica, a complexidade daavaliao pode variar desde a simples aplicao dequestionrios at a exames mdicos e funcionaissofisticados.

    Indivduos sintomticos ou com importantes fatores derisco para doenas cardiovasculares, metablicas,pulmonares e do sistema locomotor, que poderiam seragravadas pela atividade fsica, exigem avaliao mdicaespecializada, para definio objetiva de eventuais restriese a prescrio correta de exerccios. O PAR-Q (sigla dePhysical Activity Readiness Questionnaire) (quadro 1) temsido sugerido como padro mnimo de avaliao pr-participao.

    Quadro 1

    A resposta positiva a qualquer uma das perguntas doquestionrio PAR-Q, evidencia a necessidade de avaliaomdica pr-participao.

    EXEREXEREXEREXEREXERCCIO E ALCCIO E ALCCIO E ALCCIO E ALCCIO E ALTTTTTOOOOORENDIMENTORENDIMENTORENDIMENTORENDIMENTORENDIMENTO

    Quando uma pessoa realiza sua caminhada mat