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Seminário: Aprendizado Relacional Palestrante: Roswitha Massambani

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Seminár io :Aprend i zado Re lac iona l

Pa les t rante : Roswi tha Massambani

2Seminário: Aprendizado Relacional

©Todos os direitos reservados à Igreja Batista Central de Fortaleza.Reprodução permitida para uso exclusivo em sua igreja.

EPL 2012 - Encontro para Pastores e Líderes

Editorial: Roswitha MassambaniProjeto Gráfico: Criativa

Diagramação: Diego ChavesRevisão: Liebert Muniz

Igreja Batista Central de [email protected]

3Seminário: Aprendizado Relacional

APRENDIZADO RELACIONAL

O PEquENO PRíNCIPE

Certa vez, quando tinha seis anos, vi num livro sobre a Floresta Virgem, Histórias vividas, uma im-pressionante gravura. Ela representava uma jiboia engolindo um animal. Eis a cópia do desenho.

Dizia o livro: “As jiboias engolem, sem mastigar a presa inteira. Em seguida, não podem mover-se e dormem os seis meses da digestão.”

Refleti muito sobre as aventuras da selva e fiz, com lápis de cor, o meu primeiro de-senho. O meu desenho número 1. Ele era assim:

Mostrei minha obra-prima às pessoas grandes e perguntei se o meu desenho lhes dava medo.

Responderam: “Por que um chapéu daria medo?”Meu desenho não representava um chapéu. Representava uma jiboia digerindo um

elefante. Desenhei então o interior da jiboia, a fim de que as pessoas grandes pudessem entender melhor. Elas têm sempre necessidade de explicações detalhadas. Meu desenho número 2 era assim:

As pessoas grandes aconselharam-me a deixar de lado os desenhos de jiboias ab-ertas ou fechadas e a dedicar-me de preferência à geografia, à história, à matemática, à gramática. Foi assim que abandonei, aos seis anos, uma promissora carreira de pintor. Fora desencorajado pelo insucesso do meu desenho número 1 e do meu desenho número 2. As pessoas grandes não compreendem nada sozinhas, e é cansativo, para as crianças, ficar toda hora explicando...

Tive então que escolher outra profissão e aprendi a pilotar aviões. Voei por quase to-das as regiões do mundo. E a geografia, é claro, me ajudou muito. Sabia distinguir, num relance, a China e o Arizona. Isso me é muito útil quando se está perdido na noite.

Dessa forma, ao longo da vida, tive vários contatos com muita gente séria. Convivi com pessoas grandes. Vi-as de perto. Isso não melhorou muito a minha antiga opinião.

Quando encontrava uma que me parecia um pouco esclarecida, fazia a experiência do meu desenho número 1, que sempre conservei comigo. Eu queria saber se ela era na ver-

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dade uma pessoa inteligente. Mas a resposta era sempre a mesma: “É um chapéu”. Então eu não falava nem de jiboias, nem de florestas virgens, nem de estrelas. Colocava-me no seu nível. Falava de bridge, de golfe, de política, de gravatas. E a pessoa grande ficava encantada de conhecer um homem tão razoável.

(O Pequeno Príncipe, Antoine de Saint-Exupéry)

ALICERCE

I - A CENTRALIDADE DA PALAVRA DE DEuS A palavra de Deus deve ocupar um papel central na vida de um pequeno grupo. A Pa-

lavra de Deus é o fator mais poderoso para o crescimento espiritual de uma pessoa. De acordo com II Timóteo 3:16,17 e I Pedro 1.23-25, Ed René afirma que:

1. A palavra de Deus é o instrumento através do qual o Espírito Santo nos traz para Je-sus. “Nascemos pela palavra”, conforme diz Pedro, porque “a fé vem pelo ouvir a Palavra de Deus” (Romanos 10:17)

2. O alvo da Palavra de Deus é a nossa transformação, até que sejamos perfeitos (ser como Cristo) e perfeitamente preparados para toda boa obra (fazer mais por Cristo). Como afirmou D.L. Moody, a palavra de Deus não pretende informar, mas sim transformar.

3. Uma vez que somos gerados pela palavra de Deus, somente ela pode servir de ali-mento para o nosso crescimento espiritual.

Richards, em seu livro Teologia da Educação Cristã, nos traz um alerta importante acer-ca da educação cristã e do estudo da Palavra de Deus:

“Para pensarmos sobre educação cristã, precisamos pensar primeiramente sobre o que significa ser cristão. Crer em certas coisas? Ter certos valores morais? Comportar-se de certa maneira? Ou há algo além disto? Há alguma essência que defina o que nós somos? Se nos basearmos nas palavras de Jesus em João 10:10, encontramos a resposta: “Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância.”

Nosso destino então é sermos como Deus, porque Ele implantou em nossa personali-dade a sua própria vida. A posse da nova vida não traz mudança automática e imediata, mas é um processo.

Então a educação cristã não deve produzir algo pronto, deve suprir o que é preciso para que o processo de crescimento se desenvolva de maneira normal e salutar. Porém só o conhecimento, mesmo sendo bíblico não deve ser a meta da educação cristã, e nem o com-portamento, mesmo sendo moral, deve ser a meta. A educação cristã tem de preocupar-se com a vida, com o crescimento da vida eterna dentro da personalidade humana, em direção à semelhança com o Deus que a dá.

De acordo com Deuteronômio, o processo de ensino da palavra envolve em pri-meiro lugar a experiência dela pelo professor, depois a vivência dela diante do aluno, o que engloba o significado vivido e verbalizado da palavra.

Na educação cristã não importa somente ensinar a palavra, importa como a palavra é

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ensinada. A educação cristã quer ajudar as pessoas a tornarem-se o que seus professores são, não a saberem o que seus professores sabem.”

II - O EXEMPLO DE JESuS

O revolucionárioJesus entrou num cenário religioso complicado e poluído. Estava congestionado com

saduceus, fariseus, herodianos, zelotes e essênios. Os líderes judeus haviam desenvolvido um sistema religioso com 613 leis. Eles escolheram o número 613 porque este era o núme-ro de letras do texto dos dez mandamentos. Acharam 613 mandamentos no Pentateuco. Dividiam esta lista em dois tipos: mandamentos afirmativos (faça isso) e mandamentos negativos (não faça isso).

Havia 248 mandamentos afirmativos, um para cada parte do corpo humano, como eles entendiam. Havia 365 mandamentos negativos, um para cada dia do ano. Depois eles dividiram a lista em mandamentos compulsórios e não compulsórios. Eles passavam os seus dias discutindo se aquela divisão e a classificação dos mandamentos dentro de cada divisão eram adequadas.

Entra Jesus. Jesus tem a habilidade de tomar o complexo e transformá-lo em simples. Um exemplo clássico é Mateus 22:37-40, quando Jesus oferece o que ficou conhecido como o Grande Mandamento. Aqui está a cena: Jesus acabara de desbancar os saduceus. Literalmente! Ele os silenciou com sua sabedoria (Mateus 22:34). Os próximos eram os fariseus. Quem sabe eles conseguem fazer melhor e derrubar esse revolucionário.

Os fariseus se juntam para uma reunião. Eles preparam uma estratégia de debate. O objetivo deles é humilhar a Jesus diante da multidão. Escolhem o mais inteligente entre eles, um advogado, para enfrentar Jesus. Ele pergunta a Jesus qual é o maior mandamento na lei. Dentre todos os 613 mandamentos, ele está perguntando a Jesus qual é o maior. Jesus respondeu: “Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento. Este é o primeiro e maior mandamento. E o segundo é semel-hante a ele: Ame o seu próximo como a si mesmo. Desses dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas.

Pense na importância daquele momento. Ele disse que toda a lei (e acrescentou os profetas) está resumida nessa frase simples e perfeita. Jesus não estava diminuindo o pa-drão da lei. Não estava abolindo a lei. Ele estava captando todo o seu espírito, toda a sua essência, em uma única afirmação. Jesus disse que tudo depende disso. Ele resumiu 613 mandamentos em dois. Jesus pegou a complexidade e o desenvolvimento da lei e tornou-a muito simples.

O seu jugoJesus era um rabino, um mestre. Na cultura judaica, cada rabino tinha uma carga de en-

sino. Sua carga era a sua instrução, seu contentamento e sua mensagem. Muitos rabinos colocavam cargas de ensino sobre as pessoas que eram impossíveis e legalistas. Essas

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cargas empurravam as pessoas para longe da graça de Deus em vez de atraí-las. Essas cargas estressavam as pessoas e as desanimavam. Jesus entrou nesse cenário

e um dia disse a multidão: “Venham a mim, todos que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei des-

canso. Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, pois sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para as suas almas. Pois o meu jogo é suave e o meu fardo é leve.” (Mateus 11:28-30)

Jesus disse: “meu jugo é suave.” Os seus ensinos estavam em total contraste com o dos rabinos religiosos de seus dias. Ele não estava oferecendo um conjunto longo e complicado de leis, regras e regulamentos. Ele estava oferecendo graça. Ele estava oferecendo um relacionamento com Deus.

(Igreja Simples, Thom Rainer e Eric Geiger, pg 29 a 31)

RESPONDA1. O que mais chamou a sua atenção neste texto? Comente.____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2. Em que o exemplo de Jesus desafia você e a estrutura da sua igreja?____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

PAREDES

III - O PROCESSO DE ENSINO/APRENDIZAGEM

“Ensinar inexiste sem aprender e vice-versa, e foi aprendendo que, historicamente, mul-heres e homens descobriram que era possível ensinar. ...”

“Aprender precedeu ensinar.”

1. Ensinar não é transferir conhecimento“Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção

ou a sua construção. ... Quem forma se forma e reforma ao formar e quem é formado forma-se e forma ao ser formado. É neste sentido que ensinar não é transferir conhecimentos científicos, conteúdos, nem formar é ação pela qual um sujeito criador dá forma, estilo ou alma a um corpo indeciso e acomodado. Não há docência sem discência... quem ensina

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aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender.” Um exemplo na vida de Jesus: _____________________________________________________________________

2. Ensinar exige comprometimento“Uma das minhas preocupações centrais deve ser a de procurar a aproximação cada

vez maior entre o que digo e o que faço, entre o que parece ser e o que realmente estou sendo”.

Um exemplo na vida de Jesus:_____________________________________________________________________

3. Ensinar exige escutar. “O primeiro sinal de que o sujeito que fala sabe escutar é a demonstração de sua ca-

pacidade de controlar não só a necessidade de dizer a sua palavra, que é um direito, mas também o gosto pessoal, profundamente respeitável, de expressá-la. Quem tem o que dizer tem igualmente o direito e o dever de dizê-lo. É preciso, porém, que quem tem o que dizer saiba, sem sombra de dúvida, não ser o único ou única a ter o que dizer. Mais ainda, que o que tem a dizer não é necessariamente, por mais importante que seja, a verdade alvissareira por todos esperada. É preciso que quem tem o que dizer saiba, sem dúvida nenhuma, que, sem escutar o que quem escuta tem igualmente a dizer, termina por esgotar a sua capacidade de dizer por muito ter dito sem nada ou quase nada ter escutado.”

Um exemplo na vida de Jesus:_____________________________________________________________________

4. Ensinar exige respeito aos saberes dos educandos.“... não só respeitar os saberes do educandos... mas discutir com os alunos a razão

destes saberes em relação com os conteúdos ensinados”.Um exemplo na vida de Jesus:_____________________________________________________________________

5. Ensinar exige a corporificação das palavras pelo exemplo“Quem pensa certo está cansado de saber que as palavras a que falta a corporeidade

do exemplo pouco ou quase nada valem”.Um exemplo na vida de Jesus:_____________________________________________________________________

6. Ensinar exige reflexão crítica“A prática docente crítica, implicante do pensar certo, envolve o movimento dinâmico,

dialético, entre o fazer e o pensar sobre o fazer.”Um exemplo na vida de Jesus: _____________________________________________________________________

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7. Ensinar exige estética e ética“Há uma natureza testemunhal nos espaços... É incrível que não imaginemos a signifi-

cação do discurso formador que faz uma escola respeitada em seu espaço. A eloquência do discurso pronunciado na e pela limpeza do chão, na boniteza das salas, na higiene dos sanitários, nas flores que adornam. Há uma pedagogicidade indiscutível na materialidade do espaço.”

Um exemplo na vida de Jesus: _____________________________________________________________________

8. Ensinar exige consciência de inacabamento“Onde há vida , há inacabamento. Mas só entre mulheres e homens o inacabamento se

tornou consciente. Gosto de ser homem, ser gente, porque sei que a minha passagem pelo mundo não é predeterminada, preestabelecida. Que meu ‘destino’ não é um dado, mas algo que precisa ser feito e de cuja responsabilidade não posso me eximir. Gosto de ser gente porque a história em que me faço com os outros e de cuja feitura tomo parte é um tempo de possibilidades, e não de determinismo.”

“Exercitaremos tanto mais e melhor a nossa capacidade de aprender e de ensinar quan-to mais sujeitos e não puros objetos do processo nos façamos.”

Ensinar exige o reconhecimento de ser condicionadoUm exemplo na vida de Jesus: _____________________________________________________________________

9. Ensinar exige compreender que a educação é uma forma de intervenção no mundo e que mudança é possível

“O fato de me perceber no mundo, com o mundo e com os outros me põe numa posição em face do mundo que não é de quem nada tem a ver com ele. É a posição de quem luta para não ser apenas objeto, mas sujeito também da história.”

“Diante das barreiras de difícil superação para o cumprimento de nossa tarefa histórica de mudar o mundo, sei também que os obstáculos não se eternizam”.

Um exemplo na vida de Jesus:_____________________________________________________________________

10. Ensinar exige liberdade e autoridade“Sem limites a liberdade se perverte em licença e a autoridade em autoritarismo. ... A

liberdade sem limite é tão negada quanto a liberdade asfixiada ou castrada. Faz parte do aprendizado da decisão a assunção das consequências do ato de decidir.

Ninguém é autônomo primeiro para depois decidir. A autonomia vai se constituindo na ex-periência de várias, inúmeras decisões que vão sendo tomadas. Ninguém amadurece de repente. A gente vai amadurecendo todo dia, ou não. A autonomia, enquanto amadureci-mento do ser para si, é processo, é vir a ser. Não ocorre em data marcada. É neste sentido que uma pedagogia da autonomia tem de ser centrada em experiências estimuladoras da

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decisão e da responsabilidade, vale dizer, em experiências respeitosas da liberdade.”Um exemplo na vida de Jesus:_____________________________________________________________________

11. Ensinar exige alegria e esperança“Há uma relação entre a alegria necessária à atividade educativa e a esperança. A es-

perança de que professor e alunos juntos podemos aprender, ensinar, inquietar-nos, pro-duzir e juntos igualmente resistir aos obstáculos a nossa alegria. A esperança faz parte da natureza humana. É preciso ficar claro que a desesperança não é maneira de estar sendo natural do ser humano, mas distorção da esperança. Eu não sou primeiro um ser da deses-perança a ser convertido ou não pela esperança. Eu sou, pelo contrário, um ser da esper-ança que, por ‘n’ razões, se tornou desesperançado. Daí que uma das nossas brigas como seres humanos deva ser no sentido de diminuir as razões objetivos para a desesperança que nos imobiliza.”

Um exemplo na vida de Jesus:_____________________________________________________________________

12. Ensinar exige querer bem aos educandos “A afetividade não se acha excluída da cognoscibilidade. Lido com gente e não com

coisas. ... Como prática estritamente humana jamais pude entender a educação como uma experiência fria, sem alma, em que os sentimentos e as emoções, os desejos, os sonhos devessem ser reprimidos por uma espécie de ditadura racionalista. Nem tampouco com-preendi a prática educativa como uma experiência que faltasse o rigor em que se gera necessária disciplina intelectual. Estou convencido, porém, de que a rigorosidade, a séria disciplina intelectual, o exercício da curiosidade epistemológica não me fazem necessaria-mente um ser mal-amado, arrogante, cheio de mim mesmo. Nem a arrogância é sinal de competência, nem a competência é causa de arrogância. Não nego a competência, por outro lado, de certos arrogantes, mas lamento neles a ausência de simplicidade que, não diminuindo em nada seu saber, os faria gente melhor. Gente mais gente.”

Um exemplo na vida de Jesus: _____________________________________________________________________

(Pedagogia da Autonomia, Paulo Freire)

TELHADOIV - O CAPACITAR

AMBIENTE MISSÃO CAPACITARMUITOS (Grandes Ajuntamentos) AMAR Estação AmarALGUNS (Pequeno Grupo) RELACIONAR Estação Relacionar

UM (Pessoal) PROCLAMAR Estação Proclamar

CRESCE – Comunhão, Restauração, Edificação, Serviço, Contribuição, Evangelismo

10Seminário: Aprendizado Relacional

1. ROTA CLARA • O foco para os Pequenos Grupos e o Grande Ajuntamento é a MISSÃO. TODOS OS DISCÍPULOS• O foco para a Rede de Pequenos Grupos é o PGC (PASTOREIO / GERENCIAMEN-

TO – INCLUSÃO E MULTIPLICAÇÃO / CAPACITAÇÃO) TODOS OS LÍDERES

2. APRENDIZAGEM RELACIONALO Capacitar visa os encontros nas Redes (reuniões de Pequeno Grupo, reuniões de

orientação e supervisão, e Sábados da Liderança) como os ambientes mais estratégicos e acessíveis para a efetivação do desenvolvimento de cada discípulo. Por isso, a Rede de Pequenos Grupos é o principal agente de capacitação (Coordenador de Rede, Supervisor, Orientador, Líder de Pequeno Grupo, Aprendiz de Líder de Pequeno Grupo).

Estimular e ajudar seus liderados a aplicarem as verdades bíblicas às suas realidades é uma das principais responsabilidades de um líder de pequeno grupo. A transmissão da Palavra de Deus se dá melhor num ambiente de clima favorável à interação, à abertura para questionamentos e onde o aprendizado é construído em conjunto. Ed Renê, no seu livro Koinonia, sugere que o ensino em pequeno grupo deve possuir quatro características:

• Participativo X Discursivo – ênfase no relacionamento pessoal e no esforço con-junto para estudar a Bíblia

• Informal X Formal – pessoas sentadas em círculo num contexto de participação e discussão

• Básico X Exaustivo – ater-se ao elementar e dar subsídios e estímulos para que os participantes aprofundem sua busca da verdade bíblica

• Pessoal X Intelectual – não visa transmitir informações úteis, mas facilitar para que as verdades bíblicas se concretizem na vida dos integrantes

3. FORMATO E RECURSOS VARIADOSJesus escolhia e usava muito bem métodos e recursos no seu ensino. Ele usava a

conversação informal, contava histórias, fazia perguntas, conduzia discussões, empregava o método da encenação e, às vezes, usava recursos visuais para ilustrar o seu ensino. O emprego dessa variedade de métodos e recursos visava sempre à realização de seu propósito. Ele nunca ficou preso a um método, mas usou diferentes métodos para melhor atender às necessidades de seus alunos.

É o facilitar do ensino que torna significativo qualquer método ou recurso; é ele que os torna úteis no processo de ensino-aprendizagem.

Os métodos e recursos são limitados somente pela nossa criatividade. Precisamos

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aprender a usar aquilo que está ao alcance das nossas mãos. Para usar qualquer método ou recursos é preciso:

• Planejar e pesquisar• Preparar com antecedência• Ser assertivo – não ter medo de errar e usar coisas novas• CRIATIVIDADE = 90% SUOR + 10% INSPIRAÇÃO COPIAR + ADAPTAR“Quando se copia de uma só pessoa é plágio, quando se copia de várias pessoas é

pesquisa”

ACABAMENTO

CONHECER

O CONHECER introduz o discípulo nas verdades básicas da vida cristã. Em 1 Pedro 2:2 lemos “Como crianças recém-nascidas, desejem de coração o leite espiritual puro, para que por meio dele cresçam para a salvação...” Queremos ajudá-lo a dar seus primeiros pas-sos como discípulo de Jesus, mas lembramos que é você que precisa se comprometer a segui-lO e aprender dEle. Ao conhecê-lO cada vez mais, você também experimentará mais do AMOR de Deus e crescerá no seu AMOR a JESUS.

Uma das principais dicas para seguir Jesus é CONHECÊ-LO através da LEITURA BÍBLICA DIÁRIA. Separe tempo todos os dias para ler e estudar a Bíblia; e orar. Nós sug-erimos no final deste livreto um plano de leitura bíblica sobre a vida de Jesus e também um DIÁRIO DE ORAÇÃO.

Outra dica é MEMORIZAR a Palavra de Deus, trazendo-a para a sua vida diária. A Palavra de Deus memorizada vai fortalecer a sua fé e ajudá-lo a enfrentar as dificuldades da vida. Nós sugerimos para cada encontro um versículo para memorizar, e, ao final do CONHECER, você terá guardado no seu coração seis passagens bíblicas. Um bom jeito de memorizar a Bíblia é repetir este versículo várias vezes ao longo do seu dia, frase por frase, até que o aprenda. E repita, repita, repita... todos os versos, pense sobre eles e o que significam.

Seguir Jesus é uma caminhada compartilhada, e não solitária, por isto viva CONECTA-DO com as pessoas do seu Pequeno Grupo. Eles querem estar ao seu lado e lhe ajudar a crescer na sua nova vida em Cristo Jesus.

APÊNDICE – BANCO DE IDÉIAS

1. Desafios – Solução de problemasÉ a resolução de uma situação-problema e exige pensamento reflexivo, crítico e

criativo.A partir de alguns dados enunciados na descrição do problema, os integrantes do

12Seminário: Aprendizado Relacional

grupo terão que descobrir a solução. Não necessariamente haverá apenas uma solução. Várias soluções e sugestões podem ser encontradas.

Etapas:• Apresentar ao grupo um determinado problema;• Orientar as pessoas a fazerem um levantamento de hipóteses e uma análise dos

dados;• Buscar uma solução;• A partir da solução encontrada, verificar os princípios e valores que foram norteadores

da situação.

Sugestão: Divida o grupo em dois ou mais subgrupos e apresente o mesmo problema para todos. Depois de um tempo, peça para que os grupos compartilhem suas resoluções. Ouça as diversas formas de se resolver o problema e discuta sobre os fatores que influen-ciaram as escolhas. Você pode fazer várias rodadas.

2. DramatizaçãoRepresentação teatral. Conte uma história em que estejam inseridos conceitos, argu-

mentos e ideias e desafie o grupo a usar a imaginação que constrói o conhecimento de forma espontânea.

Etapas:• Dividir o grupo em dois ou mais subgrupos;• Distribuir temas ou situações diferentes para cada subgrupo;• Dê um tempo para que os grupos se organizem e planejem suas apresentações;• Enquanto um grupo se apresenta, o(s) outro(s) observa(m) e tenta(m) descobrir o

tema central da dramatização.

Sugestão: Você pode sugerir que se faça teatro mudo, cantado ou declamado. Pode também organizar uma competição e desafiar os que estão assistindo a descobrirem o que a dramatização ensina.

3. Estudo de casoAnálise detalhada de uma situação real; investigação de um caso. Inspire a argumenta-

ção do grupo e desafie a um forte envolvimento.Etapas:• Apresentar o caso (falado ou escrito) para o grupo;• Incentivar o grupo a questionar o que foi exposto e analisar o caso apresentando

seus pontos de vista.• Debater, com o grupo, suas soluções e conclusões.

Sugestão: Você pode criar um “divã”. Cada membro terá sua vez de contar a história

13Seminário: Aprendizado Relacional

de sua vida, suas vitórias e conquistas, bem como suas lutas e dificuldades. O grupo tem liberdade para questionar, tirar dúvidas, etc. Se alguma dificuldade for colocada, o grupo terá oportunidade de ajudar.

4. Estudo de textoÉ a exploração de ideias a partir de um texto. Pode ser exercitado nos momentos de

mobilização, construção e elaboração de um resumo do assunto principal.Etapas:• Estudar o contexto (data, tipo de texto, autor e dados sobre ele);• Fazer uma análise (compreensão da mensagem do autor);• Identificar e discutir as questões relacionadas com a mensagem do texto;• Chegar a uma conclusão (O que podemos extrair e aplicar à nossa realidade?).

Sugestão: Divida o grupo em subgrupos, entregue a cada um o texto/frase e determine um tempo. Peça para que contextualizem, analisem, façam levantamento e discutam o texto, compartilhando suas conclusões com o restante do grupo.

5. Jogos• Atividades recreativas com fundo didático-pedagógico.

Sugestão: A partir do tema a ser discutido no grupo, escolha um jogo. Por exemplo: se o assunto for finanças, pode jogar “Banco Imobiliário”. Pode pedir também que o grupo traga objetos que não esteja mais usando, como roupas, sapatos, adereços e ferramentas, e monte um “brechó”. Crie uma moeda fictícia, demarque preços e, ao final, faça um balanço das compras dos participantes.

6. Júri SimuladoMonte um tribunal de júri e, a partir de um caso a ser julgado, apresente os fatos para

fundamentar os trabalhos de defesa (advogado) e acusação (promotor). Peça ao grupo que identifique o(a) juiz(juíza) e os(as) advogados(as) de defesa e acusação, bem como o corpo de jurados. Essa atividade desenvolve a criticidade, a argumentação, a defesa de ideias, a capacidade de julgar e a tomada de decisão.

Etapas:• Eleger juiz e réu (o réu é optativo, pois se pode julgar uma situação ou caso que não

precise ser representado por uma pessoa);• Dividir o restante do grupo em três subgrupos: promotoria (1 ou mais pessoas), de-

fesa (1 ou mais pessoas) e conselho de sentença (o restante);• Anunciar o caso a ser julgado uma semana antes do julgamento, a fim de que a

promotoria e a defesa preparem suas argumentações (se achar muito tempo, pode anunciar na própria reunião e dar um tempo para que o grupo se prepare);

14Seminário: Aprendizado Relacional

• O juiz presidirá o julgamento e instruirá o conselho de sentença quanto aos quesitos para decidir o destino do réu;

• O conselho de sentença, após ouvir os argumentos de defesa e acusação, decidirá a condição do réu e o juiz anunciará a sentença.

Sugestão: Organize o tribunal em torno de uma personagem ou assunto de interesse do grupo.

7. Mapa ConceitualConstrução do quadro relacional de um tema ou problema. Tem como objetivo identificar

conceitos básicos e mostrar o que está ligado ao tema proposto. Leva à construção de uma “teia relacional”. Ao longo da elaboração da “teia”, assuntos são debatidos e conclusões são construídas.

Etapas:• Definir um objeto de discussão;• Identificar o que está relacionado ao assunto central e registrar e fazer ligações entre

ele e as ideias que surgirem;• À medida que forem sendo feitas, as observações devem ser registradas;• Um assunto leva a outro. Inclua conceitos e ideias sobre o assunto em discussão,

ao mesmo tempo em que estimule a análise das conclusões a que o grupo for che-gando;

• Buscar estabelecer, no mapa, a relação entre as palavras que surgirem e criar as ligações entre elas.

Sugestão: Coloque no centro do grupo um painel grande, em branco, que tanto pode ser de papel, no chão, ou uma lousa encostada na parede. Escreva bem no meio uma palavra ou frase curta para ser discutida. A partir do que você escreveu, desafie cada pes-soa a se dirigir ao quadro e escrever o que lhe vier à cabeça. À medida que aumentar o número de palavras, deve crescer também a quantidade de termos relacionados a elas, até que as pessoas estejam escrevendo em cima dos conceitos que o próprio grupo construiu. Quando o quadro estiver completo, passe a discutir com tudo o grupo o que foi construído a partir do tema central.

8. OficinaConstrução de conhecimento por meio da prática. Possibilita a descontração e estimula

o descobrir, o reinventar, o criar e o recriar. Podem-se usar textos, músicas, vídeos, experi-mentos, etc.

Etapas:• Escolher um tema previamente;• Pesquisar algo a ser construído/elaborado com o grupo que remeta ao tema;

15Seminário: Aprendizado Relacional

• Providenciar o material necessário para a realização da oficina;• Explicar o que deve ser construído e sua respectiva aplicação.

Sugestão: Ao falar de serviço, você pode levar uma receita de sopa, ou ensinar o grupo a customizar caixas, ou consertar eletrodomésticos. Depois podem servir uma comunidade, ou um grupo específico, com o que aprenderam no Pequeno Grupo.

9. PainelApresentação dos pontos de vista de um grupo de pessoas sobre um determinado as-

sunto. É interessante porque envolve mais de uma pessoa na discussão. Uma parte do grupo discute entre si e apresenta aos demais o tema em questão e as opiniões e con-clusões à que chegou.

Etapas:• Decidir quais serão as duplas ou formar os grupos;• Distribuir entre eles os assuntos a serem debatidos;• Marcar as exposições de motivo.• Dar tempo para que os grupos estudem e preparem o material a ser apresentado.

Sugestão: O assunto pode ser, por exemplo, “personagens bíblicos” ou “frutos do Es-pírito”. Cada grupo terá que preparar uma apresentação sobre seu respectivo assunto e você deverá marcar uma apresentação por encontro, que deverá acontecer nos primeiros minutos da reunião. Essa é uma ferramenta a mais que deve complementar e/ou enriquec-er a reunião.

10. Portfólio – ScrapbookConstrução e registro dos pontos centrais das observações que o grupo tenha feito.

Possibilita o acompanhamento detalhado de tudo que esteja acontecendo no ambiente.Etapas:• Providenciar um caderno ou pasta (onde os registros serão armazenados);• Combinar as formas de registro (escritas manualmente ou digitadas);• Fazer a identificação (anotar dados como data, pessoas presentes e local da re-

união, etc.);• Colher e registrar informações de tudo que acontecer na reunião;• Incluir materiais como fotos, rascunhos, recortes, etc.;• Anotar sua percepção sobre o encontro.

Sugestão: Pode ser usado como um registro do PG. Monte uma escala no grupo, para que, a cada reunião, alguém fique responsável pelo registro. Na reunião seguinte ou du-rante a semana, os faltosos poderão acessar esse registro e se atualizar com o que acon-teceu no PG. Ao final do semestre ou na multiplicação, o material servirá para fazer uma

16Seminário: Aprendizado Relacional

retrospectiva ou revisão do que aconteceu no grupo.

11. Tempestade de ideiasEstimula o surgimento de novas ideias e a imaginação de forma espontânea e natural.

Não há certo ou errado. Tudo que for sugerido será considerado.Etapas:• Cada pessoa deve receber uma folha, em que deve constar, bem no centro, o tema

central escolhido pelo líder;• Ao sinal, todos devem escrever palavras ou frases curtas que lhes venham à mente

quando pensam sobre o tema sugerido;• Tudo deve ser escrito ao redor do tema central e ligado a ele por traços;• Quando o sinal for dado novamente, todo mundo deve trocar de folha;• Daí devem fazer tudo de novo só que com as palavras sugeridas a partir do tema;• O sinal pode ser repetido até que todo o grupo tenha participado;• O líder encerra a atividade e todos partem para analisar o que foi escrito.

Sugestão: O tema central pode ser um motivo de constante discussão em seu grupo: finanças, namoro, sexo, profissão, obediência aos pais, etc. Você pode pedir que cada pessoa selecione duas ou três palavras que mais lhe chamem atenção. Discuta sobre a repercussão do assunto e as opiniões dos participantes.

12. DinâmicasDinâmicas de grupo são, geralmente, atividades para descontrair. Você pode usar, por

exemplo, um quebra-gelo como forma de facilitar e/ou sedimentar o conhecimento uns dos outros, como introdução ou conclusão do assunto.

13. Vídeo e ImagensMostrar um vídeo relacionado ao conteúdo ou imagens para ilustrar determinada infor-

mação torna o ensino mais atraente e ajuda a prender a atenção daqueles que participam.

TANGRAN

O TANGRAN é um quebra-cabeça de origem chinesa praticado há muitos séculos em todo o Oriente. Segundo a lenda, o jogo surgiu quando um monge chinês deixou cair uma porcelana quadrada, que se partiu em sete pedaços – daí seu nome, que significa “tábua das sete sabedorias” ou “tábua das sete sutilezas”

17Seminário: Aprendizado Relacional

BIBLIOGRAFIA

1. Bíblia de Estudo para Grupos Pequenos, Editora Palavra: Brasília, 20112. RAINER, Thom e GEIGER, Eric. Igreja Simples, Editora Palavra: Brasília, 20113. RICHARDS, Lawrence. Teologia da Educação Cristã, Editora Vida Nova: São Paulo, 19964. WILKINSON, Bruce. As 7 Leis do Aprendizado, Editora Betânia: Venda Nova , 19985. SAINT-EXUPÉRY, Antoine de, O Pequeno Príncipe, Ed Agir: Rio de Janeiro, 2009

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