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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL-PDE

PRODUÇÃO DIDÁTICO- PEDAGÓGICA

Propaganda:

Possíveis leituras de sua influência em nossos hábitos de consumo.

UNIÃO DA VITÓRIA

2012

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL-PDE

PRODUÇÃO DIDÁTICO- PEDAGÓGICA

MILENE MARCZAL

Propaganda: possíveis leituras de sua influência em nossos hábitos de

consumo.

Material Didático de Língua Portuguesa apresentado ao Programa de Desenvolvimento Educacional, vinculado à faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de União da Vitória, FAFIUV.Orientação Prof. Ms. Éderson José de Lima.

UNIÃO DA VITÓRIA

2012

FICHA PARA CATÁLOGO PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA

Título: Propaganda: Possíveis leituras de sua influência em nossos hábitos de consumo.

Autor Milene Marczal

Escola de Atuação Colégio Estadual Barão do Cerro Azul

Município da escola Cruz Machado

Núcleo Regional de Educação União da Vitória

Orientador Prof. Ms. Éderson José de Lima

Instituição de Ensino Superior FAFI- UVA

Disciplina/Área (entrada no PDE) Língua Portuguesa

Produção Didático-pedagógica Unidade Didática

Relação Interdisciplinar Sociologia, História

Público Alvo 3ª. Série do Ensino Médio

Localização

Colégio Estadual Barão do Cerro Azul

Av.Interventor Manoel Ribas, 238

Apresentação:

A necessidade de trabalhar a leitura durante as aulas de Língua Portuguesa objetivando contribuir para a formação de um leitor que compreenda os processos de constituição dos sentidos, propiciando assim um leitor que estabeleça uma relação menos ingênua com o seu universo simbólico, justifica o tema desse estudo. Essa relação passa pela compreensão ideológica tanto do sentido quanto do sujeito, entendendo assim, que não há possibilidade de pensar um “lugar” de verdade de sentido e que a integibilidade da linguagem é fruto do trabalho ideológico dela.

O presente trabalho tem por objetivo estudar como a propaganda influencia em nossos hábitos de consumo, para tal utilizaremos alguns procedimentos discursivos da Análise do Discurso (AD), de orientação francesa, pois esta linha teórica define a linguagem como mediação, ou seja, como discurso entre o homem e a realidade natural e social em que vive, desta maneira a AD volta-se para o contexto em que o texto é produzido, procurando entender não somente o que o texto quer dizer, mas como significa, desvelando os possíveis significados ali presentes e que podem ser identificados.

Palavras-chave Leitura - Propaganda- Consumo-

Oficina 1

Instigar a reflexão sobre o consumo de produtos industrializados, e o papel das mídias no estímulo ao consumo.

Professor, iniciaremos esta oficina com o vídeo “A História das Coisas”1, uma produção norte-americana, criada por Annie Le-onard, que aborda e questiona o intenso consumo de produ-tos industrializados, o papel dos meios de comunicação e da publicidade no estímulo ao consumo, a geração de imensas quantidades de lixo, a formação de grandes corporações ca-pitalistas, a submissão dos governos a estas corporações, a exploração dos trabalhadores e dos bens naturais dos países pobres e a divisão internacional do trabalho.

Tudo tem história...Objetivo

Atividade 1

Apesar de ser uma produção que discute a sociedade norte-ame-ricana, as situações ali descritas aplicam-se a diversos países, in-clusive, o Brasil. O filme apresenta os conceitos de obsolescência planejada, ou seja,produtos feitos para durar pouco e aumentar o consumo, e de obsolescência perceptiva que é construção da ideia de que as pessoas devem acompanhar as novidades do mercado, comprar e usar os novos produtos para serem valorizadas na so-ciedade, este vídeo é extremamente pertinente ao nosso trabalho, pois de forma breve e em uma linguagem simples nos ajuda a com-preender o mundo contemporâneo e o papel da publicidade neste.

Análise do Vídeo A História das Coisas

1 - Professor, é necessário que você veja antecipadamente, o vídeo para que possa pensar estratégias para contextualizar as atividades propostas nesta unidade didática.

O filme usa a técnica da animação gráfica acompanhada da nar-rativa oral e tem cerca de 20 minutos. Está disponível, em inglês, na página dos produtores (www.storyofstuff.com). , mas há tam-bém uma versão dublada para o português disponível em: http://www.sununga.com.br/HDC/.

Processual, realizada a partir do conteúdo dos textos e das discussões originadas nos debates.

Avaliação

Sequência de Atividades

1. Escrever na lousa as seguintes questões :• Você já se perguntou de onde vem todas as coisas que compramos e para onde vão quando nos desfazemos delas?• Será que compramos um produto (roupa, calçado, celular) quando realmente pre-cisamos, ou por outros motivos?• O que é um consumidor consciente?• Você se considera um consumidor consciente?

2. Exibir o documentário, sem interrupções, com os alunos fazendo anotações que respondam as questões. Ao final, destinar um tempo para que cada aluno responda suas questões.

3. Discutir com alunos as respostas que elaboraram a partir do documentário.

4. Sistematizar no quadro as principais conclusões que os alunos chegaram sobre consumismo.

5. Encaminhar os alunos ao laboratório de informática, para que façam o teste so-bre consumo consciente, disponível em www.akatu.org.br/testes

6. Em sala de aula, a partir dos resultados, organize grupos tendo como critério o tipo de consumidor que cada aluno é, resultado do teste realizado no laboratório de informática. Peça para que eles elenquem as características que os constituem na-quela tipologia. A partir dessas características, cada um deverá produzir um texto, caracterizando o tipo de consumidor que é.

Provocar a discussão sobre o critério de escolha dos produtos que comumente adquirimos. Refletir sobre a sociedade de consumo.

Eu, etiquetaEm minha calça está grudado um nome

Que não é meu de batismo ou de cartório

Um nome... estranhoMeu blusão traz lembrete de bebida

Que jamais pus na boca, nessa vida,

Em minha camiseta, a marca de cigarro

Que não fumo, até hoje não fumei.

Minhas meias falam de produtos

Que nunca experimentei

...

Oficina 2

Consumismo

Atividade 1

Objetivo

O poema realça a capacidade de agir e pensar sobre a vida humana como valor funda-mental, todavia vivemos em uma sociedade que coloca a imagem como valor essencial, e por isso nossa aparência nos identifica como membro de um grupo ou de uma classe social. Este poema apresenta o ser humano como sujeito que perde sua autonomia de ser, em detrimento do ter. O texto aponta para características da identidade contemporânea baseada no consumo e como a publicidade a serviço do consumo cria no nas pessoas o desejo de estar na moda.

Sequência de Atividades

1. Disponibilizar o texto Eu Etiqueta2 , de Carlos Drummond de Andrade, para cada aluno,

e encaminhar uma leitura coletiva. É importante que cada aluno tenha a sua cópia.

2. Depois da leitura, realizar as perguntas abaixo. Registrar as informações mais relevan-

tes no quadro, e pedir que os alunos anotem. • Neste poema de Drummond, você identifica alguma situação do seu cotidiano?

• O que você acha do fato de, ao comprar roupas de grife, você tornar-se um outdoor am-

bulante e ainda pagar por isso, como afirma o texto?• Quando uma pessoa opta por comprar produtos de uma determinada marca, ela se

assume as características da personalidade do garoto/garota propaganda que veicula o

comercial?

3. Pedir que os alunos vejam a declamação feita por Paulo Autran no youtube, disponível

nas referência, e que comentem como perceberam o poema depois das problematizações

originadas pelas discussões anteriores.

4. Assistir com alunos o vídeo Discurso de Pepe Mujica, na Rio+203, que tem 10min 38 seg

de duração: O presidente do Uruguai, José Pepe Mujica, afirma que é fundamental mudar

a forma de se observar a vida baseando-se no consumismo. Segundo Mujica, a civilização

mundial tem de avaliar que há um crescimento permanente no planeta que depende de

ações atuais e futuras relativas ao meio ambiente, o vídeo está disponível em: http://www.

youtube.com/watch?v=iy3hiXYG8xc.

2 -TOMAZI, Nelson Dacio. Sociologia para o Ensino Médio. Saraiva: São Paulo, 20103 - Professor, parto do pressuposto que pela ampla divulgação deste evento na mídia, os alunos tenham conhecimento deste, se este não for o caso é interessante explanar sobre o mesmo.4 - Solicitar aos alunos que registrem suas conclusões, durante a socialização das reflexões, o professor deverá conduzir as apresentações fazendo apontamentos se julgar necessário

AvaliaçãoSolicitar4 aos alunos, que em grupos façam uma reflexão sobre o conteúdo dos textos: Eu, Etiqueta de Carlos Drum-mond de Andrade e o vídeo do pronunciamento de Mujica na Rio+ 20 e exponham suas conclusões à classe.

PropagandaOficina 3

ObjetivoLevar ao conhecimento dos alunos em que contexto histórico a propa-ganda surgiu e sua evolução através dos tempos no Brasil e no mundo.

Conceito de Propaganda

A palavra propaganda é gerúndio latino do verbo propagare, que quer dizer: propagar, multiplicar (por reprodução ou por geração), estender, difundir. Fazer propaganda é propagar ideias, crenças, princípios e doutrinas.

Sequência de Atividades

1. Leitura do texto, de reconhecimento, feita de maneira individual, primeiramente:

Propaganda: surgimento e evolução

Para trabalharmos com textos propagandísticos é importante conhecer sua evolução his-tórica, a atividade publicitária teve início na Antiguidade Clássica, através de tabuletas que, além de anunciarem combates de gladiadores, faziam referências às diversas casas de ba-nhos existentes na cidade. Neste período, a publicidade era, sobretudo oral, feita através de pregoeiros, que anunciavam as vendas de escravos, gado e outros produtos, ressaltando as suas virtudes.

De acordo com Malanga5 (apud Gretel, p.27,2009), até o século XVI propagavam-se anúncios de venda de mercadorias de duas formas: fixados em praça pública e escritos em

5 - Professor, caso queira aprofundar-se no tema sugiro a leitura de Publicidade e propaganda: O vídeo nas aulas de Língua Estran-geira. São Paulo: Companhia Nacional, 2009 de Gretel Eres Fernández.

tabuletas que poderiam ser de madeira, cerâmica ou pergaminhos, vários teóricos consi-deram que desde aquela época já se fazia publicidade.

Na Inglaterra (séc. XVI), segundo Malanga (apud Gretel, p.27,2009), os comerciantes colocavam um objeto que representasse seu comércio, para uma barbearia, uma peruca, no açougue uma cabeça de boi, com o tempo estes objetos tornaram-se símbolos acen-tuando a evolução e a importância do símbolo visual no processo de identificação e me-morização, portanto o uso de símbolos, hoje tão comuns, iniciou-se neste período. Estes símbolos tornaram-se mais tarde em emblemas de marca e logotipos.

No século XVI, com a invenção da imprensa, nasce uma etapa importante da publici-dade. Creditam-se à utilização do papel, grandes progressos aos meios de comunicação, pois, mesmo antes da impressão dos livros, surgiram os primeiros panfletos, ou folhas volantes. Nesta época, surge o primeiro cartaz de que se tem conhecimento: impresso em 1482, destinava-se a anunciar uma manifestação religiosa que ia ter lugar em Reims, o Grande Perdão de Nossa Senhora.

Em 1625, apareceu no periódico inglês Mercurius Britannicus o primeiro anúncio publi-citário de um livro. Em 1631, na França, Thèophraste, Renaudot cria na sua gazeta uma pequena seção de anúncios.

Cria-se, então, uma nova fonte de receita para o jornal que até então vivia somente da venda de assinaturas e uma nova etapa para a publicidade. Os primeiros anúncios reali-zados nesta fase tinham como finalidade, única, chamar a atenção do leitor para determi-nado ponto ou fato; assim, a mensagem publicitária ainda não pretendia ser sugestiva e limitava-se a ser informativa.

O primeiro publicitário e criador da primeira agência foi Voley B. Palmer que ficou co-nhecido ao planejar a publicidade de vários anunciantes em 1841, na Filadélfia e Boston, cobrando dos periódicos 25% do custo dos anúncios. A primeira campanha publicitária teria sido planejada por John Wanamaker, destinada a um estabelecimento de roupas masculinas na Filadélfia, dando um apoio publicitário, até então nunca visto, utilizando, além dos anúncios de imprensa, de gigantescos painéis exteriores, desfiles decarros de-corados e oferta de bandeirolas.

Na era industrial, a produção em massa e necessidade de aumentar o consumo dos bens produzidos, a técnica publicitária foi-se aperfeiçoando, passando a ser mais persua-

siva nas suas mensagens e perdendo, quase que por completo, o seu sentido unicamente informativo.

A concorrência entre marcas, teve como consequência a necessidade de um tipo de publicidade mais agressiva, e ocasionou vários excessos, que só foram parcialmente re-gulados com criação de legislação que regulou a atividade publicitária.

Alguns sociólogos dividiram em três épocas o caminho percorrido pela publicidade.Na era primária, limitava-se a informar o público sobre os produtos existentes, ao mesmo tempo em que os identificava através de uma marca. Isto sem argumentação ou incitação à compra.

Na era secundária, as técnicas de sondagem desvendavam os gostos dos consumido-res e iam orientar a publicidade, que se tornou sugestiva.

Na era terciária, baseando-se nos estudos de mercado, na psicologia social, na socio-logia e na psicanálise, a publicidade atua sobre as motivações inconscientes do público, obrigando-o a tomar atitudes e levando-o a determinadas ações.

Classificação tipológica de propaganda

A propaganda, conforme sua natureza pode ser classificada como:

a) Propaganda ideológica - trata-se de uma técnica de persuasão desenvolvida de ma-neira mais global e ampla do que os demais tipos, encarrega-se da difusão de uma dada ideologia, ou seja, um conjunto de ideias.

b) Propaganda política - tem um caráter mais permanente e objetivo difundirem ideolo-gias políticas, programas e filosofias partidárias.

c) Propaganda eleitoral – objetiva conquistar votos para determinado postulante a cargo eletivo, valorizan-do ideias e indivíduos mediante processos bem delimi-tados, promovendo a fusão da ideologia e da política.

d) Propaganda governamental - tem por objetivo criar, reforçar ou modificar a imagem de um determi-nado governo.

e) Propaganda institucional - A propaganda insti-tucional tem por propósito preencher as necessidades legítimas da empresa, aquelas diferentes de vender um produto ou serviço.

f) Propaganda corporativa - a divulgação de uma empresa é classificada de propaganda corporativa e tem o objetivo de divulgar e informar ao público as po-líticas, funções e normas da companhia; de construir uma opinião favorável sobre a companhia; e de criar

uma imagem de confiabilidade para os investimentos em ações da companhia ou para desenvolver uma estrutura financeira.

g) Propaganda legal - surgiu a partir da promulgação da Lei no 6.404, de 1976, que obriga todas as empresas de sociedade anônima, de capital aberto ou não, a publicar seus balanços, atas de convocação e editais no Diário Oficial e pelo menos, em mais um jornal de grande circulação.

h) Propaganda religiosa- durante séculos, a essência da Igreja foi a sua missão de comunicação de uma boa nova que vem de Deus. Inicialmente, na forma de comunica-ção interpessoal, através do testemunho das pessoas ou na pregação de um cristão pe-rante um grupo de pessoas. A escrita permitiu a ampliação da comunicação verbal, se-guida pela música (o canto gregoriano), pelas artes plásticas (desenhos ou pinturas nas paredes das capelas, esculturas e a própria arquitetura dos templos) e pelo teatro. Com a invenção da tipografia por Gutenberg, a primeira obra de vulto impressa foi a Bíblia.

i) Propaganda social - são as campanhas voltadas para as causas sociais: aleita-mento materno, doenças sexualmente transmissíveis, estas objetivam aumentar a acei-tação de uma ideia ou prática social em um grupo-alvo.

A linguagem da propaganda

A linguagem da propaganda se distingue pela criatividade, pela busca de recursos ex-pressivos que chamem a atenção do publico consumidor, sendo este o seu maior desafio, visto que as pessoas são constantemente bom-bardeadas por textos publicitários, prender a atenção num primeiro momento é essencial.

Para Jubran (apud Sandamann p.13, 1993): “o processo metafórico capta com mais eficácia a atenção do leitor e , pre-enchendo o objeto básico da propaganda: o de provocar, através da elaboração da mensagem, o estranhamento do leitor e, a partir daí, fazer com que ele se interesse pelo texto, e consequentemente pelo que é propagado”.

Um recurso muito utilizado é o fato de muitas vezes esses textos não fazerem uso de frases ou períodos completos: CLAUDIA. Você inteira. (Lola, junho de 2012), podemos afirmar que esse é um traço estilístico bastante típico da linguagem da propaganda.

Outra característica bastante presente em propagandas é o que se convencionou a chamar de “desvios” da norma padrão, na intenção de chamar a atenção de consumido-res, muitas vezes regras são subvertidas prendendo, assim a atenção do publico alvo. Podemos ainda acrescentar que a propaganda muitas vezes faz uso de uma linguagem coloquial, com o uso de gírias, por exemplo, visando justamente a aproximação do pro-duto às pessoas, é como se nos dissessem : sim, é possível você ser assim!

Para Fiorin (apud Sandamann,1993,p.34), “ide-ologia (...) é uma visão de mundo” e “há tantas vi-sões de mundo numa dada formação social quan-tas forem as classes sociais ( sendo que) cada uma das visões apresenta um discurso próprio .Há ainda uma coisa muito importante que não deve-mos esquecer. Embora haja, numa formação so-cial, tantas visões de mundo quanto forem as clas-ses sociais a ideologia dominante é a ideologia da classe dominante”.

Considerando a linguagem da propaganda refle-xo da expressão da ideologia dominante, até certo ponto, ela manifesta a maneira de uma sociedade

ver o mundo em determinado tempo da história. Sabendo disso podemos nos questionar que aspirações humanas a linguagem da propaganda procura alimentar, e se propor a suprir, sempre tendo em vista a venda de uma ideia, serviço ou produto.

Lage (apud Sandamann, 1993, p.35) destaca um aspecto pertinente a questão da ide-ologia: “noticias que circulam em torno de personagens que correspondem a aspirações coletivas, àquilo que as pessoas gostariam de ser -( grifo nosso) mais alegres, mais sau-dáveis, mais ricas. O termo de identificação pode ser uma característica comum como o aspecto físico ou a faixa de idade”.

Segundo Sandmman (1993) um dos aspectos que mais distingue os textos de propa-ganda é a simplicidade estrutural, ficando muitos elementos subentendidos ou recuperá-veis pelo contexto, é comum o nome do produto estar no começo do texto publicitário sem elementos linguísticos coesivos.

Importante ressaltar o uso das cores nas propagandas, estas associadas ao código verbal e as ilustrações, também transmitem ou causam sentimentos e possuem um con-teúdo ideológico, conforme Sandmann (1993), estas têm por objetivo:chamar a atenção, dar mais realismo aos objetivos e cenas, estimular a ação, formar atmosfera adequada e também provocam estados diferentes:

Vermelho / Lembra fogo, calor, excitação, força.Rosa / Suavidade, frescor, fragrância.

Laranja / Calor, ação, força, sabor.Marrom / Riqueza, solidez, luxúria, desenvoltura.Amarelo / Claridade, esportividade, desenvoltura.

Azul-marinho / Frio, formalismo, meditação.Azul-claro / Frescor, fragilidade, juventude

Verde-escuro / Doentio, barato.Verde-claro / Refrescante, novo, arejado.

Púrpura / Realeza, luxo, riqueza, grandiosidade.Cinza / Maciez, docilidade, cautela.

Branco / Pureza, limpeza, castidade.Preto / Força, mistério, suspense, frieza.

2. Fazer um esquema textual, sistematizando as principais informações do texto.

3. Apresentar os slides6 sobre a história da propaganda no mundo e no Brasil, disponíveis

em:http://www.slideshare.net/renatofrigo/a-historia-da-propaganda-no-mundo.

http://xa.yimg.com/kq/groups/24057787/1523300691/name/Historia+da+propaganda+bra-

sileira.pdf

AvaliaçãoSolicitar aos alunos que, em grupos confeccionem uma linha do tempo da pro-paganda, um grupo fica responsável pela história da propaganda no mundo e outro no Brasil, os alunos poderão utilizar outras fontes de consulta além do exposto em aula, sugiro que o material produzido seja exposto na escola.

Analisando PropagandasOficina 4

ObjetivoDiscutir as principais ferramentas utilizadas pela linguagem da propaganda.

1º Dia

Observação: essa oficina será feita em dois dias.

Através da análise de propaganda7 procuraremos trazer a tona suas intencionalidades, refletindo sobre seus recursos e estratégias argumentativas.

A primeira propaganda que analisaremos é da marca Wella, cabe ressaltar que nas pro-pagandas exibidas na TV e internet, são muito explorados os sons musicais, as imagens e o texto verbal é parte componente deste todo, isto é, no conjunto da propaganda, a textualidade é formada de sons, imagens e texto.

6 - Colega professor, sugiro que assista aos slides antes de repassá-los aos alunos, para poder melhor adequá-los aos seus objetivos.

7 - Professor, sugiro que baixe o vídeo e projete-o no data show, para que a visualização seja mais eficaz.

Sequência de Atividades

1. Analisar a propaganda8 da empresa Wella, disponível em: http://www.youtube.com/wa-

tch?v=hUXOIf5IJoE&feature=player_detailpage#t=25s e responder as seguintes ques-

tões:

• Qual o objetivo desse texto? A que público essa propaganda se destina? Comprove sua

resposta citando elementos do vídeo.

• Em sua opinião, porque escolheram a Xuxa para essa propaganda? Justifique.

• Por que você acha que ela conta a história do desejo de sua mãe querer um filho de

cabelos pretos?• Por que você acha que ela insere sua filha Sasha na história?

• Por que você acha que a Xuxa conta um fato tão íntimo de sua vida pessoal numa pro-

paganda? • Que sentimentos essa propaganda te despertou? Que relação você faz entre esses sen-

timentos e a discussão anterior sobre consumo?

• Por que você acha que a propagando coloca a Xuxa como a loira e a morena mais fa-

mosa do Brasil? O que isso tem a ver com o consumo?

• Qual o efeito que a música escolhida provoca na propaganda?

• Você ficou com vontade de pintar seu cabelo?

• Você acha que foi a Xuxa que escolheu a Koleston ou foi a Koleston que escolheu a

Xuxa? Por quê?

8 - Professor, sugiro que baixe o vídeo e projete-o no data show, para que a visualização seja mais eficaz.

2. Faça uma apreciação desse anúncio em sua opinião, ele é bom, atinge o público a que se destina?

Tarefa de casa

Dividir a sala em 5 grupos. Cada grupo analisará as propagandas que estão no intervalo dos seguintes programas: Jornal Hoje, Malhação, Sessão da Tarde, Jornal Nacional, Novela das Nove. Fazer a distribuição dos programas entre os grupos. Cada aluno escolhe uma propaganda e faz uma análise tendo como base a que foi feita na aula.

2º Dia(Laboratório de informática)

1. Organizar os grupos montados no dia anterior, para que socializem as propa-gandas, e escolham uma para apresentarem para a turma. Essa apresentação deverá considerar os seguintes itens:

• Produto que a propaganda quer vender

• A relação entre a propaganda, o horário e a público que está assistindo a TV.

• Que recursos a propaganda utiliza: música, áudio, vídeo, garoto/garota propagan-

da, cores, cenário.

• Que efeito de sentido eles produzem nas pessoas que estão assistindo a TV.

• Qual é o objetivo dessa propaganda.

2. Apresentação das propagandas.

AvaliaçãoCada grupo avaliará a apresentação de outro grupo, considerando o roteiro acima e a forma da apresentação (postura, domínio do assunto, clareza na linguagem).

Produzindo a PropagandaOficina 5

ObjetivoColega professor, nesta etapa da das oficinas, espera-se que os alunos conheçam alguns recursos usados pelos profissionais da propaganda, visando a utilização deste co-nhecimento e sua melhor contextualização, nesta oficina os alunos produzirão uma propaganda.

Sequência de Atividades

1. Reorganizar os grupos da atividade anterior

2. Explicar aos alunos que cada grupo criará uma propaganda

em vídeo para um produto. Para tanto eles deverão:

• Escolher o produto.

• Traçar as características do produto.

• Traçar as características do consumidor daquele produto.

• Planejar o contexto da propaganda, o texto, o roteiro, a trilha

sonora.

• Elaborar uma linguagem persuasiva que convença o consumi-

dor de que ele deve comprar aquele produto.

• Ensaiar a propaganda.

• Filmar a propaganda.

• Fazer a edição (inserir música, letreiros, cortar cenas, refazer

trechos que não ficaram bons)

• Apresentação das propagandas.

AvaliaçãoSerá feita a partir da análise das pro-pagandas apresentadas, verificando se ela contemplou todos os requisitos propostos no roteiro.

REFERÊNCIAS

MUNIZ, Eloá. Publicidade e propaganda: Origem Histórica. Caderno

Universitário. Canoas, 2004.

COORD.), Gretel Eres Fernández (. et al. Publicidade e propaganda: O vídeo

nas aulas de Língua Estrangeira. São Paulo: Companhia Nacional, 2009.

SANDAMANN, Antônio. A linguagem da propaganda: Linguagens Especiais:

Morfossintaxe e Semântica da Propaganda, Propaganda e Retórica. São

Paulo: Contexto, 1993. (Repensando a língua portuguesa).

Paraná, Secretaria de Estado da Educação – Diretrizes Curriculares da

Educação Básica Língua Portuguesa, 2008

Meio eletrônico:

Historia da propaganda no Brasil, disponível em:

http://xa.yimg.com/kq/groups/24057787/1523300691/name/Historia+da+propag

anda+brasileira.pdf Acesso em 16/10/12 às 12 h.

Disponível em: http://www.brasilescola.com/administracao-financas/resumo--

historia-propaganda.htm/. Acesso em: 15/10/12 às 15h .

Celso Monteiro. "HowStuffWorks - Como funciona o consumo consciente".

Publicado em 01 de novembro de 2007 (atualizado em 08 de janeiro de 2010)

http://ambiente.hsw.uol.com.br/consumo-consciente.htm (13 de agosto de

2012).

A História das Coisas, disponível em: http://www.sununga.com.br/HDC/.