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Guia Tcnico

Segurana e Higiene noTrabalho

Volume V Riscos deIncndio

um Guia Tcnico de O Portal da Construo

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Fevereiro de 2008

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ndice

1.Conceitos gerais ..................... 3

2. Combusto ................ 4

3. Riscos de Incndio .................... 6

4. Classificao de Incndios ............ 8

5. Processos de Extinode Incndios ................. 9

6. Agentes Extintores .................. 10

Sobre os autores deste Guia Tcnico ... 12

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1. ConceitosGerais

Quando falamos de fogo, normal falarmos dele enquanto umfenmeno provocado por um tringulo, composto pelosseguintes elementos:

Comburente o oxignio, um dos constituintes doar;

Combustvel Pode ser lquido (gasolina, lcois,dissolventes, etc...), gs (natural, butano, propano, etc...)ou slido (madeira, papel, plstico, etc...);

Energia de Activao Quantidade de energia,normalmente sobre a forma de calor, que necessrio fornecerao combustvel para elevar a sua temperatura at ao ponto emque a reaco de combusto se pode iniciar e continuar atque todas as molculas tenham reagido.

Actualmente, tambm j se pode encarar o fogo como umtetraedro, acrescentando a Reaco em Cadeia aos trsanteriores elementos.

O incndio desenvolve-se normalmente nas seguintes fases:

-Incio: caracteriza-se por baixa temperatura, fumosincipientes e chamas pouco visveis;

- Desenvolvimento: caracteriza-se pelo incremento detemperatura, com desenvolvimento de fumos e chamas;

- Ignio total: caracteriza-se pela inflamao dosmateriais combustveis;

- Propagao do fogo: caracteriza-se por ser umasituao incontrolvel;

- Extino do incndio: ocorre aps o consumo totaldo combustvel.



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2. CombustoA combusto um fenmeno que envolve reaces qumicasde oxidao fortemente exotrmicas, frequentementeacompanhadas pela emisso de luz e que ocorre entre duas

substncias, o Combustvel e o Comburente.

A combusto pode ser de trs tipos:

Reaco LentaOcorre entre algumas substncias e o oxignio e requeralgumas semanas ou meses para a sua completa efectivao.As quantidades de calor libertadas so pouco significativas enum espao de tempo muito grande.Podemos dar como exemplo a oxidao dos metais.

Reaco Rpida

Ocorre rapidamente. O calor gerado a uma taxa de valorsuperior qual dissipado, sendo que as quantidades de calorlibertadas so significativas e num espao de tempo muitocurto.Podemos dar como exemplo a combusto da gasolina.

Reaco Instantnea (Exploso)Resulta duma sbita e violenta expanso de gases, que podem

j existir ou ser gerados na altura da exploso.A exploso sempre acompanhada de ondas de choque e/ouruptura de estruturas.A exploso pode dar-se por deflagrao (quando a velocidadede propagao da frente de chama se desloca a umavelocidade inferior da propagao do som no ar) ou pordetonao (quando a velocidade de propagao da frente dachama se desloca a uma velocidade superior da propagaodo som no ar).

Produtos da Combusto

CalorAfecta as pessoas na razo directa da sua intensidade e

do tempo de exposio.



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O Portal da ConstruoChamasSo a parte visvel de um fogo, permitindo-nos ter uma

ideia do combustvel presente atravs da sua cor.

FumosPartculas slidas semi-queimadas que se encontram em

suspenso nos gases. Se o fumo for preto, indicia excesso decombustvel, se o fumo for branco, indicia excesso decomburente.

GasesAqui h a destacar o Monxido de Carbono, que

formado nas combustes incompletas. Este gs particularmente perigoso porque incolor e inodoro, sendo oprincipal causador de vtimas nos incndios.

Limites de Inflamabilidade

O Limite Inferior de Inflamabilidade a concentraomxima de vapores combustveis no ar abaixo da qual noexiste combusto, em virtude da mistura ser demasiado pobreem vapores combustveis.

O Limite Superior de Inflamabilidade, por seu turno, aconcentrao mnima de vapores combustveis no ar acima daqual no existe combusto, em virtude da mistura serdemasiado rica em vapores combustveis.

Os factores que influenciam o domnio da explosividade so:

-Aumento da presso e/ou temperatura;-Diminuio da presso e/ou temperatura:-Diminuio da percentagem de oxignio.

Temperaturas de Referncia

Ponto de InflamaoTemperatura mnima qual uma substncia liberta vaporescombustveis, que quando misturados com um comburente, ena presena de uma fonte de energia, se inflamam, apagando-se de seguida, quando se retira a fonte de calor.

Ponto de CombustoTemperatura mnima qual uma substncia liberta vaporescombustveis que, quando misturados com um comburente ena presena de uma fonte de energia entram em combusto,permanecendo assim mesmo quando se retira a fonte de calor.

Ponto de IgnioTemperatura mnima qual uma substncia liberta vaporescombustveis em quantidade suficiente para se auto-

inflamarem, quando misturados com um comburente.



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3. Riscos deIncndio

O risco de incndio num determinado local depende daquantidade e da qualidade do combustvel a existente.Est directamente relacionado com trs factores:

- Poder Calorfico (quantidade de calor libertada pelacombusto completa de uma unidade de massa combustvel);

- Potencial Calorfico (quantidade de calor susceptvelde ser libertada pela combusto completa de um corpo);

- Carga de Incndio (potencial calorfico da totalidadedos materiais combustveis contidos num espao,compreendendo o revestimento das paredes, divisrias,soalhos e tectos).

Para esta equao h tambm que considerar a Densidade daCarga, correspondente carga de incndios por unidade de

rea e importante para avaliar o risco de incndio e estudar osmeios de interveno.

Comportamento ao fogo dos materiais e elementos deconstruo

O comportamento ao fogo mede-se pela reaco eresistncia ao fogo que os elementos e materiaisapresentam.

A reaco ao fogo o contributo que um material pode dar

a um incndio e ao seu desenvolvimento -Combustibilidade.Os materiais so classificados numa escala que variaentre materiais no combustveis e materiais facilmenteinflamveis.

A resistncia ao fogo o tempo durante o qual umelemento sujeito ao efeitos de um incndio mantm assuas propriedades de resistncia fsica e mecnica paraque foi dimensionado.



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Locais e equipamentos mais vulnerveis a incndios:

Em Equipamentos e Sistemas Industriais:Armazenagem de Matria Prima;Caldeiras;Condutas a presso isobrica;

Cogerao;Corte, plasma e soldadura;Depsitos a presso e isobrica;Equipamentos laboratoriais;Geradores de energia;Mquinas Elctricas;Produo de vapor;Sala de mquinas;Sistemas de electrlise;Transformadores.

Em equipamentos e sistemas elctricos:

Grupos Geradores:Fugas de leo;Manmetros e pressostatos descalibrados;Deficincia no controle e regulao dos sistemas;Falta de manuteno.

Cablagens Elctricas:Estado de conservao;Dimensionamento;Ligao a extenses;Tomadas, disjuntores e interruptores envelhecidos.

Em equipamentos e sistemas AVAC:Caldeiras (elctricas, gs ou a diesel)Derrames ou fugas;Excesso de temperatura;Manuteno.



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4. Classificaodos IncndiosA classificao dos incndios pode ser feita segundo a

natureza do seu combustvel ou o modo como semanifestam.

De acordo com a natureza do seu combustvel, os fogos podemser:

Classe A SlidosClasse B Lquidos e Slidos LiquidificveisClasse C GasesClasse D - Metais

Em funo da forma como se manifestam, podemos encontrartrs sub-classificaes:

Segundo o foco em que se produzem;Segundo o seu tamanho;Segundo o local onde se desenrolam.

Segundo o foco em que se produzem, os fogos podem serplanos, verticais ou alimentados (neste caso, um fogovertical ou horizontal alimentado por um combustvelprocedente de depsitos que no esto em contacto directocom o incndio).

Segundo o seu tamanho, os fogos podem ser pequenos (reada superfcie activa das chamas menor que 4 m2), mdios(rea entre 4 e 102), grandes (rea entre 10 e 1002) e deenvergadura (rea maior que 1002).

Segundo o local onde se desenvolvem, os incndios podem serinteriores ou exteriores.



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5. Processos deExtino deIncndios

Existem quatro processos de extino de incndios, comoiremos ver de seguida.

ArrefecimentoO abaixamento da temperatura de um incndio provoca odesaparecimento da energia da activao do tetraedro do fogo.Este processo implica o uso de um agente extintor com grandecapacidade de absoro de energia, sendo que aqui adesenfumagem tem um papel importante.

Disperso / CarnciaConsiste na remoo do combustvel da situao que omantm em presena simultnea com os outros elementos dotetraedro do fogo.

Asfixia / Abafamento a supresso ou diminuio do comburente. apenas eficazem fogos de pequenas dimenses, sendo um processo obtidoatravs da projeco de gases inertes.

InibioConsiste em impedir a transmisso de calor de umas partculaspara outras do combustvel, interpondo elementoscatalisadores entre elas.Este processo implica a utilizao de extintores base decompostos qumicos que reagem com os diferentescomponentes dos vapores combustveis, neutralizando-os.



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6. AgentesExtintores

Os extintores constituem os meios de primeira intervenopara os incndios. A sua eficcia depende do bom

posicionamento, do tipo apropriado, da deteco do fogo nasua fase inicial e na habituao do utilizador.

Um extintor pode ser definido como um aparelho que contmum agente extintor, o qual dirigido e projectado sobre o fogo,por aco de uma presso interna.

Os extintores so classificados segundo o agente extintor (maisdetalhes abaixo), a mobilidade (portteis ou mveis), o modode funcionamento (presso permanente ou de colocao empresso no momento da utilizao), a durao defuncionamento ( o espao de tempo durante o qual se realiza

a projeco do agente extintor sem interrupes, estando avlvula totalmente aberta e no sendo tomado emconsiderao o gs propulsor. Dependendo do peso do extintor,pode ir dos 6 aos 15 segundos) e a eficcia da extino.

Os Agentes Extintores podem ser dos seguintes tipos:

Extintores de gua (extinguem por arrefecimentoe/ou asfixia. No podem ser utilizados em equipamentoselctricos sob tenso);

Extintores de Espuma (extinguem por abafamento e

arrefecimento. No podem ser utilizados na presena decorrente elctrica de baixa tenso);

Extintores de Dixido de Carbono (extinguem porasfixia e arrefecimento);

Extintores de P Qumico (extinguem por inibio.No devem ser utilizados em mecanismos sensveis ao p e eminstalaes electrnicas);

Extintores de Produtos Halogenizados (extinguematravs de reaces qumicas sobre as reaces em cadeia dacombusto).



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7. Continua...

A utilizao dos extintores em nada invalida, bem pelocontrrio, a utilizao de proteco respiratria no combate aincndios.

Alm dos extintores, existem vrios equipamentos e sistemasde segurana contra incndios:

Rede de Incndio armada (RIA);Sistemas Automticos de Deteco de Incndios;Sistemas Automticos de Deteco de Gs;Sistemas Automticos de Extino de Incndios;Sistemas de Desenfumagem;Iluminao de Emergncia;Sinalizao de Segurana.

No perca, no ms de Maro de 2008, o prximo volume desteGuia Tcnico dO Portal da Construo, sobre o tema RiscosQumicos.



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