robÉrio medeiros do nascimento marinho avaliaÇÃo … · 2019. 7. 21. · trabalho de conclusão...
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
ROBÉRIO MEDEIROS DO NASCIMENTO MARINHO
AVALIAÇÃO SOBRE AS FORMAS DE ABORDAGEM TERAPÊUTICA MAIS
EMPREGADAS PARA O TRATAMENTO DA HIPERSENSIBILIDADE DENTINÁRIA
CERVICAL
NATAL/RN
2019
Robério Medeiros do Nascimento Marinho
AVALIAÇÃO SOBRE AS FORMAS DE ABORDAGEM TERAPÊUTICA MAIS
EMPREGADAS PARA O TRATAMENTO DA HIPERSENSIBILIDADE DENTINÁRIA
CERVICAL
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao
Curso de Graduação em Odontologia -
bacharelado da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte, como requisito parcial para
obtenção do título de Cirurgião-Dentista.
Orientador: Prof. Dr. Euler Maciel Dantas
NATAL/RN
2019
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial Prof. Alberto Moreira Campos
Departamento de Odontologia
MARINHO, Robério Medeiros do Nascimento. Avaliação sobre as formas de abordagem terapêutica mais empre-gadas para o tratamento da hipersensibilidade dentinária cervical / Robério Medeiros do Nascimento Marinho. - Natal, 2019. 49 f.: il.
Orientador: Prof. Dr. Euler Maciel Dantas.
Trabalho de conclusão de Curso (Graduação em Odontologia) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências da Saúde, Departamento de Odontologia, Natal, 2019.
1. Hipersensibilidade da dentina – Trabalho de conclusão de curso. 2. Retração gengival - Trabalho de conclusão de curso. 3. Etiologia- Trabalho de conclusão de curso. 4. Terapêutica - Trabalho de conclusão de curso. I. Dantas, Euler Maciel. II. Título.
RN/UF/BSO BLACK D2
Elaborado por MONICA KARINA SANTOS REIS - CRB-15/393
ROBÉRIO MEDEIROS DO NASCIMENTO MARINHO
AVALIAÇÃO SOBRE AS FORMAS DE ABORDAGEM TERAPÊUTICA MAIS
EMPREGADAS PARA O TRATAMENTO DA HIPERSENSIBILIDADE
DENTINÁRIA CERVICAL
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de
Graduação em Odontologia - bacharelado da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para
obtenção do título de Cirurgião-Dentista.
Aprovado em / /
Prof. Dr. Euler Maciel Dantas
Orientador
Prof. Dr.Bruno César de Vasconselos Gurgel
Departamento de Odontologia da UFRN
Profª. Drª. Ana Rafaela Luz de Aquino Martins
Departamento de Odontologia da UFRN
Dedico este trabalho de conclusão de curso à minha
esposa Daniele e a minha filha Giovanna, cuja presença
foi essencial para a conclusão deste trabalho. Grato pelo
apoio oferecido em todos os aspectos. Muito obrigado
pela presença de vocês em minha vida.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiro a Deus por ter me mantido na trilha certa durante este projeto de pesquisa
com saúde e forças para chegar até o final. Minha eterna gratidão por proporcionar-me este
momento.
Aos meus pais Raimundo Manoel e Irene Medeiros que sempre estiveram ao meu lado me
apoiando ao longo de toda a minha trajetória.
A minha esposa Daniele pela compreensão e paciência, e que acima de tudo é uma grande
amiga, sempre presente nos momentos difíceis com uma palavra de incentivo.
A minha filha Giovanna pelos abraços e beijos, estes sempre me davam forças para continuar
no curso. E desculpa pela ausência em alguns momentos da sua vida.
Agradeço ao meu orientador Professor Dr. Euler Maciel Dantas por aceitar conduzir o meu
trabalho de pesquisa.
A todos os meus professores do departamento de Odontologia da Universidade Federal do
Rio Grande do Norte, pela excelência da qualidade de ensino de cada um.
Aos meus colegas de curso pelas trocas de ideias e ajuda mútua. Juntos conseguimos avançar
e ultrapassar todos os obstáculos.
A Franciara, minha dupla de atendimento, pelo respeito, sinceridade e ajuda na realização de
atendimentos aos pacientes.
Aos funcionários do DOD – UFRN, Helena “galega”, Andreia, Cris, Eliane e Thalita.
“Quanto mais aumenta nosso conhecimento,
mais evidente fica nossa ignorância”
John Kennedy
RESUMO
A hipersensibilidade dentinária cervical (HSDC) é caracterizada pela perda de esmalte e de
cemento na região cervical dos dentes e consequente exposição dos túbulos dentinários que
levam a uma condição dolorosa e de desconforto para o paciente. Para o seu tratamento existe
uma variedade de agentes dessensibilizantes, no entanto, nenhum deles possibilita a sua
completa solução, não havendo um tratamento universal. Diante dessa variedade de
medicamentos e de ser uma doença de causas multifatoriais, este trabalho teve como objetivo
investigar quais as formas de tratamento mais utilizadas pelos cirurgiões dentistas. Para isso
foram avaliadas, comparativamente, as formas de abordagens terapêuticas mais empregadas
para tratar a HSDC, segundo a especialidade odontológica. Foram entrevistados 47 cirurgiões
dentistas da cidade do Natal-RN, por meio de um questionário, o qual continha a imagem de
três casos: HSDC com recessão gengival RT1, sem perda de estrutura (caso 1), HSDC sem
recessão gengival (caso 2) e HSDC com recessão gengival RT1 e perda de estrutura (caso 3) e
pedia-se que fossem indicadas três opções de tratamento, para cada situação. Quando levado
em conta a amostra total, os profissionais indicaram com maior frequência para o caso 1,
tratamentos não invasivos como as duas primeiras opções de tratamento (orientação de higiene
oral e verniz fluoretado) e a terceira opção um tratamento invasivo (recobrimento radicular
com enxerto gengival), no caso 2, foram indicados tratamentos não invasivos (orientação de
higiene oral; enxaguatório diário com fluoreto de sódio a 0,05%; dentifrícios contendo nitrato
de potássio), em todas as opções de tratamento e no caso 3, foi indicado o tratamento invasivo
(recobrimento radicular com enxerto gengival), nas duas primeiras opções de tratamento e na
terceira opção de tratamento foi o não invasivo (como o enxaguatório diário com fluoreto de
sódio a 0,05%). Concluimos que: Os profissionais com até cinco anos de experiência,
apresentam um maior conhecimento sobre a etiologia e teste diagnóstico dessa patologia; os
cirurgiões dentistas independente do tempo de profissão, indicam, com maior frequência, os
tratamentos menos invasivos; Os cirurgiões dentistas da cidade do Natal, estão atuando de
acordo com a literatura, iniciando o tratamento com o uso de agentes não invasivos (de acordo
com a situação clínica), ou iniciando com tratamento invasivo (dependendo do caso). No
entanto é necessário sempre estar atualizado.
Palavras Chave: Hipersensibilidade da dentina - retração gengival – etiologia – terapêutica
ABSTRACT
Cervical dentin hypersensitivity (HSDC) is characterized by loss of enamel and cementum in
the cervical region of the teeth and consequent exposure of the dentinal tubules leading to a
painful condition and discomfort for the patient. For its treatment there are a variety of
desensitizing agents, however, none of them makes possible its complete solution, not having
a universal treatment. Faced with this variety of medication and being a multifactorial disease,
this study aimed to investigate which forms of treatment are most used by dentists. In order to
do so, the most widely used therapeutic approaches to treat HSDC, according to etiology and
dental specialty, were comparatively evaluated. We interviewed 47 dentists in the city of Natal-
RN, using a questionnaire, which contained three cases: HSDC with gingival recession RT1,
without loss of structure (Case 1), HSDC without gingival recession (Case 2) and HSDC with
gingival recession RT1 and loss of structure (Case 3) and it was asked to indicate three
treatment options for each situation. When taken into account the total sample, professionals
indicated more frequently for case 1, non-invasive treatments such as the first two treatment
options (oral hygiene orientation and fluoride varnish) and the third option an invasive
treatment (root coverage with gingival graft), in case 2, non-invasive treatments were indicated
(oral hygiene orientation, mouthwash contais sodium fluoride 0.05%, dentifrices containing
potassium nitrate) in all treatment options and in case 3, invasive treatment was indicated (root
coverage with gingival graft) in the first two treatment options and the third treatment option
was noninvasive (as the mouthwash contains sodium fluoride 0.05%). Conclude that:
Professionals with up to five years of experience present a greater knowledge about the etiology
and diagnostic test of this pathology; dental surgeons independent of the time of profession,
more often indicate less invasive treatments; Dental surgeons in the city of Natal are acting
according to the literature, initiating treatment with the use of non-invasive agents (according
to the clinical situation), or starting with invasive treatment (depending on the case). However
it is necessary to always be updated.
Keywords: Dentin hypersensitivity - gingival retraction - etiology – therapy
LISTA DE FIGURAS
Figura 01: Caso 01 - HSDC com recessão gengival RT1 sem perda da
estrutura......................................................................................
25
Figura 02: Caso 02 - HSDC sem recessão gengival e sem perda da
estrutura......................................................................................
25
Figura 03: Caso 03 - HSDC com recessão gengival RT1 e perda de
estrutura.......................................................................................
25
LISTA DE TABELAS
Tabela 01: Descrição da amostra.................................................................... 27
Tabela 02: Análise do HSDC*........................................................................ 28
Tabela 03: Associações do tempo de formado com os tratamento indicados.. 29
Tabela 04: Caracterização do Tratamento 1.................................................... 31
A: Cirurgiões dentistas (Amostra Total)....................................... 31
B: Clínicos Gerais..... ................................................................... 31
C: Especialistas em Dentística... ................................................... 31
D: Periodontistas........................................................................... 31
Tabela 05: Caracterização do Tratamento 2.................................................... 33
A: Cirurgiões dentistas (Amostra Total)....................................... 33
B: Clínicos Gerais..... ................................................................... 33
C: Especialistas em Dentística... ................................................... 33
D: Periodontistas........................................................................... 33
Tabela 06: Caracterização do Tratamento 3.................................................... 35
A: Cirurgiões dentistas (Amostra Total)....................................... 35
B: Clínicos Gerais..... ................................................................... 35
C: Especialistas em Dentística... ................................................... 35
D: Periodontistas........................................................................... 35
LISTA DE ABREVIATURAS
HSDC Hipersensibilidade dentinária cervical
RT1 Recessão gengival sem perda de inserção interproximal.
Junção cemento-esmalte (JCE) interproximal não
detectável clinicamente na mesial ou na distal.
TCLE Termo De Consentimento Livre E Esclarecido
LCNC Lesão Cervical Não Cariosa
T Tratamento
AsGaAl Terapia com laser de diodo de Arseniato de Gálio
Alumínio
AsGa Arseneto de Gálio
OHO Orientação de higiene oral
Enx.NaF0,05% Enxaguatório diário com fluoreto de sódio a 0,05%
Ca(OH)2Sel Hidróxido de cálcio + selante
SRF Selante resinoso fluoretado
VF Verniz Fluoretado
PastaNaFGliSel Pasta fluoreto de sódio + glicerina + selante dentário
DenKNO3 Dentifrícios contendo nitrato de potássio
DenNaF Dentifrícios contendo Fluoreto de sódio
DenArg Dentifrício contendo Arginina
RREG Recobrimento radicular com enxerto gengival
ArGaAl Terapia com laser de diodo de Arseniato de Gálio
Alumínio
CIVc CIV convencionais
CIVmr CIV modificado por resina
RC Resina composta
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO......................................................................................................... 14
1.1 Hipersensibilidade Dentinária Cervical...................................................................... 14
1.2. Etiologia da HSDC.................................................................................................... 15
1.3 Formas de Tratamento.............................................................................................. .. 17
1.3.1 Fluoreto de Sódio................................................................................................... 18
1.3.2 Hidróxido de Cálcio............................................................................................... 19
1.3.3 Resina Composta e Cimento de Ionômero de Vidro......................................... 19
1.3.4 Dentifrício à Base de Nitrato de Potássio........................................................... 20
1.3.5 Dentifrício à Base de Argina................................................................................ 20
1.3.6 Recobrimento Radicular com Enxerto Gengival............................................... 20
1.3.7 Laserterapia.......................................................................................................... 21
2. OBJETIVO............................................................................................................... 22
2.1. OBJETIVOS ESPECÍFICOS..................................................................................... 22
3. METODOLOGIA.................................................................................................... 23
3.1. CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO....................................................................... 23
3.2. CONSIDERAÇÕES ÉTICAS................................................................................. .. 23
3.3. POPULAÇÃO........................................................................................................... 23
3.4. AMOSTRA................................................................................................................ 23
3.4.1. CRITÉRIO DE SELEÇÃO DE AMOSTRA..................................................... 24
3.5. MATERIAIS E MÉTODO........................................................................................ 24
3.6. ANÁLISE DE DADOS............................................................................................. 26
4. RESULTADOS........................................................................................................... 27
5. DISCUSSÃO............................................................................................................. .. 36
6. CONCLUSÃO............................................................................................................. 41
REFERÊNCIA................................................................................................................ 42
APÊNDICE 1................................................................................................................... 44
ANEXO 1......................................................................................................................... 47
14
1. INTRODUÇÃO
1.1 HIPERSENSIBILIDADE DENTINÁRIA CERVICAL
A dor de origem dental sempre foi um dos principais motivos pelo qual os pacientes
procuram o consultório odontológico. Muitas vezes essa dor é resultado da Hipersensibilidade
Dentinária Cervical (HSDC), resultante dos hábitos do dia a dia realizados pelo indivíduo, tais
como alimentação, diferenças de temperatura nos líquidos ingeridos, escovação dental e, até
muitas vezes, no simples ato de falar, devido à passagem do ar pela cavidade bucal (TRENTIN;
BERVIAN, 2014).
Nas três últimas décadas, estudos revelam que HSDC é uma condição de dor que atinge
uma grande parcela da população mundial (PEIXOTO et al., 2010; DANTAS et al., 2016),
cerca de 35% (CAVALCANTE et al., 2015), parcela semelhante à da população brasileira,
reportada em 34 % (SCARAMUCCI et al., 2013), ou seja, cerca de um em cada três indivíduos
possuem essa doença, tendo como maior prevalência o sexo feminino (SCARAMUCCI et al.,
2013; CAVALCANTE et al., 2015).
Mudanças de hábito alimentar e de higiene bucal associadas ao envelhecimento da
população têm contribuído para as perdas de estrutura dental (ZADO; PILATTI, 2016). Os
dentes estão sendo mantidos na cavidade bucal com maior frequência à medida que a população
envelhece, aumentando a incidência da perda de superfície dentária não cariosa (TRENTIN;
BERVIAN, 2014).
A perda de esmalte e/ou cemento radicular e consequente exposição de dentina ao
meio bucal (CAVALCANTE et al., 2015), podem levar ou não a uma perda visível de estrutura
dental, expondo os túbulos dentinários (TRENTIN; BERVIAN, 2014). Essa exposição pode
levar a uma condição dolorosa e de desconforto para o paciente denominada HSDC (ZADO;
PILATTI, 2016), caracterizada por uma reação dolorosa exagerada de curto período
(SALAZAR; NAKOUZI, 2017), pulsante e localizada (PINTO et al., 2012), ocasionada por
estímulos térmicos (frio e quente), químicos (alimentos ácidos, doces e salgados), mecânicos
(escovação e instrumentos odontológicos) e desidratação – osmóticos - (jato de ar e respiração
bucal), podendo desencadear desde um desconforto leve a uma dor acentuada
(CAVALCANTE et al., 2015).
Esse incomodo pode durar dias, semanas ou indefinidamente a não ser que algum
tratamento seja aplicado. Existe uma variedade de tratamentos que atuam promovendo o
bloqueio do sistema de transmissão neural e/ou obliteração dos túbulos dentinários
15
(OLIVEIRA; PAIVA; COTA, 2017), no entanto nenhum deles possibilita a sua completa
solução, não havendo um tratamento universal (SALAZAR; NAKOUZI, 2017).
A HSDC é uma das condições crônicas mais dolorosas e com tratamento menos
previsível na odontologia (OLIVEIRA; PAIVA; COTA, 2017) não podendo ser atribuída a
nenhuma outra forma de patologia dental (ESPINOZA; GONZÁLEZ; RUIZ, 2013;
OLIVEIRA; PAIVA; COTA, 2017). Em algumas situações, pode ser confundida com outras
situações clínicas que apresentam sintomas semelhantes, como por exemplo a síndrome do
dente rachado, fraturas de restaurações, cáries, sensibilidade pós-operatória, traumatismo
oclusal e processos inflamatórios pulpares, reversíveis e irreversíveis, necessitando de
diagnostico diferencial. Dessa forma cada tipo de lesão dentinária tem características clínicas
próprias e procedimentos de controle diferentes a serem associados ao tratamento (TRENTIN;
BERVIAN, 2014; CAVALCANTE et al., 2015).
Seu diagnóstico clínico se dá através de uma anamnese, sendo necessários exames
intrabucais - através de estímulo mecânico não nocivo, como o contato da sonda exploradora,
ou através de estímulo térmico, como a desidratação advinda de um jato de ar da seringa
tríplice, exames radiográficos e sinais clínicos característicos, tais quais: recessão gengival,
lesão cervical não cariosa (LCNC) e exposição radicular (TRENTIN; BERVIAN, 2014;
CAVALCANTE et al., 2015; TONETTO et al., 2012; SANTOS et al., 2010).
1.2 Etiologia da HSDC
O dente apresenta estruturas, como o esmalte, a dentina e o cemento radicular, que
protegem as estruturas nervosas, responsáveis por propagar os fenômenos capazes de provocar
dor na presença de lesões físicas ou químicas. A perda de esmalte e/ou cemento radicular, gera
como consequência a exposição de dentina ao meio bucal (meio externo) (CAVALCANTE et
al., 2015). A sensibilidade é mais significante na dentina radicular, protegida por uma fina
camada de cemento que, após exposto, é facilmente removida pela própria escovação deixando
os túbulos dentinários abertos (SANTOS et al., 2010).
A razão da perda dessas estruturas de proteção dos tecidos nervosos é multifatorial
que pode vir de escovação incorreta, traumas oclusais, atrição, abrasão, erosão, recessão
gengival, alimentos e bebidas ácidos, dentifrícios abrasivos e baixo nível de higiene oral
(CAVALCANTE et al., 2015), bem como tratamento periodontal cirúrgico e não cirúrgico
(MARÍN et al., 2013; ESPINOZA; GONZÁLEZ; RUIZ, 2013). Essas lesões ocorrem com
16
maior frequência na face vestibular de caninos e pré-molares (ESPINOZA; GONZÁLEZ;
RUIZ, 2013).
O dente apresenta-se constituido de maior volume de dentina, esta é constituida por
70% de substância inorgânica (hidroxiapatita), 20% de substância orgânica composta de
colágeno, principalmente tipo I e 10% de água, por peso. Sua principal característica é a
presença de túbulos dentinários muito próximos, paralelos entre si, que contêm em seu interior
um fluido biológico intratubular semelhante ao plasma celular, ligado à polpa. Cada túbulo
contém um processo citoplasmático celular chamado de fibras de Tomes e um prolongamento
odontoblástico, que irradiam da cavidade pulpar para a superfície mais externa da dentina
(OLIVEIRA; PAIVA; COTA, 2017).
O diâmetro deles não é uniforme, medindo cerca de 2,5 µm próximos à polpa, 1,2 µm
na metade da espessura da dentina e 900 nm junto ao limite amelodentinário. A dentina
apresenta em média 3.000 túbulos por milímetro quadrado, ocupando 20 a 30% de seu volume
total. A estrutura tubular e a presença de água são responsáveis pela propriedade viscoelástica,
que por sua vez responde a estímulos mecânicos, térmicos e elétricos (SANTOS et al., 2010).
Esses estímulos exógenos ou mudanças osmóticas da superfície da dentina geram a
sensibilidade dentinária de acordo com a “teoria hidrodinâmica” (SANTOS et al., 2010). Essa
é a mais aceita para explicar o mecanismo de dor frente a HSDC, sendo descrita por Brännström
(1963) (SALAZAR; NAKOUZI, 2017). De acordo com essa teoria, com a perda de tecido
dentário, os túbulos dentinários ficam expostos ao meio bucal e por meio de estímulos, o fluido
dentinário se desloca no interior desses túbulos, com uma maior velocidade modificando as
terminações nervosas que promoveriam vasodilatação na polpa causando a sensibilidade
dentinária (MARÍN et al., 2013; CAVALCANTE et al., 2015).
A condução de dor de origem dos elementos dentários é mediada principalmente pelos
neurônios sensoriais periféricos do nervo trigêmeo presentes na polpa dental. Existem fibras
nervosas mielínicas e amielínicas dentro dos túbulos dentinários que se diferenciam pelo
diâmetro e velocidade de condução de impulsos nervosos. As fibras mielínicas (fibras-A)
apresentam condução rápida e inervam a dentina; as fibras amielínicas, conhecidas como
fibras-C, tem condução lenta e inervam a polpa e seus vasos sanguíneos. As fibras-A são
responsáveis pela hipersensibilidade dentinária, percebida como dor em resposta a todos os
estímulos. (OLIVEIRA; PAIVA; COTA, 2017)
Certos estímulos criam uma mudança de pressão em toda a dentina que pode excitar
os nervos pulpares. Estímulos frios que movem o fluido intratubular para longe da polpa
produzem respostas pulpares nervosas mais rápidas e intensas do que outros estímulos, como
17
o calor, que causa o fluxo para dentro. O calor expande o fluido dentro dos túbulos, fazendo
com que o fluxo ocorra no sentido da polpa, enquanto que o frio faz com que o fluido se
contraia, produzindo um fluxo para o exterior, explicando a resposta rápida e grave aos
estímulos de frio em comparação com a resposta lenta ao calor (OLIVEIRA; PAIVA; COTA,
2017).
A sensibilidade dentinária pode regredir espontaneamente por produção irregular de
dentina tubular até a parede pulpar, obliteração dos túbulos dentinários por esclerose e
mineralização da camada superficial por película ou placa até a superfície exposta. Quando
isso não ocorre, existem inúmeros agentes e terapias para o tratamento da HSDC (SANTOS et
al., 2010). Esses produtos visam cessar a movimentação dos fluidos nos túbulos dentinários,
por meio de uma barreira (impedindo o contato dos fluidos com o meio bucal) ou diminuindo
a excitabilidade dos nervos pulpares (MARÍN et al., 2013).
1.3 Tratamento da HSDC
Duas formas de tratamento estão sendo utilizadas para atenuar a HSDC, uma é
interromper a resposta neural aos estímulos de dor pela penetração de íons de potássio através
dos túbulos dentinários, diminuindo a excitabilidade destes nervos. A outra consiste em ocluir
os túbulos abertos para bloquear o mecanismo hidrodinâmico (OLIVEIRA; PAIVA; COTA,
2017).
A necessidade individual de tratamento depende da etiologia, do nível de dor do
paciente, extensão e profundidade da lesão. Segundo a literatura, os tratamentos podem ser
classificados de acordo com as suas características físicas, químicas ou mesmo de acordo com
o seu modo de ação: 1) agentes anti-inflamatórios; 2) precipitantes de proteínas; 3) agentes de
oclusão tubular; 4) selantes de túbulos dentinários (adesivos e resinas) e 5) variados (LASER,
associado ou não a outros tratamentos). Alguns requisitos são fundamentais para a eficácia do
tratamento: devem agir rapidamente, ter biocompatibilidade, ter efeito duradouro, ser de rápida
e fácil aplicação, não ser irritante à polpa, não causar dor, não manchar os dentes e ser de baixo
custo. Porém ainda não existe nenhuma terapia que concilie todos estes requisitos mencionados
(ZADO; PILATTI, 2016), sendo um desafio para a odontologia, encontrar o tratamento que
seja eficaz, elimine a dor da hipersensibilidade e evite recidiva (CAVALCANTE et al., 2015).
Sabendo que a HSDC tem caráter multifatorial e subjetivo, o seu tratamento pode
variar desde a orientação quanto à técnica de escovação e higiene oral, uso de dentifrícios não
abrasivos controle da ansiedade e reeducação alimentar. Caso não haja resolução do problema,
18
pode-se realizar 1) aplicação de agentes dessensibilizantes à base de nitrato de potássio, ou
oxalato de potássio, ou cloreto de estrôncio, ou fluoreto de sódio; 2) aplicação de vernizes
fluoretado, ou de selante com hidróxido de cálcio; 3) laserterapia; 4) procedimentos
restauradores com ionômero de vidro ou resina composta; 5) cirurgia periodontal; 6) ajuste
oclusal. É de extrema importância que o cirurgião-dentista esteja apto a diferenciar como cada
fator atua clinicamente na etiologia da HSDC, a fim de indicar o melhor tratamento para cada
e, consequentemente, reestabelecer a saúde bucal, parte integrante da saúde geral de cada
paciente (MARÍN et al., 2013; SILVA et al., 2011; SANTOS et al., 2010; TRENTIN;
BERVIAN, 2014; SALAZAR; NAKOUZI, 2017).
Essas modalidades de tratamento estão disponíveis para uso em casa pelo paciente,
geralmente na forma de um dentifrício ou enxaguatório bucal. Outros são aplicados
profissionalmente por um dentista usando algodão simples ou pincel, ou equipamentos muito
sofisticados, tais como unidades de LASER (OLIVEIRA; PAIVA; COTA, 2017).
Além dessas terapias é necessária a identificação e a remoção dos fatores etiológicos,
para ter sucesso no tratamento, que quando associadas à obliteração dos túbulos dentinários,
tem-se como resultado a efetiva redução do movimento do fluído dentro dos tubulos dentinários
e a diminuição da dor (TRENTIN; BERVIAN, 2014).
1.3.1 Fluoreto de sódio (NaF)
Possui ação sobre a superfície dentária devido a sua união com íons cálcio, resultando
em fluoretos de cálcio e reduzindo o diâmetro dos túbulos (DANTAS et al., 2013).
Podem ser usados em consultório, na forma de géis, ou pelo paciente em casa, com o
uso de cremes dentais. Esse fluoreto reage quimicamente com os íons de cálcio e fosfato,
presentes na saliva, levando à precipitação de cristais de fluoreto de cálcio que promovem a
remineralização e obstruem os túbulos dentinários abertos na superfície de dentina exposta
(OLIVEIRA; PAIVA; COTA, 2017). Podem também, quando em contato com a dentina, reagir
com o cálcio ionizado do fluido tubular, precipitando na forma de fluoreto de cálcio insolúvel,
obliterando os túbulos dentinarios (TRENTIN; BERVIAN, 2014).
Outra forma de utilização do fluoreto é o uso de vernizes fluoretados que é um
dessensibilizante no qual a sua aplicação é feita pincelando o produto sobre as superfícies
afetadas. São altamente adesivos à estrutura dentária que, após estar seco, forma uma barreira
mecânica que sela os tubulos dentinários. Esse agente tem a capacidade de liberar flúor de
forma lenta e contínua (SOARES; GRIPPO, 2017), formando cristais de fluoreto de cálcio que
19
se precipitam e ocluem os túbulos dentinários completa ou parcialmente, promovendo a
remineralização, provocando um alívio duradouro da hipersensibilidade dentinária
(OLIVEIRA; PAIVA; COTA, 2017).
1.3.2 Hidróxido de Cálcio
O mecanismo de ação deste composto ainda não é totalmente conhecido, entretando
acredita-se que tenha efeito oclusivo, podendo obliterar os túbulos dentinários por meio da
deposição de pequenos cristais e por estimular uma ação de dentina peritubular. É recomendada
a aplicação da pasta de hidróxido de cálcio sobre a dentina sensível por cerca de três a cinco
minutos sob isolamento relativo (SANTOS et al., 2010), tendo eficácia imediata.
Apresenta a desvantagem de ter baixa solubilidade e por se combinar com o dióxido
de carbono do ar, formando carbonato de cálcio (composto inativo) (DANTAS et al., 2013),
tendo sua ação diminuída rapidamente, exigindo múltiplas aplicações para manter a sua
efetividade (ZADO; PILATTI, 2016).
1.3.3 Resinas Compostas e Cimento de Ionômero de Vidro (CIV)
Esses procedimentos restauradores funcionam como uma camada de recobrimento
que impermeabiliza a dentina (PEIXOTO et al., 2010), não exigindo uma remoção excessiva
da estrutura do dente (SOARES; GRIPPO, 2017).
São tratamentos mais imediatos para a HSDC, principalmente quando existe perda de
esmalte e/ou dentina devido à abrasão, erosão e/ou abfração. A cobertura da dentina exposta
oblitera os túbulos dentinários, evitando movimento dos fluidos (DANTAS et al, 2013),
eliminando ou reduzindo os sintomas da hipersensibilidade. O CIV tem uma boa capacidade
de ligação química à dentina e esmalte, além de liberação de fluoreto (OLIVEIRA; PAIVA;
COTA, 2017), formando complexos de fluoreto de cálcio.
Os procedimentos restauradores seriam um dos recursos mais positivos a serem
empregados no tratamento da hipersensibilidade quando outros métodos falham (ZADO;
PILATTI, 2016).
20
1.3.4 Dentifrícios à base de nitrato de potássio
Sais de potássio, como o citrato de potássio e nitrato de potássio, são adicionados a
cremes dentais com objetivo de minimizar a hipersensibilidade. Estes íons de potássio possuem
propriedade de despolarização nervosa, ou seja, diminuem a excitabilidade dos nervos
presentes no interior dos túbulos dentinários e inibem sua capacidade de transmitir o estímulo
doloroso. Esses íons atravessam facilmente o esmalte e a dentina, atingindo a polpa em questão
de minutos (OLIVEIRA; PAIVA; COTA, 2017).
De acordo com Oliveira et al. (2012), ocorre uma melhora do quadro doloroso a partir
da segunda semana de uso contínuo, pelo menos duas vezes ao dia, com o resultado máximo
alcançado após oito semanas.
1.3.5 Dentifrícios à base de Arginina
Dentifrícios à base de arginina e carbonato de cálcio, são usados tanto para uso diário
em dentifrícios quanto para uso profissional. Agem no processo natural de obliteração dos
túbulos dentinários, onde o mecanismo de ação é um processo pelo qual a combinação de
carbonato de cálcio com bicarbonato de arginina forma um complexo que se deposita nos
túbulos dentinários, facilitando a obliteração destes (OLIVEIRA; PAIVA; COTA, 2017).
A alcalinidade da arginina e do carbonato de cálcio também permite maior absorção
de íons cálcio e fosfato presentes na saliva que, em seguida, são depositados sobre a superfície
dentinária formando tampões que contém arginina, cálcio, fosfato e carbonato (OLIVEIRA et
al., 2012).
1.3.6 Recobrimento radicular com enxerto gengival
Em quadro de HSDC causada por superfícies expostas de raiz, em casos de recessão
gengival, os enxertos gengivais podem ser usados para cobrirem os túbulos dentinários
expostos. Porém o recobrimento radicular não é um procedimento isento de riscos e não deve
ser escolhido como a primeira opção de tratamento para essa patologia. Este deve ser um dos
últimos recursos para a solução desse problema e usado somente quando: outros métodos
menos invasivos não tiverem sucesso; não havendo nenhuma outra indicação para a cobertura
do dente; queixa estética do paciente ou progressão da retração gengival (OLIVEIRA; PAIVA;
COTA, 2017).
21
1.3.7 Laserterapia
Este tipo de terapia estimula a produção de dentina secundária, obliterando os
canalículos dentinários e fomação de endorfina na sinapse das terminações nervosas desses
canalículos, elevando o limiar de dor das terminações nervosas, diminuindo ou eliminando a
sensibilidade (DANTAS et al., 2013; OLIVEIRA; PAIVA; COTA, 2017).
Pode-se fazer uso tanto de LASERs cirúrgicos (de alta intensidade), que estimulam a
produção de dentina terciária, promovendo o estreitamento e oclusão dos túbulos dentinários,
como de LASERs não cirúrgicos (de baixa intensidade), incluindo o LASER diodo Arseneto de
Gálio e Alumínio (AsGaAl) e o Arseneto de Gálio (AsGa), que atuam através dos efeitos
analgésico, anti-inflamatório e bioestimulador da polpa dental, por meio da indução de
alterações na rede de transmissão nervosa dentro da polpa dental (DANTAS et al., 2013;
OLIVEIRA; PAIVA; COTA, 2017).
Existem outras formas de tratamento para o HSDC que não foram exploradas neste
trabalho, devido não ter aplicabilidade na prática clínica, dentre eles estão o uso de
formaldeído, sulfato de magnésio, guanadidina, lactato de alumínio, gel de hidroxiapatita,
corticosteroide tópico e nitrato de prata (OLIVEIRA; PAIVA; COTA, 2017).
Na prática clínica, muitos pacientes chegam se queixando de dor, após aplicação dos
testes diagnóstico e, havendo confirmação da HSDC, é importante saber qual tipo de tratamento
diante dos vários disponíveis aplicar. Devido a variedade de terapias para tratar essa patologia
e não se ter um tratamento eficaz e definitivo, faz-se necessário conhecê-la corretamente e
saber qual tipo ou a combinação de mais de um tipo de tratamento é o mais indicado para um
tratamento efetivo e mais duradouro para o paciente, não correndo risco de agravar a HSDC.
Diante dessas observações e da importância desta patologia para a odontologia é que tivemos
o intuito de realizar este trabalho.
22
2. OBJETIVO
Observar quais as formas de tratamento utilizadas pelos cirurgiões dentistas clínicos e
especialistas em Periodontia e Dentística e relacionar a terapia com o diagnóstico da
hipersensibilidade na presença ou não de recessão gengival e perda de estrutura.
2.1 – OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Observar o conhecimento dos cirurgiões-dentistas (Clinicos, Periodontístas e
especialistas em dentística) quanto a HSDC;
Investigar como os cirurgiões-dentistas clínicos tratam a HSDC ocasionada por
recessão gengival;
Verificar como os especialistas na área de Periodontia lidam com a HSDC
produzida pela recessão gengival;
Avaliar como os especialistas na área da Dentística lidam com a HSDC gerada
por recessão gengival.
23
3. METODOLOGIA
3.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO
Trata-se de um estudo seccional que busca verificar os protocolos de tratamento da
Hipersensibilidade Dentinária Cervical (HSDC) por parte dos cirurgiões-dentistas da cidade de
Natal – RN.
3.2 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS
Esse estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal
do Rio Grande do Norte (CEP / UFRN). Com o parecer de número 3099001 e CAAE de número
01425518.6.0000.5537.
3.3 POPULAÇÃO
A população estudado foi composto por 2336 cirurgiões-dentistas, inscritos no CRO-
RN, (dados levantados em 04 de setembro de 2018), sendo 2210 clínicos gerais, 78
periodontístas e 48 especialistas em dentística. Todos atuando profissionalmente no município
de Natal.
3.4 AMOSTRA
O tipo de estudo foi do tipo analítico observacional, com amostragem do tipo
estratificada com amostragem aleatória simples em cada universo. A amostra foi calculada com
dados coletados no conselho regional de odontologia (quantidade de cirurgiões dentistas -
clínico geral, periodontistas e especialista em dentística) e com o cálculo do tamanho da
amostra para amostragem aleatória simples, considerando o erro de amostragem de 10% e nível
de significância de 95%. A amostra contou com a participação de 47 profissionais, sendo: 29
clínicos geral, 10 periodontistas e 8 especialistas em dentística. A escolha dos profissionais foi
feita de forma aleatória, através de buscas em clinicas dos setores público e privado.
Foi considerado clínico-geral todo cirurgião dentista que não fosse especialista em
dentística nem em periodontia.
24
3.4.1 CRITÉRIOS DE SELEÇÃO DAS AMOSTRAS
Para a caracterização da amostra foram observados os seguintes critérios de inclusão e
exclusão:
- Foram incluídos na amostra os cirurgiões-dentistas clínicos, periodontistas e
especialistas em dentística cadastrados no CRO-RN, atuantes em Natal-RN;
3.5 MATERIAIS E MÉTODOS
Inicialmente, os cirurgiões-dentistas foram procurados pelo pesquisador e convidados
a participar da pesquisa. Após o aceite do convite, os participantes leram e assinaram o termo
de consentimento livre e esclarecido (TCLE – ANEXO 1) no qual constam informações sobre
a proposição do trabalho, com seus riscos e benefícios, e autorização para divulgação dos
resultados.
Em seguida, foi aplicado um questionário (APÊNDICE 1) que contém perguntas
destinadas a obtenção de dados pertinentes à formação e atualização profissional, ao
conhecimento sobre a prevalência e etiologia da hipersensibilidade dentinária e foi mostrado
ao profissional a foto de três situações clínicas (Figura 1, 2 e 3) em que havia a presença da
hipersensibilidade dentinária, considerando como critério de padronização a resposta 7 (dor
moderada) da escala analógica visual, utilizada em casos de diagnóstico de dor. A resposta
quanto à indicação de tratamento (T) foi feita através da escolha de três terapêuticas (fornecidas
no questionário) para cada caso.
Os participantes foram orientados, para indicar três e somente três tratamentos, para
cada caso. Os tratamentos a serem escolhidos foram orientação de higiene oral - OHO;
enxaguatório diário com fluoreto de sódio a 0,05% - Enx.NaF0,05%; hidróxido de cálcio +
selante - Ca(OH)2Sel; selante resinoso fluoretado - SRF; verniz fluoretado - VF; pasta fluoreto
de sódio + glicerina + selante dentário – PastaNaFGliSel; dentifrícios contendo nitrato de
potássio - DenKNO3; dentifrícios contendo Fluoreto de sódio - DenNaF; Dentifrício contendo
Arginina – DenArg; terapia com laser de diodo - ArGaAl; recobrimento radicular com enxerto
gengival – RREG; CIV convencionais - CIVc; CIV modificado por resina - CIVmr; resina
composta – RC.
A figura 1, representa o caso 1 o qual trata de HSDC com recessão gengival RT1 sem
perda da estrutura. A figura 2, representa o caso 2 o qual trata de HSDC sem recessão gengival
25
e sem perda da estrutura. A figura 3, representa o caso 3 o qual trata de HSDC com recessão
gengival RT1 e perda de estrutura.
Os tratamentos foram divididos em dois grupos, os não invasivos (OHO;
Enx.NaF0,05%; Ca(OH)2Sel; SRF; VF; PastaNaFGliSel; DenKNO3; DenNaF; DenArg;
ArGaAl); e os invasivos, estes subdivididos em cirúrgicos (RREG); e restauradores (CIVc;
CIVmr; RC) (ZADO; PILATTI, 2016; SOARES; GRIPPO, 2017).
Para avaliar o conhecimento sobre a etiologia e testes diagnóstico da HSDC, os
profissionais foram interrrogados com duas questões: 1- Quais testes você realiza para
diagnosticar a HSDC ; 2- Enumere 3 fatores etiológicos para a HSDC; cujas respostas
esperadas eram : 1- estímulo mecânico não nocivo, como o contato da sonda exploradora, ou
por estímulo físico-químico (desidratação), advindo de um jato de ar da seringa tríplice
(CAVALCANTE et al., 2015; TRENTIN; BERVIAN, 2014; TONETTO et al., 2012;
SANTOS et al., 2010); e 2- três desses fatores - escovação incorreta, traumas oclusais, atrição,
abrasão, erosão, recessão gengival, alimentos e bebidas ácidos, dentifrícios abrasivos e baixo
Figura 2: HSDC sem
recessão gengival e sem
perda da estrutura
Figura 3: HSDC com recessão
gengival RT1 e perda de
estrutura
Figura 1: HSDC com
recessão gengival RT1 sem
perda da estrutura
26
nível de higiene oral (CAVALCANTE et al., 2015), bem como tratamento periodontal
cirúrgico e não cirúrgico (MARÍN et al., 2013, ESPINOZA; GONZÁLEZ; RUIZ, 2013).
Para a análise estatística os profissionais foram agrupados em dois grupos, os clínicos
gerais e especialistas (periodontistas e especialista em dentística).
3.6 ANÁLISE ESTATÍSTICA
O banco foi montado e analisado no SPSS Statistics (Versão 22.0). A análise descritiva
foi realizada com base nas frequências, porcentagens, médias e desvio padrão. A busca de
associações foi realizada com o teste do Qui-quadrado e Exato de Fisher. Para todos os testes
foi estabelecida uma significância com p < 0,05.
27
4. RESULTADOS
Foram entrevistados 47 profissionais, a média de idade variou entre 24 e 64 anos,
todos atuantes na cidade de Natal, em sua maioria mulheres com mais de 5 anos de formação,
variado de 5 até 30 anos de formado. A caracterização da amostra encontra-se na tabela 1.
Ressalta-se ainda que dentre os especialistas 10 eram periodontistas e 8 especialistas em
dentística.
Observando que aproximadamente ¾ da amostra acertou as duas questões sobre
conhecimento da etiologia e teste de diagnostico da HSDC, e que todos os participantes
acertaram no minimo uma questão, não havendo resposta nula.
Tabela 1: Descrição da amostra
Frequência Porcentagem
SEXO Masculino 21 44,7
Feminino 26 55,3
TEMPO DE FORMADO Até 5 anos 16 34,0
>5 anos 31
66,0
HSDC* 1 correta 13 27,7
2 corretas 34 72,3
FORMAÇÃO Clinico Geral 29 61,7
Especialista 18 38,3
Total 47 100,0
*Conhecimento da etiologia e teste de diagnostico HSDC
Quando comparado o tempo de formado com conhecimento da etiologia e teste de
diagnostico HSDC (Tabela 2), foi observada uma associação estatisticamente significativa de
uma maior quantidade de respostas corretas (2/duas) com até cinco anos de formado (RP/Razão
de Prevalência=1,72 com IC/Intervalo de confiança=1,27-2,32).
28
E com relação a formação dos participantes, foi observado uma maior frequencia de
respostas corretas (2/duas), no grupo dos especialistas (Tabela 2).
Tabela 2: Análise do HSDC*.
HSDC
1 correta 2 corretas P
TEMPO DE
FORMADO
Até 5 anos 0/0,0% 16/100,0% 0,002
>5 anos 13/41,9% 18/58,1%
FORMAÇÃO
Clinico Geral 9/31,0% 20/69,0% 0,739
Especialista 4/22,2% 14/77,8%
*Conhecimento da etiologia e teste de diagnostico HSDC
Não foram observadas associações significativas para as indicações de tratamento em
todos os casos de acordo com o tempo de formado (Tabela 3), mas pode ser observada uma
frequência maior de tratamentos não invasivos nas respostas de ambos os grupos.
29
Tabela 3: Associações do tempo de formado com os tratamento indicados.
TEMPO DE FORMADO
Até 5 anos >5 anos p
CASO 1 T 1
Não invasivo 10/62,5% 19/61,3% 0,936
Invasivo 6/37,5% 12/38,7%
CASO 1 T 2
Não invasivo 9/56,25% 23/74,2% 0,211
Invasivo 7/43,75% 8/25,8%
CASO 1 T 3
Não invasivo 10/62,5% 15/48,4% 0,358
Invasivo 6/37,5% 16/51,6%
CASO 2 T 1
Não invasivo 11/68,75% 23/71,2% 0,693
Invasivo 5/31,25% 8/28,8%
CASO 2 T 2
Não invasivo 13/81,25% 27/87,1% 0,676
Invasivo 3/18,75% 4/12,9%
CASO 2 T 3 Não invasivo 14/87,5% 26/83,9% 1,000
Invasivo 2/12,5% 5/16,1%
CASO 3 T 1
Não invasivo 6/37,5% 11/35,5% 0,892
Invasivo 10/62,5% 20/64,5%
CASO 3 T 2
Não invasivo 6/37,5% 13/41,9% 1,000
Invasivo 10/62,5% 18/58,1%
CASO 3 T 3 Não invasivo 11/68,75% 19/61,3% 0,753
invasivo 5/31,25% 12/38,7%
Total 16/34,0% 31/66,0%
30
Também não foram observadas associações significativas para as indicações de
tratamento em todos os casos de acordo com a especialidade e a etiologia da HSDC.
No tratamento 1 para os casos 1 e 2 a OHO foi a maior indicação (n=17/36,2% e
n=15/31,9%, respectivamente), e para o caso 3 o RREG foi o mais indicado (n=22/46,8%).
Dentre os tratamentos invasivos, 14(29,8%) foram cirúrgicos e 4(8,5%) restauradores para o
caso 1, 1(2,1%) cirúrgicos e 12(25,5%) restauradores para o caso 2 e no caso 3, 22(46,8%)
cirúrgicos e 8(17%) restauradores.
Com relação as diferentes especialidades, no tratamento 1 (Tabela 4), para o caso 1, os
clínicos gerais indicaram com maior frequência a OHO 14(48,3%), os periodontistas o RREF
7(70%) e os especialista em dentística indicaram o VF 2(25%). Já no caso 2, os clínicos gerais
indicaram com maior frequência a OHO 12(41,4%), os periodontistas o VF e o DenNaF ambos
com 2(20%) e os especialista em dentística indicaram com maior frequência a RC 4(50%). Por
fim no caso 3, todas as especialidades indicaram com maior frequência a RREG os clínicos
gerais 10 (34,5%), os periodontistas 8 (80%) e os especialistas em dentística 4 (50%).
31
Tabela 4: Caracterização do Tratamento 1
Orientação de higiene oral - OHO; enxaguatório diário com fluoreto de sódio a 0,05% - Enx.NaF0,05%;
verniz fluoretado - VF; dentifrícios contendo nitrato de potássio - DenKNO3; dentifrícios contendo fluoreto
de sódio - DenNaF; dentifrício contendo arginina – DenArg; recobrimento radicular com enxerto gengival
– RREG; cimento ionômero de vidro convencional - CIVc; cimento ionômero de vidro modificado por resina
- CIVmr; resina composta – RC.
32
Já no tratamento 2 para o caso 1 o CIVmr e VF foram os mais indicados (n=7/14,9%
para cada), para o caso 2 o EnxNaF0,005% (n=11/23,4%) e para o caso 3 o RREG
(n=12/25,5%). Dentre os invasivos, 2(4,3%) foram cirúrgico e 13(27,7%) restauradores para o
caso 1, todos restauradores para o caso 2 e no caso 3 16(34,0%) restauradores e 12(25,5%)
cirúrgicos.
Levando em conta as diferentes especialidades (Tabela 5), no tratamento 2, para o caso
1 os clínicos gerais indicaram com maior frequência o VF com 5(17,2%), os periodontistas o
CIVmr com 3(30%) e os especialista em dentística indicaram mais o VF e CIVc todos com
2(25%). Já no caso 2, todas as especialidades indicaram com maior frequência o EnxNaF
0,05% os clínicos gerais 6(20,7%), os especialista em dentística 3(37,5%) e os periodontistas
2(20%), estes também indicaram com maior frequência a RC com 2(20%). E no caso 3, os
clínicos gerais indicaram com maior frequência o RREG e RC ambos com 8(27,6%), os
especialistas em dentística indicaram com maior frequência o EnxNaF0,05%, CIVc e RC todos
com 2(25%) e os periodontistas indicaram com maior frequência o RREG 2(20%), CIVc
2(20%), OHO2(20%) e VF 2(20%).
33
Tabela 5: Caracterização do Tratamento 2
Orientação de higiene oral - OHO; enxaguatório diário com fluoreto de sódio a 0,05% - Enx.NaF0,05%;
verniz fluoretado - VF; selante resinoso fluoretado – SRF; dentifrícios contendo nitrato de potássio -
DenKNO3; dentifrícios contendo fluoreto de sódio - DenNaF; Laser de diodo - ArGaAL; recobrimento
radicular com enxerto gengival – RREG; cimento ionômero de vidro convencional - CIVc; cimento ionômero
de vidro modificado por resina - CIVmr; resina composta – RC.
34
No tratamento 3 para o caso 1 o mais citado foi o RREG (n=12/25,5%), caso 2
EnxNaF0,005% e DenKNO3 (n=7/14,9% para cada) e caso 3 RC (n=7/14,9%). Dentre os
invasivos, 12(25,5%) cirúrgicos e 10(21,3%) restauradores no caso 1, 2(4,3%) cirúrgicos e 5
(10,6%) restauradores caso 2 e 11(23,4) restauradores e 6 (12,8%) cirúrgicos para o caso 3.
De acordo com as diferentes especialidades (Tabela 6), no tratamento 3, para o caso 1,
os clínicos gerais indicaram com maior frequência o RREG com 7(24,1%) e a RC com
6(20,7%), os periodontistas o VF e a RREG em ambos com 3(30%) e os especialistas em
dentística indicaram com maior frequência a OHO e RREG todos com 2(25%). Já no caso 2
os clínicos gerais indicaram com maior frequência o EnxNaF 0,05% com 5 (17,24%), os
periodontistas indicaram o VF e o DenKNO3, ambos com 2(20%) e os especialistas em
dentística indicaram com maior frequência o CIVc e DenKNO3, todos com 2 (25%). E no caso
3 os clínicos geral indicaram com maior frequência o RREG, DenNaF e RC todos com
4(13,8%), os periodontistas indicaram com maior frequência a RC com 3(30%) e os
especialistas em dentística indicaram com maior frequência a OHO, EnxNaF 0,05% e RREG
2(25%).
35
Tabela 6: Caracterização do Tratamento 3
Orientação de higiene oral - OHO; enxaguatório diário com fluoreto de sódio a 0,05% - Enx.NaF0,05%;
verniz fluoretado - VF; selante resinoso fluoretado – SRF; dentifrícios contendo nitrato de potássio -
DenKNO3; dentifrícios contendo fluoreto de sódio - DenNaF; dentifrício contendo arginina – DenArg; Laser
de diodo - ArGaAL; recobrimento radicular com enxerto gengival – RREG; cimento ionômero de vidro
convencional - CIVc; resina composta – RC.
36
5. DISCUSSÃO
A hipersensibilidade dentinária cervical (HSDC) é uma patologia que atinge uma
grande parcela da população mundial em cerca de 35%, quantidade semelhante a do Brasil
(CAVALCANTE et al., 2015) (SCARAMUCCI et al., 2013). Em relação ao estado do Rio
Grande do Norte, não foram encontrados trabalhos que tivessem dados de prevalência. Essa
enfermidade é responsável por uma condição dolorosa e de desconforto, causando transtornos
físicos e até emocionais no paciente (ZADO; PILATTI, 2016), que o levam a buscar tratamento
em consultórios odontológicos particulares ou em serviços de saúde pública com uma
frequência razoável.
Segundo Tonetto et al. (2012), o conhecimento da etiologia e teste diagnóstico sobre a
HSDC é primordial para um tratamento seguro e efetivo. Com o intuito de saber como está
esse conhecimento dos cirurgiões dentistas de Natal foram feitas duas perguntas sobre esses
dois assuntos, sendo observado que 72,34 % acertaram as duas questões e 27,65 % acertaram
uma, ou seja, todos os participantes acertaram no mínimo uma questão (Tabela 1). Esse elevado
índice de conhecimento sobre a etiologia e diagnóstico sobre a HSDC pode ser devido ao
enorme conteúdo de informações presentes na literatua e a atualização dos profissionais sobre
essa patologia.
Todos os indivíduos com menos de 5 anos de formado acertaram as duas questões
(Tabela 2), que pode ter se dado pelo fato dessas informações terem sido adquiridas
recentemente por esses indivíduos durante a graduação, quando comparados com a categoria
de cirurgiões dentistas que já são formados (SILVA et al., 2018). Outro fator observado foi um
maior número de acertos proporcional por parte do grupo dos especialistas, o que pode estar
associado a atualização por parte desses profissionais.
Houve também uma maior frequência do uso de tratamentos menos invasivos por parte
dos profissionais independente do tempo formado (Tabela 3), isso provavelmente pode ter
ocorrido devido a esses participantes terem uma formação profissional com práticas mais
conservadoras, atraumáticas e menos invasivas. Segundo Tumenas et al. (2014), nas últimas
três décadas, houve uma melhor compreensão da biologia estrutural e funcional dos tecidos
dentais, evidenciando que não necessitava de uma abordagem mecanicista, o que levou a uma
abordagem menos invasiva dos tecidos orais.
Os casos 1 e 3 representam a HSDC em recessões gengivais classificadas
respectivamente como RT1, pela nova classificação das doenças periodontais (CORTELLINE;
BISSADA, 2018) sem e com perda de estrutura respectivamente, apresentando o caso 2 uma
37
HSDC sem recessão gengival e sem perda aparente de estrutura dentária. A literatura
recomenda que, o tratamento inicie por agente menos invasivo e, caso não tenha sucesso,
recorrer a tratamentos mais invasivos, como cirurgia periodontal, esta podendo ser usada como
último recurso para resolver a HSDC ou usada como forma de primeiro tratamento, quando
não há nenhuma outra indicação para a cobertura do dente, ou queixa estética do paciente, ou
progressão da recessão gengival (OLIVEIRA; PAIVA; COTA, 2017), que pode ser visto no
caso 3.
No caso 1, houve uma maior frequência de tratamento não invasivo - tratamentos 1, 2
e 3, entretanto no tratamento 3 houve uma maior frequência do agente dessensibilizante RRGE
(Tabela 4 A, Tabela 5A e Tabela 6A), e os clínicos gerais foram os que apresentaram uma
maior frequência de tratamento não invasivo, porém por essa amostra ser pequena não detectou
diferença significativa. Esse dado corresponde o que se observa na literatura, em Oliveira,
Paiva e Cota (2017), onde deve-se iniciar o tratamento por métodos menos invasivos e ir
caminhando para o invasivo. Entretanto os periodontistas indicaram o RREG como primeiro
tratamento para esse caso (Tabela 4 D) que, segundo Cortellini e Bissada (2018), na presença
de uma recessão gengival, como a deste caso, recomenda-se fazer o recobrimento radicular.
Caso não seja tratada, essa recessão pode progredir com o aumento da sua profundidade devido
a perda de tecido queratinizado, havendo perda de inserção gengival.
Para o caso 2 ocorreu uma maior frequência de tratamento não invasivo, em todos os
tratamentos (Tabela 4 A, Tabela 5A e Tabela 6A). Isso ocorreu devido o caso em questão, não
necessitar de tratamento invasivo, de acordo com Marquezini et al. (2002), como não apresenta
cavitação, o seu tratamento consiste em tratamento conservador que visa à obliteração dos
túbulos dentinários e/ou diminuição da excitabilidade dos nervos pulpares.
O caso 3 apresentou com maior frequência o tratamento invasivo, na primeira e segunda
opções de tratamento (Tabela 4A, Tabela 5A e Tabela 6A), o que corrobora com a
recomendação de Oliveira, Paiva e Cota (2017), devendo ser utilizada quando não há nenhuma
outra indicação para a cobertura do dente ou progressão da retração gengival. Em contrapartida,
a terceira opção de tratamento houve uma frequência maior de tratamento não invasivo, este
fato pode ser devido que a maioria dos participantes não ter mais opção de tratamento, uma
vez que já tinham escolhido tratamentos invasivos nos tratamentos anteriores, como a cirurgia,
o que, segundo Oliveira et al. (2012), é irreversível, não necessitando de nenhum outro
tratamento posterior a cirurgia.
No tratamento 1 (Tabela 4), para os casos 1 e 2 houve uma maior frequência para o
tratamento não invasivo, e no caso 3 o tratamento invasivo. Entretanto quando levado em conta
38
as especialidades de forma isolada, os periodontistas indicaram como maior frequência, para o
caso 1, o tratamento cirúrgico, enquanto que os especialista em dentística, a RC para o caso 2.
Isso pode ter ocorrido pela padronização do estudo durante a especialização, contudo não se
tem dados na literatura que possam confrontar esse acontecimento.
Dentre os tratamentos não invasivos que foram indicados com maior frequência estão
a OHO, VF e DenNaF, enquanto que os invasivos foram o RREG e a RC.
De acordo com Oliveira et al. 2012, quando expostos os túbulos dentinários, seja em
uma recessão gengival ou perda da estrutura dentária, estes túbulos sofrem com processos ou
hábitos que são capazes de mantê-los abertos. Isso pode ser revertido com OHO e orientação
da “dieta”, como recomendado por Oliveira, Paiva e Cota (2017), que inclui evitar o uso de
grandes quantidades de dentifrício ou reaplicá-lo durante a escovação; evitar escovas de dentes
com cerdas médias ou duras; evitar escovar os dentes imediatamente após a ingestão de
alimentos ácidos; evitar escovar os dentes com pressão excessiva e/ou por um período
prolongado de tempo; evitar uso de fio dental excessivo ou uso indevido de outros dispositivos
de limpeza interproximal.
Foi descrito por Cavalcante et al. (2015), e Santos et al. (2010), um relato de caso em
que analisou o uso de VF frente a HSDC em pacientes com recessão gengival, mostrando que
houve uma redução da HSDC pelo teste de desidratação, porém posteriormente houve um
retorno dessa sensibilidade a níveis estatisticamente semelhantes ao inicial. Foi observado que
as partículas de fluoreto de cálcio são instáveis, podendo dissociar por meio de escovação e/ou
alimentação ácida, fazendo com que seu efeito seja de curta duração. Desta forma são
necessárrias várias aplicações sobre a superfície dentinária exposta, outro fator que contribui
para a ineficiência é o fato de cristais de fluoreto de cálcio serem de diâmetro relativamente
pequeno. No entanto, Oliveira, Paiva e Cota (2017), afirmam que compostos fluoretados
adivindos de dentifrícios, formam um precipitado de cristais insolúveis, principalmente de
glóbulos de fluoreto de cálcio, que promovem a remineralização e obstruem os túbulos
dentinários abertos na superfície de dentina exposta.
O RREG foi recomendado por Oliveira, Paiva e Cota (2017), quando não há nenhuma
outra indicação para a cobertura do dente, ou queixa estética do paciente, ou progressão da
retração gengival, como também por Oliveira et al. (2012), o qual afirmam que nesse tipo de
recessão (casos 1 e 3) é possível um recobrimento radicular reestruturando as estruturas
periodontais perdidas, por meio de procedimentos de recobrimento radicular com enxerto
gengival, sendo a melhor opção.
39
A RC não é indicada (para o caso 2) segundo Zado e Pilatti (2016), pois o caso não
apresenta lesão visível e os procedimentos restauradores seriam os recursos mais positivos a
serem empregados no tratamento da hipersensibilidade quando outros métodos falharem.
Como segunda opção de tratamento (Tabela 5), foi indicado com maior frequência para
o caso 1, tratamento não invasivo, para o caso 2, tratamento não invasivo, e para o caso 3,
tratamento cirúrgico. Mas quando se leva em consideração as especialidades, os periodontistas
indicaram com maior frequência a RC e EnxNaF 0,05% no caso 2. No caso 3, além da RREG,
foi indicado com maior frequência o CIVmr e tratamento não invasivo, este fato se deve, como
dito anteriormente, a maioria dos participantes não ter mais opção de tratamento, uma vez que
ja tinham escolhido a cirurgia como primeira opção de tratamento, sendo este, segundo Oliveira
et al. (2012), irreversível, não necessitando de um outro tratamento posterior a cirurgia.
Dentre os tratamentos não invasivos indicados com maior frequência na segunda opção
de tratamento, estão o VF para o caso 1 e 2, e o EnxNaF 0,05%, caso 2 e 3, já os invasivos
foram os CIVmr, CIVc para os casos 1 e 3 e a RC para figura 2 e 3.
O VF assim como o EnxNaF 0,05% são agentes reversívies (OLIVEIRA et al., 2012)
que obliteram os túbulos dentinários, os quais podem ser usados tanto em recessões gengivais
como em perda dentária sem lesão visível (CAVALCANTE et al., 2015; SALAZAR;
NAKOUZI, 2017). Já o CIVmr, CIVc e RC, segundo Oliveira et al. (2012), caso o clínico opte
por tratamento com restaurações permanentes, para a reestruturação das estruturas periodontais
lesadas, seja ela parcial ou total, os mesmos devem estar cientes do caráter irreversível desta
terapia, que é capaz de comprometer adversamente qualquer tentativa posterior de
recobrimento radicular com terapia mucogengival.
Para o terceiro tratamento (Tabela 6) foi indicado com maior frequência a terapia não
invasiva para todos casos, entretanto quando se leva em conta os agentes dessensibilizantes, o
caso 1 tem uma maior frequência de RRGE, em todos os grupos, mostrando que esse agente é
um dos mais indicados para esse caso, quando ocorre recidiva após outros tratamentos. Onde,
de acordo com Oliveira, Paiva e Cota (2017), ocorrendo recidiva após o tratamento, recorre-se
ao tratamento invasivo, porém segundo Cortellini e Bissada (2018), o RREG pode ser usado
como primeira forma de tratamento nesse caso.
No terceiro tratamento do caso 2 (Tabela 6), foram recomendados com maior
frequência os agentes dessensibilizantes que contêm fluoretos (obliteram os túbulos
dentinários) e dentifrício à base de nitrato de potássio, o qual atua despolarizando fibras
nervosas da polpa (CAVALCANTE et al., 2015), tendo efeito mais rápido e duradouro.
40
Para o terceiro tratamento do caso 3 (Tabela 6), foi indicado com maior frequência o
tratamento não invasivo, estando em desacordo com a literatura, isso provavelmente pode ser
explicado pela falta de opção de tratamento, uma vez que a maioria dos participantes,
escolheram a cirurgia como primeira ou segunda opção de tratamento.
Houve dificuldade para realização deste trabalho, com relação ao recrutamento de
profissionais, havendo redução de participantes. No início do trabalho, considerando o erro de
amostragem de 5% (1,96) e nível de significância de 95%, a amostra deveria contar com 120
participantes, destes 60 clínicos gerais, 37 periodontistas e 23 especialistas da área de dentística
que atuam profissionalmente na cidade de Natal. Devido a discordância, a amostra foi
diminuida para 34 participantes, aumentando a margem de erro para 10% e mantendo o nível
de significância em 95%, contudo conseguiu-se a participação de 47 profissionais.
41
6. CONCLUSÃO
Diante dos resultados obtidos através da análise estatística, pode-se concluir:
Os recém-formados e profissionais experientes tratam a HSDC de forma
conservadora.
Os profissionais com ate cinco anos de experiência, apresentam um maior
conhecimento sobre a etiologia e teste diagnóstico dessa patologia que os profissionais mais
experientes.
Apesar de não ter diferença significativa os clínicos geral, foram os que indicaram
com maior frequência o tratamento não invasivo.
Os cirurgiões dentistas da cidade do Natal, estão atuando de acordo com a literatura,
iniciando o tratamento com o uso de agentes não invasivos (de acordo com a situação clínica),
ou iniciando com tratamento invasivo (dependendo do caso). No entanto é necessário sempre
estar atualizado.
A amostra desse estudo foi pequena, necessitando de uma amostra maior, para poder
detectar diferença estatística significativa entre as variáveis de estudos.
42
REFERÊNCIAS
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43
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revisão de literatura. Periodontia, Rio de Janeiro, v. 26, n. 2, p. 28-33, 2016.
44
APÊNDICE 1
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIA DA SAÚDE
DEPARAMENO DE ODONTOLOGIA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Avaliação sobre as formas de abordagem terapêutica mais empregada para o tratamento da
hipersensibilidade dentinária cervical (HSDC)
1. Nome:
2. Idade:
3. Gênero:
4. Especialidade
( 1 ) Clínico Geral
( 2 ) Periodontista
( 3 ) Especialista em Dentística
5. Tempo de formado: ____ Anos.
6. Quais testes você realiza para diagnosticar a hipersensibilidade dentinária cervical (HSDC)?
___________________________________________________________________________
_________________________________________________________________
7. Enumere 3 fatores etiológicos para a hipersensibilidade dentinária cervical (HSDC)
45
7.1. ___________________________________________________________________
7.2. ___________________________________________________________________
7.3. ___________________________________________________________________
8. Observando essas fotografias, como você trataria uma hipersensibilidade dentinária cervical
(HSDC) moderada, em cada uma das imagens?
Imagem 1. Imagem 2. Imagem 3
Observação: devem ser indicadas TRÊS formas de tratamento, para cada imagem, com uma
numeração, da seguinte forma: (1). Primeira opção de tratamento; (2). Segunda opção de
tratamento e (3) Terceira opção de tratamento; as outras formas de tratamento ficam em branco.
46
TRATAMENTOS Fig. 1 Fig. 2 Fig. 3
A- Orientação de Higiene Oral
B- Enxaguatório diário com fluoreto de sódio a 0,05%
C- Hidróxido de Cálcio + Selante
D- Selante resinoso fluoretado
E- CIV convencionais
F- CIV modificado por resina
G- Verniz Fluoretado
H- Pasta fluoreto de sódio + glicerina + selante dentário
I- Dentifrícios contendo Nitrato de potássio
J – Recobrimento radicular com enxerto gengival
K- Dentifrícios contendo Fluoreto de sódio
L. Dentifrício contendo Arginina
K- Resina composta
L- Terapia com laser de diodo de Arseniato de Gálio
Alumínio
M – Outro
47
ANEXO 1
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIA DA SAÚDE
DEPARAMENO DE ODONTOLOGIA
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – TCLE
Esclarecimentos
Este é um convite para você participar da pesquisa: “Avaliação sobre as formas de
abordagem terapêutica mais empregada para o tratamento da hipersensibilidade dentinária
cervical”, que tem como pesquisador responsável o Prof. Dr. Euler Maciel Dantas.
Esta pesquisa pretende: Avaliar comparativamente as formas de abordagem
terapêuticas mais empregadas na hipersensibilidade dentinária cervical, segundo a etiologia e
a especialidade odontológica.
O motivo que nos leva a fazer este estudo. É devido ao fato de que a hipersensibilidade
dentinária cervical se trata de uma enfermidade que atinge uma grande parcela da população e
possui uma grande variedade de formas de tratamento, esse assunto nos trouxe a curiosidade
sobre quais formas de tratamento os cirurgiões dentistas, na cidade de Natal estão utilizando.
Caso você decida participar, solicitamos que você responda a um questionário de
múltipla escolha, o qual dura em média dez minutos, não será feita gravação de voz e/ou
imagem.
Como trata-se de um estudo que envolve dados dos participantes, a pesquisa apresenta
riscos relacionados à quebra de sigilo e confidencialidade de informações, assim, para
minimizar os riscos e sua exposição, você (no caso o participante) terá a garantia que os dados
coletados serão mantidos em sigilo e confidencialidade, sendo utilizados tão somente para
realização deste estudo; serão tomadas as devidas precauções pela equipe de execução da
referida pesquisa, que se compromete a manusear seus dados (dados do participante) em
ambiente reservado e destinado para isso. Ressalta-se que em nenhum momento você (o
48
participante) e os demais participantes recrutados serão identificados nos resultados da
pesquisa. Você terá como beneficio a sugestão de um protocolo de intervenção para
hipersensibilidade dentinária cervical, baseado na literatura atual.
Em caso de algum problema que você possa ter relacionado com a pesquisa, você terá
direito à assistência gratuita que será prestada pelo responsável pela pesquisa o Prof. Dr. Euler
Maciel Dantas.
Esclarecemos que sua participação, no estudo é voluntária e, portanto, o(a) senhor(a)
não é obrigado(a) a fornecer as informações e/ou colaborar com as atividades solicitadas pelo
Pesquisador. Caso decida não participar do estudo, ou resolver a qualquer momento desistir do
mesmo, não sofrerá nenhum dano, nem haverá modificação na assistência que vem recebendo
na Instituição (se for o caso). Os pesquisadores estarão a sua disposição para qualquer
esclarecimento que considere necessário em qualquer etapa da pesquisa. Durante todo o
período você poderá tirar suas dúvidas ligando para Prof. Dr. Euler Maciel Dantas (84) 3215-
4104.
Você tem o direito de se recusar a participar ou retirar seu consentimento, em qualquer
fase da pesquisa, sem nenhum prejuízo para você.
Os dados que você irá nos fornecer serão confidenciais e serão divulgados apenas em
congressos ou publicações científicas, não havendo divulgação de nenhum dado que possa lhe
identificar.
Esses dados serão guardados pelo pesquisador responsável por essa pesquisa em local
seguro e por um período de 5 anos.
Qualquer dúvida sobre a ética dessa pesquisa você deverá ligar para o Comitê de Ética
em Pesquisa – instituição que avalia a ética das pesquisas antes que elas comecem e fornece
proteção aos participantes das mesmas – da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, nos
telefones (84) 3215-3135 / (84) 9.9193.6266, através do e-mail [email protected] ou
pelo formulário de contato do site <www.cep.propesq.ufrn.br>. Você ainda pode ir
pessoalmente à sede do CEP, de segunda a sexta, das 08:00h às 12:00h e das 14:00h às 18:00h,
na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Campus Central. Lagoa Nova. Natal/RN.
CEP 59078-970
Este documento foi impresso em duas vias. Uma ficará com você e a outra com o
pesquisador responsável Prof. Dr. Euler Maciel Dantas
49
Consentimento Livre e Esclarecido
Considerando, que fui informado (a) dos objetivos e da relevância do estudo proposto,
de como será minha participação, dos procedimentos e riscos decorrentes deste estudo, declaro
o meu consentimento em participar da pesquisa, como também concordo que os dados obtidos
na investigação sejam utilizados para fins científicos (divulgação em eventos e publicações).
Estou ciente que receberei uma via desse documento.
Natal,
Assinatura do participante da pesquisa
Declaração do pesquisador responsável
Como pesquisador responsável pelo estudo “Avaliação sobre as formas de abordagem
terapêutica mais empregada para o tratamento da hipersensibilidade dentinária cervical”,
declaro que assumo a inteira responsabilidade de cumprir fielmente os procedimentos
metodologicamente e direitos que foram esclarecidos e assegurados ao participante desse
estudo, assim como manter sigilo e confidencialidade sobre a identidade do mesmo.
Declaro ainda estar ciente que na inobservância do compromisso ora assumido estarei
infringindo as normas e diretrizes propostas pela Resolução 466/12 do Conselho Nacional de
Saúde – CNS, que regulamenta as pesquisas envolvendo o ser humano.
Natal,
Assinatura do pesquisador responsável
Impressão datiloscópica do
participante