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Poemas de Rogério Mattos Contato: [email protected]

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Poemas Contato: [email protected]

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Page 1: Rogerio Mattos

Poemas de Rogério Mattos

Contato: [email protected]

Page 2: Rogerio Mattos

CAMINHO DAS ESTRELAS

- Não te aflijas, filho,com as calamitosas tempestadesde tua vida

Muitos e graves erroscobrem a tua existência

Inúmeras e incontáveisexperiências levarãoo selvagem ao caminhodas estrelas

Se tens casaco de pedrairá te ensinar um livroa ter linhagem de prata

Page 3: Rogerio Mattos

Paligenesia

Onde está o TempoQue na pedra o ventoBate sem parar

Page 4: Rogerio Mattos

ESTELAÀ Camille Flammarion

Estela é o nome da musaQue prepara todas as auroras

Quem se atreve a comer com elaNão cozinha nem precisa se alimentarMistura-se ao astro poenteQue nenhuma câmara de filme pode filmar

Flama de amor ferventeSe não queima o corpoSomente o coração perceberá

Seus olhos – límpidas retinas – São como o corpoQue só quem possuir almaencontrará

Page 5: Rogerio Mattos

MADRIAGAL EM HOMENAGEM A GUIMARÃES ROSA

Quando a toada da noite surgirO chefe vai cantar seu madrigalA lua ponteia em JacuíÉ quando segura mais forte seu embornal

Quando aparece o AlaripeMano bom de mui fina moralA lua ponteia em JacuíAnunciando a luta do bem contra o mal

O velho já ouviu o juritiPássaro voa no matagalJá se anunciou no Serro-CuríChefe-velho apareceu no matagal

Quando aparece o AlaripeJá se anunciou em todos GeraisChefe-velho está plantado no sertão Como buritiÉ senhor do bem e do mal

Page 6: Rogerio Mattos

Sob o céu

Sabia que viveria esse momentoSob as montanhas de JubarteEla me amavaO sol reapareceriaDepois desapareceriaComo as noites de luar

Page 7: Rogerio Mattos

Nascimento da Lua

Gostar é como o desabrochar da florPaixão que se move sem quererPrende o olharCelebra o amorCanta sem poder

Não é a toa que nos faz sofrerCala ao me darGotas de melSangra sem doer

E o que nos faz a dorSe não levar a reviverReparte o olharA boca de melSob o luarJá não sou mais meu Nem seu

E o que nos faz sonharSe não a partilha de viverCada olharÉ como o melDoce ilusão de viver