[scan] revista faperj - num 22 {mar_2013} - algumas paginas selecionadas
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[scan] Revista Faperj - Num 22 {mar_2013} - Algumas paginas selecionadas.pdfTRANSCRIPT
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Robiisto e. sostentavel ,Empresa desenvolve prototipo de carro eletricoque alia design adaptavel e custo acessivel \
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Gustavo TutiicaSecretqrio estadiiaL.
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Neurociencia avanga e faz novbs descdlbertos/.„" . PesquisadoreS dao mais um passo para compreender ofunqionamento do.-*\
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MEDICINAAcao do Trypanosoma cruzipode impediro surgimento do diabetes tipo 1, indicapesquisa realizada no lOC/Fiocruz
ARTIGOEmartigo exclusivo para Rio Pesquisa, oquimico Vitor Francisco Ferreira explicapor que o investimento na producao defdrmacos e tao imporlanie para o futuro doPais
NUTRIQAOTestescom uma manteiga enriquecida comacido linoleico conjugado mostram bonsresultados e indicam que ela pode vir aintegrar a lista de alimentos com efeitosbeneficos para a saude humana
EDUCACAO CIENTIFICANo campus regional da Uerj em Resende,Faculdade de Tecnologia contribui para aeducacao cientffica de professores e alunos
13 | ASTRONOMIAOlimpiada Internacional de Astronomiae Astrofisica reiine cerca de 300 alunos
de ensino medio, de tres continentes, nomunicipio de Vassouras, no sul fluminense
16 | EMPREENDEDORISMOEm Campos, incubadora de basetecnologica aproxima universidades dosetor produtivo e contribui para impulsionarEconomia da regiao
23 | ALIMENTACAOPesquisa investiga riscos do consumo dealimentos, como frutas e legumes, comresiduos de pesticidas
EXPEDIENTE
Governo do Estado do Rio de Janeiro
Governador | Sergio Cabral
Secretaria de Estado de Ciencia e TecnologiaSecrefdrio | Gustavo Reis Ferreira
Fundacao Carlos Chagas Filho de Amparo aPesquisa do Estado do Rio de Janeiro - FAPERJPresidente | Ruy Garcia MarquesDiretorCientifico | Jerson Lima SilvaDiretorde Tecnologia | Rex Nazare AlvesDiretorde Administraqao e Finanqas | CldudioFernando Mahler
26 | ENGENHARIAEm Resende, a inauguracao de umlaboratorio de hidrdulica e pneumdticapermitiraque estudantes da graduaqaoe pos-graduacdo apliquem, na prdtica,conhecimentos adquiridos na universidade
29 | TECNOLOGIA SOCIALNa regiao conhecida como "Valedo Cafe", no centro-sul fluminense,pequenos produtores rurais se associam,ocupam uma antiga cozinha industrial epassam a produzir,entre outros, queijos,iogurtes, compotas, geleias e conservas
32 | PESQUISATRANSLACIONALPesquisadores associados ao InstitutoNacional de Ciencia e Tecnologia(INCT) de Pesquisa Translacional emSaude e Ambiente na Regiao Amazonica(INPeTAm) estudam os efeitos decontaminantes sobre o meio ambiente e
levam conhecimento e educaqao para aspopulacoes locais
38 | ENTREVISTAEmpossado em Janeiro como secretarioestadual de Ciencia e Tecnologia,Gustavo Reis Ferreira, ou Gustavo Tutuca,como e conhecido, quer atrair novosrecursos para a area de C&T no estadoque permitam aumentaros investimentos
43 | INOVAgAOBatizado de ElRio, o prototipo de umcarro eletrico desenvolvido por umaempresa carioca pode se transformar emuma boa opcdo em servicps nas areas deTurismo e Transportes
Rio Pesquisa. Ano VI. Numero 22
Coordenacao editorial e ediqao | Paul Jurgens
Redaqao | Danielle Kiffer, Debora Motta, VilmaHomero, Vinicius Zepeda e Elena Mandarim(estagidria)
Diagramaqao \ Mirian Dias
Mala direlo e dislribuiqao Elcio Novis eMarcelo de Souza
Folo da capo | Luan Pereira Diniz
Revisao ! Ana Bittencourt
Tiragem | 18 mil exemplares
SUMARIO
46 | TECNOLOGIAO desenvolvimento de software em
laboratorio da PUC-Rio promete facilitaroreconhecimento facial de pessoas, mesmoquando estas se encontrarem em movimento
49 | REPORTAGEM DE CAPAA Ciencia da mais um passo paracompreender o papel das celulas gliais- por trds das sinapses, conexoes entreos neuronios que ocorrem no cerebro -,que pode abrir caminho para uma melhorcompreensao de doencas, como Alzheimere epilepsia
52 | SAUDEUm teste fisico bastante simples, elaboradopor um medico e pesquisador, podera serusado para estimar o risco de mortalidade
55 | SUSTENTABILIDADEUm concrelo ecologico capaz de sequestraras molecules de CO, do ar pode promoveruma significativa mudanca no cenario daconstrugdo nos proximos anos, ajudando aminimizar o efeito eslufa
58 | FAPERJ IAN ASPelo quarto ano consecutivo, a direqao daFAPERJ reuniu-se, no inicio de dezembro,com assessores e integrantes do corpotecnico da Fundacao para fazer um balancode suas atividades do ano que se encerravae o planejamento para 201 3
60 | EDITORAgAOMudancas no regulamento que entraram emvigor no inicio de 201 3 prometem facilitar edar agilidade a submissdo de propostas aoprograma de apoio a editoracao (APQ3)
Periodicidade \ Trimestrol
Distribuiqdo gratuita | Proibida a venda
Avenida Erasmo Braga 118/6' andar - CentraRio de Janeiro - RJ - CEP 20020-000
Tel.: 2333-2000 | Fax: 2332-6611
EDITORIAL
Foto: Sergio Lomonaco
As luzes das grandes cidades impedem a observacao do ceupor seus habitantes e, assim, deixamos de ver o espetaculo denebulosas, aglomerados de estrelas, galaxias, planefas efc. Mas
na bucolica Vassouras, estudantes de trescontinentes, com a ajudade telescopios poriateis (fotoj, tiveram a chance de merguiharnesse fascinante universo estelar. Mais detalhes a pag. 13
Fomento a C&T leva desenvolvimento ao interior
Uma gradual, mas consistente,interiorixacac >d<>s recurs* >s dis-
ponibilixados para a pesquisano estado do Rio de Janeiro. Essa remsido uma das marcas na arual gestaodas atividades de fomento a Ciencia e
Tecnologia fluminenses. Se, em 2006,apenas 12 municipios contavam comprojetos financiados pela FAPERJ,hoje essa cobertura se estende a todo oterritorio fluminense e ha pesquisas emandamento —que receberama chancelada Fundacao - nos 92 muniefpios doestado. A FAPERJ vein, desde 2007, in-vestindo esforcos para garantir que umafatia crescente de seus recursos alcance
o interior. Exemplo disso sao as visitasregulares realixadas por assessores dadi-retoria de Tecnologia a cidades situadasfora da Regiao Metropolitana. No mesde Janeiro, tres municipios receberamum grupo de assessores e tecnicos, queali estiveram para verificar exemplosbem-sucedidos de projetos que receberam o apoio da Fundacao.
O secretario estadual de Ciencia e
Tecnologia, Gustavo Tutuca, em-possado em Janeiro e o entrevistado
desta edicao, fax eco a esse esfbrco
de interiorixacao dos recursos pelaFAPERJ: "Um estado forte precisade um interior forte", dix o novo ti
tular da Secretaria de C&T, defensorde projetos desiinados a melhoria daeducacao e a inclusao digital no estadodo Rio tie [aneiro.
() conjunto de reportagensda presenteedicaode \Kio Pesquisa teflete essa buscapor uma divisao mais equanime dosrecursos, distribufdos entre a Regiao
Mern>p<)litana - queconcentraalgumasdas principals instituicoes de ensino epesquisado Pat's —eo interior. Algumasdas reportagens nos levamem viagempor cidades do interior, quando naopelo campo, como no caso da materiaque comeca a pag. 20. Nela, o leitorficara conhecendo os detalhes de um
estudo que analisa ditcrcntcs tipos decapim e pode colaborar para aumentara produlividade leiteira na xona ruraldo estado.
No "Vale do Cafe", um grupo depequenos produtores rurais se reuniupara criar a Unibairros,associacaoque
pr< imetedar novo impulso a economialocal, absorvendo a producao regionalde lcitc, frutas e legumes colhidos naregiao - transtormados em queijos,iogurtes, compotas e conservas. Essee o assunto da reportagem que comecaa pag. 29e antecede outra reportagem,a pag. 52, que trax os detalhes de umteste, bastante simples,que esta sendoulilixado para eslimar o risco de nior-talidade. Seu idealixador e o medico
e pesquisador Claudio Gil de Araiijo,que ha cerca de tres ilecadas se dedicaa estudos sobre os efeitos beneficos
para a saude do exerefcio fisico.
A vaciedade de assuntos nao se esgotaaf. Na PU(]-Rio, por exemplo, umsoftware promete ajudar no reconheci-mento de pessoas suspeitas llagradasetn cameras tie video (a pag. 46).Entre os demais temas abordados na
presente edicao, o leitor teni a chancetie checar novidades nas areas da Me-
dicina, Saude, Nutdcao, e Ftlucacao(jentflica, entre outros. Sugestoes ecri'ticas podem ser enviadas a redacaopelo0-wrf//[email protected]. Boaleitura!
5 | Rio Pesquisa - n9 22 - Ano VI
Farmacos:uma questao de soberania
Em artigo exclusivo para Rio Pesquisa, o quimicoVitor Francisco Ferreira defende a inclusao do
conceito de sustentabilidade junto ao ja tradicionaltripe 'Ciencia, Tecnologia e Inovagao' e explica
por que os investimentos na produgao de farmacossao tao importantes para o futuro do Pais
Vitor Francisco Ferreira*
. iencia, Tecnologia, Inovacaoe Sustentabilidade sao quatroconceitos correlacionados e de
vital importancia para a sociedade. Tc-mas complexos, eles estao fortementeinseridos na comunidade cientffica c corn
amplo impacto na sociedade
Inovacao e a palavra mais moderna paraaplicacao dos conhecimentos oriundosda Ciencia e Tecnologia. Ja o termosustentabilidade abriga um conjunto deparadigmas para o uso dos recursos quevisam atender as necessidades humanas
em termos de qualitladetie vida, ambiente saudavel, economia estavel e
sistema sociopolftico robusto e justo.Este termo foi cunhatlo em 1987, no
"Relatorio Brundtland", da Organi-zacao das Nacoes Unidas (ONU). Deacordo com o documento, o desenvolvimento sustentavel e aquele que"satisfax as necessidades do presentesem comprometer a capacidade dasgeracoes futuras satisfaxerem as suasproprias necessidades". A sustentabilidade nao deve ser encarada como se
fosse uma previsao, mas como umarealidade e uma vivencia cotidiana
de todos, pois tudo esta conectadt)e, em sua interdependencia, sao ocidadao, o governo e o setor privadoos agentes centrais que devem man-ter o equilibrio entre agua, ar, solo,florestas, oceanos etc. Em realidade,
o que se quer e o progresso da Ciencia, Tecnologia e Inovacao, comsustentabilidade.
() desenvolvimento sustentavel ento-
cando questoes como pobrexa, fome,producao de alimentos, doencas, de-sarmamentt) e problemas raciais foidiscutido ano passado na Cupula daTerra de 2012, "Rio+20", cujo tftulodo documento principal foi chamado"O ruturo cjue queremos". A (Cienciasempre esteve inserida nessa discussao, pois e um tema transversal querem estreita relacao com o progressoeconomico e social tie um pais. Massomente seu desenvolvimento nao e
suficiente para que o cidadao possa
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Da agricultura aaviagao, nao hasetor economico quenao utilize processosou insumos de
origem quimica
se beneficiar dos seus avancos. ()
grande desafio para a sociedade eo de conciliar esses quatro compo-nentes nos ambientes cada vex mais
competitivos e exigentes das univer-sidades,centros de pesquisa e corpo-racoes, sem esquecer a compctieaopela lidcranca entre os paises.
A Ciencia tern diversos conflitos
com outras areas da arivitlatle hu-
mana, mas e impossi'vel pensar emdesenvolvimento, educacao e saudesem Ciencia, Tecnologia, Inovacao esustentabilidade. Nao ha educacao e
saude tie ponta que nao tenha sidoresultatlo do acumulo de investimen
tos em Ciencia, Tecnologia e Inovacao. As pessoas as usam no seu diaa dia, sem se aperceber muito dessarealidade. Apesar de a Ciencia estarmais perto do cidadao, ela tambemesta catla vex mais complexa. I lojese tlix, frequentemente, que Ciencia,Tecnologia e Inovacao representama soberania tlas nacoes. Nos paisestlitos avancados nesses campos, haaportes relcvantcs tie invcstimcntotanto tlo setor publico como doprivado. Considerando esses argu-mentos, o Brasil necessita tie uma
aha taxa tie inovacao para melhorarsetts indices sociais e intensiflcar
seu desenvolvimento cientffico e
tccnologico.
A Ciencia precisa chegar ao cidadaonor meio da difusao cicntflica para
Depots da inovacao, e a vez dasustentahi' ).iar-se ao
desenvolvimonlo do setor de C&T
AnoVI - n° 22 - Rio Pesquisa | 6
que a sociedade tenha a conscienciada sua importancia em suas vidas epossa, dessa forma, lurar ao lado doscientistas, via Congresso, por maisverbas, sem as quais nao promovere-mos o desenvolvimento da Ciencia,
da Tecnologia e da Inovacao.
( ) pr< >gressi) den< )t;i sempre um melhoramento, uma evolucao para me-lhor ou uma mudanca de acordo com
paramctros definidos e em dirccaoao bem-estar comum da sociedade.
Cada sociedade tern seus valores e
um entendimento do que significaprogresso economico e social.
Quando nos reterimos ao progressocientffico, ha indicadores que metlemcomo esse progresso afeta a vidatlas pessoas e o bem-estar maior dapopulacao. Por exemplo, melhoriatlas contlicoes e tla expectativa tie
vida. A Ciencia e o progresso,atuando com erica, precisam tercompromissos incondicionais detrabalhar em conjunto para umfuturo prospero, sem fome ou po-breza, igualitario, com toleranciaetnica, religiosa, seguranr;a e comdesenvolvimento sustentavel parapreservar a vida e o planeta.
A Ciencia e a Tecnologia sao di-viditlas em areas e subareas. Duas
importantes subareas inter-relacio-nadas que sao rundamentais para aqualidade tie vidatlo ser human<) sat)Quimica e Farmacos.
A Quimica e uma ciencia tlas interfaces, ontle convivem subareas, como
a catalise, biocatalise, ciencia tl< is materials, genetica quimica, farmacos,nanoiecnologia, biologia molecular,sistema auto-organixatlos,genomica,defensivos agricolas, reconhecimen-to molecular. ILla e a base tie tudo, ouquase,e tern<> imensopotencial paracriar novos materials, produtos naos(> mais adcquados as necessidadesd( >ser humano, mas tambem menos
aeressivos e com menor ciclo de
Tecnicos mocambicanos em treinamento na fabrica de antirretrovirois e outros medicamentos, em Maputo: unidade fabril foi inauguradaem meados de 2010 com o apoio de Farmanguinhos/Fiocruz, resultado de um acordo de cooperacao entre Brasil e o pais africono
vida no meio ambiente. Ao mesmo
tempo, a Quimica pode permitiruma melhora da nossa qualidadede vida de modo sustentavel e em
todas as areas. Desde a agriculturea industria da aviacao, nao ha setor
economico que nao utilize processosou insumos de origcm quimica.
Uma das areas que utilixa a quimicaintensamente e o setor Farmaceutico,
seja na preparaciio dos farmacos ouem suas formulacoes.
A pesquisa necessaria ao desenvolvimento de um farmaco inovador
e uma das atividades cientfficas de
maior risco e que exige vultososinvestimentos. Descobrir um "prin-cfpio ativo" - a substantia que deveraexercer efeito farmacologico - passapor diversas fases ate chegar ao medi-camento que sera prescrito pelo medico. Sao muitos anos de pesquisase testes, que, nao raro, ultrapassamo perfodo de uma decada inteira.Por isso, essa atividade tern sido
quase uma exclusividade das grandescompanhias farmaceuticas transna-cionais, tambem chamadas de "big-farmas". Consequentemente, essas
companhias pesquisam e desenvol-vem novos farmacos para doencasque sao de interesse dos paises maisdesenvolvitlos. Algumas doencas dos
chamados "paises pobres" nem saoconsideradas em seus portfolios e, noentanto, continuam a provocar umaenorme perda de vidas a espera desolucoes com urgencia. Por exemplo,o unico farmaco existente para a do-enca de Chagas foi lancadoem 1970.No caso da dengue, ainda nao temosnenhum medicamento disponfvel noarsenal terapeutico.
Atualmente, ate as grandes companhias farmaceuticas vem encontran-
do dificuldades para descobriremfarmacos inovadores para as doencasque aparecem com o envelhecimentoda populacao.
O Brasil possui um parque farmaceutico considera vel, mas que recebepouco investimento em "Pesquisae Desenvolvimento (P&D)" para adescoberta de farmacos inovadores,
estando seus atores mais focados nas
formulacoes dos genericos, com aimportacao dos insumos de paises,como a China e a India, e pouco com
a inovacao incremental. Essas com
panhias esperam expirarem as pa-tentes dos medicamentos mais vcn-
didos e lancam produtos identicosno mercado, mas como genericos.Dessa forma, investem pouqufssimoem pesquisa de risco, tendo em vistaque esses medicamentos ja tern ummercado estabelecido e muitos deles
encontram-se na lista do Sistema
Unico de Saude, o SUS —pasmem,maior comprador de medicamentosdo mundo.
Nas duas ultimas decadas, contudo,passamos tie uma industria farma-ceutica totalmente dependente tloexterior, faxedora de copias de medicamentos de qualidade duvidosa,para uma nova situacao de cmpresasde capital brasileiro,competitivas nocenario internacional e com algumasinovacoes.Ja temos, a tftulo de exemplo, dois farmacos que podemosdixer que foram cria^ao do Brasil:Acheflan, anti-inflamatorio fitoteni-
pico da Ache; e Hleva, um farmacopara disfuncao eretil do laboratorioCristalia. A copia dos farmacos, pormais complexa que seja, ou a inovacao incremental sao os primeiros
Folo: Paul JOrgens
' Doutor pela UniversidadedaCalifornia, San Diego (EUA), emembro da Academia Brosileira deCiencias, Vitor Francisco Ferreira eprofessor titular do Departamentode Quimica Organica daUniversidade Federal Fluminense
(UFF), presidente da SociedadeBrosileira de Quimica e Cienfista do
Nosso Estado da FAPERJ.
passos para a consolidacao de umaindustria farmaceutica independente.Mas ainda estamos muito longe tieter um setor forte e independente eque atenda as necessidades do Pais- nao so com medicamentos genericos, mas tambem que produxamfarmacos inovadores.
A Quimica e a Farmacia brasileira vaomuito bem ate a etapa da descobertatlas substantias bioativasque potlemse transformar em novos prototipos.Mas por faltade investimento e inte-resse dos laboratories farmaceuticos
nationals, pouco se avancam naspesquisas basicas desenvolvidas nasbancadas dos laboratories e acabam
nao se transformando em riquezapara o Pais.
Para reverter essa situacao, o tripe"Ciencia, Tecnologia e Inovacao"precisa tuncionar. E para tanto,os diversos atores —entidades quedesenvolvem Ciencia, Tecnologia eInovacao, como universidades e cen-tros de pesquisa; empresas que ternparque industrial com a capacidade
de desenvolver novas tecnologia einovacao; diversas esferas tlos gover-nos federal, estadual e municipal compoder de compra; eagendas e bancosde fomento - precisam atuar dentrodas suas areas de competencia, pois asociedade espera que sejam produxi-dos os bens necessarios para melho-rar a sua qualidade e o Pais diminuiras suas perdas economicas.
A gestao desse sistema de competencia dividida e quase ausente,fragmentada e localixada em algunspoucos setores. I': o sistema cientfficoe tecnologico do Brasil sempre foiuma iniciativa do Governo Federal,em um contexto de administracao
publica(patlraoburocratico classico),tendo algumas excecoes na atuacaode alguns poucos estados
Em 2012, foram divulgados dadosem diversas publicacoes mostrandoo considenivel aumento da producaocientffica no Brasil e seu peso na ciencia global. Os numeros mostraramque paisesque tradicionalmente maiscontribufam para a producao cientffica global perderam espaco para oBrasile outros pafses. Passamos a serconsiderado um pais emergente naarea cientffica e ja somos responsa-veis pt>r 60% da producao cientfficada America Eatina. Seguindo umatrajetoria que ja era ascendente, em2007, o numero de ardgos em revis-tas indexadas alcancou a marca tie
19 mil, e, em 2011, subiu para cercade 35 mil.
Isso e uma boa notfeia,pois estamoscriando competencias em muitasareas do conhecimento. Mas e bom
lembrar que esse sistema nao eabsolutamente homogeneo, sendopossfvelencontrar desde instituicoesque tern papel importante para aproducao cientffica e tecnologica noPais,assim como para a formacao demestres e doutores, ate outras que secledicam exclusivamente ao ensino, e
com padroes que longe estao de ser
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excelentes. Igualmente heterogeneae a titulacao dos pesquisadorcs pormeio de todo o sistema.
A industria farmaceutica national e
uma questao de soberania national.Nosso mercado ainda e pequenoparaas "big-farma", maso poder tiecompra tlt> Estado brasileiro e umdos maiores do mundo. Nao ha nada
de errado com o fato de empresasvisarem ao lucro; essa e sua nature-
xa. Mas muitos recursos piiblicos,a rundo perdido, sao captados poressas empresas para suas producoesque praticamente tern a prefcrenciade compra pelogoverno. Parecequenao ha falta de recursos disponiveisno sistema brasileiro tie C,T&I,tampouco pessoas qualificadas,mas talvex haja falta de gestao quepossa articular grupos e instituicoesna direcao tie se desenvolver novos
farmacos inovadores.
Ao longo dos ultimos anos, as agendas de fomento a pesquisa tern esti-mulado a formacao de redes quepossam articular grupos interessadosnesse tema, como e o cast) do Insti-
tuto National de Ciencia e Tecnolo
gia (INCH") tie Inovacao em DoencasNegligenciadas, sediado na FundacaoOswaldo (j-ux (Fiocrux) e coordena-do pelo Dr. Carlos Morel, o INCTde Farmacos e Medicamentos
(INCT-1 no far), coordenado peloProfessor Dr. Eliexer J. Barreiro(LASSBio/UFRJ), e de outras redesnationals, igualmente importantes,como as redes Malaria, Tuberculose
e Dengue, mais ou menos parecidascom as redes internacionais Medicines
for Malaria \ 'eiitnre; GlobalAlliance for773 Drug Development (TB Alliance) eDrugs for Neglected Diseases initiative(DNDi). Sera preciso avaliar mais afrente se essas redes poderao ajudara apontar t)scaminhos para a solucaode gestao nt> setor e se serao capaxesde responder as questoes urgentesrelacionadas com os medicamentos
e a saude da populacao. •
Pesquisa analisaresfduos de
pesticidas queresistem em
frutas e legumesconsumidos pelos
fluminenses
ALIAAENTAgAO
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A mesa, mas
*~ sem agrotoxicosVilma Homero
Ospesticidas tern uso intenso na agriculturabrasileira. C) Rio de Janeiro nao e exce-gao e os chamados agrotoxicos entram
no cultivo de frutas, legumes e hortalicas. Para apesquisadora Cristiane Martins Cardoso de Salles,da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro(UFRRJ), a questao e saber se esses produtos estaosendt) empregados respeitando-se os perfodos dequarentena, ou seja, bem antes da fase prevista decolheita, para evitar que os resfduos permanecamaderidos a superffcie dos vegetais. E,studos e inspe-coes realixadas por agendas sanitarias ja constata-ram que, na maioria dos casos, ainda ha presencade resfduos em frutas e hortalicas prontos para oconsumo. "E umaamea^a invisivel. Em longoprazo,tudo isso pode trazer prejufzos a saude."
m
Folo: Divulgaijao
Apesquisadora Cristiane Cardoso (C), em companhia da aluna Gabriela Capellas edo filho Joao Marcos: estudopara detector presenqa de residuos toxicos em alimentos
Para investigar a qualidade de frutase hortalicas comercialixadas no mu-
nicipio de Seropedica, em projetodesenvolvido com recursos do pro-grama de Apoio a Projetos de lixtensaoePesq/iisa, da FAPERJ,a pesquisadorarealixou testes em tres tipos de pro-dutos, nos quais o uso de pesticidase consideradt) mais frecjuente e maisintenso: o pimentao verde, a uva e omorango. "Querfamos detectar emque medida os resfduos dedefensivosagrfcolas permaneciam em frutas everduras. Para isso, contamos com
a participacao de alunos da universidade, bolsistas do programa deBolsas Institucionais de Extensao
(Biext). Buscamos, assim, mostrarcomo a pesquisaacademica pode seraplicada diretamente na resolucao deproblemas da comunidade", explicaa biologa.
Para o trabalho, ela recorreu ao testeelaborado e patenteado pelo pesqui-sador Mauro Velho, da Universidadedo Estado do Rio de Janeiro (Uerj)."Os pesticidas maisusados na nossaagricultura sao os organofosforadose carbamates, empregados no cultivode frutas e hortalicas, que tern emcomum o fate de se tratar de inibi-
dores da enzima acetilcolinesterase
[AChE]. Isso quer dizer que elesatuam nas pragas que combatem,
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provocando-lhes alteracoes neurolo-gicas, reprodutivas, imunes ou meta-bolicas", dix Cristiane. Ao contrariodas tradicionais anaiises caras e tra-
balht)sas, que geralmente requerema extracao, separacao e quantificacaodos pesticidas, o kit do professorMauro Velho emprega biossensoresenzimaticos simples e baratos paradetectar esses residuos.
"Os vegetais comprados nos mer-cados da regiao foram lavados comdetergente especffico de laboratoriopara retirada de pesticida. E a aguausada nessa lavagem foi testada paraverificar se houve inibicao ou nao da
enxima, o que indicaria a presenca deagrotoxicos", afirma a pesquisadora,que repetiu os experimentos em dife-rentes epocas do ano para verificarsehavia variacoes. "Pelt)s nossos testes,
observamos que em pimentoes emorangos a inibicao dessa enximachegou a cerca de 50%, e nas uvasate a 80%", relata.
Segundo Cristiane, a acetilcolinesterase e de fundamental importancianos mecanismos de transmissao do
impulso em sinapses colinergicas dosistema nervoso, e e tambem o principal alvo dos inseticidas fosforadose carbamates, potentes inibidoresdessa enzima. A inibicao da acetil
colinesterase levaa blocjueios dessassinapses, tanto em insetos como nosseres humanos. O que acontece comas pragas agrfcolas e tambem o queacontece com aqueles que, de umaforma ou de outra, se veem expostosa esses pesticidas. As diferencas saoquanto ao grau da exposicao e aotempo para apareceremos sintomas."Para os insetos, que morrem porasfixia, e imediatamente fatal; para oagricultor, que muitas vezes manuseiaesses produtos sem a protecao ade-quada, essas substantias vao se acu-mulando no organismo, provocandoinicialmente leves tremores, cansaco
e salivacao", alerta. "A medida queo problema vai se agravando, os
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musculos respiratorios vao sendoafetados e ocorre insuficiencia respi-ratoria. Em longo prazo e em expo-sicoes frequentes, como no caso dosconsumidores, pode ocorrer atrofiados musculos das pernas e bracos,paralisia, disturbios de coagulacaosangufnea e alteracoes psicologicas.E isso pode ser um processo longoe irreversfvel."
Para reverter essa situacao, a industria quimica tern tentado criarpesticidas mais especfficos quenao tenham influencia para outrasespecies c]ue nao as que se desejacombater, tal como acontece com
os organofosforados, que acabamsendo absorvidos por diversas outras especies, como as aves. "Muitasvezes,ao ver uma lagarta numa folhade verdura, os consumidores acre-ditam tratar-se de um indfcio de ma
ciualidade do produto. Mas ocorrejustamente o contrario. Na verdade,isso pode dizer que aquela folhatern pouco resfduo de agrotoxico",esclarece.
E uma ameagainvisivel. Os residuos
de pesticidaspresentes nos
alimentos, em longoprazo, podem trazerprejuizos a saude
Cristiane orienta ainda os consumi
dores a preferirem frutas e vegetaisorganicos e a dar preferencia aos alimentos que possam ser descascados."Nao testamos o interior dos frutos.
Mas embora relatos na literatura fa-
lem sobre a presenca de pesticidas,sobretudo os de uso macico, no
interior de ccrtos frutos, em muitoscasos, a casca atua como uma pro-
tecao, sobretudo naqueles de cascamaisdura." Ela recomenda aindaquese deixem os vegetais, a serem con-sumidos em uma refeicao, de molho,
em uma solucao de um litro de aguacom uma colher (de sopa) rasa debicarbonate de sodio,por cercade 30ou 40 minutes. "Outra alternativa e
optar por legumes, verduras e frutascultivados por mctodos organicos."
Informacoes como essas e muitas
outras fizeram parte do curso pra-tico, ministrado pela pesquisadoraaos estudantes de Agroecologia daUFRRJ. Em seguida, foram reunidaspara compor uma pcquena cartilha,distribufda entre os agricultores daregiao de Seropedica, microrregiaode Itaguai, cortada pela RodoviaPresidente Dutra e situada a 75 qui-lometros de distancia da capital fluminense. "Sera um pequeno guia emque esclarecemos sobre os cuidadoscom o uso de agrotoxicos."Em longoprazo, com certeza, a saude de todosnos agradecera.
Pesquisadora: Cristiane MartinsCardoso de Salles
Instituiqao: Universidade FederalRural do Rio de Janeiro (UFRRJ)
Distribuindo informagao para todos
Ointeresse despertado pelapesquisa acabou provocando
o desdobramento do trabalho em
mais duas vertentes. A primeira foia elaboracao do curso "Lavagem esanitiza^ao de frutas e hortalicas:avaliacao da reducao de pesticidasorganofosforados", ministrado aosalunos do curso tecnico em Agroecologia do Colegio Tecnico (CTUR)da UFRRJ. "Mostramos na pratica oque vemos na rotina do laboratorio.Os alunos manusearam os alimentos,aplicaram tecnicas de higienizacaosimples com vinagre, agua sanitaria,detergente comercial ou bicarbonatede sodio. Ao final, tiveram um dia de
laboratorio para aplicacao pratica",conta Cristiane. A segunda vertentefoi a elaboracao da cartilha com in
formacoes sobre a problematica dacontaminacao dos pesticidas em alimentos. "Os alunos se desdobraram
para transformar o jargao tecnicoem linguagem de facil compreen-sao", lembra.
"Ambos os trabalhos foram apre-sentados na IX Semana de Extensao
(Semex/UFRRJ), evento bianualorganizado pela Pro-Reitoria deExtensao da universidade, que tevecomo tema Mosaico Universitdrio —A
Extensaona Diversidade, MeioAmbiente e Cultura, bem de acordo com o
nosso trabalho", destaca. Para tanto,Cristiane contou com a contribuicao
dos alunos de extensao Marcio Ro-
drigues de Andrade, Mylena Assisdos Santos, Gabriella Pereira LopesCapelas e Camilla Pereira de Souza."Eles realmente abracaram a ideia."
Em palestras, oficinas e apresentacaode posteres, procurou-se enfatizar anecessidade de conscientizacao de
um melhor ambiente para todos."Distribufmos a cartilha a todos queestiveram na Semex. O trabalho
tambem foi uma homenagem aoprofessor MoacelioVeranio SilvaFilho, apaixonado pela Educacao,que faleceu em 2012". •
9 I Rio Pesquisa - n- 22 - Ano VI NUTRigAO
Uma gordura do bemProjeto desenvolvido na unidade da Embrapa em
Guaratiba, na Zona Oeste do Rio, avalia as caracteristicasnutricionais da manteiga enriquecida com CLA
Debora Motta
Uma substancia quimicacontida naturalmente na
gordura do leite e na camede ruminantes vem despertando aatencao dos pesquisadores em diver-sos paises.Trata-se do acido linoleicoconjugado (CEA, na sigla em ingles)—um tipo de gordura insaturada.Ele esta na mira dos cientistas porseus potentials efeitos beneficos asaude humana, como reducao da
gordura corporal e prevencao dedoencas cardiovasculares, certostipos de cancer e diabetes do tipo 2.No Rio de Janeiro, um projeto coor-denado pelaengenheira de alimentosRosemar Antoniassi, da EmbrapaAgroindustria de Alimentos, unidadeque integra a Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuaria (Embrapa),propoe avaliar aqualidade nutritionalda manteiga naturalmente enriquecida com CLA.
O objetivo da pescjuisa, contempladapela FAPERJ no edital de Apoio asInstitutes de linsino ePesquisa Sediadasno Estado do Rio deJaneiro, e analisar aspropriedades da manteiga produzidaa partir da gordura de leite enriquecida com CLA. () material utilizado
na pesquisa e proveniente da Embrapa Gado de Leite, em Juiz deFora (MG). Na instituicao mineira,pesquisadores parceiros do projetomanipularam a dieta de vacas mes-ticas, pela adicao de oleos vegetaisricos em acido linoleico a racao. Tudo
para oferecer uma alimentacao capazde aumentar a concentracao de CLA
no leiteproduzido pelas vacas.
"A primeira etapa do projeto e testaruma alimentacao para o rebanho queseja eficaz para favorecer o enrique-cimento do leite com o CLA, em
uma quantidade maior e mais ade-quada para que ele traga beneffciosa saude", conta Rosemar. Alem deaumentar a concentracao do CLA, a
dieta do gado torna toda a gordurado leite mais adequada do ponto devista nutritional. "A dieta oferecida
as vacas tambem reduz o teor dos
acidos graxos saturados do leite,associados a ocorrencia de doencas
cardiovasculares", ressalta.
A segunda etapa do estudo estaem curso no Laboratorio de Oleos
Graxos da Embrapa Agroindustriade Alimentos, em Guaratiba, Zona
Oeste do Rio. La,a equipe coordena-da por Rosemar prepara a manteiga
Gordura insaturada obtida a partir dedieta especial dada ao rebanho: potenciaisefeitos beneficos a saude humana
f.sxc.hu/Alessandro Paiva
Na Embrapa Gado de Leite, em Juiz de Fora (MG), racao oferecida a vacas mesticas recebeuadicao de oleos vegetais ricos em acido linoleico, que permitiu obter a gordura de leite enriquecida
capacidade de concentrar o CLA."Amanteiga tern um teor bem maior deCLA por grama de produto do que oleite, que aprescnta o CLA dilufdo",explica.
Por enquanto, os testes estao sendorealizados em escala laboratorial.
Mas,para a engenheira de alimentos,a pesquisa antecipa uma tendencia
Ano VI - n9 22 - Rio Pesquisa | 10
de mercado. "Embora a AgendaNational de Vigilancia Sanitaria, aAnvisa, ainda nao permita a atri-buicao de propriedades funcionaisao CLA nos produtos alimenticiosnacionais, e comum em outros paisesa comercializacao de diversos produtos lacteos enriquecidos com CLA ede seus concentrados. 1'Issa tendencia
deve se repetir no Brasil, no futuro",aposta Rosemar, lembrando que oapoio da FAPERJ foi decisivo paraa realizacao da pesquisa, tendo per-mirido a compra de equipamentos einsumos para o Laboratorio de OleosGraxos da Embrapa Agroindustriade Alimentos.
Alem de Rosemar Antoniassi, parti-cipam do projeto os pesquisadoresFernando Cesar Lopes e Marco Antonio S. Gama, da Embrapa Gado del.eite, que sao especialistas nos en-saios com vacas leiteiras, e os especialistas nas analises qufmicas I lum-berto Bizzo R. Bizzo e Adelia F.
Faria-Machado, da Embrapa Agroindustria de Alimentos. •
Pesquisadora: Rosemar AntoniassiInstituicao: Embrapa Agroindustriade Alimentos - Empresa Brosileirade Pesquisa Agropecuaria(Embrapa)
Folo: Joao Eugenio Diaz Rocha
—com a gordura enriquecida comCLA proveniente da Embrapa Gadode Leite - e faz o trabalho de analise
quimica e nutritional do produto."Estamos avaliando a composicaoda manteiga, quantificando os aci-dos graxos, os teores de CLA e decolesterol, e testando a estabilidade
oxidativa da manteiga, isto e, a dura-bilidade que a manteiga enriquecidacom CLA teria se chegasse as prate -leiras dos mercados", detalha.
Os resultados preliminares da pesquisa sao positivos. "Com a dietaespecial oferecida ao rebanho, foipossfvel aumentar a concentracaode CLA na gordura do leite de 0,2%(dieta conventional) para cerca de2%", compara Rosemar. Segundo apesquisadora, a escolha da manteigapara ser o alimento enriquecido aser testado deve-se a sua grande 1
mA engenheira de alimentos Rosemar
Antoniassi faz analise de acidos graxos demanteiga em cromatografo a gas
f
]]]]]
A9 I Rio Pesquisa - n^ 22 - Ano VI REPORTAGEM DE CAPA
Novas descobertas
trazem avangos para
a NeurocienciaPesquisadores dao mais um
passo para compreendero papeldas celulas glials, que pode abrircaminho para o desenvolvimento
de novas terapias de reparosno sistema nervoso
Elena Mandarim
Ao lado, detalhe da imagem deneuronio, que mosfra o aumento do
numero de sinapses, induzidas porsubstantias liberadas por astrocitos
Cercado de misterio e complexi-dade, o sistema nervoso, tendoo cerebro como principal com-
ponente, e alvo de inumeros estudos noBrasil e no mundo. O principal objetivodos cientistas e compreender a dinamicae o funcionamcnto dos dois grupos decelulas que compoem a massa cerebral:os neuronios e as celulas gliais. De unsanos para ca, os resultados da chamada"Neurociencia moderna" tern estado em
evidencia, quase diariamente, nos meiosde comunicacao. Em um dos muitos
estudos realizados recentemente, pesquisadores da Universidade Federal doRio de Janeiro (UFRJ) identificaram uma
Foto: Luan Pereira Diniz
funcao essential dos astrocitos, otipo mais comum das celulas gliais.O grupo de pesquisa liderado pelabiologa Flavia Carvalho AlcantaraGomes comprovou que substantiasliberadas pelos astrocitos controlama formacao de sinapses, regiao ondeocorre a transmissao do impulse>nervoso de um neuronio a outro,
essential para o funcionamento damemoria e do aprendizado. Essasconclusocs, publicadas no journal ofBiological Chemistry, abrem caminhopara compreender como disfuncocsnagliapodem se correlational" com odeficit sinaptico observado tanto noenvelhecimento em diversas doencas
neurais, como Alzheimer, esquizotrc-nia e epilepsia.
Um dos aspectos pioneiros do trabalho foi identificar, pela primeira vezem humanos, quais moleculas, pro-duzidas pelos astnkitos, contribuemparaa formacao da sinapse. SegundoFlavia, ate agora, os estudos sobre arelacao entre neuronios e celulasgliaisso haviam sido realizados em modelo
experimental, principalmente, emcamundongos. "Em 2001, pesquisadores americanos demostraram queos neuronios da retina de roedores
faziam mais sinapses quando estavam
Foto: Divulgotjoo
em presenca de glia. Desde entao,O foco dos neurocientistas, mesmoo nosso, foi identificar de que ma-neira as celulas gliais sao capazes demelhorar a eficiencia das sinapses",diz a biologa,que e C.ientista do NossoEstado, da FAPERJ.
() estudo mostrou, primeiramenteem celulas de roedores e, depois,em humanas, que a relacao entreastrocito e sinapse e, na verdade,indireta: os astrocitos secretam uma
protefna - fator de crescimentotranstormante Bl (TGF-B1) —queestimula o neuronio e o proprio astrocito a produzirem o aminoacidoD-serina que, no meio extracelular,se associa ao receptor do neurotrans-missor glutamato. Juntos, D-serinae glutamato induzem a formacao desinapses entre os neuronios.
Estudo separou celulasdo cortex de roedores
Os estudos em modelo experimentalforam feitos /'// vitro e /'// vivo. No La
boratorio de Neurobiologia Celularda UFRJ, onde Flavia e sua equiperealizam a pesquisa,celulasdo cortexcerebral de roedores foram separadasem culturas, algumas contendo so-mente neuronios e outras contendo
neuronios em cultura com TGF-B1.
Segundo a biologa, neuronios quecresceram no meio de cultura com
o TGF-B1 fazem ate tres vezes mais
sinapses do que no meio de culturacomum. O mesmo acontece quandoo TGF-B1 e injetado diretamente nocortex do animal vivo. "Posterior-
mente, fizemos o mesmo ensaio, soque, desta vez, usando uma tecnicapara inibir a producao de D-serina,o que impediu o cteito de TGF'-Blde aumentar o niimcro de sinapses.Com isso, comprovamos o papel
Flavia Gomes: resultados de sua pesquisapodem contribuir para a compreensao dedoencas, como Alzheimer e epilepsia
Ano VI - n?22 - Rio Pesquisa I 50
Folo: Divulga<;ao
A doutoranda Vanessa Tortelli e o mestrando...
da D-serina como intermediaria do
efeito de TGF-(3l na sinapse."
Por meio de uma parceriacom o Hospital Universitario Clementino FragaFilho (HUCFF/UFRJ), o grupo depesquisa teve acesso a tecido cerebraldescartado de procedimentos cirurgi-cos. Flaviarelataque os astrocitos sau-daveis foram separadosdessematerialcom o objetivo de estabelecer umacultura. "Depois, fizeram o mesmoexperimento que haviam realizadocom celulas de roedores e o resultado
foi ainda mais surpreendente", conta."Em celulas humanas, os resultados
mostram que, na verdade, os astrocitos nao so aumentam o numero de
sinapses como sao essentials para queelas ocorram. Isto e, se o astrocito
estiver doente ou deficitario, podeC( >mprometer as sinapses e, ate, levara alguma doenca."
No momento, a pesquisadora buscasaber qual e a relacao dos astrocitosno aparecimento de doencas. Ogrupo analisa o potential de induzir
51 I Rio Pesquisa - n9 22 - Ano VI
... Luan Pereira Diniz participaram da pesquisa
a formacao de sinapses de astrocitossubmetidos a condicoes que simulama doenca de Alzheimer. Para Flavia,se confirmadas suas hipoteses, oesmdo pode vir a ter diversas aplica-goes. "Se soubermos como e possfvelaumentar e melhorar as sinapses,podemos encontrar, no futuro, ummecanismo para diminuir o deficitsinaptico e a morte neural, que saoobservados em algumas doencasneurodegenerativas."
De coadjuvantea protagonista
A glia e uma famflia constitufda decelulas bastante heterogeneas, queforam descritas, ha mais de 150
anos, apenas como celulas de apoiodo sistema nervoso, sem funcao no
funcionamento do cerebro. Na ultima
decada, novos estudos comecaram a
descrever a importancia dessas celulas, dcstacando a sua participacaoativa no sistema nervoso central. I ilas
estariam, por exemplo, ligadas a pro
ducao de moleculas ou tatores vitais.
"A glia e essential para a sobreviven-cia dos neuronios", diz Flavia.
Uma das grandes novidades na areafoi a descoberta de que a celula glialfunciona como celula-tronco para osistema nervoso central, permitindo ageragao de neuronios na vida adulta."Isso mexeu em alguns paradigmasda Neurociencia moderna. Antes,
acreditavamos que os neuronios naoeram gerados no sistema nervosoadulto e hoje ja sabemos que isso,sim, ocorre."
Professora titular do Institute de Ci
enciasBiomedicas(ICB) e coordena-dora do Programa de Pos-graduacaoem Ciencias Morfologicas da UFRJ,Flavia foi responsavel pelaidealizacaoe coordenacao do Institute da Glia,
uma rede tematica sul-americanaquetern por objetivo promover a pesquisa, o ensino e a divulgacao cientfficana area da Biologiadas Celulas Gliaise Enfermidades Associadas. Para-
lelamente, chefia o Laboratorio de
Neurobiologia Celular da UFRJ. Ian,2010, foi eleita como membro afiliadoda Academia Brasileira de Ciencias
(ABC) para o perfodo 2011-2015. I'membro da Diretoria da Sociedade
Brasileira de Biologia Celular(SBBC)e, em 2013, foi eleita membro do
conselho consultor da International
Society of Nenrochemistty (ISN).
Flavia destaca a participacao dosmestrandos Luan Pereira Diniz e
Juliana Carvalho Almeida, e dos dou-torandos Vanessa Tortelli, Charles
Vargas Lopes e Pedro Setti-Perdigao,e dos pesquisadores IaicianaRomao,Joice Stipursky,Suzana Kahn, SonizaVieira Alves-Leon (I IUCCF), JorgeMarcondes de Souza (HUCFF),Newton G. Castro e Rogerio Pani-zzutti, todos da UFRJ.
Pesquisadora: Flavia CarvalhoAlcantara Gomes
Instituigao: Universidade Federal doRio de Janeiro (UFRJ)
Um programade excelencia na
pos-graduagaobrasileira
O Programa de Pos-graduacaoem Ciencias Morfologicas (PCM)da UFRJ e tido como um programa de excelencia, nfvel 6, pelaCoordenacao de Aperfeicoamen-to de Pessoal de Nfvel Superior(Capes),com cursos de mestradoe doutorado em Morfologia. OPCM atua em seis areas de pesquisa: Anatomia Basico-Clfnica,BiologiaCelular,Biologia do Desenvolvimento, Biologia Tecidu-al, Neurociencias Basico-Clfnica
e Patologia, dasquais fazem partelinhas de pesquisa de fronteirado conhecimento, incluindoterapia celular, bioengenhariatecidual, medicina regenerativa,doencas neurodegenerativas ecancer, dentre outras. No cenario
national c international, o PCMapresentaliderancas importantespara o desenvolvimento de areasestrategicas nas Ciencias Morfologicas. Atualmente, 0 programaconta com 34 docentes para umuniverso de aproximadamente120 alunos - 40 de mestrado, 80de doutorado e 33 pos-doutores.Mais da mctade do quadro do-cente e de bolsistas, financiadospelos programas Cientista doNosso Estado e Jorem Cientista doNosso Estado, da FAPERJ, sendoaproximadamente 75% delesbolsista do Conselho National
de Desenvolvimento Cientffico e
Tecnologico (CNPq). Maisinfor-macoes sobre o programa podemser obtidas no endereco:
http: / /www.pcm. icb.ufrj.br/
portal •
SAUDE Ano VI - n? 22 - Rio Pesquisa | 52
Sente, levante eavalie a sua saude
Pesquisador daUniversidade
Gama Filho (UGF)desenvolve teste
fisico que poderaser usado para
estimar risco de
mortalidade
in
Elena Mandarim
Voce talvez ja tenha ouvidofalar do "teste de Cooper"ou do teste ergometrico
para avaliar a sua aptidao aerobica.Mas talvez nao saiba que um testefisico capaz de aterir o nfvel de de-sempenho das outras variaveis naoaerobicas da aptidao ffsica pode re-velar as suas chances de mortalidade.
\:. melhor: de forma rapida, segurae sem exigir qualquer equipamento.Eo que promete o Teste de Sentar-l.evantar (TSL), desenvolvido, em1999, pelo pesquisador Claudio GilAraiijo, professor da UniversidadeGama Filho (UGF) e diretor da
Clfnica de Medicina do Fxercfcio
(Clinimex). () paciente comeca oteste com um total de 10 pontes,cinco para se sentar e outros cincopara se levantar do chao, usando ominimo de apoio necessario e semse preocupar com a velocidade deexecucao tlo movimento. Pcrde-se
um ponto para cada suporte usado,que podem ser as maos, os joelhos oua parte lateralda perna, e diminuindotambem meio ponto se houver per-da de equilfbrio ou instabilidade naexecucao. O teste busca relational'
a pontuacao obtida com o risco demortalidade do individuo.
Para comprovar sua tese, o medicoavaliou 2,2 mil adultos, de 51 a 80
53 1 Rio Pesquisa - n9 22 - Ano VIFoio: Divulgaqao
anos, no perfodo de 1997 a 2011."Conclufmos que os pacientes compior desempenho, aqueles que apre-sentam not as entre 0 e 3, tern 5,4ve/.es mais chances de morrer portodas as causas nos seis anos se-
guintes —quando sao feitos ajustespara idade, sexo e indice de massacorporal, e contrastados com os queobtiveram notas entre 8 e 10", diz.
Os resultados foram publicados,em dezembro passado, em uma dasrevistas mais conceituadas da area, a
/ luropeanjournalof Preventive Cardiology, editada pela Sociedade Furopeiade Cardiologia, conta Araiijo, que eCientista do Nosso Estado, da FAPI•RJ,e pesquisador 1A do Conselho National de Desenvolvimento Cien
tffico e Tecnologico (CNPq)."Esteestudo, parcialmente financiado pelaFAPERJ e que contou com o apoioda Secretaria de Iistado de Saude do
Rio de Janeiro, fez parte da disserta-cao de mestrado do aluno I .eonardo
Barbosa Brito no Programa de Pos-
Claudio Gil de Araujo, medico c pesquisador: mais de tres decodes ded/cad<r, a estudossobre os efeitos beneficos para a saude do exercicio fisico e da pratica do esportes
Folos: LecioAuguslo Ramos
Graduacao em Ciencias do Exercicio
e do F.sporte da UGF. No acompa-nhamento de cerca de seis anos, de
acordo com dados da pesquisa, 159pacientes morreram. Entre aquelesque haviam apresentado pior desempenho no teste, 19,2% falece-ram enquanto no grupo que teve
boa pontuacao, com notas entre 8 a10, esse indice foi de apenas 3,6%",relata o pesquisador. Ele acrescentaque os resultadosda pesquisado TSI.tern tido grande repercussao e estaosendo difundidospor todo o mundo."Fan uma busca rapida na internet,obscrvamos mais de500reportagenspublicadas, em mais de 70 pafses detodos os contincntes, com destaquepara Hstados Unidos, Noruega, Canada e Russia."
Claudio Gil ressalta que a pontuacaonaoeumacondenacao nemumprognostic© de vida longa, ja que podemelhorar ou piorar de acordo com oshabitos adquiridos pelo paciente. Oproximo passo do estudo e reavaliaros partlcipantes para observar comomudancas no estilo de vida e de ali
mentacao podem influenciar na notainitial. "Para aqueles com idade avan-
Voluntaria executa movimentos durante o
teste de Seniar-Levantar, acompanhada pelopesquisador e idealizador do estudo
cada, manter uma alta pontuacao jaobtida e uma boa notfcia", lembra.
Simplicidade eefetividade
Segundo Araujo, que se graduouemMedicina pela UFRJ e obteve o seudoutorado no Institute de Bioffsica
da mesma universidade, o TSI. foi
pensado ao observar que potenciamuscular, flexibilidade, equilfbrio ecoordenacaomotora tambempodemser relacionados a qualidade de vidae a tatores de risco cardiovascular.
"Desde que o teste foi desenvolvido,ja o aplicamos em cerca de cinco milpessoas de diferentes idades e ja pu-blicamos umadezena deartigos comos resultados obtidos. Dessa forma,jasabemos avaliar o que e uma pontuacao ruim ou boa, para cada faixaetaria", explica o pesquisador. Fileressalta que, para todos os estudos,excluem-se indivfduos amputados,com deficiencias ffsicas e motoras,com doencas osteomusculares avan-
cadas e mulheres gestantes, assimcomo os adetas competitivos.
O TSL pode ser executado em qual-quer ambiente sem a necessidade deaparelhagem especfficanem contatofisico direto entre o profissional desaude e o paciente. Araujo aconselha
0 uso de roupas contortaveis que naolimitem os movimentos de bracos e
pernas e que o teste seja realizadoemuma superffcie plana e antiderrapantepara evitar principalmente que pessoas idosas escorreguem. Outro pontopositivo,destacado pelo pesquisador,e que ranto o sistema de pontuacaodo teste como o signiticado dosresultados sao facilmente compre-endidos pelas pessoas. O video queacompanhao artigo e mostrao passaa passo do TSL foi visualizado pormais de 230 mil pessoas, nos primei-ros quarenta dias e pode ser visto noYouTube (procararpor'Teste de Sentare Levantar - TSL).
() estudo, que obteve ampla reper-cussao na mfdia c nos meios cien-
tfficos internacionais, foi realizado
em uma populacao de meia-idade eidosa. Claudio Gil, no entanto, acre-dita que o TSL pode ser aplicado empopulacoes de qualquer taixa etaria,
Levante da poltrona,ganhe em saude emelhore sua autoestima
O sedentarismo e a obesidade tern sido
apontados como os principais fatores derisco parao desenvolvimento de doencascardiovasculares, hipertensao e diabetes.Pensando nisso, a Organizacao Mundialde Saude (OMS) escolheu o dia 6 de abrilparacelebrar o DiaMundial da AtividadeFfsica, com o objetivo de incentivar apratica regular de exercicios, tanto paradiminuir os riscos de problemas cardfacos,como para reduziras complicacoes de algumasenfermidades, comoosteoporoseediabetes. E, em tempos de culto ao corpo,tal iniciativa serve ainda para emagrecer,tornear e deflnir musculos, contribuindopara aumentar a autoestimae diminuiroestresse e o risco de depressao.
Seja adeta profissional ou nao, ClaudioGil ressalta que e importante sempreprocurar se exercitar de forma segura esaudavel. "Para ser considerada fisica-
mente apta, uma pessoa deve apresentar
Teste pode serexecutado em
qualquer ambiente,sem a necessidade
de aparelhagemespecifica
incluindo criancas e adolescentes.
De acordo com o pesquisador, reco-nhecendo que o sedentarismo podeocorrer em qualquer idade e trazerconsequencias muito negativas paraa saiide, a simples aplicacao do TSI.pelo medico podera colaborar paraidentificar aqueles que mais urgente-mente precisam de uma mudanca deestilo de vida. "Um adolescente, porexemplo, deve ser capaz de obter umescore 10, ou seja, sentar e levantarsem desequilfbrio e sem precisar
uma composicao corporal saudavel, queinclui baixos indices de gordura, bomdesempenho ematividades aerobicas, boaflexibilidade e forca muscular", explicao medico. Ele lembra que a idade nao ejustificativa para o sedentarismo. "Nuncae tarde paracomecar aseexercitar. E,valelembrar que pacientes cardfacos podem,sim, fazer exercicios, desde que tenhamorientacao e, em alguns casos mais com-plexos, acompanhamento medico."
O pesquisador destaca que, embora cadapessoa tenha ritmo e disponibilidade detempo diferentes para a pratica da atividade ffsica, o ideal e que mantenha umafrequencia regular de, no mfnimo, tresvezes por semana. "O tempo medio dia-rio do treino pode variarde 30 minutos auma hora. Mas para ser mais eficiente, oexercicio deve ser de intensidade mode-
rada a alta, ao menos na maioria das vezes.
Isto significa um ritmo tal que nao sejapossfvel manterumaconversacao normalou prestar atencao a televisao ou a umarevista", diz Claudio Gil, frisando que,para os iniciantesou reiniciantes, deve-se,primeiro, aumentar gradativamente o
Ano VI - n? 22 - Rio Pesquisa | 54
apoiar a mao ou joelho", diz. "Seisso nao acontece, ha algo erradoque deve ser apurado e corrigido.Na maioria das vexes, isso envolvera
reeducacao alimentar e incremento
da pratica de exercicios e o mau resultado podera ser revertido."
Dessa forma, nao se surpreenda se,em breve, na sua proxima consulramedica ou quando for entrar em umaacademia de ginastica, pedirem para,apos tirar as meiase os calcados,sentar e levantar do chao — uma forma
de avaliara sua aptidao nao aerobicaque, Claudio Gil Araujo assegura, etao importante quanto a aerobica.
Pesquisador: Claudio Gil AraujoInstituiqao: Universidade GamaFilho (UGF)
Confira pelo QR CODE,ao lado, video do teste"Sentar e Levantar - TSL"
na Internet
Para pesquisador, exercicio, paraser eficiente,deve deixar a pessoa suada, ofegante e cansada
tempo de duracao do exercicio, e, so en-tao, incrementar a intensidade. Gs habitosda vida moderna, com suas facilidades -como controle remote, elevadores, carros
etc.—nos impdem um padriio de atividade ffsica baixoe pouco intenso.Mudancasde habito no dia a dia, muitas vezes sim
ples - como determinar distancias umpouco mais longas que podem ser per-corridas a pe ou subir escadas em lugarde tomar o elevador -, ja podem se tra-duzir em ganhos quando o assunto me-lhorar a qualidade de vida. /E.M. •
ECRETARIA DE
Rio de Janeiro ciencia e tecnologia
Calendario de Auxilios e Bolsas - 2013
Auxilios - Pesquisa (APQ 1), Acervos (APQ 4), Instalacao (INST),esquisador Visitante (APV) e Auxilio a Projetos de Inovagao Tecnologica (ADT 1)
para a solicitacao on-line Contratacao das propostas seleci
31 de Janeiro a 30 de maio A partir de agosto
1.° de agosto a 21 de novembro A partir de marco de 2014
Auxilio - Editoracao (APQ 3)
Data para a solicitacao • Contratacao das propostas seleciona
14 de fevereiro a 23 de maio A partir de agosto
15 de agosto a 17 de outubro A partir de dezembro
Auxilios - Organizacao de eventos (APQ 2) e Participacao em Reuniao Cientifica (APQ 5)
Data para a solicitacao o Data do evento
03 de Janeiro a 21 de marco Julho a dezembro de 2013
13 de junho a 12 de setembro Janeiro a junho de 2014
Auxilio - Insercao de novas tecnologias no mercado (ADT 2)
para a solicitacao on-lin tratacao das propostas selecionadas
23 de maio a 22 de agosto A partir de outubro de 2013
Bolsas - Iniciacao Cientifica (IC), Iniciacao Tecnologica (IT) e Inovagao Tecnologica (INT)
.o da vigencia
28 de fevereiro a 23 de maio Agosto a setembro
05 de setembro a 28 de novembro Marco a abril de 2014
Bolsa - Pos-doutorado Senior (PDS) e Pesquisador Visitante (PV)
gao on-line Inicio da vigencia
14 de fevereiro a 24 de abril Agosto a outubro
08 de agosto a 24 de outubro Fevereiro a abril de 20
Bolsa - Pesquisador Visitante Emerito (PV-E)
Data para a solicitacao on-lin
14 de fevereiro a 24 de abril Agosto a outubro
Programa de Estagio de Doutorandos no Exterior (Doutorado Sanduiche)
ra a solicitacao on-li. Inicio do estag esultados
07 de marco a 25 de abril agosto a dezembro/2013 ate 13/06/2013
10 de outubro a 19 de dezembro marco ajulho/2014 ate 30/01/2014
FAPERJ
••
'JSKJ
1:
\
A partir de marco de 2013, aFAPERJ promoverd semindriospara discussdo de diversostemas relacionados a Ciencia,Tecnologia e Inovagao.
Farmacos
Internacionalizacao
Propriedade Intelectuale Patentes
Etica em Pesquisa
Divulgagdo Cientifica
Potencial Tecnologico doEstado do Rio de Janeiro
Por um Rio Saudavel
Energias AlternativesRenovdveis