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    Relatrio da Rede MonitorAr-Rio

    2011-2012

    Qualidade do Arna Cidade do Rio de Janeiro

    Relatrio da Rede MonitorAr-Rio

    2011-2012

    Qualidade do Arna Cidade do Rio de Janeiro

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    Relatrio da Rede MonitorAr-Rio

    2011-2012

    Qualidade do Arna Cidade do Rio de Janeiro

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    QUALIDADE DO AR NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO

    RELATRIO DA REDE MONITORAR-RIO

    2011-2012

    Eduardo PaesPrefeito da Cidade do Rio de Janeiro

    Carlos Alberto MunizSecretrio Municipal de Meio Ambiente

    Altamirando FernandesSubsecretrio Municipal de Meio Ambiente

    Coordenadoria de Monitoramento AmbientalMagda Carneiro Felippe Valverde[Coordenadora]

    Gerncia de Monitoramento do ArBruno Bscaro Frana[Gerente (a partir de mar/2013)]Marcos Borges Pereira[Gerente (mai/2010 a mar/2013)]

    Organizao do RelatrioMarilene Agrizzi Nacaratti[Arquiteta]

    Textos e InformaesBruno Bscaro Frana[Engenheiro Qumico]Eduardo Monteiro Martins [Qumico]Gabriela Lerer [Biloga]Josiane Loyola [Qumica]Marcos Borges Pereira [Engenheiro Civil]Marilene Agrizzi Nacaratti [Arquiteta]Patricia Waldheim[Meteorologista]Roberta Ramos Gomes [Engenheira Qumica]Rodrigo Mello [Meteorologista]Silvia Patrcia de Arajo[Meteorologista]Wanea Lcia Bedran[Engenheira Civil]

    Design Grfico e FotografiasAngela Meurer [Designer]

    Reviso de TextoRachel Valena

    AgradecimentosPETROBRAS

    INFOPER - Informtica e Comunicao

    Apresentao

    Introduo

    1 Poluio atmosfrica

    1.1. Conceitos bsicos1.2. Principais poluentes atmosfricos

    1.3. Resultados do monitoramento endice de Qualidade do Ar

    2 Caracterizao da cidade e da RegioMetropolitana

    2.1. Dinmica populacional

    2.2. Territrio e densidade populacional

    2.3. Dinmica econmica

    2.4. Ambiente Natural

    3 Contribuies das atividades urbanaspara a poluio atmosfrica

    3.1. Fontes fixas perfil da cidadee da Regio Metropolitana

    3.2. Fontes mveis

    3.2.1. Perfil do sistema virio

    3.2.2. Diviso modal de transportes coletivos

    3.2.3. Frota e motorizao

    3.2.4. Combustveis utilizados

    3.2.5. Movimento de navios e aeronaves

    3.2.6. Balano de fontes mveis

    4 Caracterizao Meteorolgica4.1. Temperatura

    4.2. Umidade relativa do ar

    4.3. Precipitao

    4.4. Direo e velocidade dos ventos

    4.5. Radiao solar

    pgina

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    13

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    5 Caracterizao da rede de estaesdo Programa MonitorAr-Rio

    5.1. Histrico

    5.2. Funcionamento da rede e estrutura

    do sistema de transmisso de dados5.3. Localizao das estaes de

    monitoramento da qualidade do ar

    5.4. Descrio da rea de estudo doentorno e classificao das estaesda rede MonitorAr-Rio

    6 Resultados do monitoramento6.1. Estao Centro

    6.2. Estao Copacabana

    6.3. Estao So Cristvo

    6.4. Estao Tijuca

    6.5. Estao Iraj

    6.6. Estao Bangu

    6.7. Estao Campo Grande6.8. Estao Pedra de Guaratiba

    6.9. Consideraes finais

    Glossrio

    ndices [tabelas, quadros, figuras e grficos]

    Referncias bibliogrficas

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    O crescimento da economia acelera as atividades industriais e, pela cultura dominante,provoca o aumento do nmero de veculos circulando nas ruas. Esse cenrio converge paraa elevao das emisses de poluentes atmosfricos afetando a sade e a qualidade de vidada populao.

    Acompanhar os impactos ambientais no municpio, causados pelos investimentos em infraes-trutura para receber os grandes eventos que se aproximam, um dos objetivos da SecretariaMunicipal de Meio Ambiente. Nesse sentido, so monitoradas, entre outros fatores ambien-tais, as concentraes dos poluentes atmosfricos atravs de sua rede de monitoramento daqualidade do ar.

    Este relatrio contempla os dados de monitoramento do ar coletados nos anos 2011 e 2012,e alm de avaliar as concentraes dos principais poluentes atmosfricos, procura identificaras possveis causas para os nveis de poluio nos locais monitorados. Para a elaborao dorelatrio foram consideradas as principais caractersticas e fontes de emisso no entorno dasestaes de monitoramento, a dinmica populacional e econmica do municpio, bem comoas caractersticas naturais e climatolgicas que exercem alguma influncia na disperso dapoluio atmosfrica.

    Esforos esto sendo feitos visando reduzir as fontes de poluio como, por exemplo, aimplantao de uma vasta malha cicloviria e as mudanas no sistema pblico de transportesatravs da construo dos BRTs e da implantao dos BRSs. Portanto, este relatrio consisteem uma importante fonte de informao sobre os impactos causados ao meio ambiente,que servir para subsidiar decises futuras sobre planejamento ambiental na instalao denovas indstrias, na modernizao do transporte pblico e nas aes de controle ambiental.

    Carlos Alberto MunizSecretrio de Meio Ambiente

    APRESENTAO

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    Este trabalho constitui-se no primeiro relatrio da rede automtica

    de monitoramento da qualidade do ar MonitorAr-Rio, operada pela

    Secretaria Municipal de Meio Ambiente SMAC, composta por oito

    estaes fixas que monitoram os principais poluentes definidos pelalegislao brasileira. Alm dos resultados das medies referentes

    aos anos de 2011 e 2012, inclui conceitos bsicos sobre a poluio

    atmosfrica e seu monitoramento, assim como aspectos fsico-

    territoriais, demogrficos, econmicos e da dinmica urbana na cidade

    do Rio de Janeiro que colaboram para o entendimento da qualidade

    do ar. Apresenta, tambm, o estudo da rea de entorno das estaes.

    A estrutura do relatrio foi definida de modo a contemplar a reunio

    de informaes consideradas essenciais para o atendimento das

    necessidades da gesto municipal.

    Este trabalho constitui-se no primeiro relatrio da rede automtica

    de monitoramento da qualidade do ar MonitorAr-Rio, operada pela

    Secretaria Municipal de Meio Ambiente SMAC, composta por oito

    estaes fixas que monitoram os principais po luentes definidos pelalegislao brasileira. Alm dos resultados das medies referentes

    aos anos de 2011 e 2012, inclui conceitos bsicos sobre a poluio

    atmosfrica e seu monitoramento, assim como aspectos fsico-

    territoriais, demogrficos, econmicos e da dinmica urbana na cidade

    do Rio de Janeiro que colaboram para o entendimento da qualidade

    do ar. Apresenta, tambm, o estudo da rea de entorno das estaes.

    A estrutura do relatrio foi definida de modo a contemplar a reunio

    de informaes consideradas essenciais para o atendimento das

    necessidades da gesto municipal.

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    A Secretaria Municipal de Meio Ambiente SMAC tem como principal misso promover apoltica ambiental da cidade do Rio de Janeiropor meio da implantao de aes referenciadasno conceito de desenvolvimento sustentvel. Emoutras palavras, visa garantia do uso adequadodos recursos naturais e pleno funcionamento dasfunes urbanas.

    Diante dessa perspectiva, um dos mais signifi-cativos avanos no que se refere ao conheci-mento da qualidade do ar na cidade foi dado porocasio do convnio firmado entre a Prefeiturada Cidade do Rio de Janeiro e a PETROBRASque contemplou a criao do Programa Moni-torAr-Rio em 2008. Os objetivos definidos parao programa foram monitorar a qualidade do arna cidade, informar os resultados populao,conscientizar todos sobre a questo da poluioatmosfrica, subsidiar aes e incentivar polticaspblicas.

    Dessa forma, o primeiro relatrio da rede Moni-torAr-Rio, como parte desse processo, tem como

    alvo central proporcionar a viso geral dosresultados das medies realizadas no perodocompreendido entre 2011 e 2012 e sua partici-pao na situao global da qualidade do ar nacidade do Rio de Janeiro, por meio da apresen-tao de tendncias iniciais do comportamentodos poluentes analisados.

    O marco referencial adotado para o desenvolvi-mento do relatrio foi contemplar a reunio dealgumas informaes consideradas essenciaisao entendimento da qualidade do ar na cidadedo Rio de Janeiro e, em especial, alcanar todosaqueles que atuam no desenvolvimento de polti-cas que colaborem direta ou indiretamente paraa reduo das emisses de poluio atmosfrica.

    Para tanto, a estrutura do documento foi conce-bida no s para abordar os resultados quantita-tivos do monitoramento da qualidade do ar, mastambm para introduzir informaes e conceitosreferentes aos diversos fatores que exerceminfluncia no comportamento dos poluentesatmosfricos.

    Assim, o captulo 1 reflete essa inteno, ao apre-sentar os conceitos bsicos acerca da poluioatmosfrica e destacar dois aspectos considera-dos essenciais para o entendimento da questoda qualidade do ar. O primeiro deles ocupa-se dadefinio de critrios para o monitoramento edos fatores fsico-ambientais que podero influirnos nveis de concentrao de poluentes. Nessaabordagem, apresentado ainda o processo deformao dos principais poluentes monitorados eseus efeitos sobre a sade humana e o ambiente.O outro aspecto chave desse captulo constitui-se num breve enfoque das normas legais queinstituem padres de concentrao existentes nalegislao brasileira. Por ltimo, so comentadas

    as motivaes que levaram adoo do IQA ndice de qualidade do ar, para o processo dedivulgao da qualidade do ar entre os diversossegmentos envolvidos.

    A compreenso da qualidade ambiental nomeio urbano como resultado da interao deaspectos ecolgicos, econmicos, sociais eculturais conduz necessidade de observaodas caractersticas gerais da cidade do Rio deJaneiro e sua Regio Metropolitana. A respostaa essa demanda foi, de forma sinttica, objetodo captulo 2. Inicialmente, a dimenso e o graude importncia dessas unidades territoriais soabordados pela dinmica populacional baseadanos dados do Censo Demogrfico de 2010 do

    INTRODUO

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    Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica(IBGE). Os dados utilizados expressam astendncias de crescimento populacional, aparticipao percentual na populao brasileirae a estrutura etria da populao, que, emoutros termos, demonstram que a populao dacidade e da Regio Metropolitana apresenta-secom ritmo lento de crescimento, tem expressivaparticipao percentual no total da populaonacional e, claramente, j alcanou a ampliaoda esperana de vida. Em seguida, soapresentadas as principais caractersticas doterritrio, assim como a distribuio e principaispontos de concentrao populacional sobre omesmo. A dinmica econmica expressa pelovolume da participao da cidade e da RegioMetropolitana no PIB nacional e pela notvelconcentrao de atividades no setor de serviosda regio, que assegura, na segunda dcada donovo milnio, a posio de segundo maior polode riqueza do pas. O ltimo item apresentasinteticamente as caractersticas dos estoquesde recursos naturais contidos na cidade e a

    importncia de aes para sua manuteno.

    A abordagem das contribuies de emissesatmosfricas resultantes das atividades urbanasfoi incorporada no terceiro bloco de informaesdo relatrio. A aproximao da escala e do nvelde importncia do conjunto de fontes fixasexistentes no Municpio do Rio de Janeiro e naRegio Metropolitana feita pela descrio dogrande polo nacional de servios e negcios insta-lado e pela identificao dos rgos licenciadoresdessas atividades. O perfil das fontes mveis posteriormente construdo por meio das carac-

    tersticas do sistema virio e da diviso modalde transportes coletivos, aspectos que ressal-tam a opo pela matriz rodoviria dos trans-portes, estabelecida no decorrer do processo deevoluo urbana da cidade do Rio de Janeiro. Emdecorrncia desse fato, julgou-se necessrio visu-alizar as variaes, ocorridas na ltima dcada,de alguns indicadores consagrados do setor detransportes: a dimenso da frota automobils-tica, a taxa de motorizao e os combustveisutilizados no mbito da cidade. Para a ampliaodo entendimento das contribuies por fontesmveis na cidade foram tambm apresentadosno captulo o movimento de navios e aeronavese a estimativa de contribuies provenientes deveculos automotores que circulam nas principaisvias estruturais da Regio Metropolitana do Riode Janeiro,realizada pela ento Fundao Esta-dual de Engenharia do Meio Ambiente FEEMA,em 2004.

    A concentrao dos poluentes no ar pode sofrerinfluncia tanto dos mecanismos de disperso

    como de sua produo e remoo. De modogeral, a prpria atmosfera dispersa o poluente,misturando-o eficientemente num grandevolume de ar. Em paralelo aos processos fsicos,ocorrem diversas reaes qumicas, permitindoque os poluentes primrios emitidos reajampara formar poluentes secundrios. A meteoro-logia, em conjunto com os fenmenos qumicos,responde pela concentrao de um determinadopoluente no ar (). A partir dessas consideraes,a caracterizao meteorolgica, no perodo deabrangncia do relatrio, foi exposta no cap-tulo 4 e desenvolvida por meio da comparao

    (1) MARTINS et al., 2000.

    dos dados dos sensores meteorolgicos insta-lados nas estaes com os valores das mdiaspara os parmetros meteorolgicos contidosnas normais climatolgicas do perodocompreendido entre 1961-1990. As anlises detemperatura, precipitao, ventos, radiao solare umidade relativa demonstram as condiesmeteorolgicas em que foram realizadas asmedies.

    O captulo 5 voltado exclusivamente para adescrio da rede composta pelas oito estaesfixas automticas localizadas em diferentesbairros da cidade. Dessa forma, contm ohistrico com as motivaes e possibilidades quenortearam sua implantao. Aborda os ganhosrecentes proporcionados pelo convnio coma PETROBRAS, tais como as caractersticas defuncionamento da atual rede, as atividades deeducao ambiental, a participao no Centrode Operaes do Rio (COR-Rio) e a ampliao darede em direo Zona Oeste da cidade. Integraainda o captulo 5 a descrio das reas de

    estudo do entorno, dos processos que interferemna qualidade do ar nos vrios pontos monitora-dos, contendo um conjunto de dados disponveisnos acervos tcnicos da Prefeitura da Cidade doRio de Janeiro relevo e cobertura vegetal, usodo solo, microinventrio de fontes de emisses,caracterizao meteorolgica, reas protegi-das, bens tombados e unidades de conservaoexistentes na rea, aspectos demogrficos e aclassificao das vias estruturais que cortam area de estudo do e ntorno.

    Os resultados das medies realizadas pela redeMonitorAr-Rio so contemplados no captulo 6.

    A apresentao dos dados foi organizada como fim de proporcionar a visualizao geral daqualidade do ar em cada uma das estaes epor isso agrupa o comportamento de todos ospoluentes medidos para cada uma delas. Dessaforma, os grficos com o comportamento dirio,sazonal e anual das medies de monxido decarbono (CO), dixido de enxofre (SO2), oznio(O3), xidos de nitrognio (NOx) e materialparticulado (MP10) so apresentados de acordocom os nveis de agregao definidos pela Reso-luo CONAMA e com as anlises de tendnciasde comportamento dos parmetros no perodo2011-2012. Destaca-se, ainda, nesse captulorelatos de eventos ocorridos no perodo e suainfluncia direta na alterao do comportamentodos poluentes como o desabamento do EdifcioLiberdade, no Centro, perodos de chuva e pero-dos de forte insolao.

    A observao do comportamento dessas medi-es permitiu enunciar as consideraes geraissobre a cidade, que encerram o relatrio.

    Pretendeu-se por meio dessa estrutura criarum material compreensvel para os diversossegmentos envolvidos na gesto municipal e noprocesso de manuteno da qualidade ambientalna cidade do Rio de Janeiro.

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    O ato de monitorar poluentes atmosfricos podeser entendido como um processo de amostrageme anlise contnua de contaminantes presentesno ar. Neste contexto, torna-se importante definiros locais, assim como considerar o perodotemporal no qual se insere o monitoramento.

    Os mtodos de coleta e leitura da concentraode contaminantes presentes no ar levam emconsiderao a finalidade das anlises e osrecursos disponveis para efetu-las. Dentre asdiferentes classes de monitoramento, destacam-se a amostragem ativa, a amostragemautomtica e a amostragem passiva (2).

    O Conselho Nacional de Meio Ambiente CONAMA define poluio atmosfrica comoo resultado das alteraes das caractersticasfsicas, qumicas e biolgicas normais da atmos-fera que causam danos aos seres humanos, fauna, flora e aos materiais que constituem omeio ambiente.

    A atmosfera considerada poluda quando h

    ultrapassagem das quantidades consideradasadequadas de algumas substncias presentesem seu meio. Desse modo, sob o aspecto legal,os limites mximos para determinados compo-nentes qumicos em suspenso no ar so deno-minados padres de qualidade do ar, que, por suavez, so definidos a partir de estudos cientficosacerca dos efeitos que possam produzir na sadeda populao.

    Os poluentes atmosfricos podem se apresentarna forma de matria slida, lquida ou gasosa.Podem ainda ser classificados por sua origem poluentes primrios, quando emitidos direta-mente pelas fontes de emisso, ou secundrios,quando formados na atmosfera por reaesqumicas ou fotoqumicas; e por sua classequmica poluentes orgnicos e poluentesinorgnicos.

    O nvel de poluio do ar em um determi-nado local avaliado pela quantificao dospoluentes atmosfricos num intervalo detempo.

    A medio do que se denomina concentraode um poluente, ou seja, sua quantidadepresente no ar, feita com base em definiesda legislao quanto aos padres primriose padres secundrios de qualidade do ar.O padro primrio refere-se aos limites paraconcentrao de poluentes que, se ultrapas-sados, podero afetar a sade da populao.Os secundrios, por sua vez, apontam os nveis

    ideais de concentrao de poluentes para agarantia do mnimo efeito adverso sobre obem-estar da populao, assim como o mnimodano fauna, flora, aos materiais e ao meioambiente em geral. E, como se refere a um nveldesejvel, constitui uma meta a ser alcanadacomo resultado de polticas de longo prazo. Ospadres de qualidade do ar no Brasil so defini-dos pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA por meio da Resoluo n. 03 de 28de junho de 1990 (Quadro 1).

    POLUIO ATMOSFRICA1.1. Conceitos bsicos

    (2) ALVAREZ et al., 2002 e CRUZ e CAMPOS, 2008.

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    A qualidade do ar observada em um determi-nado local resultado de um conjunto de fatoresque inclui as caractersticas meteorolgicas e

    topogrficas, o tipo de ocupao do solo e adistribuio das fontes emissoras de poluentes.

    Os eventos meteorolgicos, em especial,exercem influncia direta sobre a qualidade doar, por serem os responsveis pela orientao epela disperso de poluentes, assim como por suadeposio no solo, podendo promover reaesqumicas.

    O conhecimento da intensidade, distribuioe natureza das atividades urbanas que geramimpactos na atmosfera um fator determinantea ser includo nos processos de acompanhamentoda qualidade do ar num determinado local. Poresse motivo, o inventrio de emisses de fontesde poluentes um instrumento imprescindvel

    para a compreenso da situao.

    Os poluentes atmosfricos podem ser origina-dos em fontes fixas ou mveis. Denomina-sefonte fixa qualquer instalao, equipamento ou

    processo, situado em local fixo, que libere ouemita poluentes para a atmosfera e que permitauma avaliao individual. As indstrias so asfontes fixas mais significativas ou de maiorpotencial poluidor. Existem ainda as fontes fixasnaturais, como o mar e os vulces, que tambmpodem influenciar a qualidade do ar.

    Os veculos automotores, juntamente com ostrens, avies e embarcaes martimas, so aschamadas fontes mveis de poluentes atmosf-ricos. Os veculos automotores, normalmente, sedestacam nas cidades como as principais fontespoluidoras.

    PoluenteTempo de

    Amostragem Padro Primrio (g/m) Padro Secundrio (g/m)

    Monxido de carbono1 hora (1) 40.000 (35 ppm) 40.000 (35 ppm)8 horas (1) 10.000 (9 ppm) 10.000 (9 ppm)

    Dixido de enxofre24 horas (1) 365 100

    MAA (2) 80 40

    Dixido de nitrognio1 hora (1) 320 190MAA (2) 100 100

    Partculas inalveis24 horas (1) 150 150

    MAA (2) 50 50

    Oznio 1 hora (1) 160 160

    Fonte: CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluo CONAMA n 03 de 28/06/90.

    Disponvel em: Acesso em 22.08.2012.

    (1) No deve ser excedido mais de uma vez ao ano. (2) Mdia aritmtica anual.

    Quadro 1Padres nacionais de qualidade do ar para alguns poluentes. O monitoramento da qualidade do ar, porquestes prticas, realizado por meio de umnmero de poluentes selecionados de acordocom a frequncia com que so observados e osefeitos sobre a sade da populao e o equilbriodo meio ambiente.

    Os poluentes usualmente selecionados paramonitoramento da qualidade do ar so: mon-xido de carbono CO, dixido de enxofre SO2,dixido de nitrognio NO2, oznio O3e mate-rial particulado MP10. O Programa MonitorAr-Rio segue as prescries da Resoluo n. 03de 28 de junho de 1990. Alm disso, monitoratambm outros trs poluentes: monxido denitrognio NO e hidrocarbonetos HC, porserem ambos precursores do oznio, e o mate-rial particulado MP2,5, por ser considerado empadres nacionais de diversos pases e por jterem sido comprovados cientificamente seusefeitos sobre a sade.

    MONXIDO DE CARBONO (CO)

    O monxido de carbono resulta da combus-to incompleta de materiais ricos em carbono.Seu nvel de concentrao nas grandes reasurbanas est fortemente relacionado ao volumede trfego. Contudo, os processos industriais, as

    queimadas agrcolas e os incndios florestaistambm constituem importantes fontes deemisso desse poluente.

    O monxido de carbono pode ser consideradocomo antimetablico do oxignio; assim sendo,quando aspirado ao nvel do alvolo pulmonar,combina-se irreversivelmente com a hemoglobinapara formar a carboxiemoglobina, resultando nareduo da capacidade de transporte de oxigniodo sangue. Desse modo, pessoas sujeitas a altasconcentraes de monxido de carbono podemapresentar debilidade de percepo, dor decabea, sonolncia, nusea e ataque cardaco.

    DIXIDO DE ENXOFRE (SO2)

    O enxofre representa uma das principaisimpurezas existentes na gasolina, no leo diesele no carvo mineral. A queima desses combus-tveis produz dixido de enxofre, um xido cidoirritante e txico para os seres humanos.

    Uma vez lanado na atmosfera, o dixido deenxofre sofre oxidao e forma o cido sulfuroso(H2SO3). Este, ao entrar em contato com aumidade atmosfrica, gera o cido sulfrico(H2SO4), que contribui consideravelmente para achuva cida.

    A inalao do dixido de enxofre, mesmo emconcentraes muito baixas, provoca espasmospassageiros dos msculos lisos dos bronquo-

    los pulmonares. Em concentraes maiores,

    1.2. Principais poluentes atmosfricos

    POLUIO ATMOSFRICA POLUIO ATMOSFRICA

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    causa aumento de secreo mucosa nas viasrespiratrias superiores, inflamaes graves damucosa e reduo do movimento ciliar do tratorespiratrio, responsvel pela remoo do mucoe de partculas estranhas.

    No meio ambiente, o dixido de enxofre causa

    reduo da visibilidade e, por ser o principalcontribuinte para o fenmeno da chuva cida,pode causar danos aos materiais, vegetao,ao solo e vida aqutica em lagos.

    XIDOS DE NITROGNIO (NOX)

    O xido ntrico (NO) produzido em qualquerprocesso de combusto. Esse gs introduzidona atmosfera pelo acionamento de equipamen-tos como motores de combusto interna, fornos,caldeiras, estufas, incineradores e indstriasqumicas.

    Os xidos de nitrognio so extremamentereativos. O xido ntrico na presena de oxignio,

    oznio e hidrocarbonetos se transforma emdixido de nitrognio (NO2). Por sua vez, odixido de nitrognio, na presena de luz do sol,reage com hidrocarbonetos e oxignio, formandooznio. O dixido de nitrognio , portanto,um dos principais precursores do oznio natroposfera.

    O dixido de nitrognio apresenta alta toxici-dade, cor marrom-avermelhada, possui cheiro egosto desagradveis e muito irritante aos olhose s mucosas nasais, podendo provocar enfisemapulmonar ou ainda transformar-se em substn-cias cancergenas no pulmo. Esse poluentepode ser associado ao aumento da suscepti-bilidade s infeces respiratrias e aos demaisproblemas respiratrios em geral. Reage com a

    gua presente no ar, formando outro importantecomponente da chuva cida, o cido ntrico.

    OZNIO (O3)

    O oznio um gs que, em condies naturais,est presente nas camadas superiores da atmos-fera, onde exerce a importante funo ecolgicade absoro das radiaes ultravioleta do sol econsequente reduo de seus efeitos na super-

    fcie da Terra. Por outro lado, na camada maisbaixa da atmosfera, a troposfera, mesmo emconcentraes relativamente pequenas, o oznioexerce ao nociva sobre materiais, vegetais,animais e sobre o homem.

    O denominado oznio troposfrico um gspoluente secundrio formado por meio de dife-rentes mecanismos de reaes fotoqumicasentre poluentes primrios, principalmente osxidos de nitrognio e os hidrocarbonetos.

    Os xidos de nitrognio e os compostosorgnicos volteis combinam-se quimicamentecom o oxignio para formar o oznio durantedias ensolarados e de altas temperaturas, devido alta incidncia de radiao solar. Geralmente, a

    formao de elevadas concentraes de oznioocorre tarde. Durante a noite, entretanto, veri-fica-se expressiva reduo.

    O oznio troposfrico um dos poluentes quemais contribuem para degradao da qualidadedo ar nos grandes centros urbanos. O efeito maisdrstico sobre a sade humana ocorre no tratorespiratrio, e a extenso dos efeitos depende daconcentrao e da durao da ex posio.

    No ambiente, o oznio contribui para a dimi-nuio da visibilidade, reduz a eficincia da fotos-sntese e danifica tintas, tecidos e borrachas.

    MATERIAL PARTICULADO(PARTCULAS INALVEIS)

    O material particulado composto de partculasde material slido ou lquido que ficam suspen-sas no ar, na forma de poeira, neblina, fumaa,fuligem e outras, com dimenses menores que

    10 micrmetros (3). Os tamanhos so variados,mas diminutos o bastante para permaneceremem suspenso na atmosfera.

    Os poluentes particulados podem ser classifica-dos de acordo com suas propriedades fsicas:

    As pequenas partculas slidas denomi-nadas poeiras so resultantes da desinte-grao mecnica de substncias orgnicasou inorgnicas, seja pelo simples manuseioou em consequncia de operaes de brita-gem, moagem, peneiramento, fundio oudemolio. No apresentam tendncia para sedispersarem, ao contrrio, tendem sedimen-tao por gravidade;

    A fumaa composta por partculas slidas

    finas de carbono e outros materiais resultantesda combusto incompleta de matria orgnica;

    O fumo constitudo por partculas slidasfinas resultantes da condensao de vaporesde metais fundidos e outros materiais ordi-nariamente slidos. Apresentam tendncia formao de pequenos flocos no ar;

    As cinzas so partculas slidas finas e nocombustveis resultantes da combusto docarvo. Apresentam composio mineral oumetlica;

    As nvoas e os sprays so os aerossis forma-dos por gotculas de lquidos resultantes dacondensao de vapores sobre certos ncleos

    ou da disperso mecnica de lquidos.

    As principais fontes antropognicas de materialparticulado so a combusto na gerao devapor, uso veicular, aquecimento domstico; osprocessos industriais principalmente as inds-trias de cimento e os processos metalrgicos.Contribuem tambm com emisses o desgaste depneus e freios dos veculos em geral e as queima-

    das na agricultura e as atividades de minerao.

    A sade humana pode ser comprometida pelomaterial particulado de vrias formas, pois o graude penetrao das partculas no trato respiratriosuperior depende de seu tamanho e de suavelocidade de penetrao. O material particuladopode ser classificado como: partculas totais emsuspenso (PTS) e partculas inalveis (MP10).As partculas totais em suspenso (PTS) podemser definidas de maneira simplificada comoaquelas cujo dimetro aerodinmico menorque 50 micrmetros. Uma parte dessas partculas inalvel e pode causar problemas sade,outra parte pode afetar desfavoravelmente aqualidade de vida da populao, interferindo nas

    condies estticas do ambiente e prejudicandoas atividades normais da comunidade. Tambmde forma simplificada, as partculas inalveispodem ser definidas como aquelas cujo dimetroaerodinmico menor que 10 micrmetros. Aspartculas inalveis podem ainda ser classificadascomo partculas finas (MP2,5), quando menoresque 2,5 micrmetros, e partculas grossas, quandotm entre 2,5 e 10 micrmetros de dimetro (4).As partculas com dimenses superiores a 2,5micrmetros de dimetro so facilmente filtradaspelo organismo e retidas na parte superior dosistema respiratrio e, por isso, no causamgrandes problemas sade da populao.Entretanto, o mesmo no ocorre com o materialmais fino, composto de partculas menores que2,5 micrmetros, que podem atingir o pulmo echegar aos alvolos pulmonares e, ento, serem

    (3) Unidade do Sistema Internacional SI, definida como um milionsimo de metro (1 10-6m)(INMETRO, 2012).(4) CETESB, 2012.

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    distribudas rapidamente para clulas e tecidosdo corpo humano.

    Os efeitos sobre o organismo humano so logoevidenciados na alterao da capacidade dosistema respiratrio de remover as partculas doar inalado, causando infeces, como as farin-

    gites, rinites e bronquites.O material particulado fino , em geral, constitudode sulfatos, amnia, carbono elementar, certosmetais de transio, compostos orgnicos novolteis e cido ntrico. O material particuladogrosso geralmente composto por xido desilcio, xido de alumnio, xido de clcio e demagnsio, xido de ferro e partculas orgnicasbiognicas como plen e esporos dos vegetais.

    O material particulado causa, ainda, danos aomeio ambiente natural e aos materiais do ambi-ente construdo. Provoca reduo da visibili-dade e corroso de metais, descolore e manchaconstrues, roupas, tecidos e tintas. Contribuitambm com a deposio cida, danificando avegetao, o solo e a vida aqutica em lagos.

    HIDROCARBONETOS (HC)

    Os hidrocarbonetos so substncias qumi-cas compostas exclusivamente de carbono ehidrognio. Entre os mais poluentes e reativosda atmosfera esto aqueles emitidos por eva-porao em tanques ou nos escapes de veculos

    automotores.No h padro de concentrao definido pelalegislao brasileira para os hidrocarbonetos.Seu acompanhamento no ambiente urbano,entretanto, importante para melhor compreen-so do processo de f ormao do oznio.

    O exame peridico da qualidade do ar, ou seja,seu monitoramento, proporciona um conjuntode dados essencial orientao das polticaspblicas de controle e substituio de tecnolo-gias utilizadas nas atividades antrpicas. Aponta,tambm, a necessidade de introduo de novosprocessos menos poluentes.

    Entretanto, a expressiva diferena entre ospadres de comportamento e os limites legaisde concentrao entre os principais poluentescria a necessidade de meios simplificados paradivulgao da informao, que possibilitemorientar decises tendo em vista o bem-estar dapopulao.

    Para resposta a essa demanda, o ndice de Quali-dade do Ar IQA o indicador sintticoutili-zado para simplificar o processo de divulgaoda qualidade do ar entre os diversos segmentosenvolvidos, sejam esses a populao, gestorespblicos, representantes do setor privado, ONGse outros.

    No caso do Programa MonitorAr-Rio, optou-sepor seguir o padro de clculo de IQA j utilizadopela Companhia de Tecnologia de SaneamentoAmbiental do Estado de So Paulo CETESBdesde a dcada de 1980, e que foi baseado emexperincias do Canad e EUA.

    A estrutura de IQA adotada possibilita acomparao com os limites legais de concen-trao para monxido de carbono CO, dixidode enxofre SO2, dixido de nitrognio NO2,oznio O3e material particulado MP10moni-torados pelas estaes da rede de monitora-

    mento. A divulgao feita por meio de boletinsdirios para cada estao monitorada.

    O clculo do IQA feito por uma funo linearsegmentada, em que os pontos de inflexo soos padres nacionais e os critrios para epis-dios agudos (5) estabelecidos pela Resoluo

    CONAMA n. 03 de 28 de junho de 1990 (Grfico1). Como os valores e unidades de medio apre-sentam diferenas, cada um deles relacionadoa um valor ndice definido por uma escala deintervalos relacionados aos nveis de qualidadedo ar (Quadro 2). Os intervalos utilizados consi-deram a categorizao da Resoluo CONAMA03/90, associada aos efeitos sobre a sade dapopulao (Quadro 3). Para efeito de divulgaoutiliza-se o ndice mais elevado, observando oconjunto de poluentes monitorados em um dadolocal no perodo de 24 horas.

    1.3. Resultados do monitoramento endice de Qualidade do Ar

    (5) No se aplica ao o znio para limite inferior da classificao no adequada, cujo valor u tilizado o preconizado pela CETESB.

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    MONXIDO DE CARBONOConcentrao (mdia horria) ppm BOA

    REGULARINADEQUADA

    M

    PSSIMA

    Legenda:

    Fonte: CETESB Companhia Ambiental do Estado de So Paulo.

    Grfico 1Relao entre concentrao de poluente e ndice de qualidade do ar IQA.

    DIXIDO DE ENXOFREConcentrao (mdia horria) g/m

    DIXIDO DE NITROGNIOConcentrao (mdia horria) g/m

    OZNIOConcentrao (mdia horria) g/m

    PARTCULAS INALVEISConcentrao (mdia horria) g/m

    QUALIDADE ndice CO (ppm) SO2 (g/m) NO2(g/m) O3( g/m) MP10(g/m)

    BOA 0 - 50 0 e < 4,5 0 e < 80 0 e < 100 0 e < 80 0 e < 50

    REGULAR 51 - 100 4,5 e < 9 80 e < 3 65 10 0e < 320 80 e < 160 50 e < 150

    INADEQUADA 101 - 199 9 e < 15 365 e < 800 320 e < 1130 160e < 200 150 e < 250

    M 200 - 299 15 e < 30 800 e < 1600 1130e < 2260 200e < 800 250 e < 420

    PSSIMA >299 >30 >1600 >2260 >800 >420

    Fonte: CETESB - Companhia Ambiental do Estado de So Paulo.

    Disponvel em: http://www.cetesb.sp.gov.br/ar/Informaes-bsicas/22. Acesso em: 22-08-2012.

    IQASignificado

    QUA LIDAD E ndice

    BOA 0 - 50 Praticamente no h riscos sade.

    REGULAR 51 - 100

    Pessoas de grupos sensveis (crianas, idosos e pessoas com doenas respiratrias

    e cardacas) podem apresentar sintomas como tosse seca e cansao. A populao,em geral, no afetada.

    INADEQUADA 101 - 199

    Toda a populao pode apresentar sintomas como tosse seca, cansao, ardor nosolhos, nariz e garganta. Pessoas de grupos sensveis (crianas, idosos e pessoascom doenas respiratrias e cardacas) podem apresentar efeitos mais prejudi-ciais sade.

    M 200 - 299

    Toda a populao pode apresentar agravamento dos sintomas como tosseseca, cansao, ardor nos olhos, nariz e garganta e ainda apresentar falta de ar erespirao ofegante. Efeitos ainda mais prejudiciais sade de grupos sensveis(crianas, idosos e pessoas com doenas respiratrias e cardacas).

    PSSIMA 300

    Toda a populao pode apresentar srios riscos de manifestaes de doenasrespiratrias e cardiovasculares. Aumento de mortes prematuras em pessoas degrupos sensveis.

    Fonte: CETESB - Companhia Ambiental do Estado de So Paulo.Disponvel em: http://www.cetesb.sp.gov.br/ar/Informaes-bsicas/22. Acesso em: 22-08-2012.

    Quadro 2Faixas de classificao das medies de concentrao dos poluentes para clculodo ndice de Qualidade do Ar IQA.

    Quadro 3 Faixas de classificao do IQA e efeitos sobre a sade.

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    CARACTERIZAO DA CIDADE

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    A estrutura urbana inicial da cidade do Rio deJaneiro data do sculo XVI, perodo de suafundao como ncleo fortificado para defesada Baa de Guanabara. Posteriormente, a cidadedesempenhou as funes de porto exportadore capital do pas, que lhe atriburam grandedestaque nacional e internacional at meados do

    sculo XX. Apesar da perda do posto de capitalem 1960, e do enfraquecimento da atividadeporturia a partir da dcada de 1970, a cidadedo Rio de Janeiro se mantm como importantepolo turstico, cultural e comercial, onde, em2010, residiam 6,3 milhes de habitantes. Asustentao do destaque como centro urbanopode ainda ser comprovada pelo fato de ser acidade o ncleo da segunda maior regio metro-politana do pas. A Regio Metropolitana doRio de Janeiro atualmente agrega 19 munic-

    pios (6) e 11,8 milhes de habitantes (Figura1). Esse contingente impe a caracterstica deforte concentrao populacional e corresponde a74,2% do total do estado do Rio de Janeiro. Aofinal da primeira dcada do sculo XXI, a regioapresentou o segundo maior PIB do pas, cercade 266 bilhes de reais. E, consequentemente,

    um grande volume de atividades, fluxos e ofertade bens e servios, dentre os quais se destacouo crescimento dos chamados servios avanados,caractersticos da nova economia(7).

    A complexidade desse contexto, como emqualquer metrpole contempornea, tornaimprescindvel a observao de aspectos dadinmica urbana e de suas implicaes no ambi-ente. E, com especial ateno nesse relatrio, daqualidade do ar.

    (6) Municpios da Regio Metropolitana do Rio de Janeiro: Rio de Janeiro, Niteri, Maric, So Gonalo, Itabora, Tangu, Guapimirim,Mag, Duque de Caxias, Belford Roxo, So Joo de Meriti, Nova Iguau, Mesquita, Japeri, Queimados, Seropdica, Itagua, Nilpolis

    e Paracambi (FUNDAO CEPEDERJ, 2011).(7) QUAH,1999.

    CARACTERIZAO DA CIDADEE DA REGIO METROPOLITANA

    Figura 1Municpios da Regio Metropolitana elocalizao no Estado do Rio de Janeiro (2011)

    Fonte: http://www.dgi.inpe.br/

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    2.1. Dinmica populacional

    Apesar do dinamismo urbano ainda presente,a Regio Metropolitana de Rio de Janeiro noapresentou um alto grau de atratividade popu-lacional na ltima dcada. Os dados do CensoDemogrfico de 2010 do IBGE demonstram quenesse perodo o ritmo de crescimento demogr-fico foi lento, com a marca de 0,86% ao ano. Esse

    valor definiu a menor taxa mdia geomtricade crescimento populacional dentre asgrandes metrpoles brasileiras (Tabela 1).

    A cidade do Rio de Janeiro apresentou no mesmoperodo tendncia de crescimento semelhante Regio Metropolitana, pois, apesar do ligeiroaumento ocorrido, a taxa mdia geomtricaanual foi de 0,76% ao ano. Ainda assim, asegunda cidade mais populosa do Brasil, o quesignifica abrigar em seu territrio a expressivaparcela de 3,3% da populao nacional (Tabela2).

    O pequeno incremento dos valores a partir dadcada de 1980 pode ser atribudo ampliaoda esperana de vida. O envelhecimento

    populacional, um importante avano demogr-fico, resultado positivo das polticas pblicas desade e qualidade de vida, e pode ser constatadopelos dados dos censos demogrficos.

    A estrutura etria da populao da cidadeindica o aumento da participao percentualdos segmentos populacionais dos adultos (25a 59 anos) e dos idosos (60 anos ou mais) emrelao ao ano de 2000. Esses segmentos juntos,no incio da dcada, somavam 59,94% do total.Em 2010, alcanaram 65,20% na composio dapopulao (Tabela 3).

    Regio MetropolitanaPopulao

    (hab.)

    Taxa geomtricaanual de cresci-mento (%/aa)

    So Paulo (RMSP) 19.683.975 0,97

    Rio de Janeiro (RMRJ) 11.835.708 0,86

    Belo Horizonte (RMBH) 5. 414.701 1,10

    Porto Alegre (RMPA) 3. 958.985 1,34

    Recife (RMR) 3.690.547 1,00

    Tabela 1Populao 2010 e taxa mdia geomtricade crescimento anual das cinco principais regiesmetropolitanas do Brasil [2000-2010]

    Fonte: Censo Demogrfico 2010.

    Fonte: Censo Demogrfico 2010.

    Tabela 2Populao residente total e percentual Brasil, Estado do Rio de Janeiro e Municpio doRio de Janeiro [2010]

    Fonte: Censo Demogrfico 2010.

    Brasil / Estado / Municpio

    Populao

    Total(hab.) %

    Brasil 190.732.694 100

    Estado do Rio de Janeiro 15.993.583 8,4

    Municpio do Rio de Janeiro 6.320.446 3,3

    Tabela 3Estrutura etria da populao Municpio do Rio de Janeiro [2000-2010]

    Segmentoetrio(anos)

    Populao

    2000 2010

    Total(hab.)

    % Total (hab.) %

    Total 5 857 904 100 6.320.446 100

    0 a 14 1. 323 .58 2 2 2, 59 1 .2 26 .35 8 1 9,4

    15 a 24 1.022.824 17,46 972.857 15,39

    25 a 5 9 2. 759 .86 1 4 7, 11 3 .1 80. 380 50 ,32

    60 anos e mais 751.637 12,83 940.51 14,89

    A Regio Metropolitana do Rio de Janeiroabrange um total de 4.930 km. Foi consoli-dada num stio caracterizado por apresentar osdomnios topogrficos de montanha e baixada.Ao norte, a Serra do Mar limita a Bacia da Baade Guanabara e alcana altitudes de at 2.000metros. Ao sul, o terreno formado pelas reas

    de baixadas que no ultrapassam altitudes de100 metros (Figura 2).

    A poro que cabe ao Municpio do Rio deJaneiro contempla o territrio de 1.224 km,onde desprendimentos da Serra do Mar formam

    a cadeia de macios montanhosos que definemo marcante perfil natural da cidade. Os maciosda Tijuca e Pedra Branca formam uma barreirafsica entre a orla martima e o norte do terri-trio municipal e, assim, criam as referncias delimites, embora no oficiais, para as zonas Nortee Sul, enquanto a proximidade dos macios da

    Pedra Branca e Gericin definem a Zona Oestee a Baixada de Jacarepagu. As zonas Norte,Sul, Oeste e a Baixada de Jacarepagu, emborano constituam regies com limites formalmentedefinidos, so as referncias de compartimen-tao tradicionalmente utilizadas pela popu-lao carioca (Figura 3).

    2.2. Territrio e densidade populacional

    -

    Legenda

    Afloramento Rochoso

    Cordes arenosos, dunas e restingas

    Domnio colinoso

    Domnio de macios costeiros

    Domnio de plancies costeirasflvio-marinha s

    Domnio de plancies fluviais

    Domnio montanhoso

    gua

    reas midas

    Fonte: Anurio Estatstico do Estado do Rio de Janeiro, 2011.

    Figura 2Domnios geomorfolgicos RegioMetropolitana do Rio de Janeiro, 2010.

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    Zona Norte

    Zona Sul

    Zona OesteBaixada de Jacarepagu

    Centro

    A densidade demogrfica mdia da cidade em 2010 de 5.163,8 hab./km, aproximadamente odobro da ocorrncia na Regio Metropolitana e bastante superior do Estado do Rio de Janeiro e doBrasil (Tabela 4).

    Figura 3Macios montanhosos e referncias espaciaisMunicpio do Rio de Janeiro [2010]

    Fonte: PCRJ-IPP - Instituto Pereira Passos/ SMAC, 2010.

    Abrangncia geogrfica Populao rea(km)

    Densidadedemogrfica(hab/km)Total (hab.) %

    Brasil 190.732.694 100 8.514.877 22,4

    Estado do Rio de Janeiro 15.993.583 8,4 43.696 366,0

    Regio Metropolitana do Rio de Janeiro 11.835.708 6,2 4.930 2.400,8

    Municpio do Rio de Janeiro 6.320.446 3,3 1.224(1) 5.163,8

    Tabela 4 Populao, rea territorial e densidade demogrficasegundo esfera governamental [2010]

    Fonte: Censo Demogrfico 2010/ Instituto Pereira Passos.

    (1) De acordo com a Resoluo n 5 de 10 de outubro de 2002, do IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica, a rea territo-rial do Municpio do Rio de Janeiro de 1.182,296 km. O Instituto Pereira Passos IPP, da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro,calculou uma rea territorial de 1.224,54 km para o municpio e tambm as parciais dos bairros, regies administrativas e reasde planejamento, segundo as delimitaes descritas no Decreto n 5.280 de 23/08/85 e suas posteriores alteraes. A metodologiaadotada inclui os acidentes hidrogrficos (lagoas, rios, etc.), as ilhas ocenicas e as da Baa de Guanabara, utilizando como refernciaa base cartogrfica na escala 1:10.000 gerada a partir de uma restituio aerofotogramtrica realizada em 1999. A diferena entrea rea territorial do municpio calculada pelo IPP e a do IBGE ocorre devido adoo de distintas metodologias e base cartogrficaem seus clculos.

    Zona Norte

    Zona Sul

    Zona OesteBaixada de Jacarepagu

    Centro

    rea de Planejamento 1

    rea de Planejamento 2

    rea de Planejamento 3

    rea de Planejamento 4

    rea de Planejamento 5

    A diviso administrativa do territrio munici-pal contempla cincoreas de planejamento,33 regies administrativas e 161 bairros. Poressas unidades, utilizadas para a gesto munici-pal, a populao se distribui de forma bastantediversa (Figura 4).

    A avaliao dos dados do Censo de 2010 mostraque a maior concentrao populacional ocorrena rea de Planejamento 3, aproximadamente aZona Norte, onde foi contabilizado o expressivototal de mais de dois milhes de pessoas resi-dentes. Esse contingente corresponde a 37,9%da populao e resulta na maior densidadedemogrfica da cidade, 11.787,1 hab./km.

    A rea de Planejamento 5, referente ZonaOeste, aparece em segundo lugar no total demoradores, com 1,7 milhes de habitantes,correspondente a 27% do total. Entretanto, porreservar ainda grandes reas sem ocupao,apresenta a menor densidade da cidade, 2.877,5hab./km.

    A frao de 16% da populao residente na reade Planejamento 2, composta pela Zona Sul e oconjunto de bairros no entorno da Tijuca, emborarepresente menos da metade da populaoresidente na rea de Planejamento 3, tambmconcentra mais de um milho de habitantes.Essa rea, em sua maior parte junto orla, ade maior valorizao do solo urbano, apresentaa segunda maior densidade demogrfica dacidade, 10.048,1 hab./km.

    Apesar de tambm ser rea de expanso dedestaque na cidade, a rea de Planejamento 4,que abrange a Baixada de Jacarepagu, contacom 14,4% da populao e abriga em torno de900 mil moradores. Sua densidade populacional de 3.097,4 hab./km.

    E, por fim, a rea de Planejamento 1, a regio queabriga a rea central de negcios, caracteriza-sepelo baixo nmero de moradores, cerca de 297mil, o que representa apenas a parcela de 4,7%da populao, embora alcance a densidade de

    8.663,3hab./km (Tabela 5).

    Fonte: PCRJ-IPP - I nstituto Pereira Passos/ SMAC, 2010.

    Figura 4Densidade demogrfica segundo rea deplanejamento - Municpio do Rio de Janeiro [2010]

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    Tabela 5Populao, rea territorial e densidade demogrfica segundo as reas deplanejamento Municpio do Rio de Janeiro [2010]

    (1) De acordo com a Resoluo n 5 de 10 de outubro de 2002, do IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica, a rea territo-rial do Municpio do Rio de Janeiro de 1.182,296 km. O Instituto Pereira Passos IPP,da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro,calculou uma rea territorial de 1.224,54 km para o municpio e tambm as parciais dos bairros, regies administrativas e reasde planejamento, segundo as delimitaes descritas no Decreto n 5.280 de 23/08/85 e suas posteriores alteraes.A metodologiaadotada inclui os acidentes hidrogrficos (lagoas, rios, etc.), as ilhas ocenicas e as da B aa de Guanabara, utilizando como refernciaa base cartogrfica na escala 1:10.000 gerada a partir de uma restituio aerofotogramtrica realizada em 1999. A diferena entrea rea territorial do municpio calculada pelo IPP e a do IBGE, ocorre devido adoo de distintas metodologias e base cartogrficaem seus clculos.

    Abrangnciaadministrativa

    Populao rea(km)

    Densidade demogrfica(hab/km)Total (hab.) %

    Municpio do Rio de Janeiro 6.320.446 100 1224(1) 5 163,8

    rea de Planejamento 1 297.976 4,7 34 8.663,3rea de Planejamento 2 1.009.170 16,0 100 10.048,1

    rea de Planejamento 3 2.398.572 37,9 203 11.787,1

    rea de Planejamento 4 909.955 14,4 294 3.097,4

    rea de Planejamento 5 1.704.773 27,0 592 2.877,5

    Fonte: Censo Demogrfico 2010 / Instituto Municipal d e Urbanismo Pereira Passos clculos de densidade demogrfica por

    rea de planejamento.

    O dinamismo da economia da Regio Metropoli-tana fluminense, segundo maior polo de riquezado pas, pode ser avaliado por sua participaono PIB nacional, que representa 8,2% do todosos bens e servios produzidos no Brasil (Tabela 6).

    A cidade do Rio de Janeiro acompanha essecomportamento. Segundo pesquisa do IBGE, oPIB municipal Produto Interno Bruto dosMunicpios 2004-2008 constitui outro aspectode destaque da cidade, por ser o segundo maiordo pas. O PIB carioca representou, em 2008, ariqueza de aproximadamente 219 bilhes dereais. Ou seja, grande parte do total da RegioMetropolitana atribuda produo da cidade eequivale a 5,4% do total nacional (Tabela 7).

    A atividade econmica preponderante no Munic-pio do Rio de Janeiro e sua Regio Metropolitana a do setor de servios, responsvel por mais de80% da produo, conforme comprova a partici-pao das atividades econmicas neles instaladasno valor adicionado bruto ao PIB estadual(Tabela 8).

    2.3. Dinmica econmica

    Fonte: Produto Interno Bruto dos Municpios 1999-2010 IBGE.(1) Produto interno bruto a preos correntes, impostos lquidos de subsdios, sobre produtos a preos correntes e valor

    adicionado bruto a preos correntes, total e por atividade econmica, e respectivas participaes.

    Abrangncia geogrficaPIB a preos correntes (1)

    (mil reais) %

    Brasil 3.239.404.053,00 100

    M etr opol itana de So Paulo [SP] 651.167.336,00 20,1

    M et ropo li tana do Rio de J anei ro [R J] 26 6. 275 .42 2,0 0 8, 2

    Metropoli tana de Belo Hor izonte [MG] 124.138.623,00 3,8

    M et ropo li tana de Po rto Al eg re [R S] 10 6. 259 .84 8,0 0 3, 3

    Metropolitana de Salvador [BA] 72.108.473,00 2,2

    Metropolitana de Recife [PE] 51.100.344,00 1,6

    Tabela 6Produto Interno Bruto total e participao percentual[Brasil] e seis principais regies metropolitanas [2009]

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    CA RA CTER IZA O DA CI DA DE E D A REGI O MET ROP OL ITA NA C ARAC TER IZA O DA CI DA DE E DA RE GI O MET ROP OL ITA NA

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    3332

    Tabela 8Participao das atividades econmicas novalor adicionado bruto ao PIB do Municpio do Rio deJaneiro e da Regio Metropolitana [2009]

    Setor econmico

    Participao no valor adicionadobruto (%)

    RegioMetropolitana Municpio

    Total 100 100

    Servios (1) 82,3 83,4

    Indstria 17,6 16,5

    Agropecuria 0,1 0,0

    Fonte: Produto Interno Bruto dos Municpios 2010 CEPERJ.

    (1) A atividade econmica Servios inclui a Administrao Pblica.

    Tabela 7 Produto Interno Bruto total e participaopercentual Brasil e dez principais capitais [2009]

    Abrangncia geogrficaPIB a preos correntes (1)

    (mil reais) %

    Brasil 3. 239.404.053,00 100,0

    So Paulo [SP] 389.317.167,00 12,0

    Rio de Janeiro [RJ] 175.739.349,00 5,4

    Braslia [DF] 131.487.268,00 4,1

    Curitiba [PR] 45.762.418,00 1,4

    Belo Horizonte [MG] 44.595.205,00 1,4

    Manaus [AM] 40.486.107,00 1,2

    Porto Alegre [RS] 37.787.913,00 1,2

    Salvador [BA] 32.824.229,00 1,0

    Fortaleza [CE] 31.789.186,00 1,0

    Recife [PE] 24.835.340,00 0,8

    Fonte: Produto Interno Bruto dos Municpios 1999-2010 IBGE.(1) Produto interno bruto a preos correntes, impostos lquidos de subsdios sobreprodutos a preos correntes e valor adicionado bruto a preos correntes, total epor atividade econmica, e respectivas participaes.

    O territrio do Municpio do Rio de Janeiro exibeextensas reas cobertas pelo biomaMata Atln-tica, aspecto determinante do patrimnio ambi-ental da cidade os remanescentes naturais.

    O cenrio montanhoso coberto de vegetaoflorestal contgua s baixadas, cortadas porlagunas, brejos alagadios, mangues, restingase demarcado por praias, corresponde a consi-dervel parcela do territrio municipal 28,9%.Certamente, esta , ainda hoje, a grande marca

    2.4. Ambiente natural

    que atribui destaque cidade do Rio de Janeirodentre outras no mundo (Figura 5).

    A intensa ocupao urbana coexiste com as diver-sas feies do bioma Mata Atlntica reas defloresta ombrfila densa, vegetao secundria,restinga, manguezal, campo salino e brejo, quetotalizam 35.290 ha. A proteo e a conservaodesse patrimnio justificam a existncia de 58unidades de conservao da natureza (8)na cidade (Tabela 9).

    Figura 5Cobertura vegetal euso das terras Municpio doRio de Janeiro [2011]

    (8) Secretaria Municipal de Meio Ambiente, 2012.

    Fonte: Secretaria

    Municipal de Meio

    Ambiente.

    Fonte: Secretaria Municipal de Meio Ambiente.(1) Total de rea utilizada no Mapeamento da c obertura vegetal e uso das terras, 2011.

    Tabela 9 Classes de cobertura vegetal e uso das terras - Municpio do Rio de Janeiro [2011]

    Classe de cobertura vegetal e uso das terras rea (km) %

    Total mapeado 1.221,3(1) 100

    Vegetao de Mata Atlntica 352,9 28,9

    Urbanas e antropizadas 810,4 66,4

    Outras classes 58,0 4,7

    CONTRIBUIES DASATIVIDADES URBANAS PARA

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    3534

    A caracterizao da cidade do Rio de Janeiroquanto s emisses de fontes fixas e mveisde poluio atmosfrica deve considerar ointenso e acelerado processo de modificaoao qual a cidade est sendo submetida. Essamarcante transformao decorre parcialmente daconjuno de dois fatores que merecem destaque.

    O primeiro deles, a sucesso de grandes eventosque devero ocorrer em seu territrio at 2016(9). Com igual importncia pode ser mencionada adinamizao de investimentos privados no setorindustrial e as intervenes do poder pblico nosltimos anos no Municpio e na Regio Metro-politana (10). Alm desses fatos extraordinriosao cotidiano, como qualquer grande metrpolecontempornea, identifica-se aqui o permanenteprocesso de modificao no uso e na ocupaodo solo urbano, necessrio manuteno ou recuperao da dinmica urbana (11).

    A reunio desses investimentos acarretarsignificativa mudana na infraestrutura urbanada cidade do Rio de Janeiro.

    (9) Considera-se aqui como grandes eventos que sero sediados na cidade do Rio de Janeiro, que implicaram alteraes na

    estrutura fsica, a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpadas de 2016.

    (10) Referncia implantao do Polo Siderrgico e investimentos em infraestrutura na Regio M etropolitana do Rio de Janeiro,

    sobretudo no bairro de Santa Cruz e no municpio vizinho de Itagua, onde esto localizados alguns dos principais novos

    empreendimentos privados CSA,GERDAU e CSN, o Porto de Itagua, o COMPERJ em Itabora, a duplicao da Rodovia BR-101 e

    o Arco Metropolitano do Rio de Janeiro, propostos pelo Governo do Estado.(11) Na cidade do R io de Janeiro, exemplificam esse processo as obras de revitalizao da Regio Porturia, em andamento.

    ATIVIDADES URBANAS PARAA POLUIO ATMOSFRICA

    33CONTRIBUIES DAS ATIVIDADES URBANAS

    PARA A POLUIO ATMOSFRICACONTRIBUIES DAS ATIVIDADES URBANASPARA A POLUIO ATMOSFRICA

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    O perfil da cidade e da Regio Metropolitanaquanto s fontes fixas de poluio do ar resultada vultosa base de desenvolvimento existente naRegio Metropolitana do Rio de Janeiro. Segundoo IBGE, a regio ocupou lugar de destaquenas recentes avaliaes do valor adicionadobruto proveniente da atividade industrial para

    a composio do PIB do Brasil ( 12). Colaboroutambm para esse cenrio a percepo daevidente transformao do perfil econmicodemonstrada nas ltimas dcadas. Cada vezmais, a regio adquire caractersticas de umgrande polo nacional de servios e negcios.

    Os principais destaques da estrutura metropoli-tana existente so o polo qumico-farmacuticoque, com empresas de considervel destaqueno mbito nacional, se estende pelos munic-pios de Duque de Caxias, Belford Roxo, So Joode Meriti e So Gonalo; o polo naval offshore,compartilhado entre os municpios de Niteri,So Gonalo e Rio de Janeiro, que representa85% da capacidade nacional instalada, contem-plando unidades de pequeno, mdio e grande

    porte; a considervel parcela do polo petrolferoestadual, no qual se destaca a Refinaria de Duque

    de Caxias REDUC, uma das mais importantesrefinarias do pas, e tambm a reunio de maisde 700 empresas do setor de petrleo; o polode servios avanados, no qual se destacam osservios mdicos e educacionais, comunicaese intermediao financeira, que compem o quese denomina servios avanados ou tercirio

    moderno, de alto valor agregado e que deman-da mo de obra altamente qualificada; e, por fim,o polo de turismo do estado do Rio de Janeiro,que, apesar de distribudo entre diversas re gies,tem a cidade do Rio de Janeiro como o maiordestaque, por receber 40% dos estrangeiros quevisitam o Brasil (13).

    O dinamismo da regio, aplicado ampla diver si-dade de setores da economia, entretanto, implicaa necessidade de mecanismos de controle dasatividades causadoras de impactos ao meioambiente. A competncia para autorizao deimplantao de atividades capazes de causardegradao ambiental no mbito da RegioMetropolitana e da cidade do Rio de Janeiro dividida entre os trs nveis de governo, conforme

    determina a legislao nacional.

    3.1. Fontes fixas - perfil da cidade e da Regio Metropolitana

    (12) Em 2008, a cidade de So Paulo foi o principal polo industrial do pas, com participao de 8,7% no PIB nacional; Campos dosGoytacazes ocupou a segunda colocao no ranking industrial do pas, com 2,4%. A cidade do Rio de Janeiro, na terceira colocao,contribuiu com 2,0%. No ano seguinte, So Paulo manteve a posio, com 8,9%, enquanto o Rio de Janeiro alcanou o segundoposto, com a contribuio de 2,8 %, e Manaus e Campos dos Goytacazes ficaram com a terceira e a quarta posies respectivamente.Essa ampliao da participao no PIB nacional foi atribuda ao bom desempenho de todos os setores industriais da cidade e, emespecial, do segmento alimentao e bebidas. (IBGE, 2008, p.51; 2011, p.50)

    (13) BUENO, 2007, p. 2-7.

    Os empreendimentos que implicam atividadesconsideradas efetiva ou potencialmente poluido-ras, cuja localizao ou cujo impacto direto ultra-passe os limites territoriais do municpio do Riode Janeiro devem ser submetidos autorizaoda Secretaria de Estado do Ambiente SEA, pormeio do Instituto Estadual do Ambiente INEA,

    que concede licena para a localizao, insta-lao, ampliao e operao.

    No caso das atividades cujo impacto ambiental local e o empreendimento classificado como depequeno e mdio potencial poluidor, as licenasso concedidas, desde o ano de 2007, pela Secre-taria Municipal de Meio Ambiente ( 14). Dentreessas, podem ser destacados empreendimen-tos imobilirios, obras de infraestrutura urbana,atividades industriais, postos de abastecimentoe revenda de combustveis, as estaes de trata-mento de esgoto e pequenas atividades poluido-ras, como oficinas, marmorarias e outras, causa-doras de impacto na qualidade do ar.

    (14) Decreto n. 28.329, de 17 de agosto de 2007, que regula-menta critrios e procedimentos destinados ao licenciamentoambiental, avaliao de impactos ambientais e ao cadastro

    ambiental de atividades e empreendimentos que menciona.

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    33CONTRIBUIES DAS ATIVIDADES URBANAS

    PARA A POLUIO ATMOSFRICACONTRIBUIES DAS ATIVIDADES URBANASPARA A POLUIO ATMOSFRICA

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    4140

    Tabela 10 Extenso das vias do sistemavirio principal por categoria de via Municpio do Rio de Janeiro [2004]

    Categoria Extenso (km)

    Total Com n ibus

    Total 3.357 2.420

    Expressa 282 275

    Arterial primria 499 476

    Arterial secundria 394 374

    Coletora 1.143 851

    Local 1.039 444

    Fonte: SMTR, 2006.

    O consenso sobre a ineficcia da configuraode grandes concentraes de viagens em poucoscorredores orientou o conjunto de propostas dereformulao atualmente em curso. A prioridadedas intervenes para a implantao de novoseixos estruturais, com o objetivo de reduzir otempo de viagem e evitar grandes congestiona-mentos (Figura 7).

    3.2.2. Diviso modal detransportes coletivosA diviso modal de transportes coletivos dacidade do Rio de Janeiro composta pelas cate-gorias de transporte: rodovirio, sobre trilhos trem, metr e bonde , hidrovirio e aerovirio.Constitui outro importante aspecto a observar naconstruo de um perfil de tendncia de emissode poluentes atmosfricos por fontes mveis.

    O total de usurios dos modais permite verifi-car que o sistema de nibus, no ano de 2010,recebeu 72% dos usurios dos transportes cole-tivos da cidade. Nessa modalidade, foram trans-portados por dia 2 milhes e 358 mil passageiros,contra cerca de 960 mil usurios que passarampelos sistemas de trem e metr no mesmo ano(Grfico 2). A dimenso e a qualidade do sistemade nibus da cidade no ano de 2010 podem serobservadas pelos dados da Rio nibus: mais de731 milhes de quilmetros percorridos por anoem 16 milhes de viagens (Quadro 4).

    Grfico 2 Distribuio diria dos usuriosdo sistema de transportes coletivossegundo modal Municpio do Rio deJaneiro [2010]

    Fonte: Rio nibus Sindicato das

    Empresas de nibus da Cidade do Riode Janeiro Metr Rio; SuperVia S.A.;

    Transporte Martimo e Turismo S.A.

    Transtur; Barcas S.A.; Companhiade Navegao do Estado do Rio de

    Janeiro Conerj; Empresa Brasileira de

    Infraestrutura Aeroporturia Infraero.

    In: Armazm de Dados,2012.

    Quadro 4Caractersticas e desempenho anual dosistema de nibus Municpio do Rio de Janeiro [2010]

    Viagens realizadas 16.347.248

    Quilmetros percorridos 731.385.658

    Passageiros transportados 860.062.195

    Total de diesel consumido (L) 257.582.246

    Consumo mdio de d iesel por qu ilmetro (l /km) 0 ,35

    IPK ndice de passageiros por quilmetro 1,18

    PMM Percurso mdio mensal 6.949

    Idade mdia da frota 4,25

    Pessoal ocupado 40.121

    Fonte: Rio nibus - Sindicato das Empresas de nibus da Cidade do Rio de Janeiro. In: Armazm de Dados, 2012.

    O movimento intermunicipal e interestadualacrescenta ao modal rodovirio, por dia, emmdia, outros 1.370 nibus provenientes dediferentes municpios e estados, que trazemat a Rodoviria Novo Rio um total de 37.068passageiros. importante ainda mencionar quea esse total pode ser acrescido o movimento de

    nibus intermunicipais que operam em outrosterminais da cidade.

    2500

    2000

    1500

    1000

    500

    0nibus Metr Trem Hidrovirio Aerovirio Bonde

    2358

    588372

    72 55 1,6

    33CONTRIBUIES DAS ATIVIDADES URBANAS

    PARA A POLUIO ATMOSFRICACONTRIBUIES DAS ATIVIDADES URBANASPARA A POLUIO ATMOSFRICA

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    22/91

    4342

    Grfico 3 Total anual de novos licenciamentos de veculos Municpio do Rio de Janeiro[2001-2011]

    150 000

    100 000

    50 000

    0

    2001 2003 2006 20102002 2005 20092004 20082007 2011

    Fonte: Departamento de Trnsito do Estado de Rio de Janeiro Detran. In: Armazm de Dados,2012.

    Grfico 4 Distribuio percentual dafrota ativa segundo o ano de fabricao Municpio do Rio de Janeiro [2011]

    Fonte: Departamento de Trnsito do Estado do

    Rio de Janeiro Detran. In: Armazm de Dados, 2012.

    Grfico 5 Taxa de motorizao Municpio do Rio de Janeiro [1994-2011]

    41

    3631

    26

    Veculos/100hab

    20012000 2003 2006 20102002 2005 20092004 20082007 2011

    Fonte: Detran Departamento de Trnsito do Estado do R io de Janeiro/PCRJ, IPP Instituto Pereira Passos (projeo de populao)

    2010. In: Armazm de Dados,2012.

    Grfico 6 Comparao da evoluo da populao e total de veculos particulares nmerondice Municpio do Rio de Janeiro [2011]

    1,61,41,21

    2000pop=1e

    veculos=1

    20012000 2003 2006 20102002 2005 20092004 20082007 2011

    Fonte: Detran Departamento de Trnsito do Estado do R io de Janeiro /PCRJ, IPP Instituto Pereira Passos (projeo de populao)

    2011. In: Armazm de Dados,2012.

    da populao (Grfico 6). As taxas por tipo deveculo apontam da mesma forma a prevalnciado transporte rodovirio individual no ano de2011 (Quadro 5). Em outras palavras, os dadossugerem que a populao carioca parece estarmais motorizada.

    Quadro 5 Taxa de motorizao por tipo deveculo em 100 habitantes Municpio do Rio de Janeiro [2011]

    Tipo de veculo Taxa demotorizao

    (veculos/ 100 hab.)

    Veculos de 2 rodas (1) 3,6

    Veculos de4 rodas oumais

    Automvel (2) 30,1

    Coletivos (3) 0,5

    Servio (4) 4,2

    Outros (5) 0,3

    Fonte: Detran Departamento de Trnsito do Estado do R io

    de Janeiro /PCRJ, IPP I nstituto Pereira Passos (projeode populao) 2011 / Tabela 2808 Populao e taxa de

    motorizao por tipo de veculo Municpio do Rio de Janeiro 1994-2011.

    (1) Motocicleta Veculo automotor de duas rodas, com ou semsidecar, dirigido por condutor em posio montada; e Motoneta Veculo automotor de duas rodas, dirigido por condutor emposio sentada.(2) Veculo automotor destinado ao transporte de passageiros,com capacidade para at oito pessoas, exclusive o condutor.(3) nibus e micro-nibus.(4) Caminhonete, trator de rodas, trator de esteiras, trator misto,caminho, caminho-trator, camioneta, reboque e semirreboque.(5) Quadriciclo, triciclo, utilitrio e ciclomotor.

    3.2.3. Frota e motorizaoA significativa participao do modal rodovirioe, especialmente, o transporte individual, fazemcom que a frota ativa de veculos automotoresrepresente para a cidade do Rio de Janeiro outrorelevante conjunto de fontes mveis de poluiodo ar a considerar nas propostas de controle da

    poluio.O Detran-RJ contabilizou um total de 2.489.377veculos licenciados no ano de 2011. No perodocompreendido entre 2001 e 2011, foram licencia-dos 1.394.966 novos veculos, o que corresponde mdia anual de 126.815 novos licenciamentos(Grfico 3). Essa expressiva tendncia de cresci-mento torna necessria a observao da idadeda frota, outro fator relevante para a identifi-cao do perfil de potenciais contribuies depoluentes provenientes da queima de combus-tvel. No caso do Rio de Janeiro, percebe-se umadistribuio em que a maior parte dos veculosest na faixa de 2 a 10 anos, o que correspondea 38,5% da frota ativa. Em seguida, 23,3% nafaixa de mais de 10 a 20 anos, 15,4% mais de20 e 30 anos, e, apenas 12,5% tm menos dedois anos de fabricao (Grfico 4). Desses,os 2.346.518 so veculos classificados comoparticulares, segundo o Cdigo de TrnsitoBrasileiro, e representam parcela de 94,3% dafrota licenciada na cidade. Esse cenrio confirmaa dimenso e relevncia do transporte individuale revela que a relao entre o total de veculosparticulares e a populao foi ampliada em maisde 10 pontos percentuais na ltima dcada. Ataxa de motorizao, que no ano de 2000 era de26 veculos particulares para cada 100 habitan-tes, alcanou a marca de 36,8 pontos em 2010(Grfico 5). A velocidade de crescimento da frotade veculos particulares foi, portanto, superior

    Veculos particularesPopulao

    38,5 %

    23,3 %

    15,4 %

    9,1 %

    12,3 %

    1,4 %

    2,1 a 10 anos10,1 a 20 anos20,1 a 30 anos0 a 2 anos30,1 a 40 anos40,1 a 50 anos

    33CONTRIBUIES DAS ATIVIDADES URBANAS

    PARA A POLUIO ATMOSFRICACONTRIBUIES DAS ATIVIDADES URBANASPARA A POLUIO ATMOSFRICA

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    4544

    100 %

    80%

    60%

    40%

    20%

    0%

    20012000 2003 2006 20102002 2005 20092004 20082007 2011

    3.2.4. Combustveis utilizadosA necessidade de adaptao das cidades brasilei-ras a um modelo urbano sustentvel originou,nas vrias esferas governamentais, polticas eprogramas de incentivo ao uso de combustveiseficientes e limpos, cujo objetivo foi ampliar ocontrole das emisses de origem veicular. Os

    efeitos dessas iniciativas podem ser percebidosnas estatsticas municipais do Rio de Janeiro ecompem outro conjunto de fatores a considerarna avaliao da qualidade do ar.

    O primeiro aspecto em destaque, dentre asmudanas, se refere s alteraes nas caracters-ticas da frota automobilstica da cidade, eviden-ciadas pelos dados do Detran-RJ. Contriburampara isso as regulamentaes federais por meiode resolues do CONAMA, que estabeleceu oPROCONVE, em 1986. Por meio dessa regula-mentao, foram estabelecidas medidas paraa indstria automobilstica o uso de injeoeletrnica e catalisador e para as fornecedorasde combustvel retirada de chumbo da gasolinae reduo de enxofre no diesel.

    O Governo do Estado do Rio de Janeiro, com ointuito de garantir a aplicao do PROCONVE,promoveu, em 1997, o Programa de InspeoVeicular e o Programa de Autocontrole deEmisso de Fumaa Preta por Veculos Automo-tores de Ciclo Diesel PROCON FUMAA PRETA,

    em 2007. Assim, observa-se que o cenrio, queno ano de 2000 era de mais de 75% da frotaveculos movidos exclusivamente a gasolina, em2011, apresentou-se com a participao dessetipo de veculo reduzida para 49% do total dafrota. Cabe, entretanto, lembrar que a gasolina ainda o combustvel predominante da frota ativada cidade. Essa alterao deveu-se ao cresci-mento do nmero de veculos bicombustveis edo uso do GNV automotivo (Grfico 7 e Tabela11).

    Grfico 7 Evoluo da distribuio percentual da frota ativa por tipo de combustvelMunicpio do Rio de Janeiro [2000- 2011]

    Fonte: Detran Departamento de Trnsito do Estado do Rio de Janeiro. In: Armazm de Dados, 2012.(1) GNV Gs natural veicular. Inclui lcool + GNV e gasolina + GNV.(2) Bicombustivel inclui lcool/gasolina e lcool/gasolina/GNV.

    Outros

    Biocombustveis (2)

    GNV (1)

    Diesel

    Alcool

    Gasolina

    Grfico 8 Evoluo da distribuio percentual do consumo de GNV por classe de consumoMunicpio do Rio de Janeiro [2000-2010]

    Fonte: GN FENOSA. In: Armazm de Dados, 2012.

    100 %

    80%

    60%

    40%

    20%

    0%

    Tabela 12 Distribuio percentual doconsumo de GNV por classe de consumo Municpio do Rio de Janeiro [2010]

    ClasseConsumo

    Total (1000m) %

    Total 3.121.324 100

    Industrial 2.132.855 68,3

    Automotivo 800.734 25,7

    Residencial 110.264 3,5

    Comercial 77.471 2,5Fonte: GN FENOSA. In: Armazm de Dados,2012.

    Tabela 11Distribuio percentual da frotaativa por tipo de combustvel Municpiodo Rio de Janeiro [2011]

    Tipo decombustvel

    Veculos licenciados

    Total %

    G asol in a 1. 23 5.2 16 49 ,62

    lcool 215.337 8,65

    Diesel 101.879 4,09

    GNV (1) 306.752 12,32

    Bicombustvel (2) 612.525 24,61

    Outros 17.668 0,71

    Fonte: Detran Departamento de Trnsito do Estado do Rio de

    Janeiro. In: Armazm de Dados,2012.(1) GNV Gs natural veicular. Inclui lcool + GNV e gasolina+ GNV.(2) Bicombustivel inclui lcool/gasolina e lcool/gasolina/GNV.

    No contexto de mudanas, outro aspecto a ressal-tar a tendncia de crescimento do consumo deGNV automotivo na cidade. Segundo dados daconcessionria de servio Gs Natural FENOSA,o total de estabelecimentos distribuidores de

    GNV automotivo na cidade cresceu de 63, em2000, para 437 em 2011. No mesmo intervalo detempo, o consumo anual, que era inicialmente de168.286 mil metros cbicos, alcanou um totalde 800.734 mil metros cbicos, tambm registra-dos pela Gs Natural FENOSA. O consumo degs dessa categoria na cidade saltou, em 2010,

    para o segundo lugar no consumo total do GNVutilizado na cidade, superado apenas pelo usoindustrial (Grfico 8 e Tabela 12).

    Comercial

    Residencial

    Automotivo

    Industrial

    20012000 2003 2006 20102002 2005 20092004 20082007

    33CONTRIBUIES DAS ATIVIDADES URBANAS

    PARA A POLUIO ATMOSFRICACONTRIBUIES DAS ATIVIDADES URBANASPARA A POLUIO ATMOSFRICA

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    24/91

    4746

    O crescimento do nmero de postos de servioautomotivos cadastrados para a distribuio doGNV outra alterao derivada das polticaspara ampliao do uso de combustveis alterna-tivos. O cadastro das Distribuidoras Regionais deGs Natural e Cia. Bras. Petrleo Ipiranga regis-tra o Rio de Janeiro como a cidade brasileira que

    concentra o maior nmero de postos que ofe-recem esse servio. Dos 1.834 postos existentesno Brasil, 281 esto instalados na cidade.

    Ainda sobre o segmento de revenda de combus-tveis direta ao consumidor na cidade do Riode Janeiro, importante ressaltar que, segundoa Agncia Nacional de Petrleo ANP (16), em2012, 824 postos de servios automotivoscomercializam 19 diferentes tipos de combus-tvel. A maior concentrao desses estabeleci-mentos est localizada na rea de Planejamento3, que abriga 338 postos de servio, o que equi-vale a 41% do total da cidade (Tabela 13).

    Tabela 13 Total dos postos de servio edistribuio percentual, segundo diviso

    administrativa Municpio do Rio deJaneiro [2012]

    Diviso administrativa Posto de servio

    Total %

    MRJ 824 100

    rea de Planejamento 1 68 8,3

    rea de Planejamento 2 118 14,3

    rea de Planejamento 3 338 41,0

    rea de Planejamento 4 141 17,1

    rea de Planejamento 5 159 19,3

    Fonte: Agncia Nacional de Petrleo ANP.

    (16) A ANP o rgo regulador, que tem, dentre outras, aatribuio de autorizar o exerccio da atividade de revenda

    varejista de combustveis automotivos.

    3.2.5. Movimento de navios eaeronavesA crescente insero da cidade do Rio de Janeironas redes logsticas globais implica a constanteampliao da circulao de pessoas e merca-dorias em seus principais pontos de acesso. Aomesmo tempo, as modalidades de transporteareo e martimo tornaram-se nos ltimos anosacessveis a um grande nmero de usurios,provocando o crescimento da circulao deavies e navios por rotas nacionais e interna-cionais. A avaliao da evoluo desses meiosde transporte, por sua vez, se faz necessria, emdecorrncia da emisso de poluentes provocadapela queima dos grandes v olumes de querosene,diesel e leo combustvel utilizados.

    A atividade porturia remanescente na cidade,segundo a ANTAQ Agncia Nacional de Trans-portes Aquavirios, confere ao Rio de Janeiro oquarto lugar em movimentao de contineres eo oitavo na movimentao de carga no rankingnacional dos portos. Segundo a Companhia das

    Docas do Rio de Janeiro, 1.567 embarcaesaportaram no porto do Rio, exercendo as ativi-dades de navegao de longo curso (17) e cabo-tagem (18), no ano de 2009 (Tabela 14).

    O terminal de passageiros do porto do Rio deJaneiro, que tambm mostrou atividade emascenso na ltima dcada, recebeu nessemesmo ano 177 navios (Tabela 15).

    Tabela 14Evoluo do movimento deembarcaes por tipo de navegao noporto do Rio de Janeiro Municpio do Riode Janeiro [2000-2009]

    ANOEMBARCAES

    TOTAL CABOTAGEM LONGO

    CURSO2000 1.844 383 1.461

    2001 1.709 358 1.351

    2002 2.216 396 1.820

    2003 2.369 419 1.950

    2004 1.697 85 ....

    2005 1.770 76 1.694

    2006 1.766 82 1.684

    2007 1.850 81 1.769

    2008 803 533 270

    2009 1.567 ... ...

    Fonte: Companhia das Docas do Rio de Janeiro Anurios

    Estatsticos, Ministrio dos Transportes. In: Armazm de Dados,

    2012.

    (17) Navegao de longo curso a realizada entre por tos brasileiros e portos estrangeiros (Ministrio dos Transportes, 1999).

    (18) Navegao de cabotagem a realizada entre portos do territrio brasileiro, utilizando via martima ou esta e vias fluviais.

    33CONTRIBUIES DAS ATIVIDADES URBANAS

    PARA A POLUIO ATMOSFRICACONTRIBUIES DAS ATIVIDADES URBANASPARA A POLUIO ATMOSFRICA

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    Tabela 15Movimentao de embarcaes e passageiros no terminal de passageiros doporto do Rio de Janeiro segundo o sentido de navegao Municpio do Rio de Janeiro[2000-2009]

    AnoEmbarcaesem atracao

    Passageiros

    Embarque Desembarque Trnsito Total2000 87 20.601 18.204 52.243 91.048

    2001 88 20.050 19.180 52.904 92.1342002 79 25.976 23.229 48.970 98.1752003 83 22.110 21.069 47.893 91.0722004 79 26.534 26.646 54.020 107.2002005 88 34.585 32.122 77.540 144.2472006 132 48.491 48.212 118.824 215.5272007 150 59.179 56.483 148.511 264.1732008 139 76.290 71.712 155.110 303.1122009 177 113.192 106.709 190.697 410.598

    Fonte: Companhia das Docas do Rio de Janeiro Anurios Estatsticos, Ministrio dos Transportes. In: Armazm de Dados, 2012.

    O transporte areo comercial no municpio doRio de Janeiro conta com trs aeroportos TomJobim Galeo, Santos Dumont e Jacarepagu.Os totais relativos movimentao de aeronaves

    durante a ltima dcada demonstram a tendn-cia ao crescimento dessa atividade. Juntos, em2011, os aeroportos da cidade do Rio de Janeiroreceberam por dia, em mdia, 936 aeronaves(Tabela 16).

    Tabela 16 Fluxo mdio dirio de aeronaves nos aeroportos Municpio do Rio de Janeiro [2000-2011]

    Ano

    Movimento de aeronaves (pousos e decolagens) (1)

    TotalAeroporto

    Tom Jobim Santos Dumont Jacarepagu2000 562,7 226,1 226,4 110,22001 583,7 246,8 232,4 104,52002 1671,3 1245,2 320,9 105,12003 554,9 188,5 250,1 116,22004 542,2 212,4 218,8 111,02005 569,0 266,7 181,7 120,62006 575,9 276,4 177,0 122,52007 630,9 328,5 180,0 122,52008 688,1 357,8 196,0 134,32009 767,0 326,8 266,0 174,22010 873,5 336,8 346,6 190,02011 936,4 382,0 356,2 198,1

    Fonte: Infraero Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroporturia/Instituto Pereira Passos IPP.

    Clculo do fluxo mdio dirio. In: Armazm de Dados, 2012.(1) Inclui embarque, desembarque e conexo da aviao civil. No inclui voos militares.

    Tabela 17 Total de passageiros embarcados nos dez maiores aeroportos brasileiros [2009]

    Dez maiores aeroportos do Brasil Passageiros %Total 91.555.270 100Internacional de Guarulhos SP 21.727.649 23,7Congonhas SP 13.699.657 15Internacional de Braslia DF 12.213.825 13,3Internacional do Galeo RJ 11.828.656 12,9Internacional de Salvador BA 7.052.720 7,7Internacional de Confins MG 5.617.171 6,1Internacional de Recife PB 5.250.565 5,7Santos Dumont RJ 5.099.643 5,6Internacional de Curitiba PR 4.853.733 5,3Internacional de Fortaleza CE 4.211.651 4,6

    Fonte: Infraero Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroporturia. In: Armazm de Dados, 2012.

    O ranking do movimento dos dez maiores aero-portos do Brasil afirma o destaque da atividadeaeroporturia da cidade no cenrio nacional.Apresenta os aeroportos do Galeo e Santos

    Dumont em quarto e oitavo lugares, e juntoscorrespondem a 18,5% do movimento dessetotal (Tabela 17).

    33CONTRIBUIES DAS ATIVIDADES URBANAS

    PARA A POLUIO ATMOSFRICACONTRIBUIES DAS ATIVIDADES URBANASPARA A POLUIO ATMOSFRICA

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    3.2.6. Balano de fontes mveisA estimativa das contribuies das fontes mveisprovenientes de veculos automotores que circu-lam nas principais vias estruturais da RegioMetropolitana do Rio de Janeiro foi contabili-zada pela FEEMA para o ano de 2004. Para tanto,foram consideradas as modalidades terrestre,

    area e martima. A estimativa das contribuiespela modalidade terrestre utilizou 260 pontos decontribuio, em 187 vias consideradas as maissignificativas quanto ao volume de trfego naRegio Metropolitana e tidas como os locais demaiores emisses.

    Dessa forma, pode-se concluir que a AvenidaBrasil, em consequncia do intenso fluxo deveculos, responsvel por 25% a 30% do totalde poluentes do ar emitidos pelas vias de trfegoda Regio Metropolitana (Quadro 6).

    Quadro 6Distribuio percentual das contribuies por fontes mveis nas principais viasda Regio Metropolitana do Rio de Janeiro [2004]

    Nome da via Emisses (%)

    MP10 SO2 NOX CO HC100 100 100 100 100

    Avenida Brasil 22,9 30 33,4 25,3 25,2

    Avenida das Amricas 5,7 9,6 7,9 12,2 12,3

    Rodovia Presidente Dutra 5,5 2,9 3,4 2,6 2,2

    Linha Vermelha 3,1 3,4 3,8 2,8 2,8

    Rodovia Washington Lus 2,9 3,9 4,2 3,5 3,5

    Ponte Rio-Niteri 1,9 3,2 2,7 3,9 3,9

    Avenida Airton Sena (1) 0 2,2 1,8 2,9 2,9

    Linha Amarela (1) 0 1,9 1,9 2,5 2,5

    Demais vias 58 42,9 40,9 44,3 44,7

    Fonte: INEA Relatrio da qualidade do ar 2009.(1) Emisses de MP10includas na categoria Demais vias.

    CARACTERIZAOMETEOROLGICA

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    O acompanhamento de parmetros meteorolgi-cos pela rede do Programa MonitorAr-Rio temcomo objetivo identificar os eventos ocorridosao longo do ano na cidade do Rio de Janeiro eavaliar sua influncia na qualidade do ar.

    A estrutura da caracterizao meteorolgicaconsidera o comportamento anual da tempera-

    tura, umidade relativa do ar, precipitao, direoe velocidade dos ventos e radiao solar.

    O critrio de anlise adotado foi a comparaodos dados registrados pelos sensores meteo-rolgicos instalados nas estaes da rede doMonitorAr-Rio com as normais climatolgicaspara a cidade do Rio de Janeiro definidas peloInstituto Nacional de Meteorologia INMET(19). Para essa caracterizao, utilizaram-se asnormais climatolgicas referentes ao perodo de1961 a 1990.

    (19) Brasil. Ministrio da Agricultura e Reforma Agrria. Departamento Nacional de Meteorologia. Normais Climatolgicas (1961-1990). Braslia, 1992.

    4.1. Temperatura

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    CARACTERIZAO METEOROLGICA CARACTERIZAO METEOROLGICA

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    A cidade do Rio de Janeiro apresenta clima tropi-cal, com a estao chuvosa bem caracterizadadurante o vero, e estao seca, com temperatu-ras amenas, durante o inverno. As normais clima-tolgicas indicam que a temperatura do ar variaentre a mnima de 18,4C, durante o inverno, e amxima de 30,2C, durante o vero.

    Durante os perodos do vero, dezembro, janeiroe fevereiro, dos dois anos avaliados, as tempera-turas mdias das estaes estiveram em tornode 2C acima da normal climatolgica (Quadros7 e 8). Possivelmente esse fato esteja rela-cionado aos longos perodos de estiagem emparte do vero desses anos, que contriburampara a permanncia das massas de ar quentesobre a regio. No perodo de inverno, junho,

    julho e agosto, as temperaturas mdias, emgeral, ficaram prximas dos valores esperados,em 2011. No inverno de 2012, entretanto, astemperaturas estiveram em mdia 2C acima danormal climatolgica para o perodo (Quadros 7e 8 ). As temperaturas ligeiramente mais eleva-das durante o inverno desse ano podem estar

    relacionadas s caractersticas dos fenmenosmeteorolgicos que atuaram na poca, emborano tenham sido verificadas situaes significati-vamente diferentes do observado para o mesmoperodo em 2011. importante mencionar queas caractersticas do entorno das estaes sofatores que tambm influenciam localmente, ede forma relevante, as variveis meteorolgicase que contriburam para essas variaes.

    Quadro7 Comparao entre a normal climatolgica do Municpio do Rio de Janeiro ea temperatura mdia mensal observada na rede meteorolgica e de qualidade do ar MonitorAr-Rio [2011]

    EstaoMdia mensal de temperatura (C)

    JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

    Normal climatolgica 26 27 26 25 23 22 21 22 22 23 24 25

    COPACABANA 29 29 26 27 23 21 21 23 22 24 24 26CENTRO 28 28 25 26 22 21 21 22 21 23 23 25

    SO CRISTVO 34 34 30 30 25 24 24 26 25 27 27 30

    TIJUCA 29 31 25 26 22 21 21 23 22 24 24 26

    Fonte: INMET Normal climatolgica/PCRJ/SMAC/CMA/GMAR Temperaturas mdias mensais.

    Quadro 8Comparao entre a normal climatolgica do Municpio do Rio de Janeiro ea temperatura mdia mensal observada na rede meteorolgica e de qualidade do ar MonitorAr-Rio [2012]

    EstaoMdia mensal de temperatura (C)

    JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

    Normal climatolgica 26 27 26 25 23 22 21 22 22 23 24 25

    COPACABANA 26 28 27 26 23 23 22 23 24 25 24 29

    CENTRO 26 28 26 25 22 22 22 22 23 25 23 28

    SO CRISTVO 30 33 31 30 26 26 25 26 27 30 28 34

    TIJUCA 26 30 27 25 22 22 22 23 24 27 24 30

    IRAJ 28 31 29 27 25 25 24 25 26 28 27 32

    BANGU 27 30 29 27 24 24 23 24 25 27 26 31

    CAMPO GRANDE 28 30 28 27 24 24 24 24 25 27 26 31

    PEDRA DE GUARATIBA 26 29 27 26 23 23 23 23 24 26 25 30

    Fonte: INMET Normal climatolgica/PCRJ/SMAC/CMA/GMAR Temperaturas mdias mensais.

    4.2. Umidade relativa do ar

    44

    CARACTERIZAO METEOROLGICA CARACTERIZAO METEOROLGICA

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    As normais climatolgicas no apontam diferen-as significativas nos ndices mdios de umidaderelativa do ar na cidade do Rio de Janeiro aolongo dos meses. O critrio de definio do verocomo o perodo mais mido e do inverno como operodo mais seco, verificados na cidade, apoia-se exclusivamente nos ndices de precipitao,uma vez que as mdias de umidade relativa do arno permitem a observao de tais caractersti-cas. Os valores registrados nas estaes de moni-toramento confirmam esse fato, pela pequenavariao em relao s normais meteorolgicasao longo dos meses de 2011 e 2012 (Quadros9 e 10). No entanto, sabe-se que no inverno ascondies que resultam em registros de baixaumidade relativa do ar tendem a se intensificar,devido atuao frequente de massas de ar seco.Nestes casos, os nveis de umidade declinam deforma significativa, o que invariavelmente afetaas condies da qualidade do ar.

    Quadro 9Comparao entre a normal climatolgica do Municpio do Rio de Janeiro ea mdia de umidade relativa observada na rede meteorolgica e de qualidade do ar MonitorAr-Rio [2011]

    EstaoUmidade relativa mdia (%)

    JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

    Normal climatolgica 79 79 80 80 80 79 77 77 79 80 79 80

    COPACABANA 72 66 81 76 78 76 76 72 69 73 73 75CENTRO 68 62 77 72 73 70 71 68 65 69 69 70

    SO CRISTVO 74 67 85 81 84 82 81 76 74 78 78 81

    TIJUCA 72 65 84 80 83 80 79 75 74 76 76 77

    Fonte: INMET Normal climatolgica/PCRJ/SMAC/CMA/GMAR mdia mensal de umidade relativa.

    Quadro 10 Comparao entre a normal climatolgica do Municpio do Rio de Janeiro ea mdia de umidade relativa observada na rede meteorolgica e de qualidade do ar MonitorAr-Rio [2012]

    EstaoUmidade relativa mdia (%)

    JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

    Normal climatolgica 79 79 80 80 80 79 77 77 79 80 79 80

    COPACABANA 76 65 72 77 78 80 75 71 69 69 78 69

    CENTRO 69 61 69 73 71 74 69 66 64 63 73 64

    SO CRISTVO 81 71 79 84 84 86 82 78 75 74 85 76

    TIJUCA 77 66 75 81 81 83 77 74 71 70 82 70

    IRAJ 74 61 71 75 76 77 72 67 65 65 78 68

    BANGU 74 60 70 75 74 77 70 65 65 63 75 64

    CAMPO GRANDE 73 61 70 74 73 77 70 66 66 65 74 63

    PEDRA DE GUARATIBA 79 70 78 81 80 83 76 75 75 73 86 75

    Fonte: INMET Normal Climatolgica/PCRJ/SMAC/CMA/GMAR mdia mensal de umidade relativa.

    4.3. Precipitao

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    CARACTERIZAO METEOROLGICA CARACTERIZAO METEOROLGICA

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    A influncia do relevo da cidade do Rio deJaneiro pode ser percebida na distribuio espa-cial da chuva. Anlises realizadas no municpio,(20) com dados entre 1997 e 2006, mostram queos ndices mximos de precipitao ocorre-ram nos macios montanhosos da cidade: Tijuca,Pedra Branca e Gericin. J os ndices mnimosforam encontrados na Zona Norte, em Iraj e naPenha. Nas demais reas de plancie do munic-pio, a distribuio da chuva aparece de formamais homognea. A observao sazonal permiteverificar que no perodo primavera/vero oseventos chuvosos ocorrem preferencialmenteentre a tarde e a madrugada, influenciados peloaquecimento local e intensificados pela brisamartima, tornando a chuva mais localizada,com uma distribuio heterognea pelo munic-pio. Por outro lado, no perodo outono/inverno achuva ocorre a qualquer hora do dia, geralmentedevido penetrao dos sistemas f rontais, apre-sentando uma distribuio mais homognea emrelao ao perodo primavera/vero.

    As normais climatolgicas da cidade indicam

    que o perodo chuvoso fica compreendido entredezembro e abril, em que so encontrados osmaiores acumulados pluviomtricos. J entreos meses de junho a agosto esse acumulado sereduz em quase 50%.

    Observando as mdias de precipitao paraos anos de 2011 e 2012, os valores estiveram,em geral, abaixo do acumulado resultante dasnormais climatolgicas. O ms de fevereiro sedestaca por apresentar um acumulado de chuvasignificativamente menor que o esperado paraambos os anos (Quadros 11 e 12), devido atuao de massas de ar quente e seco por umlongo perodo de tempo.

    (20) DERECZYNSKI , C. P.; OLIVEIRA, J. S.; MACHADO, C. O., 2009.

    Quadro 11Comparao entre a normal climatolgica do Municpio do Rio de Janeiroe a precipitao total mensal observada na rede meteorolgi