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Variation, convention, and social meaning Penelope Eckert

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As ondas de Eckert

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Page 1: Seminário Eckert

Variation, convention, and social meaning

Penelope Eckert

Page 2: Seminário Eckert

Ondas• As ondas não são ordenadas cronologicamente;

• A onda subsequente não substitui a sua precedente;

• As três ondas são parte de um todo;

• Cada onda representa um jeito de pensar sobre a variação e a prática metodológica e analítica que se desenvolveu a partir dos resultados da onda anterior.

Page 3: Seminário Eckert

Primeira onda: estudo da variação com base nas correlações entre variáveis linguísticas e categorias sociais primárias da classe socioeconômica, da classe de sexo e da classe de idade.Estudo sobre a cidade de Nova Iorque (Labov, 1966)

Segunda onda: estudos etnográficos de populações mais definidas localmente.Estudo da Ilha de Martha’s Vineyard (Labov, 1963)

Terceira onda: foco na variação como um recurso para a construção de significado social.

Page 4: Seminário Eckert

Primeira Onda

A primeira onda foi fundamental aos estudos da variação.

-ing > -in

Page 5: Seminário Eckert

• Muitos estudos de pesquisa em comunidades definidas geograficamente;

• Hierarquia socioeconômica como um mapa de espaço social;

• Variáveis como marcadoras de categorias sociais primárias e portadoras de prestígio/estigma da classe base;

• Estilo como atenção dedicada à fala e controlado por orientação de prestígio/estigma.

Page 6: Seminário Eckert

Segunda Onda

Estudos etnográficos que focam comunidades menores por um período de tempo relativamente maior e objetiva descobrir categorias sociais localmente mais salientes.

Os estudos etnográficos trouxeram uma visão mais clara de como as formas de falar são repletas de significado local.

Page 7: Seminário Eckert

Martha’s Vineyard (Labov, 1963)

Ilha na costa nordeste dos Estados Unidos.

Page 8: Seminário Eckert

Labov descobriu que falantes da ilha estavam nomeando as variáveis fonológicas locais como um capital simbólico na luta ideológica sobre o destino da ilha.

/ay/ e /aw/

Page 9: Seminário Eckert

Elevação do núcleo de /ay/ e /aw/ por quatro adolescentes do Ensino Médio em Martha’s

Vineyard

Page 10: Seminário Eckert

Outras Pesquisas:

Jonathan Holmquist (1985): elevação de /u/ na sílaba pós-tônica de Ucieda;

John Rickford (1986): uso de variantes do inglês padrão em subcategorias de pronome singular entre os moradores de Cane Walk, Guyana;

Lesley Milroy (1980): observou classes de comunidades trabalhadoras e examinou a relação entre o empenho local e o uso do vernáculo.

Page 11: Seminário Eckert

Trabalho Etnográfico de Eckert (1989, 2000)

Observou a relação entre a prática social de adolescentes brancos de escolas do subúrbio de Detroit e a Mudança Vocálica das Cidades do Norte, que caracterizava o dialeto branco desta área de Detroit.

Duas categorias sociais opostas:Jocks: constituem uma cultura de classe média, baseando suas redes, identidades e vidas sociais na escola, e em particular na esfera extracurricular.

Burnouts: constituem uma cultura da classe trabalhadora; rejeitam a instituição como base para a vida e identidade social, baseando suas redes, identidades e vidas sociais no bairro e na conurbação mais ampla.

Page 12: Seminário Eckert

JOCKS BURNOUTS

Mantêm relação com professores e administradores da escola

Rejeitam a escola

Relações hierárquicas Igualitarismo

Expansão de redes para aumentar o círculo social

Redes de amizade baseada na vizinhança; expansão de redes para

ganhar acesso à área urbana

Acreditam que os Burnouts são irresponsáveis e antissociais

Acreditam que os Jocks são desleais e orientados por status

Page 13: Seminário Eckert

1. Padrões de variação não são definidos na infância, mas servem como recursos para a construção da identidade social do adolescente;

2. Estratificação social ocorre de forma local;

3. Padrões de variação dentro de uma comunidade estão ligados mais amplamente a padrões extralocais.

Page 14: Seminário Eckert

• Estudos etnográficos de comunidades definidas geograficamente;

• Categorias locais como elo para as demográficas;

• Variáveis como indicadores de categorias localmente definidas;

• Estilo como atos de filiação.

Page 15: Seminário Eckert

Terceira Onda: a perspectiva estilística

Comunidade de prática: conjunto de pessoas que se reúnem regularmente para se envolver em algum empreendimento.

A comunidade de prática desenvolve maneiras de fazer coisas – práticas. E essas práticas envolvem a construção de uma orientação partilhada com o mundo em torno deles – uma definição tácita de si mesmos em relação uns aos outros e em relação a outras comunidades de prática.

Ordem social vem das comunidades de prática: gênero, etnia, idade e classe se manifestam nas comunidades de prática, nas combinações de comunidades de prática que pessoas em lugares diferentes na ordem social participam e nas práticas dentro dessas comunidades.

Page 16: Seminário Eckert

Comunidade de prática: conjunto de pessoas que se reúnem regularmente para se envolver em algum empreendimento.

A comunidade de prática desenvolve maneiras de fazer coisas – práticas. E essas práticas envolvem a construção de uma orientação partilhada com o mundo em torno deles – uma definição tácita de si mesmos em relação uns aos outros e em relação a outras comunidades de prática.

Ordem social vem das comunidades de prática: gênero, etnia, idade e classe se manifestam nas comunidades de prática, nas combinações de comunidades de prática que pessoas em lugares diferentes na ordem social participam e nas práticas dentro dessas comunidades.

Page 17: Seminário Eckert

Jocks e Burnouts são grupos de comunidade de prática.

O diferencial entre Jocks e Burnouts é o compromisso com a área urbana e com a instituição escolar que os insere em diferentes comunidades imaginadas do subúrbio de Detroit.

“Nós podemos pensar a variação como marcação de categorias. No entanto, eu argumentarei que variáveis atingem estas categorias apenas indiretamente, por meio das práticas e das ideologias que as constituem” (p. 18)

Page 18: Seminário Eckert

Concordância Negativa

Page 19: Seminário Eckert

Grupo 1 (burnouts girls)

Grupo 2 (burnouts girls)

Orgulham-se de serem “as maiores burnouts”, burned-out burnout;

São mais selvagens;

Envolvem-se com problemas acadêmicos;

Saem todas as noite ou todo final de semana;

Envolvem-se em problemas com a polícia.

Consideram-se as burnouts normais;

Baseiam sua identidade na classe trabalhadora;

Postura anti-social;

Estão em desacordo com autoridades;

Utilizam substâncias ilegais;

Rejeitam intervenção adulta em suas vida;

Não se envolvem com sérios problemas.

Page 20: Seminário Eckert

O uso de variáveis urbanas e de concordância negativa por garotas Jock e por dois grupos de garotas Burnout

Burned-out burnout regular burnout jocks

Page 21: Seminário Eckert

“O sentido de variação situa-se no seu papel na construção de estilos, e o estudo do papel da variação na prática estilística não envolve simplesmente colocar variáveis em estilos, mas na compreensão deste posicionamento, como parte integrante da construção do significado social”. (p. 24)

Na medida em que a língua é uma prática, isto envolve o contínuo fazimento e refazimento da convenção.

“Estilo (como linguagem) não é uma coisa mas uma prática. É a atividade na qual pessoas criam significado social. Nem a linguagem nem o mundo social são estáticos, e a prática estilística é parte da prática em que a mudança – ou estabilidade – é provocada”. (p. 24)

Page 22: Seminário Eckert

A terceira onda move os estudos da variação para uma nova direção. Em vez de definir a variação nos termos dos falantes que usam as variáveis, busca significados que motivam performances de particulares variáveis.

•Estudos etnográficos de comunidades de prática;

•Categorias locais construídas por meio de posições comuns;

•Variáveis como indicadores de posições, atividades, características;

•Estilo como construção da persona.

Page 23: Seminário Eckert

Conclusões

“Não estou argumentando que toda variação é controlada pela consciência ou mesmo socialmente significativa. O que estou argumentando é que toda a variação tem o potencial para assumir significado.” (p. 30)

“Um foco no significado social exige que comecemos com uma visão não apenas nas variáveis regionais e nas mudanças em andamento, mas nas variáveis que parecem ser exploradas por significado social, quaisquer que sejam suas origens.” (p. 31)