revista vestir 06

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Chico Sardelli Atuação da Frente Parlamentar em Defesa do Setor Têxtil e de Confecções do Estado de São Paulo 6 INTEGRAÇÃO TECNOLOGIA OPORTUNIDADE CUSTO CUSTOMIZAÇÃO SISTEMA DOCUMENTACÕES NEGÓCIOS COMUNICAÇÃO RESULTADO AGILIDADE DIVULGAÇÃO EFICIÊNCIA LICITAÇÃO COMPRAS INOVAÇÃO ECONOMIA Revista da Indústria do Vestuário CONJUNTURA DESONERAÇÃO DA FOLHA DE PAGAMENTO EM DIVERSOS SETORES Abr/Mai/Jun – 2013 ISSN 2316 2961 solução B2B Plataforma de negociação online para empresários lançada pelo Sindivestuário durante a 7ª Feimaco e a Tecnotêxtil Brasil 2013 favorece o estreitamento das relações de mercado

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Revista da Indústria do Vestuário

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Page 1: Revista Vestir 06

Chico Sardelli Atuação da Frente

Parlamentar em Defesa

do Setor Têxtil e de

Confecções do Estado

de São Paulo

6

Integração

tecnologIa

oportunIdade

custo

customIzação

sIstema

documentacões

negócIos

comunIcação

resultado

agIlIdade

dIvulgação

efIcIêncIa

lIcItaçãocompras

Inovação

economIa

Revistada Indústriado Vestuário

Conjuntura DESonErAção DA FolhA DE PAgAmEnTo Em DivErSoS SETorES

Abr/Mai/Jun – 2013

ISSN

2316 2

961

solução

B2BPlataforma de negociação online para empresários lançada pelo Sindivestuário durante a 7ª Feimaco e a Tecnotêxtil Brasil 2013 favorece o estreitamento das relações de mercado

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Page 3: Revista Vestir 06

Pesquisa publicada pela Rais revela grandeparticipação feminina no setor têxtil e de confecção

16 Próxima ESTaÇÃO

4 EDiTOriaLOs destaques da edição e do setor

5 PaLaVra DO PrESiDENTERonald Masijah alerta nova possibilidade do setor ser usado como “boi de piranha”

6 ENTrEViSTaChico Sardelli fala sobre a atuação da Frente Parlamentar em Defesa do Setor Têxtil e de Confecções de SP

24 caPaciTaÇÃO

20 TEcNOLOgia

26 cONjuNTura

Concurso cultural Você na Vestir premiará melhores artigos com curso do Senai-SP

Sindicato marca presença em importantes eventos da área realizados na capital paulista

Empresários avaliam a desoneração da folha de pagamento de diversos setores de atividade produtiva

30 FuxicOPrincipais notícias e lançamentos do segmento industrial

31 Na rEDENovidades mais relevantes da internet

Rag

ne K

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ova

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ock.

com32 TrabaLhO

E juSTiÇa

34 agENDaProgramação dos próximos eventos do setor

10 POr DENTrO DO SiNDicaTONotícias e informesinstitucionais do Sindivestuário

Plataforma de negociação online para empresários do setor é lançada pelo Sindivestuário durante eventos recentes

12 caPa: iNOVaÇÃO

SUMÁRIO

Advogada do Sindivestuário aborda a questão dos direitos trabalhistas dos empregados domésticos

Page 4: Revista Vestir 06

4 Revista Vestir

REVISTA VESTIR é uma publicação trimestral do Sindicato da Indústria do Vestuário do Estado de São Paulo (Sindivestuário). O conteúdo dos artigos é de inteira responsabilidade de seus autores e não representa necessariamente a opinião do Sindivestuário.JoRnAlISTA RESponSáVEl Roberto Souza (Mtb 11.408) EdIToR-ExEcuTIVo Fábio Berklian EdIToR-chEfE Hélio Perazzolo EdIToR

Rodrigo Moraes SubEdIToRA Tatiana Piva REpoRTAgEm Anderson Dias, Marina Panham e Samantha Cerquetani pRoJETo EdIToRIAl

Fábio Berklian pRoJETo gRáfIco Rogério Macadura/StartUP Comunicação pRodução EdIToRIAl Priscila

Hernandez dESIgnERS Felipe Santiago, Leonardo Fial, Luiz Fernando Almeida e Rafael Tadeu Sarto conTATo comERcIAl

[email protected] conSElho EdIToRIAl Camilo Sotelo e Maria Thereza Pugliesi TIRAgEm 5.500 exemplares Rua Cayowaá, 228, Perdizes | São Paulo - SP | CEP: 05018-000 11 3875-5627 / 3875-6296 | [email protected] www.rspress.com.br

diretorias - Triênio 2010 / 2013

Sindivest Sindicato da Indústria do Vestuário Feminino e Infanto Juvenil de São Paulo e RegiãoRonald Moris Masijah – Presidente; Stéfanos Anastassiadis – Vice-Presidente; Maurice Marcel Zelazny – Diretor-Secretário; Joseph Davidowicz – Suplente de Diretoria; Sidney Knobloch – Suplente de Diretoria; Oscar Dominguez – Suplente de Diretoria; Dorival Carlos Cecconello – Conselho Fiscal; Luiz Jaime; Zaborowsky – Conselho Fiscal; Haylton de Souza Farias Filho – Conselho Fiscal; Mario Perel – Suplente do Cons. Fiscal; Eliana Penna Moreira – Suplente do Cons. Fiscal; Juliana Saicali Dominguez – Suplente do Cons. Fiscal

Sindiroupas Sindicato da Indústria do Vestuário Masculino no Estado de São PauloHeitor Alves Filho – Presidente; Max Paul Cassius – Vice-Presidente; Carlos Ernesto Abdalla – Diretor Secretário; Heitor Alves Netto – Suplente de Diretoria; Wilson Ricci – Suplente de Diretoria; José Alberto Sarue – Suplente de Diretoria; Francesco D`Anello – Conselho Fiscal; Rubens Alberto Cohen – Conselho Fiscal; Renato André Cassius – Conselho Fiscal; Humberto Pascuini – Suplente de Conselho Fiscal; Osvaldo Zaguis – Suplente do Conselho Fiscal; Antonio Valter Trombeta – Suplente do Conselho Fiscal

Sindicamisas Sindicato da Indústria de Camisas para Homem e Roupas Brancas de São PauloNelson Abbud João – Presidente; Antonio do Nascimento Dias Poças – Vice Presidente; Heitor Alves Netto – 1º Secretário; Adriana Dib Cury Silveira – 1ª Tesoureira; Ronaldo Ferratoni Alves – Conselho Fiscal; Déborah Abbud João – Conselho Fiscal; Rodney Abbud João – Conselho Fiscal; Roberto da Silva Carvalho – Suplente Conselho Fiscal; Vera Lúcia da Silva Carvalho – Suplente Conselho Fiscal; Wady João Cury – Suplente Conselho Fiscal

Rua mario Amaral, nº 172, 2º andar, paraíso - São paulo-Sp Tel.: 11 3889-2273

Editorial

Selo FSC

No iNíCio de abril, aconteceu na cidade de São Paulo a Feimaco – Feira Internacional de Máquinas e Componentes para a Indústria de Con-fecção – e o Tecnotêxtil 2013, dois dos principais eventos do nosso setor. O Sindivestuário esteve presente em am-bos, divulgando a importância da sin-dicalização e com profissionais tirando dúvidas sobre questões jurídicas. Na Feimaco, Ronald Masijah, presidente da instituição, ministrou palestra sobre o que esperar do setor para esse ano. Na oportunidade, o Sindicato lançou oficialmente a Solução B2B, uma nova ferramenta de apoio aos associados e empresários de confecções e têxteis. Acompanhe na editoria Tecnologia a cobertura completa desses eventos. E na matéria de capa, todos os detalhes de como funciona este novo serviço que visa facilitar os processos de com-pras, cotação, licitação, formação de catálogos, entre outros benefícios.

Nosso entrevistado dessa edição é o deputado Chico Sardelli, coordenador da Frente Parlamentar do Setor Têxtil e

Tempo de novidadesSindivestuário lança ferramenta de apoio aos associados e empresários do setor

de Confecções do Estado de São Paulo, relançada em agosto do ano passado e que tem se mostrado fundamental nas conquistas vividas pelo setor. Na opi-nião do político, a vitória mais impor-tante da Frente foi a redução do ICMS.

Outros importantes temas estão na revista, como uma pesquisa divul-gada recentemente pela RAIS (Rela-ção Anual de Informações Socais), do Ministério do Trabalho, que aponta importantes dados sobre a participa-ção da mulher no setor do vestuário e têxtil. Alguns números do estudo chamam atenção: dos 1,7 milhão de trabalhadores diretos existentes no segmento, 76%, ou 1,3 milhão, são mulheres. Principal polo da indústria têxtil e de confecção do País, o estado de São Paulo emprega 390 mil - des-sas 1,3 milhão mulheres. Isto é, 30% do total de trabalhadoras do segmen-to. Mais detalhes da pesquisa e histó-rias de mulheres nessa situação, você confere na editoria Próxima Estação.

Tenham todos uma ótima leitura!

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Revista Vestir 5

Palavra do PrEsidEntE

Ronald masijahpresidente do Sindicato do Vestuário (Sindivestuário)

Como muitoS de voCêS Sabem, a expressão “boi de pira-nha” se originou no meio rural. Ela ilustra uma situação, na qual cria-dores de gado, ao atravessar um rio infestado por piranhas, abatiam um dos bois de sua manada (geralmente os mais velhos ou doentes), e o joga-vam nas águas para, assim, atrair os peixes carnívoros, enquanto o resto conseguia alcançar a outra margem sem serem incomodados. Ou seja, essa ilustração relata uma situação na qual um bem menor e de pouco va-lor é sacrificado para que, em troca, outros bens mais valiosos não sofram ameaça. Pois bem. Mas por que estou falando sobre isso?

Há alguns anos, nosso setor já foi usado como “boi de piranha” para a China, pois o Governo Federal brasi-leiro possuía grandes interesses em exportar para aquele país alguns pro-dutos como soja, cimento e minério de ferro, e nos usou como moeda de troca naquela ocasião. Eles permitiram que enormes quantidades de roupas fos-sem importadas do país oriental para compensar a exportação dos itens que o Brasil passou a enviar para eles.

“boi paraguaio”Ainda estamos em plena discussão

com nosso Governo por conta dessa questão e, pasmem, agora eles que-rem também nos usar para promover a participação do Paraguai no Mercosul (Mercado Comum do Sul). E aproveito para fazer um questionamento a todos vocês: quem será o próximo beneficiá-rio deles, a Bolívia, a Venezuela?

E explico porque faço essa provoca-ção. Estão sendo feitos estudos para viabilizar a montagem de empresas de confecção brasileiras no país vizinho. A alegação é de que o custo da mão de obra e energia elétrica paraguaios são mais abundantes e baratos. A carga tributária também é menor por lá e ainda há a isenção de impostos na entrada da mercadoria no Brasil, pelo fato de ser um país do Mercosul. Acena também com maiores facili-dades de acesso às matérias-primas diferenciadas e importadas principal-mente dos países asiáticos. O que é isso? Vamos transferir nossos empre-gos e empresas para o Paraguai? Isso é um absurdo!

Chega de usarem a indústria bra-sileira do vestuário como “boi de pi-ranha”. Já que descobriram tudo isso — fatos que já conhecíamos faz tem-po —, por que não nos permitem que consigamos produzir aqui a preços mais competitivos? Por que não gera-mos mais empregos dentro do Brasil e não fora? Por que é mais fácil obter verbas do Banco Nacional de Desenvol-vimento Econômico e Social (BNDES) para investimento fora do País do que internamente?

A palavra de ordem agora é CHE-GA. Nossa meta é trabalhar pelo de-senvolvimento de nossas indústrias no Brasil e, obviamente, não fora dele. Essa tem sido a principal luta do Sindivestuário e queremos chamar a sua atenção para essas questões. Esteja conosco e faça parte de todas essas batalhas, pois em muitas delas temos sido vitoriosos.

Chega de ser “boi de piranha”!entenda a expressão e qual a sua relação com o nosso mercado atual

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6 Revista Vestir

EntrEvistaRepResentatividade

Em busca do fortalEci-mEnto do sEtor têxtil e de confecção nacional, que enfrenta entraves como a concorrência desleal de produtos importados, o deputado estadual Chico Sardelli, do Partido Verde, propôs a instituição da Frente Parlamentar em Defesa do Setor Têxtil e de Confecções do Estado de São Paulo, quando assumiu seu man-dato em 2007.

Empresário do setor têxtil e natu-ral de Americana, interior do estado de São Paulo, Sardelli conta que a Região do Polo Têxtil – que compre-ende os municípios de Americana, Santa Bárbara d’Oeste, Sumaré, Nova Odessa e Hortolândia – sentiu o pri-meiro impacto negativo da invasão dos produtos importados. A Região Metropolitana de Campinas (RMC) possui a maior concentração de indús-trias têxteis e de confecção do País e é responsável por aproximadamente 85% da produção nacional de tecidos planos de fibras artificiais e sintéticas.

Com mais de cinco anos de ativi-dade e sob a coordenação de Sardelli, a Frente Parlamentar trabalha em defesa do setor e realiza estudos e debates, propõe medidas e adota provi-dências para atuar como interlocutora entre os diversos órgãos do Governo Federal, Estadual e Municipais, e seto-res da iniciativa privada. Por meio desse trabalho, a Frente Parlamentar obteve conquistas importantes, como

Ferramenta de lutaatuação da frente Parlamentar em defesa do setor têxtil e de confecções do Estado de são Paulo, comandada pelo deputado chico sardelli, mostra-se fundamental nas conquistas vividas pelo setor

a redução da alíquota do ICMS de 12% para 7%. Para se adequar à nova legislatura – Resolução nº 870, de 8 de abril de 2011 – e dar continuidade aos trabalhos, a Frente foi relançada no dia 29 de agosto de 2011, na Assembleia Legislativa de São Paulo, com o apoio dos deputados, das enti-dades representativas patronais e dos trabalhadores. Em entrevista conce-dida à Revista Vestir, o deputado ana-lisa o cenário atual do setor têxtil e de confecção, explica o trabalho rea-lizado pela Frente Parlamentar e enfa-tiza que a união de forças entre empre-sários, trabalhadores e parlamentares é fundamental nesse momento de mobilização, para aumentar a compe-titividade das indústrias frente à cres-cente importação de produtos, princi-palmente chineses. Confira.

Ao assumir o mandato de deputado estadual, em 2007, o senhor propôs a instalação da Frente Parlamentar em Defesa do Setor Têxtil e de Confecções do Estado de São Paulo. O que o inspirou a sugerir a criação desse movimento?Chico Sardelli - Sou de uma região eminentemente têxtil, onde a voca-ção é a produção da indústria têxtil e de confecção. Como empresário do setor há muitos anos, sempre vi o sofrimento efetivo que essa classe, segunda maior geradora de empregos do País, passava e ainda vive com a

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Revista Vestir 7

Por marina Panham |fotos chico sardelli/divulgação / rs Press/divulgação

Chico Sardelli é deputado estadual (PV) e coordenador da Frente Parlamentar em Defesa do Setor Têxtil e de Confecções do Estado de São Paulo

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8 Revista Vestir

EntrEvistaRepResentatividade

importação predatória. Os produtos são importados de países que não res-peitam absolutamente nada, nem ques-tões ambientais e fiscais, mas entram na competitividade interna do nosso País, que paga os mais altos tributos do mundo. Então, quando assumi o mandato como deputado estadual, for-mei a Frente Parlamentar em Defesa do Setor Têxtil e de Confecções com base nesses princípios.

Por que a Frente Parlamentar foi relan-çada em 2011?Sardelli - Nós relançamos a Frente Parlamentar no dia 29 de agosto de 2011, juntamente à nova legislatura – Resolução nº 870, de 8 de abril de 2011 – para darmos continuidade às ações de defesa, desenvolvimento e crescimento dos setores têxtil e do ves-tuário iniciadas em períodos anteriores, com o apoio de deputados, das entida-des representativas patronais e dos tra-balhadores. A Frente realiza estudos e debates, propõe medidas e adota provi-dências para atuar como interlocutora entre os diversos órgãos do Governo Federal, Estadual e Municipais, e seto-res da iniciativa privada.

Em dezembro de 2012, a Frente comple-tou cinco anos de atividade. Quais foram as principais conquistas obtidas com a ajuda do movimento nesse período?Sardelli - O maior feito foi a repre-sentatividade que o setor têxtil conquistou por meio de um trabalho político suprapartidário, já que essa Frente Parlamentar representa desde o capital até a classe trabalhadora, garantindo emprego e desenvol-vimento sustentável. Além disso, tivemos uma luta ao longo do man-dato passado que foi a redução do ICMS de 12% para 7%. A conquista foi obtida já no governo José Serra (2006/2011) e depois reeditada no governo Geraldo Alckmin. Então, eu diria que a representatividade, por meio da Frente, e a redução do ICMS foram as conquistas mais importan-tes para o setor. Recentemente esti-vemos em mais uma audiência na Secretaria Estadual da Fazenda, na qual apresentamos novas solicita-ções de medidas urgentes e neces-sárias à implantação de uma política tributária mais competitiva, como forma de fomentar a economia do estado de São Paulo.

Deputado reunido com representantes do setor em reunião da Frente Parlamentar ocorrida na Assembleia Legislativa, em SP

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Revista Vestir 9

Qual a contribuição do Sindivestuário nesse trabalho desenvolvido pela Frente Parlamentar em prol do fortalecimento da cadeia de confecção nacional?Sardelli - Os sindicatos da indústria têxtil e de confecção, e todos os seto-res organizados da classe produtiva do setor, têm nos apoiado na luta em defesa da classe. O Sindivestuário, com o Ronald Masijah; o Sindicato das Indústrias de Fiação e Tecelagem do Estado de São Paulo (Sinditêxtil-SP), com o Alfredo Bonduki; o Sindicato das Indústrias de Tecelagem de Americana, Nova Odessa, Santa Bárbara D’Oeste e Sumaré (Sinditec), com o Dilézio Ciamarro; e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), com o Paulo Skaf. O Ronald foi um parceiro de primeira hora, logo na formação da Frente Parlamentar. Vejo e sinto a res-ponsabilidade que ele tem com o setor que representa e entendo que esse tra-balho desempenhado nos dá subsídios para poder continuar na nossa luta em defesa da indústria têxtil e de confec-ção. Não tenho dúvidas que o presi-dente do Sindivestuário é um empre-sário. Que não deixa de ser um homem público, compenetrado e trabalhando para que o seu setor não tenha regalias. E sim para que seja respeitado como um todo em um País onde se pagam as maiores taxas e impostos do mundo, competindo com países que praticam trabalho escravo e uma série de outras mazelas com o seu trabalhador. É essa sensibilidade que o setor precisa. Parte desse sucesso da Frente Parlamentar, a qual eu coordeno, tem se dado em fun-ção também da doação do presidente do Sindivestuário.

Qual tem sido a reação das tradicionais indústrias da Região Metropolitana de Campinas com a invasão de produ- tos importados? Sardelli - O setor está reagindo com muita cautela e preocupação. Pagamos altos impostos e estamos sujeitos a todos os tipos de fiscalização. O Brasil possui um alto índice de geração de emprego na indústria de transforma-ção, que é a indústria de confecção, tecelagem, etc. Cada máquina é um

emprego. Mas nós temos de ver esse cenário de maneira mais ‘macro’, no sentido nacional, vindo para o sen-tido estadual e depois para a Região Metropolitana de Campinas, onde está inserida Americana, Santa Barbara d’Oeste, Nova Odessa, Sumaré e Hortolândia. E as indústrias têm tido a responsabilidade de gerar empregos e mais empregos para poder garantir o desenvolvimento da nossa região. Nossa microrregião, com a vocação da indústria têxtil e de confecção, se consolidou como o maior polo têxtil do Brasil. Foi aí que nós sentimos o primeiro impacto negativo da invasão dos produtos importados na indústria e no varejo. Por isso a união de for-ças entre empresários, trabalhadores e parlamentares é fundamental nesse momento de mobilização, para aumen-tar a competitividade das indústrias frente à crescente importação de pro-dutos, principalmente chineses.

Diante do cenário atual, quais as prioridades e perspectivas da Frente Parlamentar em defesa do setor no estado de São Paulo?Sardelli - Manter-se alerta e vigilante. Estamos – os setores produtivos e os sindicatos patronais e dos traba-lhadores – sempre atentos a todas as movimentações que possam pre-judicar o setor produtivo da indústria têxtil e de confecção. Isso para poder proteger, com responsabilidade, o tra-balho, o emprego e o desenvolvimento brasileiro. Esse é o compromisso da Frente Parlamentar.

como EmPrEsário do sEtor há muitos anos, sEmPrE vi o sofrimEnto

EfEtivo quE Essa classE, sEgunda maior gEradora dE EmPrEgos do

País, Passava E ainda vivE com a imPortação PrEdatória

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10 Revista Vestir

Por dentro do SIndIcato

nota fiscal o valor do insumo impor-tado, o número do controle da FCI e o conteúdo de importação expresso percentualmente.

No segundo caso, foi impetrado mandado de segurança contra ato praticado pelo coordenador da admi-nistração tributária, e o juiz da 14ª Vara da Fazenda Pública concedeu a liminar pleiteada para desobrigar as indústrias de confecção do vestuário associadas às entidades patronais de cumprirem as exigências quanto às informações na nota fiscal.

Como é de conhecimento, a limi-nar pode ser revogada a qualquer tempo, mas no caso específico não trará nenhum ônus financeiro futuro às empresas, por se tratar de obriga-ção acessória e, não de tributo. Para mais informações, entre em contato com o Departamento Jurídico dos Sindicatos do Vestuário, no telefone (11) 3889-2277 ou pelo e-mail: jurí[email protected]

Maria Thereza PugliesiDepartamento Jurídico

institucional

Com o objetivo de criar novas estratégias para as empresas associadas aos sindicatos, o Sindivestuário está realizando uma série de reuniões com empresas prestado-ras de serviços e/ou fabricantes de deter-minados produtos de interesse do setor do vestuário. São oportu-nidades de negócios online e tendências que devem surgir com a Copa do Mundo de 2014, e as Olimpía-das de 2016. Informe-se no site da instituição ou nas mídias sociais como Facebook e Twitter e participe desse movimento.

os sindiCatos das Indústrias do Vestuário do Estado de São Paulo ingressaram com medidas judiciais visando à declaração de inconstitu-cionalidade da Resolução do Senado Federal nº13/2012. Ela trata sobre a alteração do Imposto sobre Opera-ções relativas à Circulação de Mer-cadorias (ICMS), que em operações interestaduais de bens e mercado-rias com conteúdo igual ou superior a 40% passou a ser exigida a alíquota de 4%, o que impacta no custo das empresas. Além disso, a liberação da obrigatoriedade de o contribuinte informar na nota fiscal o custo dos insumos por ele importados fere o princípio constitucional da livre con-corrência. Lembrando que até 31 de dezembro de 2012 a alíquota era de 7% ou 12%.

Nesse sentido, foram ajuizadas duas medidas judiciais:

I – para ver declarada a inconstitucio-nalidade da Resolução nº 13/2012 do Senado Federal;II – para que as empresas associadas não fossem obrigadas a declarar na

Vitória dos sindicatosdo Vestuário de são Paulo

negócios online na coPa e olimPíadas

o sindivestuário e sua publicação jornalística, a Revista Vestir, estão presentes nas mídias sociais.

Além de seu site (www.sindicatosp.com.br), a instituição se comunica com todos os seus associados e demais

interessados da área, pelo Twitter (twitter.com/ sindivestuario) e Facebook (facebook.com/

sindivestuario.sindicatodamoda) da entidade. A publicação trimestral do Sindicato, a Revista Vestir

também está presente nessas duas ferramentas. Os endereços são twitter.com/RevistaVestir e facebook.com/RevistaVestir. Acesse todas as

plataformas, fique por dentro de todos os assuntos de interesse do setor, tire suas dúvidas, siga e curta à vontade.

acesse as mídias sociais do sindiVestuário e da reVista Vestir

Page 11: Revista Vestir 06

Revista Vestir 11

Page 12: Revista Vestir 06

12 Revista Vestir

facilitadoraAssociados do Sindivestuário terão acesso a

um software que disponibilizará uma plataforma de negociação online, com o objetivo de

otimizar e organizar o tempo dos empresários

No iNício de Abril, o Sin-divestuário lançou na 7ª Feira Inter-nacional de Máquinas e Componentes para a Indústria de Confecções (Fei-maco) e na Tecnotêxtil Brasil 2013 - Feira de Tecnologias para a Indústria Têxtil, a Solução B2B para os seus associados. O termo B2B (business to business) representa o comércio que ocorre entre as empresas, ou seja, há uma substituição dos processos físicos que envolvem as transações comerciais, facilitando o acesso por meio da internet. Sendo assim, os as-sociados poderão realizar operações de compra e venda, informações, pro-dutos e serviços pela web.

Nos estandes do Sindicato, em ambos os eventos, foram apresenta-dos os benefícios desse programa. Em breve, será possível acessar um software moderno que disponibilizará uma plataforma de negociação online para os empresários do setor. O pri-meiro Portal B2B tem como propósi-

to principal o estreitamento das rela-ções entre as entidades de classe e seus associados, buscando suprir ne-cessidades do dia a dia das empresas que fazem parte deste negócio.

A iniciativa do Sindivestuário visa aumentar as oportunidades para as empresas expandirem os seus merca-dos, reduzindo custos, aumentando a eficiência e satisfação dos clientes. “Para isso, os associados poderão fa-zer parte de uma comunidade virtual, com interação eletrônica por meio da internet, participação de um ambiente de colaboração entre os agentes des-sa cadeia produtiva”, afirma Roberto Campos, CEO da SoftKey, empresa responsável pelo programa.

Para Camilo Muradas Sotelo, diretor--executivo do Sindivestuário e respon-sável pela estratégia de implementa-ção do software e outras ações, um dos principais objetivos da direção da ins-tituição é a aproximação com os seus associados. Além de fazer com que eles

Ferramenta

CAPAinovação

Page 13: Revista Vestir 06

Revista Vestir 13

Por Samantha cerquetani / ilustração rS Press

Page 14: Revista Vestir 06

14 Revista Vestir

ficarão registradas na plataforma com segurança total.

“É uma ferramenta que funciona conforme as necessidades da empre-sa. A ideia é que o usuário tenha aces-sibilidade e possa alcançar essas in-formações fora do escritório também. No momento, estamos na primeira fase do projeto, construindo a comunidade, fazendo treinamentos, explicando seu funcionamento, melhorando a qualida-de e aumentando o nível de serviço para o associado”, explica Campos.

O programa também disponibiliza cotações eletrônicas otimizadas, ca-tálogos eletrônicos colaborativos e follow-up eletrônico. “Iniciamos nos-sas atividades para o setor industrial brasileiro, que engloba mais de 1.200 sindicatos. Dessa ótica, mais de 500 mil indústrias podem usufruir do ambiente eletrônico, buscando agi-lidade, transparência, economia de tempo e otimização de processos en-volvendo suas relações comerciais”, afirma Campos. E completa: “pionei-ro em seu segmento, o Sindivestuário conveniou-se ao Portal B2B, buscan-do evoluir no propósito de consolida-ção da comunidade de negócios da indústria da moda no Brasil”.

De acordo com o CEO da SoftKey, a implantação completa do novo siste-

melhorem seus resultados, economi-zando nas compras (com o B2B) ou au-mentando suas vendas (com o B2C, em fase de preparação) com praticidade.

“O B2B visa proporcionar uma economia de até 30% aos usuários da plataforma. Com ele é possível que os empresários não percam tempo com a logística, por exemplo, além de incen-tivarmos as pequenas e médias em-presas a usarem a internet como uma ferramenta eficaz que agiliza e traz re-sultados rapidamente”, diz Sotelo. Ele acrescenta que o programa é um bene-ficio ao associado que precisa de um processo eficaz compatível com o mer-cado, e que auxilie nas compras e ven-das de produtos de forma econômica.

BenefíciosEntre os principais benefícios do

software estão a redução significati-va do tempo do ciclo de aquisição de produtos/serviços improdutivos e do custo direto em compras, organização geral do processo de compras, trans-parência total para compradores e vendedores e aumento das ofertas em atendimento às necessidades qualifi-cadas. Sem contar o baixo custo para os associados, disponibilidade total de acesso (não há limite para uso do sis-tema) e o histórico das empresas que

CAPAinovação

Page 15: Revista Vestir 06

Revista Vestir 15

ma estará disponível aos interessados em um período máximo de seis meses. Ele afirma que a expectativa é de que em cinco anos sejam atingidos até 80 mil fornecedores. Segundo o profissio-nal, há uma economia financeira de 10 a 35% do valor de mercado tradicional. “É um novo canal alternativo para po-tencializar os resultados, aumentar a competitividade em que há, ao mesmo tempo, um controle maior”, explica.

Na avaliação do presidente do Sin-divestuário, Ronald Masijah, hoje em dia, a competição é muito grande nes-se setor. Portanto, o programa será um aliado para eliminar os custos desne-cessários e fazer com os empresários foquem seus objetivos nas vendas sem perder tempo. “O usuário terá acesso a diversas empresas e fornecedores e, sem dúvida, aumentará a venda de seus produtos”, afirma o Masijah.

Para ele, a solução B2B é o que há de mais moderno para as empresas e ressalta a importância da adesão ao sistema: “Provavelmente, logo no iní-cio, ocorrerão algumas dificuldades du-rante um processo de adaptação. É im-portante lembrar que as adversidades são corriqueiras no começo de qualquer projeto. Porém, as vantagens são tão grandes que não tenho dúvida de que em breve a maioria dos associados terá acesso ao software e desfrutará de seus benefícios”, relata o presidente.

Considerando a inegável contri-buição da internet para agilizar os processos e o programa garante que a negociação aconteça, Ronald Masi-jah concorda que a empresa que não conseguir se modernizar, se atualizar e aprender a utilizar a internet perderá o lucro e ficará ultrapassada. “Este é um aprendizado necessário que valerá a pena para todos os associados.”

Em breve, haverá também um software destinado para o B2C (business to consumer). Para Campos, as motivações dos profissionais de em-presas com perfil de compradores são distintas das dos consumidores. Por essa razão os programas precisam ser distintos. O B2C caracteriza-se pelo comércio efetuado diretamente entre a empresa produtora, vendedora ou prestadora de serviços e o consumidor final, também por meio da internet.

participar

PrinciPais

para associadosOSbenefícios

?Os interessados no software poderão se cadastrar gratuita-mente e acessar a plataforma B2B com sua identificação úni-ca, informando o email e a senha. Nessa área restrita, o perfil no B2B do Sindivestuário já estará disponível para utilização. Na tela principal do sistema, o associado poderá buscar as informações dispostas em formato de catálogo eletrônico. Nesse ambiente virtual, a palavra de ordem é a colabora-ção, buscando sempre a otimização dos processos. O usu-ário encontra sua lista de compras e, a qualquer tempo, o associado pode pedir um desconto, estabelecendo o início de uma negociação e emição de um pedido de compras. Os interessados podem entrar em contato e obter mais in-formações pelos e-mails: [email protected] ou [email protected].

Foto Shutterstock

Como

B2B x MercadoBenefícios B2B

Sindivestuário Mercado

Custo Zero para o associado

Geralmente o comprador paga pelos custos diretos (suporte + sistema)

Organização das informações

Tabulada e atualizada

Parcialmente e desatualizada

Redução do ciclo da compra (lead time)

Se não precisar de negociação, a redução é de mais de 90%

Depende da interação com o vendedor

Transparência

100%, pois compradores estabelecem uma interação direta com o vendedor

Varia conforme o modelo adotado

Otimização nas interações

Eliminação do retrabalho Dificilmente ocorre

EconomiaTempo (75%) e recursos (de 10 a 35%)

Varia conforme o modelo adotado

Disponibilidade de informações

100% todos os dias

Varia conforme o modelo adotado

HistóricoArmazenado e disponível a todo o momento

Varia conforme o modelo adotado

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Próxima estaçãomulheres no segmento

O pOderiO femininO dO setOrMulheres representam quase 80% dos trabalhadores dos segmentos têxtil e de confecção do País. Elas são maioria também no varejo e no consumo

A pArticipAção das mulhe-res nos setores têxtil e de confec-ção é a segunda maior do gênero no Brasil, atrás apenas da de serviços. Esse é um dos dados revelados por uma pesquisa publicada pela Relação Anual de Informações Sociais (Rais), do Ministério do Trabalho e Emprego. De acordo com o levantamento, dos 1,7 milhão de trabalhadores diretos do setor, 1,3 milhão são mulheres, ou seja, 76% do total. Desse expressivo número, outro dado curioso é que 40% dessas trabalhadoras são as mantenedoras de seus lares, ou, como se dizia nos velhos tempos: são arrimo de família.

Só o estado de São Paulo emprega 390 mil das 1,3 milhão de mulheres do setor, o que significa 30% do total de trabalhadoras dos setores têxtil e de confecção do País. Para o presidente do Sindicato das Indústrias de Fiação e Tecelagem do Estado de São Paulo (Sinditêxtil-SP), Alfredo Bonduki, a

Inauguração de projeto social para costureiras na cidade de Pindorama (SP)

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Por Anderson Dias |Foto FUSSESP/Divulgação

trabalhadoras precisam cuidar dos filhos e da manutenção de suas casas.

Um grande exemplo é a costureira de protótipo, Marlisia Paterno. A catari-nense tem dois filhos, com 12 e 15 anos de idade. Entre uma peça e outra, ela admite pensar em seus filhos durante todo o dia. “Ligo para eles, no mínimo, três vezes por dia. Em casa, limpo tudo e, no jantar, já preparo o que eles vão comer no dia seguinte”, revelou.

Todos os dias, ela acorda por volta das 6 horas. Prepara o café da manhã dos filhos e vai para o trabalho. “No setor em que trabalho, são 16 mulheres e apenas um homem. Como a maioria também tem filhos, conversamos e tro-camos experiências sobre essa rotina de mães trabalhadoras”, contou.

Apesar da preocupação, a costu-reira, que tem quase 20 anos de expe-riência no setor, não esconde a satisfa-ção em trabalhar nesse ramo. “Adoro o que faço. Estou na Dudalina há um ano. No início, tive dificuldades, já que antes trabalhei 18 anos em uma empresa que fabricava outros estilos de produtos. Hoje me adaptei e me sinto muito feliz profissionalmente”, disse.

Quem também tem uma vida cor-rida é a costureira Elaine Santos de Lima, que trabalha na Natysbaby, uma empresa especializada em roupas infan-tis, localizada no bairro de Ermelino Matarazzo, na zona leste de São Paulo. Embora faça parte de uma minoria pau-listana que trabalha perto de casa, ela encara uma verdadeira maratona para atuar na empresa e cuidar de suas filhas. “A mais nova, de um ano e três meses, fica com minha mãe e a outra, de 10 anos, vai para a creche. Entra às 7h30, fica por lá até às 16h30 e, até a hora de minha saída (17h), também fica com minha mãe”, explicou.

Elaine tem 10 anos de experiên-cia no setor, mas apenas nos últimos cinco vem atuando com registro em empresas. Anteriormente, seus empre-gos foram em oficinas. “Resolvi trocar porque as empresas pagam melhor e oferecem benefícios”, lembrou. Embora admita ganhar mais em seu emprego atual do que nos anteriores, a costureira diz que é preciso melho-rar as condições de trabalho. “O ideal é valorizar a profissão como um todo,

pesquisa mostra uma vocação do setor em abrir espaço de qualidade para a mulher no mercado de trabalho.

Bonduki citou também o potencial e a importância desse segmento den-tro do cenário nacional. “Essas pro-fissionais foram e ainda são de suma importância para que a nossa indústria chegasse ao porte que tem hoje. Com 30 mil empresas espalhadas por todo o Brasil, somos a quinta maior produ-tora mundial de têxteis e a quarta em vestuário”, afirmou o dirigente.

Crescimento femininoUma das marcas que mais vem

crescendo no setor nos últimos anos é a Dudalina. Sediada em Blumenau (SC), a empresa sempre foi associada e reconhecida apenas por sua linha de camisas masculinas. Até que em 2010 resolveu apostar alto no mercado femi-nino. E a resposta veio rápido. Desde então, seu número de funcionários sal-tou de 100 para cerca de 2.300.

Além de investir no mercado femi-nino, o que gerou um crescimento da corporação, o quadro de funcionários da empresa é formado majoritaria-mente por mulheres, chegando a 74%. Para o gerente de gestão de pessoas da empresa, Fabio Voelz, a razão dessa maioria feminina vai além de um fator simplesmente histórico. Sendo mais do que um simples vício do mercado em ter mulheres à frente do trabalho de confecção. “Se analisarmos as duas últimas décadas, por exemplo, é possível notar um crescimento muito forte das mulheres em nosso setor”, lembrou. “No nosso varejo, o número é de 75% de postos ocupados por elas.”

Outro fato citado por Voelz é o cres-cente número de mulheres também em cargos gerenciais e de chefia na Dudalina. “Temos gerentes, supervi-soras e, principalmente, as líderes de produção. Isso sem contar a liderança feminina da Sonia Hess à frente da pre-sidência da empresa”, disse.

ExemplosAs profissionais do setor têxtil e

de confecção precisam de uma dose tripla de energia. Além do trabalho nas respectivas empresas, oficinas ou estabelecimentos próprios, essas

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Próxima estaçãomulheres no segmento

não apenas em salários. É preciso que toda a sociedade reconheça nosso trabalho e saiba da importância dessa área de atuação”, comentou.

Vale lembrar que as mulheres são também as maiores consumidoras dos mercados têxtil e de confecção. De acordo com pesquisa realizada pela empresa de consultoria e pesquisa, Data Popular, em todo o Brasil, 80% das mulheres disseram ter algum inte-resse em moda, enquanto apenas 54% dos homens afirmaram procurar algo sobre o mesmo tema. O levantamento também mostrou que 58% delas vão às compras a cada três meses.

MultitarefasEmbora manter a chamada jor-

nada dupla ou até tripla seja difícil, as mulheres estão mais preparadas para esse tipo de obstáculo. Uma pes-quisa do Departamento de Psicologia da Universidade de Hertfordshire, na Inglaterra, comprova a tese de que elas levam a melhor sobre os homens quando o assunto é dinamismo.

O teste dos cientistas foi simples. Era exposto a homens e mulheres o desafio de procurar uma chave e

resolver contas de matemática ao mesmo tempo. Também foram desa-fiados a encontrar restaurantes em um mapa e desenhar uma estraté-gia de como eles iriam procurar uma chave perdida em um campo imaginá-rio. Homens e mulheres tinham oito minutos para terminar a prova. Foram 50 representantes de cada gênero no estudo. As mulheres resolveram toda a situação em menos tempo, o que valida a velha frase: “homens não conseguem fazer muitas coisas ao mesmo tempo”.

Outra vantagem das mulheres no setor de confecção e têxtil foi citada pelo gerente da Dudalina, Fabio Voelz. “Elas conhecem melhor o produto. Não é incomum que sugestões de costurei-ras e funcionárias em geral sejam ado-tadas como padrão na empresa”, con-tou. No setor de varejo, a participação é ainda mais efetiva. “Mulher prefere comprar com mulher. Talvez pela rigidez e exigência dessas com o que vestem”, lembrou Voelz. Ele afirma também que para dar um presente para mães, com-panheiras ou amigas, os homens prefe-rem ser atendidos por elas.

Projeto de inclusãoO Fundo Social de Solidariedade

do Estado de São Paulo (FUSSESP) oferece o programa Escola da Moda. Trata-se de um projeto de capacitação profissional em algumas áreas do setor têxtil e de confecção, tais como corte e costura, bordado em linha, bordado em pedraria, crochê e confecção de caixas.

Todas as confecções produzidas durante o curso ficam expostas na sede do Fundo Social e, no fim do ano, são vendidas. A renda é revertida para manutenção do próprio curso. Focado nas famílias mais carentes, o programa oferece também auxílio para alimentação, transporte e recoloca-ção profissional.

Atualmente, três espaços na cidade de São Paulo oferecem o pro-grama, localizados na Água Branca (zona oeste), Parque Dom Pedro (centro) e Morumbi (zona oeste). Mais informações podem ser obtidas no site www.fundosocial.sp.gov.br ou pelo telefone (11) 2588-5896.

Segundo pesquisa do Ministério do Trabalho e Emprego, 30% das mulheres que trabalham no setor têxtil têm entre 30 e 39 anos; 22% possuem de 40 a 49 anos; 19% entre 18 a 24 anos; 17% com 25 a 29 anos; 9% entre 50 a 64 anos; e 3% com outras faixas etárias. No setor dos confeccionados, a faixa etária é bem parecida: 28% têm entre 30 e 39 anos; 21% com 40 a 49 anos; 20% entre 18 a 24 anos; 17% com 25 a 29 anos; 10% entre 50 a 64 anos; e 4% com outras faixas etárias.

Sobre a escolaridade dessas trabalhadoras, 43% das mulhe-res que atuam na fabricação de produtos têxteis têm o ensino médio completo; 18% possuem o ensino fundamental completo; 12% têm ensino médio incompleto; 11% têm da 6ª a 9ª série do fundamental; 5% com até a 5ª série do fundamental; 4,5% têm o superior completo; e 6,5% com outras escolaridades.

Na indústria da confecção, 45% das mulheres têm o ensino médio completo; 21% com o ensino fundamental completo; 13% têm o ensino médio incompleto; 10% possuem da 6ª a 9ª série do fundamental; 4% com até a 5a série do fundamental; 2% possuem o superior completo; e 5% têm outros níveis de escolaridade.

Quem sÃo elAs?

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FeirasTECNOLOGIA

SindiveStuário participa de eventoS do Setor

7ª Feimaco e Tecnotêxtil Brasil 2013 aconteceram em São Paulo e contaram com participação ativa do Sindicato

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Por Samantha Cerquetani e Tatiana Piva |Fotos RS Press / Divulgação

EnTRE oS DiaS 2 e 5 de abril, a 7º Feira Internacional de Máquinas e Componentes para a Indústria de Con-fecções (Feimaco) aconteceu no Pavi-lhão do Anhembi, em São Paulo. E pouco mais de duas semanas depois, entre os dias 15 e 18 de abril, a cidade também sediou um importante evento do setor: o Tecnotêxtil Brasil 2013 – Feira de Tec-nologias para a Indústria Têxtil, ocorrida no Pavilhão Azul, do Expo Center Norte.

Ambos acontecimentos contaram com a participação ativa do Sindicato da Indústria do Vestuário do Estado de São Paulo (Sindivestuário), que mar-cou presença com um estande, onde pôde mostrar aos visitantes quais são os serviços oferecidos aos associados, como gestão de entidades, que incluem informações sobre o setor do vestuário, faturamento, mão de obra, atendimento para esclarecer dúvidas, entre outras atividades. Suporte na área jurídica que contempla consultoria na área técnico--operacional e de comércio exterior, além de oferecer advogados nas áreas trabalhista, sindical, tributária e fiscal. Orientações de cunho trabalhista que consistem em consultoria em documen-tação e implantação dos programas médicos e orientação sobre normas regulamentadoras e negociações cole-tivas no estado de São Paulo. Além de serviços na área de comunicação que vão desde assessoria de imprensa, site com informações atualizadas sobre o setor, Revista Vestir e mídias sociais.

Nas duas oportunidades, o Sindives-tuário realizou o lançamento do seu mais recente produto, a ferramenta B2B, que visa oferecer facilidades virtuais aos as-sociados e empresários da área. Confira todos os detalhes sobre o assunto na matéria de capa dessa edição, na edito-ria Inovação, na página 12.

A Feimaco reuniu lançamentos de alta tecnologia em máquinas para mo-delagem, corte, costura, bordados, passadoria como também, acessórios, partes e peças. Além de apresentar as novidades tecnológicas para exposito-res nacionais e internacionais, o evento também foi palco de diferentes tipos de negociações. De acordo com a gerente responsável pela Feira, Luciele Rosa,

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FeirasTECNOLOGIA

a Feimaco é uma oportunidade para que a cadeia têxtil e o confeccionista reavaliem seus investimentos na reno-vação de maquinários. “Em tempos de busca de maior competitividade na in-dústria, não devemos esquecer que ma-quinário novo representa maior produti-vidade, mais qualidade e menor custo de manutenção”, afirma. Ao todo, mais de 300 marcas e 12 mil participantes fizeram parte do evento.

Durante a Feira, foram realizadas di-versas palestras, workshops e exposi-ções gratuitas direcionadas à melhoria do gerenciamento e aumento de com-petividade dos setores têxtil e confec-cionista. Com temas variados, para atender as diversas demandas dos pro-fissionais do setor, as palestras abor-daram assuntos de importância social e econômica para a cadeia produtiva.

No primeiro dia do evento, ocorre-ram palestras sobre o trabalho escravo e seu impacto na indústria têxtil; como montar uma empresa de confecção; gestão de logística na indústria da moda e cultura organizacional como ferramenta de gestão para alavancar um negócio. No dia 3, os assuntos fo-ram a lavagem de jeans; o design como agregador de valores de produtos de moda; os desafios da etiquetagem de artigos têxteis; a ainda educação fi-nanceira e sistemas de produção.

Enquanto no terceiro dia foram tra-tados os temas: Como não ficar de-pendente dos prazos de entrega dos fornecedores de tecidos; Os 10 man-damentos da produção; A melhoria da competitividade de produtos do vestu-ário, através do treinamento na qua-lidade de processo e Balanceamento do processo produtivo na indústria de confecções. O último dia do evento contou com palestras sobre como ser mais criativo em um mercado cada vez mais competitivo; a importância de saber por que compram seus produtos; marketing de moda e administração de custos nessa indústria.

Perspectivas para 2013O presidente do Sindivestuário, Ro-

nald Masijah se apresentou durante o terceiro dia da Feimaco e explanou so-

a PREviSão PaRa 2013 não é oTimiSTa,

maS PElo jogo DE CinTuRa E CRiaTiviDaDE DoS BRaSilEi-RoS, TEnho CERTEza DE quE vamoS

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moS oS EmPRE-goS PERDiDoS E BaTalhaRE-moS Com aFin-

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vERmElho DE uma vEz

PoR ToDaS

bre as perspectivas do setor para este ano. Durante a palestra O que esperar de 2013?, ele comparou o crescimento da área com os anos anteriores, princi-palmente 2011 e 2012, e concluiu que ocorreu uma grande perda de empregos diretos e lucro das empresas da área, além do aumento das importações e fechamentos de empresas. E que as mulheres estão em maior número nas indústrias de confecções e, hoje, repre-sentam suas famílias. “A situação em que vivemos é bastante preocupante, pois não estamos conseguindo gerar empregos rapidamente e há aproxima-damente 1,6 milhão de pessoas que atu-am na área e sentem essa crise. Só no ano de 2012 ocorreu a perda de 150 mil empregos diretos”, conta.

Além disso, Masijah relatou que a margem de trabalho vem caindo drasti-camente e relata que o Sindicato vem tentando chamar a atenção do Gover-no sobre o problema sem ter sucesso. Para ele, o setor do vestuário sofre com as dificuldades impostas pela burocracia e alta tributação do Brasil. “Não podemos esquecer que somos o segundo setor que mais emprega, per-dendo apenas para a construção. São mais de 30 mil empresas de confec-ção – entre pequenas e médias. Isso deveria ser relevante para o Governo, mas precisamos nos unir para alcan-çar os objetivos”, ressalta.

Ele ainda afirmou que o setor possui mercado doméstico, know-how, desen-volvimento de estilo, mão de obra espe-cializada, cadeia completa do fio a rou-pa e capacidade administrativa. “Sendo assim, não há razões para sermos pes-simistas, apesar de não termos compe-tividade da porta para fora da empresa. Produzimos um produto bom e barato, temos que fazer com que o Governo Fe-deral nos ouça, precisamos nos esforçar e nos mobilizar para ver as mudanças que desejamos”, diz. E acrescenta: “A previsão para 2013 não é otimista, mas pelo jogo de cintura e criatividade dos brasileiros, tenho certeza de que vamos sobreviver, recuperaremos os empregos perdidos e batalharemos com afinco para que o setor consiga sair do verme-lho de uma vez por todas”, conclui.

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Representatividade expressivaJá a Tecnotêxtil 2013, registrou um

aumento significativo em sua área de exposição se comparada com o ano an-terior, e ocupou uma área de 14.190 m² do Pavilhão Azul, do Expo Center Nor-te. Nos quatro dias de evento passa-ram pelo local quase 20 mil visitantes que puderam conhecer lançamentos de quase 300 marcas expositoras, inclu-sive a respeito dos serviços do Sindi-vestuário. Vale ressaltar que neste ano, também houve um aumento no número de expositores brasileiros e que o even-to contou com uma maior participação de empresas internacionais com a in-clusão de um novo segmento, o de fia-ção. Entre os países expositores, esti-veram fabricantes da Alemanha, China, Eslováquia, Estados Unidos, Índia, Itália, Peru, Reino Unido, Suíça e Turquia.

A Feira trouxe uma representati-vidade expressiva de empresas que são expoentes em vários elos da ca-deia produtiva têxtil, representadas por fabricantes de máquinas de corte, costura, bordadeiras, teares, matéria--prima, estamparia, automação indus-trial, acabamento, aviamentos, fios e etiquetas. E no intuito de fortalecer ainda mais o evento, aconteceu para-lelamente o 25º Congresso Nacional de Técnicos Têxteis (CNTT) e o 1º Congresso Científico Têxtil e de Moda (CONTEXMOD), promovidos pela Asso-ciação Brasileira de Técnicos Têxteis (ABTT), que reuniram cerca de 1.500 profissionais e tiveram em sua pro-gramação palestras, nas quais foram abordados temas que retrataram toda a cadeia têxtil, com especialistas re-nomados nas mais diversas áreas.

Entre os dias 15 e 18 de abril, São Paulo sediou o Tecnotêxtil Brasil 2013 – Feira de Tecnologias para a Indústria Têxtil

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CAPACITAÇÃO

Você na VestirSindivestuário promove concurso cultural em parceria com o Senai-SP e a RS Press

ComPetitividade: o que a indústria do vestuário paulista deve fazer para ser competitiva no mercado? Esse é o tema que norteia o concurso cultural Você na Vestir, lança-do pelo Sindicato da Indústria do Vestuário do Estado de São Paulo (Sindivestuário) no dia 25 de fevereiro de 2013, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial de São Paulo (Senai-SP) e a RS Press, agência que faz a publicação oficial do Sindicato, a Revista Vestir.

A coordenadora do departamento de comunicação digital da RS Press, Bruna Campos, revela que o concurso cultu-ral Você na Vestir surgiu como uma ideia de divulgação da Revista Vestir nas mídias sociais. Porém, aos poucos novas possibilidades foram surgindo, sempre com o objetivo de fa-zer com que estudantes e profissionais ligados à área conhe-cessem a publicação por meio desses artigos. “Afinal, quem não gostaria de ter um trabalho exposto em uma publicação do setor?”, explica Bruna.

Ao apresentarem essa primeira ideia aos líderes do Sindivestuário, ela foi aceita, porém, com uma nova ver-tente. Por conta da consistente parceria do Sindicato com o Senai-SP, foi sugerido que o projeto fosse apresentado à instituição. “Sempre fomos parceiros da entidade e valoriza-mos mais este avanço em nossas relações”, afirmou o pre-sidente do Sindivestuário, Ronald Masijah. De acordo com ele, o Sindicato reconhece a importância de sua publica-ção oficial ao abrir um espaço que une alunos, professores, empresários e qualquer outra pessoa que se interesse pelo setor do vestuário.

Foi então que, representantes do Sindivestuário e da RS Press fizeram uma reunião com Dilara Rúbia Pereira, profes-sora do Senai-SP. Nessa ocasião surgiu, de fato, o concur-so cultural Você na Vestir, no qual os três melhores artigos serão publicados na revista e os autores serão contempla-dos com um curso, à escolha do vencedor, entre as opções ofertadas e disponíveis no Senai-SP Francisco Matarazzo/Engenheiro Adriano José Marchini, localizado na Rua Correia de Andrade, 232 – Brás, São Paulo (SP).

A professora Dilara explica que os critérios centrais uti-lizados para a definição do tema foram os de analisar como

ConCurso

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os jovens veem o setor e como enca-ram os desafios que se apresentam, de forma a gerar interlocução com no-vas gerações.

Pioneiro no desenvolvimento in-dustrial do País, o setor têxtil e de confecção tem apresentado déficits crescentes na balança comercial nos últimos cinco anos. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Estatística e Geografia (IBGE), houve retração de 20% na produção física in-dustrial do País em 2012, comparado ao ano anterior. Só no estado de São Paulo, a queda foi de 33%, a maior desde 1992. Diante do cenário, Dilara conta que a proposta do concurso cultural foi recebida com muito entu-siasmo no Senai-SP, pois propicia a alavancagem do setor. “Acredito que iniciativas como essa promovem a re-flexão sobre a cadeia de valor têxtil e de confecção, aproximam a entidade sindical de seus representantes e dis-seminam conhecimento.”

Na opinião dela, a educação conti-nuada é de fundamental importância na formação dos profissionais do setor têxtil e de confecção, de todos os níveis de escolaridade e hierárquicos, pois re-presenta sua atualização, adequação às novas tecnologias e às novas orga-nizações sociais. “O mundo corporativo

requer novas competências e a forma-ção continuada possibilita que os pro-fissionais se mantenham não somente capazes de fazer e fazer bem feito, mas de compreender e antecipar mudanças necessárias e de serem agentes que promovam a competitividade.”

Os interessados em participar do concurso tiveram o prazo de inscri-ção entre os dias 25 de fevereiro e 15 de maio de 2013 para encaminhar os seus respectivos artigos. A esco-lha dos artigos vencedores foi reali-zada dentre os validados por comis-são julgadora composta por jurados indicados pela organizadora e coor-ganizadores, que levaram em conta os seguintes critérios: criatividade, originalidade, ineditismo, uso correto da língua portuguesa e adequação ao tema e ao regulamento. O resultado do concurso cultural será divulgado nas redes sociais da Revista Vestir no dia 3 de julho e os autores dos três melhores artigos serão informados por e-mail e/ou telefones cadastra-dos. Os vencedores terão o prazo de 12 meses corridos, contados a partir da data de divulgação do resultado do concurso, para a realização da matrí-cula no curso, de acordo com a dispo-nibilidade de agenda/programação de ofertas de turmas.

Por marina Panham | Fotos Shutterstock / RS Press/divulgação

aCRedito que iniCia-tivaS Como eSSa PRomo-vem a ReFle-

xão SobRe a Cadeia de valoR

têxtil e de ConFeCção, aPRoximam a entidade SindiCal de SeuS RePRe-

SentanteS e diSSeminam

ConheCi- mento.

Material de divulgação do concurso cultural Você na Vestir

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Após um 2012 preocupAnte para o vestuário, os empresários co-meçaram este ano ansiosos com as me-didas que o Governo tomaria para evitar mais um rendimento negativo no setor. A primeira delas foi a desoneração da folha de pagamento de diversos seto-res de atividade produtiva. Algumas das áreas contempladas pela medida foram os setores do vestuário e têxtil. Vale lembrar que essas ações são parte da lei nº 12.546, de 14 de dezembro de 2011, que visa desonerações em diver-sos setores, tendo como única diferen-ça entre eles sua data de início.

Para o economista da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Con-fecção (Abit) e professor do Centro Universitário Ítalo Brasileiro (Uniítalo), Haroldo Silva, o setor recebeu bem a notícia, mas ponderou que ainda há um longo caminho a ser perseguido caso o Governo queira recuperar os números negativos de 2012. “Essa é uma demanda antiga do nosso setor. Sempre mostramos aos integrantes do Governo Federal as vantagens desse tipo de medida. No entanto, o esforço será insuficiente se não forem adota-das táticas para prevenção do merca-do local”, analisou o economista.

Entre as medidas que poderiam fazer os setores do vestuário e têxtil interromperem o rendimento negativo, Silva lembrou do pedido de Salvaguar-

As empresas produtoras de máquinas para indús-trias são de suma importância para a economia do País. Se a produção é grande e o número de enco-mendas só cresce, é sinal de que o mercado está aquecido e a produção, em alta. Se os indicadores forem contrários, o sinal é de preocupação.Os números atuais, de acordo com a Associação Bra-sileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), indi-cam desaquecimento. No ano passado, as vendas nesse setor caíram 14,6% com relação aos 12 meses de 2011. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geo-grafia e Estatística (IBGE), a importação de máquinas pela indústria brasileira também caiu cerca de 20%. O presidente da Abimaq, Luiz Aubert Neto, no site

oficial da instituição, defendeu a proteção do go-verno brasileiro para todo o setor industrial. Para elucidar sua posição, o dirigente preferiu reproduzir uma entrevista do economista sul-coreano e pro-fessor da Universidade de Cambridge (Inglaterra), Ha-Joon Chang, concedida ao jornal O Estado de S. Pau-lo, no dia 7 de janeiro deste ano. Leia trechos a seguir:

Em sua última visita ao Brasil, o senhor disse estar preocupado com a desindustrialização. Muitos economistas afirmam que esse é um re-sultado esperado em um cenário de globaliza-ção em que a China tomou a liderança no setor industrial. Além disso, o Brasil está cada vez mais concentrado no setor de serviços. Por que acha que a desindustrialização é um problema?

Em um curto prazo, não importa muito como você

conjunturaEstratégias

sEtor Estratégico

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por Anderson Dias | Foto shutterstock

medida anunciada pelo Governo Federal é bem recebida pelos empresários do setor, que cobram mais atitudes objetivas

da, que ainda não recebeu retorno do Governo Federal. “Também apresenta-mos às autoridades um projeto para que as empresas do setor, mesmo as maiores, possam ter uma tributação menor”, disse ele.

Quem concorda integralmente com as declarações do economista é o vice-presidente do Sindivestuário, Stefanos Anastassiadis. Embora ad-mita que a desoneração da folha de pagamentos ‘aliviou’ a vida dos em-presários do setor, o dirigente diz que é preciso uma correção dos rumos. Anastassiadis acredita que, para dar o apoio necessário principalmente para o setor de vestuário, é neces-sário que o Governo seja mais incisi-vo em suas ações. “Apesar do alívio propiciado pela desoneração, não dá

para falar em maiores investimentos. Após o ano passado, o que se vê é um mercado moribundo”, admitiu.

O dirigente do Sindicato, que tam-bém é presidente da Controvento, confecção especializada em moda fe-minina, diz que é preciso atacar com objetividade a principal causa da per-da de empregos na indústria do vestu-ário. “O que nos prejudica fortemente é a diminuição da atividade econômica como um todo, nada vinculado direta-mente à desoneração”, esclareceu.

Medidas ideaisTanto o economista Haroldo Silva

quanto o dirigente do Sindivestuário Stefanos Anastassiadis entendem que é necessário que o Governo tome uma atitude para salvar a indústria do ves-

Desoneração agraDa, mas não resolve

cresce. Porém, a longo prazo, a desindustrialização é um problema porque o setor de manufatura é o mais confiável motor do crescimento. Isso acontece porque na indústria há, geralmente, um maior cres-cimento de produtividade que em outros setores e, mais importante, é a principal fonte de progresso tecnológico. É onde a maior parte da pesquisa e de-senvolvimento é feita e onde a maior parte da inova-ção tecnológica acontece.

No Brasil, é comum ouvir entre os empresários que as altas taxas de juros e o real valorizado prejudicam a competitividade. O governo ata-cou os dois problemas no ano passado e, mes-mo assim, o País cresceu pouco. O que mais o Brasil precisa fazer?

Boas políticas de taxa de juros e taxa de câmbio

apenas proporcionam o ambiente para o desenvol-vimento da economia. Elas, sozinhas, não desenvol-vem a economia. O Brasil precisa modernizar sua infraestrutura urgentemente, o que requer muito investimento público e parceiras público-privadas. Precisa apoiar a capacitação da mão de obra e a pesquisa e desenvolvimento em indústrias de mais alta tecnologia - isso inclui pequenas e mé-dias empresas em indústrias como a de máquinas, engenharia de precisão, energia alternativa e bio-tecnologia. O Brasil tem boas empresas públicas que trabalham com companhias orientadas para a tecnologia, como o Banco Nacional de Desenvol-vimento Econômico e Social (BNDES), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). A coo-peração com esses órgãos precisa ser reforçada.

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conjunturaEstratégias

tuário no Brasil. E fazem questão de lembrar que algumas demandas do se-tor ainda não receberam resposta das autoridades competentes.

Para Anastassiadis, a recuperação objetiva dessa parte da indústria nacio-nal passa por alguns pontos cruciais. “É preciso desonerar a importação de tecidos, baixar a alíquota de ICMS (Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transpor-te Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação) para o varejo e reformar a legislação trabalhista, voltada exclu-sivamente ao funcionário”, indicou.

Para exemplificar essa relação en-tre a Justiça Trabalhista e o funcioná-

rio, Anastassiadis cita o pagamento de indenização nos casos de demissões. “Nas situações de dispensa sem jus-ta causa, os cálculos legais chegam a valores inviáveis, principalmente para pequenas e médias empresas do setor. Isso causa uma rotatividade prejudi-cial a empresários, funcionários e ao mercado em geral”, analisou.

Para justificar uma base de cálcu-los diferenciada ao setor, o dirigente lembra da grande quantidade de em-pregos gerados pelas indústrias do vestuário. “Somos um dos poucos se-tores que emprega profissionais sem grande qualificação educacional e a maioria dos nossos trabalhadores é mulher, sendo predominantemente responsáveis pela renda de suas famí-lias”, lembrou Anastassiadis.

Já o economista da Abit, Haroldo Silva, aponta também o ponto cen-tral a ser discutido não apenas pelos empresários do vestuário, mas por

todos os setores produtivos do País. “Cada vez mais fica clara a neces-sidade de uma reforma tributária. É uma discussão complexa, que trata da arrecadação dos 27 estados, mas necessária”, lembrou.

Nesse sentido, o economista diz que as atitudes do Governo têm sido palia-tivas, mas dentro desse cenário de não entrar na discussão da reforma tributá-ria, estão corretas. “Como não acredito que essa medida saia do papel ainda no governo da presidente Dilma Rousseff, essas atitudes são corretas no sentido de dar o mínimo de condições para o empresariado brasileiro competir com o do exterior, atualmente em larga vanta-gem”, explicou Silva.

Desoneração é tendência?Recentemente, o Governo Federal

anunciou a queda nas tarifas de ener-gia elétrica e a desoneração de diver-sos produtos da cesta básica. Medidas essas que visam incentivar o consumo e a geração de empregos. Além dessas duas atitudes, a desoneração da folha de pagamento para diversos setores produtivos não empolga o economista Haroldo Silva a pensar que esse movi-mento seja uma tendência a ser ado-tada pelas autoridades econômicas do País. De acordo com o especialis-ta, são medidas pontuais. “Tratam-se de elementos para corrigir falhas do nosso sistema tributário e econômico. A inflação começa a dar provas de for-ça, portanto, o Governo responde com esse tipo de estratégia”, opinou Silva.

Stefanos Anastassiadis também não considera esse um movimento permanente do governo brasileiro. “Essas desonerações acabam se tor-nando inúteis. No caso da energia, veio a seca e a necessidade de ligar as usinas termoelétricas, o que fez com que um aumento fosse necessário an-tes do previsto”, exemplificou.

Na opinião dele e do economista da Abit, para resolver o problema, é ne-cessário haver mudanças profundas, que demandam tempo, vontade polí-tica e ousadia. Embora as discussões acerca dessas alterações sejam com-plexas, o tempo delas vai chegar “não agora, mas o mais breve possível, até por necessidade”, confirmou Silva.

“A solução pArA o setor proDutivo Do BrAsil seriA A reFormA triButáriA, que não sAirá AGorA, mAs muito em Breve”.(HArolDo silvA, economistA DA ABit)

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estatísticas

esPaçO seNai-sP

De acOrDO cOm análise do economista Rodrigo Lobo, do Instituto Brasileiro de Geogra-fia e Estatística (IBGE), o mercado de trabalho da indústria tem se comportado de maneira isolada da produção industrial. Enquanto esta última avançou em janeiro (2,6%) e caiu em fevereiro (-2,5%), o emprego industrial se manteve estável nesses dois meses, na série com ajuste sazonal, dentro da Pesquisa Industrial Mensal Emprego e Salário (Pimes), divulgada no início de abril.

“Por causa do custo de demissão, o empresário tem preferido manter os empregos. À medida que

o quadro da produção for contínuo, o mercado de trabalho vem a reboque”, afirmou Lobo, em entrevista concedida à Agência Estado.

Apesar dos indicadores, a indústria permanece elevando os salários pagos. Em fevereiro deste ano, o valor da folha de pagamento real avançou 2,8% ante janeiro e 2,5% em comparação a mes-mo período de 2012. A avaliação do IBGE é de que os ganhos ocorrem nos centros de produção mais dinâmicos, onde estão os empregados mais qualificados. “Quem permanece empregado ten-de a ganhar mais com a passagem do tempo”, afirmou o economista.

a iNDústria Da mODa atualmente vive uma dicotomia: como produzir moda e atender às necessidades do mercado e, ao mesmo tempo, se preocupar com o desenvolvimento sustentável e a responsabilidade social? Para dissolver esse problema será necessário que as organizações se comprometam com ações, objetivos e metas no que concerne a questão socioambiental.

Entretanto, qualquer organização é formada de pessoas. E são elas que deliberam, padronizam e executam as ações e procedimentos que irão de-terminar o seu sucesso, ou não. Como fazer com que essas pessoas – possuidoras de formação profissional, cultura, valores, crenças, educação, anseios e objetivos de vida –, absorvam a cultura de uma organização?

Cultura organizacional é um sistema de valores, formado pelo conjunto das principais caracterís-ticas que a organização valoriza e são reconhe-cidas por seus membros. Essa percepção de seus membros diante de outras organizações é o que diferencia uma organização da outra. ROBBINS (2010).

Ainda, segundo Robbins (2010), o que cap-tura a essência da cultura organizacional é um composto de inovação; atenção aos detalhes; orientação para resultados; foco na pessoa; foco na equipe; agressividade e estabilidade. As organizações podem mensurar a percepção e identificar as adaptações de políticas e práti-cas da gestão de pessoas. Segundo Dias (2013) são sete elementos básicos, que moldam a cul-tura organização: crenças; valores; normas; san-ções; símbolos; idioma e tecnologia.

Portanto, se os indivíduos de uma organiza-ção possuem alto grau de percepção das carac-terísticas e elementos de sua cultura, esta se torna forte e atrativa. A organização se faz com-petitiva e preparada para os desafios que envol-vem os anseios e as necessidades de uma so-ciedade ávida por consumir e ao mesmo tempo preocupada com as questões socioambientais.

Alexandre de Caprio, professor do curso supe-rior em Tecnologia em Produção de Vestuário; docente e responsável pelo curso de Sustentabi-lidade em Negócios da Moda, da Faculdade de Tecnologia SENAI Antoine Skaf.

Números de empregos iNdustriais e produção se descolam

cultura orgaNizacioNalcomo ferrameNta de gestão

notíciasFuxico

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Na redeNotícias

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Seguindo a realidade mundial dos sites de compras online, o portal de e-shop SOS Têxtil apresenta uma série de facilidades e benefícios para os empresários do setor industrial têxtil brasileiro.Com um catálogo disponível com mais de 15 mil itens cadastrados e serviços de pronta entrega, a ferra-menta oferece peças, equipamentos e demais produtos para as linhas de costura, bordado, corte, recobrimen-to, limpeza, além de acessórios e ferramentas para os equipamentos têxteis. O portal possui atendimen-to online, oferece possibilidades de desconto e recebe pedidos 24h por dia. Acesse www.sostextil.com.br e conheça mais sobre o portal.

portal oferece facilidades para o iNdustrial do setor têxtil

cOmPras

de acordo com uma peSquiSa realizada pelo E-tail Report (órgão do instituto de pesquisas Ibope), a compra online no setor de roupas e calçados cresceu 16% no segundo semestre de 2012. Vale lembrar que a comparação é com os primeiros seis meses do mesmo ano. Ainda de acordo com o levantamento, foi revelado que as mulheres representam 59% dos consumidores desses produtos na web, sendo que as pertencentes às classes A e B representam 69% dos clientes. A classe C, em crescimento, aparece com 31%.Também no ano passado, todas as compras brasileiras na rede mundial de computadores chegou a R$ 55 bilhões, com mais de 42 milhões de pedidos realizados, de acordo com dados da E-commerce Index, instituto de pesquisa especializado na web.

veNDas

coNsumo de moda Na iNterNet cresceu em 2012

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Trabalho e JusTiça Artigo

Habitualmente, os artigos abordados nesta coluna referem-se à relação de trabalho em atividades com fins lucrativos. Mas cá entre nós, o as-sunto da vez é a nova regulamentação para os empregados domésticos. Ali-ás, há muito tempo não se via tanta polêmica e alvoroço em torno de uma questão trabalhista. E é evidente que a causa de tanto barulho deve-se à mudança de hábitos que as novas me-didas impostas provocarão, principal-mente na classe média.

Nem de longe, questionamos o merecimento das novas medidas. Em verdade, os domésticos são emprega-dos como qualquer outro e, portanto, devem ter garantidos os direitos ine-rentes ao seu trabalho, por uma ques-tão de justiça. Entretanto, o problema da justiça remonta a Grécia Clássica quando Aristóteles claramente perce-beu que somente haveria justiça se os desiguais fossem tratados de forma desigual, dentro dos limites da propor-cionalidade à sua desigualdade.

Neste caso, o que se defendeu equi-vocadamente foi o conceito de igual-dade material ao lado do da igualda-de formal. Como estabelecer normas iguais e colocar no mesmo balaio em-presas e residências, lares e famílias, sendo que estas últimas não exercem atividades com fins lucrativos, não contam com relógios de ponto eletrô-nicos, mecânicos, sequer manuais? Sem falar das relações interpessoais.

E, agora como resolver essa ques-tão? Ela já está resolvida, e nesse caso, cumpra-se a lei. Primeiramente, deverá ser elaborado um instrumento formal de contratação – que precisará conter especificados os serviços prestados: o objeto do contrato, a jornada, a re-muneração, os encargos, a rescisão. A proposta aprovada estabelece novas regras, que se somarão às já existen-tes, conforme descrição a seguir:

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Por maria thereza Pugliesi | Foto Shutterstock

Carteira de trabalho e previdência social, devidamente anotada, especifi-cando-se as condições do contrato de trabalho – data de admissão, salário ajustado e condições especiais, se for o caso. As anotações devem ser proce-didas no prazo de 48h, quando da ad-missão; salário mínimo fixado em lei; feriados civis e religiosos; irredutibilidade salarial; 13º salário; repouso semanal remunerado, prefe-

rencialmente aos domingos; férias de 30 dias, remuneradas com

1/3 a mais que o salário normal, após cada período de 12 meses de serviço prestado à mesma pessoa ou família, contado da data de admissão; férias proporcionais, no término do

contrato de trabalho; estabilidade no emprego em razão de

gravidez; licença à gestante, sem prejuízo do

emprego e do salário, com duração de 120 dias. O salário-maternidade será pago diretamente pela Previdência Social à empregada doméstica, em valor correspondente ao do seu últi-mo salário de contribuição, que não será inferior ao salário-mínimo e nem superior ao limite máximo do salário de contribuição. Esse benefício é devi-do à empregada doméstica, indepen-dentemente de carência, isto é, com qualquer tempo de serviço. A mesma condição será devida à segurada que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção;

A questão dos direitostrAbAlhistAs dos

empregAdos domésticos

licença-paternidade de cinco dias corridos; auxílio-doença pago pelo INSS; aviso-prévio de, no mínimo, 30 dias; aposentadoria; integração à Previdência Social; vale-transporte.

Os novos direitos dos empregados domésticos são:

o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que passa de opcio-nal a obrigatório, porém, assim como o seguro desemprego, ainda depende de regulamentação; jornada máxima de 44h semanais e

8h diárias; intervalo para descanso e alimentação

de no mínimo 1h e no máximo de 2h; reconhecimento das convenções e

dos acordos coletivos de trabalho; horas extras com adicional de 50%

superior à da hora normal e, 100%, quando realizadas em domingos ou feriados. O doméstico não poderá re-alizar jornada suplementar superior a 2h, ou seja, a jornada diária não pode-rá ultrapassar o limite máximo de 10h.

Assim como para os outros empre-gados, é possível usar de segunda a sexta-feira, as horas previstas para o sábado, por meio de formalização de um acordo de compensação de ho-ras. Ainda, não é possível elaborar um banco de horas para os empregados domésticos, uma vez que não existe instrumento normativo que aprove o referido acordo.

Dra. Maria Thereza PugliesiAdvogada do Sindivestuáriojurí[email protected]

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O Paraná Bussiness Collection (PBC), realizado pela Federação das Indús-trias do Paraná (Fiep), em parceria com o Sebrae e Conselho Setorial do Vestuário, apresenta diversas cria-ções e antecipa as tendências de coleções Primavera/Verão 2014. O evento é sediado em Curitiba.O PBC chega em 2013 a sua quin-ta edição, deve reunir mais de 15 mil pessoas e é considerado o mais completo evento de moda do sul do Brasil. Devem comparecer ao Centro de Exposições Horário Coimbra, na Fiep, diversos empresários, estilistas, jornalistas e estudantes da área.Data: 04 a 07/06/2013Local: Centro de Exposições Horário Coimbra (Fiep) – Curitiba-PRTemporada: 2013Site: http://www.eventopbc.com.br/

Realizadas na badalada cidade de Miami, nos Estados Unidos, a SwinShow e Lingerie Show, unidas, formam a maior feira comercial de trajes de banho do mundo. Para empresários da área, trata-se de uma plataforma para criar relações comerciais, conhecer as últimas tendências em roupas de banho e lingeries, além de conexão com compradores e fornecedores.Data: 20 a 23/07/2013Local: Miami Beach Convention Center – Miami (EUA)Site: http://www.swimshow.com

Realizado pela primeira vez em 1973, o salão passa necessa-riamente pelas cidades de Nova York, Xangai, Moscou e São Paulo. Na capital paulista, o evento chega a sua oitava edição. Estão confirmadas as presenças de representantes das princi-pais marcas da moda de todo o mundo, em busca dos melhores fabricantes de fios, fibras, tecidos, malhas, acessórios, estúdios de design e bureaux de tendência. O encontro oferece também ferramentas para criações.A entrada é gratuita e exclusiva para profissionais do setor. Os expositores recebem a cartela de cores e a informação sobre os caminhos e tendências da temporada. Um dos maiores bene-fícios é a antecipação do evento com relação aos do mesmo porte na Europa. Data: 10 e 11/07/2013Local: Expo Center Norte / Pavilhão vermelho – São Paulo-SPTemporada: 2013Site: http://www.premierevision-saopaulo.com

O Mode City, realizado neste ano em Paris, capital francesa, é referência mundial em beachwear, lingeries e malharia circular. Todos os países da Europa participam ativamente do evento e as principais marcas do planeta expõem seus produtos.São esperados mais de 27 mil profis-sionais da moda no Paris Expo Porte de Versailles, em três dias de evento. Mais de 15 mil compradores devem estar presentes, sendo quase 100 internacionais, inclusive brasileiros.Estão confirmados também 25 escri-tórios de promoção no exterior, mais de 400 jornalistas de todo o mundo credenciados e 550 marcas em exposição. A ideia é antecipar as tendências da Europa na coleção Primavera/Verão 2014.Data: 06 a 08/07/2013Local: Paris Expo Porte de Versailles – Paris (França)Temporada: 2013Site: http://www.lingerie-swimwear--paris.com

Mode City Paris

PreMière Vision são Paulo Paraná BusinessColleCtion

swinshow elingerieshow

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