POEMAS DE PERSONAGENS

Miguel Carqueija

PREFÁCIO

Escrever para o universo infantil é preciso ter a leveza e pureza da criança, a poesia infantil requer cuidados para que se capte a beleza e o interesse desse leitor mirim, onde ele tem o paladar aguçado em ler e criticar de acordo com seu gosto. O presente livro de Miguel Carqueija “POEMAS DE PERSONAGENS” traz uma roupagem que atrai o leitor de forma prazerosa constituindo uma viagem mágica pelo mundo dos personagens que tanto conquistam crianças e adultos.Cada poesia que ia lendo eu ria, me encantava e no final sentia aquele gostinho de quero mais.O autor vem em cada verso instigando o seu público leitor a ler e recontar o resultado da boa leitura. Este com certeza é o maior objetivo que o livro trás. O autor brinca com as palavras, dá cor aos versos, viaja nos personagens e cria as mais belas poesias saindo do mundo real para entrar na magia lúdica da imaginação da criança.

Ao receber o convite do amigo Miguel Carqueija para prefaciar o seu livro me senti feliz e temerosa, para desempenhar tal tarefa. Obrigada amigo pela confiança por tão honrosa atenção. Ser convidada para prefaciar uma obra tão bela embora, pareça fácil não o é. Exige cuidadas sensibilidade e paciência para ler e reler cada trabalho, indo além da leitura invadindo a alma e o sentimento de cada personagem tão bem descrito em seus versos aqui apresentados com lisura e aperfeiçoamento trazendo o mais belo e pessoal sentimento que lhe vai da alma e abrange novos horizontes. Essa luz Divina que irradia a sua áurea infantil é o que dá sentido a esse magnifico trabalho embrenhando-se pelo mundo encantado da criança...

Parabéns Miguel Carqueija por nos brindar mais uma vez com essa obra belíssima.

Irá Rodrigues

geógrafa formada pela UEFS (Universidade Estadual de Feira de Santana) onde atuou como professora do ensino médio e fundamental e vice-diretora; co-autora de antologias publicadas no Brasil e em Portugal e recantista, tendo participado das três antologias já publicadas das "Flores do Recanto".

MEMBRO DA ACADEMIA DE LETRAS BRASILEIRA E EMBAIXADORA CULTURAL DA BAHIA.

TINKERBELL

Eu me chamava Sininho

no dia em que o conheci;

dei-lhe todo o meu carinho

mas no fim eu o perdi.

Eu e Peter assim fomos

um amor bem diferente:

afinal o que nós somos?

Eu fadinha e ele gente.

Mas como amar um humano

pequenina como eu sou?

Foi este o amor insano

que bateu asas, voou.

Eu só podia beijá-lo!

Casar com ele impossível.

Eu queria tanto amá-lo,

viver assim era horrível.

Mas Peter nem percebia

o amor em meu coração;

insone à noite e de dia,

acalentando a paixão.

Por toda a parte o segui,

até que um dia cansei;

e certa tarde eu fugi,

às fadas eu retornei.

No reino das fadas vivo

curtindo um cruel destino:

com meu coração cativo,

soando triste o meu sino.

A dor da gente é só nossa,

que aos outros não se revela;

Tinkerbell vive na fossa,

Levando a dor que é só dela.

NOTA: Sininho (Tinkerbell) é uma personagem lançada em 1904, na peça teatral "Peter Pan", de James Barrie, estreada em

Londres. Tornou-se mais famosa no desenho longo de Walt Disney, do mesmo título, em 1952. Desde a década passada

Tinkerbell é vista numa série de animações muito belas produzidas por John Lasseter para a Disney; mas agora ela

aparece com as companheiras do Reino das Fadas, e Peter Pan não mais é visto.

O MUNDO QUE PERDI

Quando deixei Wonderland

senti uma saudade atroz;

da mesa de açúcar-cande,

do coelhinho veloz;

do Chapeleiro Aloprado,

do gato desvanecente;

daquelas flores do prado,

que falavam como gente.

Saudade só não guardei

daquela rainha má,

e por isso me mandei,

retornando para cá.

Hoje vivo muito triste

num mundo muito real:

pois em algum lugar existe

uma terra surreal,

um lugar extravagante,

onde o tempo não existe;

tudo passa num instante,

não percebes, não caíste

na toca do coelhinho

no mundo embaixo do mundo,

não saíste do teu ninho,

nunca desceste tão fundo.

Mas eu, Alice, e só eu

ao invés da gente grande,

foi somente quem desceu

ao mundo de Wonderland.

Queria tomar o chá

como um dia lá tomei,

queria voltar pra lá,

salvar da rainha o rei,

rever os amigos loucos

que nunca mais pude ver,

hoje amigos são tão poucos,

mais amigos quero ter.

Quem tem a mente vazia

não entende a minha dor:

não conhece a fantasia,

que é irmã gêmea do amor.

Nota: "Alice no País das Maravilhas" é uma novela de fantasia escrita pelo autor norte-americano Lewis Carrol e publicada originalmente em 1865. Walt Disney adaptou-a em um esplêndido desenho de longa-metragem, em 1951.

POEMA PARA MARY POPPINS

Sou Jane Banks, bom dia,

já de mim ouviu falar;

sou a menina que um dia

com Mary pôde voar.

Com Mary Poppins, a fada

na forma de uma babá:

que foi por nós muito amada,

já que outra igual não há.

Com Bert e Michael nós fomos

num desenho animado:

como foi que nós entramos

é algo não explicado.

A uma pintura no chão,

uma tela na calçada,

Mary levou pela mão

esta garota espantada.

Subi com ela uma escada

feita no ar com fumaça:

sentia-me extasiada,

agora viver tinha graça.

Papai, coitado, não via

o que tinha em sua casa:

um mundo de fantasia,

coisa em que ele nem pensava.

Mamãe vivia atuando

pela causa sufragista

e seus filhos esperando

que em nós pusesse vista.

Só Bert nos entendia,

nosso faz-tudo querido,

já que tudo ele fazia,

em tudo era entendido.

E das nuvens ela veio

nossa família mudar:

e tornou-se o esteio

para tudo transformar.

O que até então movia

papai era sua carreira:

porque entre nós havia

uma sólida barreira.

Mamãe não parava em casa,

os criados se virassem;

e o que a gente precisava

era pais que nos amassem.

Mary, onde você está?

Michael e eu recordamos

nossa querida babá

a quem até hoje amamos.

Você mudou tudo em nós,

inundou-nos de amor;

queria ouvir sua voz,

beijar você com calor.

Sua maleta encantada

queria rever um dia,

e sua face tão amada,

que só os trouxe alegria.

Mas Deus a fada enviou

pra cumprir outra missão;

para nós o que ficou

foi tê-la no coração.

Te lembramos com carinho,

Mary Poppins, aparece!

Nem que seja um pouquinho,

ao Céu envio esta prece.

Nota: Mary Poppins é personagem de uma série de livros da autora britânica Pamela Travers e levada

ao cinema em 1964 num grande filme de Walt Disney estrelado por Julie Andrews (Mary Poppins),

Dick Van Dyke (Bert), Karen Dotrice (Jane), Matthew Garber (Michael) e grande elenco.

 

A COMPETIÇÃO DOS HERÓIS

Na noite em que seria votada

a grande competição de super-heróis

o Superman chegou ao microfone e disse:

— Eu vôo e tenho super-força.

E os satélites transmitiram o seu argumento.

Batman, impassível, por sua vez disse;

— Ninguém é mais sinistro do que eu,

o Cavaleiro das Trevas.

Sacudiu sua horrível capa de morcego,

certo de que a noite era o seu elemento.

O Homem Aranha falou da sua teia

com a qual se deslocava pelos ares,

podendo ainda subir pelas paredes

mas ficou sem fala quando alguém gritou:

— Você deve o aluguel do seu apartamento!

Tarzan proclamou sua grande força,

seu poder de falar com os bichos,

sua habilidade em pular com os cipós.

Mas aí deu vários espirros e Batman ironizou:

— Isso é de tanto se expor ao vento!

Chapolin entrou desastradamente,

gritando: — Não contavam com a minha astúcia!

Mostrou, orgulhoso, sua marreta biônica

mas Peter Parker, o Aranha, comentou demolindo:

— És mais forte que um rato e mais esperto que um jumento!

Então Sailor Moon, humilde e sorridente,

limitou-se a dizer, entrecruzando os braços:

— Luto pelo amor e pela justiça!

E foi mais votada que todo mundo:

a inocência lavrara um tento.

NÃO CONTAVAM COM A MINHA ASTÚCIA!

“Quem poderá me ajudar?”,

Diz você preocupado.

Aqui estou pra lhe salvar:

o Chapolin Colorado!

Portando a minha marreta

enfrento qualquer parada,

encaro até o capeta,

salvo a moça apavorada.

Eu sempre surjo do nada,

atrapalhando o vilão,

pela porta, pela escada,

por um buraco no chão;

apareço sem aviso,

pois sou um super-herói;

enfrento os maus com sorriso,

mas não bata porque dói.

Com anteninhas sensíveis

eu sinto tudo por perto;

e aos bandidos mais temíveis

mostro que sou mais esperto.

E ao malvado sem-vergonha

que encontro pelo caminho,

não adianta carantonha,

porque eu sou o vermelhinho!

Pra salvar qualquer donzela

tomada de aflição,

eu entro pela janela

e surpreendo o ladrão.

Não pergunte de onde eu vim

e onde estou localizado;

só digo que sou enfim

o Chapolin Colorado!

NOTA: o Chapolin Colorado é criação do genial humorista e produtor mexicano Roberto Gomes

Bolaños, também seu intérprete em centenas de episódios televisivos.

ODE A HAYLEY STARK

Este é um mundo machista,

violento e carbonário;

se duvida então asssta

a qualquer noticiário.

Uma luz na escuridão,

uma brisa refrescante,

pra cumprir sua missão

ela chega nesse instante.

Uma cruzada de capa,

combatente da Justiça,

do caso ela já fez mapa,

está pronta para a liça.

E o pedófilo, senhores,

acostumado a fazer

o seu circo dos horroes

agora tem a temer

quem com quatorze de idade

não teme o homem covarde

e até com temeridade

o procura sem alarde.

O tarado não espera

o que vai lhe acontecer

(é a bela contra a fera)

e até mesmo de nascer

ele agora se arrepende,

porque a jovem paladina

às outras jovens defende,

como autêntica heroína.

É Davi contra Golias,

Chapeuzinho contra o Lobo;

o que é que tu valias

se fazes papel de bobo?

Pelas mãos de uma menina,

não vales mais nada enfim;

esta será tua sina

e este será o teu fim.

E ao monstro o anjo derrota,

galharda como ela só;

e segue então sua rota,

sem do infame ter dó.

E o anjo veio do nada,

e para o nada voltou;

da justiça saciada,

ao mistério retornou.

Hayley Stark, com nobreza,

restaura a dignidade;

é verdadeira princesa

irradiando majestade.

Rio de janeiro, 19 de dezembro de 2013.

Nota: Hayley Stark (interpretada por Ellen Page, com brilhantismo sem igual) é personagem criada pelos produtores David Higgins e Brian Nelson para o filme "Hard candy" (O doce amargo), co-produção americano-canadense de 2005. Infelizmente o distribuidor brasileiro colocou um péssimo título em português, "Meninama.com", impondo ao público um juízo de valor negativo e injusto sobre a heroína do filme. Em resumo, "Hard candy" conta a história de uma menina de 14 anos que enfrenta em seu próprio covil o pedófilo estuprador e assassino, constituindo contundente mensagem contra a pedofilia, o abuso sexual machista e a conivência do sistema. 

INVENÇÕES

Sou o famoso Professor Pardal,

invento de tudo, é só encomendar:

como cientista eu sou genial,

e a minha mente está sempre a bolar.

Bicicleta voadora, casa ambulante,

máquina que cria comida do ar,

automóvel que navega e robô falante,

foguete que vai em Marte pousar.

Escalador de paredes, tradutor de animais,

teleporte de matéria, leitor de pensamentos,

máquinas incríveis, coisas que ninguém faz,

prodígios assim é que são meus inventos.

Casa instantânea, catador de piolho,

pomada que tira verruga da cara,

máquina do tempo, sopa de pedra ao molho,

localizador de ouro na ponta da vara.

Lavador de rua suja,

descascador de linguiça,

tudo eu faço de lambuja,

mas ai de mim! Tudo enguiça!

O Professor Pardal foi criado em 1952 por Carl Barks como parte do universo de Patópolis, que ele

construiu para os estúdios de Walt Disney.

PRINCESA DA LUA BRANCA

O meu destino foi traçado um dia,

e mesmo a contragosto eu o segui.

Ser como uma messias não queria;

mas livrar-me da missão não consegui.

Eu era tão bobinha! Tão tímida e medrosa,

nem mesmo boa aluna eu sabia ser.

Se as coisas iam mal, fazia-me chorona;

e tudo o que eu queria era um amor pra valer.

Vênus já agia e Júpiter, Mercúrio e Marte

viriam a seguir; se a elas comparada

eu nunca poderia igualar-me em arte,

e a líder desse grupo eu era destinada.

E Luna, a gatinha negra que encontrei errante,

que a minha mão o curativo nas testa arranca,

revela meu destino, mostra ser animal falante,

e agora sei quem sou: a Princesa da Lua Branca!

Sailor Moon! Eu sou aquela que em mágico uniforme

defende eficazmente o Amor e a Justiça;

e às vezes, perplexa da responsabilidade enorme,

chora e teme, mas nunca foge da liça.

Endymion! Mamoru, meu querido amor eterno:

não sei o que faria sem tê-lo do meu lado.

Onde iria achar alguém tão nobre, audaz e terno,

alguém que me ama tanto e é por mim amado.

Vênus e Artêmis, que bom tê-los comigo;

e Ami, Makoto e a explosiva Rei;

perder vocês na vida seria o maior castigo;

até que ponto os amo é algo que nem sei.

E você, Chibiusa, milagre em minha vida,

que do futuro veio iluminar minha’alma;

que mesmo não nascida é a filha tão querida,

pensá-la e ouvi-la e vê-la é algo que me acalma.

Em suma eu sou aquela que surge majestosa

acompanhada pela gata que encontrei na rua,

defensora dos fracos, guerreira audaciosa,

e aos maus eu punirei em nome da Lua.

Deus! Se um dia acaba o mal nesta Terra,

se chega o dia em que Sailor Moon não terá função,

se não terei que enfrentar qualquer luta ou guerra,

viverei enfim só do amor no coração.

Se o Reino de Deus a tudo iluminar

e se o terror do mal for só triste lembrança,

Sailor Moon com os amigos irá festejar

O que ainda é apenas uma doce esperança.

NOTA: Sailor Moon e suas companheiras são criação da mangaká Naoko Takeushi,

lançadas pela Kodansha e pela Toei (mangá e animê, respectivamente) em 1992, sendo que Sailor Vênus fôra pré-

lançada em mangá no ano anterior. Atualmente está sendo produzido um

novo seriado da Princesa da Lua. A personagem apresenta um viés cristão

muito pronunciado, tendo mesmo empunhado o Santo Graal na terceira

fase do animê e do mangá.

ESQUILOS ARTEIROS

Somos uma dupla arteira

que vive sempre aprontando;

e Donald queira ou não queira

tem que ir aguentando.

Nós somos o Teco e o Tico,

cada qual bem espoleta;

nós nunca pagamos mico,

seguimos nossa veneta.

Numa árvore moramos,

numa toca hospitaleira;

por ela sempre brigamos,

não venham fazer besteira.

Lenhadores, vão embora,

deixem nossa casa em paz;

conosco não fazem hora,

não nos passam para trás.

Tamanho não é documento,

pois nós temos muito truque;

ser valentão e sebento,

feroz e cheio de muque,

conosco não adianta;

pois nem Bafo ou Zé Grandão,

ou qualquer que seja a anta,

não conseguem nada não;

o Lobão e o João Honesto

tentaram nos tapear

e lá se foram bem presto,

a outros azucrinar.

Nós somos dois esquilinhos

e nos dar bem nós queremos,

ter paz com nossos vizinhos

e o resto nós resolvemos.

Rio de janeiro, 6 de abril de 2014.

Tico e Teco (Chip e Dale) são duas tâmias, são irmãos e foram criados por Walt Disney em 1943.

ESPINAFRE!

Sou Popeye, o marinheiro,

e minha sina é bater.

Se quiser sair inteiro

não venha me aborrecer.

O Brutus até que tenta

comigo se engraçar;

mas dou-lhe um soco na venta

e o ponho pra voar.

Comigo não tem tamanho,

pois topo qualquer parada;

pela Olívia eu sempre ganho,

ela é minha namorada.

O Dudu é um problema,

que só me dá prejuízo;

suportá-lo é um dilema,

o cara não tem juízo.

Só vive para comer,

de trabalho não quer nada;

não sei como quer viver

de forma tão descarada.

Eu tenho um filho adotivo,

Procopinho é o seu nome;

trabalhando assim eu vivo

pra ele não passar fome.

Meu pai é um contratempo,

vigarista consumado;

pra mim nunca teve tempo

e vive sempre enrolado.

A Bruxa é minha inimiga

e vem das bandas do mar;

gosta de fazer intriga

e sempre me atrapalhar.

Mas em tudo o que é galho

ao espinafre recorro;

nem rabanete nem alho;

espinafre é o meu socorro.

Você está em perigo,

precisa de uma mãozinha?

Com espinafre eu consigo

te dar uma ajudazinha.

Sou Popeye, o marinheiro,

herói em tempo integral;

e sou useiro e vezeiro

em arrebentar com o mal.

Popeye foi criado em 1929 pelo quadrinista norte-americano Elzie Segar e logo tornou-se personagem dos

desenhos animados de Max Fleischer.

O AMIGO DO MICKEY

Não é que ele seja eleganteou tenha físico de atleta;

mas sua figura é marcante:estou me referindo ao Pateta.

É uma pessoa confiável,por mais tolices que faça;sempre correto e amável,com ele não há trapaça.

O Pateta é um bom amigo,Mickey Mouse não desmente;e mesmo em meio ao perigoele segue sempre em frente.

Pluto, Horácio, Clarabela,são seus amigos de fato;

mais sua amizade mais belaé a que tem com o rato.

Mil aventuras viveram,por este mundo afora;

juntos voaram, correram,e agiram sem demora.

Auxiliando o heróiPateta fez sua glória;

ser companheiro não dóie assim entrou pra História.

O Pateta foi criando nos Estúdios de Walt Disney, inicialmente nos quadrinhos, com o nome de "Dippy Dawg" (mais ou menos "Cachorro Louco") em 1933, mas logo seu

nome foi mudado para Goofy. Nos primeiros números brasileiros de "O Pato Donald" ele ainda é chamado de

Dippy.

A GARGALHADA SINISTRA

De herói não tenho nada,sou de fato é muito mau:

só vivo dando bicada,porque eu sou o Pica-pau.

Com paranoica risadadeixo tudo em polvorosa:a bagunça está armada,uma baderna horrorosa.

Não tem nada que eu respeito,revólver ou cara feia;

eu não tenho mesmo jeito,sou pestinha de mão cheia.

Nem o morsa e o jacarée a velha Mimi Ranheta

ou qualquer um Zé Manépodem com este capeta.

O abutre também passapor cada aperto daquele;

pra acabar com a minha raçaprecisa mais do que ele.

Sou anarquista da gemae ninguém gosta de mim;mas que é isso, não tema,não sou tão ruim assim.

Só jogo os outros na friae dou bombas de presente;

só por isso não podia

ser taxado de demente.

HEHEHEHEHE! HEHEHEHEHE! HEHEHEHEHE! HEHEHEHEHEHEHE.....

(Rio de Janeiro, 9 de março de 2014)

( o Pica-pau é personagem criado pelo animador norte-americano Walter Lantz em 1941)

CENOURAS

Não sou qualquer songa-mongae o que eu faço, vou bem fundo:

sou o grande farofeiro,o Coelho Pernalonga,

o mais esperto do mundo,de todos o mais arteiro.

Não me encontram distraído,Hortelino fica louco,

não consegue me pegar;acaba sempre batido.

Eufrazino eu faço pouco,só sabe é esbravejar.

O Gaguinho é meu amigo,com ele já viajei,

aventuras eu passei,corremos muito perigo.

Patolino é invejoso,e um pato muito confuso,

seu semblante é rancorosoe lhe falta um parafuso.

O Piu-Piu e o Frajolaparecem até gato e rato,ambos ruins da cachola,

mas os dois são um barato.

Porém este coelhinhoa si mesmo não desdoura,

me dar bem é o que eu espero;vou seguindo o meu caminho,

comendo a minha cenourae fazendo o que eu bem quero.

Pernalonga (Buggs Bunny no original) - personagem criado em 1938 nos estúdios da Warner, pela equipe do produtor

Leon Schlesinger)

 

IRMÃOS METRALHA

Aqui estamos, os Metralhas,e nossa história é bem triste:só nos chamam de canalhas,nos apontam dedo em riste.

Somos os mais procuradospor esse mundo sem fim:

mas não somos desejados,por que nos procuram enfim?

O nosso sonho douradoé roubar a casa forte

do Patinhas detestadomas nós nunca damos sorte.

Pois roubar o muquiranaé um trabalho muito ingrato;acabamos sempre em cana

sem nada tirar do pato.

Sofremos de tanto azarque temos até vontadedessa vida abandonar

e viver na honestidade.

Rio de Janeiro, 14 de abril de 2014Os Irmãos Metralha foram criados em 1951

por Carl Barks, desenhista da equipe de

HQs supervisionada por Walt Disney. No original chamam-se "The Beagle Boys" o

que dá a entender serem cachorros beagles, embora nada fofinhos.

GRILO FALANTE

Uma fada certo diame deu missão impossível:levar numa boa viaaquele Pinóquio terrível.

Era um boneco de pau,muito do sonso e teimoso;não é que ele fosse mau,mas era um bom mentiroso.

Fui eu sua consciência,e que trabalho me deu!Tive muita paciência,quem se cansava era eu.

Gepeto, seu criador,era um amável velhinho;por Pinóquio tinha amor,como se fosse um filhinho.

Mas Pinóquio tinha o víciode andar em más companhias;João Honesto, um estropício,só o jogava nas frias.

Mas enfim o nosso amigoresolveu se arrepender;por sofrer muito castigo,juízo passou a ter.

Tornou-se então um meninode carne e osso afinal;com educação e tino,deixou para trás o mal.

Rio de Janeiro, 1º de maio de 2014.

O Grilo Falante (Jiminy Cricket) apareceu pela primeira vez no livro "Pinocchio", do italiano carlo Collodi, lançado em 1883, sendo depois aproveitado em desenhos e quadrinhos de Walt Disney, a partir do longa-metragem “Pinocchio”, de 1940.

Pato Donald, o azarado

Meu azar é o mais patentenos patos deste universo;com nome tão diferente

não dá nem pra fazer verso.

O Pato Donald (Donald Duck) foi criado por Walt Disney em 1934, aparecendo pela primeira vez no desenho curto "A galinha sábia".

SORTE

Sou Gastão, e a minha sorteme acompanha em toda parte;

te-la-ei até a morte,sem nenhum engano ou arte.

Eu nada faço pra teresta sorte assim completa;

sou felizardo a valer,como sabe até o Pateta.

O Donald é invejosoda minha estrela brilhante;

sempre fica furioso,trombudo como elefante.

Meu tio rico e sovinaqueria que eu trabalhasse;

seria uma triste sinase a minha sorte faltasse.

Nunca me falta comida,o que eu preciso aparece;

assim é a minha vida,até magia parece.

Só que às vezes penso enfimse vale a pena levarvida tão fácil assim

sem nada a dificultar.

Não sofrer, não trabalhar,será que é isso que eu quis?

Mesmo sem aparentarno fundo eu não sou feliz.

Gastão (Gladstone Gander no original) foi criado em 1948 por Carl

Barks nos quadrinhos supervisionados por Walt Disney,

sendo primo do Pato Donald e sobrinho do Tio Patinhas.

CAPITÃO NEMO

No tempo em que ele viveufoi o maior gênio do mundo,

mas um dia se escondeuno seio do mar profundo.

Perseguido e torturado,seu desígnio é extremo:e agora, transtornado,

tornou-se o Capitão Nemo.

Em seu Nautilus alcançatodos os mares da Terra;ele é o Anjo da Vingança,guerreando a Inglaterra.

Mas o ódio não constrói,tenebrece o coração:

Nemo agora só destrói,é um herói ou é um vilão?

Seu destino está marcado,até o trágico fim:

com o Nautilus sepultado,tornou-se a lenda enfim.

Oh Deus, recebe em teu seioquem tanto bem planejou,

que a Ciência fosse o esteiodo mundo que ele sonhou.

Que o mar abastecesse a terra,que a paz fosse universal;mas pela paz fez a guerra,misturou o bem e o mal.

Que Deus lhe dê o perdãoe o repouso merecido;

Nemo em nosso coração

jamais será esquecido.

NOTA: o Capitão Nemo é o herói fatídico do romance "Vinte mil léguas

submarinas", de Júlio Verne, escrito na década de 1860. No filme de Walt Disney

(1954) Nemo é magistralmente interpretado por James Mason.

 

PLUTO!Do Mickey sou o cachorro,

faço muita estrepolia,

tem vezes que eu quase morro,mas vivo com alegria.

Com os esquilos implico,já que vivem aprontando;corro atrás de Teco e Tico

mas sempre escapam pulando.

Não gosto do Cão Zarrãoporque ele é muito abusado;

banca sempre o valentãocom aquele dente aguçado.

O Pateta é boa gente,só que é muito atrapalhado.

O Mickey é paciente,Aguenta esse aloprado.

O Donald eu vejo pouco,e é bom que seja assim.Esse pato é muito louco,nem lhe dou bola enfim.

A Minie é a noiva eternae o Mickey corta um dobrado;

ela nada tem de terna,e o meu dono é um coitado.

Outro que eu vejo é o Horácio,sujeito meio esquisoide;

parece mais um pancrácio,um cara meio moloide.

Me dou bem é com a Fifi,a cachorrinha dengosa,

com ela fico cri-cri,porque ela é muito charmosa.

Em suma eu corro e me agito,já caí até no poço,

tristeza pra mim é mito,e o que eu gosto é de um bom osso.

Pluto é personagem de quadrinhos e desenhos animados, criado por

Walt Disney em 1931.

VIDA APERTADA 

Quem se lembra do Pafúncio,Marocas e companhia?

Eu queria ver o anúnciodo retorno da franquia.

Pafúncio era um coitado,e a esposa uma megera;um marido dominado

e a mulher que era uma fera.

Tinha um vizinho enjoadoque só vivia pegando

qualquer treco emprestadoe ao Pafúncio amolando.

E tinha o tal bar Jonjoca’sque o Pafúncio procuravapara fugir da Marocas

e ela sempre o encontrava.

Em casa a chuva de pratosrecebia esse coitado;

esses enfim são os fatosna vida de um mal-amado.

Mas tudo passa na vidae essa dupla hoje é lembrança;

uma memória queridado meu tempo de criança.

(Nota: a série cujo nome original é "Bringing up father" foi criada em 1913 por George Mc Manus para tiras de

quadrinhos nos Estados Unidos, e a franquia permaneceu até o ano 2000 por via de vários sucessores. O casal

chama-se em inglês "Jiggs and Maggie". No Brasil, por muitos anos a tira foi publicada no jornal "O Globo" sob o

título "Vida apertada". Basicamente o Pafúncio é o protótipo do marido dominado pela esposa irascível e autoritária. Eles tinham uma filha, Nora, que raramente aparecia pois já não

morava com os pais.)

O amor vale mais que a guerra

Entre nós há muito amore a todos queremos amar;

pelejamos com valormas sem querer pelejar.

Hikaru, Fuu e Umi,somos meninas singelas;

da Terra viemos aqui,as três guerreiras donzelas.

Nosso coração nos diz,nossa missão é sagrada:

fazer um povo feliz,e uma terra restaurada.

Cefiro, um mundo de pazem passado não distante,

por ameaça minazvem findando neste instante.

Nós não tínhamos podercomo estudantes na Terra;

não podíamos preverser convocadas pra guerra.

Sermos guerreiras lendárias,por séculos esperadas,

sermos cantadas em árias,amadas e odiadas;

destino incompreensível,que abraçamos sem temor;

e a tanto ódio terrívelopomos o nosso amor.

A Princesa nos chamoupara salvar o seu mundo;

Cléf nos orientoue agora iremos bem fundo.

Temos a missão traçada,todo um planeta a salvar;

dar solução à maçada,reconstruir o Pilar.

Com ternura e lealdadeiremos até o fim:

e com a nossa amizadenós venceremos enfim.

Temos poder de combateporém o mais importanteé que coisa alguma abate

o nosso amor transbordante.

E com o poder do amorHikaru, a Luz da Terra,a todos traz seu calore dá solução à guerra.

Nós somos inseparáveisna alegria e na dor;

três heroínas notáveisque vencem pelo amor.

Umi, elegante e terna,Fuu, tímida e silente;Hikaru, da luz eterna

num coração inocente.

Nota: "Guerreiras Mágicas de Rayearth" é uma série em mangá e animê da equipe CLAMP, produzida no Japão na década de 1990. O mangá está sendo reeditado no Brasil

pela Editora JBC. A série é considerada um clássico da fantasia heróica.

Hikaru, Fuu e Umi são três inocentes garotas de 14 anos, estudantes em Tóquio e que nem se conheciam, que são

transportadas para o distante planeta Cefiro pela magia da

Princesa Emeraud porque eram - e sem o saberem - as três guerreiras lendárias esperadas há séculos e que deveriam

salvar aquele mundo da destruição. Tendo os poderes despertados pelo mago Cléf, e acompanhadas pelo bichinho

encantado Mokona, elas dão início a uma memorável jornada para cumprir sua missão. Fuu é ligada ao vento,

Umi à água e Hikaru (nome que significa luz) é a guerreira do fogo, ou a "Luz da Terra" (Rayearth) que vem libertar o

mundo de Cefiro das trevas do medo e do ódio.

O Amigo da OnçaEu sou o Amigo da Onça,e pode crer que eu sou mau:pior que o Bafodeonça,pior do que o Pica-pau.

Meu grande empenho na vidaé ferrar a quem puder;essa é toda a minha lida,acredite se quiser.

A minha grande alegriaé a todos prejudicar:meter vocês numa fria,viver pra sacanear.

Mas me olhando ninguém diz,porque eu sou muito elegante;

tenho um bonito narize um topete bem brilhante.

Com meu jeito de falarsou hipócrita matreiro:a todos sei magoarcom epigrama certeiro.

Não confie nunca em mimporque eu não sou seu amigo:só faço maldade enfim,jamais se meta comigo.

Nota: o Amigo da Onça é um personagem criado em 1943 pelo desenhista brasileiro Péricles e durante muitos anos publicado na revista "O Cruzeiro", do Rio de Janeiro, tendo chegado também em outras mídias.

INVEJANão sou um pato banal,e nem jogo pra perder:sou um cara genialcomo vocês podem ver.

Mas existe uma pessoaa quem eu não aguento:é aquele coelho à toa,presunçoso e sebento.

Quem dera que o Pernalongase mandasse um belo dialá pra tonga da mironga,isso é o que eu bem queria.

Por que ele faz tanto sucesso?Eu não consigo entender.Isso me deixa possesso,

com o meu sangue a ferver.

Sei atuar muito bem,e até tocar violino!Aplaudam a mim também,porque eu sou o Patolino!

Nota: Patolino (Daffy Duck no original) foi criado em 1937 por Tex Avery e Chuck Jones, na equipe de animação da Warner (EUA) chefiada por Leon Schlesinger.

SAILOR VÊNUS

Meu nome é Aino Minako,sou guerreira da Justiça;estudar pra mim é um saco,prefiro pular caniça.

Mas sempre vou à escola,e estudo pra passar:jamais eu peço uma cola,é meu dever estudar.

De Sailor Moon eu preparoa chegada triunfante:sou Sailor Vênus, é claro,a Sailor mais elegante!

Eu queria ser artista,uma famosa cantora;com tanto sonho na lista,sou mesmo é a precursora.

Eu sou guerreira lunar,protejo a nossa Princesa;disposta sempre a lutar,sailor do amor e beleza.

Se antes só eu luteicom Sailor Moon hoje estou,e Ami, Makoto e Reicom todas agora eu vou.

Por Usagi lideradas,a Sailor Moon tão querida,somos guerreiras amadase protegemos a vida.

NOTA : Sailor Vênus (ou Sailor V) é personagem criada em mangá no Japão pela desenhista Naoko Takeushi, em 1991. Em 1992 Naoko expandiu o universo ficcional criando Sailor Moon (Usagi Tsukino) e as demais: Sailor Mercúrio (Ami Mizuno). Sailor Marte (Hino Rei) e Sailor Júpiter (Kino Makoto). As sailors são uma raça cósmica poderosa e que protege o universo material, são como intermediárias entre anjos e seres humanos.Os poderes de Sailor Vênus, entre outros, são o "raio crescente de Vênus" e a "corrente do amor de Vênus".O universo de Sailor Moon, presente em quadrinhos, desenhos, filmes de ação viva e óperas, é hoje em dia a franquia japonesa mais prestigiada no mundo. E Sailor Vênus, de guerreira solitária passou a ser a chefe das guardiãs de Sailor Moon, a Princesa da Lua Branca.

PREGUIÇA

O meu lema é bem simplista,

viver de papo pro ar.

Então por favor não insista:

não me faça trabalhar.

A vovó é quem gosta disso,

que ela trabalhe enfim:

prefiro mascar um caniço,

trabalho não é pra mim.

Recostado a um tronco amigo,

fico pensando na vida;

trabalhar não é comigo,

tem muita gente pra lida.

Você que aqui está lendo

não siga exemplo tão mau.

Gansolino assim vivendo

é um grande cara-de-pau.

(Nota: Gansolino (Gus Goose no original) é um personagem criado em 1938 pelo desenhista Al Taliaferro, dos estúdios de Walt Disney, e em

1939 apareceu no desenho animado curto “Donald’s cousin Gus”. Numa HQ de julho de 1950, de Carl Barks – “A Vovó é do barulho” – ele passou a

ser empregado (praticamente inútil) no sítio da Vovó Donalda.

A MENINA QUE PRESERVOU A PAZ

Foi num futuro distante

que chegou a acontecer

essa história apaixonante

que você vai ler pra crer.

Em Helvetia, certo dia,

chega a um forte distante

jovem cheia de alegria

e sorriso aconchegante.

O mundo foi destruído

e aos poucos se reconstrói;

que o ódio seja esquecido

pois só o amor constrói.

Comandados por Felícia,

quatro meninas soldadas

aguardam certa notícia,

e da vila são amadas.

Sorami Kanata é meiga,

é alegre e prestativa;

tem coração de manteiga,

é risonha e muito ativa.

Sua corneta tocando

a “Graça Maravilhosa”

ela a vida vai levando

inocente e buliçosa.

Com caráter de criança

espalha a felicidade,

transbordante de esperança

com quinze anos de idade.

Porém sinistros eventos

perturbam aquela paz:

agora sopram maus ventos

e é um coronel quem os traz.

Ele quer forçar a guerra

contra o Império Romano;

ensanguentar a Terra

num desígnio insano.

A guerra traz o progresso,

diz o torpe coronel;

parece mais um possesso,

da sua boca sai fel.

Mas Felícia se rebela,

decidida e altaneira;

e as meninas vão com ela,

inclusive a corneteira.

Com o tanque especial

que tem patas de aranha

tratam de enfrentar o mal

numa histórica façanha.

E se interpõem aos lados

que irão se guerrear,

e diante dos soldados

Sorami vai assomar.

E a pequena corneteira

sobre o tanque, graciosa,

vai tocando bem faceira

a “Graça maravilhosa!”

O tema belo e pungente

lembrando a graça divina

penetra naquela gente

pelos lábios da menina.

Nesse momento ela está

de todo desprotegida;

por amor entregará

se preciso a própria vida.

Facilmente poderiam

matar aquela heroína;

porém todos se fascinam

pela graça da menina.

E o milagre se produz!

A guerra não acontece;

pela ação de um ser de luz

é a paz que prevalece.

E assim tomamos ciência

de que existe majestade

na pureza e da inocência

de quem cultiva a bondade.

NOTA: "Sora no woto" (A música que veio do Céu) é um dos mais belos seriados de animação já feitos, tendo 13 episódios. É uma ficção científica produzida no Japão em 2010-2011 por Aniplex, com direção de Mamoru Kombe. Num futuro indeterminado, após a destruição de nossa atual civilização chamada de "Era passada") duas nações européias tentam reconstruir o mundo: a Federação Helvetia (Suíça) e o Império Romano. A história se passa num forte nos confins de Helvétia, guardado por um pequeno batalhão feminino (a Comandante Felícia e mais Rio, Noel, Kureha e Kanata). Apesar das tensões que ocorrem entre as duas potências remanescentes, há esperança em torno das misteriosas negociações secretas entre os governos  (e o tratado de paz é uma notícia aguardada no batalhão de Felícia). Quando um coronel psicopata assola a região e se encaminha para a fronteira com o Império Romano, para forçar a eclosão da guerra, elas se levantam para salvar a paz, utilizando um tanque da "Era Passada" (tecnologia não mais existente) que estava encostado no forte, enguiçado, e que conseguem reativar, dotado de patas tipo aranha que permitem uma grande mobilidade e é com ele que elas passam por cima de outros tanques e se colocam no meio do potencial conflito, quando Sorami Kanata faz a sua antológica performance com a corneta. Após o acontecimento referido no poema, as duas nações estabelecem a paz em definitivo.

"Amazing Grace" (Graça Maravilhosa) é uma melodia religiosa extremamente tocante, composta por John Newton em 1779.

RESPOSTA À ALTURA

O Pica-pau blasonou:- Você é tão mau quanto eu,e pensa que eu não sei.

Pernalonga então olhoupara ele e respondeu:- Mas meu pai eu não matei.

NOTA - num episódio muito antigo e hoje esquecido, o Pica-pau realmente matou o próprio pai.

O PATO QUE DOMINOU UMA CIDADE

Patópolis é minha, eu posso afirmar;até o Prefeito reconhece minha grandeza.De norte a sul domina minha esperteza;e meu nome sempre está no patamar.

Eu tenho inimigos, e já não são poucos,sendo Mac Money meu grande rival;porém no combate Patinhas é o tal,e à voz da prudência faço ouvidos moucos.

É claro que eu tenho gente em minhas linhas:tenho meus sobrinhos e o Professor Pardal;com eles enfrento tudo quanto é mal,pois fazem de tudo pro Tio Patinhas.

Porém há quem diga que eu sou horroroso,feroz, muquirana, um pato insensível,só penso em dinheiro, meu gênio é terrível,e não passa de um velho ganancioso.

Mas seja eu quem for, às vezes me apertaa velha saudade de um tempo passado:Dora Cintilante, que foi o meu fado,que lá no garimpo era a mais esperta.

Porque se atendesse ao meu coraçãoteria casado com a Cintilante:tão bela, tão doce, assaz elegante,

que outra igual não encontrei mais não.

Porém a maldita cobiça venceue o meu destino de Dora se afastou;foi esse o amor que um dia voou,e na febre do ouro minha vida se perdeu.

(imagem da franquia: Tio Patinhas e Dora Cintilante, personagens criados por Carl Barks nos quadrinhos supervisionados por Walt Disney)

MICKEY

Há quem diga que eu sou chato,muito certinho e careta,e assim preferem o patoou quem lhes der na veneta.

Mas faço tudo o que eu posso,e sempre atinjo a meta;defendo aquilo que é nossocom a ajuda do Pateta.

O Coronel sempre pedeminha ajuda, embora digam:“Ele não cheira nem fede”,e assim muitos me maldigam.

Não sei se sou chato ou não,mas a justiça defendocontra Metralha ou Joãoe nem ao Mancha eu me rendo.

Minie, Pluto e Chiquinho,Horácio e Clarabela,o Pateta e o Francisquinho,com eles a vida é bela.

Tamanho não é documentoe sou um herói de verdade:agindo a qualquer momentoe protegendo a cidade.

NOTA: Mickey Mouse foi criado em 1927 por Walt Disney e lançado em 1928 no desenho curto (e primeiro desenho sonoro do cinema) “Steamboat Willie” (O barco a vapor Willie). Nele já apareciam Minie e, muito diferente da caracterização que ficou consagrada, o vilão João Bafodeonça. O próprio Walt Disney fazia a voz de Mickey, que logo se tornou um grande sucesso também nos quadrinhos.

SINA DE VILÃO

Eu sou temido e famoso,o grande Capitão Gancho;o meu gênio é horroroso,

me aborrece que eu te engancho!

Mas tenho no meu caminhoum verdadeiro estropício;

por causa de um rapazinhoainda vou pro hospício.

Para mim o Peter Pané um sujeitinho tarado,com sua fadinha anãvoando pra todo lado.

Por que falam mal de mime me chamam de vilão?Não sou tão ruim assime até perdi minha mão.

Pelo Peter foi cortadae jogada ao crocodilo;só pessoa tão malvada

podia fazer aquilo!

É por isso que eu me irrito:então eu que sou vilão?

Protesto, esbravejo e grito:fui eu quem perdeu a mão!

Nota: o Capitão gancho (Hook, no original) é criação do teatrólogo escocês James Barrie (1860-1937) e apareceu na peça teatral "Peter Pan", levada à cena pela primeira vez em

1904, em Londres.Imagem do desenho "Peter Pan" de Walt Disney, de 1952.