roberta calheiros ramos brasília, 20/12/2010

34
Roberta Calheiros Ramos www.paulomargotto.com.br Brasília, 20/12/2010

Upload: internet

Post on 21-Apr-2015

113 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Roberta Calheiros Ramos  Brasília, 20/12/2010

Roberta Calheiros Ramoswww.paulomargotto.com.br

Brasília, 20/12/2010

Page 2: Roberta Calheiros Ramos  Brasília, 20/12/2010
Page 3: Roberta Calheiros Ramos  Brasília, 20/12/2010

É essencial para a homeostasia do organismo

A manutenção quase constante da composição do ambiente interno, incluindo volume, tonicidade e distribuição dos líquidos corporais nos vários compartimentos é essencial à sobrevida

MARTINS, T.R., et al. Cistatina C: um novo marcador para filtração glomerular comparada ao clearance de creatinina e a creatinina sérica. RBAC, v.35, n.4, p.207-213, Ago. 2003.

Page 4: Roberta Calheiros Ramos  Brasília, 20/12/2010

É uma complicação em cerca de 5% das hospitalizações e até 30% das internações em unidade de terapia intensiva

A taxa de mortalidade nestes pacientes é 5 vezes maior do que nos pacientes sem IRA

Ocorre precocemente nos pacientes internados em UTI pediátricas, frequentemente na primeira semana da admissão

MARTINS, T.R., et al. Cistatina C: um novo marcador para filtração glomerular comparada ao clearance de creatinina e a creatinina sérica. RBAC, v.35, n.4, p.207-213, Ago. 2003.

BRENNER, R.M., BRENNER, B.M. Distúrbios da função renal. In: BRAUNWALD, et al. (ed.). Harrison Medicina Interna, vol.II, 15ª ed. Rio de Janeiro: Mc Graw Hill, 2002. p.1623-1630.

Page 5: Roberta Calheiros Ramos  Brasília, 20/12/2010

É importante e comumente utilizada nas investigações clínicas

Alternativa para minimizar a IRA com sua prevenção e diagnóstico precoce

ROOS, J.F., et al. Diagnostic accuracy of cystatin C compared to serum creatinine for the estimation of renal dysfunction in adults and children – A meta-analysis. Clinical Biochemistry, v.40, p.383-391, Jan. 2007.

Page 6: Roberta Calheiros Ramos  Brasília, 20/12/2010

É amplamente aceita como a melhor avaliação da função renal

Geralmente feita através de um marcador glomerular

ROOS, J.F., et al. Diagnostic accuracy of cystatin C compared to serum creatinine for the estimation of renal dysfunction in adults and children – A meta-analysis. Clinical Biochemistry, v.40, p.383-391, Jan. 2007.

 MADERO, M., SARNAK, M.J., STEVENS, L.A. Serum cystatin C as a marker of glomerular filtration rate. Current Opinion in Nephrology and Hypertension, v.15, n.6, p.610-616, Nov. 2006.

Page 7: Roberta Calheiros Ramos  Brasília, 20/12/2010
Page 8: Roberta Calheiros Ramos  Brasília, 20/12/2010

Fornecer aos profissionais de saúde informações atuais sobre a Cistatina C a fim de melhorar o diagnóstico da IRA e evitar suas complicações.

Page 9: Roberta Calheiros Ramos  Brasília, 20/12/2010
Page 10: Roberta Calheiros Ramos  Brasília, 20/12/2010

Revisão da literatura nacional e internacional utilizando o banco de dados MD consult.

Artigos originais, artigos de revisão, editoriais e diretrizes escritos nas línguas inglesa e portuguesa.

Publicados nos últimos dez anos.

Delimitadores: 1) Cystatin C 2) children; 3) glomerular filtration rate.

Page 11: Roberta Calheiros Ramos  Brasília, 20/12/2010
Page 12: Roberta Calheiros Ramos  Brasília, 20/12/2010

Em 1961, foi descrita pela 1ª vez em pacientes com proteinúria - post-gama globulina.

No ano seguinte, encontrou-se esta mesma proteína no plasma, urina, líquor, líquidos ascítico e pleural - g-trace.

MARTINS, T.R., et al. Cistatina C: um novo marcador para filtração glomerular comparada ao clearance de creatinina e a creatinina sérica. RBAC, v.35, n.4, p.207-213, Ago. 2003.

PRATES, A.B., et al. Avaliação da Filtração Glomerular Através da Medida da Cistatina C Sérica. Jornal Brasileiro de Nefrologia, v.29, n.1, p.48-55, Mar. 2007.

Page 13: Roberta Calheiros Ramos  Brasília, 20/12/2010

Em 1968, descobriu-se uma proteína no ovo branco de galinha que inibia a ficina e a papaína – 1º indício de uma nova família de proteínas.

Porém, apenas em 1981, Barret usou pela primeira vez o termo Cistatina para descrever esta proteína.

REED, C.H. Diagnostic applications of cystatin C. British Journal of Biomedical Science, v.57, p.323-329, 2000.

Page 14: Roberta Calheiros Ramos  Brasília, 20/12/2010

Em 1985, a Cistatina C foi sugerida como um novo marcador para a função renal. demonstrando sua correlação com clearance

de creatinina.

Apenas recentemente o seu uso na rotina laboratorial tem sido avaliado de forma sistemática.

MARTINS, T.R., et al. Cistatina C: um novo marcador para filtração glomerular comparada ao clearance de creatinina e a creatinina sérica. RBAC, v.35, n.4, p.207-213, Ago. 2003.

Page 15: Roberta Calheiros Ramos  Brasília, 20/12/2010

Todas as enzimas proteolíticas têm inibidores específicos para regular sua atividade.

As cistatinas são os inibidores das Cisteínas Proteases, que se não reguladas, podem levar a danos irreversíveis pela secreção aumentada ou autólise - Artrites, metástases, infecções e várias doenças degenerativas.

REED, C.H. Diagnostic applications of cystatin C. British Journal of Biomedical Science, v.57, p.323-329, 2000.

Page 16: Roberta Calheiros Ramos  Brasília, 20/12/2010

Pertencentes a superfamília das Cistatinas, são subdivididos em 3 famílias e englobam 12 proteínas.

A Cistatina C pertence a família 2 da superfamília das cistatinas.

MARTINS, T.R., et al. Cistatina C: um novo marcador para filtração glomerular comparada ao clearance de creatinina e a creatinina sérica. RBAC, v.35, n.4, p.207-213, Ago. 2003.

RPRATES, A.B., et al. Avaliação da Filtração Glomerular Através da Medida da Cistatina C Sérica. Jornal Brasileiro de Nefrologia, v.29, n.1, p.48-55, Mar. 2007.

EED, C.H. Diagnostic applications of cystatin C. British Journal of Biomedical Science, v.57, p.323-329, 2000.

Page 17: Roberta Calheiros Ramos  Brasília, 20/12/2010

Família 1 Família 2 Família 3

Intracelulares Extracelulares e/ou transcelulares Intravasculares

Cistatinas A CISTATINAS C Cininogênio de baixo peso

molecular

Cistatinas B Cistatinas D Cininogênio de alto peso

molecular

Cistatinas E

Cistatinas F

Cistatinas G

Cistatinas S

Cistatinas SA

Cistatinas SN

Tabela 1- Superfamília das cistatinasFonte: Clinical Biochemistry 38, 2005

Page 18: Roberta Calheiros Ramos  Brasília, 20/12/2010

A Cistatina C é uma proteína de baixo peso molecular, com 13.359 dáltons e constituída por 120 aminoácidos.

É uma proteína básica, não glicosilada.

MARTINS, T.R., et al. Cistatina C: um novo marcador para filtração glomerular comparada ao clearance de creatinina e a creatinina sérica. RBAC, v.35, n.4, p.207-213, Ago. 2003.

BAGSHAW, S.M., GIBNEY, N. Conventional markers of kidney function. Critical Care Medicine, v.36, n.4, p.S152-158, 2008.

Page 19: Roberta Calheiros Ramos  Brasília, 20/12/2010

É codificada pelo gene CST3, localizado no braço curto do cromossomo 20.

Encontrou-se a expressão do gene em todos tecidos investigados, embora em vários níveis.

É a única, entre as Cistatinas, produzida em todas as células nucleadas humanas.

REED, C.H. Diagnostic applications of cystatin C. British Journal of Biomedical Science, v.57, p.323-329, 2000

Page 20: Roberta Calheiros Ramos  Brasília, 20/12/2010

A medida da TFG é a prova laboratorial mais utilizada na avaliação da função renal.

Administrar doses adequadas de medicações, definir prognóstico, interpretar sintomas de uremia e decidir a respeito do início de terapêutica renal substitutiva .

KIRSZTAJN, G.M. Avaliação do ritmo de filtração glomerular. Jornal brasileiro de patologia e medicina laboratorial, v.43, n.4, p.257-264, Ago. 2007.

Page 21: Roberta Calheiros Ramos  Brasília, 20/12/2010

A TFG é mensurada, em pesquisas, por diversos métodos, que utilizam marcadores exógenos, como a inulina, 51Cr-EDTA, 99mTc-DTPA, iodotalamato e ioexol.

Altos custosExecução trabalhosa, como radioatividade

de alguns e Disponibilidade limitada

MARTINS, T.R., et al. Cistatina C: um novo marcador para filtração glomerular comparada ao clearance de creatinina e a creatinina sérica. RBAC, v.35, n.4, p.207-213, Ago. 2003.

KIRSZTAJN, G.M. Avaliação do ritmo de filtração glomerular. Jornal brasileiro de patologia e medicina laboratorial, v.43, n.4, p.257-264, Ago. 2007.

Page 22: Roberta Calheiros Ramos  Brasília, 20/12/2010

Características de um marcador ideal para ser usado na prática clínica Taxa constante de produção Hidrossolúvel Sem ligação a proteínas Livremente filtrado nos glomérulos Sem secreção tubular Sem reabsorção tubular Sem metabolização ou eliminação extra-renal Ensaios precisos e confiáveis Ensaios rápidos, de baixo custo e amplamente

disponíveis

BAGSHAW, S.M., GIBNEY, N. Conventional markers of kidney function. Critical Care Medicine, v.36, n.4, p.S152-158, 2008.

Page 23: Roberta Calheiros Ramos  Brasília, 20/12/2010

Tabela diferença da cistatina e creatinina

MARTINS, T.R., et al. Cistatina C: um novo marcador para filtração glomerular comparada ao clearance de creatinina e a creatinina sérica. RBAC, v.35, n.4, p.207-213, Ago. 2003.

VARIÁVEIS CISTATINA C CREATININA

MASSA MUSCULAR

Sem interferência

Depende da massa muscular

IDADE Sem variação Variação significativa

SEXO Sem variação Variável

AMOSTRA Apenas uma Soro, urina em determinado tempo (24h)

ALIMENTAÇÃO Sem interferência

Pode interferir

FASE ANALÍTICA

Poucos interferentes

Vários interferentes

Page 24: Roberta Calheiros Ramos  Brasília, 20/12/2010

Após diversas tentativas de padronização, desenvolveu-se 2 métodos imunológicos PETIA (particle-enhanced turbidimetric

immunoassay) – baseado na turbimetria PENIA (particle-enhanced nephelometric

immunoassay) – baseado na nefelometria

Mais simples, acurados e rápidos

Requerem pequenas amostras e apresentam possibilidade de automatização

MARTINS, T.R., et al. Cistatina C: um novo marcador para filtração glomerular comparada ao clearance de creatinina e a creatinina sérica. RBAC, v.35, n.4, p.207-213, Ago. 2003.

FILLER, G., et al. Cystatin C as a marker of GFR – history, indications, and future research. Clinical Biochemistry, v. 38, p.1-8, 2005

Page 25: Roberta Calheiros Ramos  Brasília, 20/12/2010

Assim como com a creatinina, equações precisam ser desenvolvidas e validadas para que a dosagem sérica de Cistatina C torne-se uma estimativa confiável da TFG.

Nenhuma das equações foi validada em uma população diferente da utilizada para desenvolvê-la.

PRATES, A.B., et al. Avaliação da Filtração Glomerular Através da Medida da Cistatina C Sérica. Jornal Brasileiro de Nefrologia, v.29, n.1, p.48-55, Mar. 2007.

ZAPPITELLI, M., et al. Derivation and Validation of Cystatin C–Based Prediction Equations for GFR in Children. American Journal of Kidney Diseases, v.48, n.2, p.221-230, Ago. 2006.

Page 26: Roberta Calheiros Ramos  Brasília, 20/12/2010

O método PETIA produz valores de referência vinte e trinta por cento mais elevados que no PENIA, porém ainda não há um consenso

PRATES, A.B., et al. Avaliação da Filtração Glomerular Através da Medida da Cistatina C Sérica. Jornal Brasileiro de Nefrologia, v.29, n.1, p.48-55, Mar. 2007.

Page 27: Roberta Calheiros Ramos  Brasília, 20/12/2010

A concentração sérica da Cistatina C mantém-se constante entre 1 e 50 anos aproximadamente

Em crianças, reflete a função renal independente da idade, sexo, altura, fatores pré-renais, doenças extra-renais

ZAFFANELLO, M., FRANCHINI, M., FANOS, V. Is Serum Cystatin-C a Suitable Marker of Renal function in Children?. Annals of Clinical and Laboratory Science, v.37, n.3, p.233-240, 2007

FILLER, G., et al. Cystatin C as a marker of GFR – history, indications, and future research. Clinical Biochemistry, v. 38, p.1-8, 2005

Page 28: Roberta Calheiros Ramos  Brasília, 20/12/2010

Não há transferência transplacentária e seu valor no neonato é independente da idade gestacional ou nível de bilirrubinas

Seu alto valor ao nascimento justifica-se pela maturidade da função renal ocorrer de forma fisiológica no primeiro ano de vida

Ainda existem poucos estudos e com dados inconclusivos quanto à superioridade em relação à creatinina sérica

Page 29: Roberta Calheiros Ramos  Brasília, 20/12/2010

Apresentam as mesmas limitações da criança quanto à coleta urinária e pequena massa muscular

Apesar da já existirem equações modificadas baseadas na creatinina para resolver estes problemas, a maioria dos estudos com a Cistatina C se mostrou superior

FILLER, G., et al. Cystatin C as a marker of GFR – history, indications, and future research. Clinical Biochemistry, v. 38, p.1-8, 2005

MARTINS, T.R., et al. Cistatina C: um novo marcador para filtração glomerular comparada ao clearance de creatinina e a creatinina sérica. RBAC, v.35, n.4, p.207-213, Ago. 2003

Page 30: Roberta Calheiros Ramos  Brasília, 20/12/2010

A avaliação da função renal em gestantes ainda permanece como um desafio, provavelmente secundário a um aumento na reserva renal neste período

a Cistatina C apresentou melhor desempenho em pacientes com DHEG

FILLER, G., et al. Cystatin C as a marker of GFR – history, indications, and future research. Clinical Biochemistry, v. 38, p.1-8, 2005

MARTINS, T.R., et al. Cistatina C: um novo marcador para filtração glomerular comparada ao clearance de creatinina e a creatinina sérica. RBAC, v.35, n.4, p.207-213, Ago. 2003

Page 31: Roberta Calheiros Ramos  Brasília, 20/12/2010

Pacientes com cirrose avançada e redução da filtração glomerular podem apresentar valores séricos normais de creatinina, devido ao decréscimo da massa muscular e aumento da secreção tubular de creatinina

Estudos sugerem que a Cistatina C é melhor preditor da função renal nos pacientes

FILLER, G., et al. Cystatin C as a marker of GFR – history, indications, and future research. Clinical Biochemistry, v. 38, p.1-8, 2005

MARTINS, T.R., et al. Cistatina C: um novo marcador para filtração glomerular comparada ao clearance de creatinina e a creatinina sérica. RBAC, v.35, n.4, p.207-213, Ago. 2003

Page 32: Roberta Calheiros Ramos  Brasília, 20/12/2010
Page 33: Roberta Calheiros Ramos  Brasília, 20/12/2010

A Cistatina C é um marcador de taxa de filtração glomerular com um futuro promissor, em especial em crianças, devido às dificuldades inerentes a esta faixa etária na coleta de sangue e amostra de urina 24h.

Em UCIP, onde, já na admissão, as crianças apresentam IRA e DMOS, sua importância torna-se mais evidente, pois com diagnóstico e tratamento adequados há melhora na sobrevida.

Há necessidade da formulação de uma

equação que possa ser validada e utilizada de forma ampla na prática clínica.

Page 34: Roberta Calheiros Ramos  Brasília, 20/12/2010