seminário paulo e estevão 5 de maio 2013
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Apresentação feita para o seminário que realizamos em nossa instituição.TRANSCRIPT
1
No prefácio, Emmanuel adverte que o objetivo
da obra é recordar as lutas acerbas e os
ásperos testemunhos de um coração
extraordinário, que se levantou das lutas
humanas para seguir os passos do Mestre,
num esforço incessante.
2
Paulo e Estevão é um marco no trabalho do
médium mineiro pelo esforço em psicografá-lo
que consumiu cerca de 8 meses em atividade
de recolhimento diário no porão da casa da
família Joviano, sem outras testemunhas a não
ser um sapo. Em várias ocasiões que falou
sobre este livro, Chico dizia que primeiro era
levado pelo seu mentor e autor da obra para
ver as cenas, em detalhes, e depois psicografar
os textos.3
Todos os dias, com exceção de domingo,
depois do expediente no escritório da Fazenda
Modelo, em Pedro Leopoldo, ele descia para o
porão da casa do Sr. Rômulo Joviano, o seu
chefe, e punha-se a trabalhar na psicografia.
Começava por volta das 17:15 horas e, por
vezes, ia até à 1:00 h. da madrugada!
Como única testemunha um sapo que aparecia
todas as noites e se retirava assim que ele
terminava a psicografia. 4
A obra representa um resgate do Cristianismo,
em sua pureza espiritual, representando um
roteiro seguro para os trabalhadores da Seara
do Mestre.
Ler este livro é trazer luz para a sua
consciência. Ele luariza o ambiente e amplia
visões. Vivemos um momento em que nossa
sintonia tem valorizado muito livros que apesar
de se dizerem espíritas fazem novelas infernais
do umbral, reeditando o inferno medieval.
Trazendo o velho com roupa de novo.
Reflitamos...
5
A missão da Doutrina Espírita não é entulhar
as mentes com detalhes do Umbral que
deve ser superado. Mas, encher nossas
mentes com luz divina para que deixemos
de uma vez por todas o umbral e ajudemos
nosso mundo doente a se regenerar.
Diretores da federação espírita brasileira
tem o feliz hábito de ler Paulo e Estevão
uma vez por ano e ir a ele, sempre que
querem melhorar a ambiência. Fica a dica.
Devemos tirar os espíritos do umbral e não
trazer o medo e a ameaça de novo à Terra.
6
Chico Xavier, em inúmeras entrevistas,
declarou sua predileção pelo
romance Paulo e Estêvão dizendo se
tratar da obra que lhe proporcionou
experiências gratificantes e profundas,
tendo em vista os quadros espirituais por
ele presenciados e a presenças dos
espíritos mencionadas no romance.
7
Em seu livro Amor e Sabedoria de Emmanuel (edição
Ide), Clóvis Tavares, amigo de Chico Xavier e das mais
lúcidas expressões do movimento espírita no século
passado, traz-nos a descrição de um fato muito
importante que, parece-nos, não foi registrado no meio
espírita com a ênfase necessária.
Trata-se de mensagem de Emmanuel, recebida por
Chico Xavier, a 13 de março de 1940, e que trata do
encontro entre Emmanuel, então na figura do
respeitado senador Públio Lentulus, com o apóstolo
Paulo, na Roma Antiga, pouco antes do martírio do
apóstolo dos gentios.
8
No século XVI, Emmanuel reencarnado como Manuel da
Nóbrega, fundou, no planalto paulista, um então modesto
núcleo civilizatório ao qual deu o nome de São Paulo, em
homenagem ao Apóstolo dos Gentios, que se tornou,
atualmente, uma das mais importantes megalópoles do
Planeta.
Uma observação importante de Emmanuel sobre Paulo de
Tarso é a de que Jesus encarregou-o da missão de trazer
para o Aprisco do Bem as grandes inteligências desviadas
no Mal, o que retrata o perfil daquele que, em suas
encarnações conhecidas, é sempre um misto de doçura e
firmeza inquebrantável, mas cuja característica maior é a
fidelidade absoluta ao Divino Mestre.
9
10
O Cristo é uma entidade de evolução inimaginável.
Dirige de forma gloriosa os destinos planetários. Daí
que sua vinda a este planeta é um marco.
Não é uma data qualquer. Sua presença marca o
início do processo de maturidade espiritual
planetária.
Nossos inconscientes recebem um incremento. Um
fermento.
O ensino do Cristo , vivido, não tão somente
pregado. Demarca uma mudança nos hábitos do
mundo. O Cristo prega à luz do dia. Não mais para
iniciados, renunciantes ou mestres de meditação.
11
Jesus: o mestre radical
da não violência
Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e
de toda a tua alma e de todo o teu entendimento, este é o
maior e o primeiro mandamento. E o segundo,
semelhante a este, é : Amarás ao teu próximo como a
ti mesmo. (Mateus: 22: 34-40)
Tendes ouvido o que foi dito: Amarás ao teu próximo e
aborrecerás ao teu inimigo. Mas eu vos digo: Amai os
vossos inimigos, fazei bem aos que vos odiais, e orai
pelos que vos perseguem e caluniam, para serdes
filhos de vosso Pai... (Mateus: 5.43-47)
12
1. O ensino de Jesus tinha autoridade. Jesus
ensinava como quem tinha autoridade (Mc
1:14, 15; 21, 22), que era demonstrada por
seus atos e palavras. Essa autoridade era
autenticada por seu conteúdo e sua pessoa.
Jesus amava aqueles aos quais ensinava.
Jesus amava seus alunos de um modo que
indica os profundos desejos de todo o coração
por um relacionamento de intimidade com o
outro e com Deus. Esse relacionamento de
amor com Jesus era também caracterizado por
uma preocupação com a verdade conforme o
mestre por excelência a comunicava.
13
A Sublime Iniciação
14
Albano Metelo em Obreiros da Vida Eterna“– Também eu
tive noutro tempo a obcecação de buscar apressado a
montanha. A Luz de cima fascinava-me e rompi todos os
laços que me retinham em baixo, encetando dificilmente a
jornada.
(...)
Consegui, porém, vencer os óbices imediatos e ganhei,
jubiloso, pequenina eminência. Em me voltando, todavia,
espantou-me a visão terrífica do vale: o sofrimento e a
ignorância dominavam em plena treva. Desencarnados e
encarnados lutavam uns contra os outros, em combates
gigantescos, disputando gratificações dos sentidos
animalizados. O ódio criava moléstias repugnantes, o
egoísmo abafava impulsos nobres, a vaidade operava
horrenda cegueira... Cheguei a sentir-me feliz, diante da
posição 15
que me distanciava de tamanhas angústias. Contudo,
quando mais me vangloriava, dentro de mim mesmo,
embalado na expectativa de atravessar mais altos
cumes, eis que, certa noite, notei que o
vale se represava de fulgente luz. Que sol
misericordioso visitava o antro sombrio da dor? Seres
angélicos desciam, céleres, de radiosos pináculos,
acorrendo às zonas mais baixas, obedecendo ao
poder de atração da claridade bendita. Que acontecera?
– perguntei ousadamente, interpelando um dos áulicos
celestiais. – “O Senhor Jesus visita hoje os que erram
nas trevas do mundo, libertando consciências
escravizadas. Nem mais uma palavra.
16
O mensageiro do Plano Divino não podia conceder-
me mais tempo. Urgia descer para colaborar com o
Mestre do Amor, diminuindo os desastres das quedas
morais, amenizando padecimentos, pensando feridas,
secando lágrimas, atenuando o mal e, sobretudo,
abrindo horizontes novos à Ciência e à Religião, de
modo a desfazer a multimilenária noite da
ignorância.(...)
Albano Metelo, Obreiros da Vida Eterna)
17
É a sublime iniciação. O Amor vivido a todos.
Visando a retirada de todos das trevas íntimas.
Vivenciar o amor.
O Cristo nasce numa etnia que se julga
escolhida por Deus.
Em meio a um povo dominador que tinha o
orgulho e a violência como marca maior. E, Ele
veio, Pão da Vida, Luz do Mundo, tinha o olhar
quente e profundo, soerguer a todos nós.
18
Sua mensagem renova a vida mental da
humanidade. Muito mais que fenômenos, sua
aura de amor toca o plano físico e inicia o
processo de renovação planetária.
Essa a Missão de seus ensinos. Educar as
almas semi-animalizadas e conduzi-las a um
patamar “desumbralizado”
19
-A Missão de Paulo
- A judaização do cristianismo e a
revolta Judaica que começa em
66 d.c e termina com a
destruição de Jerusalém no ano
70.
- -A difusão do cristianismo.
20
Pequena narração Emotiva
Vídeo com as poesias do Gladston
21
Abigail, na candidez dos seus dezoito anos, era
um gracioso resumo de todos os encantos das
mulheres da sua raça. Os cabelos sedosos
caíam –lhe em anéis caprichosos sobre os
ombros, emoldurando -lhe o rosto atraente num
conjunto harmonioso de simpatia e beleza. No
entanto, o que mais impressionava, no seu talhe
esbelto de menina e moça, eram os olhos
profundamente negros, nos quais intensa
vibração interior parecia falar dos mais elevados
mistérios do amor e da vida.22
Abigail mostrou-se muito impressionada com as pa
lavras do irmão- e acentuou:
Lembras-te? Sempre nos ensinou que os filhos de
Deus devem estar prontos para a execução das
divinas -vontades. Os profetas, por sua vez, nos
esclarecem que os homens são varas no campo da
criação. O Todo –Poderoso é o lavrador e nós devemos
ser os galhos floridos ou frutíferos, na sua obra.
(...) Não será uma felicidade, neste mundo,
podermos sofrer alguma coisa por amor de Deus?
Quem nada tem, inda possui
o coração para dar.23
Ansioso de aproveitar os instantes felizes que desfrutava,
desejando perpetuar aquele encontro, perguntou o que
fazer para adquirir a compreensão perfeita dos desígnios
do Cristo e a resposta não se fez
esperar: Ama! Respondeu Abigail.
E nova pergunta de Saulo: como proceder de modo a
enriquecer na virtude divina? (...) como fazer para que a
alma alcançasse tão elevada expressão de esforço com
Jesus Cristo? E a resposta: Trabalha! A nova resposta do
Espírito.
Saulo voltou a perguntar: Que providências adotar contra o
desânimo destruidor? Espera! Responde Abigail.
Nova pergunta foi apresentada: Como conciliar as
grandiosas lições do Evangelho com a indiferença dos
homens? Perdoa! Afirmou Abigail. 24
Interessante refletir nos quatro verbos apresentados pelo
Espírito como respostas às aflitivas indagações de Saulo:
amar, trabalhar, esperar, perdoar.
Observados detidamente permitem visualizar um autêntico
roteiro de vida com serenidade. Imaginemos aplicarmo-
nos à prática efetiva da conjugação de referidos verbos.
É notável porque quem ama compreende. Quem trabalha,
equilibra-se. Quem espera, confia. Quem perdoa, liberta-
se.
25
Ao encontro do amor
Marielza Tiscate
Quando a vi...da mostrar-te as marcas do coração:
Enga...nos, me...dos, segredos perdidos na imensidão
do tem...po...
Se...rá a ho...ra de reu...nires tua força e fé.
A vi.....da te ajudará pois nosso destino é amar, o nosso
destino é amar...
To...dos que vivem sob o hálito de Deus
Se...guem uma estrada de trabalhos, descobertas,
E com seu suor constróem a paz...
26
Jeziel após ser apedrejado, agonizante, pede a Abigail:
Abigail, vou-me em paz... Queria ouvir-te em prece... dos
aflitos e agonizantes.
Senhor Deus Pai dos que choram,
Dos tristes, dos oprimidos.
Fortaleza dos vencidos,
Consolo de toda a dor.
Embora a miséria amarga, Dos prantos de nosso erro,
Deste mundo de desterro Clamamos por vosso amor.
Nas aflições do caminho Na noite mais tormentosa,
Vossa fonte generosa,
É o bem que não secará.
27
Sois em tudo, a luz eterna,
Da alegria e da bonança,
Nossa porta de esperança,
Que nunca se fechará,
Quando tudo nos despreza,
No mundo da iniqüidade,
Quando vem a tempestade,
Sobre as flores da ilusão,
O! Pai, sois a luz divina,
O cântico da certeza,
Vencendo toda aspereza,
Vencendo toda aflição.
No dia de nossa morte, No abandono ou no tormento, 28
Trazei-nos o esquecimento, Da sombra,
da dor, do mal...
Que nos últimos instantes,
Sintamos a luz da vida,
Renovada e redimida,
Na paz ditosa e imortal.
Abigail
29
“(...) O jovem acorreu solícito e
pressuroso. Abraçado ao pai, ouviu -lhe
o desabafo amargo, palavra por
palavra. No vigor da juventude, não se
lhe poderia dar mais de vinte e cinco
anos; mas o comedimento dos gestos e
a gravidade com que se exprimia,
deixavam entrever um esp írito nobre,
ponderado e servido por uma
consciência cristalina.” 30
Em Atos dos Apóstolos, a primeira referência que é feita a
Estêvão, se encontra no cap. 6, v. 5 e seguintes, ao relatar a
escolha dos diáconos (aqueles que servem) para a Igreja de
Jerusalém (Casa do Caminho) Emmanuel, no entanto, ao
enfocar a saga de Paulo de Tarso, inicia a sua maravilhosa
narrativa, com a história da família de Jochedeb ben Jared,
no ano 34, que se constituía do pai, Jochedeb, a filha Abigail,
de 18 anos e Jeziel, no vigor dos seus 25 anos de idade.
Naquele ano, o representante de César em Corinto, Licínio
Minúcio, lhes tomou a propriedade e destroçou a família. O
pai morreu açoitado diante dos dois filhos. Abigail foi
socorrida pelas generosas mãos do casal Zacarias ben Anan
e sua esposa, que haviam acabado de sofrer a morte do
filho, e foi viver, em uma granja, na estrada de Jope. Jeziel,
após sofrer bárbara tortura por espancamento, foi recolhido à
prisão e encaminhado, transcorridos mais ou menos 30 dias,
para o serviço das galeras romanas.31
O ilustre romano Sérgio Paulo, que se encontrava a bordo,
em missão política, adoeceu gravemente. Abriu-se seu
corpo em chagas, de tal forma que nem seus amigos o
desejaram tratar. A incumbência foi dada ao jovem
escravo Jeziel.
À conta de suas preces e seus cuidados, a autoridade
romana se restabeleceu, enquanto o escravo manifestou a
mesma enfermidade.
Grato pelo cuidado de Jeziel, Sérgio Paulo conseguiu se
opor ao comandante do barco que o desejava jogar ao
mar, para evitar a contaminação, e o deixou em terra, na
costa da Palestina, munido de uma bolsa de dinheiro.
Depois de ter dado a bolsa a um homem que o encontrou,
o jovem israelita mereceu dele a misericórdia de ser
conduzido à casa de um tal Efraim, que o levou à Casa do
Caminho, em Jerusalém.32
O seu primeiro encontro com o futuro Apóstolo dos
Gentios se deu na própria Casa do Caminho, quando
Saulo ali esteve, levado por Sadoc que o desejava
liderando uma campanha contra "aqueles homens",
cujo prestígio crescia em Jerusalém.
Saulo ameaçou Estêvão com a autoridade do Sinédrio,
mas o pregador não se atemorizou. Para ele, não havia
autoridade maior que a de Deus.
Convidado ao debate, no Sinédrio, escusou-se,
dizendo que esse era contrário aos ensinos de Jesus.
Denunciado formalmente, então, por amigo de Saulo,
compareceu perante o Tribunal, sozinho.
33
O interrogatório foi presidido pelo próprio Saulo que,
vencido pela serenidade e paz que descobriu em
Estevão e sua convicção inabalável em Jesus, acabou
por se deixar dominar pela cólera e o esbofeteou,
repetidas vezes. A sentença final foi a morte por
apedrejamento, após quase dois meses, período em
que Estêvão foi mantido em regime carcerário.
No dia marcado para o apedrejamento, foi conduzido
às proximidades do altar dos holocaustos, no Templo.
Apresentava equimoses nas mãos e nos pés. O passo
tardio demonstrava cansaço. A barba estava crescida e
maltratada.
34
Após a leitura das acusações, antes de
pronunciar a sentença, Saulo perguntou-lhe se
estaria disposto a abjurar, com o que teria
preservada sua vida.
A resposta desassombrada do moço de Corinto
foi de que nada no mundo o faria renunciar à
tutela de Jesus. Morrer por Ele significava uma
glória.
O tumulto foi geral. Fariseus exaltados o
arrastaram, puxaram-no pela gola, e não fosse a
intervenção enérgica de força armada, ele seria
estraçalhado pela multidão furiosa.
35
Estêvão pensa em Jesus e ora. O peito se
cobre de ferimentos e o sangue flui, abundante.
Ele recita o Salmo XXIII de Davi: "O senhor é
meu pastor...Nada me faltará..".
Sentindo a presença de seus amigos espirituais
exclama, o que os Atos, no cap. 7, vers. 56,
registrou: "Eis que vejo os céus abertos e o
Cristo ressuscitado na grandeza de Deus!"
Recorda a irmã Abigail. Por onde andaria? Que
teria sido feito dela? Nunca mais a encontrara.
Abigail, noiva de Saulo, e por ele convidada
para assistir a execução chegava naquele
instante.
36
Estêvão pensa em Jesus e ora. O peito se
cobre de ferimentos e o sangue flui, abundante.
Ele recita o Salmo XXIII de Davi: "O senhor é
meu pastor...Nada me faltará..".
Recitação do Salmo XXIII
37
Salmo XXIII
“O Senhor é o meu Pastor,
Nada me faltará.
Deitar-me faz em verdes
pastos,
Guia-me mansamente
A águas mui tranqüilas,
Refrigera minhalma,
Guia-me nas veredas da
justiça
Por amor do seu nome.
Ainda que eu andasse
Pelo vale das sombras da
morte,
Não temeria mal algum,
Porque Tu estás comigo...
A Tua vara e o Teu cajado me
consolam.
Prepara-me o banquete do
amor
Na presença dos meus
inimigos,
Unges de perfume a minha
cabeça,
O meu cálice transborda de
júbilo!...
Certamente,
A bondade e a misericórdia
Seguirão todos os dias de
minha vida
E habitarei na Casa do Senhor
Por longos dias...“
38
Surpresa, reconhece o irmão e ele, ante a visão
do Cristo que olhava melancolicamente para
Saulo, a reconhece igualmente. (...)
Tanto quanto pôde, Jeziel resumiu para Abigail
sua história e lançou em sua alma as primeiras
sementes da Boa Nova.
A irmã lhe apresenta o noivo, Saulo, a quem o
moribundo contempla sem ódio e acentua:
"- Cristo os abençoe... Não tenho no teu noivo,
um inimigo, tenho um irmão... Saulo deve ser
bom e generoso, defendeu Moisés até ao fim...
Quando conhecer a Jesus, servi-lo-á com o
mesmo fervor... Sê para ele a companheira
amorosa e fiel." (3)39
Ora e Confia
Vê, irmão, que cintilam lá no céu o
amor do Pai...
Em oração agradece à vida e confia,
meu irmão,
Que a luz virá, em resposta à tua
solidão,
Revigorar teu coração. [2: BIS]
A luz virá revigorar teu coração.
40
1.1 – Sobre Paulo:
41
Os 5 Macacos.
Paulo sofre a adaptação ao meio em que
nasceu. Obstinado e determinado ele se
entregava completamente ao ideal. No
entanto ele não se sentia realizado. “Desde a
adolescência que encarecia a paz interior(...)”
Nós vivemos sobre determinados padrões
que nos moldam, e sempre que os
correspondemos recebemos um dado
positivo da sociedade, do meio em que
vivemos. Isso reforça nosso vínculo com
aquele modo de viver. A pessoa assim não
questiona o seu modo de viver. Se ajusta e
nele vive confortavelmente. Mas... 42
Quando a alma traz consigo uma certa
maturidade algo a incomoda. Algo leva-
a buscar. Há uma ansiedade, um
anseio, uma busca por algo que ela
Não identifica. Ela entra em uma crise
existencial. Um vazio. Ela não sabe o
que está acontecendo, mas ela, alma
madura no fundo, no fundo, sabe lá no
seu íntimo que ela não está satisfeita...
43
Paulo trazia essa busca pela paz interior. E
essa busca, esse anseio eram as marcas
de seu nível espiritual. Mas sua
personalidade marcante, ardorosa,
vibrante, dedicada e extremamente
inteligente, reverenciada pelos seus,
Idealista ao extremo, não conseguia abrir
mão de seu modo de vida.
44
Paulo no entanto reconhece a paz interior
de Estevão. A lógica do argumento
fundamentado no amor. A superioridade de
suas atitudes. Emmanuel narra: “Recordava os amigos mais eminentes, e em nenhum
deles encontrou qualidades morais semelhantes às
daquele jovem pregador do “Caminho”, que afrontara a
sua autoridade político-religiosa, diante de Jerusalém em
peso, desdenhando a humilhação e a morte, para morrer
depois, abençoando-lhe as resoluções iníquas e
implacáveis.”
45
Quando alguém fala algo que não combina com
nossa personalidade. É no nosso íntimo uma
apreciação apressada e equivocada ficamos tristes.
Mas quando a crítica nos irrita, nos sentimos
desafiados, precisamos estar atentos, ali está sendo
dito algo quiçá seja verdadeiro e que estamos
deixando de lado, ignorando, não querendo
confrontar. Adiando confrontos, que sabemos
exigirão mudanças. Exigirão a saída de nossa zona
de conforto.
46
O Homem Velho é sutil, imperceptível, mas é
obsoleto. A mudança exige confronto, como
não queremos confrontar, nossa raiva se
projeta para aquele que ousa, de alguma
forma, tocar nas nossas fragilidades. Ficamos
com raiva, odiamos, xingamos, excluímos do
facebook, reações abruptas que denunciam: foi
tocada uma área obscura, que nos amedronta,
que nos confronta, que nos desconforta, por
isso a reação virulenta. É uma ameaça a tudo
que fomos até agora. Uma ameaça que, talvez,
nos faça ver que temos tido escolhas erradas.
Nosso orgulho, nosso apego, nossa
“umbralinidade” não quer, não permite, não
aceita mudanças, nem arrependimentos. 47
Paulo vê a paz interior de Estevão. Sua
morte com resignação, seu perdão
sincero, sua espiritualidade. Era isso
que ele buscava, ele não via essa paz
em seus companheiros... Estevão era
exemplo, não discurso, seu amor vivido
era a sua força presencial. Estevão
acorda Paulo pelo amor, pelo exemplo.
Sem dedos em riste, sem acusação.
Estevão não se sente ofendido, pois
sabe que o ofensor está doente.
Doença grave. A ignorância espiritual do
que se é, e do por quê de se estar aqui.48
Paulo era sincero, mas inserido em
uma cultura que não lhe trazia
plenitude, não tinha a paz que a sua
maturidade intelectual, ética, espiritual
ansiava. Está em crise.
49
Suas reflexões são de alto nível. Está
envolvido por Abigail e por Estevão.
50
Privilégio?
51
Não.
52
Sintonia.
53
Essas reflexões irão culminar
no encontro com Jesus na
Estrada de Damasco.
54
Por que só Paulo vê Jesus na Estrada de
Damasco?
55
Foi uma Graça? Um Milagre?
56
Não. Como sabemos não existem
milagres. Mágicas e pirlimpimpins no
caminho do Espírito. Paulo trazia ínsito em
seu ser a maturidade espiritual. Apenas
imerso num ambiente pouco propício ao
despertar espiritual profundo. Estava preso
aos hábitos da tradição em que estava
inserido. 57
Romper com o velho, o obsoleto, o ritual
mágico, depende de uma profunda reflexão
do Ser.
A maioria de nós, poderíamos ser, se
priorizássemos completistas, mas o
orgulho, o egoísmo, os hábitos antigos, a
velha tendência em se arvorar em muletas
e não na lei do mérito, nos deixa preso ao
passado. E confortáveis.
58
Senhor que queres que eu faça
É a fala do homem novo. Sem culpas que
paralisam e sim com a responsabilidade
dos atos cometidos. Buscando não ficar
preso ao passado condenável, mas
focado na construção de um coração
novo.
59
Seria ainda Estêvão que, ao lado de Jesus, e de
Abigail (desencarnada pouco depois do irmão,
acometida de febre) viria receber Paulo, liberto dos
laços da carne, consumada a sua decapitação.
Estêvão abraça o antigo perseguidor, agora Servidor
de Jesus, com efusão.
"E assim unidos, ditosos, os fiéis trabalhadores do
Evangelho da redenção seguiram as pegadas do
Cristo, em demanda às esferas da Verdade e da
Luz..." (4)
60
A obra mostra que o trabalho gigantesco de
Paulo, fincando as nobres ideias do plano
superior na Terra, é um trabalho de equipe.
o Apóstolo não poderia chegar a essa
possibilidade em ação isolada no mundo. Sem
Estevão, diz, não teríamos Paulo de Tarso.
61
O grande mártir do Cristianismo nascente
alcançou influência muito mais vasta na
experiência paulina, do que poderíamos
imaginar tão-só pelos textos conhecidos nos
estudos terrestres. A vida de ambos está
entrelaçada com misteriosa beleza. A contribuição
de Estevão e de outras personagens desta
história real vem confirmar a necessidade e a
universalidade da lei de cooperação.
Aliás, sem cooperação, não poderia existir
amor; e o amor é a força de Deus, que
equilibra o Universo.”
62
Primeiro se regenerar, depois, pelo
exemplo auxiliar os outros com amor.
Eis o caminho que nos está proposto.
63
Jesus mostra uma grande lição nessa obra, ao
juntar Estevão e Paulo. Vítima e algoz, em uma
dupla de trabalho espiritual. Paulo no mundo
físico e Estevão no mundo espiritual. Uma lição
fundamental para nós, de que precisaremos, se
quisermos realmente trabalhar pela regeneração
planetária, abrir nossos corações e receber à
todos de forma profunda. Eliminando de nossas
almas toda raiva, toda indiferença, toda mágoa,
toda disputa. O mundo de Regeneração já
aparece no horizonte, mas espíritas urge a
necessidade de ouvir o Chamado. 64
Chamado Marielza Tiscate
Então Ele veio
E disse já é hora de seguir
E indicou o caminho tortuoso
Mostrou as pedras e os
espinhos
E quando viu
Que o medo assolava os
nossos corações
Nos fez olhar o sol atrás dos
montes
Só disse: "Confiem e vão"
Então viemos
Porque ninguém resiste ao Seu
chamado
Voltamos à terra mãe que nos
abriga
Por Seu Amor, haveremos de
amar
E ao final da luta,
Ele haverá de estar nos
esperando
E erguerá a voz ao Pai num
hino
E então dirá: "Eis os Teus
filhos enfim em paz!"
Então viemos
Porque ninguém resiste ao Seu
chamado
Porque ninguém resiste ao Seu
chamado
65