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1 UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE FACULDADE DE ODONTOLOGIA AVALIAÇÃO HISTOMORFOMÉTRICA DO EFEITO DE DIFERENTES TEMPERATURAS DE SÍNTESE NA RESPOSTA BIOLÓGICA DE HIDROXIAPATITAS CARBONATADAS NANOESTRUTURADAS CONTENDO ALGINATO DE SÓDIO EM DEFEITOS CRÍTICOS DE CALVÁRIAS DE RATOS Niterói 2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

FACULDADE DE ODONTOLOGIA

AVALIAÇÃO HISTOMORFOMÉTRICA DO EFEITO DE

DIFERENTES TEMPERATURAS DE SÍNTESE NA

RESPOSTA BIOLÓGICA DE HIDROXIAPATITAS

CARBONATADAS NANOESTRUTURADAS CONTENDO

ALGINATO DE SÓDIO EM DEFEITOS CRÍTICOS DE

CALVÁRIAS DE RATOS

Niterói

2014

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FICHA CATALOGRÁFICA

U99 Uzeda, Marcelo José Pinheiro Guedes de

Avaliação histomorfométrica do efeito de diferentes temperaturas de síntese na resposta biológica de hidroxiapatitas carbonatadas contendo alginato de sódio em defeitos críticos de calvárias de ratos / Marcelo José Pinheiro Guedes de Uzeda ;orientador: Prof.ª Dr.ª Mônica Diuana Calazans Maia – Niterói: [s.n.], 2014. 50 f.: il. Inclui gráficos e tabelas Dissertação (Mestrado em Clínica Odontológica) – Universidade Federal Fluminense, 2014. Bibliografia: f. 39-43 1.Hidroxiapatita carbonatada 2.Reparo ósseo 3.Ratos I. Calasans-Maia, Mônica Diuana [orien.] III.Título CDD 617.695

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

FACULDADE DE ODONTOLOGIA

AVALIAÇÃO HISTOMORFOMÉTRICA DO EFEITO DE

DIFERENTES TEMPERATURAS DE SÍNTESE NA

RESPOSTA BIOLÓGICA DE HIDROXIAPATITAS

CARBONATADAS NANOESTRUTURADAS CONTENDO

ALGINATO DE SÓDIO EM DEFEITOS CRÍTICOS DE

CALVÁRIAS DE RATOS

MARCELO JOSÉ PINHEIRO GUEDES DE UZEDA

Dissertação apresentada à Faculdade de Odontologia da Universidade Federal Fluminense, como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre, pelo Programa de Pós-Graduação em Odontologia. Área de Concentração: Clínica Odontológica. Orientador: Profa. Dra. Mônica Diuana Calasans Maia Co-orientador: Prof. José Mauro Granjeiro

Niterói

2014

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BANCA EXAMINADORA

Prof(a). Dr(a). Mônica Diuana Calasans Maia

Instituição: Universidade Federal Fluminense

Decisão: _________________________Assinatura: ________________________

Prof. Dr. Marcelo Henrique Prado da Silva

Instituição: Instituto Militar de Engenharia

Decisão: _________________________Assinatura: ________________________

Prof. Dr. José Mauro Granjeiro

Instituição: Universidade Federal Fluminense

Decisão: _________________________Assinatura: ________________________

APROVADO

APROVADO

APROVADO

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AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar, quero agradecer a todos que de alguma forma

contribuíram para a realização deste trabalho e peço desculpas antecipadas por

alguma omissão.

Aos meus pais Conrado e Gilda pelo amor, carinho, exemplo,

educação e apoio logístico. Meus Mestres pela vida afora.

À minha esposa Cristiana por todo seu amor, dedicação, incentivo,

compreensão... por tudo. Minha genuína pesquisadora, sem você nada teria a

menor importância!

Aos meus filhos queridos e amados João e Clara, alegria no meu

cotidiano, motivação que me mantém sempre atento às minhas palavras e atitudes

na tentativa de tornar-me cada vez melhor.

Aos meus irmãos, sobrinhos e amigos. A toda família de um modo

geral, berço de paz, tranquilidade e apoio em todas as horas.

À querida professora Adriana Cury, minha colega e amiga, por abrir-

me as portas e dar o “pontapé” inicial. Sem isso, provavelmente eu não estaria aqui

agora.

Aos técnicos do LABA Marco Antônio e Welington pela competência

e boa vontade em todas as horas.

Aos funcionários da PPGO João e Lucí por sua presteza e simpatia.

Ao colega e “parceiraço” Rodrigo Resende pela colaboração e

orientação na experimentação animal. Sua ajuda foi fundamental. Agradeço também

pela amizade.

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À querida professora Adriana Terezinha por sua boa vontade,

amizade e disponibilidade na captura das imagens e na análise histológica.

A Silvia Albuquerque, Química do CBPF, por seu carinho em todos os

momentos, seus ensinamentos na síntese dos materiais e por estar sempre disposta

a ajudar e resolver prontamente nossos “problemas de última hora”.

Ao professor José Mauro Granjeiro, por sua enorme capacidade de

contagiar a todos com seu entusiasmo e conhecimento mesmo sobre os

supostamente mais áridos assuntos.

À minha querida orientadora, Mônica Calasans, faço aqui um

agradecimento especial por sua dedicação, disponibilidade e competência. Por sua

atenção e boa vontade em sempre ensinar e principalmente, por sua confiança em

meu trabalho. Muito obrigado por tudo.

.

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Se tu estás verdadeiramente comprometido com tua meta...O universo inteiro

conspira a teu favor para que apareçam os instrumentos e pessoas, que te

permitirão lográ-lo”

Goethe

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RESUMO

Uzeda MJPG. Avaliação histomorfométrica do efeito de diferentes temperaturas de

síntese na resposta biológica de hidroxiapatitas carbonatadas nanoestruturadas

contendo alginato de sódio em defeitos críticos de calvárias de ratos[dissertação].

Niterói: Universidade Federal Fluminense, Faculdade de Odontologia; 2014.

Por sua bioatividade e capacidade de bioabsorção, as hidroxiapatitas carbonatadas

não cerâmicas contendo alginato de sódio (cHA) tem sido recomendadas como

substitutos ósseos alternativos às hidroxiapatitas cerâmicas. Com o objetivo de

estabelecer a melhor temperatura de síntese, este estudo avaliou a resposta

biológica às cHAs nanoestruturadas não cerâmicas sintetizadas sob três diferentes

temperaturas 5°C, 37°C e 90°C, comparadas à hidroxiapatita cerâmica (HA), em

defeitos críticos de calvária de ratos. Foram utilizados 72 ratos Wistar divididos em 4

grupos de 18 indivíduos para cada biomaterial, com 6 indivíduos por período

experimental de 30, 90 e 180 dias. Os defeitos críticos foram produzidos nas

calvárias dos ratos e preenchidos com os diferentes biomateriais. Após os

respectivos períodos experimentais os animais foram eutanasiados para obtenção

das amostras. As amostras foram clivadas e cada metade foi processada para

inclusão em parafina e em resina. As amostras descalcificadas, fixadas em solução

de formaldeído e incluídas em parafina, foram coradas com HE, analisadas

histologicamente e submetidas a avaliação histomorfométrica com análise

estatística através dos testes de Análise de Variância para comparação entre os

grupos e teste de Kruskal-Wallis (p<0,05) para comparação entre os períodos

experimentais. As amostras não descalcificadas, fixadas em solução alcoólica e

incluídas em resina, foram analisadas através de microscopia de luz polarizada. Os

resultados mostraram que a temperatura de síntese exerce influência sobre a

capacidade de bioabsorção do material assim como sobre sua capacidade de

osteocondução. O teste de Kruskal-Wallis mostrou diferença para os grupos de cHA

5°C e 90°C entre 30 e 180 dias em relação a quantidade de osso neoformado

(p<0,05). A análise de variância mostrou diferença significativa entre os grupos em

relação à bioabsorção dos materiais (p<0,05). Em um animal do grupo cHA 5ºC de

180 dias, houve o completo fechamento do defeito crítico por osso neoformado.

Concluímos que dentre todos os biomateriais comparados, a cHA 37ºC apresentou

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maior capacidade de bioabsorção enquanto que a cHA 5ºC, menos cristalina,

conduziu a maior quantidade de osso neoformado.

Palavras-chave: Hidroxiapatita carbonatada, Reparo ósseo, Bioabsorção,

Osteocondução, calvária, ratos.

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ABSTRACT

Uzeda MJPG . Histomorphometric evaluation of different synthesis temperatures

effect in organic response of nanostructured carbonated hydroxyapatites containing

calcium alginate in critical size defects in rat calvaria [dissertation]. Niterói:

Fluminense Federal University, College of Dentistry; 2014.

Because of its bioactivity and biosorption capacity, non-ceramic carbonated

hydroxyapatite containing calcium alginate (cHA) has been recommended as an

alternative bone substitute to ceramic hydroxyapatite. In order to establish the best

synthesis temperature, this study evaluated the biological response to non-ceramics

cHAs synthesized under three different temperatures: 5°C, 37°C and 90°C,

compared to ceramic hydroxyapatite (HA) in critical defects of rat calvaria. 72 Wistar

rats were divided into 4 groups of 18 individuals for each biomaterial and 6

individuals were used per experimental period of 30, 90 and 180 days. Critical size

defects were produced in rat calvaria and filled with various biomaterials. After the

respective experimental period, the animals were euthanized to obtain samples. The

samples were cleaved and each half was processed for embedded in paraffin and

resin. Decalcified samples, fixed in formaldehyde and embedded in paraffin, were

stained with HE and histologically analyzed and subjected to histomorphometric

assessment with Kruskal-Wallis test (p < 0.05) for comparison between experimental

periods. Non-decalcified samples, fixed in alcoholic solution and embedded in resin,

were analyzed by polarized light microscopy. The results showed that the synthesis

temperature influences the material biosorption capacity and its osteoconductive

ability. The Kruskal-Wallis test showed significant difference for groups cHA 5° C and

90° C between 30 and 180 days in amount of new bone formation (p <0.05). The

variance analysis showed significant difference between the groups regarding the

material biosorption (p < 0.05). In one animal in the group cHA 5ºC 180 days, there

was complete closure of the critical size defect by new bone. We conclude that,

among all biomaterials compared, cHA 37°C showed the highest biosorption capacity

while cHA 5°C , less crystalline, led to the largest amount of newly formed bone.

Keywords : Carbonate hydroxyapatite, Bone repair, Biosorption, Osteoconduction ,

Calvaria, Rat.

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1 - INTRODUÇÃO

Ao longo da história, a busca por materiais biomiméticos capazes de substituir

os tecidos orgânicos desempenhando de forma competente as suas funções, tem

sido uma grande obsessão para os pesquisadores. É consenso que os enxertos

ósseos autógenos, dentre todos os substitutos ósseos são o padrão ouro.

Entretanto, apresentam restrições que vão desde a sua limitada disponibilidade,

passando pelo maior custo devido à necessidade de um segundo sítio cirúrgico para

sua obtenção (área doadora), indo até ao aumento da morbidade pela necessidade

de um maior período de recuperação do paciente e pelo maior risco de infecções.

Associado a isto, há ainda a imprevisibilidade do seu grau de bioabsorção durante o

período cicatricial. Diante desta realidade, torna-se imperiosa a necessidade de se

desenvolver materiais osteosubstitutos que cumpram com eficiência o seu papel,

criando assim uma alternativa de excelência para o campo médico e odontológico.

Devido as suas características físico-químicas semelhantes às de tecidos

ósseos e dentários, as cerâmicas à base de fosfato de cálcio vêm sendo

intensamente estudadas nas últimas décadas. Dentre elas, a hidroxiapatita (HA -

Ca10(PO4)6(OH)2 ) tem sido a mais investigada e utilizada, desempenhando ótimo

papel como substituto ósseo em cirurgias ortopédicas e bucomaxilofaciais.

Biocompatibilidade e bioatividade são as principais características necessárias para

que esses materiais exerçam as funções desejadas. A HA, por ser o principal

constituinte da fase inorgânica do osso, guarda características químicas e estruturais

que possibilitam seu uso na área médica como material biocompatível em implantes

e próteses. Na área odontológica, a HA é utilizada tanto na preservação da

arquitetura alveolar após a extração de um ou vários elementos dentários, quanto

para recuperar áreas estruturalmente ósseo-deficientes, seja por reabsorções

fisiológicas ou mesmo por patologias destrutivas. No entanto, dependendo do

processo de fabricação utilizado para sua obtenção, as HAs poderão apresentar

características físico-químicas diferentes como acontece com as HAs na forma

comercial para o uso clínico. Após a sinterização, tratamento térmico que lhe confere

alta cristalinidade, as HAs perdem a característica de um material nanoestruturado,

diminuindo sua capacidade de bioabsorção. Lembramos aqui que sendo o osso

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humano um nanocompósito, a perda da característica nanoestruturada confere ao

material menor semelhança com o tecido que se deseja mimetizar.

Devido a essas variações, diversas propriedades ainda precisam ser

determinadas para que se assegure seu adequado comportamento in vivo. O

controle de tais parâmetros é de extrema importância, pois variam de acordo com a

metodologia empregada na preparação da amostra e nos tratamentos durante e

após a sua síntese. Motivados por essas dificuldades e no intuito de ampliar a

capacidade terapêutica das HAs, a modificação de sua composição química através

da substituição do grupo fosfato (PO4) pelo grupo carbonato (CO3), levou os

pesquisadores à síntese de uma hidroxiapatita carbonatada, que se não tratada

termicamente permanece com as características nanométricas e não cerâmicas

superando as limitações anteriormente citadas. A síntese da cHA e sua associação a

polímeros bioabsorvíveis a torna mais similar ao osso natural, de maneira a

estimular suas propriedades como agente osteocondutor e facilitar seu

processamento no formato mais adequado à aplicação clínica. O objetivo desta

pesquisa foi, portanto, estabelecer a melhor temperatura de síntese, dentre as cHAs

estudadas, observando as propriedades de osteocondução e bioabsorção.

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2 - OBJETIVOS

2.1 - Objetivo Geral

Avaliar o reparo tecidual e absorção de biomaterial osteosubstituto constituído

de hidroxiapatita carbonatada nanoestruturada não cerâmica contendo alginato de

sódio sintetizada sob três diferentes temperaturas (5°C, 37°C e 90°C) comparadas

com a hidroxiapatita estequiométrica sinterizada (controle) após a implantação em

defeitos críticos em calvária de ratos.

2.2 - Objetivos Específicos

2.2.1- Caracterizar físico-quimicamente os biomateriais antes da sua

implantação através de Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV), Difração de RX

(DRX) e Espectroscopia Vibracional no Infra Vermelho por Transformada de Fourier

(EVIF);

2.2.2- Avaliar quantitativamente, por histomorfometria, a área de osso

neoformado e de tecido conjuntivo nos diferentes grupos de acordo com os períodos

experimentais;

2.2.3- Avaliar quantitativamente, por histomorfometria, a área de biomaterial

remanescente nos diferentes grupos, de acordo com os períodos experimentais;

2.2.4- Avaliar a propriedade osteocondutora dos biomateriais;

2.2.5- Avaliar, através microscopia de luz polarizada, as amostras não

desmineralizadas.

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3 - METODOLOGIA

3.1 Biomateriais

As amostras de cHA compostas por partículas menores que 20nm com

estequiometria variando entre 1,6<Ca/P<2,0, e as amostras de hidroxiapatita

estequiométrica (Ca/P = 1,67), foram sintetizadas e caracterizadas no Laboratório de

Biomateriais (LABIOMAT) do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) sob a

coordenação do pesquisador Dr. Alexandre Malta Rossi. As cHAs foram sintetizadas

em 3 diferentes temperaturas 5ºC, 37ºC e 90ºC e não receberam tratamento térmico

(não sinterizadas) sendo comparadas com a hidroxiapatita sintetizada a 90ºC com

tratamento térmico de sinterização a 1100ºC. Os biomateriais foram caracterizados

antes da implantação na calvária dos animais para definir características estruturais

e superficiais através das técnicas de microscopia eletrônica de varredura(MEV),

difração de RX(DRX) e espectroscopia vibracional no infravermelho por

transformada de Fourier(EVIF).

3.1.1 Confecção das Esferas

A preparação das cHA seguiu o método de precipitação por via úmida

contendo 6 wt% CO3 e razão Ca/P de 1,72, nas temperaturas de síntese de 5°C,

37°C, e 90°C pela adição de fosfato de amônio ((NH4)2HPO4), carbonato de amônio

((NH4)2CO3) e nitrato de cálcio (Ca(NO3)2.4H2O) (Figura 1). Utilizou-se uma taxa de

adição de 30mL/min, com agitação magnética de 240 rpm, tempo de digestão de

180 minutos e pH=12 (Figura 2).

Figura 1: Material da adição para confecção da cHA: (A) Fosfato de amônio; (B) Carbonato de amônio; (C) Nitrato de cálcio.

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Uma vez que a adição dos reagentes foi concluída, o sólido sintetizado foi

lavado com água ultrapura (MilliQ®, Millipore Corporation, Billerica, MA, USA) até a

neutralização do pH ao nível de pH=7 sendo então filtrado sob vácuo para obtenção

de uma pasta (Figura 3).

O material pastoso foi seco por processo de liofilização e separado através de

peneiras de aço inox, para evitar a contaminação, segundo faixa de granulometria

entre 37 m e 74 m (Figuras 4A, 4B, 4C).

Figura 2: Processo da digestão da cHA. (A) Antes da adição; (B) Depois da adição.

Figura 3: (A) Neutralização do pH; (B) Pasta obtida após filtragem.

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Os materiais em forma de pó (de 37m a 74m) das respectivas cHAs foram

misturados a uma solução de alginato de sódio 1% na proporção de 15:1 com

agitação para a formação de uma pasta cerâmica. Por extrusão através de agulha

24G (BD), a pasta cerâmica foi gotejada em solução de cloreto de cálcio (CaCl2),

para a conversão do alginato de sódio em alginato de sódio, transformando-se em

esferas. As esferas ficaram na solução de cloreto de cálcio durante 24h e após este

período foram lavadas 5 vezes com 500mL de água ultrapura (MilliQ®). As esferas

obtidas foram liofilizadas e após 24h foram selecionadas através de peneiras

graduadas para a faixa de 425 a 600μm de tamanho. Uma amostra destas esferas

com dimensões de 425 μm à 600μm foi separada para a caracterização estrutural e

superficial através de MEV(FEI Quanta FEG 250 – Instituto Militar de Engenharia),

DRX(Zeiss HZG4; radiação de CuKa (= 1,5418 Å) e varredura angular de 10 – 100°

com passo de 0,05/s) e EVIF(Schimadzu, IR-Prestige 21 com detector DTGS KBr e

separador de feixes de KBr). A outra parte foi embalada e esterilizada em radiação

gama (15 kGy por amostra), através do Irradiador de Cobalto 60 numa taxa de

dose de19.72 Gy/min durante 760 minutos (COPPE – Instituto Alberto Luiz

Coimbra/UFRJ), sendo lacradas até o procedimento cirúrgico (Figura 5A, 5B, 5C).

Figura 4: (A) Material pastoso colocado nos potes para a liofilização; (B) Material sendo liofilizado; (C) Material liofilizado em peneiramento.

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3.2 Caracterização dos animais Este projeto foi submetido e aprovado pela Comissão de Ética no Uso de

Animais da Universidade Federal Fluminense (CEUA/UFF) sob o nº 194/10 (Anexo

1) e os procedimentos realizados seguiram as Diretrizes da Prática de Eutanásia do

CONCEA, disponível em http://concea.mct.gov.br

Foram utilizados 72 ratos Wistar, de ambos os gêneros, com peso entre 300 a

400 gramas, fornecidos pelo Núcleo de Animais de Laboratório (NAL), da

Universidade Federal Fluminense localizada em Niterói, Rio de Janeiro. Antes e

durante o período experimental os animais foram mantidos em mini-isoladores (n=2)

sendo alimentados por ração peletizada e água à vontade. Seis animais foram

escolhidos aleatoriamente para cada grupo experimental (cHA 5°C, cHA 37°C, cHA

90°C e HA 90°C) nos períodos experimentais de 30, 90 e 180 dias, totalizando 24

animais por período experimental (Figura 9). Os animais foram privados de ração

seis horas antes do ato operatório sendo permitido o consumo de água. Os animais

foram operados sob anestesia geral, recebendo como medicação anestésica

20mg/kg de Quetamina (Francotar® – Virbac, São Paulo, SP, Brasil) associada a 1

mg/kg de Xilazina (Sedazine® – Fort Dodge, IA, USA), por via intraperitoneal. Após

observar ausência de reflexos à dor, foi realizada tricotomia das calvárias,

degermação e antissepsia com solução de Digliconato de Clorexidina 2% (Figura

10A). Os animais foram instalados na mesa operatória para colocação dos campos

cirúrgicos esterilizados. Uma incisão semilunar foi realizada sobre a calvaria de cada

Figura 5: (A) Gotejamento para formação das esferas; (B) Esferas selecionadas; (C) Esferas embaladas e esterilizadas para o procedimento cirúrgico.

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animal através do uso de cabo de bisturi n°3 (Bard Parker®, Caledonia, MI, USA)

com lâmina n°15 C (Becton- Dickinson®, Curitiba, PR, Brasil) (Figura 10B). Após a

incisão e o descolamento subperiostal com exposição da área óssea desejada, foi

realizada uma perfuração com broca trefina de diâmetro interno de 8mm (SIN®, São

Paulo, SP, Brasil) em rotação baixa e intermitente (1200 RPM) acoplada ao contra-

ângulo redutor 16:1 (Kavo®, Joinvile, SC, Brasil) e micro motor elétrico (BLM 600

Plus, V K Driller®, Jaguaré, SP, Brasil), com irrigação profusa de solução de cloreto

de sódio a 0,9% (Darrow Laboratórios S.A., Areal, RJ, Brasil) (Figura 10C). Os

defeitos críticos criados (Figura 10D), foram preenchidos com os biomateriais de

acordo com os respectivos grupos experimentais numa quantidade de

aproximadamente de 1g para cada calvária. Após a implantação das esferas de

cHA nos defeitos (Figura 10E), a pele foi suturada em um único plano com pontos

simples e separados de fio de sutura mononylon 5.0 (J&J Ethicon®, São Paulo, SP,

Brasil) (Figura 10F). As feridas operatórias foram deixadas descobertas e todos os

animais receberam medicação anti-inflamatória e analgésica por meio de injeção

intramuscular de Maxicam® (Ourofino Pet®, Cravinhos, SP, Brasil) 1mg/kg, em dose

única. Para a recuperação anestésica, os animais foram devolvidos aos mini

isoladores, recebendo ração e água à vontade.

Figura 6: Distribuição dos materiais e dos animais de acordo com os períodos experimentais.

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Figura 7: Procedimentos cirúrgicos realizados para implantação dos biomateriais. (A) Tricotomia e antissepsia da região; (B) Incisão e descolamento do periósteo para exposição do plano esquelético; (C) Fresa trefina de 8 mm de diâmetro posicionada no centro da calvária; (D) Defeito crítico realizado preservando as camadas da meninge; (E) Defeito preenchido com as microesferas do biomaterial; (F) Sutura realizada com pontos simples interrompidos.

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Decorridos os períodos experimentais de 30, 90 e 180 dias sem apresentarem

qualquer sinal inflamatório ou necrose nas regiões operadas, os animais foram

avaliados clinicamente e em seguida eutanasiados através de dose letal de

anestésico geral (150 mg/kg de Tiopental). Os blocos ósseos contendo os implantes

de HA e cHA foram removidos com discos diamantados montados em mandril (K. G.

Sorensen®, Cotia, SP, Brasil) para peça reta (Kavo®) acoplado a micro motor elétrico

(Driller BLM 600 Plus®), sob baixa e intermitente rotação, com irrigação constante de

solução salina fisiológica 0,9% (Figura 11A e 11B).

3.3 Processamento das amostras

Cada amostra obtida foi dividida em dois segmentos iguais contendo, cada um, a

metade do defeito. Setenta e duas metades das amostras foram fixadas em solução

de formol tamponado 4% e enviadas ao Laboratório Histotech Lâminas Didáticas

onde foram descalcificadas e incluídas em parafina (Quadro 1) recebendo cortes

seriados de 5μm de espessura, paralelo ao plano sagital e corados com

Hematoxilina e Eosina (HE) (Figura 12B). As outras setenta e duas metades das

amostras não descalcificadas e fixadas com álcool 70º foram incluídas em blocos de

resina acrílica (Quadro 2) no Laboratório de Biotecnologia Aplicada (LABA) da

Universidade Federal Fluminense, sendo cortados e polidos até a espessura de

cerca de 100 μm (Figura 12A).

Figura 8: Procedimentos para obtenção das amostras. (A) Animal eutanasiado com as osteotomias realizadas na calvária mantendo uma margem em torno da árae da implantação; (B) o bloco ósseo contendo o biomaterial implantado que será dividido em duas metades iguais.

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Quadro 1. Seqüência de processamento da amostra descalcificada

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As lâminas obtidas dos blocos descalcificados foram observadas em um

microscópio optico em campo claro (Zeiss - AXIO) e as imagens selecionadas,

capturadas por uma câmera digital (AxioCam – MRC). A análise descritiva da

resposta tecidual aos biomateriais foi realizada em função da presença de tecido

conjuntivo e osso neoformado no defeito criado, além da bioabsorção dos

biomateriais. A histomorfometria foi realizada através do programa Image Pro Plus

6.0® (Media Cybernetics, Silver Spring, EUA) através do qual foi criada uma grade

de 156 cruzes que foi superposta as imagens. Em seguida foram estabelecidas as

classes de Osso Neoformado, Biomaterial, Tecido Conjuntivo, Osso pré-existente e

Figura 9: Amostra dicotomizada e cada metade recebeu um tipo de processamento histológico. (A) metade não descalcificada incluída em resina e (B) Metade descalcificada incluída em parafina.

Quadro 2: Seqüência de processamento da amostra não descalcificada

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23

Outros (Figura 13). Os registros quantitativos dessas informações foram

armazenados em um banco de dados elaborado em planilha do software Microsoft

Excel® e transferidos para o software Prism® versão 6.0 utilizado para a realização

da análise estatística. A descrição quantitativa da área de tecido conjuntivo e da

área de osso neoformado foi representada através de descrição paramétrica com

médias e desvio padrão. As medidas de variabilidade foram avaliadas com

significância de 5% (α=0,05). Para comparar as variáveis da área de osso

neoformado, de tecido conjuntivo e biomateriais, foram utilizados o teste de Análise

de Variância e o teste não paramétrico de Kruskal-Wallis*, indicando as diferenças

entre os períodos. A análise estatística entre os grupos experimentais e o controle foi

realizada através da comparação entre a quantidade de área de osso neoformado e

de tecido conjuntivo na área do defeito crítico além da presença do biomaterial

remanescente em cada período experimental.

As lâminas obtidas dos blocos não descalcificados com 100 µm de espessura

foram analisadas microscopicamente pela técnica de microscopia de Luz

polarizada, realizadas no Laboratório de Biomineralização da Universidade Federal

do Rio de Janeiro (Rio de Janeiro, RJ).

*Utilizado devido ao fato dos resultados do teste paramétrico não terem apresentado

normalidade

Figura 10: Imagem representativa da grade de 156 cruzes e os pontos considerados (Image ProPlus® 6.0).

Page 24: RICARDO DE NARDI FONOFF§ão...Avaliação histomorfométrica do efeito de diferentes temperaturas de síntese na resposta biológica de hidroxiapatitas carbonatadas nanoestruturadas

24

4 – ARTIGO (Formatado para a revista Journal of Biomedical Materials Research

Part B)

THE SYNTHESIS TEMPERATURES INTERFERE ON BIOLOGICAL RESPONSES

OF CARBONATED HYDROXYAPATITE/SODIUM ALGINATE

Marcelo José Uzeda – Student Graduate, Dentistry School, Fluminense Federal

University, Niteroi, RJ, Brazil.

Adriana T. N. Novelino Alves – MS, Student Graduate, Dentistry School,

Fluminense Federal University, Niteroi, RJ, Brazil.

Rodrigo F. B. Resende – MS, Student Graduate, Dentistry School, Fluminense

Federal University, Niteroi, RJ, Brazil.

Alexandre Malta Rossi – PhD, Senior researcher Brazilian Center for Physics

Research, CBPF, Rio de Janeiro Brazil, Coordinator LABIOMAT - Biomaterials

Laboratory from Brazilian Center for Physics Research.

José Mauro Granjeiro – PhD, Senior Researcher from Bioengineering Program,

National Institute of Metrology, Quality and Technology, Duque de Caxias, RJ, Brazil.

Associate Professor, Dentistry School, Fluminense Federal University, Niteroi, RJ,

Brazil.

Monica Diuana Calasans-Maia PhD, Associate Professor of Oral Surgery, Dental

Clinical Research Center, Oral Surgery Department, Dentistry School, Fluminense

Federal University, Niteroi, RJ, Brazil.

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25

Corresponding author:

Marcelo José Uzeda

R. Cel. Moreira César 229/1120 -

Niterói

24230-052 – Rio de Janeiro – Brazil

Tel.: 55 21 99884674

[email protected]

Reprint:

Marcelo José Uzeda

R. Cel. Moreira César 229/1120 -

Niterói

24230-052 – Rio de Janeiro – Brazil

Tel.: 55 21 99884674

[email protected]

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26 ABSTRACT: With the goal of establishing the best temperature for synthesis, this

study evaluated the biological behavior of carbonated hydroxyapatite containing

sodium alginate (cHA) synthesized under three different temperatures (5°C, 37°C

and 90°C) and compared to stoichiometric sintered hydroxyapatite. Seventy-two

Wistar rats were divided into four groups of 18 animals each and distributed over

three experimental periods of 30, 90 and 180 days (n=6). Critical size defects were

produced in the rat calvaria and filled with biomaterials according to each

experimental group. Decalcified samples were histologically processed as follows;

after being embedded in paraffin, the samples were cut into 5 μm-thick sections and

stained with hematoxylin and eosin (HE) for light microscopy and histomorphometric

evaluation. Polarized light microscopy was used to evaluate newly formed bone in

the samples. The results showed that cHA synthesized at 37°C (p<0.05) had the

highest resorption capacity, while cHA synthesized at 5ºC led to greatest amount of

new bone formation (p<0.05). There was only one animal in the cHA 5ºC group after

180 days that showed complete closure of the critical-size defect with newly formed

bone. According to the results obtained, we conclude that the synthesis temperature

of biomaterials influences biological responses, resorption and bone repair.

KEY-WORDS: Carbonated hydroxyapatite, Bone repair, Osteoconduction, Critical-

size defect, Rats.

RUNNING HEAD: cHA Under Different Synthesis Temperatures in Rat Calvaria

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27

INTRODUCTION:

To regenerate bone tissue lost from surgical removal due to trauma, cancer or

other pathologic conditions, autografts, or healthy bone from the host, have always

been the ideal choice to fill the defect site1. The consensus is that autogenous bone

grafts are the gold standard among all bone substitutes. However, there are

restrictions such as its limited availability (and higher cost) due to the need for a

second surgical site to obtain it (donor area) and increased morbidity with the need

for a longer period of patient recovery and the increased risk of infection1-4.

Additionally, the degree of their resorption during the healing period is unpredictable.

Given this reality, it is imperative to develop artificially prepared materials that work

efficiently as bone substitutes, thus creating an excellent alternative.

Because it has similar physicochemical characteristic to those of dental

tissues and bone, calcium phosphate ceramic has been intensively studied in recent

decades. Among them, hydroxyapatite (HA; Ca10(PO4)6(OH)2) has been widely

applied as a bone substitute for several decades, is the most widely investigated and

used bone substitute and plays a large role in orthopedic and maxillofacial surgery5-9.

Biocompatibility and bioactivity are key characteristics required for these

materials to perform the desired functions. HA is the main constituent of the inorganic

phase of bone and has chemical and structural features that allow its use in the

medical field as biocompatible implants and prostheses10,11. In maxillofacial surgery,

HA is used both in the preservation of alveolar bone after extraction and to augment

bone area that is deficient through either physiological resorption or even destructive

pathologies12-14. However, HA is scarcely resorbed and remains in the body for an

extended period of time, so replacement with new bone tissue is very minimal. After

sintering, HA loses the characteristics of a nanostructured material, which reduces its

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28

ability to be resorbed15. Because human bone is a nanocomposite, the loss of these

nanostructural characteristics by HA leads to low similarity with the tissue that it is

meant to mimic16,17.

Due to these variations, several properties have yet to be determined to ensure

its appropriate behavior "in vivo”. The control of these parameters is of utmost

importance, as they will vary depending on the methodology used to prepare the

sample and the treatments performed after its synthesis. Motivated by these

difficulties and to broaden the therapeutic capacity of HA, modification of its chemical

composition by replacing either the phosphate group (PO4) and/or hydroxyl group

(OH) with carbonate (CO3) led researchers to the synthesis of a carbonated

hydroxyapatite. Without heat treatment, it remains a nanosized ceramic that

overcomes the limitations cited above. The synthesis of carbonated hydroxyapatite

and its association with resorbable polymers makes it more similar to natural bone in

order to encourage its properties as an osteoconductive agent and to facilitate its

processing in forms that can be used in clinical applications18,19. Therefore, the aim of

this study was to establish the best synthesis temperature for nanostructured

carbonated hydroxyapatite containing sodium alginate (cHA) by observing its

properties of osteoconduction and resorption and bone repair.

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29

MATERIALS AND METHODS:

Biomaterial Processing

In this study, 425 to 600 μm microspheres composed of nanostructured

carbonated hydroxyapatite containing sodium alginate prepared by a wet

precipitation method and containing 6 wt % CO3, with stoichiometry ranging between

1.6 < Ca/P <2.0, as well as stoichiometric HA microspheres (Ca/P=1.67), were

synthesized and characterized in the Biomaterials Laboratory (LABIOMAT) of the

Brazilian Center for Physics Research (CBPF). The cHA was synthesized at 3

different temperatures (5ºC, 37ºC and 90ºC) without receiving heat treatment (not

sintered), thus maintaining their nanoscale features, while HA was synthesized at

90°C with thermal treatment (sintering at 1100°C). Prior to implantation in the rat

calvaria, the biomaterials were characterized by scanning electronic microscopy

(SEM – JEOL FEG 250) to examine the spheres’ morphology and their surface.

Vibrational spectroscopy with Fourier-transformed infrared (FTIR – Prestige 21,

Schimadzu) was performed to determine the chemical groups present, and the

crystalline mineral phases present in the samples and their crystallinity were

examined by X-ray diffraction (XRD – CuKa Radiation, ZeissHZG4). The biomaterials

were packaged and sterilized by gamma irradiation (15 kGy/sample – Cobalt 60

irradiator at a dose rate of 19.72 Gy/min for 760 minutes).

Animals and Protocol Design

This project was approved by the Ethics Committee on Animal Use of

Fluminense Federal University (CEUA / UFF) number 194/10, and the procedures

performed followed the CONCEA Guidelines of Euthanasia Practice20.

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30

Seventy-two male Wistar rats of both genders and weighing between 300 and

400 grams were divided into four groups of 18 animals each distributed over

experimental periods of 30, 90 and 180 days. Each group was divided into 3

subgroups of 6 individuals for each biomaterial and experimental period. The animals

underwent general anesthesia with 20 mg/kg ketamine (Francotar®, Virbac, São

Paulo, Brazil) and 1 mg/kg Xylazine (Sedazine®, Fort Dodge, USA) intraperitoneally.

After noting the absence of pain reflexes, trichotomy and antisepsis of the calvaria

were performed. A semilunar incision was made on the calvaria of each animal. After

the incision and subperiosteal detachment, a surgical defect was created using an 8

mm internal diameter trephine drill at intermittent low speed (1200 rpm) coupled to a

16:1 handpiece and micro-electric motor with profuse irrigation with 0.9 % sodium

chloride. The critical-size defects created were filled with around 1g the biomaterials

according to their experimental groups. After filling the defect with cHA microspheres,

the skin was sutured in a single plane with simple interrupted sutures with mononylon

5.0 (J&J Ethicon®, São Paulo, Brazil). The wounds were left uncovered, and all

animals received anti-inflammatory medication by intramuscular injection of a single

dose of Maxicam® 1 mg/Kg (Ourofino Pet, Cravvinhos, SP, Brazil). For recovery from

anesthesia, the animals were returned to the isolators and received food and water

ad libitum. After 30, 90 and 180 days and without presenting any inflammatory signs

in the operated area, the animals were euthanized with an overdose of general

anesthetic (Thiopentax®, 150 mg/kg; Cristália, São Paulo, Brazil). Bone blocks

containing the cHA and HA implants were obtained and divided into two equal

segments, each containing half of the defect. Seventy-two halves of the samples

were decalcified and embedded in paraffin and were then sliced into serial sections

of 5 μm thickness transverse to the plane of the implant, then stained with

hematoxylin and eosin (HE). The slides obtained from the decalcified blocks were

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31

observed with bright-field light microscopy, and images were captured with a digital

camera. A descriptive analysis of the tissue response to the biomaterials was

performed due to the presence of connective tissue and newly formed bone in the

defects beyond the resorption of the biomaterials. Histomorphometric evaluation was

performed using Image-Pro Plus® 6.0 (Media Cybernetics, Silver Spring, Maryland,

USA). Quantitative records of this information were stored in a database developed in

Microsoft Excel® spreadsheet software and transferred to Prism® 6.0 software

(GraphPad Software, Inc., California, USA) for statistical analysis. A quantitative

description of the connective tissue area and the area of newly formed bone was

performed by parametric description with means and standard deviations. Variability

measures were evaluated with a significance level of 5 %. To compare the variables

in the areas of newly formed bone, connective tissue and biomaterials, analysis of

variance (ANOVA) and the Kruskal-Wallis test were used to investigate the

differences between periods. Statistical analysis between experimental and control

groups were performed by comparing the amount of area of newly formed bone and

connective tissue in the critical defect and the presence of the remaining biomaterial

for each experimental period. The other 72 halves of the samples were not

decalcified and were embedded in methylmethacrylate in the Laboratory of Applied

Biotechnology (LABA) at Fluminense Federal University; they were then cut and

polished to a thickness of approximately 100 µm. These halves were analyzed using

polarized light microscopy (Zeiss Axioplan) at the Biomineralization Laboratory,

Biologic Science Institute, Rio de Janeiro Federal University, Rio de Janeiro, Brazil.

Page 32: RICARDO DE NARDI FONOFF§ão...Avaliação histomorfométrica do efeito de diferentes temperaturas de síntese na resposta biológica de hidroxiapatitas carbonatadas nanoestruturadas

32

RESULTS

SCANNING ELECTRON MICROSCOPY

The analysis of the biomaterials by SEM that was performed before

implantation showed that cHA synthesized at 5º C had denser and more amorphous

surface morphology when compared with the other cHAs and HA. HA had higher

surface roughness compared to all other materials (Figures 1 and 2).

X-RAY DIFFRACTION

The XRD patterns of the cHA showed peaks corresponding to a standard

hydroxyapatite (PCPDFWIN 09.0432 / CBPF). It was noted that as the synthesis

temperature decreased, there was a broadening of peaks characteristic of a

decrease in material crystallinity (Figure 3). This decrease in crystallinity has a direct

influence on the degree of dissolution of these materials.

VIBRATIONAL SPECTROSCOPY WITH FOURIER-TRANSFORM INFRARED

The vibrational spectra with Fourier-transform infrared spectroscopy of

samples prepared at different temperatures showed that the bands correspond to a

hydroxyapatite pattern (PCPDFWIN 09.0432 / CBPF). We observed intense and wide

water bands as well as carbonate ions, showing that replacement had occurred as

expected. We also observed bands characteristic of phosphate ions (Figure 4).

DESCRIPTIVE ANALYSIS BY LIGHT MICROSCOPY

Newly formed bone growing from the periphery toward the center of the critical

defect was observed in all samples from all groups and all experimental periods

(Figure 5).

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33

After 30 days, all defects observed were filled with fibrous connective tissue with

dispersed moderate mononuclear inflammatory infiltrate in samples of cHA and

moderate to intense mononuclear inflammatory infiltrate in samples of HA. In

samples of cHA 5ºC, biomaterial islands surrounded by giant cells (MGCs) were

noted. In samples from the cHA 37ºC group, it was noted that the MGCs surrounding

the biomaterial were more dispersed and less concentrated. In addition, small islands

of newly formed bone covered with osteoblasts encompassing the biomaterial were

observed in the middle of the defects. Samples of cHA 90°C and HA showed the

biomaterial as dispersed particles surrounded by MGCs.

After 90 days, we observed sparse inflammatory infiltrate in cHA samples and

moderate inflammatory infiltrate in the HA group. In the cHA 5ºC group, we observed

the presence of the biomaterial surrounded by small MGC islands. The cHA 37°C

samples showed little residual biomaterial, and in only one specimen from this group,

the formation of a bridge of newly formed bone was observed. In the cHA 90ºC

group, the presence of abundant residual biomaterial surrounded by MGCs and

islands of new bone formation involving the biomaterial was noted. Small pieces of

biomaterial surrounded by MGCs were also observed in the samples of HA .

After 180 days, samples of cHA synthesized at 5ºC showed new bone formation in

the proximity of the defects involving the biomaterial, and thick connective tissue rich

in collagen fibers filling the centers of the defects. In samples from cHA 37º C, a

sparse presence of the biomaterial was observed as well as a small amount of newly

formed bone. Scarce fragments of biomaterial were also observed in samples of cHA

90° C, and as in the cHA 5ºC, we also observed peripheral hyalinization of the

biomaterial. In the HA samples, small particles of the biomaterial were observed

surrounded by many MGCs and moderate mononuclear inflammatory infiltrate

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34

(Figure 6). In the cHA 5°C group, there was one animal that had complete closure of

the critical defect with newly formed bone involving the biomaterial islands (Figure 7).

STATISTICAL ANALYSIS

The ANOVA showed significant differences (P<0.05) when the presence of

newly formed bone, biomaterial and tissue were compared among the four groups at

their respective experimental periods. The nonparametric Kruskal-Wallis test,

performed to compare new bone formation between experimental periods, showed

P<0.05 for cHA 5°C and cHA 90°C between 30 and 180 days and for HA between 30

and 90 days. The other comparisons were not statistically significant. The volume

density analysis showed a gradual increase of new bone formation in the cHA 5°C

group after 180 days in greater proportions than in the other biomaterials in the same

time period. At 30 days, samples of cHA 37°C showed more new bone formation

than other biomaterials, peaking at 90 days and decreasing slightly at 180 days. Both

the cHA 90°C and the HA showed a pattern of increasing bone growth in consecutive

experimental periods but on a smaller scale than cHA 5°C and cHA 37°C (Figure 8).

Regarding the volume density of the remaining biomaterial samples, the cHA 5°C

showed little resorption at all experimental periods, as did the cHA 90°C and HA,

although to a lesser extent. However, the cHA 37°C had little remaining biomaterial

since the experimental period of 30 days (Figure 9).

POLARIZED LIGHT MICROSCOPY

The samples examined by polarized light microscopy confirmed the results observed

previously. All biomaterials showed potential osteoconductive capacity. However, we

observed that the largest birefringence in the cHA groups suggested greater

osteoconductive capacity when compared to the HA group (Figure 10). Once again,

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35

this calls attention to the greater resorption capacity of cHA 37° C in the three

experimental periods compared to that of the other cHAs and HA.

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36

DISCUSSION

The animal model used was adequate, relatively simple to perform and

supported previous studies21,22. Only critical-size defects allow the determination of

biomaterial efficacy. According to our results and those of others, critical-size defects

of 8 mm in rat calvaria were unable to spontaneously self-regenerate even after 6

months23.

Sintering temperature influences crystallinity24, and together with the chemical

composition and particle size, crystallinity affects the solubility of ceramics25.

Following these principles, the tested biomaterials received no heat treatment,

causing low levels of crystallinity that were confirmed in the XRD spectra. We

emphasize that these materials were not pressed during processing, and their

resulting low crystallinity had a direct relationship with the rates of resorption

observed when compared to those of the control group. The presence of pores in the

granules of biomaterials favors osteoconduction and allows bone growth in the

pores26,27. The polymer, sodium alginate, was associated with the biomaterial

because of its biological inertness, porosity and biodegradation capacity, which

permits easy dissolution in a biological environment and allows synthesis with

spherical morphology28,29.

Nanostructured carbonated hydroxyapatite containing sodium alginate (cHA)

was shown to be an alternative bone substitute biomaterial to stoichiometric

hydroxyapatites, confirming results from studies of calcium phosphates30-31. Recent

studies concluded that the reaction temperature is the key parameter for both the

initial decomposition of calcium carbonate particles and the formation of carbonated

hydroxyapatite32. Their combination of biocompatibility and low crystallinity (due to

the absence of sintering during synthesis) gives cHAs the ability to maintain their

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37

nanoscale structural dimensions, which are similar to those of the apatite found in

bones and teeth, and thereby increases their solubility33. Similarly to other authors,

we observed in this study that the lower the synthesis temperature was, the more

amorphous the biomaterial became, which directly affected its ability to dissolve in

biological environments15. In agreement with a study that compared sintered and

non-sintered nanoHA, we also observed the better capacity of non-sintered,

nanostructured biomaterials to repair bone34.

Although all of the biomaterials showed osteoconductive capacity, the cHA

5°C, more amorphous and less crystalline, and the cHA 37°C showed a higher

capacity for bone formation than the others. However, the cHA 5°C had the worst

resorption capacity, in contrast to studies in mice that compared subcutaneous cHA

5°C and sintered HA 90°C 35. Despite the complete closure of the critical-size defect

in one animal, which has not been observed in any similar studies, the abundant

presence of the biomaterial among the newly formed bone in all samples even after

180 days leads us to question the potential clinical indications for this biomaterial.

However, the cHA prepared at a temperature of 37°C, less amorphous and more

crystalline than cHA synthesized at 5°C; showed a higher resorption capacity, and

the observations at 90 days suggesting its almost complete degradation indicate that

it was the most balanced bioactive material among all the materials studied, with a

more efficient ratio of bone formation to bone resorption. We also note the decreased

amount of inflammatory infiltrate in the cHA samples compared to that in the HA

samples, which is similar to observations from another study36.

The samples examined by polarized light microscopy confirmed the histological

analysis by light microscopy showing the high osteoconductive potential of cHAs37.

The collagen fibrils of the new bone around the spheres had a different organization

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38

from the collagen fibrils in the native bone. The histological findings were not similar

between groups 90 days after implantation. This technique was performed to further

characterize the regions around the spheres.

Based on this study, we conclude that the nanostructured carbonated

hydroxyapatites/sodium alginate are bioactive materials presenting optimal

osteoconductivity and biocompatibility and can be used as bone substitutes in clinical

applications. We also conclude that the synthesis temperature and subsequent heat

treatment (sintering) are directly related to the resorption and osteoconductive

properties of these biomaterials.

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39

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FIGURES AND LEGENDS:

Figure 1: Micrographs of the materials characterizing the surface

morphology of the samples according to the experimental groups

(magnification 3000X).

Figure 2: Micrographs of the materials characterizing the surface

morphology of the samples according to the experimental groups

(magnification 100X).

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Figure 3: XRD patterns of implanted materials; note that the lower the

temperature of synthesis is, the lower the peak intensity and the wider the base

are.

Figure 4: FTIR spectra showing the presence of bands of water, CO3 and PO4

in biomaterials synthesized at the three temperatures.

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Figure 5: Presence of newly formed bone from the periphery to the center

of the defect in 4 groups after 30 days. Arrows - direction of growth.

Traces - boundary between native and newly formed bone. A. cHA 5°C;

B. cHA 37°C; C. cHA 90°C and D. HA

Figure 6: After 180 days. A. cHA 5°C - collagenized tissue surrounding the

biomaterial; B. cHA 37°C - rare presence of biomaterial; C. cHA 90°C - peripheral

biomaterial hyalinization; D. HA - moderate mononuclear inflammatory infiltrate

involving the biomaterial and CGM (magnification 20X).

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Figure 7: Complete filling of critical defect by new bone formation

in a sample of cHA 5°C after 180 days. Dotted line - limits the

periphery of the defect (mounting on magnification 10x).

Figure 8: Volume density of Newly formed bone at 30,90 and 180 days

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Figure 9: Volume density of remaining biomaterial at 30, 90 and

180 days

Figure 10: Polarized light microscopy after 90 days. A. cHA 5°C; B. cHA 37°C; C. cHA 90°C and D. HA

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5- CONCLUSÕES

Concluímos que as hidroxiapatitas carbonatadas nanoestruturadas são

biomateriais bioativos apresentando ótima osteocondutividade e biocompatibilidade

podendo ser usados como substituto ósseo de excelência. Concluímos também que

a temperatura de síntese bem como o tratamento térmico posterior (sinterização)

tem direta relação com as propriedades de bioabsorção e osteocondução desses

biomateriais. As cHA sintetizadas a 5°C e 37°C são mais osteocondutoras que as

demais, enquanto que as cHA sintetizadas a 37°C são mais bioabsorvíveis.

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6 - ANEXO 1 – CEUA/NAL