saúde bucal idoso módulo v

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  • Curso de

    SADE BUCAL DO IDOSO

    MDULO V

    Ateno: O material deste mdulo est disponvel apenas como parmetro de estudos para este Programa de Educao Continuada. proibida qualquer forma de comercializao do mesmo. Os crditos do contedo aqui contido so dados aos seus respectivos autores descritos na Bibliografia Consultada.

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    Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados aos seus respectivos autores

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    Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados aos seus respectivos autores

    MDULO V

    1. Prtese e Implante na Terceira Idade

    Apesar do nmero de indivduos com edentulismo tenha cado ultimamente, ainda

    existe uma demanda significativa pela reabilitao com prteses, particularmente com as

    prteses totais. O aumento da procura dos idosos aos servios odontolgicos segue a

    tendncia do aumento da expectativa de vida destes pacientes.

    Aparncia facial da paciente idosa edntula. Fonte: NOBRE, M.D.P.

    preciso entender o paciente idoso como um paciente que precisa de um

    cuidado especial, de um planejamento adequado e que necessita ser ouvido com

    ateno. So pacientes que apresentam suas peculiaridades, as quais devem ser

    avaliadas para a elaborao do tratamento odontolgico, principalmente para a

    reabilitao oral. Quando se refere reabilitao oral dos pacientes idosos, devem-se

    levar em considerao os fatores psicolgicos que estaro envolvidos, principalmente

    quando se tratar da prtese total.

    As perdas dentrias culminam em alteraes que iro influenciar no

    funcionamento do sistema estomatogntico como um todo, modificando o esqueleto da

    face e a morfologia dos tecidos moles. H modificaes estticas significativas em

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    consequncia do edentulismo e dimenso vertical reduzida, com transformao da

    harmonia facial. Da mesma forma, as alteraes da ocluso e funo causam

    constrangimento e recluso do indivduo frente sociedade.

    1.1. Prteses parciais removveis na terceira idade

    Para o planejamento das prteses parciais removveis em idosos diversos fatores

    anatmicos devem ser considerados, principalmente os relacionados aos rebordos

    alveolares. As perdas de tecido mole e sseo de cristas edntulas podem ser

    classificadas de acordo com a classificao de SEIBERT, que tem importante emprego na

    determinao esttica dos trabalhos que tambm envolvem prteses fixas:

    CLASSIFICAO DE SEIBERT

    Classe I: Perda de tecido no sentido vestbulo-lingual, com altura normal no sentido pico-coronal

    Classe I: Perda de tecido no sentido vestbulo-lingual, com altura normal no sentido pico-coronal

    CLASSIFICAO DE SEIBERT

    Classe II: Perda de tecido no sentido pico-coronal, com espessura normal no sentido vestbulo lingual

    Classe II: Perda de tecido no sentido pico-coronal, com espessura normal no sentido vestbulo lingual

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    Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados aos seus respectivos autores

    CLASSIFICAO DE SEIBERT

    Classe III: Combinao de classe I e classe II, ou seja, perda em altura e espessura

    Classe III: Combinao de classe I e classe II, ou seja, perda em altura e espessura

    CLASSE I

    CLASSE II

    CLASSE III

    Uma importante classificao para a prtese parcial removvel a de ELBRECHT

    (1937), que classificou os rebordos residuais de extremidades livres em: horizontal,

    descendente distal e ascendente distal. O melhor tipo de rebordo para receber a ao das

    cargas mastigatrias o ascendente distal, desde que essa ascendncia seja constituda

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    por osso de suporte e no apenas por fibromucosa mais espessa, situao esta em que a

    deformao ser muito grande, e mais prejudicial ao osso de suporte. Nesse tipo de

    rebordo a fora resultante converge para o interior do rebordo residual no sentido mesial,

    no ocasionando, assim, a trao deste elemento em direo ao espao prottico.

    O rebordo descendente distal o tipo de rebordo mais desfavorvel, pois como se

    trata de um plano inclinado, quando houver incidncia da carga, a resultante convergir

    para a distal, apresentando, assim, uma tendncia a tracionar para distal o dente-suporte

    contnuo ao espao prottico. O rebordo horizontal tambm representa um rebordo

    favorvel colocao de prtese. Isto porque quando a carga mastigatria incide sobre

    esse rebordo, que teoricamente um plano, ele no apresenta fora resultante nem para

    mesial e nem para distal. Como a fora resultante praticamente zero, haver uma

    movimentao menor da sela prottica sobre o rebordo.

    Segundo HENDERSON & STEFFEL, 1979, o rebordo residual ideal para suportar

    uma base prottica deve ter uma cortical ssea que recobre um reticulado sseo,

    relativamente denso, de uma crista plana e ampla e de vertentes altas e verticais, coberto

    por um tecido conjuntivo denso e fibroso. No entanto, esse tipo de rebordo raramente

    encontrado. Sobre o suporte dentrio de uma prtese parcial removvel importante

    ressaltar que as cargas mastigatrias devero incidir o mais prximo possvel, paralelo ao

    longo eixo dos dentes. A forma da coroa deve ser analisada e o ideal que a coroa do

    dente-suporte apresente zona retentiva e zona expulsiva, para um perfeito funcionamento

    do grampo que sobre ela ir atuar, satisfazendo os princpios biomecnicos de reteno e

    reciprocidade exigidos pela prtese.

    Quanto ao nmero de razes, os dentes multirradiculares apresentam o eixo de

    rotao das razes no tero apical, porm no centro dessas, portanto so considerados

    timos elementos para atuarem como suporte, uma vez que resistem melhor s foras

    mastigatrias. Se o dente apresentar razes mltiplas e divergentes, resistir melhor s

    cargas do que aqueles dentes cujas razes esto fusionadas, j que as foras resultantes

    se distribuem atravs de um grande nmero de fibras periodontais a uma quantidade

    maior de osso-suporte. No caso em que os dentes so unirradiculares, quando foras

    horizontais so aplicadas nestes dentes, eles sofrem um movimento rotacional em torno

    de um eixo, localizado prximo ao tero apical da raiz, no representando, portanto, bons

    suportes para uma prtese parcial removvel.

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    Quanto maior o nmero de dentes presentes no arco parcialmente dentado,

    melhor o prognstico da prtese parcial removvel. importante que os dentes de suporte

    apresentem uma situao periodontal saudvel. A reteno da prtese aos dentes

    conseguida atravs de dispositivos denominados retentores. Esses elementos podem

    atuar atravs de reteno direta ou reteno indireta, dependendo do local e da posio

    na qual se situem. Quando atuam como retentores diretos, so responsveis pela

    reteno propriamente dita da prtese na boca do paciente, impedindo que a mesma se

    desloque no sentido contrrio ao seu eixo de insero. Quando atuam como retentores

    indiretos, tm como funo evitar eixos de rotao formados ao nvel dos dispositivos de

    reteno direta.

    importante que seja avaliada, em um planejamento de uma prtese parcial

    removvel, a distribuio dos elementos dentais remanescentes ao longo do arco. Quanto

    distribuio poder ser: puntiforme, linear e em superfcie. A distribuio puntiforme

    ocorre quando a reteno se faz em um nico dente, caso em que, em termos

    biomecnicos, a prtese apresentaria uma situao de prognstico altamente

    desfavorvel, pois a tendncia ocorrer um movimento de rotao em torno do nico

    dente.

    A distribuio linear ocorre quando os dispositivos de reteno direta situam-se

    em dois ou mais dentes-suportes, e a unio destes se faz atravs de uma linha reta.

    Nestas condies a prtese no ser estvel e comprometer a biosttica do arco. A

    prtese, quando for pressionada por carga mastigatria, funcionar como uma alavanca,

    tendendo a girar em torno de seu fulcro, representado pelos apoios dos dispositivos de

    reteno direta, necessitando do uso de reteno indireta, visando criar um brao de

    resistncia que manter a prtese estvel em seu stio. Uma distribuio ser em

    superfcie, a partir do momento em que se estabelece uma terceira quarta ou quinta

    conexo, no havendo uma distribuio linear.

    Em 1925, KENNEDY elaborou uma classificao para os diferentes tipos de

    prteses parciais removveis e de desdentados parciais. A Classe I de KENNEDY

    compreende os casos de desdentados posteriores bilaterais, e pode ser dividida em

    modificao 1 e modificao 2. A modificao 1 da Classe I ocorre quando o paciente

    desdentado posterior bilateralmente e apresenta uma falha intercalada no segmento

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    anterior. A modificao 2 da Classe I ocorre quando o paciente desdentado posterior

    bilateral e apresenta duas falhas intercaladas no segmento anterior.

    A Classe II de KENNEDY compreende os casos de desdentados posteriores

    unilaterais, e tambm pode ser dividida em modificao 1 e modificao 2. A modificao

    1 da Classe II ocorre quando o paciente desdentado posterior unilateral, com uma falha

    intercalada nos outros segmentos. A modificao 2 da Classe II ocorre quando o paciente

    desdentado posterior unilateral, com duas falhas intercaladas nos outros segmentos.

    Exemplo de Classe II de Kennedy.

    Fonte: http://www.ateliartlaboratorio.com.br/ protese/protesesgrande/ppr.jpg

    Segundo a classificao de KENNEDY para prteses parciais removveis, a

    Classe III compreende os casos de desdentados posteriores unilaterais, que apresentam

    dentes pilares posteriores. A Classe III pode ser dividida em modificao 1 e modificao

    2. A modificao 1 quando o paciente desdentado unilateral posterior com pilares

    posteriores e que apresenta uma falha intercalada nos outros segmentos. A modificao 2

    quando o paciente desdentado unilateral posterior, com pilares posteriores e que

    apresenta duas falhas intercaladas nos outros segmentos.

    A classe IV de KENNEDY refere-se ao desdentado anterior. Este tipo de

    classificao no aceita modificaes, pois se existisse mais de um espao prottico, o

    caso se enquadraria nas outras classificaes. Os grampos e apoios oclusais so

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    elementos constituintes dos retentores e so elementos mecnicos responsveis pela

    reteno, suporte e estabilidade da prtese parcial removvel, em relao aos dentes

    pilares. Os retentores retm e suportam a prtese, impedindo que esta se desloque no

    sentido gengivo-oclusal e ocluso-gengival. Estabilizam a prtese evitando que se

    desloque lateralmente, durante os movimentos mandibulares funcionais e habituais do

    paciente.

    A sela o elemento da prtese parcial removvel que se ajustar ao rebordo

    residual na regio desdentada, podendo contribuir para a estabilizao da prtese e do

    dente pilar. Na sela, os dentes artificiais so fixados e ocorre uma remodelao dos

    tecidos gengivais ausentes. Os conectores so elementos constituintes das prteses

    parciais removveis que tm a funo de unir bilateralmente os retentores e selas entre si,

    e podem ser divididos em: conectores maiores e conectores menores. Os conectores

    maiores so constitudos de uma barra metlica rgida que une, atravs dos conectores

    menores, os retentores e selas entre si. No caso de prteses inferiores, so chamadas de

    barras linguais e estabilizam bilateralmente a prtese. Os conectores menores so

    constitudos por uma barra metlica rgida que une o retentor sela ou ao conector maior,

    e tambm apresentam a funo de estabilizar a prtese.

    1.2. Prteses totais na terceira idade

    As prteses totais so aquelas indicadas para pacientes com edentulismo total. O

    sucesso desse tipo de prtese est relacionado com a anatomia da regio; a adaptao

    das prteses na rea basal fundamental para a sua reteno e funcionalidade. A rea

    basal consiste na base prottica em que ser dada a adaptao da prtese total.

    composta da mucosa e submucosa, que recobrem o osso alveolar de suporte.

    Na grande maioria das vezes, aps as perdas dentrias ocorrem modificaes

    anatmicas importantes que podem interferir e modificar a estrutura da rea basal. As

    modificaes podem incluir desde alteraes sseas e de mucosa, at alteraes

    musculares com envolvimento da articulao temporomandibular. importante ressaltar

    que tais alteraes anatmicas tornam-se mais acentuadas quanto maior for o tempo de

    reabilitao do paciente.

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    Quando existe uma reabsoro ssea significativa, principalmente em pacientes

    com histrico de doenas periodontais agressivas, os rebordos alveolares encontram-se

    mais planos, o que dificulta a confeco de uma prtese estvel e retentiva. Por isso, a

    preservao do tecido sseo torna-se muito importante na odontologia. Alm disso, outras

    variaes anatmicas ou leses podem interferir com o planejamento das prteses totais.

    Como exemplo, podemos citar as hiperplasias fibrosas inflamatrias decorrentes do uso

    de prteses antigas mal-adaptadas, tecidos moles em excesso, trus mandibular ou

    palatino.

    Hiperplasia fibrosa inflamatria.

    Fonte: http://www.forp.usp.br/restauradora/laser/aldomfig11.jpg

    O trus uma excrescncia ssea, de base achatada, que apresenta crescimento

    lento, na linha mediana do palato e/ou na superfcie lingual da mandbula. No necessita

    de tratamento, exceto em casos de interferncia no uso das prteses.

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    Torus mandibular.

    Fonte: http://www.scielo.org.ve/img/fbpe/aov/v39n3/art15img4.jpg

    No planejamento da prtese total, a dimenso vertical do indivduo e a orientao

    do plano oclusal devem ser avaliadas cuidadosamente a fim de devolver as funes

    mastigatrias que foram perdidas. A orientao correta do plano oclusal proporcionar a

    normalidade funcional dos msculos da bochecha e da lngua, tornando as prteses

    estveis. O plano oclusal utilizado normalmente para a montagem dos dentes que

    devem estar orientados em uma zona de equilbrio da musculatura, devolvendo, ao

    mesmo tempo, a dimenso vertical de ocluso.

    Realizando-se uma avaliao nos fatores fsicos de estabilidade de uma prtese

    total, podemos dizer que um plano inclinado desvia foras e provoca instabilidade. O

    protesista deve procurar sempre foras que atuem em ngulo reto; e para se conseguir

    esse objetivo muitos fatores devem ser observados, dentre eles podemos comentar sobre

    o ngulo de abertura formado pelas superfcies oclusais. Quanto mais paralelas forem as

    superfcies oclusais superior e inferior, melhor ser a estabilidade, pois planos oclusais

    divergentes foram as prteses a se deslocarem no sentido antero-posterior.

    Deve ser lembrado ainda que a prtese total inferior possui algumas

    desvantagens em relao superior. Alm de possuir uma rea chapevel menor, a

    prtese total inferior fica sujeita s interferncias musculares e o processo alveolar da

    mandbula costuma sofrer uma reabsoro mais acentuada em altura do que processo

    alveolar maxilar.

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    Algumas consideraes importantes devem ser avaliadas quando da confeco

    das prteses totais em pacientes com doenas sistmicas. Por exemplo, um paciente

    idoso com diabetes descompensada pode apresentar variaes anatmicas na base de

    suporte das prteses, devido ao acmulo de lquidos nos tecidos moles de suporte.

    Nestes casos, torna-se essencial que seja realizado um exame glicmico do paciente

    antes dos procedimentos, principalmente antes das fases de moldagens. Quando esses

    pacientes so instveis em relao doena, a confeco da prtese definitiva deve ser

    adiada, utilizando materiais reembasadores macios at que a confeco da prtese

    definitiva possa ser finalizada.

    Os pacientes que apresentam histria de acidente vascular cerebral (AVC)

    devero ter uma fase de adaptao s prteses aumentada, devido paralisia muscular

    que pode ocorrer, demandando tempo na aprendizagem de uma nova mastigao.

    Pacientes xerostmicos devem receber cuidados especiais, pois a falta de saliva pode

    comprometer a reteno das prteses. As salivas artificiais podem ser indicadas. Alm

    disso, pode haver uma maior facilidade para o desenvolvimento da candidose, motivo

    pelo qual os pacientes devem ser acompanhados com frequncia.

    A fase de ajuste oclusal deve ser realizada apropriadamente, a fim de evitar que

    se formem leses na fibromucosa, as quais podem se tornar de difcil cicatrizao

    posteriormente. Da mesma forma se deve atentar para a extenso dos bordos protticos.

    Todos os cuidados devem ser tomados para evitar eventos de reabsoro ssea dos

    rebordos sseos por fatores odontolgicos, como contatos oclusais prematuros e m-

    adaptao prottica. Tais cuidados so importantes, principalmente nos pacientes idosos

    que podem apresentar, alm de tudo, doenas sistmicas associada perda ssea como

    a osteoporose.

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    Paciente portador de prtese total superior em ocluso. A prtese inferior implanto-suportada.

    Fonte: NOBRE, M.D.P.

    recomendado que o paciente procure o CD a cada cinco anos para uma

    avaliao das condies da prtese e, havendo a necessidade, para confeco de novas

    prteses totais. Aps instalao das novas prteses, pode haver reclamaes em relao

    ao estalido que os dentes provocam ao se tocarem; ou com um leve embarao ao falar.

    Alguns pacientes se incomodam com quantidade aumentada de saliva na boca e outras

    se impressionam com as mudanas que ocorrem na expresso e harmonia facial. Muitos

    pacientes podem no ficar satisfeitos com o novo trabalho assim que instalado. Deve ser

    dado um perodo para a adaptao, sendo que a prtese total inferior demora mais tempo

    do que a superior.

    Em compensao alguns pacientes, principalmente os mais idosos, mostram-se

    mais saudveis e satisfeitos com a prtese total, do que com seus prprios dentes, os

    quais, muitas vezes, se encontravam em estado deteriorado.

    1.3. Implante na terceira idade

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    A possibilidade de utilizao das prteses implanto-suportadas em condies de

    edentulismo total ou parcial representou um grande avano tcnico e cientfico na

    odontologia. Aqueles pacientes desdentados totais que, antigamente, tinham como nica

    alternativa as prtese totais mucossuportadas, passaram a ter como opo prteses

    retidas por implantes osseointegrveis.

    Prtese inferior confeccionada para ser implanto-suportada (carga imediata). Fonte: MOBRE, M.D.P.

    Prtese inferior confeccionada para ser implanto-suportada (carga imediata). Fonte: MOBRE, M.D.P.

    Diante dos bons resultados que foram obtidos com o passar dos anos em

    pacientes desdentados totais, as reabilitaes protticas implanto-suportadas passaram a

    ser indicadas tambm para pacientes desdentados parciais. Apesar dos resultados terem

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    Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados aos seus respectivos autores

    sido satisfatrios, com a busca de um maior nmero de indicaes para os implantes

    osseointegrados, a taxa de sucesso observada em pacientes com altura e qualidade

    ssea deficientes foi reduzida. Alguns fatores podem influenciar diretamente na

    osseointegrao:

    PRINCIPAIS FATORES QUE INTERFEREM NA OSSEOINTEGRAO:

    Biocompatibilidade do material

    Desenho do implante

    Caractersticas da superfcie do implante

    Estado do hospedeiro

    Tcnica cirrgica empregada

    Condies de carga aplicadas sobre implante aps sua instalao

    Todos os problemas especficos da cavidade oral dos pacientes devem ser

    identificados pelo clnico ou pelo protesista, antes que diferentes alternativas de

    tratamento sejam apresentadas. Se o tratamento com implantes for o escolhido, devem

    existir indicaes claras, associadas a uma avaliao da possibilidade de se realizar o

    tratamento. Um plano de tratamento completo deve sempre ser oferecido ao paciente, e

    no somente o tratamento das reas edntulas com implantes. Uma expectativa irreal do

    tratamento discutido deve ser identificada e explorada de forma a estabelecer um

    relacionamento profissional-paciente satisfatrio no futuro.

    Aps o exame inicial e a avaliao dos tratamentos necessrios, o paciente

    avanar no sentido dos exames secundrios, onde suas condies mdicas como

    tambm as condies locais de sade e a morfologia ssea dos futuros stios para

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    Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados aos seus respectivos autores

    implantao sero analisadas mais detalhadamente do ponto de vista cirrgico. Deve ser

    lembrado que nos pacientes idosos a cicatrizao ocorre mais lentamente, alm do que

    eles so mais suscetveis a infeces, e, portanto, apresentam um risco potencial para

    problemas trans e ps-operatrios.

    Para a cirurgia de implantes como tambm para outros tipos de procedimentos

    cirrgicos, existem algumas contraindicaes absolutas para o tratamento que devem ser

    identificadas, como por exemplo:

    Doenas sistmicas como cncer em desenvolvimento e HIV; Doenas cardacas, a no ser que haja autorizao do cardiologista; Hemostasia deficiente ou discrasias sanguneas; Utilizao de medicao anticoagulante, que no possa ser suspensa; Doenas psiquitricas; Infeces agudas no controladas.

    O fumo apresenta uma contraindicao relativa, pois d um efeito negativo no

    prognstico de longo prazo da osseointegrao como tambm no processo de

    remodelao do osso marginal ao redor dos implantes. Porm, no uma

    contraindicao absoluta, uma vez que foi demonstrado que se o paciente interromper o

    hbito de fumar durante o perodo de cicatrizao, a taxa de sobrevida dos implantes

    tende a melhorar.

    importante avaliar as condies de sade intraoral dos tecidos duros e moles

    como tambm a morfologia ssea das reas selecionadas para a instalao dos

    implantes. Isto realizado utilizando parmetros clnicos e radiogrficos.

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    Quatro diferentes grupos de qualidade ssea (variando de 1 a 4), segundo Lekholm & Zarb (1985).

    Fonte: perionetblog.blogspot.com/2008_05_01_archive.html

    Radiografia panormica: grande aliada para o planejamento de tratamento com implantes.

    Fonte: NOBRE, M.D.P.

    Aps a obteno de todas as informaes clnicas e radiogrficas, um plano de

    tratamento final realizado pelo protesista. Visto que a instalao dos implantes uma

    parte importante na estratgia de tratamento, o cirurgio responsvel tambm dever

    participar de um planejamento detalhado sobre a localizao dos implantes, partilhando

    de uma abordagem de equipe. Durante o planejamento, os clnicos envolvidos devero

    tambm discutir aonde eles querem chegar com o tratamento, como tambm estimar

    quando o desejo do paciente factvel e pode ser realizado atravs dos procedimentos

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    Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados aos seus respectivos autores

    propostos. Uma expectativa irrealstica deve ser identificada e discutida com o paciente, e

    tratamentos alternativos sugeridos.

    Vista oclusal e vestibular de paciente com perdas dentrias anteriores. O planejamento nesses casos deve

    ser cuidadoso, devido ao envolvimento esttico. Muitas vezes devido s perdas sseas o resultado final

    pode ser desfavorvel. Fonte: NOBRE, M.D.P.

    Durante o plano de tratamento, o primeiro modelo de estudo mencionado

    utilizado na discusso da melhor posio e direo dos futuros implantes, mantendo-se

    em mente que o protesista quem determina a melhor forma para se alcanar a melhor

    soluo prottica. O cirurgio deve, entretanto, avaliar atravs das informaes clnicas e

    radiogrficas obtidas se as posies e direes sugeridas so possveis em relao aos

    aspectos anatmico e cirrgico. Obstculos possveis para a cirurgia devem ser

    identificados e solues alternativas sugeridas, caso se torne impossvel realizar a

    primeira alternativa proposta, durante a instalao dos implantes. O cirurgio experiente

    ser desse modo de extrema importncia, quando existir a necessidade de se improvisar

    durante o primeiro passo cirrgico.

    Para estudar o provvel resultado esttico e funcional, um enceramento deve ser

    feito no modelo de gesso, indicando as melhores posies e inclinaes para os

    implantes. Isto altamente recomendado quando se trabalha na regio anterior da maxila,

    onde o resultado esttico o mais importante. O enceramento pode, com certeza, ser

    utilizado para apresentar ao paciente o resultado do tratamento sugerido, e tambm

    poder ser utilizado posteriormente na fabricao da guia cirrgica. A guia cirrgica de

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    Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados aos seus respectivos autores

    grande auxlio quando, devido a limitaes anatmicas, no possvel seguir a proposta

    original para instalao dos implantes.

    Um protocolo cirrgico bem realizado, associado a exames pr-operatrios e um

    plano de tratamento constituem um pr-requisito para o sucesso do futuro resultado do

    tratamento com implantes.

    Aspecto clnico da exposio da cabea dos implantes e colocao dos cicatrizadores na fase cirrgica de

    reabertura. Fonte: NOBRE, M.D.P.

    Mucosa suturada em torno dos cicatrizadores. Observar a preservao da mucosa ceratinizada em torno

    dos implantes. Fonte: NOBRE, M.D.P.

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    Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados aos seus respectivos autores

    Ps-operatrio de um ms aps cirurgia para protocolo de carga imediata inferior. Observar a qualidade da

    mucosa ceratinizada em torno dos implantes. Fonte: NOBRE, M.D.P.

    Prtese implanto-suportada inferior e prtese total superior em posio. Fonte: NOBRE, M.D.P.

    Orientaro de higiene da prtese para o paciente. Fonte: NOBRE, M.D.P.

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    Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados aos seus respectivos autores

    Aspecto clnico da paciente desdentada parcial. Fonte: NOBRE, M.D.P.

    Aspecto clnico aps colocao dos implantes e pilares para confeco dos provisrios.

    Fonte: NOBRE, M.D.P.

    Aspecto clnico da paciente com os provisrios em posio. Fonte: NOBRE, M.D.P.

  • 161

    Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados aos seus respectivos autores

    Quando se trata da prtese sobre implante, deve-se atentar para as medicaes

    que devem ser prescritas para os idosos durante o tratamento. No caso especfico da

    cirurgia de implantes, a preocupao do especialista deve ser dirigida no somente ao

    controle da ansiedade e preveno e controle da dor e do edema, decorrentes do

    trauma cirrgico, mas tambm preveno de uma possvel infeco dos tecidos

    adjacentes ao implante.

    Sendo assim, alm do uso de um ansioltico e de uma droga anti-inflamatria,

    prope-se tambm a profilaxia antibitica, atravs da prescrio de duas doses da droga

    escolhida, sendo a primeira administrada no perodo pr-operatrio 1 hora antes da

    interveno e a segunda 6 horas aps esta dose inicial. O objetivo fundamental da

    profilaxia antimicrobiana impedir a formao do biofilme da colonizao bacteriana ao

    redor da superfcie do implante, imediatamente aps sua implantao.

    O protocolo indicado, sugerido por ANDRADE et al. em 1995 consiste:

    Medicao pr-operatria: diazepam 5 mg (ex.: Valium 5 mg)

    Tomar um comprimido, uma hora antes do atendimento. Lembrar que nos idosos,

    a melhor indicao seria o lorazepam.

    betametasona 4mg (ex.: Celestone 2 mg)

    Tomar dois comprimidos, uma hora antes do atendimento.

    amoxicilina 2g (ex. Amoxil 500 mg)

    Tomar quatro comprimidos, uma hora antes do atendimento.

    Anestesia local

    Nos implantes realizados na mandbula (unitrios ou mltiplos) ou em implantes

    na maxila em que sero empregas tcnicas anestsicas de bloqueio regional, recomenda-

    se uma soluo anestsica de longa durao de ao. At o momento, o nico anestsico

    local de longa durao disponvel no Brasil, para uso odontolgico a bupivacana 0,5%,

    associada adrenalina 1: 200.000 (Neocana ). Nas demais situaes pode-se

    empregar as solues anestsicas locais com durao de ao intermediria:

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    Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados aos seus respectivos autores

    Lidocana 2% com adrenalina 1:100.000 Mepivacana 2% com adrenalina 1:100.000

    Medicao ps-operatria

    Amoxicilina (ex. Amoxil 500 mg) Tomar durante sete dias e iniciar 6 horas aps a dose pr-operatria.

    Dipirona sdica 500 mg (ex.: Novalgina) ou paracetamol 750 mg (ex.:Tylenol 750 mg)

    Posologia: um comprimido a cada 4 horas, por um perodo mximo de 12 a 16

    horas ps-operatrias.

    Com relao ao uso da medicao anti-inflamatria pr-operatria, questiona-se

    muito ainda a escolha da betametasona ou dexametasona para esta finalidade, sob o

    argumento de que os corticosteroides interferem negativamente no processo de

    reparao tecidual. Este efeito realmente observado, mas apenas quando estas drogas

    so empregadas por tempo prolongado (uso crnico), no acontecendo em tratamentos

    de curta durao e muito menos quando se emprega uma dose nica, como sugere este

    protocolo.

    Nada impede o uso dos anti-inflamatrios no-esteroides, como opo aos

    corticosteroides. Neste caso, deve-se empregar aqueles no-esteroides que parecem ser

    menos agressivos mucosa gstrica, com a desvantagem de ter que se repetir as

    tomadas do medicamento, alm da relao custo/benefcio ser maior. Orientar o paciente

    a tomar a primeira dose do medicamento receitado, 20 a 30 minutos antes da interveno

    cirrgica e as demais doses no perodo ps-operatrio, pelo perodo mximo de 48 horas,

    obedecendo aos seguintes intervalos:

    Diclofenaco potssico = 8 horas Ibuprofeno = 12 horas Nimesulide = 12 horas Aceclofenaco = 12 horas Meloxicam = 24 horas

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    Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados aos seus respectivos autores

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    Este material deve ser utilizado apenas como parmetro de estudo deste Programa. Os crditos deste contedo so dados aos seus respectivos autores

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    ----------------FIM DO CURSO!-------------------