samael aun weor - tratado de psicologia revolucionária

116

Upload: gustavo-erasmi

Post on 09-Sep-2015

251 views

Category:

Documents


11 download

DESCRIPTION

Livro imprescindível para aqueles que buscam libertar-se do sofrimento e alcançarem a auto-realização.

TRANSCRIPT

  • TRATADO DE PSICOLOGIAREVOLUCIONRIA

    SAMAEL AUN WEOR

  • 4

    PREFCIO

    O presente Tratado de Psicologia Revolucionria uma nova Mensagem que o Mestre outorga aos irmos tendo como motivo o Natal de 1975. um Cdigo completo que nos ensina a matar defeitos.

    At agora o estudantado se conforma em reprimir os defeitos, algo assim como o chefe militar que se impe perante seus subordinados, pes-soalmente temos sido tcnicos em reprimir defeitos, mas chegou o mo-mento em que nos vemos obrigados a mat-los, a elimin-los, valendo-nos da tcnica do Mestre Samael quem de forma ntida, precisa e exata nos d as chaves.

    Quando os defeitos morrem, alm da Alma expressar-se com sua imaculada beleza, tudo muda para ns, muitos perguntam como fazer quando vrios defeitos afloram ao mesmo tempo, e a eles lhes responde-mos que eliminem a uns e que os outros esperem; a esses outros podem reprimi-los para mais tarde eliminar.

    No PRIMEIRO CAPTULO nos ensina como mudar a pgina de nossa vida, romper: Ira, cobia, inveja, luxria, orgulho, preguia, gula, desejo, etc. indispensvel dominar a mente terrena e fazer girar o vrtice frontal para que este absorva o eterno conhecimento da mente universal. Neste mesmo captulo nos ensina a examinar o nvel moral de Ser e mudar este nvel. Isto possvel quando destrumos nossos defeitos.

    Toda mudana interior traz como consequncia uma mudana ex-terior. O nvel de Ser de que trata o Mestre nesta obra refere-se condio em que nos encontramos.

    No SEGUNDO CAPTULO explica que o nvel de Ser o degrau onde nos encontramos situados na escala da Vida, quando subimos esta escala ento progredimos, mas quando permanecemos estacionados nos produz aborrecimento, falta de vontade, desengano, tristeza, pesar.

    No TERCEIRO CAPTULO nos fala sobre a rebeldia Psicolgica e nos ensina que o ponto Psicolgico de partida est dentro de ns e nos diz que o caminho vertical ou perpendicular o campo dos Rebeldes, dos que buscam mudanas imediatas, de tal sorte que o trabalho sobre si mesmo a caracterstica principal do caminho vertical; os humanoides caminham pelo caminho horizontal na escala da vida.

    No QUARTO CAPTULO determina como se produzem as mu-

  • 5

    danas; a beleza de uma criana obedece ao fato de no ter desenvolvido seus defeitos e vemos que conforme estes vo se desenvolvendo na criana, vai perdendo sua beleza Inata.

    Quando desintegramos os defeitos a Alma se manifesta em seu es-plendor e isto as pessoas o percebem a olho nu, alis, a beleza da Alma a que embeleza o corpo fsico.

    No QUINTO CAPTULO nos ensina o manejo deste ginsio Psi-colgico, e o mtodo para aniquilar a feiura secreta que temos dentro de ns (os defeitos); tambm nos ensina a trabalhar sobre ns mesmos, para conseguir uma transformao Radical.

    Mudar necessrio, mas as pessoas no sabem como mudar, sofrem muito e se contentam em colocar a culpa nos demais, no sabem que uni-camente eles so os responsveis pelo manejo de sua Vida.

    No SEXTO CAPTULO, nos fala sobre a vida, nos diz que a vida resultado de um problema que ningum entende: Os estados so Interiores e os eventos so Exteriores.

    No STIMO CAPTULO, nos fala sobre os estados Interiores, e nos ensina a diferena que h entre os estados de conscincia e os aconteci-mentos exteriores da vida prtica.

    Quando modificamos os estados equivocados da conscincia, isto origina mudanas fundamentais em ns.

    Fala-nos no NONO CAPTULO sobre os acontecimentos pessoais, e nos ensina a corrigir os estados Psicolgicos equivocados e os estados interiores errneos, a colocar ordem em nossa desordenada casa interior; a vida interior traz circunstncias exteriores e se estas so dolorosas deve--se aos estados interiores absurdos. O exterior o reflexo do interior, a mudana interior origina de Imediato uma nova ordem de coisas.

    Os estados interiores equivocados nos convertem em vtimas in-defesas da perversidade humana. O mestre nos ensina a no nos iden-tificarmos com nenhum acontecimento, recordando-nos que tudo passa; devemos aprender a ver a vida como um filme e no drama devemos ser observadores, no nos confundir com o drama.

    Um de meus filhos tem um Teatro onde so exibidos os filmes mo-dernos e este enche quando trabalham artistas que se distinguiram com scares; Um dia qualquer meu filho lvaro me convidava para assistir um filme onde trabalhavam artistas com scares, ao convite lhe respondi

  • 6

    que no podia assistir porque estava interessado em um drama humano melhor que o de seu filme, onde todos os artistas eram scares; ele me perguntou: Qual o drama?, e eu lhe respondi, O drama da Vida; Ele continuou, Mas nesse drama todos ns trabalhamos, e lhe manifestei: Eu trabalho como observador desse Drama. - Por qu? Lhe respondi: Porque eu no me confundo com o drama, fao o que devo fazer, no me emociono nem me entristeo com os acontecimentos do drama.

    No DCIMO CAPTULO nos fala sobre os diferentes eus e nos ex-plica que na vida interior das pessoas no existe trabalho harmonioso por ser uma soma de eus, por isso tantas mudanas na vida diria de cada um dos atores do drama: cimes, sorrisos, prantos, raiva, susto, essas ca-racterstica nos mostram as mudanas e alteraes to variadas a que nos expem os eus de nossa personalidade.

    No DCIMO PRIMEIRO CAPTULO nos fala sobre nosso querido Ego e nos diz que os eus so valores psquicos, j sejam positivos ou ne-gativos, e nos ensina a prtica da auto-observao interior e assim vamos descobrindo a muitos eus que vivem dentro de nossa personalidade.

    No DCIMO SEGUNDO CAPTULO nos fala da Mudana Radi-cal, ali nos ensina que no possvel mudana alguma em nossa psique sem observao direta de todo esse conjunto de fatores subjetivos que le-vamos dentro de ns.

    Quando aprendemos que no somos um, seno muitos dentro de ns, vamos no caminho do autoconhecimento. Conhecimento e Compre-enso so diferentes, o primeiro da mente e o segundo do corao.

    CAPTULO TREZE; Observador e observado, ali nos fala do atleta da auto-observao interna, que aquele que trabalha seriamente sobre si mesmo, e se esfora para afastar os elementos indesejveis que carregamos.

    Para o autoconhecimento devemos nos dividir em observador e ob-servado, sem esta diviso jamais poderamos chegar ao autoconhecimento.

    No CAPTULO CATORZE nos fala sobre os pensamentos Negati-vos; e vemos que todos os eus possuem inteligncia e se valem de nosso Centro Intelectivo para lanar conceitos, ideias, anlise, etc., o qual indica que no possumos mente individual; vemos neste captulo que os eus abu-sivamente usam nosso centro pensante.

    No CAPTULO QUINZE nos fala sobre a individualidade. Ali a pessoa se d conta que no temos conscincia, nem vontade prpria, nem

  • 7

    individualidade. Mediante a auto-observao ntima podemos ver as pes-soas que vivem em nossa psique (os eus), e que devemos eliminar para conseguir a Transformao Radical, posto que a individualidade sagrada. Vemos o caso das Mestras de escola, que vivem corrigindo as crianas toda a vida e assim chegam decrepitude, porque tambm se confundiram com o drama da vida.

    Os captulos restantes do 16 ao 32 so interessantssimos para todas aquelas pessoas que queiram sair da multido, para os que aspiram ser algo na vida, para as guias altaneiras, para os revolucionrios da conscincia e de esprito indomvel, para aqueles que renunciam coluna vertebral de borracha, que no dobram seu pescoo ante o chicote de qualquer tirano.

    DCIMO SEXTO CAPTULO, nos fala o Mestre sobre o livro da vida. conveniente observar a repetio de palavras dirias, a recorrncia das coisas de um mesmo dia, tudo isso nos conduz ao autoconhecimento.

    No DCIMO STIMO CAPTULO nos fala sobre as criaturas me-cnicas e nos diz que quando algum no se auto-observa no pode dar--se conta da incessante repetio diria; quem no deseja observar-se a si mesmo tampouco deseja trabalhar para conseguir uma verdadeira trans-formao Radical, nossa personalidade somente uma marionete, um bo-neco falante, algo mecnico, somos repetidores de acontecimentos, nossos hbitos so os mesmos, nunca quisemos modific-los.

    DCIMO OITAVO CAPTULO, trata-se do Po Supersubstancial. Os hbitos nos mantm petrificados, somos pessoas mecnicas carregadas de velhos hbitos, devemos provocar mudanas internas. A auto-observa-o indispensvel.

    DCIMO NONO CAPTULO, nos fala do bom dono de casa. Te-mos que nos afastar do drama da vida, h que defender a fuga da psique, este trabalho vai contra a vida, trata-se de algo muito diferente da vida diria.

    Enquanto algum no faa uma mudana interior ser sempre v-tima das circunstncias. O bom dono de casa aquele que nada contra a correnteza, os que no querem deixar-se devorar pela vida so muito escassos.

    No VIGSIMO CAPTULO nos fala sobre os dois mundos, e nos diz que o verdadeiro conhecimento, que realmente pode originar em ns uma mudana interior fundamental, tem como base a auto-observao di-

  • 8

    reta de ns mesmos. A auto-observao interior um meio para mudar intimamente, mediante a auto-observao de ns mesmos aprendemos a caminhar no caminho interior.

    O sentido da auto-observao de si mesmo encontra-se atrofiado na raa humana, mas este sentido desenvolve-se quando perseveramos na auto-observao de ns mesmos, assim como aprendemos a caminhar no mundo exterior, assim tambm mediante o trabalho psicolgico sobre ns mesmos aprendemos a caminhar no mundo interior.

    No VIGSIMO PRIMEIRO CAPTULO nos fala sobre a auto-ob-servao de ns mesmos, nos diz que a observao de ns mesmos um mtodo prtico para conseguir uma transformao radical, conhecer nun-ca observar, no h que confundir o conhecer com o observar.

    A observao de ns cem por cento ativa, um meio de mudana em ns, enquanto que o conhecer que passivo no o . A ateno din-mica provm do lado observante, enquanto os pensamentos e as emoes pertencem ao lado observado. O conhecer algo completamente mecni-co, passivo; em troca, a observao de ns mesmos um ato consciente.

    No VIGSIMO SEGUNDO CAPTULO nos fala da conversa e nos diz que verifiquemos, ou seja, isso de falar sozinhos prejudicial, porque so nossos eus enfrentando uns aos outros, quando te descobres falando sozinho, observa-te e descobrirs a tolice que ests cometendo.

    No VIGSIMO TERCEIRO CAPTULO nos fala do mundo de rela-es, e nos diz que existem trs estados de relaes: obrigaes com nosso prprio corpo, com o mundo exterior e a relao do homem consigo mes-mo, o qual no tem importncia para a maioria das pessoas. s pessoas somente lhes interessam os dois primeiros tipos de relaes. Devemos es-tudar para saber com quais destes trs tipos estamos em falta.

    A falta de eliminao interior faz com que no estejamos relacio-nados conosco mesmo e, com isto, permanecemos em trevas; quando te encontres abatido, desorientado, confuso, recorda-te a ti mesmo e isto far com que as clulas de teu corpo recebam um alento diferente.

    No VIGSIMO QUARTO CAPTULO nos fala sobre a cano psi-colgica, nos diz sobre as confuses, a autodefesa, o sentir-nos persegui-dos, etc.. O acreditar que outros tm a culpa de tudo que nos acontece, em troca os triunfos os tomamos como obra nossa, assim jamais poderemos melhorar-nos. O homem engarrafado nos conceitos que ele gera pode tor-

  • 9

    nar-se til ou intil, esta no a tnica para observar-nos e melhorar-nos; aprender a perdoar indispensvel para nosso melhoramento interior. A lei da Misericrdia mais elevada que a lei do homem violento. Olho por olho, dente por dente. A Gnosis destinada queles aspirantes sinceros que verdadeiramente querem trabalhar e mudar, cada um canta sua pr-pria cano psicolgica.

    As tristes recordaes das coisas vividas nos prendem ao passado e no nos permitem viver o presente, o qual nos desfigura. Para passar a um nvel superior indispensvel deixar de ser o que se ; sobre cada um de ns h nveis superiores aos quais temos que escalar.

    No VIGSIMO QUINTO CAPTULO nos fala sobre o Retorno e Recorrncia, e nos diz que a Gnosis transformao, renovao, melhora incessante; o que no quer melhorar-se, transformar-se, perde seu tempo porque alm de no avanar fica-se no caminho de retrocesso e, portanto, torna-se incapaz de conhecer-se; com justa razo assegura o V.M. que so-mos marionetes repetindo as cenas da vida. Quando reflexionamos sobre estes fatos, nos damos conta que somos artistas que trabalhamos de graa no drama da vida diria.

    Quando temos o poder de vigiar-nos para observar o que faz e exe-cuta nosso corpo fsico, nos colocamos no caminho da auto-observao consciente e observamos que uma coisa a conscincia, a que conhece, e outra coisa a que executa e obedece, ou seja, nosso prprio corpo. A comdia da vida dura e cruel com aquele que no sabe acender os fogos internos, consome-se no seu prprio labirinto entre as mais profundas tre-vas, os nossos eus vivem prazerosamente nas trevas.

    No VIGSIMO SEXTO CAPTULO nos fala sobre a Autoconsci-ncia Infantil, diz que quando a criana nasce reincorpora-se a Essncia, isto d criana beleza, logo, conforme vai desenvolvendo a personalidade vo se reincorporando os eus que vm de vidas passadas, e vai perdendo a beleza natural.

    No VIGSIMO STIMO CAPTULO trata do Publicano e o Fari-seu, diz que cada um descansa sobre algo do que tem, da o af de todos por ter algo: ttulos, bens, dinheiro, fama, posio social, etc. O homem e a mulher inflados de orgulho so os que mais necessitam do necessitado para viver; o homem que descansa unicamente sobre bases externas, tam-bm um invlido, porque o dia em que perde essas bases se converter no homem mais infeliz do mundo.

  • 10

    Quando nos sentimos maiores que os demais estamos engordando nossos eus e recusamos, com isso, alcanar ser bem-aventurados. Para o trabalho esotrico nossos prprios elogios so obstculos que se opem a todo progresso espiritual. Quando nos auto-observamos podemos desco-brir as bases sobre as quais descansamos; devemos prestar muita ateno s coisas que nos ofendem ou nos dilaceram, assim descobrimos as bases psicolgicas sobre as quais nos encontramos.

    Neste sendeiro do melhoramento, aquele que se acredita superior a outro se estanca ou retrocede. No processo inicitico de minha vida ope-rou-se uma grande mudana; quando aflito com milhares de asperezas, desenganos e infortnios, fiz em meu lar o curso de pria, abandonei a pose de eu sou o que d de tudo para este lar, para sentir-me um triste es-moleiro, enfermo e sem nada na vida. Tudo mudou em minha vida porque se me brindava: Caf da manh, almoo e jantar, roupa limpa e o direito de dormir no mesmo leito que minha patroa (a esposa sacerdotisa), mas isto somente durou dias porque aquele lar no me suportou com aquela atitude ou ttica guerreira. H que aprender a transformar, o mal em bem, as trevas em luz, o dio em amor, etc.

    O Real Ser no discute nem entende as injrias dos eus que nos disparam os adversrios ou amigos. Os que sentem essas chicotadas so os eus que prendem a nossa alma, eles se enfrascam e reagem colricos e iracundos, interessa a eles ir contra o Cristo Interno, contra nossa prpria semente.

    Quando os estudantes nos pedem remdio para curar as polues, aconselhamos-lhes que abandonem a ira; os que o fizeram obtm benef-cios.

    No VIGSIMO OITAVO CAPTULO nos fala o Mestre sobre a Vontade, nos diz que devemos trabalhar nesta obra do Pai, mas os estu-dantes acreditam que trabalhar com o arcano A.Z.F.; o trabalho sobre ns mesmos, o trabalho com os trs fatores que libertam nossa conscincia, devemos conquistar interiormente, libertar o Prometeo que temos acor-rentado dentro de ns. A vontade Criadora obra nossa, qualquer que seja a circunstncia em que nos encontremos.

    A emancipao da Vontade advm com a eliminao de nossos de-feitos e a natureza nos obedece.

    No VIGSIMO NONO CAPTULO nos fala da Decapitao, nos diz que os momentos mais tranquilos de nossas vidas so os menos favo-

  • 11

    rveis para nos autoconhecer; isto s se consegue no trabalho da vida, nas relaes sociais, negcios, jogos, enfim na vida diria quando mais aflo-ram nossos eus. O sentido da auto-observao interna encontra-se atrofia-da em todo ser humano, este sentido se desenvolve de forma progressiva com a auto-observao que executamos, de momento em momento e com o uso contnuo.

    Tudo o que est fora de lugar mau e o mau deixa de s-lo quando est em seu lugar, quando deve ser.

    Com o poder da Deusa Me em ns, a Me RAM-IO somente, po-demos destruir os eus dos diferentes nveis da mente, os leitores encontra-ro a frmula em vrias obras do V.M. Samael.

    Stella Maris o assunto astral, a potncia sexual, ela tem o poder de desintegrar as aberraes que em nosso interior psicolgico carregamos. Tonantzn decapita qualquer eu psicolgico.

    No TRIGSIMO CAPTULO nos fala do Centro de Gravidade Per-manente, e nos diz que cada pessoa uma mquina a servio dos inu-merveis eus que possui e, por conseguinte, a pessoa humana no possui centro de gravidade permanente, dessa forma somente existe instabilidade para conseguir a autorrealizao ntima do Ser; se requer continuidade de propsito e isto se consegue extirpando os egos ou eus que levamos dentro.

    Se no trabalhamos sobre ns mesmos, involucionamos e degene-ramos. O processo da Iniciao nos coloca no caminho da superao, nos conduz ao estado Anglico-dvico.

    No TRIGSIMO PRIMEIRO CAPTULO nos fala do baixo Esot-rico Gnstico, e nos diz que se requer examinar o eu preso ou que o reco-nheamos; requisito indispensvel para poder destru-lo a observao, isso permite que entre um raio de luz em nosso interior.

    A destruio dos eus que analisamos deve vir acompanhada de ser-vios aos demais, dando-lhes instruo para que eles se liberem dos sats ou eus que dificultam sua prpria redeno.

    No TRIGSIMO SEGUNDO CAPTULO, nos fala sobre a Orao no Trabalho, nos diz que a observao, Juzo e Execuo so os trs fatores bsicos da dissoluo do Eu. 1o se observa, 2o se julga, 3o se executa; assim se faz com os espies na guerra. O sentido de auto-observao interna, conforme vai se desenvolvendo, nos permitir ver o avano progressivo de nosso trabalho.

  • 12

    H 25 anos, no Natal de 1951 nos dizia o Mestre aqui na cidade de Cinaga, e mais tarde o explica na Mensagem de Natal de 1962, o seguinte: Sou parte de vocs at que tenhais formado o Cristo em vosso corao.

    Sobre seus ombros pesa a responsabilidade do povo de Aqurio e a doutrina do Amor se expande atravs do conhecimento Gnstico, se que-res seguir a doutrina do Amor, deves deixar de odiar, ainda que em sua mais nfima manifestao, isso nos prepara para que surja a criana de ouro, o menino da alquimia, o filho da castidade, o Cristo Interno que vive e palpita no fundo mesmo de nossa Energia Criadora. Assim conseguimos a morte das legies de eus Satnicos que mantemos dentro e nos prepa-ramos para a ressurreio, para uma mudana total. Esta Santa Doutrina os humanos desta Era no a entendem, mas devemos lutar para eles no culto de todas as religies, para que anseiem uma vida superior, dirigida por seres superiores; este corpo de doutrina nos traz de volta doutrina do Cristo Interno, quando a levarmos prtica, mudaremos o futuro da humanidade.

    PAZ INVERENCIAL,

    GARGHA KUICHINES

  • 13

  • 14

    CAPITULO IO NVEL DE SER

    Quem somos? De onde viemos? Para onde vamos? Para que vive-mos? Por que vivemos?...

    Inquestionavelmente o pobre Animal Intelectual equivocadamen-te chamado homem, no somente no sabe, mas tambm nem sequer sabe que no sabe...

    O pior de tudo a situao to difcil e to estranha em que nos encontramos, ignoramos o segredo de todas as nossas tragdias e, no en-tanto, estamos convencidos que sabemos tudo...

    Leve um Mamfero Racional, uma pessoa dessas que na vida se presumem influentes, para o centro do deserto do Saara, deixe-o ali longe de qualquer Osis e observe de um dirigvel tudo o que acontece...

    Os fatos falaro por si mesmos; o Humanoide Intelectual embora se faa de forte e se acredite muito homem, no fundo resulta espantosa-mente dbil...

    O Animal Racional tonto em cem por cento; Pensa de si mesmo o melhor; acredita que pode desenvolver-se maravilhosamente mediante o Jardim de Infncia, Manuais de Urbanidade, escola primria, secundria, Bacharelado, Universidade, o bom prestgio do papai, etc., etc., etc.

    Desafortunadamente, depois de tantas letras e bons modais, ttulos e dinheiro, bem sabemos que qualquer dor de estmago nos entristece e que no fundo continuamos sendo infelizes e miserveis...

    Basta ler a Histria Universal para saber que somos os mesmos br-baros de antanho e que em vez de melhorar nos tornamos piores...

    Este sculo XX com toda sua espetacularidade, guerras, prostitui-o, sodomia mundial, degenerao sexual, drogas, lcool, crueldade exor-bitante, perversidade extrema, monstruosidade, etc., etc., etc., o espelho onde devemos nos olhar; no existe, pois, razo de peso para jactarmos de haver chego a uma etapa superior de desenvolvimento...

    Pensar que o tempo significa progresso absurdo, desgraadamente os ignorantes ilustrados continuam engarrafados no Dogma da Evolu-o...

    Em todas as pginas negras da Histria Negra encontramos sem-

  • 15

    pre as mesmas horrorosas crueldades, ambies, guerras, etc. No entanto, nossos contemporneos supercivilizados ainda esto

    convencidos de que isso da Guerra algo secundrio, um acidente passa-geiro que nada tem a ver com sua to alardeada Civilizao Moderna.

    Certamente o que importa o modo de ser de cada pessoa; alguns sujeitos sero bbados, outros abstmios, aqueles honrados e estes outros sem-vergonhas; h de tudo na vida...

    A massa a soma dos indivduos; o que o indivduo a massa, o Governo, etc.

    A massa , pois, a extenso do indivduo; no possvel a trans-formao das massas, dos povos, se o indivduo, se cada pessoa, no se transforma...

    Ningum pode negar que existem distintos nveis sociais; h pessoas de igreja e de prostbulo; de comrcio e de campo, etc., etc., etc.

    Assim tambm existem distintos nveis de Ser. O que internamente somos, esplndidos ou mesquinhos, generosos ou tacanhos, violentos ou agradveis, castos ou luxuriosos, atrai as diversas circunstncias da vida...

    Uma pessoa luxuriosa atrair sempre cenas, dramas e at tragdias de lascvia nas quais se ver metido...

    Um bbado atrair os bbados e se ver metido sempre em bares e cantinas, isso bvio...

    O que o agiota, o egosta atrair? Quantos problemas, prises, des-graas?

    No entanto a pessoa amargada, cansada de sofrer, tem vontade de mudar, virar a pgina de sua histria...

    Pobres pessoas! Querem mudar e no sabem como; no conhecem o procedimento; esto em um beco sem sada...

    O que lhes aconteceu ontem acontece hoje e acontecer amanh; repetem sempre os mesmos erros e no aprendem as lies da vida nem a tiros de canho.

    Todas as coisas se repetem em sua prpria vida; dizem as mesmas coisas, fazem as mesmas coisas, lamentam as mesmas coisas...

    Esta repetio aborrecedora de dramas, comdias e tragdias, conti-nuar enquanto carreguemos em nosso interior os elementos indesejveis

  • 16

    da Ira, Ganncia, Luxria, Inveja, orgulho, Preguia, Gula, etc., etc., etc. Qual o nosso nvel moral? Ou melhor se dissssemos: Qual o

    nosso Nvel de Ser?Enquanto o Nvel de Ser no mudar radicalmente, continuar a re-

    petio de todas as nossas misrias, cenas, desgraas e infortnios...Todas as coisas, todas as circunstncias que acontecem fora de ns,

    no cenrio deste mundo, so exclusivamente o reflexo do que interiormen-te levamos.

    Com justa razo podemos assegurar solenemente que o exterior o reflexo do interior.

    Quando algum muda interiormente e tal mudana radical, o ex-terior, as circunstncias, a vida, mudam tambm.

    Estive observando neste tempo (Ano de 1974) um grupo de pessoas que invadiram um terreno alheio. Aqui no Mxico tais pessoas recebem o curioso qualificativo de PARAQUEDISTAS.

    So vizinhos da colnia campestre Churubusco, esto muito prxi-mos da minha casa, motivo este pelo qual pude estud-los de perto...

    Ser pobre jamais pode ser delito, mas o grave no est nisso, mas em seu Nvel de Ser...

    Diariamente lutam entre si, se embebedam, insultam-se mutuamen-te, transformam-se em assassinos de seus prprios companheiros de infor-tnio, vivem certamente em imundos casebres dentro dos quais, em vez de amor, reina o dio...

    Muitas vezes pensei que se qualquer sujeito desses eliminasse de seu interior o dio, a ira, a luxria, a embriaguez, a maledicncia, a crueldade, o egosmo, a calnia, a inveja, o amor prprio, o orgulho, etc., etc., etc., agradariam a outras pessoas, se associariam pela simples Lei de Afinidades Psicolgicas com pessoas mais refinadas, mais espirituais, essas novas rela-es seriam definitivas para uma mudana econmica e social...

    Seria esse o sistema que permitiria a tal sujeito, abandonar a gara-gem, a cloaca imunda...

    Assim, pois, se realmente quisermos uma mudana radical, o que primeiro devemos compreender que cada um de ns (seja branco ou negro, amarelo ou acobreado, ignorante ou ilustrado, etc.), est em tal ou qual Nvel de Ser.

  • 17

    Qual nosso Nvel de Ser? Vs haveis reflexionado alguma vez sobre isso? No seria possvel passar a outro nvel se ignoramos o estado em que nos encontramos.

  • 18

    CAPTULO IIA ESCADA MARAVILHOSA

    Temos que anelar por uma mudana verdadeira, sair desta rotina aborrecedora, desta vida meramente mecanicista, cansativa...

    O que devemos compreender primeiro com inteira clareza que cada um de ns, seja burgus ou proletrio, acomodado ou da classe m-dia, rico ou miservel, encontra-se realmente em tal ou qual Nvel de Ser...

    O Nvel de Ser do bbado diferente ao do abstmio e o da prosti-tuta muito diferente ao da donzela. Isto que estamos dizendo irrefutvel, irrebatvel...

    Ao chegar a esta parte de nosso captulo, nada perdemos ao ima-ginarmos uma escada que se estende de baixo para cima, verticalmente e com muitssimos degraus...

    Inquestionavelmente em algum degrau destes ns nos encontramos; degraus abaixo haver pessoas piores que ns; degraus acima se encontra-ro pessoas melhores que ns...

    Nesta vertical extraordinria, nesta escada maravilhosa, claro que podemos encontrar todos os Nveis de Ser... Cada pessoa diferente e isto ningum pode refut-lo...

    Inquestionavelmente no estamos agora falando de caras feias ou bonitas, nem tampouco se trata de questo de idades. H pessoas jovens e velhas, ancios que j esto para morrer e crianas recm-nascidas...

    A questo do tempo e dos anos; isso de nascer, crescer, desenvolver--se, casar-se, reproduzir-se, envelhecer e morrer, exclusivo da Horizon-tal...

    Na Escada Maravilhosa, na Vertical o conceito tempo no cabe. Nos degraus de tal escala somente podemos encontrar Nveis de Ser...

    A esperana mecnica das pessoas no serve para nada; acreditam que com o tempo as coisas sero melhores; assim pensavam nossos avs e bisavs; os fatos precisamente vieram a demonstrar o contrrio...

    O Nvel de Ser o que conta e isto Vertical; nos encontramos em um degrau mas podemos subir a outro degrau...

    A Escada Maravilhosa da qual estamos falando e que se refere aos distintos Nveis de Ser, certamente, nada tem a ver com o tempo linear...

  • 19

    Um Nvel de Ser mais alto est imediatamente acima de ns de instante em instante...

    No est em nenhum futuro remoto horizontal, mas aqui e agora; dentro de ns mesmos; na Vertical...

    ostensivo e qualquer um pode compreend-lo, que as duas linhas, horizontal e vertical, encontram-se de momento em momento em nosso interior Psicolgico e formam uma Cruz...

    A personalidade se desenrola e desenvolve na linha Horizontal da Vida. Nasce e morre dentro de seu tempo linear; perecedoura; no existe nenhum amanh para a personalidade do morto; no o Ser...

    Os Nveis de Ser; o Ser mesmo, no do tempo, nada tem a ver com a Linha Horizontal; encontra-se dentro de ns mesmos. Agora, na Vertical...

    Resulta manifestamente absurdo buscar a nosso prprio Ser fora de ns mesmos...

    No est demais afirmar como consequncia o seguinte: Ttulos, graus, ascenso, etc., no mundo fsico exterior, de modo algum origina-riam exaltao autntica, revalorizao do Ser, passagem a um degrau su-perior nos Nveis de Ser...

  • 20

    CAPTULO IIIREBELDIA PSICOLGICA

    No est demais recordar a nossos leitores, que existe um ponto ma-temtico dentro de ns mesmos...

    Inquestionavelmente tal ponto, jamais se encontra no passado, nem tampouco no futuro...

    Quem quiser descobrir esse ponto misterioso, deve busc-lo aqui e agora, dentro de si mesmo, exatamente neste instante, nem um segundo adiante, nem um segundo atrs...

    Os dois madeiros Vertical e Horizontal da Santa Cruz, encontram--se neste ponto...

    Encontramos-nos, pois, de instante em instante diante de dois Ca-minhos: o Horizontal e o Vertical...

    ostensivo que o Horizontal muito refinado, por ele andam Vi-cente e toda a gente, Villegas e tudo o que chega, Dom Raimundo e todo o mundo...

    evidente que o Vertical diferente; o caminho dos rebeldes inte-ligentes, dos Revolucionrios...

    Quando algum se recorda de si mesmo, quando trabalha sobre si mesmo, quando no se identifica com todos os problemas e penas da vida, de fato vai pela Senda Vertical...

    Certamente jamais resulta fcil a tarefa de eliminar as emoes ne-gativas; perder toda identificao com nosso prprio trem da vida; pro-blemas de toda ndole, negcios, dvidas, pagamento de letras, hipotecas, telefone, gua, luz, etc., etc., etc.

    Os desocupados, aqueles que por algum motivo perderam o em-prego, o trabalho, evidentemente sofrem por falta de dinheiro e esquecer seu caso, no preocupar-se, nem identificar-se com seu prprio problema, resulta de fato espantosamente difcil.

    Aqueles que sofrem, aqueles que choram, aqueles que foram vtimas de alguma traio, de um mau pagamento na vida, de uma Ingratido, de uma calnia ou de alguma fraude, realmente se esquecem de si mesmos, de seu real Ser ntimo, identificam-se completamente com sua tragdia moral...

  • 21

    O trabalho sobre si mesmo a caracterstica fundamental do Ca-minho Vertical. Ningum poderia pisar na Senda da Grande Rebeldia, se jamais trabalhasse sobre si mesmo...

    O trabalho a que estamos nos referindo do tipo Psicolgico; ocu-pa-se de certa transformao do momento presente em que nos encontra-mos. Precisamos aprender a viver de instante em instante...

    Por exemplo, uma pessoa que se encontra desesperada por algum problema sentimental, econmico ou poltico obviamente se esqueceu de si mesma...

    Tal pessoa se se detm por um instante, se observa a situao e trata de recordar a si mesmo e logo se esfora para compreender o sentido de sua atitude...

    Se reflexiona um pouco, se pensar em tudo que passa; que a vida ilusria, fugaz e em que a morte reduz a cinzas todas as vaidades do mun-do...

    Se compreende que seu problema no fundo no mais que um fogo de palha, um fogo ftuo que logo se apaga, ver logo com surpresa que tudo mudou...

    Transformar reaes mecnicas possvel mediante a confrontao lgica e a Autorreflexo ntima do Ser...

    evidente que as pessoas reagem mecanicamente diante das diver-sas circunstncias da vida...

    Pobres pessoas! Costumam sempre converter-se em vtimas. Quan-do algum lhes adula sorriem; quando lhes humilham, sofrem. Insultam se lhes insultam; ferem se lhes ferem; nunca so livres; seus semelhantes tm poder para levar-lhes da alegria tristeza, da esperana ao desespero.

    Cada pessoa dessas que vai pelo Caminho Horizontal se parece a um instrumento musical, onde cada um de seus semelhantes toca o que tem vontade...

    Quem aprende a transformar as relaes mecnicas, de fato se mete pelo Caminho Vertical.

    Isto representa uma mudana fundamental no Nvel de Ser, resul-tado extraordinrio da Rebeldia Psicolgica.

  • 22

    CAPITULO IVA ESSNCIA

    O que faz bela e adorvel a toda criana recm-nascida sua Essn-cia; esta constitui em si mesma sua verdadeira realidade...

    O crescimento normal da Essncia em toda criatura, certamente muito residual, incipiente...

    O corpo humano cresce e se desenvolve de acordo com as leis bio-lgicas da espcie, no entanto, tais possibilidades resultam por si mesmas muito limitadas para a Essncia...

    Inquestionavelmente a Essncia somente pode crescer por si mes-ma, sem ajuda, em pequenssimo grau...

    Falando francamente e sem rodeios diremos que o crescimento es-pontneo e natural da Essncia, somente possvel durante os primeiros trs, quatro ou cinco anos de idade, quer dizer, na primeira etapa da vida...

    As pessoas pensam que o crescimento e desenvolvimento da Essn-cia se realiza sempre de forma contnua, de acordo com a mecnica da evoluo, mas o Gnosticismo Universal ensina claramente que isto no ocorre assim...

    Com a finalidade de que a Essncia cresa mais, algo muito especial deve acontecer, algo novo tem que realizar.

    Quero me referir de forma enftica ao trabalho sobre si mesmo. O desenvolvimento da Essncia unicamente possvel base de trabalhos conscientes e padecimentos voluntrios...

    necessrio compreender que estes trabalhos no se referem a questes de profisso, bancos, carpintaria, alvenaria, organizao de linhas frreas ou assuntos de escritrio...

    Este trabalho para toda pessoa que tenha desenvolvido a persona-lidade; trata-se de algo Psicolgico...

    Todos ns sabemos que temos dentro de ns mesmos isso que se chama EGO, EU, MIM MESMO, SI MESMO...

    Desgraadamente a Essncia encontra-se engarrafada, enfrascada, entre o EGO e isto lamentvel.

    Dissolver o EU Psicolgico, desintegrar seus elementos indesejveis,

  • 23

    urgente, inadivel, impostergvel... Assim o sentido do trabalho sobre si mesmo.

    Nunca poderamos libertar a Essncia sem desintegrar previamente o EU Psicolgico...

    Na Essncia est a Religio, o BUDA, a Sabedoria, as partculas de dor de nosso Pai que est nos Cus e todos os dados que necessitamos para a AUTORREALIZAO NTIMA DO SER.

    Ningum poderia aniquilar o EU Psicolgico sem eliminar previa-mente os elementos inumanos que levamos dentro de ns...

    Necessitamos reduzir a cinzas a crueldade monstruosa destes tem-pos: a inveja que infelizmente veio a converter-se na mola secreta da ao; a cobia insuportvel que tornou a vida to amarga; a asquerosa male-dicncia; a calnia que tantas tragdias origina; as bebedeiras; a imunda luxria que cheira to mal; etc., etc., etc.

    medida que todas essas abominaes vo se reduzindo a poeira csmica, a Essncia alm de emancipar-se, crescer e se desenvolver har-moniosamente...

    Inquestionavelmente quando o EU Psicolgico morre, brilha em ns a Essncia...

    A Essncia livre nos confere beleza ntima; de tal beleza emanam a felicidade perfeita e o verdadeiro Amor...

    A Essncia possui mltiplos sentidos de perfeio e extraordinrios poderes naturais...

    Quando Morremos em Ns Mesmos, quando dissolvemos o EU Psicolgico, gozamos dos preciosos sentidos e poderes da Essncia...

  • 24

    CAPTULO VACUSAR-SE A SI MESMO

    A Essncia que cada um de ns leva em seu Interior vem de cima, do Cu, das estrelas...

    Inquestionavelmente a Essncia maravilhosa provm da nota LA (A Via Lctea, a Galxia onde vivemos).

    Preciosa, a Essncia passa atravs da nota SOL (O Sol) e logo da nota FA (A Zona Planetria) entra neste mundo e penetra em nosso pr-prio interior.

    Nossos pais criaram o corpo apropriado para a recepo desta Es-sncia que vem das Estrelas...

    Trabalhando intensamente sobre ns mesmos e sacrificando-nos por nossos semelhantes, retornaremos vitoriosos ao seio profundo de Ur-nia...

    Ns estamos vivendo neste mundo por algum motivo, para algo, por algum fator especial...

    Obviamente em ns h muito que devemos ver, estudar e compre-ender, se que na verdade ansiamos saber algo sobre ns mesmos, sobre nossa prpria vida...

    Trgica a existncia daquele que morre sem ter conhecido o mo-tivo de sua vida...

    Cada um de ns deve descobrir por si mesmo o sentido de sua pr-pria vida, aquilo que o mantm prisioneiro no crcere da dor...

    Ostensivamente h em cada um de ns algo que nos amarga a vida e contra o qual necessitamos lutar firmemente...

    No indispensvel que continuemos em desgraa, impostergvel reduzir poeira csmica isso que nos torna to dbeis e infelizes.

    De nada serve nos envaidecer com ttulos, honras, diplomas, di-nheiro, racionalismo vo subjetivo, consabidas virtudes, etc., etc., etc.

    No devemos esquecer jamais que a hipocrisia e as tontas vaidades da falsa personalidade fazem de ns pessoas torpes, ranosas, retardat-rias, reacionrias, incapazes para ver o novo...

    A morte tem muitos significados, tanto positivos como negativos.

  • 25

    Consideremos aquela magnfica observao do Grande KABIR Jesus, o Cristo.

    Que os mortos sepultem a seus mortos. Muitas pessoas que ainda vivem esto de fato mortas para todo possvel trabalho sobre si mesmas e, portanto, para qualquer transformao ntima.

    So pessoas engarrafadas nos seus dogmas e crenas; pessoas petri-ficadas nas recordaes de muitos ontens; indivduos cheios de precon-ceitos ancestrais; pessoas escravas do que diro, espantosamente mornas, indiferentes, s vezes sabichonas convencidas de estar na verdade porque assim o disseram, etc., etc., etc.

    Essas pessoas no querem entender que este mundo um Ginsio Psicolgico, mediante o qual seria possvel aniquilar essa feiura secreta que todos levamos dentro...

    Se essas pobres pessoas compreendessem o estado to lamentvel em que se encontram, tremeriam de horror...

    Mas tais pessoas pensam de si mesmas sempre o melhor; jactam-se de suas virtudes, sentem-se perfeitas, bondosas, prestativas, nobres, cari-dosas, inteligentes, cumpridoras de seus deveres, etc.

    A vida prtica como escola formidvel, mas tom-la como um fim em si mesma, manifestamente absurdo.

    Aqueles que tomam a vida em si mesma, tal como se vive diaria-mente, no compreenderam a necessidade de trabalhar sobre si mesmos para conseguir uma Transformao Radical.

    Desgraadamente as pessoas vivem mecanicamente, nunca ouviram dizer algo sobre o trabalho interior...

    Mudar necessrio, mas as pessoas no sabem como mudar; sofrem muito e nem sequer sabem por que sofrem...

    Ter dinheiro no tudo. A vida de muitas pessoas ricas costuma ser verdadeiramente trgica...

  • 26

    CAPTULO VIA VIDA

    No terreno da vida prtica descobrimos sempre contrastes que as-sombram. Pessoas endinheiradas com magnfica residncia e muitas ami-zades, s vezes sofrem espantosamente...

    Proletrios humildes de picareta e p ou pessoas da classe mdia, costumam viver s vezes em completa felicidade.

    Muitos arquimilionrios sofrem de impotncia sexual e ricas mada-mes choram amargamente a infidelidade do marido...

    Os ricos da terra parecem abutres entre jaulas de ouro, nestes tem-pos no podem viver sem guarda-costas...

    Os homens de estado arrastam cadeias, nunca esto livres, andam por todas as partes cercados de pessoas armadas at os dentes...

    Estudemos esta situao mais detidamente. Necessitamos saber o que a vida. Cada um livre para opinar como queira...

    Digam o que digam, certamente ningum sabe nada, a vida um problema que ningum entende...

    Quando as pessoas desejam nos contar gratuitamente a histria de sua vida, citam eventos, nomes e sobrenomes, datas, etc., e sentem satisfa-o ao fazer seus relatos...

    Essas pobres pessoas ignoram que seus relatos esto incompletos porque eventos, nomes e datas so to somente o aspecto externo do filme, falta o aspecto interno...

    urgente conhecer estados de conscincia, a cada evento lhe cor-responde tal ou qual estado anmico.

    Os estados so interiores e os eventos so exteriores, os aconteci-mentos externos no so tudo...

    Entenda-se por estados interiores as boas ou ms disposies, as preocupaes, a depresso, a superstio, o temor, a suspeita, a misericr-dia, a autoconsiderao, a superestimao de Si mesmo; estados de sentir--se feliz, estados de gozo, etc., etc., etc.

    Inquestionavelmente os estados interiores podem corresponder-se exatamente com os acontecimentos exteriores ou ser originados por estes,

  • 27

    ou no ter relao alguma com os mesmos...Em todo caso estados e eventos so diferentes. Nem sempre os acon-

    tecimentos correspondem-se exatamente com estados afins.O estado interior de um evento agradvel poderia no correspon-

    der-se com o mesmo.O estado interior de um evento desagradvel poderia no corres-

    ponder-se com o mesmo.Eventos aguardados durante muito tempo, quando aconteceram

    sentimos que faltava algo...Certamente faltava o correspondente estado Interior que devia

    combinar-se com o acontecimento exterior...Muitas vezes o acontecimento que no se esperava vem a ser o que

    melhores momentos nos proporcionou...

  • 28

    CAPTULO VIIO ESTADO INTERIOR

    Combinar estados interiores com acontecimentos exteriores de for-ma correta saber viver inteligentemente...

    Qualquer evento inteligentemente vivenciado exige seu correspon-dente estado interior especfico...

    Mas, desafortunadamente, as pessoas quando revisam sua vida pen-sam que esta est constituda em si mesma exclusivamente por eventos exteriores...

    Pobres pessoas! Pensam que se tal ou qual acontecimento no tives-se lhes ocorrido, sua vida teria sido melhor...

    Supem que a sorte foi ao encontro delas e que perderam a oportu-nidade de serem felizes...

    Lamentam o perdido, choram o que desprezaram, gemem recor-dando os velhos tropeos e calamidades...

    As pessoas no querem dar-se conta que vegetar no viver, e que a capacidade para existir conscientemente, depende exclusivamente da qua-lidade dos estados interiores da Alma...

    No importa certamente quo belos sejam os acontecimentos exter-nos da vida, se no nos encontramos em tais momentos no estado interior apropriado, os melhores eventos podem nos parecer montonos, cansati-vos ou simplesmente aborrecedores...

    Algum espera com ansiedade a festa de bodas, um acontecimen-to, mas poderia acontecer que se estivesse to preocupado no momento preciso do evento, que realmente no tivesse nisso nenhum deleite e que tudo aquilo se tornasse to rido e frio como um protocolo...

    A experincia nos ensinou que nem todas as pessoas que assistem a um banquete ou a um baile aproveitam de verdade...

    Nunca falta um aborrecido no melhor dos festejos e as peas mais deliciosas alegram a uns e fazem chorar a outros...

    So muito raras as pessoas que sabem combinar fielmente o evento externo com o estado interno apropriado...

    lamentvel que as pessoas no saibam viver conscientemente: cho-

  • 29

    ram quando devem rir e riem quando devem chorar...Controle diferente: O sbio pode estar alegre, mas nunca, jamais,

    cheio de louco frenesi; Triste, mas nunca desesperado e abatido... Sereno no meio da violncia; abstmio na orgia; casto na luxria, etc.

    As pessoas melanclicas e pessimistas pensam o pior da vida e fran-camente no desejam viver...

    Todos os dias vemos pessoas que no somente so infelizes, mas que alm disso, e o que pior, fazem tambm amarga a vida dos demais...

    Pessoas assim no mudariam nem vivendo diariamente de festa em festa; a enfermidade psicolgica a levam em seu interior... Tais pessoas possuem estados ntimos definitivamente perversos...

    No entanto esses sujeitos se autoqualificam como justos, santos, vir-tuosos, nobres, prestativos, mrtires, etc., etc., etc.

    So pessoas que se autoconsideram muito; pessoas que se querem muito a si mesmas...

    Indivduos que se apiedam muito de si mesmos e que sempre bus-cam escapatrias para evitar suas prprias responsabilidades...

    Pessoas assim esto acostumadas s emoes inferiores e ostensivo que por tal motivo criam diariamente elementos psquicos infra-humanos.

    Os eventos desgraados, reveses de fortuna, misria, dvidas, pro-blemas, etc., so exclusividade daquelas pessoas que no sabem viver...

    Qualquer um pode formar uma rica cultura intelectual, mas so muito poucas as pessoas que aprenderam a viver com retido...

    Quando algum quer separar os eventos exteriores dos estados in-teriores da conscincia, demonstra concretamente sua incapacidade para existir dignamente.

    Aqueles que aprendem a combinar conscientemente eventos exte-riores e estados interiores marcham pelo caminho do xito...

  • 30

    CAPITULO VIIIESTADOS EQUIVOCADOS

    Inquestionavelmente na rigorosa observao do Mim Mesmo, re-sulta sempre impostergvel e inadivel fazer uma completa diferenciao lgica com relao aos acontecimentos exteriores da vida prtica e os esta-dos ntimos da conscincia.

    Necessitamos com urgncia saber onde estamos situados em um dado momento, tanto em relao ao estado ntimo da conscincia, como na natureza especfica do acontecimento exterior que est nos acontecen-do.

    A vida em si mesma uma srie de acontecimentos que se proces-sam atravs do tempo e do espao...

    Algum disse: A vida uma cadeia de martrios que leva o homem enredada na alma...

    Cada qual muito livre para pensar como quiser; eu acredito que os efmeros prazeres de um instante fugaz, lhe sucedem sempre o desencanto e a amargura...

    Cada acontecimento tem seu sabor caracterstico especial e os es-tados interiores so assim mesmo de distinta classe; isto incontroverso, irrefutvel...

    Certamente o trabalho interior sobre si mesmo se refere de forma enftica aos diversos estados psicolgicos da conscincia...

    Ningum poderia negar que em nosso interior carregamos muitos erros e que existam estados equivocados...

    Se queremos de verdade mudar realmente, necessitamos com ur-gncia mxima e inadivel modificar radicalmente esses estados equivo-cados da conscincia...

    A modificao absoluta dos estados equivocados origina transfor-maes completas no terreno da vida prtica...

    Quando algum trabalha seriamente sobre os estados equivocados, obviamente os acontecimentos desagradveis da vida, j no podem lhe ferir to facilmente...

    Estamos dizendo algo que somente possvel compreend-lo viven-ciando-o, sentindo-o realmente no terreno mesmo dos fatos...

  • 31

    Quem no trabalha sobre si mesmo sempre vtima das circunstn-cias; como msero tronco entre as guas tempestuosas do oceano...

    Os acontecimentos mudam incessantemente em suas mltiplas combinaes; vem um atrs do outro em ondas, so influncias...

    Certamente existem bons e maus acontecimentos; alguns eventos sero melhores ou piores que outros...

    Modificar certos eventos possvel; alterar resultados, modificar si-tuaes, etc., est certamente dentro do nmero das possibilidades.

    Mas existem situaes de fato que de verdade no podem ser al-teradas; nestes ltimos casos devem ser aceitas conscientemente, embora algumas sejam muito perigosas e at dolorosas...

    Inquestionavelmente a dor desaparece quando no nos identifica-mos com o problema que se apresentou...

    Devemos considerar a vida como uma srie sucessiva de estados in-teriores; uma histria autntica de nossa vida em particular formada por todos esses estados...

    Ao revisar a totalidade de nossa prpria existncia, podemos verifi-car por ns mesmos, de forma direta, que muitas situaes desagradveis foram possveis graas a estados interiores equivocados...

    Alexandre Magno embora sempre tenha sido tranquilo por natu-reza, entregou-se por orgulho aos excessos que lhe produziram a morte...

    Francisco I morreu por causa de um sujo e abominvel adultrio, que muito bem a histria ainda lembra...

    Quando Marat foi assassinado por uma monja perversa, morria de soberba e de inveja, se acreditava absolutamente justo...

    As damas do Parque dos Servos inquestionavelmente acabaram to-talmente a vitalidade do espantoso fornicrio chamado LUIS XV.

    Muitas so as pessoas que morrem por ambio, ira ou cimes, isto o sabem muito bem os Psiclogos...

    Enquanto nossa vontade se confirma irrevogavelmente em uma ten-dncia absurda, nos convertemos em candidatos para o panteo ou cemi-trio...

    Otelo devido aos cimes transformou-se em assassino e o crcere est cheio de equivocados sinceros...

  • 32

    CAPITULO IXXITOS PESSOAIS

    Plena auto-observao ntima do Mim Mesmo inadivel quando se trata, de descobrir estados psicolgicos equivocados.

    Inquestionavelmente os estados interiores equivocados podem ser corrigidos mediante procedimentos corretos.

    Como queira que a vida interior o m que atrai os eventos exterio-res, precisamos com urgncia mxima inadivel eliminar de nossa psique os estados psicolgicos errneos.

    Corrigir estados psicolgicos equivocados indispensvel quando se quer alterar fundamentalmente a natureza de certos eventos indesej-veis.

    Alterar nossa relao com determinados eventos, possvel se elimi-narmos de nosso interior certos estados psicolgicos absurdos.

    Situaes exteriores destrutivas poderiam transformar-se em ino-fensivas e at construtivas mediante a inteligente correo dos estados in-teriores errneos.

    Algum pode mudar a natureza dos eventos desagradveis que nos ocorrem, quando se purifica intimamente. Quem jamais corrige os estados psicolgicos absurdos, acreditando-se muito forte, transforma-se em vti-ma das circunstncias.

    Colocar ordem em nossa desordenada casa interior vital quando se deseja mudar o curso de uma existncia desgraada.

    As pessoas se queixam de tudo, sofrem, choram, protestam, querem mudar de vida, sair do infortnio em que se encontram; infelizmente no trabalham sobre si mesmas.

    As pessoas no querem se dar conta que a vida interior atrai circuns-tncias exteriores e que se estas so dolorosas deve-se aos estados interio-res absurdos.

    O exterior to somente o reflexo do interior, quem muda interior-mente origina uma nova ordem de coisas.

    Os eventos exteriores jamais seriam to importantes quanto o modo de reagir ante os mesmos.

  • 33

    Permanecestes sereno ante o insultador? Recebeste com agrado as manifestaes desagradveis de vossos semelhantes?

    De que maneira reagistes ante a infidelidade do ser amado? Deixas-te-te levar pelo veneno dos cimes? Mataste? Estais no crcere?

    Os hospitais, os cemitrios ou pantees, os crceres, esto cheios de sinceros equivocados que reagiram de forma absurda ante os eventos exteriores.

    A melhor arma que um homem pode usar na vida um estado Psi-colgico correto.

    Algum pode desarmar feras e desmascarar traidores mediante es-tados interiores apropriados.

    Os estados interiores equivocados nos transformam em vtimas in-defesas da perversidade humana.

    Aprendei a enfrent-los ante os acontecimentos mais desagradveis da vida prtica com uma atitude interior apropriada...

    No os identifiqueis com nenhum acontecimento; recordai que tudo passa; aprendei a ver a vida como um filme e recebereis os benefcios.

    No esqueais que acontecimentos sem nenhum valor poderiam lev-los desgraa, se no eliminais de vossa Psique os estados interiores equivocados.

    Cada evento exterior necessita, inquestionavelmente, do bilhete apropriado; quer dizer, do estado Psicolgico preciso.

  • 34

    CAPITULO XOS DIFERENTES EUS

    O Mamfero Racional equivocadamente chamado homem realmen-te no possui uma individualidade definida.

    Inquestionavelmente esta falta de unidade Psicolgica no Humanoi-de a causa de tantas dificuldades e amarguras.

    O corpo fsico uma unidade completa e trabalha como um todo orgnico, a menos que esteja doente.

    Mas a vida interior do Humanoide de modo algum uma unidade psicolgica.

    O mais grave de tudo isto, a despeito do que digam as diversas esco-las do tipo Pseudoesotrica e Pseudo-ocultista, a ausncia de organizao Psicolgica no fundo ntimo de cada sujeito.

    Certamente, em tais condies, no existe trabalho harmonioso como um todo, na vida interior das pessoas.

    O Humanoide, com respeito a seu estado interior, uma multiplici-dade psicolgica, uma soma de Eus.

    Os ignorantes ilustrados desta poca tenebrosa rendem culto ao EU, o endeusam, o colocam nos altares, o chamam ALTER EGO, EU SUPERIOR, EU DIVINO, etc., etc., etc.

    No querem dar-se conta os Sabiches desta idade negra em que vivemos, que Eu Superior ou Eu Inferior so duas sees do mesmo Ego pluralizado...

    O Humanoide no tem certamente um EU Permanente, mas uma multido de diferentes Eus infra-humanos e absurdos.

    O pobre animal intelectual equivocadamente chamado homem, semelhante a uma casa em desordem onde, em vez de um amo, existem muitos criados que querem sempre mandar e fazer o que tm vontade...

    O maior erro do Pseudoesoterismo e Pseudo-ocultismo barato, su-por que os outros possuem ou que se tem um EU Permanente e Imutvel sem princpio e sem fim...

    Se esses que assim pensam despertassem a conscincia, embora fos-se por um instante, poderiam evidenciar claramente por si mesmos que o

  • 35

    Humanoide racional nunca o mesmo por muito tempo...O mamfero intelectual, do ponto de vista psicolgico, est mudan-

    do continuamente...Pensar que se uma pessoa se chama Lus sempre Lus, algo assim

    como uma brincadeira de muito mau gosto...Esse sujeito a quem se chama Lus tem em si mesmo outros Eus,

    outros egos, que se expressam atravs de sua personalidade em diferentes momentos, e embora Lus no goste da cobia, outro Eu nele, chame-mos-lhe Pepe, gosta da cobia e assim sucessivamente...

    Nenhuma pessoa a mesma de forma contnua, realmente no se necessita ser muito sbio para dar-se conta cabal das inumerveis mudan-as e contradies de cada sujeito...

    Supor que algum possui um Eu Permanente ou Imutvel equivale logo a um abuso para com o prximo e para consigo mesmo...

    Dentro de cada pessoa vivem muitas outras, muitos Eus, isto o pode verificar por si mesmo, e de forma direta, qualquer pessoa desperta, consciente...

  • 36

    CAPTULO XIO QUERIDO EGO

    Como queira que superior e inferior so duas sees de uma mesma coisa, no est demais assegurar a seguinte concluso: EU SUPERIOR, EU INFERIOR so dois aspectos do mesmo EGO tenebroso e pluralizado.

    O denominado EU DIVINO ou EU SUPERIOR, ALTER EGO ou algo pelo estilo, certamente um truque do MIM MESMO, uma for-ma de AUTOENGANO.

    Quando o EU quer continuar aqui e no mais alm, se Autoengana com o falso conceito de um EU Divino Imortal...

    Nenhum de ns tem um Eu verdadeiro, permanente, imutvel, eterno, inefvel, etc., etc., etc.

    Nenhum de ns tem em verdade uma verdadeira e autntica Uni-dade de Ser; infelizmente nem sequer possumos uma legtima individu-alidade.

    O Ego, embora continue muito alm do sepulcro, tem, no entanto um princpio e um fim.

    O Ego, o EU, nunca algo individual, unitrio, uni total. Obviamen-te o EU so EUS.

    No Tibet Oriental aos EUS denominam-se AGREGADOS PS-QUICOS ou simplesmente Valores, sejam estes ltimos positivos ou negativos.

    Se pensamos em cada Eu como uma pessoa diferente, podemos assegurar de forma enftica o seguinte: Dentro de cada pessoa que vive no mundo, existem muitas pessoas.

    Inquestionavelmente dentro de cada um de ns vivem muitssimas pessoas diferentes, algumas melhores, outras piores...

    Cada um destes Eus, cada uma destas pessoas luta pela supremacia, quer ser exclusiva, controla o crebro intelectual ou os centros emocional e motor cada vez que pode, at que outro o substitua...

    A Doutrina dos muitos Eus foi ensinada no Tibet Oriental pelos verdadeiros clarividentes, pelos autnticos Iluminados...

    Cada um de nossos defeitos psicolgicos personificado em tal ou

  • 37

    qual Eu. Como queira que temos milhares e at milhes de defeitos, osten-sivamente muita gente vive em nosso interior.

    Em questes psicolgicas pudemos evidenciar claramente que os sujeitos paranoicos, egostas e mitmanos, por nada da vida abandona-riam o culto ao querido Ego.

    Inquestionavelmente tais pessoas odeiam mortalmente a doutrina dos muitos Eus.

    Quando algum quer de verdade conhecer a si mesmo, deve se auto--observar e tratar de conhecer os diferentes Eus que esto dentro da per-sonalidade.

    Se algum de nossos leitores no compreende ainda esta doutrina dos muitos Eus, se deve exclusivamente falta de prtica em matria de Auto-observao.

    medida que algum pratica a Auto-observao Interior, vai des-cobrindo por si mesmo a muitas pessoas, a muitos eus, que vivem dentro de nossa prpria personalidade.

    Aqueles que negam a doutrina dos muitos Eus, aqueles que adoram a um EU Divino, inquestionavelmente jamais se auto-observaram seria-mente. Falando esta vez em estilo Socrtico, diremos que essas pessoas no somente ignoram, mas, alm disso, ignoram que ignoram.

    Certamente jamais poderamos conhecer a ns mesmos, sem a au-to-observao sria e profunda.

    Enquanto um sujeito qualquer continuar considerando-se como Um, claro que qualquer mudana interior ser algo mais que impossvel.

  • 38

    CAPTULO XIIA MUDANA RADICAL

    Enquanto um homem prosseguir com o erro de acreditar a si mes-mo Um, nico, Individual, evidente que a mudana radical ser algo mais que impossvel.

    O fato mesmo de que o trabalho esotrico comea com a rigorosa observao de si mesmo est nos indicando uma multiplicidade de fatores Psicolgicos, Eus ou elementos indesejveis que urgente extirpar, erradi-car de nosso interior.

    Inquestionavelmente de modo algum seria possvel eliminar erros desconhecidos, urge observar previamente aquilo que queremos separar de nossa Psique.

    Este tipo de trabalho no externo, mas interno, e aqueles que pen-sem que qualquer manual de urbanidade ou sistema tico externo e super-ficial possa levar ao xito, estaro de fato totalmente equivocados.

    O fato concreto e definitivo de que o trabalho ntimo comece com a ateno concentrada na observao plena de si mesmo, motivo mais que suficiente para demonstrar que isto exige um esforo pessoal muito particular de cada um de ns.

    Falando francamente e sem rodeios, asseguramos de forma enftica o seguinte: Nenhum ser humano poderia fazer este trabalho por ns.

    No possvel mudana alguma em nossa Psique, sem a observao direta de todo esse conjunto de fatores subjetivos que levamos dentro.

    Dar por aceita a multiplicidade de erros, descartando a necessidade de estudo e observao direta dos mesmos, significa de fato uma evasiva ou escapatria, uma fuga de si mesmo, uma forma de autoengano.

    Somente atravs do esforo rigoroso da observao criteriosa de si mesmo, sem escapatrias de nenhuma espcie, poderemos evidenciar re-almente que no somos Um, mas Muitos.

    Admitir a pluralidade do EU e evidenci-la atravs da observao rigorosa so dois aspectos diferentes.

    Algum pode aceitar a Doutrina dos muitos Eus sem t-lo jamais evidenciado; este ltimo somente possvel auto-observando-se cuidado-samente.

  • 39

    Evitar o trabalho de observao ntima, buscar evasivas, sinal in-confundvel de degenerao.

    Enquanto um homem sustentar a iluso de que sempre uma e a mesma pessoa, no pode mudar e, obvio que a finalidade deste trabalho precisamente conseguir uma mudana gradual em nossa vida interior.

    A transformao radical uma possibilidade definida que normal-mente se perde quando no se trabalha sobre si mesmo.

    O ponto inicial da mudana radical permanece oculta enquanto o homem continuar acreditando-se Um.

    Aqueles que rejeitam a Doutrina dos muitos Eus demonstram clara-mente que jamais se auto-observaram seriamente.

    A observao severa de si mesmo, sem escapatrias de nenhuma espcie nos permite verificar por ns mesmos o cru realismo de que no somos Um, mas Muitos.

    No mundo das opinies subjetivas, diversas teorias pseudoesotri-cas ou pseudo-ocultistas servem sempre de beco para fugir de si mesmos...

    Inquestionavelmente a iluso de que se sempre uma e a mesma pessoa, serve de obstculo para a auto-observao...

    Algum poderia dizer: Sei que no sou Um, mas Muitos, a Gnosis me ensinou. Tal afirmao embora fosse muito sincera seno existisse ple-na experincia vivida sobre esse aspecto doutrinrio, obviamente tal afir-mao seria algo meramente externo e superficial.

    Evidenciar, experimentar e compreender o fundamental, somente assim possvel trabalhar conscientemente para conseguir uma mudana radical.

    Afirmar uma coisa e compreender outra. Quando algum diz: Compreendo que no sou Um seno Muitos, se sua compreenso ver-dadeira e no mero palavreado insubstancial de conversa ambgua, isto indica, assinala, acusa plena verificao da Doutrina dos Muitos Eus.

    Conhecimento e compreenso so diferentes. O primeiro destes da mente, o segundo do corao.

    O mero conhecimento da Doutrina dos Muitos Eus de nada serve; desafortunadamente nestes tempos em que vivemos, o conhecimento tem ido muito mais alm da compreenso, porque o pobre animal intelectual equivocadamente chamado homem desenvolveu exclusivamente o lado

  • 40

    do conhecimento esquecendo lamentavelmente o correspondente lado do Ser.

    Conhecer a Doutrina dos Muitos Eus e compreend-la fundamen-tal para toda mudana radical verdadeira.

    Quando um homem comea a observar-se detidamente a si mesmo, do ngulo de que no Um seno muitos, obviamente iniciou o trabalho srio sobre sua natureza interior.

  • 41

  • 42

    CAPTULO XIIIOBSERVADOR E OBSERVADO

    muito claro e no difcil compreender que quando algum co-mea a observar-se a si mesmo seriamente do ponto de vista que no Um, seno Muitos comea realmente a trabalhar sobre tudo isso que car-rega dentro de si.

    bice, obstculo, tropeo, para o trabalho de Auto-observao n-tima, os seguintes defeitos Psicolgicos: Mitomania, (Delrio de Grandeza, crer-se um Deus). Egolatria, Crena em um EU Permanente; adorao a qualquer espcie de Alter-Ego). Paranoia, (Sabichonice, Autossuficincia, presuno, acreditar-se infalvel, orgulho mstico, pessoa que no sabe ver o ponto de vista alheio).

    Quando continua-se com a convico absurda que se Um, que se possui um Eu permanente, algo mais que impossvel o trabalho srio sobre si mesmo.

    Quem sempre acredita-se Um, ser incapaz de separar-se de seus prprios elementos indesejveis. Considerar a cada pensamento, senti-mento, desejo, emoo, paixo, afeto, etc., etc., etc., como funcionalismos diferentes, imodificveis, de sua prpria natureza e at se justificar ante os demais dizendo que tais ou quais defeitos pessoais so de carter here-ditrio...

    Quem aceita a Doutrina dos Muitos Eus, compreende a base de ob-servao que cada desejo, pensamento, ao, paixo, etc., corresponde a este ou outro Eu diferente...

    Qualquer atleta da Auto-observao ntima, trabalha muito seria-mente dentro de si mesmo, e se esfora para afastar de sua Psique os diver-sos elementos indesejveis que carrega dentro de si...

    Se algum de verdade e muito sinceramente comea a observar-se internamente, acaba dividindo-se em dois: Observador e Observado.

    Se tal diviso no fosse produzida, evidente que nunca daramos um passo adiante na Via maravilhosa do Autoconhecimento.

    Como poderamos observar-nos a ns mesmos se cometemos o erro de no querer dividir-nos entre Observador e observado?

    Se tal diviso no se produzisse, bvio que nunca daramos um

  • 43

    passo adiante no caminho do Autoconhecimento.Inquestionavelmente quando esta diviso no acontece, continua-

    mos identificados com todos os processos do Eu Pluralizado...Quem se identifica com os diversos processos do Eu Pluralizado,

    sempre vtima das circunstncias.Como poderia modificar circunstncias aquele que no se conhece

    a si mesmo? Como poderia conhecer-se a si mesmo quem nunca obser-vou-se internamente? De que maneira poderia algum auto-observar-se se no se divide previamente em Observador e Observado?

    Agora, bem, ningum pode comear a mudar radicalmente enquan-to no seja capaz de dizer: Este desejo um Eu animal que devo elimi-nar; este pensamento egosta outro Eu que me atormenta e que preciso desintegrar; este sentimento que fere meu corao um Eu intruso que preciso reduzir poeira csmica; etc., etc., etc.

    Naturalmente isto impossvel para quem nunca tenha se dividido entre Observador e Observado.

    Quem toma todos os seus processos psicolgicos como funcionalis-mos de um Eu nico, Individual e Permanente, encontra-se to identifica-do com todos os seus erros, os tm to unidos a si mesmo, que perdeu, por tal motivo, a capacidade para separ-los de sua Psique.

    Obviamente pessoas assim jamais podem mudar radicalmente, so pessoas condenadas ao mais retumbante fracasso.

  • 44

    CAPTULO XIVPENSAMENTOS NEGATIVOS

    Pensar profundamente e com plena ateno resulta estranho nesta poca involutiva e decadente.

    Do Centro Intelectual surgem diversos pensamentos provenientes, no de um Eu permanente como supem de forma equivocada os ignoran-tes ilustrados, seno dos diferentes Eus em cada um de Ns.

    Quando um homem est pensando, acredita firmemente que ele em si mesmo e por si mesmo est pensando.

    No quer dar-se conta, o pobre mamfero intelectual, de que os ml-tiplos pensamentos que por seu entendimento cruzam, tm sua origem nos distintos Eus que levamos dentro de ns.

    Isto significa que no somos verdadeiros indivduos pensantes; real-mente ainda no temos mente individual.

    No entanto, cada um dos diferentes Eus que carregamos dentro de ns usa nosso Centro Intelectual, utiliza-o cada vez que pode para pensar.

    Absurdo seria, pois, nos identificarmos com tal ou qual pensamento negativo e prejudicial, acreditando-o propriedade particular.

    Obviamente este ou aquele pensamento negativo provm de qual-quer Eu que em um dado momento tenha usado abusivamente nosso Centro Intelectual.

    Pensamentos negativos existem de diferente espcie: Suspeita, des-confiana, m vontade para outra pessoa, cimes (passionais, religiosos, polticos, por amizades ou do tipo familiar), cobia, luxria, vingana, ira, orgulho, inveja, dio, ressentimento, furto, adultrio, preguia, gula, etc., etc., etc.

    Realmente os defeitos psicolgicos que temos so tantos, que embo-ra tivssemos palato de ao e mil lnguas para falar, no conseguiramos enumer-los cabalmente.

    Como sequncia ou consequncia do que foi dito antes, resulta des-cabido identificar-nos com os pensamentos negativos.

    Como queira que no possvel que exista efeito sem causa, afirma-mos solenemente que nunca poderia existir um pensamento por si mes-mo, por gerao espontnea...

  • 45

    A relao entre pensador e pensamento ostensiva; cada pensamen-to negativo tem sua origem em um pensador diferente.

    Em cada um de ns existem tantos pensadores negativos, quantos pensamentos da mesma ndole.

    Vista esta questo do ngulo pluralizado de Pensadores e Pensa-mentos, acontece que cada um dos Eus que carregamos em nossa Psi-que, certamente um pensador diferente.

    Inquestionavelmente, dentro de cada um de ns existem muitos pensadores; no entanto, cada um destes apesar de ser to somente uma parte, acredita-se ser o todo, em um dado momento...

    Os mitmanos, os eglatras, os narcisistas, os paranoicos, nunca aceitariam a tese de A Pluralidade de Pensadores porque se querem de-mais a si mesmos, se sentem o papai de Tarz ou a mame dos pinti-nhos...

    Como poderiam tais pessoas anormais aceitar a ideia de que no possuem uma mente individual, genial, maravilhosa?...

    No entanto tais sabiches pensam de si mesmos o melhor, e at se vestem com a tnica de Aristipo para demonstrar sabedoria e humildade...

    Conta por a a lenda dos sculos, que Aristipo querendo demonstrar sabedoria e humildade, vestiu-se com uma velha tnica cheia de remendos e buracos; empunhou com a destra o Basto da Filosofia e se foi pelas ruas de Atenas...

    Dizem que quando Scrates o viu chegando, exclamou com grande voz: Oh Aristipo, v-se tua vaidade atravs dos buracos de tua vestimen-ta!.

    Quem no vive sempre em estado de Alerta Novidade, Alerta Per-cepo, pensando o que est pensando, identifica-se facilmente com qual-quer pensamento negativo.

    Como resultado disto, fortalece lamentavelmente o poder sinistro do Eu Negativo, autor do correspondente pensamento em questo.

    Quanto mais nos identificamos com um pensamento negativo, mais escravos seremos do correspondente Eu que lhe caracteriza.

    Com respeito Gnose, ao Caminho Secreto, ao trabalho sobre si mesmo, nossas tentaes particulares encontram-se precisamente nos Eus que odeiam a Gnosis, o trabalho esotrico, porque no ignoram que

  • 46

    sua existncia dentro de nossa psique est mortalmente ameaada pela Gnosis e pelo trabalho.

    Esses Eus Negativos e encrenqueiros apoderam-se facilmente de certos rolos mentais armazenados em nosso Centro Intelectual e originam sequencialmente correntes mentais nocivas e prejudiciais.

    Se aceitarmos esses pensamentos, esses Eus Negativos que em um dado momento controlam nosso Centro Intelectual, ento seremos inca-pazes de nos livrar de seus resultados.

    Jamais devemos esquecer que todo Eu Negativo se Autoengana e Engana, concluso: Mente.

    Cada vez que sentimos uma sbita perda de fora, quando o aspi-rante se desilude da Gnosis, do trabalho esotrico, quando perde o entu-siasmo e abandona o melhor, bvio que tenha sido enganado por algum Eu Negativo.

    O Eu Negativo do Adultrio aniquila os lares nobres e torna des-graados os filhos.

    O Eu Negativo dos Cimes engana os seres que se adoram e des-tri a dita dos mesmos.

    O Eu Negativo do Orgulho Mstico engana os devotos do Cami-nho e estes, sentindo-se sabidos, odeiam seu Mestre ou lhe traem...

    O Eu Negativo apela nossas experincias pessoais, a nossas recor-daes, a nossos melhores anseios, a nossa sinceridade, e, mediante uma rigorosa seleo de tudo isto, apresenta algo em uma falsa luz, algo que fascina e vem o fracasso...

    No entanto, quando algum descobre o Eu em ao, quando tenha aprendido a viver em estado de alerta, tal engano torna-se impossvel.

  • 47

  • 48

    CAPTULO XVA INDIVIDUALIDADE

    Acreditar-se Um certamente uma brincadeira de muito mau gos-to; desafortunadamente esta v iluso existe dentro de cada um de ns.

    Lamentavelmente sempre pensamos de ns mesmos o melhor, ja-mais nos ocorre compreender que nem sequer possumos individualidade verdadeira.

    O pior do caso que at nos damos o falso luxo de supor que cada um de ns goza de plena conscincia e vontade prpria.

    Pobres de ns! Quo tolos somos! No h dvida de que a ignorn-cia a pior das desgraas.

    Dentro de cada um de ns existem muitos milhares de indivduos diferentes, sujeitos distintos, Eus ou pessoas que brigam entre si, que lutam pela supremacia e que no tm ordem ou concordncia alguma.

    Se fssemos conscientes, se despertssemos de tantos sonhos e fan-tasias, quo distinta seria a vida...

    Mas para o cmulo de nosso infortnio, as emoes negativas e as autoconsideraes e amor prprio, nos fascinam, nos hipnotizam, jamais nos permitem lembrar de ns mesmos, ver-nos tal qual somos...

    Acreditamos ter uma s vontade quando na realidade possumos muitas vontades diferentes. (Cada Eu tem a sua).

    A tragicomdia de toda esta Multiplicidade Interior pavorosa; as diferentes vontades interiores se chocam entre si, vivem em conflito cont-nuo, atuam em diferentes direes.

    Se tivssemos verdadeira individualidade, se possussemos Uma Unidade em vez de uma Multiplicidade, teramos tambm continuidade de propsitos, conscincia desperta, vontade particular, individual.

    Mudar o indicado, no entanto devemos comear por ser sinceros conosco mesmos.

    Precisamos fazer um inventrio psicolgico de ns mesmos para co-nhecer sobre ns e o que nos falta.

    possvel conseguir individualidade, mas se acreditamos t-la, tal possibilidade desaparecer.

  • 49

    evidente que jamais lutaramos para conseguir algo que acredita-mos ter. A fantasia nos faz acreditar que somos possuidores da Individua-lidade, e at existem no mundo escolas que assim nos ensinam.

    urgente lutar contra a fantasia, esta nos faz aparecer como se fs-semos isto ou aquilo, quando na verdade somos miserveis, desavergonha-dos e perversos.

    Pensamos que somos homens, quando na verdade somos to so-mente mamferos intelectuais desprovidos de individualidade.

    Os mitmanos acreditam-se Deuses, etc., sem suspeitar que nem sequer tm mente individual e Vontade consciente.

    Os eglatras adoram tanto seu querido Ego, que nunca aceitariam a ideia da Multiplicidade de Egos dentro de si mesmos.

    Os paranoicos, com todo orgulho clssico que lhes caracteriza, nem sequer lero este livro...

    indispensvel lutar at a morte contra a fantasia de ns mesmos, se que no queremos ser vtimas de emoes artificiais e experincias falsas, que alm de nos colocar em situaes ridculas, detm toda possibilidade de desenvolvimento interior.

    O animal intelectual est to hipnotizado por sua fantasia, que so-nha que leo ou guia quando na verdade no mais que um vil verme do lodo da terra.

    O mitmano jamais aceitaria estas afirmaes feitas linhas acima, obviamente ele se sente arqui-hierofante digam o que digam; sem suspeitar que a fantasia meramente nada, nada se no fantasia.

    A fantasia uma fora real que atua universalmente sobre a hu-manidade e que mantm o Humanoide Intelectual em estado de sonho, fazendo-lhe acreditar que j um homem, que possui verdadeira indivi-dualidade, vontade, conscincia desperta, mente particular, etc., etc., etc.

    Quando pensamos que somos um, no podemos mover-nos de onde estamos em ns mesmos, permanecemos estancados e por ltimo degeneramos, involucionamos.

    Cada um de ns encontra-se em determinada etapa psicolgica e no poderemos sair da mesma a menos que descubramos diretamente a todas essas pessoas ou Eus que vivem dentro de nossa pessoa.

    claro que mediante a auto-observao ntima poderemos ver as

  • 50

    pessoas que vivem em nossa psique e que precisamos eliminar para conse-guir a transformao radical.

    Esta percepo, esta auto-observao, muda fundamentalmente to-dos os conceitos equivocados que sobre ns mesmos tnhamos, e, como resultado, evidenciamos o fato concreto de que no possumos verdadeira individualidade.

    Enquanto no nos auto-observemos, viveremos na iluso de que so-mos Um, e em consequncia nossa vida ser equivocada.

    No possvel relacionarmos corretamente com nossos semelhantes enquanto no se realize uma mudana interior no fundo de nossa psique.

    Qualquer mudana ntima exige a eliminao previa dos Eus que levamos dentro.

    De nenhuma maneira poderamos eliminar tais Eus se no os obser-vamos em nosso interior.

    Aqueles que se sentem Um, que pensam de si mesmos o melhor, que nunca aceitariam a doutrina dos muitos, tampouco desejam observar aos Eus e, portanto, qualquer possibilidade de mudana torna-se neles impos-svel.

    No possvel mudar se no se elimina, mas quem se sente possui-dor da Individualidade, se aceitasse que deve eliminar, ignoraria realmente o que o que deve eliminar.

    Mas no devemos esquecer que quem acredita ser Um, autoengana-do acredita que sim sabe o que deve eliminar, mas na verdade nem sequer sabe que no sabe, um ignorante ilustrado.

    Necessitamos desegoistizar-nos, para individualizar-nos, mas quem acredita que possui a Individualidade impossvel que possa deixar de ser egosta.

    A Individualidade sagrada em cem por cento, raros so os que a tem, mas todos pensam que a tem.

    Como poderamos eliminar Eus, se acreditamos que temos um Eu nico?

    Certamente, somente quem jamais tenha se Auto-observado seria-mente pensa que tem um Eu nico.

    Mas devemos ser muito claros neste ensinamento porque existe o

  • 51

    perigo psicolgico de confundir a Individualidade autntica com o concei-to de alguma espcie de Eu Superior ou algo pelo estilo.

    A Individualidade Sagrada est muito alm de qualquer forma de Eu, o que , o que sempre foi e o que sempre ser.

    A legtima individualidade o Ser, e a razo de Ser do Ser, o pr-prio Ser.

    Distinga entre o Ser e o Eu. Aqueles que confundem o Eu com o Ser, certamente nunca se auto-observaram seriamente.

    Enquanto continue a Essncia, a conscincia, engarrafada entre todo esse conjunto de Eus que levamos dentro de ns, a mudana radical ser algo mais que impossvel.

  • 52

    CAPTULO XVIO LIVRO DA VIDA

    Uma pessoa o que sua vida. Isso que continua mais alm da mor-te, a vida. Este o significado do livro da vida que se abre com a morte.

    Observada esta questo do ponto de vista estritamente psicolgico, um dia qualquer de nossa vida realmente uma pequena rplica da tota-lidade da vida.

    De tudo isto podemos inferir o seguinte: se um homem no trabalha sobre si mesmo hoje, no mudar nunca.

    Quando se afirma que se quer trabalhar sobre si mesmo, e no se trabalha hoje adiando para amanh, tal afirmao ser um simples projeto e nada mais, porque no hoje est a rplica de toda nossa vida.

    Existe por a um ditado vulgar que diz: No deixeis para amanh o que se pode fazer hoje mesmo.

    Se um homem diz: Trabalharei sobre mim mesmo, amanh, nunca trabalhar sobre si mesmo, porque sempre haver um amanh.

    Isto muito similar a certo aviso, anncio ou letreiro que alguns comerciantes colocam em suas lojas: Fiado hoje no, s amanh.

    Quando algum necessitado chega a solicitar crdito, topa com o ter-rvel aviso, e se volta no outro dia, encontra outra vez o infeliz anncio ou letreiro.

    Isto o que se chama em psicologia a enfermidade do amanh. Enquanto um homem disser amanh, nunca mudar.

    Precisamos com urgncia mxima, inadivel, trabalhar sobre o si mesmo hoje, no sonhar preguiosamente em um futuro ou em uma opor-tunidade extraordinria.

    Esses que dizem: Vou antes fazer isto ou aquilo e logo trabalharei. Jamais trabalharo sobre si mesmos, esses so os moradores da terra men-cionados nas Sagradas Escrituras.

    Conheci um poderoso proprietrio de terras que dizia: Preciso pri-meiro expandir-me e logo trabalhar sobre Mim Mesmo.

    Quando adoentou-se de morte lhe visitei, ento lhe fiz a seguinte pergunta: Ainda quereis arredondar-te?

  • 53

    Lamento de verdade ter perdido o tempo, me respondeu. Dias de-pois morreu, depois de ter reconhecido seu erro.

    Aquele homem tinha muitas terras, mas queria apoderar-se das pro-priedades vizinhas, arredondar-se, a fim de que sua fazenda ficasse exata-mente limitada por quatro caminhos.

    Basta a cada dia seu af!, disse o Grande KABIR JESUS. Auto-ob-servar-nos hoje mesmo, no tocante ao dia sempre recorrente, miniatura de nossa vida inteira.

    Quando um homem comea a trabalhar sobre si mesmo, hoje mes-mo quando observa seus desgostos e penas, marcha pelo caminho do xito.

    No seria possvel eliminar o que no conhecemos. Devemos obser-var antes nossos prprios erros.

    Necessitamos no somente conhecer nosso dia, mas tambm a re-lao com o mesmo. H certo dia ordinrio que cada pessoa experimenta diretamente, exceto os acontecimentos inslitos, inusitados.

    interessante observar a recorrncia diria, a repetio de palavras e acontecimentos, para cada pessoa, etc.

    Essa repetio ou recorrncia de eventos e palavras merece ser estu-dada, nos conduz ao autoconhecimento.

  • 54

    CAPTULO XVIICRIATURAS MECNICAS

    De nenhuma maneira poderamos negar a Lei da Recorrncia pro-cessando-se em cada momento de nossa vida.

    Certamente em cada dia de nossa existncia, existe repetio de eventos, estados de conscincia, palavra, desejos, pensamentos, volies, etc.

    bvio que quando algum no se auto-observa, no pode dar-se conta desta incessante repetio diria.

    evidente que quem no sente interesse algum em observar a si mesmo, tampouco deseja trabalhar para conseguir uma verdadeira trans-formao radical.

    Para o cmulo dos cmulos h pessoas que querem transformar-se sem trabalhar sobre si mesmos.

    No negamos o fato de que cada um tem direito real felicidade do esprito, mas tambm certo que a felicidade seria algo mais que imposs-vel se no trabalhamos sobre ns mesmos.

    Algum pode mudar intimamente quando de verdade consegue modificar suas reaes ante os diversos fatos que lhe sobrevm diariamen-te.

    Mas no poderamos modificar nossa forma de reagir ante os fatos da vida prtica se no trabalharmos seriamente sobre ns mesmos.

    Necessitamos mudar nossa maneira de pensar, sermos menos negli-gentes, nos tornarmos mais srios e levar a vida de forma diferente, em seu sentido real e prtico.

    Mas, se continuarmos assim tal como estamos, comportando-nos da mesma forma todos os dias, repetindo os mesmos erros, com a mesma negligncia de sempre, qualquer possibilidade de mudana ficar de fato eliminada.

    Se algum de verdade quer chegar a conhecer a si mesmo, deve co-mear a observar sua prpria conduta ante os acontecimentos de qualquer dia da vida.

    No queremos dizer com isto que algum no deva observar a si mesmo diariamente, somente queremos afirmar que deve-se comear a

  • 55

    observar um primeiro dia.Em tudo deve haver um comeo, e comear por observar nossa con-

    duta em qualquer dia de nossa vida um bom comeo. Observar nossas reaes mecnicas ante todos esses pequenos de-

    talhes de alcova, lar, sala de jantar, casa, rua, trabalho, etc., etc., etc., o que algum diz, sente e pensa, certamente o mais indicado.

    O importante ver logo como, de que maneira, pode algum mudar essas reaes; mas,se acreditamos que somos boas pessoas, que nunca nos comportamos de forma inconsistente e equivocada, nunca mudaremos.

    Ante tudo precisamos compreender que somos pessoas-mquinas, simples marionetes controladas por agentes secretos, por Eus ocultos.

    Dentro de nossa pessoa vivem muitas pessoas, nunca somos idn-ticos; s vezes se manifesta em ns uma pessoa mesquinha, outras vezes uma pessoa irritvel, em qualquer outro instante uma pessoa esplndida, benevolente, mais tarde uma pessoa escandalosa ou caluniadora, depois um santo, logo um mentiroso, etc.

    Temos pessoas de todo tipo dentro de cada um de ns, Eus de toda espcie. Nossa personalidade no mais que uma marionete, um boneco falante, algo mecnico.

    Comecemos por nos comportar conscientemente durante uma pe-quena parte do dia; precisamos deixar de ser simples mquinas ainda que seja durante breves minutos dirios, isso influir decisivamente sobre nos-sa existncia.

    Quando nos Auto-observamos e no fazemos o que tal ou qual Eu quer, claro que comeamos a deixar de ser mquinas.

    Um s momento, em que se est bastante consciente, como para deixar de ser mquina, se feito voluntariamente, costuma modificar radi-calmente muitas circunstncias desagradveis.

    Desgraadamente vivemos diariamente uma vida mecanicista, roti-neira, absurda. Repetimos acontecimentos, nossos hbitos so os mesmos, nunca quisemos modific-los, so o trilho mecnico por onde circula o trem de nossa miservel existncia, mas, pensamos de ns o melhor...

    Por todos os lados abundam os MITMANOS, aqueles que acre-ditam-se Deuses; criaturas mecnicas, rotineiras, personagens do lodo da terra, mseros bonecos movidos por diversos Eus; pessoas assim no tra-

  • 56

    balharo sobre si mesmos...

  • 57

  • 58

    CAPTULO XVIIIO PO SUPERSUBSTANCIAL

    Ao observarmos cuidadosamente qualquer dia de nossa vida, vere-mos que certamente no sabemos viver conscientemente.

    Nossa vida parece um trem em marcha, movendo-se nos trilhos fi-xos dos hbitos mecnicos, rgidos, de uma existncia v e superficial.

    O curioso do caso que jamais nos ocorre modificar nossos hbitos, parece que no nos cansamos de remeter sempre o mesmo.

    Os hbitos nos tm petrificado, mas pensamos que somos livres; so-mos espantosamente feios, mas nos acreditamos Apolos...

    Somos pessoas mecnicas, motivo mais que suficiente para carecer de todo sentimento verdadeiro do que se est fazendo na vida.

    Movemos-nos diariamente dentro do velho trilho de nossos hbitos antiquados e absurdos e assim claro que no temos uma vida verdadeira; em vez de viver, vegetamos miseravelmente, e no recebemos novas im-presses.

    Se uma pessoa iniciasse seu dia conscientemente, ostensivo que tal dia seria muito diferente dos outros dias.

    Quando algum toma toda sua vida, como o mesmo dia que est vivendo, quando no deixa para amanh o que se deve fazer hoje mesmo, chega realmente a conhecer o que significa trabalhar sobre si mesmo.

    Jamais um dia carece de importncia; se na verdade queremos trans-formar- nos radicalmente, devemos ver-nos, observar-nos e compreender--nos diariamente.

    No entanto, as pessoas no querem ver-se a si mesmas, alguns tendo vontade de trabalhar sobre si mesmos, justificam sua negligncia com fra-ses como a seguinte: O trabalho no escritrio no permite trabalhar sobre ns mesmos. Palavras estas sem sentido, ocas, vs, absurdas, que somente servem para justificar a indolncia, a preguia, a falta de amor pela Grande Causa.

    Pessoas assim, embora tenham muitas inquietaes espirituais, bvio que no mudaro nunca.

    Observar-nos a ns mesmos urgente, inadivel, impostergvel. A Auto-observao ntima fundamental para a verdadeira mudana.

  • 59

    Qual o seu estado psicolgico ao levantar-se? Qual o seu estado de nimo durante o caf da manh? Esteve impaciente com o garom? Com a esposa? Por que esteve impaciente? O que que sempre lhe trans-torna? Etc.

    Fumar ou comer menos no toda a mudana, mas indica-se certo avano. Bem sabemos que o vcio e a glutonaria so desumanos e bestiais.

    No bom que algum dedicado ao Caminho Secreto tenha um corpo fsico excessivamente gordo e com um ventre aumentado e fora de toda euritmia da perfeio. Isso indicaria glutonaria, gula e at preguia.

    A vida cotidiana, a profisso, o emprego, embora vitais para a exis-tncia, constituem o sonho da conscincia.

    Saber que a vida sonho no significa t-lo compreendido. A com-preenso vem com a auto-observao e o trabalho intenso sobre o mesmo.

    Para trabalhar sobre si mesmo, indispensvel trabalhar sobre sua vida diria, hoje mesmo, e ento se compreender o que significa aquela frase da orao do Senhor: Dai-nos o Po nosso de cada dia.

    A frase Cada Dia significa o Po supersubstancial em grego ou o Po do Alto.

    A Gnosis d esse Po de Vida no duplo sentido de ideias e foras que nos permitem desintegrar erros psicolgicos.

    Cada vez que reduzimos a poeira csmica tal ou qual Eu, ganha-mos experincia psicolgica, comemos o Po da Sabedoria, recebemos um novo conhecimento.

    A Gnosis nos oferece o Po Supersubstancial, o Po da Sabedoria, e nos assinala com preciso a nova vida que comea em algum mesmo, dentro de si mesmo, aqui e agora.

    Agora, bem, ningum pode alterar sua vida ou mudar coisa alguma relacionada com as reaes mecnicas da existncia, a menos que conte com a ajuda de novas ideias e receba auxlio Divino.

    A Gnosis dessas novas ideias ensina o modus operandi mediante o qual algum pode ser assistido por Foras Superiores mente.

    Precisamos preparar os centros inferiores de nosso organismo para receber as ideias e foras que vm dos centros Superiores.

    No trabalho sobre si mesmo no existe nada desprezvel. Qualquer

  • 60

    pensamento por mais insignificante que seja, merece ser observado. Qual-quer emoo negativa, reao, etc., deve ser observada.

  • 61

  • 62

    CAPTULO XIXO BOM DONO DE CASA

    Afastar-se dos efeitos desastrosos da vida, nestes tempos tenebrosos, certamente muito difcil, mas indispensvel, de outro modo devorado pela vida.

    Qualquer trabalho que algum faa sobre si mesmo com o propsito de conseguir um desenvolvimento anmico e espiritual, se relaciona sem-pre com o isolamento muito bem entendido, pois sob a influncia da vida tal como sempre a vivemos, no possvel desenvolver outra coisa que a personalidade.

    De modo algum tentamos nos opor ao desenvolvimento da perso-nalidade, obviamente esta necessria na existncia, mas certamente algo meramente artificial, no o verdadeiro, o real em ns.

    Se o pobre mamfero intelectual equivocadamente chamado ho-mem no se isola, mas se identifica com todos os acontecimentos da vida prtica, e desperdia suas foras em emoes negativas, em autoconside-raes pessoais e em palavreado vo insubstancial de conversa ambgua, nada edificante, nenhum elemento real pode desenvolver-se nele, fora do que pertence ao mundo da mecanicidade.

    Certamente quem quiser de verdade conseguir em si o desenvol-vimento da Essncia, deve chegar a estar hermeticamente fechado. Isto refere-se a algo ntimo estreitamente relacionado com o silncio.

    A frase vem dos tempos antigos, qu