saúde - 2 de março de 2014

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Sa úde Caderno F e bem- estar MANAUS, DOMINGO, 2 DE MARÇO DE 2014 [email protected] (92) 3090-1017 Atividade física ganha mais adeptos Saúde e bem-estar F5 DIVULGAÇÃO Dicas para driblar a temida ressaca Exagerou na dose? Beber muita água antes, durante e depois da folia é a melhor maneira de evitar aquele mal-estar depois da festa É Carnaval! Tempo de muita alegria, folia e agitação, em que muita gente “enfia o pé na jaca” e depois se arrepende - principalmente aqueles que exageraram na bebida. Quem se excedeu, provavelmente irá sofrer com a temida ressaca, mas há algumas dicas para amenizar os seus sintomas. Dor de cabeça, falta de apetite, gosto de “cabo de guarda-chuva” na boca: esses são alguns dos sin- tomas clássicos da ressaca, que podem vir acompanhados, ainda, de náusea, mau humor, diarréia, tremores, sudorese, ansiedade e boca seca. Mas, como a intensi- dade dos sintomas pode variar de acordo com o organismo, é difícil definir exatamente a ressaca. Especialistas acreditam que ela começa cerca de 6 a 8 horas após o consumo (perí- odo em que a concentração de álcool no sangue diminui e retorna a zero, em média) e pode durar até 24 horas. A veisalgia (o termo mé- dico para a ressaca) é, no entanto, um tipo de crise de abstinência, como explica a médica clínica geral, Egreen Baranda. “Como qualquer outra bebida ou alimento, o álcool é me- tabolizado e distribuído pela corrente sanguínea para todas as células do corpo. A sensação de embriaguez e relaxa- mento ocorre quando ele chega ao cérebro. É o momento da in- toxicação”, explica a profissional. Ou seja, o corpo faz um grande esforço para dar con- ta das doses exces- sivas. “Quem mais trabalha é o fígado, que precisa produzir enzimas para absorvê- lo, transformá-lo em gordura e secretá-lo pela bile. Quando o trabalho acaba, o fígado quer mais e entra numa espécie de depressão, desorganizando todo o metabolismo”, completa. Durante a ressaca, o sistema nervoso, que também foi acele- rado, tem uma reação parecida. O resultado é uma queda da força muscular, dor de cabeça, enjoo, diarréia, sensibilidade à luz e um cansaço enorme. E quem fuma também está entrando em uma situação deli- cada: quanto mais nicotina, me- nos oxigênio no sangue. “Daí o processo de intoxicação pela bebida alcoólica é mais rápido”, observa a médica. Reidratação E não tem jeito: quem exagera, corre o risco de ficar de ressaca sim - uns com mais e outros com menos sintomas, porque o excesso de álcool estressa o organismo. Mas há alternativas para quem quer evitar ou até mesmo driblar esses efeitos. A primeira medida para evitar a ressaca é, claro, não beber. Mas se não der para evitar, nada de tomar os “bons drinks” de estômago vazio. “Estar ali- mentado evita a hipoglicemia – queda de açúcar – que o ex- cesso do álcool traz. Mas comer alimentos gordurosos aumenta ainda mais o traba- lho do fígado e piora os sintomas”, reforça. Outras estratégias in- cluem escolher uma bebi- da de menor teor alcoólico, diminuir o tamanho do copo, ou até mesmo intercalar um copo de bebida com outros dois de água. “A água não deixa o corpo desidratar, aumenta a quantidade de urina e facilita a eliminação das toxinas no fígado e, assim, diminui as possibili- dades de acúmulo de álcool no organismo. ”, diz a médica. Mas para quem chutou o pau da barraca e acordou no dia seguinte jurando que nunca mais ia colocar uma gota de álcool na boca, a saída é apelar para as medidas reco- mendadas pela médica. Primeiro, indica Egreen Ba- randa, é preciso ingerir bastan- te água. “Quanto mais água, melhor. Vale, também, água de coco. Antes, durante e depois de beber. A água dilui o álcool e re- duz as chances de intoxicação. Facilita o trabalho do fígado e dos rins, que eliminam mais ra- pidamente os resíduos tóxicos do organismo”, ressalta. Ou seja, o mais importante é repor os líquidos perdidos, para assim recuperar os sais mine- rais, vitaminas, cálcio, potássio e magnésio que se foram com a urina excessiva. Cuidado com as crenças Há quem diga, ainda, que a cura para esse mal-estar é “rebater” a ressaca com um copo de cer- veja. “Mas é preciso ter cuidado com essas crenças, já que cada organismo se comporta de uma maneira. Tem os que também não suportam sentir o cheiro de álcool por um bom tempo”, destaca a médica. Na verdade, a bebida no dia seguinte dá a sensação de hi- dratar o organismo, mas logo ele se desidratará novamente e aumentará mais a carga de álcool no fígado. O ide- al mesmo é tomar água e líquidos na- turais. O s chás tam- bém são ou- tros aliados no combate a ressaca. “Os chás são líqui- dos naturais que reidratam o corpo e o efeito será ainda melhor se ingerir os que ajudam o trabalho de eliminação do fígado como dente-de-leão, juru- beba, boldo e alcachofra”. Se o apetite voltar, os caldos de legumes, sopa e saladas com verduras escuras como bróco- lis, couve e repolho aumentam a quantidade de enxofre para o fígado desintoxicar e for- talecem o organismo para o trabalho de eliminação. Para evitar uma Quarta-feira de Cinzas negra, o melhor mesmo é respeitar seus limites. Aumente a tolerância fazendo o álcool entrar mais lentamente na corrente sanguínea. A me- lhor forma de fazer isso é comer bem, antes e enquanto estiver bebendo. MELLANIE HASIMOTO Equipe EM TEMPO SEMPRE ÁGUA Hidratar o corpo an- tes, durante e depois da bebedeira é a me- lhor maneira de evi- tar uma ressaca das bravas. Para “curar” a ressaca, vale água, suco e até caldinho.

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Saúde - Caderno de saúde e bem estar do jornal Amazonas EM TEMPO

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Page 1: Saúde - 2 de março de 2014

SaúdeCa

dern

o F

e bem-estarMANAUS, DOMINGO, 2 DE MARÇO DE 2014 [email protected] (92) 3090-1017

Atividade física ganha mais adeptos

Saúde e bem-estar F5

DIVULGAÇÃO

Dicas para driblar a temida ressaca

Exagerou na dose? Beber muita água antes, durante e depois da folia é a melhor maneira de evitar aquele mal-estar depois da festa

É Carnaval! Tempo de muita alegria, folia e agitação, em que muita gente “enfi a o pé na

jaca” e depois se arrepende - principalmente aqueles que exageraram na bebida. Quem se excedeu, provavelmente irá sofrer com a temida ressaca, mas há algumas dicas para amenizar os seus sintomas.

Dor de cabeça, falta de apetite, gosto de “cabo de guarda-chuva” na boca: esses são alguns dos sin-tomas clássicos da ressaca, que podem vir acompanhados, ainda, de náusea, mau humor, diarréia, tremores, sudorese, ansiedade e boca seca. Mas, como a intensi-dade dos sintomas pode variar de acordo com o organismo, é difícil

defi nir exatamente a ressaca. Especialistas acreditam que ela começa cerca de 6 a 8 horas após o consumo (perí-odo em que a concentração de álcool no sangue diminui e retorna a zero, em média) e pode durar até 24 horas.

A veisalgia (o termo mé-dico para a ressaca) é, no entanto, um tipo de crise de abstinência, como explica a médica clínica geral, Egreen Baranda. “Como qualquer outra bebida ou alimento, o álcool é me-tabolizado e distribuído pela corrente sanguínea para todas as células do corpo. A sensação de embriaguez e relaxa-mento ocorre quando ele chega ao cérebro. É o momento da in-toxicação”, explica a profi ssional.

Ou seja, o corpo faz um grande esforço

para dar

con-ta das

doses exces-sivas. “Quem mais

trabalha é o fígado, que precisa produzir enzimas para absorvê-lo, transformá-lo em gordura e secretá-lo pela bile. Quando o trabalho acaba, o fígado quer mais e entra numa espécie de depressão, desorganizando todo o metabolismo”, completa.

Durante a ressaca, o sistema nervoso, que também foi acele-rado, tem uma reação parecida. O resultado é uma queda da força muscular, dor de cabeça, enjoo, diarréia, sensibilidade à luz e um cansaço enorme.

E quem fuma também está entrando em uma situação deli-cada: quanto mais nicotina, me-

nos oxigênio no sangue. “Daí o processo de intoxicação pela bebida alcoólica é mais rápido”, observa a médica.

ReidrataçãoE não tem jeito: quem exagera,

corre o risco de fi car de ressaca sim - uns com mais e outros com menos sintomas, porque o excesso de álcool estressa o organismo. Mas há alternativas para quem quer evitar ou até mesmo driblar esses efeitos.

A primeira medida para evitar a ressaca é, claro, não beber. Mas se não der para evitar, nada de tomar os “bons drinks” de estômago vazio. “Estar ali-mentado evita a hipoglicemia – queda de açúcar – que o ex-cesso do álcool traz. Mas comer alimentos gordurosos aumenta

ainda mais o traba-lho do fígado e piora os sintomas”, reforça.

Outras estratégias in-cluem escolher uma bebi-da de menor teor alcoólico, diminuir o tamanho do copo, ou até mesmo intercalar um copo de bebida com outros dois de água. “A água não deixa o corpo desidratar, aumenta a quantidade de urina e facilita a eliminação das toxinas no fígado e, assim, diminui as possibili-dades de acúmulo de álcool no organismo. ”, diz a médica.

Mas para quem chutou o pau da barraca e acordou no dia seguinte jurando que nunca mais ia colocar uma gota de álcool na boca, a saída é apelar para as medidas reco-mendadas pela médica.

Primeiro, indica Egreen Ba-randa, é preciso ingerir bastan-te água. “Quanto mais água, melhor. Vale, também, água de coco. Antes, durante e depois de beber. A água dilui o álcool e re-duz as chances de intoxicação. Facilita o trabalho do fígado e dos rins, que eliminam mais ra-pidamente os resíduos tóxicos do organismo”, ressalta.

Ou seja, o mais importante é repor os líquidos perdidos, para assim recuperar os sais mine-rais, vitaminas, cálcio, potássio e magnésio que se foram com a urina excessiva.

Cuidado com as crençasHá quem diga, ainda, que a cura

para esse mal-estar é “rebater” a ressaca com um copo de cer-veja. “Mas é preciso ter cuidado com essas crenças, já que cada organismo se comporta de uma maneira. Tem os que também não suportam sentir o cheiro de álcool por um bom tempo”, destaca a médica.

Na verdade, a bebida no dia seguinte dá a sensação de hi-dratar o organismo, mas logo ele se desidratará novamente e aumentará mais a carga de álcool no fígado. O ide-al mesmo é tomar água e líquidos na-

turais.O s

chás tam-bém são ou-tros aliados no combate a ressaca. “Os chás são líqui-dos naturais que reidratam o corpo e o efeito será ainda melhor se ingerir os que ajudam o trabalho de eliminação do fígado como dente-de-leão, juru-beba, boldo e alcachofra”.

Se o apetite voltar, os caldos de legumes, sopa e saladas com verduras escuras como bróco-lis, couve e repolho aumentam a quantidade de enxofre para o fígado desintoxicar e for-talecem o organismo para o trabalho de eliminação.

Para evitar uma Quarta-feira de Cinzas negra, o melhor mesmo é respeitar seus limites. Aumente a tolerância fazendo o álcool entrar mais lentamente na corrente sanguínea. A me-lhor forma de fazer isso é comer bem, antes e enquanto estiver bebendo.

MELLANIE HASIMOTOEquipe EM TEMPO

SEMPRE ÁGUA Hidratar o corpo an-tes, durante e depois da bebedeira é a me-lhor maneira de evi-tar uma ressaca das bravas. Para “curar” a ressaca, vale água, suco e até caldinho.

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MANAUS, DOMINGO, 2 DE MARÇO DE 2014F2 Saúde e bem-estar

Saúde é sem-pre um tema em voga em campanhas, porém, mais do que atrair votos, deve ser priori-dade de quem assumir o Brasil em janeiro do próximo ano”

EditorGuto [email protected]

RepórterMellanie Hasimoto

Expediente

www.emtempo.com.br

DICAS DE SAÚDE

Em ano eleitoral, começam as promessas dos candidatos por um sistema de saúde melhor. O Brasil é a única nação entre as mais populares do planeta que possui sistema público de saúde universal e gratuito. Segundo o Ministério da Saúde, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), são promo-vidos por ano mais de 3,2 bilhões de procedimentos ambulatoriais, 500 milhões de consultas médicas e 30 milhões de procedimentos oncológicos. Mais de um milhão de internações, são feitas todos os meses, e o país realiza o maior número de transplantes de órgãos públicos do mundo.

Atualmente, o SUS distribui, gratuitamente, perto de 600 tipos de medicamentos nas unidades públicas de Saúde, além de dis-tribuir os medicamentos antivi-róticos para a população.

O que queremos saber é de que forma os vencedores das eleições investirão em melhorias. Saúde é sempre um tema em voga em campanhas, porém, mais do que atrair votos, deve ser prioridade de quem assumir o Brasil em janeiro do próximo ano, por ser um dos setores básicos de sustentação de uma sociedade, mas o segmento passa por falta de infraestrutura, e de uma gestão bem azeitada e segmentação garantem bons

resultados. Vamos aguardar.Mas para isso é fundamental

que tenhamos no âmbito da ges-tão pública uma visão compre-ensiva e não tecnocentrada, na qual todas as dimensões devem ser devidamente integradas para que juntas possibilitem a criação e a repercussão do conhecimento com mudanças em sua gestão. Os problemas centrais desses gran-des problemas que se apresentam são fi rmemente enraizados em falhas de gestão.

É uma tradição na administra-ção pública recorrer-se ao diag-nostico da falta de recursos para explicar todas as mazelas.

Enfocamos de maneira crítica e objetiva as questões marcan-tes na reorganização das ações da atenção básica, um dos eixos prioritários do pacto da saúde, tendo com objetivo principal a construção de um serviço de saúde efi caz, humanitário e com gestão efi ciente, segundo os princípios de hierarquização, regionalização com participação da sociedade bem informada na melhoria das condições de vida da população.

O conhecimento dessa reali-dade permite o equacionamento nem sempre fácil e rápido, é verdade, de medidas governa-mentais capazes de atender aos reais sentidos, reclamos e neces-

sidade do povo. Destarte, a atua-ção tem de visar prioritariamente à manutenção dos serviços de interesse da comunidade. Tempo de mudança na saúde municipal. E toda mudança traz intrínseca as possibilidades de avanços.

A necessidade por serviços bá-sicos correspondem aproxima-damente a 90% da demanda total por serviços de saúde e, dois terços dos quais podem ser atendidos sem a participação direta do médico, mas por outras áreas de saúde, por exemplo: enfermagem, serviço social, e atendimento psicológico, etc.

Neste reordenamento, adqui-re relevo o processo de distritos sanitários, com a organização escalonada de níveis e unidades de atendimento e a descrição de coberturas específi cas, geo-gráfi cas e populacionais corres-pondentes a cada unidade as-sistencial ou de apoio, de modo a adequá-lo às necessidades prioritárias da população, con-soante os recursos disponíveis. A demanda é grande. A oferta de serviços é pequena.

Esse somatório de problemas ao longo dos anos vem difi cultando e prejudicando a efetivação das diretrizes do SUS em Manaus, com sérios refl exos nas condições de saúde da população.

A laranja que nos perdoe, mas não há fruta com mais vitamina C do que a acerola. De acordo com a Tabela Brasileira de Composição dos Alimentos (Taco) da Unicamp, uma laranja tem cerca de 57 mg de vi-tamina C, contra 104 mg, aproximadamente, de uma única acerola. E o nutriente é muito importante para o sistema imunológico, pois participa da produção das células de defesa do organismo além de modular o fun-cionamento da nossa proteção natural. Vários artigos científi cos ressaltam a importância desta vitamina no aumento e manutenção da atividade de células do sis-tema imunológico, como, por exemplo, os mastócitos e macrófagos. Pensando nisso, invista mais nas frutinhas quando for à feira ou ao supermercado.

Suco de acerola para aumentar a imunidade

Frutas de cores avermelhadas são ricas em antioxidan-tes, compostos necessários para neutralizar os radicais livres, evitando assim que reajam com alguma célula e as destruam. Eles são naturalmente formados em nosso organismo nas reações metabólicas habituais e em situa-ções como estresse, consumo de álcool, tabagismo, entre outros, mas algumas medidas de alteração no cardápio podem ajudar a combater esses inimigos. Normalmente, os radicais livres são causadores de lesões nas células e tecidos, o que pode provocar diversas doenças à longo prazo. A uva é uma fruta rica em antioxidantes, princi-palmente na casca e na semente. As pró-antocianidinas, presente nas cascas e sementes da fruta, são consideradas super antioxidante, 20 vezes mais potente que a vitamina C e 50 vezes mais que a vitamina E.

Uva para proteger o envelhecimento celular

DiagramaçãoKleuton Silva

RevisãoDernando Monteiro

Historicidade da ética médica

A palavra “moral” é de origem latina, “mores” signifi ca “costume”, mas não qualquer costume, e sim estritamen-te aderido à virtude”

João Bosco [email protected]

João Bosco Botelho

João Bosco Botelho

Doutor Honoris Causa na França

Humberto Figliuolo

Farmacêutico

Humberto Figliuolohfi [email protected]

O alfabeto grego possui duas letras “e” longo = eta e o “e”curto = epsílon. Dessa forma, êthos com a letra eta signifi ca: característica, modo habitual de se comportar; éthos com a letra épsilon: corri-queiro, costume, usual. O processo histórico linguístico impôs seme-lhança etimológica entre os dois termos: ambos estão vinculados à virtude. Talvez também por essa razão, no cotidiano, a ética tem caminhado ao lado da moral.

A palavra “moral” é de ori-gem latina, “mores” signifi ca “costume”, mas não qualquer costume, e sim estritamente aderido à virtude. Assim, Kant de modo genial caracterizou a ação moral plena de virtude e realizada, exclusivamente, por dever legalista, em respeito às leis, em caráter universal.

Em muitas circunstâncias, essa característica universal da ação moral, citada por Kant, isso é, a busca incessante para que o comportamento humano estivesse sempre ao lado da vir-tude, independente do processo fi scalizador, ultrapassa as re-lações sociais em si mesmas. Não é impertinência pensar que esse desejo humano, desde um passado impossível de precisar, de valorizar a virtude, como antagonismo ao vício, seja um processo gerado ao longo da

humanização, ligado à sobrevi-vência do grupo humano.

Sem esforço, torna-se inevi-tável articular um pensamento teórico voltado à herança gené-tica, para a existência de uma ou mais memórias-sócio-genéti-cas (MSGs) ligadas à valorização da virtude e o desprezo ao vício, atadas aos mecanismos institu-cionais para valorizar a virtude e unir os vícios. Esse conjunto organizador social presente nas MSGs, vinculado à sobrevivên-cia, – ética-moral –, presente na espécie humana, a única com neocórtex tão desenvol-vido, desprezando o vício (aqui compreendido como oposição à virtude) também se manifesta socialmente por meio de outras categorias metamórfi cas, todas amparando a sobrevivência pes-soal e coletiva: linguagem, ser-tempo (pessoas vistas e pen-sadas), ser-não-tempo (seres pensados impossíveis de serem vistos), relações médico-míticas (associação de deuses e deusas de muitos panteões com a saúde a doença), dor-histórica (presen-tes nas MSGs, ao contrário da dor pessoal, tratada pelo agente da cura, funciona alerta de um ou mais sofrimentos coletivos que impuseram mudanças socias) e a coesão social. A ética-moral ampara e mantém as MSGs.

É claro que, nos dias atuais, ainda não existem mecanismos na engenharia genética capa-zes de identifi car essas MGSs, mas esse fato não invalida essa construção teórica.

É difícil atribuir a atávica busca da virtude somente às relações sociais. Em incontáveis as ações humanas, sejam pessoas ou co-letivas, em grupos sociais das mais diversas etnias, nos quatro cantos do planeta, existem fortes indicativos de esse encanto cole-tivo pela virtude, seja motivado por impulsos que transcendem o exclusivamente social.

Desse modo, sob essa pers-pectiva, os signifi cantes da ética ligada a moral, oriundos da escrita grega, com o “e” longo, o eta, ou com o “e”curto, o épsilon, reprodu-zem importantes e indispensáveis mecanismos sócio-genéticos da sobrevivência da espécie humana, materializados nos códigos de éti-ca de muitas atividades, nas quais a ética médica é um deles.

Ainda em torno das associações entre a ética e a moral, especifi -camente, na compreensão ética e moral das práticas médicas, existem algumas tentativas para conceituar a ética médica tam-bém integrando à virtude, inde-pendentes de a primeira estar pressuposta ao coletivo e a se-gunda, ao indivíduo.

Futuro da saúde

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MANAUS, DOMINGO, 2 DE MARÇO DE 2014 F3Saúde e bem-estar

‘Teste do Olhinho’ ajuda a prevenir câncer em bebêsSegundo a Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica, as chances de cura chegam a mais de 90% realizando o teste

O “Teste do Olhinho” ou “Teste do Refl e-xo Vermelho” é obri-gatório em Estados

como Bahia, Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo, porém, ainda não existe uma lei federal que trate sobre ele. De acordo com a Sociedade Brasileira de Oncologia Pediá-trica (SOBOPE), as chances de cura chegam a mais de 90% se o retinoblastoma – câncer das células da retina – for diag-nosticado precocemente.

Segundo o ost almologista Luiz Fernando Teixeira, mem-bro da SOBOPE, é necessário que o exame seja realizado rotineiramente em todos os bebês ainda na primeira sema-na de vida, antes mesmo da alta da maternidade. “É impor-tante também ser instituída a cultura de levar os bebês ao ost almologista desde os primeiros meses de vida.”

Quanto ao tratamento, o ost almologista conta que existem centros públicos no Brasil que têm condições e tecnologia iguais às de pa-íses desenvolvidos como os EUA e alguns da Europa. “O tratamento deve ser realiza-do em centros de referência, por equipe multidisciplinar es-pecializada e bem treinada. As modalidades terapêuticas são várias, como laserterapia, crioterapia, quimioterapia sis-têmica, intravítrea ou intra-arterial, radioterapia e cirur-gia. Com a utilização de todo esse suporte de tratamento, podemos cada vez mais curar os pacientes com preservação da visão, evitando a cirurgia de retirada do olho.”

Desde 2010, o exame é obrigatório aos planos de saúde e o Sistema Único de Saúde (SUS) garante a reali-

zação dos testes em todos os municípios participantes da Rede Cegonha, porém, me-nos de 50% dos municípios estão no programa.

Como o teste é realizado?Uma fonte de luz sai do

ost almoscópio, onde é obser-vado o refl exo que vem das pupilas. Quando a retina é atingida por essa luz, os olhos saudáveis refl etem tons de vermelho, laranja ou amarelo.

Já quando há alguma altera-ção, não é possível observar o refl exo, ou sua qualidade é ruim, esbranquiçada.

Sintomas do retinoblas-toma

A leucocoria (refl exo branco na pupila ou refl exo do olho de gato) é o sinal mais frequente em pacientes com retinoblas-toma, ocorrendo em até 50% dos casos. Outros sintomas que podem ser característicos da doença são baixa visão, estrabismo, fotofobia (sensi-bilidade exagerada à luz) e deformação do globo ocular. O diagnóstico precoce tanto melhora a sobrevida dos pa-cientes quanto diminui a mor-bidade, que seria a retirada do olho e perda da visão.

Teixeira ressalta que nem toda mancha branca no olho ou estrabismo é câncer, mas se for notada qualquer alte-ração é necessário levar a criança ao ost almologista.

TESTEDesde 2010, o Teste do Olhinho é obrigatório aos planos de saúde e o Sistema Único de Saúde (SUS) garante a realização do proce-dimento em todos os municípios participan-tes da Rede Cegonha

• Responsável por cerca de 2% a 4% dos tumores infantis;

• De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), no Brasil a incidência varia entre 21 e 27 por milhão de pessoas;

• 90% dos casos são diag-nosticados do nascimento até os cinco anos de idade;

• Os pais que tiverem um fi lho com retinoblastoma de-vem fazer aconselhamento genético porque as chances de terem uma segunda criança portadora da doença é alta, entre 45% e 50%;

• Bastante agressivo, pode afetar o nervo óptico, alcançar o sistema nervoso central e le-var o paciente à morte, quando diagnosticado tardiamente.

Sobre o retinoblastoma

É necessário que o exame seja realizado rotineiramente em to-dos os bebês ainda na primeira semana

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F4 Saúde e bem-estarMANAUS, DOMINGO, 2 DE MARÇO DE 2014 F5

Em forma com exercícios funcionaisOs exercícios funcionais já estão entre os preferidos das celebridades que desejam tonifi car o corpo e melhorar a postura e equilíbrio muscular. A atividade física ganha cada vez mais adeptos que querem fi car em boa forma

Eles já são uma febre em outros países, e por aqui já estão ganhando milhares de adeptos, principalmente

porque muitas celebridades o es-colheram como a atividade física preferida. Os exercícios funcionais vêm sendo considerado um dos me-lhores métodos de treinamento para chegar à qualidade muscular, pois possibilitam centenas de exercícios que desenvolvem força, fl exibilidade, equilíbrio, estabilidade do core e mo-bilidade utilizando poucos materiais. Além disso, dá para perder entre 400 e 600 calorias por cada aula!

A professora de educação física Renata Santos, da academia Con-tours, explica que os exercícios fun-cionais são aqueles que trabalham os movimentos naturais do corpo, como agachar, empurrar, puxar e lançar. Eles dão força, fl exibilidade, coordenação, agilidade, equilíbrio, potência e resistência.

“Esse exercício faz sucesso porque se baseia em movimentos naturais do dia a dia, como correr, andar, pular. O trabalho muscular é realizado de forma global, por isso, toda a cadeia muscular é fortalecida, gerando mais força, potência muscular, estabilida-de, equilíbrio e coordenação moto-ra”, destaca a profi ssional.

Para trabalhar a musculatura profunda, são utilizados acessórios como elásticos, cordas, bolas, cones, discos e hastes. É um método que ajuda a prevenir lesões, gera me-lhorias cardiovasculares, a redução do percentual de gordura, emagre-cimento e defi nição muscular. “Mas esses acessórios são coadjuvantes durante os exercícios funcionais”, observa a professora.

A profi ssional explica que um dife-rencial desse tipo de treinamento é

ser focado na necessidade de quem o pratica. Ou seja, eles são elabora-dos para alcançar o resultado que o aluno precisa, seja fortalecimento ou queima de calorias.

“Assim, o indivíduo pratica dife-rentes sequências e aciona os mús-culos e articulações de forma global, desenvolvendo coordenação moto-ra, fl exibilidade, agilidade, equilí-brio, força e aptidão cardiorrespi-ratória, há a melhora da postura e do equilíbrio muscular, possibilita controle do peso corporal, diminui ocorrências de lesões, dá efi ciência aos movimentos e garante uma maior estabilidade da coluna verte-bral, assim como há a melhoria do equilíbrio estático e dinâmico e das qualidades físicas com equilíbrio, força, e resistência”.

Para quem quer dar um “gás”, sair do sedentarismo e começar a levar uma vida mais saudável, mas não quer ir para ambientes como as academias, os exercícios funcionais são ideais.

“São exercícios são bastante motivantes e desafi adores e quem segue esse método, acompanhado de um instrutor capacitado tem a possibilidade de alcançar a funcio-nalidade corporal natural de seu organismo, além de gerar um cor-po saudável e bem condicionado”, acrescenta Renata. Por isso, o trei-namento funcional é excelente para quebrar a rotina da academia e dos aparelhos de musculação.

Como são movimentos utilizando o próprio corpo, crianças e ado-lescentes podem fazer exercícios funcionais sem grandes problemas, já que atividades físicas como a musculação não são indicadas para essa faixa etária. Além disso, como são feitos, geralmente, ao ar livre e com objetos de fácil manuseio, a prática do exercício funcional fi ca ainda mais divertida.

MELLANIE HASIMOTOEquipe EM TEMPO

O core já está na boca de quem é adepto dos exercí-cios. Trabalhando o core, os atletas têm vantagens que vão além de barriga e cintura defi nidas (o que já é um bene-fício e tanto!), porque malhar o centro de força do corpo recruta os músculos abdo-minais, dorsais, glúteos e dos quadris. Como é responsável pela sustentação do corpo e manutenção da postura du-rante os movimentos do dia a dia, ter um core fi rme e forte facilita a sua vida em todas as atividades que você prati-ca - de nadar e pedalar até amarrar o tênis e pegar um

copo na prateleira mais alta do armário - porque melhora também fl exibilidade, equilí-brio e coordenação motora.

Além disso, muita gente que procura fazer exercícios funcionais quer mesmo é sair da rotina, mudar de ares, mas continuar praticando alguma atividade. “Como eu queria sair da rotina de academia, aproveitei o convite de um amigo, que é professor, para fazer uma aula. Amei! Já faço a pouco mais de três meses”, conta a funcionária pública Camila Pinheiro, 26.

Os exercícios funcionais agoram fazem parte da roti-

na de Camila, que os pratica durante três vezes por se-mana, em aulas que têm du-ração de uma hora. “É uma turma só com mulheres, e é bem divertido. Adoro a dinâ-mica dos exercícios e, pelo fato de ser em grupo, não nos deixa desistir”, ressalta. E, para complementar a prá-tica esportiva, a funcionária pública também é adepta do pole fi tness, que também dá força e equilíbrio. “As duas atividades, combinadas, me deixam super disposta. Estou sentindo e adoran-do as mudanças do meu corpo!”, comemora.

Diversão com o esporte

O dinamismo é outro fa-tor que atrai as pessoas para esse tipo de exercício. Ao contrário da academia em que se trabalha com uma série pré-estabelecida, o treino funcional é mais ágil e permite que sejam trabalhadas várias qualida-des físicas dentro de uma sessão, atuando de maneira mais individual.

Em vez de aparelhos de ginástica, nos estúdios de funcional você vai encontrar

implementos, que podem ser de dois tipos: estáveis (hal-teres, barras e caneleiras) e instáveis (bosus, cordas de suspensão e elásticos). E a quantidade de exercícios num implemento é maior do que na musculação. Só na corda de suspensão, por exemplo, existem cerca de cem alternativas possíveis. Entretanto, é preciso ter bastante concentração, a fi m de realizar os movimen-tos de maneira correta e ter

ganhos bem maiores.Por fi m, o treino funcional

é mais harmônico do que a academia. Em vez da hi-pertrofi a, busca-se a perda de gordura e o ganho de massa magra. O resulta-do é um corpo defi nido e simétrico. Porém, não se engane. O treino é puxa-do e provoca um desgaste muscular maior no corpo, obrigando um iniciante a treinar apenas de duas a três vezes na semana.

Dinamismo e ganhos maiores

Para potencializar os re-sultados, o ideal é combinar esses exercícios com os ali-mentos funcionais.

Os alimentos funcionais podem ser usados para prevenir e tratar algumas doenças, fazendo com que o organismo fi que mais equilibrado fi siologicamen-te, contribuindo assim, para uma ótima qualidade de vida, incluindo a perda e/ou controle do peso de acordo com a nutricionista

da Academia Contours, Tha-bata Padilha.

Entre os alimentos que não podem faltar no car-dápio estão o chá verde. “Ele possui uma substância chamada catequina, que é considerada um potente an-tioxidante e anti-infl amató-rio”, diz a profi ssional. Outro ingrediente são as frutas vermelhas, como o açaí, mo-rango, framboesa, gojiberry e cranberry. “Estas possuem uma substância que lhes

confere a cor avermelhada chamada antocianina, ajuda na prevenção de doenças cardiovasculares, tem ação antioxidante e ajuda no fortalecimento do sistema imunológico”, completa.

“E é preciso reforçar que, para alcançar o resultado desejado, o mais indicado é procurar um profi ssional capacitado para que toda a avaliação seja feita e a dieta seja específi ca para o seu caso”, fi naliza.

Alimentos adequados na dieta

Por fi m, o treino funcional é mais harmônico do que a academia. Em vez da hi-pertrofi a, busca-se a perda de gordura e o ganho de massa magra. O resulta-do é um corpo defi nido e simétrico. Porém, não se engane. O treino é puxa-do e provoca um desgaste muscular maior no corpo, obrigando um iniciante a treinar apenas de duas a três vezes na semana.

Alguns objetos são utilza-dos na prática dos exer-cícios funcionais, como elásticos, cordas, bolas, cones, discos e hastes

O peso do próprio corpo é utilizado nos exercícios funcionais, o que vai for-talecendo a musculatura

como um todo

O base dos exercícios funcionais é o core,

região do corpo formada pelos músculos abdomi-

nais e paravertebrais

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Camila, de calça preta, faz o treino funcional com um grupo de amigas. Para completar a malha-ção, ela também faz pole fi tness

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Page 5: Saúde - 2 de março de 2014

F4 Saúde e bem-estarMANAUS, DOMINGO, 2 DE MARÇO DE 2014 F5

Em forma com exercícios funcionaisOs exercícios funcionais já estão entre os preferidos das celebridades que desejam tonifi car o corpo e melhorar a postura e equilíbrio muscular. A atividade física ganha cada vez mais adeptos que querem fi car em boa forma

Eles já são uma febre em outros países, e por aqui já estão ganhando milhares de adeptos, principalmente

porque muitas celebridades o es-colheram como a atividade física preferida. Os exercícios funcionais vêm sendo considerado um dos me-lhores métodos de treinamento para chegar à qualidade muscular, pois possibilitam centenas de exercícios que desenvolvem força, fl exibilidade, equilíbrio, estabilidade do core e mo-bilidade utilizando poucos materiais. Além disso, dá para perder entre 400 e 600 calorias por cada aula!

A professora de educação física Renata Santos, da academia Con-tours, explica que os exercícios fun-cionais são aqueles que trabalham os movimentos naturais do corpo, como agachar, empurrar, puxar e lançar. Eles dão força, fl exibilidade, coordenação, agilidade, equilíbrio, potência e resistência.

“Esse exercício faz sucesso porque se baseia em movimentos naturais do dia a dia, como correr, andar, pular. O trabalho muscular é realizado de forma global, por isso, toda a cadeia muscular é fortalecida, gerando mais força, potência muscular, estabilida-de, equilíbrio e coordenação moto-ra”, destaca a profi ssional.

Para trabalhar a musculatura profunda, são utilizados acessórios como elásticos, cordas, bolas, cones, discos e hastes. É um método que ajuda a prevenir lesões, gera me-lhorias cardiovasculares, a redução do percentual de gordura, emagre-cimento e defi nição muscular. “Mas esses acessórios são coadjuvantes durante os exercícios funcionais”, observa a professora.

A profi ssional explica que um dife-rencial desse tipo de treinamento é

ser focado na necessidade de quem o pratica. Ou seja, eles são elabora-dos para alcançar o resultado que o aluno precisa, seja fortalecimento ou queima de calorias.

“Assim, o indivíduo pratica dife-rentes sequências e aciona os mús-culos e articulações de forma global, desenvolvendo coordenação moto-ra, fl exibilidade, agilidade, equilí-brio, força e aptidão cardiorrespi-ratória, há a melhora da postura e do equilíbrio muscular, possibilita controle do peso corporal, diminui ocorrências de lesões, dá efi ciência aos movimentos e garante uma maior estabilidade da coluna verte-bral, assim como há a melhoria do equilíbrio estático e dinâmico e das qualidades físicas com equilíbrio, força, e resistência”.

Para quem quer dar um “gás”, sair do sedentarismo e começar a levar uma vida mais saudável, mas não quer ir para ambientes como as academias, os exercícios funcionais são ideais.

“São exercícios são bastante motivantes e desafi adores e quem segue esse método, acompanhado de um instrutor capacitado tem a possibilidade de alcançar a funcio-nalidade corporal natural de seu organismo, além de gerar um cor-po saudável e bem condicionado”, acrescenta Renata. Por isso, o trei-namento funcional é excelente para quebrar a rotina da academia e dos aparelhos de musculação.

Como são movimentos utilizando o próprio corpo, crianças e ado-lescentes podem fazer exercícios funcionais sem grandes problemas, já que atividades físicas como a musculação não são indicadas para essa faixa etária. Além disso, como são feitos, geralmente, ao ar livre e com objetos de fácil manuseio, a prática do exercício funcional fi ca ainda mais divertida.

MELLANIE HASIMOTOEquipe EM TEMPO

O core já está na boca de quem é adepto dos exercí-cios. Trabalhando o core, os atletas têm vantagens que vão além de barriga e cintura defi nidas (o que já é um bene-fício e tanto!), porque malhar o centro de força do corpo recruta os músculos abdo-minais, dorsais, glúteos e dos quadris. Como é responsável pela sustentação do corpo e manutenção da postura du-rante os movimentos do dia a dia, ter um core fi rme e forte facilita a sua vida em todas as atividades que você prati-ca - de nadar e pedalar até amarrar o tênis e pegar um

copo na prateleira mais alta do armário - porque melhora também fl exibilidade, equilí-brio e coordenação motora.

Além disso, muita gente que procura fazer exercícios funcionais quer mesmo é sair da rotina, mudar de ares, mas continuar praticando alguma atividade. “Como eu queria sair da rotina de academia, aproveitei o convite de um amigo, que é professor, para fazer uma aula. Amei! Já faço a pouco mais de três meses”, conta a funcionária pública Camila Pinheiro, 26.

Os exercícios funcionais agoram fazem parte da roti-

na de Camila, que os pratica durante três vezes por se-mana, em aulas que têm du-ração de uma hora. “É uma turma só com mulheres, e é bem divertido. Adoro a dinâ-mica dos exercícios e, pelo fato de ser em grupo, não nos deixa desistir”, ressalta. E, para complementar a prá-tica esportiva, a funcionária pública também é adepta do pole fi tness, que também dá força e equilíbrio. “As duas atividades, combinadas, me deixam super disposta. Estou sentindo e adoran-do as mudanças do meu corpo!”, comemora.

Diversão com o esporte

O dinamismo é outro fa-tor que atrai as pessoas para esse tipo de exercício. Ao contrário da academia em que se trabalha com uma série pré-estabelecida, o treino funcional é mais ágil e permite que sejam trabalhadas várias qualida-des físicas dentro de uma sessão, atuando de maneira mais individual.

Em vez de aparelhos de ginástica, nos estúdios de funcional você vai encontrar

implementos, que podem ser de dois tipos: estáveis (hal-teres, barras e caneleiras) e instáveis (bosus, cordas de suspensão e elásticos). E a quantidade de exercícios num implemento é maior do que na musculação. Só na corda de suspensão, por exemplo, existem cerca de cem alternativas possíveis. Entretanto, é preciso ter bastante concentração, a fi m de realizar os movimen-tos de maneira correta e ter

ganhos bem maiores.Por fi m, o treino funcional

é mais harmônico do que a academia. Em vez da hi-pertrofi a, busca-se a perda de gordura e o ganho de massa magra. O resulta-do é um corpo defi nido e simétrico. Porém, não se engane. O treino é puxa-do e provoca um desgaste muscular maior no corpo, obrigando um iniciante a treinar apenas de duas a três vezes na semana.

Dinamismo e ganhos maiores

Para potencializar os re-sultados, o ideal é combinar esses exercícios com os ali-mentos funcionais.

Os alimentos funcionais podem ser usados para prevenir e tratar algumas doenças, fazendo com que o organismo fi que mais equilibrado fi siologicamen-te, contribuindo assim, para uma ótima qualidade de vida, incluindo a perda e/ou controle do peso de acordo com a nutricionista

da Academia Contours, Tha-bata Padilha.

Entre os alimentos que não podem faltar no car-dápio estão o chá verde. “Ele possui uma substância chamada catequina, que é considerada um potente an-tioxidante e anti-infl amató-rio”, diz a profi ssional. Outro ingrediente são as frutas vermelhas, como o açaí, mo-rango, framboesa, gojiberry e cranberry. “Estas possuem uma substância que lhes

confere a cor avermelhada chamada antocianina, ajuda na prevenção de doenças cardiovasculares, tem ação antioxidante e ajuda no fortalecimento do sistema imunológico”, completa.

“E é preciso reforçar que, para alcançar o resultado desejado, o mais indicado é procurar um profi ssional capacitado para que toda a avaliação seja feita e a dieta seja específi ca para o seu caso”, fi naliza.

Alimentos adequados na dieta

Por fi m, o treino funcional é mais harmônico do que a academia. Em vez da hi-pertrofi a, busca-se a perda de gordura e o ganho de massa magra. O resulta-do é um corpo defi nido e simétrico. Porém, não se engane. O treino é puxa-do e provoca um desgaste muscular maior no corpo, obrigando um iniciante a treinar apenas de duas a três vezes na semana.

Alguns objetos são utilza-dos na prática dos exer-cícios funcionais, como elásticos, cordas, bolas, cones, discos e hastes

O peso do próprio corpo é utilizado nos exercícios funcionais, o que vai for-talecendo a musculatura

como um todo

O base dos exercícios funcionais é o core,

região do corpo formada pelos músculos abdomi-

nais e paravertebrais

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Camila, de calça preta, faz o treino funcional com um grupo de amigas. Para completar a malha-ção, ela também faz pole fi tness

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MANAUS, DOMINGO, 2 DE MARÇO DE 2014F6 Saúde e bem-estar

Programa contra tabagismo é alternativa para fumantes Doenças associadas ao cigarro ainda matam mais de 200 mil pessoas por ano no Brasil, segundo pesquisa realizada

é alternativa para fumantesDoenças associadas ao cigarro ainda matam mais de 200 mil pessoas por ano no Brasil, segundo pesquisa realizada

Segundo pesquisa do Ministério da Saú-de, entre os anos de 2006 e 2012, o

número de fumantes adul-tos (maiores de 18 anos) brasileiros caiu 20%. Apesar da diminuição, as doenças associadas ao cigarro ainda matam mais de 200 mil pes-soas por ano no Brasil.

A pneumologista da Life Clínica, Carina Queiroz, que integra a equipe de um dos programas de Combate ao Tabagismo existentes no país, diz que a procura por tratamentos médicos contra o vício aumentou: “hoje ob-servamos uma maior preo-cupação com a saúde, como o aumento da procura por programas auxiliares para abstinência aos vícios”.

O programa de Combate ao Tabagismo tem sido um dos fomentadores dessa diminui-ção no índice de fumantes. Ele funciona por meio do trabalho de equipes multidisciplinares, que normalmente são com-postas por médico, psicólo-go, enfermeiro e assistente social. “As equipes mostram aos dependentes exemplos dos males causados pelo ta-baco e suas consequências”, explica a doutora Carina.

O perfi l das pessoas, que

aderem ao tratamento é va-riável, mas a maioria tem uma característica comum: a associação do cigarro com problemas de ordem psico-lógica, como fobia, estresse, entre outros. Segundo a pneu-mologista, o programa tem o intuito de acabar com os mitos

relacionados ao cigarro, como “ser tranquilizante”, “amigo das horas difíceis” etc.

Os pacientes são divididos em grupos, aos quais são fornecidas todas as infor-mações e estratégias ne-cessárias para direcioná-los e incentivá-los a aplicar no dia a dia o que aprenderam com o programa.

Inicialmente, são realizadas quatro sessões por mês, uma avaliação psicológica e, de-pendendo do caso, é recomen-

dado o uso de medicamento, para auxiliar a terapia de gru-po. “O tratamento é feito em grupo porque o apoio deste é importante para que as ver-dadeiras causas, que levam ao hábito de fumar, sejam identifi cadas e tratadas em suas raízes”, explica doutora Carina Queiroz.

Após o primeiro mês, são realizadas consultas quin-zenais e o acompanha-mento após abstinência é realizado em até 2 anos depois, esporadicamente.

Além disso, a avaliação psi-cológica pode ser solicitada em vários momentos, como afi rma a médica: “nós verifi ca-mos durante o seguimento do tratamento a evolução do pa-ciente com contatos próximos, por telefone ou pessoalmente. A ideia é tratar deste paciente mesmo fora da consulta”.

Segundo pesquisas recen-tes, o índice de desistência é pequeno durante o trata-mento e 80% dos pacientes concluem o programa com abstinência do vício.

“As pessoas que pararam de fumar são multiplicado-ras, divulgando e convidando aqueles que desejam entrar no grupo e, assim, formando uma corrente”, fi naliza a pneumo-logista Carina Queiroz.

TRATAMENTOO programa de Comba-te ao Tabagismo tem sido um dos fomenta-dores dessa diminuição no índice de fumantes. Ele funciona por meio do trabalho de equipes que são compostas por médico e psicólogo

O índice de desis-tência é pequeno durante o trata-mento e 80% dos pacientes concluem o programa com abstinência

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MANAUS, DOMINGO, 2 DE MARÇO DE 2014 F7Saúde e bem-estar

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Estudos publicados no “Circulation: Journal of the American Heart Association” revelam que a maioria das pessoas já desconfiava, que manter ou melhorar o nível do seu condicionamento fí-sico pode reduzir o risco de morte e proporcionar mais qualidade de vida, inclusive na terceira idade. Segundo os cientistas, man-ter ou melhorar o condiciona-mento físico está associado a um risco de morte menor, mesmo que a pessoa já esteja no seu índice de massa cor-poral (IMC) ideal. Além disso, está comprovado que quem aumenta progressivamente a carga de exercícios apresenta

um risco 19% menor de do-enças cardíacas e derrame e um risco 15% menor de óbito por outras doenças.Isso representa um alen-to até mesmo para quem pratica exercícios físicos e não consegue emagrecer, porque até mesmo nesses casos os benefícios são mui-to grandes para a saúde de maneira geral.Mas atenção, um bom progra-ma de condicionamento físi-co deve incluir os seguintes itens: 1. Aquecimento: prepara o sistema cardiovascular para o exercício. 2. Alongamento: para assegurar a amplitude articular máxima. 3. Exercícios de força. 4. Treinamento de

resistência. 5. Atividades es-pecífi cas do esporte: para au-tomatizar as tarefas motoras específi cas de cada esporte 6. Desaquecimento. 7. Técnicas de relaxamento: para recu-peração da fadiga e redução do estresse.Esse programa deverá ser subdividido em fases: ma-crociclo, mesociclo e mi-crociclo, para que haja um melhor planejamento.O macrociclo corresponde à fase do treino que envolve uma competição e seu trei-namento prévio, ou seja é o planejamento global, que dura de seis meses a um ano. O mesociclo corresponde às fa-ses específi cas dos treinos, a

DIV

ULG

AÇÃO Condicionamento físico previne risco de vida

O treino moderado reduz a tensão e favorece o repouso

TOC aumenta risco de problemas no coração Segundo cardiologista do HCor, a ansiedade gerada pelo TOC é sufi ciente para aumentar os riscos

Existem pessoas que evitam pisar nas li-nhas que aparecem entre as lajotas da

calçada, enquanto caminham pela rua. Outros, jamais guar-dam objetos fora de ordem ou simplesmente nunca sentam à mesa, sem antes passar um bom tempo lavando as mãos. De fato, a maioria das pessoas tem algum tipo de “ritual” dian-te de determinadas situações. Porém, quando algumas atitu-des ultrapassam os limites do bom senso e se tornam verda-deiras compulsões, podemos estar diante de um problema conhecido como Transtorno Obsessivo Compulsivo ou TOC, que atinge aproximadamente cinco milhões de pessoas no Brasil. “Ao elevar sobrema-neira os níveis de estresse e ansiedade, esse problema pode afetar não só o com-portamento de uma pessoa, mas também o funcionamento de seu sistema cardiovascular à medida que prejudica sua qualidade de vida, pois pode infl uenciar diretamente seus hábitos alimentares, prática de exercícios e, consequen-temente, gerar sobrepeso e hipertensão arterial sistêmica. Tanto que o número de eventos cardiovasculares entre porta-dores de TOC diminui conside-ravelmente, quando eles pro-curam tratamento, já que isso possibilita o melhor controle dos fatores de risco cardiovas-culares”, revela o cardiologista

do Hospital do Coração (HCor), Jairo Pinheiro.

Descrito como um distúrbio psiquiátrico pertencente ao grupo dos Transtorno de An-siedade, o TOC é caracterizado por recor- rentes p e n - sa-

mentos de obsessão e com-portamentos compulsivos. Em cada uma delas, os pensamen-tos do indivíduo são invadidos por ideias ou imagens tão desa-gradáveis para ele mesmo que o deixam inseguro e o forçam a repetir comporta-

m e n -

tos bastante incomuns – como conferir a mesma coisa várias vezes, limpar o que já foi limpo antes, entre vários outros hábi-tos – com o objetivo de aliviar o medo e a tensão que sente, sempre que algo incomoda

a sua

consciência. “Os portadores de TOC acreditam que se não agirem dessa forma, algo ter-rível pode acontecer com eles ou a alguém de sua família, por exemplo”, explica o médico Pinheiro. “Porém, quanto mais eles repetem um determinado tipo de comportamento, mais pensamentos obsessivos sur-gem em sua mente. Por isso, à medida que o seu estado

psicológico se agrava, maiores são as chances

de sofrerem infartos e AVCs”, explica o

cardiologista.

Existem dois tipos de tratamento para TOC. Um deles é a base de me-dicamentos, no qual são ministrados inibidores de recaptação de sero-tonina. A outra maneira é por meio de acompa-nhamento psicológico, sendo observado bons resultados por intermé-dio da terapia cognitivo-comportamental, cujo princípio básico é tra-balhar com o paciente questões relacionadas ao pensamento e com-portamento. “A maior parte dos casos de TOC

ainda é diagnosticada em adultos.

Cuidados especiaisPorém, o distúrbio

pode acometer crian-ças. Por isso é funda-mental ficar atento aos sintomas e procurar tra-tamento o quanto antes para controlar o proble-ma e prevenir desdobra-mentos como doenças cardiovasculares”, afir-ma a psicóloga Marina Marins, do Serviço de Psicologia do HCor.

Tratamento

Segundo Marina, pode-mos manifestar comporta-mentos compulsivos no dia a dia. Mas o que realmente caracteriza o TOC é a presen-ça constante de pensamen-tos obsessivos que fazem com que a pessoa viva em função deles e desencadeie rituais compulsivos para mi-nimizar a ansiedade. Entre os sintomas mais comuns do distúrbio estão: preocupa-ção excessiva com limpeza e higiene pessoal; difi cul-dade para pronunciar algu-mas palavras; pensamentos depressivos ou agressivos relacionados com morte,

acidentes ou doenças; e indecisão motivada pelo medo de que uma escolha errada, diante de situações simples do dia a dia, desen-cadeie alguma desgraça. As causas do TOC ainda não são totalmente conhecidas. Embora seja um problema multifatorial, pesquisas su-gerem que a origem está em alterações na comunicação entre zonas cerebrais que utilizam serotonina. “Fato-res psicológicos e a relação do indivíduo com a família também têm forte infl uên-cia no desenvolvimento do distúrbio”, diz Marina.

Sintomas

. É normal que crianças obedeçam a certos ritu-ais. No entanto, os pais devem ficar atentos à in-tensidade e à frequência com que esses episódios ocorrem. O limite entre normalidade e TOC é mui-to tênue na infância;

. Não deve haver cola-boração dos pais com as manias e rituais dos fi-lhos. Eles precisam ajudar a criança a enfrentar os pensamentos obsessivos e vencer a sua compul-são;

. O estilo de vida dos portadores de TOC cos-tuma interferir na rotina de toda a família. Por isso, é importante procu-rar confirmar se o indiví-duo realmente possui o distúrbio e encaminhá-lo para tratamento o quanto antes;

. Por vergonha ou in-segurança, algumas pes-soas tentam esconder os sintomas de TOC. Isso é errado, já que quanto mais se adia o tratamen-to, mais grave a doença se torna.

Fique atento:

por recor- rentes p e n - sa-

o deixam inseguro e o forçam a repetir comporta-

m e n -

sempre que algo incomoda a sua

Pinheiro. “Porém, quanto mais eles repetem um determinado tipo de comportamento, mais pensamentos obsessivos sur-gem em sua mente. Por isso, à medida que o seu estado

psicológico se agrava, maiores são as chances

de sofrerem infartos e AVCs”, explica o

cardiologista.

Em casos crônicos, a ansiedade gerada duran-te as crises de TOC é sufi ciente para provocar infartos até mesmo em indivíduos que não perten-cem a nenhum grupo de risco associado a doenças cardíacas. Isso ocorre em função de descargas hor-monais capazes de fazer subir a pressão arterial e acelerar a frequência cardíaca. “Quando ocor-re pouco, esse processo não chega a comprometer a saúde. O problema é que, entre os portadores de TOC, esses episódios podem ocorrer várias ve-zes ao dia, provocando taquicardias frequentes e subidas tensionais que desgastam o coração e colocam a tensão arterial em níveis tão elevados, quanto as registradas em casos de hiperten-são”, acrescenta doutor Pinheiro. “Por isso, é muito importante que os portadores de TOC, assim como de outras síndromes relacionadas à ansiedade, fi quem sempre atentos à saúde cardíaca e procurem tra-tamento com rapidez”, alerta o cardiologista.

Ansiedade

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F8 MANAUS, DOMINGO, 2 DE MARÇO DE 2014Saúde e bem-estar

Considerada um dos esportes mais pra-ticados no Brasil, a corrida tem conquis-

tado a cada ano milhares de adeptos por seus inúmeros benefícios ao corpo e à mente, entre eles a melhora do nível de colesterol, da qualidade do sono, o aumento da ca-pacidade cardiorrespiratória, diminuição do peso corporal, entre outros. Não é à toa que cada vez mais a corrida faz su-cesso entre os manauenses, e com isso o incentivo para uma vida saudável vem crescendo, como a realização de eventos de corrida na cidade.

O publicitário Arlindo Cario-ca, por exemplo, preocupado com a saúde, decidiu sair do status de sedentário para esportista e acabou conquis-tando maior condicionamento

físico e mandando embora quase 30 quilos.

“É claro que tudo isso só foi possível graças a muita força de vontade, aliando reeduca-ção alimentar e corrida no mínimo 3 vezes por semana”, disse o publicitário, que co-menta que no ano passado teve a oportunidade de com-petir pela primeira vez na Cor-rida da Água, organizada pelo Grupo Literatus Educacional.

Arlindo lembra que assim que se inscreveu ficou sema-nas treinando para o evento. “Durante a semana fazia trei-namento funcional na areia e nos finais de semana corria na Ponta Negra. Nessa época eu fazia 5 quilômetros em quase 40 minutos, enquanto hoje faço o mesmo percurso em 26 minutos”, revela o corredor, que também motivou a namo-

rada a praticar o esporte.Ele comenta que desde a

primeira competição já parti-cipou de outras realizadas na cidade. “A meta neste ano é competir novamente na Cor-rida da Água, porém farei o percurso de 10 quilômetros”, conta, ansioso.

Prevista para acontecer no dia 16 de março, a Corrida da Água é o principal evento comemorativo dos 23 anos do Grupo Literatus Educacional. E este ano traz uma grande novidade: a categoria dos co-laboradores, que é uma forma de estimular os funcionários da empresa a adquirirem uma vida saudável.

As demais categorias são: Acima de 60 anos, estudan-tes Literatus, Especial e Ge-ral. A corrida será realizada nas distâncias de 5 km e 10

km. As inscrições para parti-cipar da competição custam R$ 55 e vão até o dia 7, na sede da Faculdade UniCEL, localizada na Constantino Nery, 3.693 – Chapada.

Além disso, de acordo com Ivã Fonseca, coordenador da escola de esportes do CEL, haverá tendas para inscrições da Corrida da Água na Corri-da Pedestre Galo de Manaus, marcada para acontecer no dia 1°, a partir das 7h30 na avenida das Torres, e na 4ª edição da Corrida da Mulher, que vai ser realizada no dia 8, às 17h, na Ponta Negra.

No ano passado, 1,5 mil corredores participaram da Corrida da Água e este ano a previsão é que ultrapasse 2 mil. “Devido ao sucesso da outra edição diversos atletas ficaram ansiosos para partici-

par novamente e ajudaram na divulgação da competição que já faz parte do calendário dos praticantes”, disse Fonseca, que estima que em Manaus há aproximadamente 10 mil adeptos a corrida de rua.

E para quem deseja come-çar uma vida mais saudável, o médico do Sistema Ha-pvida de Saúde de Manaus, Leandro Moura, frisa que a consulta com um especialis-ta é fundamental antes do início de qualquer tipo de atividade física, por mais simples que ela seja.

“O ideal é fazer uma consulta com um cardiologista, realizar um exame de resistência e outros exames laboratoriais para checar a quantidade de gordura no sangue. Isso é fundamental principalmente para quem vai se exercitar

em casa ou no condomínio, sem o acompanhamento de um especialista. A partir da liberação médica, pode-se ini-ciar uma rotina equilibrada de atividades”, ressaltou.

O médico disse ainda que a periodicidade deve ser estipu-lada de acordo com a resistên-cia de cada paciente, sem que haja exageros ou sobrecargas nos exercícios. “Fazer exer-cícios dentro de um espaço seguro é melhor ainda, seja em casa ou no condomínio, pois pode-se criar uma rotina de atividades, como uma ca-minhada ou corrida por pelo menos 40 minutos durante cinco dias por semana”, indi-cou Moura, que também deu a ideia de criar grupos com vizinhos e assim, manter a saúde de uma maneira mais agradável e regular.

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Eliana Pinheiro e Elaine Saldanha fa-zendo a entrega dos prêmios aos vencedo-res da competição da Água edição 2013

Corrida traz benefícios ao corpo e à mente

Um dos esportes mais praticados no Brasil, a corrida tem conquistado a cada ano milhares de adeptos na cidade

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