“saneamento básico e qualidade das águas – conceitos...
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“Saneamento básico e qualidade das águas – Conceitos
fundamentais, principais doenças disseminadas pela água.
Principais indicadores biológicos da qualidade da água”
Fabricio Heitor Martelli Fiscal Sanitário
1.1 Saneamento rural no Brasil
Último senso IBGE/2010 cerca de 29,9 milhões de pessoas residem em
localidades rurais, em aproximadamente 8,1 milhões de domicílios.
1. Introdução
apenas 32,8% dos domicílios nas áreas rurais estão ligados a
redes de abastecimento de água com ou sem
canalização interna O restante da população (67,2%) capta água de chafarizes e poços protegidos ou não, diretamente de cursos de água sem nenhum tratamento ou de outras fontes
alternativas geralmente insalubres
Fonte: FUNASA (http://www.funasa.gov.br/site/engenharia-de-saude-publica-2/saneamento-rural/#prettyPhoto..
1. Introdução
apenas 5,7% dos domicílios estão ligados à rede de coleta de esgotos;
20,3% utilizam a fossa séptica como solução para o tratamento dos dejetos; e
demais domicílios (74%) depositam os dejetos em “fossas rudimentares”, lançam em
cursos d´água ou diretamente no solo a céu aberto (Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios - PNAD/2009).
http://www.funasa.gov.br/site/engenharia-de-saude-publica-2/saneamento-rural/#prettyPhoto
Esgotamento sanitário nos Domicílios Rurais
1. Introdução
25% do total da população
rural do Brasil vivendo em
extrema pobreza (renda
per capita < R$70,00) .
Bacia do Rio Amazonas,
Rio São Francisco e
Semiárido brasileiro.
O Plano Nacional de Saneamento Básico – Plansab, definido pela Lei nº 11.445/2007, determina a elaboração de políticas de Saneamento Rural. Programa Nacional de Saneamento Rural é de responsabilidade do Ministério da Saúde por meio da Fundação Nacional de Saúde (FUNASA).
1. Introdução
O cenário contribui direta e indiretamente para o surgimento de doenças de veiculação hídrica, parasitoses intestinais e diarréias
Ações de saneamento no meio rural
Visam reverter o
quadro atual
brasileiro
Promovendo a inclusão
social
Implantação integrada de
políticas públicas
Saúde, habitação e
meio ambiente
1. Introdução
2. Marcos Regulatórios da água de consumo humano
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
Art. 200. Ao sistema único de saúde (SUS) compete, além de outras atribuições, nos termos da lei:
(...) VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano (...)
(...)VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho
(...)
Constituição Federal de 1988
2. Marcos Regulatórios da água de consumo humano
Lei nº 8.080/90 que institui o Sistema Único de Saúde (SUS)
Art. 3°. (...) fatores determinantes e condicionantes da saúde, entre outros, “a
moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a
educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais”.
Além disso, salienta-se que “os níveis de saúde da população expressam a
organização social e econômica do País”.
Art. 6°. (...) inclui as ações inerentes à vigilância sanitária:
-a participação na formulação da política e na execução de ações de saneamento
básico;
- a colaboração na proteção do meio ambiente, nele compreendido o trabalho;
- o controle e a fiscalização de serviços, produtos e substâncias de interesse para
a saúde;
- a participação no controle e na fiscalização da produção, transporte, guarda e
utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos, entre
outros.
Artigo 11 – Constitui finalidade das ações de vigilância sanitária sobre o meio ambiente o enfrentamento dos problemas ambientais e ecológicos, de modo a serem sanados ou minimizados a fim de não representarem risco à vida. Artigo 12 – São fatores ambientais de risco à saúde aqueles decorrentes de qualquer situação ou atividade no meio ambiente, principalmente os relacionados à organização territorial, ao ambiente construído, ao saneamento ambiental, às fontes de poluição.
Abastecimento de Água para Consumo Humano Artigo 18 – Todo e qualquer sistema de abastecimento de água, seja público ou privado, individual ou coletivo, está sujeito à fiscalização da autoridade sanitária competente, em todos os aspectos que possam afetar a saúde pública.
2. Marcos Regulatórios da água de consumo humano
Lei Estadual n° 10.083/1998
2. Marcos Regulatórios da água de consumo humano
VIGIÁGUA/PROÁGUA
O VIGIÁGUA e PROÁGUA têm como objetivo a vigilância da qualidade da água para consumo humano no Brasil e Estado de São Paulo, bem como detectar situações de risco à saúde relacionadas ao seu consumo.
...estão pactuados entre as esferas federal, estadual e municipal, e sua atuação está embasada na Portaria MS nº 2914 de 12 de Dezembro de 2011, que define o padrão de potabilidade da água para consumo humano no país..
Auditar o Sistema e as Soluções de Abastecimentos de Água
Vigilância Sanitária
• reduzir a morbi-mortalidade por doenças e agravos de transmissão
hídrica, por meio de ações de vigilância sistemática da qualidade da água
consumida pela população;
• buscar a melhoria das condições sanitárias das diversas formas de
abastecimento de água para consumo humano;
• avaliar e gerenciar o risco à saúde imposto pelas condições sanitárias
das diversas formas de abastecimento de água;
• monitorar, sistematicamente, a qualidade da água consumida pela
população, nos termos da legislação vigente;
• informar à população sobre a qualidade da água e riscos à saúde;
• apoiar o desenvolvimento de ações de educação em saúde e
mobilização social.
3. Objetivos do VIGIÁGUA/PROÁGUA
4. Qualidade da água para consumo humano Portaria MS n° 2914/2011
Art. 3º. Toda água destinada ao consumo humano, distribuída coletivamente por meio de Sistema ou Solução Alternativa Coletiva de abastecimento de água, deve ser objeto de controle e vigilância da qualidade da água. Art. 4º. Toda água destinada ao consumo humano proveniente de solução alternativa individual de abastecimento de água, independentemente da forma de acesso da população, está sujeita à vigilância da qualidade da água.
Fontes: OPAS/IBGE
Controle da qualidade da água para consumo humano: conjunto de atividades exercidas regularmente pelo responsável pelo Sistema ou por Solução Alternativa Coletiva de Abastecimento de água - SAC, destinado a verificar se a água fornecida à população é potável, de forma a assegurar a manutenção desta condição.
4. Qualidade da água para consumo humano Portaria MS n° 2914/2011
Vigilância da qualidade da água para consumo humano: conjunto de ações adotadas regularmente pela autoridade de saúde pública para verificar o atendimento a esta Portaria, considerados os aspectos socioambientais e a realidade local, para avaliar se a água consumida pela população apresenta risco à saúde humana;
4. Qualidade da água para consumo humano Portaria MS n° 2914/2011
Sistema de abastecimento: instalação composta
por um conjunto de obras civis, materiais e
equipamentos, desde a zona de captação até as
ligações prediais, destinada à produção e ao
fornecimento coletivo de água potável, por meio de rede
de distribuição – destinado ao público;
Soluções alternativas: - Coletivas – SAC: Fábricas, condomínios, Shopping Center etc - Individuais – SAI: Unifamiliar.
4. Qualidade da água para consumo humano Portaria MS n° 2914/2011 – Formas de abastecimento
4. Qualidade da água para consumo humano Portaria MS n° 2914/2011 – Formas de abastecimento
Água para consumo humano cujos parâmetros microbiológicos, físicos, químicos e radioativos atendam ao padrão de potabilidade e que não
ofereça risco à saúde.
4. Qualidade da água para consumo humano Portaria MS n° 2914/2011 – Água Potável
Segurança microbiológica
Segurança química
Segurança radioativa
Aceitabilidade
Segurança e manejo operacional do sistema
4. Qualidade da água para consumo humano Portaria MS n° 2914/2011 – Garantias
O tratamento da água deve garantir a inativação dos organismos causadores de doenças. Para verificar a eficiência do tratamento, são utilizados:
Indicam a situação de higiene da água
Indicam a presença de matéria fecal na água
Coliformes Totais
Coliformes Termotoloerantes
Indicadores bacteriológicos
5. Segurança Microbiológica
Coliformes totais (bactérias do grupo coliforme)
Bacilos gram-negativos, aeróbios, anaeróbios facultativos, não formadores de esporos, oxidase-negativos, capazes de desenvolver na presença de sais biliares ou agentes tensoativos que fermentam a lactose com produção de ácido, gás e aldeído a 35,0 + 0,5 ºC em 24-48 h, e que podem apresentar atividade da enzima -galactosidase. A maioria das bactérias do grupo coliforme pertence aos gêneros Escherichia, Citrobacter, Klebsiella e Enterobacter, embora vários outros gêneros e espécies pertençam ao grupo.
5. Segurança Microbiológica
Coliformes termotolerantes Subgrupo das bactérias coliformes que fermentam a lactose a 44,5 + 0,2 ºC em 24 horas; tendo como principal representante a Escherichia coli, de origem exclusivamente fecal.
5. Segurança Microbiológica
Escherichia coli Bactéria do grupo coliforme que fermenta a lactose e manitol, com produção de ácido e gás 44,5 + 0,2 ºC em 24 horas, produz indol a partir do triptofano, oxidase negativa, não hidroliza a uréia e apresenta atividade das enzimas ß galactosidase e ß glucoronidase. A Escherichia coli é considerada o mais específico indicador de contaminação fecal recente e de eventual
presença de organismos patogênicos.
5. Segurança Microbiológica
Leitura dos resultados:
Incolor: negativo Amarelo: Coliformes totais Amarelo/azul fluorescente na presença de uV: E. coli
Análise qualitativa: Presença/ausência (P/A)
5. Segurança Microbiológica
Cianobactérias
Microrganismos procarióticos autotróficos, também denominados como cianofíceas (algas azuis), capazes de ocorrer em qualquer manancial superficial especialmente naqueles com elevados níveis de nutrientes (nitrogênio e fósforo), podendo produzir toxinas com efeitos adversos à saúde
5. Segurança Microbiológica/ cianobactérias.
Microcystis aeruginosa
5. Segurança Microbiológica/ cianobactérias.
cilindrospermopsina
Anabaena
Cianotoxinas
Toxinas produzidas por cianobactérias que apresentam efeitos adversos à saúde por ingestão oral, incluindo: 1. Microcistinas 2. Cilindrospermopsinas
3. Saxitoxinas
5. Segurança Microbiológica/ Cianotoxinas
Microcistinas: Hepatotoxinas e promotoras de tumores.
Cilindrospermopsina: hepatotóxina, apresentando também efeitos citotóxicos nos rins, baço, coração e outros órgãos. Saxitoxinas: Neurotóxina, efeitos de inibição da condução nervosa por bloqueio dos canais de sódio.
5. Segurança Microbiológica/ Cianotoxinas
Essas substâncias podem ser de origem antrópica ou natural, ou mesmo ser resultado do processo de tratamento; O tratamento da água deve garantir a eliminação ou a presença de elementos e/ou substâncias em conformidade com os limites expressos na legislação, para que não causem risco à saúde humana.
5. Segurança Microbiológica/ Cianotoxinas
TRAGÉDIA DE CARUARU (1996): 142 mortes – pacientes renais (microcistina). Casos de Diarreia na região de São Carlos/Araraquara: (2012- julho de 2013): 13.200 casos. No Estado de São Paulo 145 surtos de Doenças Transmitidas pela água – DTA, 5.700 casos e 01 óbito.
A ESCOLHA DOS PROCESSOS UNITÁRIOS DE TRATAMENTO DEPENDE DA QUALIDADE DA ÁGUA DO MANANCIAL
MANANCIAIS DE SUPERFÍCIE normalmente tem qualidade que varia no tempo e é mais suscetível à contaminações
A água Subterrânea proveniente do LENÇOL FREÁTICO é mais vulnerável à contaminações
A Água Subterrânea proveniente do LENÇOL CONFINADO é menos vulnerável à contaminações, porém podem apresentar substâncias nocivas à Saúde Humana (flúor, arsênico, cromo, etc) que estão presentes naturalmente no solo
6. Origem da água de consumo
6.1 Origem da água de consumo: água superficial.
• Resolução CONAMA n° 357/2005
Dispõe sobre a classificação dos corpos d’água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências.
Águas Doces
Classe Especial
- consumo humano, após tratamento simplificado; - proteção das comunidades aquáticas; - recreação de contato primário, - irrigação de hortaliças (cruas) e de frutas que se desenvolvam rentes ao solo - proteção das comunidades aquáticas em Terras Indígenas.
Classe 1 Classe 2 Classe 3 Classe 4
- consumo humano, após tratamento convencional; - proteção das comunidades aquáticas; -recreação de contato primário, - irrigação de hortaliças, plantas frutíferas e de parques, jardins, campos de esporte e lazer (público com contato direto); -aqüicultura e à atividade de pesca.
- consumo humano, após tratamento convencional ou avançado; - irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras; - pesca amadora; - recreação de contato secundário; e - dessedentação de animais
- navegação; e -harmonia paisagística - VETADO PARA CONSUMO HUMANO
- consumo humano, com desinfecção/filtração; - preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas; e -ambientes aquáticos em unidades de conservação de proteção integral
Águas Salinas e Salobras (até Classe 3)
6.1 Origem da água de consumo
CONAMA 357/2005
ÁGUA SUPERFICIAL
OBRIGATÓRIO
Remoção de sólidos grosseiros
Filtração
Desinfecção (CLORAÇÃO)
Fluoretação (SISTEMA PÚBLICO APENAS)
DEPENDENDO DA
QUALIDADE DA ÁGUA
Aeração
Coagulação/Floculação
Decantação ou Flotação
Correção de pH
Troca Iônica
Adição de Carvão Ativado
+
6.1. Origem da água de consumo – princípios de tratamento.
6.2 Origem da água de consumo – água subterrânea.
Dispõe sobre a classificação e diretrizes ambientais para o enquadramento das águas subterrâneas e dá outras providências.
• Resolução CONAMA n° 396/2008
6.2 Origem da água de consumo – água subterrânea
CONAMA n° 396/2008.
• Classe Especial: águas dos aquíferos destinadas à preservação de
ecossistemas em unidades de conservação de proteção integral e as que contribuam diretamente para os trechos de corpos de água superficial
enquadrados como classe especial,
• Classe 1: sem alteração de sua qualidade por atividades antrópicas, e
que não exigem tratamento para quaisquer usos preponderantes devido às suas características hidrogeoquímicas naturais,
• Classe 2: sem alteração de sua qualidade por atividades antrópicas, e
que podem exigir tratamento adequado, dependendo do uso preponderante, devido às suas características hidrogeoquímicas naturais,
6.2 Origem da água de consumo – água subterrânea
CONAMA n° 396/2008.
• Classe 3: com alteração de sua qualidade por atividades antrópicas, para
as quais não é necessário o tratamento em função dessas alterações, mas que podem exigir tratamento adequado, dependendo do uso preponderante, devido às suas características hidrogeoquímicas naturais;
• Classe 4: com alteração de sua qualidade por atividades antrópicas, e que
somente possam ser utilizadas, sem tratamento, para o uso preponderante menos restritivo;
• Classe 5: águas dos aquíferos que que apresentam alteração de sua
qualidade por atividades antrópicas, destinadas a atividades que não têm requisitos de qualidade para uso.
Consumo Humano, Dessedentação de animais, Irrigação e Recreação
ÁGUA SUBTERRÂNEA: poço, mina, cacimba
OBRIGATÓRIO
Desinfecção (cloração)
Fluoretação (SISTEMA PÚBLICO)
DEPENDENDO DA
QUALIDADE DA ÁGUA
Aeração
Correção de pH
Troca Iônica
+
6.2 Origem da água de consumo – princípios de tratamento.
Atender ao padrão de potabilidade exigido pelo Ministério da Saúde;
Prevenir a veiculação de doenças de origem microbiológica ou química;
Estimular a aceitação da água para consumo;
Prevenir a cárie dentária por meio da fluoretação*;
Proteger o sistema de abastecimento dos efeitos da corrosão, deposição e incrustação.
7. Objetivos do tratamento - resumo
O tratamento da água para consumo humano tem por finalidade torná-la potável. Em síntese, procura-se tornar a água atrativa e segura para o consumo humano.
7. Objetivos do tratamento - resumo
Como prevenir a veiculação de doenças de origem microbiológica ou química ?
Contaminação microbiológica
FILTRAÇÃO para remoção de microorganismos patogênicos em água de superfície
DESINFECÇÃO para remoção de microorganismos patogênicos
INDICADORES: Coliformes totais e Coliformes termotolerantes
Contaminação química
Resinas trocadoras de íons, ultrafiltração
7. Objetivos do tratamento - resumo
A PORTARIA ESTABELECE PARÂMETROS DE QUALIDADE
bacteriológicos
Físico-químicos
radiológicos
Coliformes totais
Coliformes termotolerantes
Bactérias heterotróficas
Características organolépticas
Orgânicas, Inorgânicas, Agrotóxicos, Cianotoxinas e sub-produtos da desinfecção
Alfa global e beta global
Giardia spp. e oocistos de Cryptosporidium spp. no(s)
ponto(s) de captação de água
Quando exceder no manancial 103 Escherichia coli/100mL
Ordem sanitária Por exemplo: remoção de organismos patogênicos e substâncias químicas que representam riscos à saúde;
Ordem estética/organoléptica Por exemplo: remoção cor, gosto e odor;
Ordem econômica Fator Saúde X Doença (prevenção) e manutenção do Sistema de água (corrosão)
8. Importância do tratamento da água
9. Segurança da água
A Portaria MS n° 2914/2011 prevê valores máximos permitidos para:
15 elementos ou substâncias inorgânicas;
18 substâncias químicas orgânicas;
39 agrotóxicos;
2 cianotoxinas (microcistina e saxitoxinas);
7 subprodutos da desinfecção. 2 radioativas microbiológico: presença/ ausência de E. coli
0,2 mg/L
2,0 mg/L
5,0 mg/L
Teor MÍNIMO a ser mantido em qualquer ponto de distribuição
Teor RECOMENDÁVEL máximo a ser mantido
Teor MÁXIMO aceitável
9. Segurança da água: Cloração como medida de desinfecção da água no Brasil
Dosagens mínimas para Cloro Residual Livre - CRL
Água filtrada + desinfecção adequada
Turbidez: indicador sanitário X estético
Turbidez menor possível: remoção de protozoários.
Turbidez (0,5 uT) + CRL (>0,2 mg/L)
99,9% Giardia
99,99% vírus
Turbidez 0,3 uT
99% Cryptosporidium
Toda água fornecida coletivamente desinfecção, mas, quando superficial, deverá também passar por filtração.
Combinações:Dióxido de cloro, ozônio, UV
9. Segurança da água: medidas de controle
reconhecimento da limitação dos coliformes como indicadores suficientes da potabilidade da água,
o reconhecimento da turbidez como um indicador da qualidade sanitária da água e não meramente estética,
a necessidade de um controle rigoroso dos processos de filtração e desinfecção.
10. Alguns paradigmas.
11. Algumas doenças de veiculação hídrica.
Amebíase Entamoeba hystolitica Os parasitas são eliminados com as fezes que, se deixadas próximas
a rios, lagoas, fossas, podem contaminar a água. Moscas e baratas, ao se alimentarem de fezes de pessoas infectadas, também transmitem a parasitose a outras pessoas, através do contato sobre os alimentos ou utensílios. Ingestão de frutas e verduras cruas, que foram regadas com água ou terra contaminadas. Muito frequente é a contaminação pelas mãos sujas de pessoas que lidam com os alimentos.
Sintomas : Dores abdominais, febre baixa, ataque de diarreia, seguida de períodos de prisão de ventre e disenteria aguda.
Prevenção / Tratamento • utilização de água potável, alimentos regados e lavados com água de qualidade, higienização de verduras, lavagem correta das mãos
11. Algumas doenças de veiculação hídrica.
Giardíase e criptosporidíase giardíase é causada pela Giardia lamblia e a criptosporidíase, pelo Cryptosporidium parvum, sendo mais frequentes em crianças. A transmissão se faz pela ingestão de cistos, podendo o contágio acontecer pelo convívio direto com o indivíduo infectado, pela ingestão de alimentos e água contaminados, inclusive por contato com insetos. Sintomas : provoca irritabilidade, dor abdominal e diarreia intermitente. Em alguns casos, pode estar associada a um quadro de má absorção e desnutrição. Prevenção / Tratamento Seguir as mesmas recomendações para a prevenção da amebíase.
11. Algumas doenças de veiculação hídrica.
Gastroenterite Febre Tifóide e paratifóide
É uma infecção do estômago e do intestino produzida, principalmente, por vírus como o Norovírus e Rotavírus ou bactérias como Escherichia coli, Salmonella, Shigella e a Campylobacter. É responsável pela maioria dos óbitos em crianças menores de um ano de idade e adultos.
Salmonella typhi Evolui, geralmente, num período de quatro semanas. A fonte de infecção é o doente, desde o instante em que ingeriu os bacilos que persistem em suas fezes. A febre paratifoide é mais rara que a tifoide causada pela Salmonella paratyphi dos tipos “A”, “B” ou “C”, sua fonte de infecção é a mesma da febre tifoide: doentes e portadores.
A incidência é maior nos locais em que não existe tratamento de água, rede de esgoto, água encanada e destino inadequado para o lixo
A doença se transmite pelas (fezes), que contaminam as mãos, as roupas, os alimentos e a água. O bacilo tifoide é ingerido com os alimentos e a água contaminada.
Diarreia, vômitos, febre e desidratação Dor de cabeça, mal-estar, fadiga, boca amarga, febre, calafrios, indisposição gástrica, diarreia e aumento do baço.
Prevenção Saneamento básico, higiene de alimentos, vacinação (febre tifóide)
11. Algumas doenças de veiculação hídrica.
Hepatite infecciosa: Vírus tipo “A” e “B” Cólera
Tipo A: Água contaminada por fezes de pessoas doentes, transfusão de sangue, doença endêmica.
Causada pelo micróbio Vibrio cholerae, que se localiza no intestino das pessoas, provocando, diarreia e vômitos intensos. Grande perda de líquidos do organismo, ficando desidratado rapidamente.
Tipo B: Via parenteral (instrumentos contaminados que perfuram a pele, como, por exemplo, injeções), principalmente pelo sangue.
Transmitida, principalmente, por meio da água contaminada pelas fezes e pelos vômitos dos doentes. Também pode ser transmitida por alimentos que não foram bem cozidos, ou pelas mãos sujas de doentes ou portadores.
Ocorrência de mal-estar, náuseas e urina escura, icterícia. Muitas vezes, o paciente é assintomático. Dor abdominal e aumento do fígado.
Diarreia intensa, que começa de repente. Presença de espuma branca. Febre baixa. Vômitos e cólicas abdominais. O doente chega a evacuar de um a dois litros por hora.
Prevenção Utilização de água tratada, higienização de alimentos, lavagem correta das mãos, disposição adequada do esgoto.
Esquistossomose O verme Schistosoma mansoni, se instala no fígado e intestino. Necessidade de existência de caramujos que hospedam o Schistosoma mansoni. Esses caramujos vivem em córregos, lagoas, valas de irrigação e canais.
11. Algumas doenças de veiculação hídrica.
Verminoses
Sintomas inchaço abdominal (barriga d’agua), coceira, vermelhidão da pele, diarréia. Prevenção uso de água potável e controle dos caramujos hospedeiros.
Fonte: infográfico - wikipedia
11. Algumas doenças de veiculação hídrica.
Verminoses
Ascaridíase (lombrigas ou bichas Taeníase (solitária)
Ascaris lumbricoides, comumente chamado de lombriga ou bicha, é um verme que vive no intestino das pessoas e causa uma doença chamada ascaridíase.
A solitária ou tênia é um verme muito comum na zona rural, onde as pessoas se alimentam geralmente de carne de porco. O boi também é transmissor da solitária.
Contaminação por meio da terra, da poeira, dos alimentos mal lavados e das mãos sujas que os ovos das lombrigas são levados à boca. Depois de engolidos, os ovos arrebentam, liberando larvas no intestino. Essas larvas, levadas pelo sangue, passam pelo fígado, coração, pulmões, brônquios e retornam ao intestino, onde se tornam adultas, para se acasalar e pôr ovos.
Parasita intestinal. O porco e o boi, podem ter contato com fezes contendo ovos que rompem, as larvas saem e vão para o intestino e, depois, para os músculos, onde se fixam. Essas larvas, denominadas de cisticercos, são mais conhecidas por “canjiquinhas. Ao comer carne contaminada e mal cozida o homem passa a ser contaminado pela solitária, que crescerá em seu intestino
Sintomas entupimento do intestino. Podem também sair pela boca e nariz ou localizar-se na traqueia, ocasionando, muitas vezes, asfixia, irritações, falta de apetite e apresentam náuseas, vômitos, diarreia, cólicas e dor abdominal.
Sintomas verme pode atingir até 9 metros, causa enfraquecimento, se advinda do porco pode ter denominação de cisticercose e atingir o sistema nervoso central, onde ocorre a calcificação, convulsões.
Prevenção Saneamento básico, higienização adequada de alimentos, coleta adequada de resíduos, controle de insetos e cozinhar bem carnes advindas de boi e porco.
11. Algumas doenças de veiculação hídrica.
Verminoses
Oxiuríase Ancilostomíase (amarelão)
Causada pelo Enterobius vermiculares ou Oxiures vermiculares, também conhecido por saltão, tuchina ou verme da coceira, Os vermes adultos vivem no intestino.
Os vermes produzem ovos que são eliminados pelas fezes. Depois de alguns dias, os ovos se rompem, surgindo as larvas. Essas ficam no solo durante uma semana e são atraídas pela luz e pelo calor, que as fazem subir à superfície, onde se agarram às plantas, ao lixo.
Coceira forte na região do ânus, onde espalha os ovos pela roupa, lençol, colchão e mãos. A transmissão ocorre ao levar as mãos a boca, contamina alimentos e utensílios domésticos.
Sintomas recorrente em crianças, coceira e irritação anal, falta de sono e inflamação em genitálias.
Sintomas lesões no intestino, anemia, cansaço, desanimo, diarreia, tosse, palidez, dores musculares. Crianças costumam sofrer mais com essa parasitose.
Prevenção Saneamento básico, higienização adequada de alimentos, coleta adequada de resíduos, controle de insetos e cozinhar bem carnes advindas de boi e porco.
12. Conclusões
• Saneamento básico rural devendo ser básico, na forma de política pública obrigatória, como prevenção de enfermidades, que oneram o Sistema de Saúde; • Articulação entre gestores da qualidade da água; • Interlocução entre Vigilância Sanitária e Saúde Ambiental, Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Departamento de Água e Energia Elétrica – DAEE/SP, CETESB/SP, Ministério Público, Comitê de Bacias Hidrográficas, Universidades, centros de pesquisa e EMBRAPA.( ex. da região da Bacia do Monjolinho em São Carlos-SP) • Ações de saúde ambiental realizadas na cidade de São Carlos-SP já surtem como caráter de prevenção à saúde de indivíduos vulneráveis. (clínicas de idosos, postos em rodovias, motéis, hotéis)
• 50% poços cadastrados na VISA-M estão no meio rural, 94% das amostras apresentaram E. coli (desde 2006). Gerando Autos de Infração, multas e tratamento adequado da água de consumo, além de encaminhamentos às esferas estaduais. • 98% dos poços individuais apresentaram E. coli. Motivo de discussão junto ao Ministério Público sobre a fiscalização e cumprimento da legislação vigente. Condomínio de chácaras e propriedades rurais descumprem normas da ABNT para construção de fossas, além de operarem sem sistema de abastecimento de água pela aprovado pela autoridade sanitária competente. Acreditam que a água sendo límpida e transparente NÃO apresentam contaminação ou que o cloro pode causar câncer, dar dor de barriga, tem custo elevado
12. Conclusões
Justificando a implementação na forma de política pública obrigatória!
A água é o espelho do mundo Monet
13. Agradecimentos
Pelo convite ao prof. Dr. Wilson Tadeu Lopes da Silva, a EMBRAPA – Instrumentação, aos colegas de trabalho da Vigilância Sanitária de São Carlos, ao PROÁGUA/SP e a todos os ouvintes e participantes do Curso de Saneamento Básico Rural – 2013.
Agência Nacional de Vigilância Sanitária
www.anvisa.gov.br
Centro de Vigilância Sanitária do Estado de São Paulo
www.cvs.saude.sp.gov.br
Centro de Vigilância Epidemiológica do Estado de São Paulo
www.cve.saude.sp.gov.br
http://www.cve.saude.sp.gov.br/htm/hidrica/hidri_doctec.html
http://www.cve.saude.sp.gov.br/htm/hidrica/hidri_doenca.html
Fundação Nacional de Saúde – FUNASA
http://www.funasa.gov.br/site/engenharia-de-saude-publica-2/saneamento-
rural/
Contato
E-mail: [email protected]
14. Bibliografia