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CENTRO UNIVERSITÁRIO POSITIVO NÚCLEO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS ENGENHARIA DA COMPUTAÇÃO SISTEMA DE MEDIÇÃO DA ESPESSURA DA CAMADA MUSCULAR E ADIPOSA VIA ULTRA-SOM Lucas Kalache Monografia apresentada à disciplina de Projeto Final como requisito parcial à conclusão do Curso de Engenharia da Computação, orientada pelo Prof. Maurício Perretto. UNICENP/NCET Curitiba 2007

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CENTRO UNIVERSITÁRIO POSITIVO

NÚCLEO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS

ENGENHARIA DA COMPUTAÇÃO

SISTEMA DE MEDIÇÃO DA ESPESSURA DA CAMADA

MUSCULAR E ADIPOSA VIA ULTRA-SOM

Lucas Kalache

Monografia apresentada à disciplina de Projeto Final como requisito parcial à conclusão

do Curso de Engenharia da Computação, orientada pelo Prof. Maurício Perretto.

UNICENP/NCET

Curitiba

2007

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TERMO DE APROVAÇÃO

Lucas Kalache

SISTEMA DE MEDIÇÃO DA ESPESSURA DA CAMADA MUSCULAR E ADIPOSA VIA ULTRA-SOM

Monografia aprovada como requisito parcial à conclusão do curso de Engenharia da Computação

do Centro Universitário Positivo, pela seguinte banca examinadora:

Prof. Maurício Perretto (Orientador) Prof. José Carlos da Cunha Prof. Marcelo Micokz Gonçalves

Curitiba, 15 de Dezembro de 2007.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a André Pepino, Eduardo Straube, Paulo Alves e Paulo Roberto, que me

apoiaram ao longo de todo o desenvolvimento do meu projeto.

A minha família por compreender todos os momentos difíceis que passei durante o ano

todo e sempre me incentivarem com palavras de carinho e motivação. Agradeço, principalmente,

a minha mãe e meu pai, Cinthia e João, pelo sacrifício que fizeram para proporcionar-me

condições de estudar.

Agradeço a Maurício Perretto, pela orientação do projeto, e a José Carlos da Cunha por

ter me ajudado na busca pelo transdutor.

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RESUMO

Este projeto visa à construção de um sistema de medição das camadas adiposa e muscular

através de ultra-som. Tem como finalidade ser um sistema portátil e de baixo custo. O sistema

proporciona além das medições das camadas, o acompanhamento do tratamento nutricional do

paciente através de gráficos.

O hardware é composto basicamente por três partes: a aquisição, o tratamento e o

processamento do sinal. A parte da aquisição consiste em um oscilador para o funcionamento do

transdutor de ultra-som, que emite e detecta ondas ultra-sônicas. A parte de tratamento do sinal é

composta por filtros analógicos, amplificadores operacionais, detectores de pico e um retificador

de onda. Esses circuitos tem como objetivo limpar o sinal de possíveis ruídos, eliminando

freqüências não desejadas no sistema, e prepará-lo para o processamento, que determina o tempo

total dos ecos do sinal de ultra-som.

O software permite que o usuário cadastre pacientes em seu banco de dados, e visualize

informações de consultas passadas. Proporciona também a leitura de dados, recebendo através da

porta serial as informações coletadas pelo hardware.

Palavras Chave: Ultra-som, camada adiposa, camada muscular, medição.

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ABSTRACT

This project aims to build a system for measuring adipose and muscle layers using

ultrasound. The main goal is to create a portable system at low costs. The system provides not

only accurate measurements of these layers, but also provides records for long term monitoring

the patients through graphics.

The hardware has basically three parts: the acquisition, the treatment, and the signal

processing. The first one is an oscillator that makes the ultrasound transducer work. This

ultrasound transducer emits and detects ultrasonic waves. The second part is made of electronic

filters, operational amplifiers, peak detectors, and a wave rectifier used for cleaning any possible

clang, eliminating any undesirable frequencies from the system, and preparing it for processing,

which ultimately determines the total time of the ultrasound signal echoes.

The software includes a database, which allows the user to file information on each

patient and visualize data from previous appointments. The data collected by the hardware is

transmitted to the software through the serial port.

Key words: Ultrasound, adipose layer, muscle layer, measurement.

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SUMÁRIO

RESUMO ....................................................................................................................................... 4

ABSTRACT ................................................................................................................................... 5

LISTA DE FIGURAS ................................................................................................................... 8

LISTA DE TABELAS ................................................................................................................. 10

LISTA DE SIGLAS ..................................................................................................................... 11

LISTA DE SÍMBOLOS .............................................................................................................. 12

CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO ................................................................................................ 13

CAPÍTULO 2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................. 15

2.1 - TECIDO ADIPOSO ................................................................................................................ 15

2.2 – TECIDO MUSCULAR ............................................................................................................ 16

2.3 - HARDWARE ......................................................................................................................... 18

2.3.1 - Ultra-som .................................................................................................................... 18

2.3.1.1 - Modo A ................................................................................................................................................................ 19

2.3.1.2 – Modo B ............................................................................................................................................................... 20

2.3.1.3 – Modo M............................................................................................................................................................... 23

2.3.1.3 – Doppler contínuo ou Pulsado .............................................................................................................................. 24

2.3.2 - Transdutor Piezoelétrico ............................................................................................. 27

2.3.3 – Filtros ......................................................................................................................... 28

2.3.3.1 – Filtro Passa-Baixa de Segunda Ordem ................................................................................................................ 29

2.3.3.2 – Filtros de Ordem Superior à Segunda Ordem ...................................................................................................... 31

2.3.3.3 – Filtros Passa-Faixa .............................................................................................................................................. 32

2.3.4 - Detector de Pico .......................................................................................................... 33

2.3.5 – Oscilador com Ponte de Wien .................................................................................... 35

2.3.5.1 – Ponte de Wien ..................................................................................................................................................... 35

2.3.5.1 – Oscilador com Ponte de Wien ............................................................................................................................. 36

2.3.6 – Microcontrolador ....................................................................................................... 38

2.4 - SOFTWARE .......................................................................................................................... 39

2.4.1 – Programação em Camadas ........................................................................................ 39

2.5 – CRONOGRAMA .................................................................................................................... 41

2.6 – CUSTOS ESTIMADOS ........................................................................................................... 42

CAPÍTULO 3 – ESPECIFICAÇÃO DO PROJETO ............................................................... 45

3.1 - HARDWARE ......................................................................................................................... 45

3.2 - SOFTWARE ......................................................................................................................... 47

CAPÍTULO 4 – PROJETO DE HARDWARE ........................................................................ 50

4.1 - DETECTOR DE PICO ............................................................................................................. 51

4.2 - MICROCONTROLADOR ........................................................................................................ 52

4.3 - INTERFACE SERIAL .............................................................................................................. 54

4.4 – SIMULAÇÃO DO SINAL ........................................................................................................ 55

4.5 – FILTRO PASSA-FAIXA ......................................................................................................... 57

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4.6 – OSCILADOR COM PONTE DE WIEN ...................................................................................... 58

4.7 – FONTE DE ALIMENTAÇÃO ................................................................................................... 59

CAPÍTULO 5 – PROJETO DE SOFTWARE ......................................................................... 60

5.1 – CASOS DE USO ................................................................................................................... 60

5.2 – DIAGRAMA DE SEQUÊNCIA ................................................................................................. 62

CAPÍTULO 6 - RESULTADOS ................................................................................................ 64

6.1 – TESTES COM O TRANDUTOR DE ULTRA-SOM DE UM DETECTOR FETAL ................................ 64

6.2 – TESTES COM CRISTAIS PIEZOELÉTRICOS EM FORMA DE PASTILHA ....................................... 66

6.3 – TESTES COM SIMULADOR DE ONDAS ................................................................................... 68

CAPÍTULO 7 - CONCLUSÃO .................................................................................................. 70

7.1 – ASPECTOS POSITIVOS ......................................................................................................... 70

7.2 – ASPECTOS NEGATIVOS ....................................................................................................... 70

7.3 – DESENVOLVIMENTOS FUTUROS .......................................................................................... 71

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................................... 72

ANEXO A - MANUAL DO PROJETO .................................................................................... 74

ANEXO B - ARTIGO ................................................................................................................. 75

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Tecido Adiposo (SERNIK, 1999). ................................................................................. 15

Figura 2: Tecido Muscular (SERNIK, 1999). ............................................................................... 16

Figura 3: Tipos dos Músculos (SERNIK, 1999). .......................................................................... 17

Figura 4: Exemplo de um circuito Modo A (GEMA, 2002). ........................................................ 19

Figura 5: Linha do modo B a partir do modo A (GEMA, 2002). ................................................. 21

Figura 6: Diagrama em blocos do modo B (GEMA, 2002). ......................................................... 21

Figura 7: Varredura Mecânica (GEMA, 2002). ............................................................................ 22

Figura 8: Mecanismo de Funcionamento (GEMA, 2002). ............................................................ 23

Figura 9: Configuração de equipamento Modo M (GEMA, 2002). .............................................. 24

Figura 10: Diagrama em blocos de um sistema de Doppler Genérico (GEMA, 2002). ............... 25

Figura 11: Exemplo de um transdutor piezoelétrico visto por dentro (Pertence, 2003). .............. 27

Figura 12: PB MFB de segunda ordem (Pertence, 2003). ............................................................ 29

Figura 13: Filtros de ordem superior (Pertence, 2003). ................................................................ 31

Figura 14: Filtro Passa-Faixa (Pertence, 2003). ............................................................................ 32

Figura 15: Gráfico de funcionamento do detector de pico ............................................................ 33

Figura 16: Circuito Básico ............................................................................................................ 33

Figura 17: Circuito não-inversor melhorado (Pertence, 2003). .................................................... 34

Figura 18: Ponte de Wien (Pertence, 2003). ................................................................................. 35

Figura 19: Ponte de Wien com Amplificador Operacional (Pertence, 2003). .............................. 36

Figura 20: Circuito melhorado do oscilador de ponte de Wien (Pertence, 2003). ........................ 37

Figura 21: Modelo de Programação em Camadas ........................................................................ 40

Figura 22: Diagrama em blocos de como funciona o hardware .................................................... 45

Figura 23: Forma como o transdutor funciona no projeto ............................................................ 46

Figura 24: Fluxograma de como o software funciona ................................................................... 48

Figura 25: Diagrama em blocos do Hardware .............................................................................. 50

Figura 26: Esquemático do detector de pico ................................................................................. 51

Figura 27: Esquemático do microcontrolador PIC16F877 ........................................................... 52

Figura 28: Fluxograma do Firmware ............................................................................................ 53

Figura 29: Esquemático conversor serial ...................................................................................... 54

Figura 30: Esquemático do simulador ........................................................................................... 55

Figura 31: Simulação de onda do oscilador. ................................................................................. 56

Figura 32: Simulação dos ecos. ..................................................................................................... 56

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Figura 33: Esquemático do filtro PF ............................................................................................. 57

Figura 34: esquemático do oscilador ............................................................................................. 58

Figura 35: Fonte de Alimentação .................................................................................................. 59

Figura 36: Ilustração dos Casos de Uso ........................................................................................ 60

Figura 37: Diagrama de Seqüência do caso de uso Gerenciar Pacientes ...................................... 62

Figura 38: Diagrama de Seqüência do caso de uso Medir. ........................................................... 63

Figura 39: Diagrama de Seqüência do caso de uso Consultar. ..................................................... 63

Figura 40: Circuito chaveador Teste ............................................................................................. 65

Figura 41: Cristal Piezoelétrico em forma de pastilha .................................................................. 66

Figura 42: Como foi conectado as pastilhas .................................................................................. 66

Figura 43: Posição de testes .......................................................................................................... 67

Figura 44: Protótipo com Simulador ............................................................................................. 68

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Valores até ordem 8.......................................................................................................30

Tabela 2: Valores até ordem 6.......................................................................................................31

Tabela 3: Custos com mão de obra ...............................................................................................42

Tabela 4: Custos com Materiais de Trabalho................................................................................42

Tabela 5: Custos com Insumos......................................................................................................43

Tabela 6: Custos com impostos e Total de Custos.......................................................................44

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LISTA DE SIGLAS

NCET - Núcleo de Ciências Exatas e Tecnológicas

UNICENP – Centro Universitário Positivo

PF – Filtro Passa - Faixa

PA – Filtro Passa - Alta

PB – Filtro Passa - Baixa

RF – Filtro Rejeita - Faixa

MFB – Multiple Feedback

VCVS – Voltage-controlled voltage source

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LISTA DE SÍMBOLOS

V – Volts

Ω - ohms

kHz – Kilo Hertz

MHz – Mega Hertz

A – Amplitude

λ – Comprimento de onda

T – Período

c – Velocidade de Propagação

K – Ganho do circuito

∆s – Distância percorrida

∆t – Tempo gasto

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CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO

Segundo pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), nas últimas

três décadas os brasileiros vêm engordando, graças a novos e piores métodos alimentares. O país

tem cerca de 38,6 milhões de pessoas com peso acima do recomendado. Deste total, 10,5

milhões são considerados obesos. E é crescente o número de pessoas que procuram tratamento

especializado para esse tipo de problema. Esse tipo de cliente deseja resultados rápidos, e para

que isso aconteça é necessário um diagnóstico rápido e preciso. Estudos comprovam como o

peso afeta o dia de pessoas obesas, como o artigo Obesidade: Realidades e Indagações de Lia

Ades e Rachel Rodrigues Kerbauy do Instituto de Psicologia da USP, onde são analisados os

efeitos de tratamento a curto e longo prazo para esse tipo de caso.

Este projeto visa desenvolver um sistema de auxílio para a aquisição de dados sobre a

espessura das camadas adiposa e muscular. De forma que o médico decida com maior precisão o

tipo de tratamento, medicamento, alimentação, entre outros, cruzando informações de medidas

adquiridas pelo sistema no corpo do paciente com informações fisiológicas ideais para este.

O hardware do sistema é basicamente composto por: um sensor de ultra-som que faz a

aquisição dos sinais referentes às freqüências em que a camada de gordura e a muscular

refletirão a onda mecânica do ultra-som, e um microcontrolador para fazer a recepção dos dados

do sensor e enviá-los para o computador.

O software apresentará as medições realizadas pelo hardware e ajudará o diagnóstico,

informando as condições ideais, que variam a cada paciente, com relação ao peso, idade e altura.

O usuário pode armazenar todas as informações do paciente em um banco de dados, e

acompanhar a evolução do paciente ao decorrer do tratamento.

A falta de um sistema de medição por ultra-som para dados mais precisos tanto da

espessura da camada de gordura, mas principalmente da camada muscular, fortalece a

necessidade de desenvolver um sistema brasileiro. Esse tem como meta o baixo custo final, pois

o equipamento disponível hoje no mercado nacional é de origem estrangeira, e tem um preço

muito elevado.

Vários motivos foram considerados para que o ultra-som fosse escolhido como a forma de

aquisição de dados. É uma técnica de baixo custo para obtenção de imagens em tempo real, as

quais fornecem informações sobre as propriedades elásticas dos tecidos. Além disso, é um

método não invasivo e não possui propriedades ionizantes como os raios X.

O software e o hardware foram desenvolvidos em paralelo até a fase em que são feitos os

testes de integracão das duas unidades. O principal objetivo foi completar o hardware, com a

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aquisição do sinal, tratamento do mesmo, análise pelo microprocessador e após o resultado,

transmitir os dados para o computador através de uma interface serial. Após, aprimorar a

interface gráfica do software e calibrar o sistema.

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CAPÍTULO 2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 - Tecido Adiposo

O tecido adiposo, ou gorduroso, é um tipo de tecido conjuntivo frouxo no qual

fibroblastos aumentam de tamanho e armazenam gordura. O tecido adiposo forma a camada que

reveste internamente a pele, conhecida como camada subcutânea. Em virtude de sua localização,

o tecido adiposo pode isolar o organismo das temperaturas do meio externo. Ele se forma a partir

de agrupamentos de células do tecido conjuntivo reticular altamente vascularizado, no qual

ocorrem depósitos de gordura. A gordura se acumula no interior do citoplasma das células

reticulares que posteriormente perdem os prolongamentos citoplasmáticos e se tornam esféricas.

A classificação do tecido adiposo se baseia na função exercida pelo tecido, na sua

localização e principalmente pela forma de organização e pigmentação dos grânulos de gordura

intracitoplasmáticos. Assim sendo, encontramos dois tipos diferentes de tecido adiposo: o branco

ou o pardo.

O tecido adiposo branco ou unilocular, caracterizado por um rico suprimento sanguíneo e

diferenciando-se de outros tipos de tecido conjuntivo por apresentar como seu principal

componente as células em escassa quantidade de substância fundamental, e o tecido adiposo

pardo ou multilocular, onde sua característica mais notável é a presença de múltiplas e pequenas

gotículas lipídicas individuais, distribuídas por todo o citoplasma (STOLK, 2001).

A Figura 1 mostra o tecido adiposo e aponta as células adiposas.

Figura 1: Tecido Adiposo (SERNIK, 1999).

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2.2 – Tecido Muscular

O tecido muscular é, individualmente, a maior massa de tecido corporal, correspondendo

a 40 – 45% do peso do indivíduo. Pode ser dividido em elementos elásticos e inelásticos. Os

elásticos são constituídos pelas fibras musculares que se reúnem para formar os fascículos que,

por sua vez, darão origem ao músculo propriamente dito. As estruturas inelásticas são compostas

pelos tecidos de conexão e pelas fáscias musculares que formam verdadeiras bainhas ao redor

dos elementos elásticos. Assim, envolvendo cada fibra muscular, tem-se o endomísio, que

consiste de uma extensa rede de capilares e nervos. Circulando os fascículos, encontra-se o

perimísio, que incluem em sua formação vasos sanguíneos, nervos, tecido conjuntivo e adiposo.

A Figura 2 demonstra a constituição da fibra muscular.

Figura 2: Tecido Muscular (SERNIK, 1999).

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17

A arquitetura muscular é fundamental para a determinação de sua função. Os fascículos,

em geral, orientam-se obliquamente ao maior eixo longitudinal do músculo, em várias

disposições, e cada uma dessas configurações permite um tipo de movimento e de resistência

muscular. Como exemplo, têm-se os músculos pararelos, unipeniformes, bipeniformes,

circumpeniformes e fusiformes, ilustrados na Figura 3.

Figura 3: Tipos dos Músculos (SERNIK, 1999).

Os músculos peniformes(uni, bi ou circumpeniformes) são menos suscetíveis a

estiramentos. Possuem maior força de contração devido a sua organização, fazendo com que haja

recrutamento de um maior número de fibras curtas em paralelo. Permitem levantar um peso

maior em distâncias menores e são observados principalmente nos membros.

Cada músculo é composto por, pelo menos, um ventre que apresenta uma origem e uma

inserção. Origina-se do osso ou do tecido conjuntivo denso, diretamente ou através de um

tendão, inserindo-se distalmente em uma estrutura óssea por meio de outro tendão (SERNIK,

1999).

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2.3 - Hardware

2.3.1 - Ultra-som

Ultra-som é definido como qualquer onda sonora com freqüência maior que 20 kHz, este é

o limite audível pelo ouvido humano. Suas aplicações técnicas remontam ao desenvolvimento

tecnológico do período entre guerras e, ao desenvolvimento dos sonares utilizados na detecção

de submarinos e de cardumes de peixes na pesca industrial. Nessa época, surgiram os trabalhos

pioneiros da utilização do ultra-som no diagnostico médico, a partir do trabalho dos irmãos

Dussik, na Áustria, durante a década de 30.

Aplicado ao diagnóstico médico:

• Mostra os tecidos, vasos sangüíneos, órgãos internos e seus movimentos, por meio

da ultra-sonografia.

• Torna audível o movimento do sangue por meio do efeito Doppler.

O ultra-som consiste em vibrações mecânicas de comportamento periódico, ou seja, uma

onda que se propaga longitudinalmente através de um meio material. Consiste fundamentalmente

em transmissão de energia cinética, sem transmissão de matéria associada. É gerada pela

aplicação de um sinal elétrico a um dispositivo transdutor com características piezoelétricas. O

sinal elétrico é um pulso de curta duração, uma salva de senóides ou ondas retangulares.

Diferenças de pressão periódicas em determinado meio propagam-se ao longo desse,

constituindo as ondas sonoras, sem que as partículas desse meio sejam deslocadas durante o

processo.

Podemos representar graficamente este fenômeno como uma senóide em que picos e vales

correspondem às situações de compressão e rarefação do meio submetido à onda acústica.

Variáveis acústicas que determinam o comportamento de propagação de uma onda sonora

são: pressão no meio de propagação e pressão desenvolvida pela própria onda sonora, densidade

do meio de propagação, temperatura do meio de propagação e movimentação de partículas.

Abaixo, apresenta-se em uma relação de parâmetros de caracterização do ultra-som:

• Período (T) – é o tempo necessário para que o sinal do ultra-som volte a se repetir.

• Comprimento de onda (λ) - é a distância entre valores repetidos num padrão de

onda.

• Freqüência (f) – número de períodos por segundo, medido em Hertz (Hz).

• Intensidade – é a potencia de uma onda sonora em dada área de propagação.

• Amplitude (a) - é uma medida escalar não negativa da magnitude de oscilação de

uma onda.

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Velocidade de Propagação (c) – velocidade com que a variável acústica se propaga ao

longo de um determinado meio. Fatores determinantes são a densidade (massa por volume) e a

rigidez do meio.

Na ultra-sonografia utilizamos estes parâmetros para adquirir uma medida a partir dos ecos

gerados pelas interfaces existentes na amostra analisada, que no caso serão o músculo e a

gordura. A ultra-sonografia é um método de excitação-resposta. Ou seja, um pulso ultra-sônico é

transmitido por meio de amostra, e os ecos gerados pelas diversas interfaces nesta amostra são

detectados e processados na forma de medidas. O comportamento de reflexão dessas interfaces

depende das impedâncias acústicas dos meios que se encontram nesta interface.

Esse projeto usa duas freqüências diferentes de ultra-som, pois temos duas estruturas

diferentes para serem medidas. Porém, usar-se-á o mesmo princípio para efetuar a medição das

duas camadas, o princípio da reflexão.

2.3.1.1 - Modo A

Esse modo, como os demais (exceto o Doppler contínuo), tem como base a técnica pulso-

eco, na qual um pulso de ultra-som de curta duração é transmitido por um transdutor. Esse pulso

viaja através do meio que está sendo investigado. E, toda vez que ocorre mudança da impedância

acústica do meio, ocorrem reflexões que podem ser captadas pelo mesmo transdutor. O tempo

decorrido entre a transmissão do pulso, e a recepção do eco é proporcional à profundidade de

penetração. O que possibilita o mapeamento unidimensional das interfaces na direção de

propagação do campo. A Figura 4 demonstra o circuito do modo A.

Figura 4: Exemplo de um circuito Modo A (GEMA, 2002).

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O circuito aplica um pulso de curta duração (entre 10ns e 500ns, dependendo da freqüência

do transdutor) e alta amplitude (da ordem de centenas de volts) ao transdutor, através do circuito

de chaveamento T/R. Esse, por sua vez, isola os circuitos de recepção durante a aplicação do

pulso de alta energia para evitar saturação, sobrecarga e danos dos mesmos. E durante a

recepção, deixa passar os ecos de baixa amplitude (da ordem de 1 mV a 200 mV, dependendo da

atenuação do meio e da energia inicial aplicada ao transdutor).

O transdutor gera uma onda ultra-sônica (pulso incidente) que se propaga no tecido e sofre

reflexões nas interfaces dos meios 1 e 2 (Z1/Z2 e Z2/Z1). Os ecos gerados nessas interfaces são

captados pelo transdutor (que passa a operar como receptor), amplificados e condicionados nos

circuitos de recepção. Para tanto são usados circuitos demoduladores, que geram a envoltória do

sinal, controle de ganho variável com o tempo, circuitos que fazem compressão logarítmica para

permitir que ecos muito longos ou muito curtos sejam mostrados na mesma escala,

comparadores de limiar, filtros analógicos.

Existem mais três modos de funcionamento do ultra-som, que são o Modo B, que gera

imagens bidimensionais, o Modo M, que analisa quali e quantitativamente movimentos e

estruturas e Modo Doppler Contínuo, que é usado quando há um movimento relativo entre a

fonte emissora e a receptora.

2.3.1.2 – Modo B

O Modo B produz uma imagem bidimensional pela combinação dos sinais do modo A

em várias direções, obtidos pelo deslocamento mecânico do transdutor. A posição do transdutor

é determinada pelo ângulo entre a armação, que serve para sustentar e direcionar o mesmo, e

uma determinada referência.

Este modo pode ser melhor entendido considerando-se uma linha no modo A, modificada

de tal forma que a amplitude do sinal recebido não cause deslocamento vertical do feixe do tubo

de raios catódicos, mas sim aumento ou diminuição do brilho. Da mesma forma que no modo A,

o eixo na direção de propagação do pulso representa a profundidade de penetração ou distância.

A Figura 5 mostra como uma linha do modo B pode ser obtida a partir do modo A para o

mesmo objeto.

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Figura 5: Linha do modo B a partir do modo A (GEMA, 2002).

A Figura 6 mostra o diagrama de blocos de um equipamento no modo B com varredura

manual.

Figura 6: Diagrama em blocos do modo B (GEMA, 2002).

Os circuitos para geração do pulso de excitação do transdutor, chaveamento, amplificação

e condicionamento dos ecos recebidos são semelhantes aos descritos anteriormente para os

equipamentos no modo A. Sendo que a diferença está no fato de a saída do circuito de recepção,

neste caso, modelar o brilho de cada linha no display (TRC).

A direção de cada linha (dada pelo ângulo q) é determinada pelos transdutores de posição

adaptados ao suporte para o transdutor ultra-sônico. Após a varredura completa da região

desejada, a imagem em duas dimensões é atualizada no display.

Uma das vantagens, da varredura manual, é que o médico pode movimentar o transdutor

para dar ênfase às estruturas de seu interesse. Todavia, esse tipo de varredura não é adequado

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para mostrar estruturas em movimento como, por exemplo, batimento cardíaco de um feto.

Nesses casos, faz-se necessário o uso de outros métodos de varredura, para obter imagens em

tempo real, como as varreduras mecânica ou eletrônica.

As Figuras 7 e 8 mostram, respectivamente, alguns modos de varredura mecânica para

obter setores no modo B, e o mecanismo de funcionamento de um arranjo de cinco elementos em

um transdutor matricial linear para fazer a varredura eletrônica, na qual o direcionamento do

feixe é obtido por meio de atrasos na excitação dos transdutores.

Figura 7: Varredura Mecânica (GEMA, 2002).

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Figura 8: Mecanismo de Funcionamento (GEMA, 2002).

As imagens de ultra-som geralmente são bidimensionais (2D), não sendo possível obter

imagens tridimensionais (3D), embora as pesquisas nesta área estejam em rápido

desenvolvimento.

Contudo, é possível transformar imagens 2D obtidas por ultra-som em imagens 3D através

de adaptações nos transdutores e nos processos de armazenamento das imagens.

2.3.1.3 – Modo M

Essa configuração é usada para analisar, quali e quantitativamente, movimentos e

estruturas, como válvulas cardíacas. Esse modo possui algumas características do modo A e

outras do modo B. Como nesse último, o brilho da linha mostrada é modulado de acordo com a

amplitude do sinal recebido (similar ao modo A). Porque os ecos são coletados em apenas uma

direção, e apresentados na direção horizontal do monitor.

A deflexão vertical no monitor é controlada por uma variação lenta da tensão de rampa,

de tal forma que linhas sucessivas são apresentadas de cima para baixo. Qualquer movimento da

estrutura ao longo do campo ultra-sônico estará sendo representado como um movimento

horizontal. A Figura 9 mostra a configuração de um equipamento neste modo.

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Figura 9: Configuração de equipamento Modo M (GEMA, 2002).

2.3.1.3 – Doppler contínuo ou Pulsado

O efeito doppler é definido como o desvio da freqüência que ocorre com um sinal sonoro

ou eletromagnético quando há movimento relativo entre a fonte emissora e o receptor.

Como já mencionado, na interface entre dois materiais com impedâncias acústicas

diferentes, parte da potência ultra-sônica emitida é refletida e outra parte é transmitida ao meio

seguinte. Se a interface for estacionária, o feixe refletido retorna ao transdutor com a mesma

freqüência do sinal emitido. No caso de estruturas móveis (por exemplo, hemácias em uma

artéria), o sinal que retorna ao transdutor sofre dois desvios de freqüência:

• Primeiramente o alvo atua como um receptor móvel, de forma que o sinal por ele

recebido apresenta um comprimento de onda diferente do emitido;

• Depois o alvo passa a atuar como uma fonte emissora móvel, enviando sinais com

o mesmo comprimento de onda, mas que em função de seu movimento, são

captados pelo transdutor com outro comprimento de onda.

O desvio doppler, do ponto de vista do transdutor, é a diferença entre as freqüências por

ele emitida e recebida, e conforme mostrado mais adiante, é proporcional à velocidade relativa

entre a fonte e o observador.

O diagrama da Figura 10 mostra um transdutor transmissor, que é o responsável pela

emissão de ondas ultra-sônicas, as quais são refletidas pelas partículas em movimento. Essas

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ondas refletidas, que com o movimento das partículas sofreram o efeito Doppler, são então

captadas pelo transdutor receptor.

Figura 10: Diagrama em blocos de um sistema de Doppler Genérico (GEMA, 2002).

Pode-se dizer, portanto, que o sinal refletido consiste no sinal transmitido (portadora),

modulado em freqüência pela velocidade das partículas (modulante).

Um circuito demodulador FM faz a multiplicação (batimento em freqüência) do sinal

captado pelo receptor, usando como portadora o sinal vindo do oscilador. Esse sinal demodulado

corresponde então à soma e à diferença em freqüência dos dois sinais originais. Tal diferença de

freqüências, denominada desvio doppler, geralmente é um sinal audível (20 kHz a 20kHz),

podendo ser ouvido em alto falante.

Entre as configurações possíveis para equipamentos operando no modo doppler pode-se

destacar dois modos de operação: o doppler contínuo e doppler pulsátil.

No sistema doppler de ondas contínuas há a necessidade de dois transdutores, um

transmissor e um receptor, geralmente montados em um único encapsulamento. Já o sistema

doppler pulsátil pode usar configurações com dois transdutores ou apenas um.

Atualmente a maioria dos equipamentos inclui sistemas doppler para determinar a direção

e a velocidade do fluxo sangüíneo. Alguns deles incluem o doppler de ondas contínuas (CW) e

pulsáteis (PW).

O modo contínuo (CW), método de operação mais simples, é usado para análises de fluxo,

em que não há necessidade de selecionar a profundidade. Ou seja, ele recebe informações de

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todos os refletores em movimento no caminho do feixe, e determina a velocidade máxima do

fluxo na área analisada.

Já os equipamentos com doppler pulsátil permitem ao operador selecionar a área de

interesse para análises de fluxo usando cursores superpostos na imagem 2D (modo duplex).

Alguns deles representam o fluxo no monitor como uma imagem colorida (CFM – doppler color

flow mapping), por onde são acessadas simultaneamente a direção e a velocidade relativa do

fluxo sangüíneo em vários pontos ao longo do caminho do feixe. O resultado é uma imagem

hemodinâmica do coração ou grandes vasos, que é útil para detectar estenoses e defeitos nas

válvulas cardíacas.

Os sistemas CFM usam combinações de vermelho, verde e azul (RGB) para mostrar as

cores nas imagens 2D. Geralmente, nos estudos cardíacos, o vermelho indica fluxo na direção do

transdutor e o azul no sentido contrário. Em estudos vasculares, as cores são invertidas. Tons de

branco ou amarelo são adicionados ao fundo colorido para indicar fluxos mais intensos e o verde

para indicar áreas de turbulência.

Outra técnica, que vem sendo usada recentemente nos equipamentos, é a determinação da

potência espectral do desvio doppler (power doppler). Esta pode ser usada como uma

característica a mais na técnica CFM. Ela aumenta a sensibilidade às variações do fluxo, e

apresenta bons resultados. Mesmo quando o transdutor é posicionado em ângulos

perpendiculares à direção do fluxo, o que não pode ser visualizado nos sistemas doppler padrão.

Esta técnica pode produzir imagens sonográficas que não são obtidas com outras técnicas e

também mostra sinais de doenças congênitas no coração de fetos. Alguns sistemas apresentam o

modo triplex e mostram imagens 2D em tons de cinza, a potência espectral do desvio doppler e o

mapa do fluxo em cores, e são usados para quantificar fluxo e anomalias em pequenos

vasos(GEMA, 2002).

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2.3.2 - Transdutor Piezoelétrico

Um transdutor é um sistema que transforma uma forma de energia em outra forma para

fins de medida. Ele mede uma forma de energia que está relacionada a outra através de uma

relação conhecida. Assim, por exemplo, medimos pressão utilizando um transdutor que

transforma a força exercida pela pressão em uma tensão elétrica proporcional a pressão. O

transdutor é um sistema completo que produz um sinal elétrico de saída proporcional à grandeza

sendo medida. O sensor é apenas a parte sensitiva do transdutor. Um tipo de transdutor é

elaborado a partir de cristais naturais denominados cristais piezoelétricos. Eles transformam

energia elétrica em energia mecânica e vice-versa.

O nome piezoelétrico vem do grego piezin, que significa esmagar, achatar. Esses

elementos têm a propriedade de produzir uma tensão elétrica em determinado eixo quando

comprimidos em outro. E vice-versa, se aplicarmos um sinal elétrico no eixo elétrico, ele vai

produzir um alongamento mecânico no eixo mecânico. Algumas cerâmicas como o titanato de

bário, apresentam propriedades piezoelétricas desde que submetidas a um tratamento

termoelétrico durante o processo de fusão. Estes cristais são utilizados como geradores de ultra-

som devido à alta freqüência de ressonância mecânica aliada à alta eficiência mecânica.

A Figura 11 apresenta um transdutor piezoelétrico em um recorte longitudinal. É possível

observar a massa e o cristal que oscilam devido a uma corrente através do conector. ( Pertence,

2003)

Figura 11: Exemplo de um transdutor piezoelétrico visto por dentro (Pertence, 2003).

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2.3.3 – Filtros

Um filtro elétrico é um quadripolo capaz de atenuar determinadas freqüências do espectro

do sinal de entrada e permitir a passagem dos demais.

Os filtros podem ser classificados sob três aspectos:

• Quanto à função executada;

• Quanto à tecnologia empregada;

• Quanto à função-resposta utilizada.

O primeiro nos permite considerar quatro tipos básicos de filtros:

• Passa-Baixa (PB): só permite a passagem de freqüências abaixo de uma

freqüência determinada fc (freqüência de corte). As freqüências superiores são

atenuadas.

• Passa-Alta (PA): só permite a passagem de freqüências acima de uma freqüência

determinada fc (freqüência de corte). As freqüências inferiores são atenuadas.

• Passa-Faixa (PF): só permite a passagem de freqüências em uma faixa delimitada

pelas fc1 e fc2, respectivamente, freqüência de corte inferior e superior. As

freqüências situadas fora da faixa entre fc1 e fc2 são atenuadas.

• Rejeita-Faixa (RF): só permite a passagem de freqüências fora da faixa delimitada

pelas fc1 e fc2, respectivamente, freqüência de corte inferior e superior. As

freqüências situadas dentro da faixa entre fc1 e fc2 são atenuadas.

O segundo aspecto nos permite classificar os filtros considerando a tecnologia empregada

na construção:

• Filtros Passivos: são construídos apenas com elementos passivos, tais como:

resistores, capacitores e indutores.

• Filtros Ativos: são construídos com elementos passivos associados a elementos

ativos, tais como válvulas, transistores ou amplificadores operacionais.

• Filtros Digitais: utilizam componentes digitais, onde o sinal é convertido por um

conversor analógico-digital, filtrado e reconvertido para analógico.

O terceiro aspecto, que diz respeito à função-resposta, nos permite classificar em:

• Butterworth

• Chebyshev

• Cauer

• Entre outros.

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Para implementar os filtros podemos utilizar tanto a estrutura VCVS, como a estrutura

MFB. O que difere entre uma e outra é que a MFB (multiple-feedback) é uma estrutura de

realimentação múltipla, enquanto a VCVS (voltage-controlled voltage source) é uma estrutura

de fonte de tensão controlada por tensão.

Ambas as estruturas possuem algumas vantagens que as tornam muito usadas na prática,

como boa estabilidade, baixa impedância de saída, facilidade de ajuste de ganho e de freqüência,

requerem poucos componentes externos, entre outras. Porém, o máximo valor da ordem dos

filtros implementados com essas estruturas é 10.

2.3.3.1 – Filtro Passa-Baixa de Segunda Ordem

A Figura 12 mostra um filtro PB de segunda ordem com a estrutura MFB.

Figura 12: PB MFB de segunda ordem (Pertence, 2003).

Os resistores R1 e R2 controlam o ganho do filtro, conforme a equação 1. Essa estrutura

possui fase invertida, esse é o motivo do sinal negativo na fórmula do ganho.

1

2

R

RK −=

eq. 1

Os cálculos de R1, R2, R3, R4, C1 e C2 estão indicados nas equações 2,3,4,5 e 6.

fcC

102 ≅ eq. 2

)1(42

2

1+

≤Kb

CaC eq. 3

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30

( )

cwKCbCCaaC

KR

+−+

+=

)1(4

12

212

22

2

2 eq. 4

K

RR 2

1 = eq. 5

22

21

3

1

RwCbCR

c

= eq. 6

Aconselha-se a escolha de um valor comercial para 2C . A partir da escolha de 2C

podemos determinar os valores dos outros componentes.

As variáveis a e b são valores pré-determinados, onde n corresponde a ordem do filtro.

Para a montagem de filtros Butterworth, utiliza-se os valores da Tabela 1.

TABELA 1: Valores até ordem 8

Quando a montagem é Chebyshev, utilizam-se os valores da Tabela 2. PR corresponde às

amplitudes dos RIPPLES.

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TABELA 2: Valores até ordem 6

2.3.3.2 – Filtros de Ordem Superior à Segunda Ordem Para obter filtros de ordem superior à segunda, associamos em cascata filtros Passa-Alta e

Passa-Baixo de primeira ou segunda ordem. Por exemplo, para obtermos um filtro Passa-Baixa

de sexta ordem, associamos três estágios Passa-Baixa de segunda ordem. Para um filtro de quinta

ordem, associamos dois estágios Passa-Baixa de segunda ordem seguido de um estágio Passa-

Baixa de primeira ordem. A Figura 13 ilustra esses exemplos de associações.

Figura 13: Filtros de ordem superior (Pertence, 2003).

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Cada estágio deve ser projetado como se fosse um estágio independente. Os valores de a

e b são obtidos nas Tabelas 1 e 2, de acordo com a função-resposta desejada. A associação pode

ser feita utilizando tanto a estrutura MFB quanto a VCVS, porém numa mesma associação não

deve-se usar estruturas distintas.

O ganho de uma associação em cascata é dado pelo produto dos ganhos de cada estágio,

tornando-se necessário distribuir o ganho total entre os estágios, de modo que o produto dos

ganhos de cada estágio seja igual ao ganho total do filtro. Uma associação com m estágios e

ganho total Kt nos permite obter um ganho para cada estágio denominado K, dado por:

m KtK =

2.3.3.3 – Filtros Passa-Faixa

Os filtros Passa-Faixa também podem ser implementados com qualquer uma das

estruturas MFB ou VCVS, e os filtros podem ser tanto ativos como passivos. Para projetar filtros

Passa-Faixa, pode-se utilizar uma associação em cascata de filtros Passa-Alta e Passa-Baixa. A

Figura 14 ilustra essa forma de elaboração do filtro. (Pertence, 2003)

Figura 14: Filtro Passa-Faixa (Pertence, 2003).

Em um filtro Passa-Faixa, apenas freqüências entre a fc1 e fc2, respectivamente

freqüência de corte inferior e superior, são permitidas a passagem. Freqüências fora dessa faixa

são atenuadas. Para determinar a freqüência de corte central do filtro, fo, utilizamos a fórmula a

seguir:

2.1 fcfcfo =

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2.3.4 - Detector de Pico

A função de um detector de pico é manter o valor da tensão de pico da entrada (Vi) na saída,

ou seja, Vo = Vpico. Para se conseguir esta função, o circuito segue a tensão de entrada até que a

tensão de pico seja alcançada. Este valor é então mantido indefinidamente (idealmente) até que

um novo pico, de maior valor, apareça e neste caso, o valor de saída é atualizado para o novo Vp.

A Figura 15 demonstra graficamente como seria a saída do detector de pico. A linha preta

seria o sinal de entrada (Vi), enquanto a linha azul representa o sinal de saída (Vo).

Figura 15: Gráfico de funcionamento do detector de pico

A Figura 16 demonstra o circuito básico de um detector de pico, onde o capacitor é

carregado quando S1 está fechado, e descarregado quando S2 está fechado. É um detector de

pico positivo.

Figura 16: Circuito Básico

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Detectores de pico têm aplicações em instrumentação de teste e medição, bem como em

modulação em amplitude (AM).

Com o auxílio de amplificadores operacionais, podemos obter um circuito otimizado.

Podemos observar na Figura 17 um detector de pico não-inversor melhorado, onde A2 serve para

manter “holding times” mais longos. A1 deve ter um alto CMRR, para rejeitar ruídos de modo

comum, D2 evita sobrecarga de A1, pois só conduz quando a tensão de saída for maior que a

tensão de entrada, Vi < Vo. Cf evita “overshoot”, e sua utilização é opcional (PERTENCE,

2003).

Figura 17: Circuito não-inversor melhorado (Pertence, 2003).

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2.3.5 – Oscilador com Ponte de Wien Osciladores são circuitos cuja função é produzir um sinal alternado a partir de uma fonte

de alimentação contínua. Em outras palavras, um oscilador não necessita de um sinal de entrada

externo, pois basta que o mesmo seja alimentado por uma fonte CC ( do qual o circuito retira a

energia ) para produzir o sinal alternado de saída.

Basicamente existem dois tipos de osciladores:

• Osciladores Harmônicos: produzem sinais senoidais.

• Osciladores de Relaxação: produzem sinais não-senoidais.

Como exemplo de osciladores harmônicos podemos citar o oscilador em ponte de Wien.

Este é o mais popular dentre os osciladores harmônicos, pois apresenta ótima performace e uma

saída senoidal praticamente perfeita. Existem, entretanto, outros tipos de osciladores harmônicos.

Como por exemplo o Oscilador de Armstrong, de Colpitts, o de Hartley, entre outros.

Entre os osciladores de relaxação podemos citar alguns tipos básicos, como o gerador de

onda dente-de-serra, multivribrador astável, entre outros. Para produzir pulsos de disparo para

tiristores ( chaveadores ligados através de pulsos ), usa-se um oscilador com UJT.

2.3.5.1 – Ponte de Wien A Ponte de Wien é utilizada para medições de freqüências. A Figura 18 mostra o circuito

de uma ponte de Wien.

Figura 18: Ponte de Wien (Pertence, 2003).

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O dispositivo M é um indicador de nulidade ou balanceamento capaz de responder às

variações de correntes alternadas do circuito. Esse dispositivo pode ser desde um par de fones de

ouvidos até mesmo um amplificador de CA com um medidor na saída.

Quando a ponte está em equilíbrio ou balanceada, temos a seguinte condição:

2

1

2

1

4

3

C

C

R

R

R

R+=

Nesse caso, a freqüência da ponte será dada por:

21212

1

CCRRfo

π=

2.3.5.1 – Oscilador com Ponte de Wien Se associarmos a ponte de Wien com um amplificador operacional, através da

realimentação positiva, obteremos um circuito denominado oscilador com ponte de Wien. A

freqüência de balanceamento (fo) da ponte é, também, a freqüência de oscilação do circuito. A

Figura 19 apresenta a estrutura básica do oscilador com ponte de Wien.

Figura 19: Ponte de Wien com Amplificador Operacional (Pertence, 2003).

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O controle ou limitação de amplitude pode ser feito de várias formas: utilizando uma

lâmpada em lugar de R4, utilizando diodos de sinal em antiparalelo ou diodos Zener em

oposição.

A Figura 20 apresenta o circuito de um oscilador com ponte de Wien, no qual o controle

de estabilidade e amplitude é feito por dois diodos de chaveamento rápido e um potenciômetro.

O potenciômetro duplo R regula a freqüência da onda, enquanto o potenciômetro POT controla a

amplitude do sinal.

Figura 20: Circuito melhorado do oscilador de ponte de Wien (Pertence, 2003).

Na Figura 20, iguala-se entre si os resistores e os capacitores do circuito ressonante, e

portanto, dá o seguinte resultado ou condição de projeto:

4233 RPOTRR =+=

E a freqüência de oscilação do circuito será dada por:

RCfo

π2

1=

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2.3.6 – Microcontrolador Os microcontroladores são chips que integram em seu inteiror outros circuitos integrados,

como por exemplo conversor A/D, entre outros.

O PIC16F877, fabricado com a tecnologia CMOS pela Microchip dispõe de:

• Processador RISC (Reduce Instrution Set Computer)

o 35 instruções de 14 bits;

o Freqüência máxima de funcionamento - 20Mhz (freqüência do cristal);

o Cada ciclo de relógio corresponde à freqüência do cristal / 4 = 5Mhz,

efetuando a cada segundo 5 MIPS (milhões de instruções por segundo);

o Tempo de execução das instruções normais: 1 ciclo de relógio;

o Tempo de execução das instruções de salto condicional (decfsz, incfsz, btfss,

btfsc), quando a executada a instrução de salto: 2 ciclos de relógio;

o Tempo de execução de instruções de salto incondicional (goto): 2 ciclos de

relógio.

• As seguintes características da memória;

o Memória de programa (FLASH) de 8K (words) de 14 bits;

o Cada instrução é codificada numa word de 14 bits;

o Memória de dados RAM de 368 bytes;

o Memória de dados EEPROM de 256 bytes;

o Stack de 8 níveis.

• As seguintes características de periféricos:

o 33 pinos de entrada/saída, agrupadas em 5 portas (PORTA com 6 pinos,

PORTB, PORTC e PORTD com 8 pinos e PORTE com 3 pinos);

o 3 timers, 2 de 8 bits(Timer0 e Timer 2) e 1 de 16 bits (Timer1);

o Conversor analógico/digital de 10 bits, com 8 canais de entrada analógica;

o USART (Universal Synchronous Asynchronous Receiver Transmitter);

o 13 tipos de interrupções, por exemplo, interrupção externa RB0/INT, TMR0

timer overflow entre outras.

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2.4 - Software

2.4.1 – Programação em Camadas

Desde o início do emprego de computadores para o auxílio e controle dos processos

concernentes à indústria e economia humanas, os computadores têm sido constantemente

aperfeiçoados, principalmente em termos de desempenho e portabilidade. Paralelamente, e

intimamente ligado ao desenvolvimento dos equipamentos, tem ocorrido também o

aperfeiçoamento das técnicas de programação.

Quando se fala em qualidade de software, muitos entendem que é algo com que se deve

começar a se preocupar depois que o código é gerado. Isto está errado. A preocupação com a

qualidade de software deve existir durante todo o processo de engenharia de software.

Outro ponto importante a se esclarecer é que, no caso de software, a produtividade não

pode ser analisada isoladamente. Sem o devido acompanhamento em paralelo da qualidade do

produto, a velocidade de produção é pouco significativa (Fenton, 1997).

Segundo Pressman (1995), a qualidade de software é “a conformidade a requisitos

funcionais e de desempenho explicitamente declarados, a padrões de desenvolvimento

claramente documentados e a características implícitas que são esperadas de todo software

profissionalmente desenvolvido.”

A qualidade de software é uma combinação complexa de fatores que variarão de acordo

com diferentes aplicações e clientes que as solicitam. A definição acima apresentada enfatiza três

importantes pontos:

• Os requisitos de software são a base a partir da qual a qualidade é medida. A falta

de conformidade aos requisitos significa falta de qualidade;

• Padrões especificados definem um conjunto de critérios de desenvolvimento do

software. Se os critérios não forem seguidos, o resultado será quase com certeza a

falta de qualidade;

• Mesmo que o software esteja adequado aos seus requisitos explícitos, se deixar de

cumprir seus requisitos implícitos (boa manutenibilidade, por exemplo), a

qualidade do software será suspeita.

Vários programadores definem a programação em camadas diferentemente. Abaixo,

apresenta-se os principais programadores que refletiram sobre esse assunto.

Para Thomas e Foz (1999), a idéia de programar em camadas é fundamentalmente uma

idéia de separação: diferentes serviços disponibilizados pelo programa, classificados por sua

função, são desenvolvidos separadamente. Integrados que estão no mesmo corpo, e

organicamente dispostos, nivelados pela distância a que se encontram dos dois extremos – o

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usuário de um programa de computador e as informações que este último pretende acessar – tais

serviços recebem o nome de camadas.

Segundo Jorge A. Espinosa (2002) a idéia de programar em camadas consiste em utilizar

um método de desenvolvimento para os sistemas que permite aos desenvolvedores separá-los em

camadas distintas.

Para Espinosa na arquitetura three-tier (três camadas) as camadas recomendadas são: A

interface com o usuário, as regras de negócio e a base de dados.

Segundo Jacques Philippe Sauvé (2000) nesta arquitetura tem-se a camada de apresentação

(interface gráfica), a camada de aplicação (business logic) e a camada de dados. Este autor ainda

sustenta que os problemas de manutenção foram reduzidos, pois mudanças nas camadas de

aplicação e de dados não necessitam de novas instalações no desktop. Ele ainda deixa bem claro

que as camadas são lógicas, portanto, fisicamente, várias camadas podem executar na mesma

máquina e normalmente há separação física das máquinas.

Analisando o que cada um define, podemos dizer que ela é estruturada conforme a Figura

21.

Figura 21: Modelo de Programação em Camadas

Programar em camadas facilita porque o problema é dividido em várias áreas, ou em

várias regiões do problema. Ajuda a identificar erros de programação e isola áreas que tratam de

um assunto para que esta não interfira em outra (DA SILVA, 2003).

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2.5 – Cronograma

• Março – pesquisa sobre ultra-som definindo quais freqüências usar para a camada

de gordura e camada muscular. Especificação do projeto.

• Abril – Pesquisa sobre os componentes considerando a disponibilidade e o custo.

Adquirir os componentes determinados.

• Maio – Testar componentes a serem utilizados. Começar a implementar hardware.

• Junho – Implementação do hardware e do software.

• Julho - Implementação do hardware e do software.

• Agosto - Implementação e finalização do hardware e do software. Unir hardware e

software.

• Setembro – Testes finais para hardware e software trabalhando simultaneamente.

• Outubro - Elaboração da Monografia

• Novembro - Elaboração da Monografia

• Dezembro - Elaboração da Monografia

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2.6 – Custos Estimados

A Tabela 3 apresenta um estudo de Mão de obra empregada para o projeto. A Tabela 4

apresenta os custos de mateirais de trabalho, onde está incluído os gastos em aluguel de uma sala

comercial, equipamentos e softwares a serem adiquiridos para a implementação do sistema. Na

Tabela 5 estão relacionados os gastos com componentes do sistema, como por exemplo

microcontroladores, resistores, capacitores, amplificadores operacionais entre outros. Na Tabela

6 estão os cálculos dos impostos gastos no desenvolvimento e a totalização do custo do projeto.

TABELA 3: Custos com Mão de obra

Mão de obra

Direta

Horas Trabalhadas Valor Encargos Sociais Total

650 R$ 16,00 90,00% R$ 19.760,00

Orientador

Horas Trabalhadas Valor Encargos Sociais Total

80 R$ 5,90 90,00% R$ 896,80

Coordenador

Horas Trabalhadas Valor Encargos Sociais Total

40 R$ 0,95 90,00% R$ 72,20

Total R$ 20.729,00

TABELA 4: Custos com Materiais de Trabalho

Materiais de Trabalho

Instalações Área (m2) Valor por Hora Total

Laboratório 20 R$ 0,73 R$ 472,73

Pesquisa Custo por Mês Total

Impressão/Xerox/Encadernação R$ 20,00 R$ 160,00

Biblioteca R$ 36,00 R$ 288,00

Total R$ 448,00

Equipamentos Valor Custo por Hora Total

Osciloscópio - Tektronix - TDS-210 R$ 4.200,00 R$ 0,80 R$ 517,05

Gerador de Funções - Minipa - MFC-4200 R$ 1.200,00 R$ 0,23 R$ 147,73

Fonte Simples - Minipa - MPS-3003 R$ 630,00 R$ 0,12 R$ 77,56

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Multímetro - Minipa - ET-2042 R$ 150,00 R$ 0,03 R$ 18,47

Gravador de PIC R$ 10,00 R$ 0,00 R$ 1,23

Protoboard - Toyo R$ 130,00 R$ 0,02 R$ 16,00

Ferramentas R$ 100,00 R$ 0,02 R$ 12,31

Notebook - HP Pavilon dv5000 R$ 12.000,00 R$ 2,27 R$ 1.477,27

Total R$ 2.267,61

Softwares Valor Custo por Hora Total

Microsoft Windows XP Professional R$ 769,00 R$ 0,15 R$ 94,67

Microsoft Office 2007 R$ 399,00 R$ 0,08 R$ 49,12

Microchip MPLAB R$ - R$ - R$ -

Orcad 10.5 (Capture) R$ 8.570,17 R$ 1,62 R$ 1.055,04

Orcad 10.5 (Layout) R$ 4.536,25 R$ 0,86 R$ 558,44

Total R$ 1.757,27

TABELA 5: Custos com Insumos

Insumos

Componentes Valor Quantidade Total

Microcontrolador PIC16F917 R$ 15,75 4 R$ 63,00

Ultra-Som 7,5 e 10 MHZ R$ 500,00 1 R$ 500,00

Tusb 3340 R$ 16,26 1 R$ 16,26

AD521 R$ 26,89 2 R$ 53,78

Conector USB-A Fêmea R$ 1,25 1 R$ 1,25

Regulador de Tensão - 78M33 R$ 1,16 1 R$ 1,16

Cristal de 12 MHz R$ 5,22 1 R$ 5,22

LEDs R$ 0,12 2 R$ 0,24

Resistores Diversos (10 unidades) R$ 1,00 20 R$ 20,00

Capacitores Diversos (pacote) R$ 2,20 10 R$ 22,00

Push Button R$ 0,25 5 R$ 1,25

Placa de Cobre - Face Simples R$ 8,80 10 R$ 88,00

Placa de Cobre - Face Dupla R$ 9,20 2 R$ 18,40

Papel Transfer R$ 3,60 5 R$ 18,00

Gel R$ 10,00 1 R$ 10,00

Ina128 R$ 25,32 2 R$ 50,64

Fretes Diversos R$ 200,00

Total R$ 1.069,20

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TABELA 6: Custos com impostos e Total de Custos

Impostos

Subtotal Valor (%) Total

PIS / COFINS R$ 26.743,81 3,75 R$ 1.002,89

IPI R$ 26.743,81 12,00 R$ 3.209,26

ISS R$ 20.729,00 5,00 R$ 1.036,45

IR R$ 26.743,81 2,00 R$ 534,88

CPMF R$ 26.743,81 0,38 R$ 101,63

Total R$ 32.628,91

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CAPÍTULO 3 – ESPECIFICAÇÃO DO PROJETO

3.1 - Hardware

O hardware é responsável pela aquisição das medidas das camadas muscular e adiposa. É

composto de um transdutor de ultra-som, microcontrolador, filtros e uma interface serial, como

demonstra a Figura 22.

Figura 22: Diagrama em blocos de como funciona o hardware

A especificação do transdutor de ultra-som deve levar em conta a resolução axial desejada

e a atenuação acústica do meio. Quanto maior a freqüência do transdutor, menor o comprimento

de onda e, portanto melhor a resolução axial. O transdutor de ultra-som trabalhará com uma

frequência para a camada muscular e outra para a camada adiposa, sendo necessário utilizar um

transdutor de multifrequência. Para a camada adiposa o sistema usa uma frequência de 10MHz e

para a camada muscular uma frequênia de 7,5MHz. O transdutor é responsável em enviar ondas

de ultra-som para o meio determinado e receber as reflexões destes. A Figura 23 ilustra esse

princípio para a medição.

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Figura 23: Forma como o transdutor funciona no projeto

Filtros garantirão que o sinal enviado pelo transdutor para o microcontrolador não seja

distorcido por ruídos.

O microcontrolador é responsável de interpretar os dados recebidos pelo transdutor e por

meio de cálculos determinar a medida de cada camada. Após essa etapa, o microcontrolador

envia via transmissão serial os resultados obtidos para a interface USB. O microcontrolador

usado é o PIC16F877. Ele possui transmissão serial, conversor A/D, memória suficiente para

armazenar o programa e seu preço é acessível.

A interface serial faz a ligação do software com o hardware. Ela é responsável em receber

os comandos enviados pelo software e transmití-los para o microcontrolador. Também envia o

resultado do microcontrolador para o programa. O conversor serial usado é o MAX232.

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3.2 - Software

O software é um complemento do hardware. Pois é ele que disponibilizará os resultados

obtidos na medição. Além disso, ele é uma ferramenta de auxílio ao usuário do sistema e onde

este tem a oportunidade de cadastrar todos os seus pacientes e armazenar as medições realizadas,

para acompanhar a evolução do paciente. O software disponibiliza ferramentas para: cálculo de

Índice de Massa Corporal, um quadro comparativo relacionando altura, idade e peso do paciente

para analisar se ele está em seu peso ideal.

O programa, desenvolvido em C++, tem como objetivo uma fácil utilização pelo usuário

para melhorar o atendimento do paciente.

A Figura 24 demonstra um fluxograma que ajuda a compreender melhor o software e

suas funcionalidades. A primeira opção que o sistema disponibiliza para o usuário é a opção de

ligar e desligar o hardware. Essa função envia um sinal que faz com que o hardware seja ligado

ou desligado.

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Figura 24: Fluxograma de como o software funciona

Uma vez ligado o equipamento, o sistema solicita ao usuário para carregar e visualizar

um cliente já cadastrado, ou cadastrar um novo cliente. Para visualizar os já cadastrados, é

possível fazer uma busca no banco de dados de pacientes procurando-os pelo nome ou código de

identificação, que é único para cada um. Para cadastrar um novo paciente, informações como

nome completo, data do nascimento, peso, altura, endereço residencial e telefone para contato

devem ser conhecidas. No cadastro, o médico pode cadastrar outros dados do respectivo paciente

como histórico médico, observações de cada consulta e outros relevantes ao tratamento.

Com o paciente já devidamente identificado com informações pessoais, o sistema pode

coletar dados deste, visualizando para o usuário as informações das medidas. Quando o usuário

ativa a opção de adquirir medidas, o software envia ao microcontrolador um sinal para que este

colete, por meio do transdutor, dados para o cálculo das medidas. Após as medições, essas são

armazenadas no banco de dados do cliente, que contém todas as medidas já efetuadas pelo

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sistema. Com todos esses dados, o software dispõe de um comparativo que relaciona o peso,

idade e altura do paciente e suas condições físicas atuais com condições físicas ideais para o

mesmo.

O software não se restringe apenas em controlar o hardware. Ele busca auxiliar o usuário

no diagnóstico, acompanhar a evolução do paciente no decorrer do tratamento. O principal

objetivo do software é aumentar a precisão do diagnóstico disponibilizando um maior número

possível de informações do paciente para um tratamento eficaz, preciso e rápido.

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CAPÍTULO 4 – PROJETO DE HARDWARE

O hardware é responsável pela aquisição, amplificação, tratamento e processamento do

sinal provenientes de ecos ultra-sônicos das camadas muscular e adiposa. O hardware é

composto por oito blocos, como ilustra a Figura 25.

Figura 25: Diagrama em blocos do Hardware

O transdutor envia ondas ultra-sônicas pulsadas que serão refletidas pelas camadas

adiposa e muscular. Essas ondas refletidas, chamados de ecos, são de baixa tensão, na escala de

mV. Devido a esse fato, se faz necessário o uso de um amplificador de instrumentação. Depois

de amplificado, o sinal passa por um filtro passa-faixa para eliminar ruídos de freqüências não

desejadas no sistema. Depois de filtrado, o sinal é retificado e passa por um detector de pico para

manter os ecos em tempo suficiente para que o microcontrolador determine seus valores. O

microcontrolador calcula o tempo dos ecos e envia este para o driver serial transmitir as

informações para o computador. O microcontrolador é responsável em ativar e desativar o

chaveador do transdutor de ultra-som, gerando assim um sinal pulsado para o transdutor.

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4.1 - Detector de Pico

O detector de pico tem a finalidade de manter a tensão de pico de cada eco gerado na

medição via ultra-som, facilitando a análise de cada valor de pico por parte do microcontrolador.

Na entrada do detector de pico é ligado à saída do transdutor. Na saída temos o sinal com

os picos detectados. O sinal passa por esse sistema para determinar os valores válidos para

calcular a espessura da camada. O esquemático do circuito é demonstrado na Figura 26.

Figura 26: Esquemático do detector de pico

O valor do capacitor foi definido através de teste. Foi escolhido um capacitor que mantinha

a tensão por um tempo pequeno, pois os ecos do sinal de medição têm intervalos muito

pequenos. Assim, o capacitor deveria detectar o pico e descarregar rapidamente.

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4.2 - Microcontrolador

O microcontrolador analisa o sinal saído do detector de pico e calcula através do tempo e

da quantidade de ecos a espessura da camada medida. Ele é responsável pelo controle de tempo

de transmissão do transdutor de ultra-som e também de enviar para a interface serial os dados da

medida.

Na Figura 27 pode-se observar que na porta A0 do microcontrolador temos o Sinal Pico a

Pico que se origina no detector de pico. A porta C0 é responsável pela lógica de ligar/desligar o

transdutor de ultrasom. Na porta B0 temos um push-button que habilita e desabilita a medição e

chaveia a alimentação do transdutor pela porta C0. Nas portas C6 e C7 são feitas as conexões

com o conversor serial.

Figura 27: Esquemático do microcontrolador PIC16F877

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A Figura 28 apresenta o fluxograma do funcionamento do firmware, que aguarda o

recebimento de algum caracter pela porta serial para acionar uma interrupção. Em seguida, o

firmware compara o caracter recebido para identificar qual camada o hardware medirá. Após

identificada a camada, ele efetua a medição e envia para o software o nome da camada e o valor

do tempo calculado.

Figura 28: Fluxograma do Firmware

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4.3 - Interface Serial

Responsável por transmitir os dados da medição para o computador, a interface tem como

conversor serial o MAX 232.

A Figura 29 apresenta o esquemático de como o conversor serial está montado. Os inputs

TXD e RXD estão ligados ao microcontrolador, sendo respectivamente pinos de leitura e escrita.

Os dados são enviados para a porta serial através dos pinos 12 e 14 do conversor, que são

respectivamente os pinos de escrita e leitura. O GND da porta serial é ligado ao mesmo GND do

circuito.

Figura 29: Esquemático conversor serial

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4.4 – Simulação do Sinal

Devido a problemas e disponibilidade, o ultra-som a ser utilizado no projeto não foi

encontrado. Então para testar o hardware, foi necessário simular o sinal de saída do transdutor de

ultra-som. Para isso, foi usado um circuito para simular os ecos, composto de um oscilador

astável e um resistor variável. O oscilador astável foi utilizado para simular os ecos do sinal, e o

resistor para diminuir a amplitude do sinal, pois cada eco tem uma amplitude diferente que o

anterior. Ainda foi usado um somador não-inversor para somar os dois sinais e obter a simulação

do sinais do transdutor.

A Figura 30 mostra o esquemático do simulador.

Figura 30: Esquemático do simulador

A saída do somador gera o Sinal Ultra-som, que é ligado diretamente ao microcontrolador.

O oscilador astável gera uma onda quadrada com o tempo em amplitude baixa, de

aproximadamente 10ms e o tempo em amplitude alta de aproximadamente 10us. A Figura 31

representa a forma de onda gerada pelo oscilador.

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Figura 31: Simulação de onda do oscilador.

Depois a onda é somada a tensão variável do resistor para gerar os ecos subseqüentes

para simular a onda. Após a soma a onda tem o formado demonstrado na Figura 32.

Figura 32: Simulação dos ecos.

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4.5 – Filtro Passa-Faixa

Para eliminar frequências indesejáveis no circuitos, utiliza-se um filtro PF para atenuá-

las. O filtro foi construído utilizando o conceito de cascatear um filtro PA com um PB. O filtro

PB é de sexta ordem, utiliza a configuração MFB, com ganho total de 20 e tem frequência de

corte de 25 kHz. O filtro PA é passivo, de primeira ordem e frequência de corte 15 kHz.

A Figura 33 mostra o esquemático do filtro PF de 15 a 25 kHz.

Figura 33: Esquemático do filtro PF

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4.6 – Oscilador com Ponte de Wien

Para gerar um sinal senoidal de oscilação para o cristal piezoelétrico, é usado um

oscilador com ponte de Wien. Foi calculado para oscilar em frequências entre 15 a 25 kHz

devido a testes premilinares. A Figura 34 apresenta o esquemático do oscilador. Note que na

resistência R é aconselhado utilizar um potenciômetro duplo, pois as resistências devem ser

iguais para o correto funcionamento do sistema, e também porque é ele o responsável em alterar

a frequência de oscilação.

Esse estágio também é composto por uma chave analógica, que é ativada e desativada

pelo microcontrolador e chaveia a oscilação para gerar ondas ultra-sônicas pulsadas.

Figura 34: esquemático do oscilador

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4.7 – Fonte de Alimentação

Para alimentar o hardware, utilizou-se duas baterias de 6,5 V que fornece 4,5 A/h. As

baterias foram ligadas em série, fornecendo assim +6,5V, -6,5V e GND, como pode-se observar

na Figura 35. Usou-se também um regulador de tensão para 5V para fornecer a alimentação para

o microcontrolador.

Figura 35: Fonte de Alimentação

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CAPÍTULO 5 – PROJETO DE SOFTWARE

O software de cálculo das camadas adiposa e muscular é responsável por enviar um

comando para o microcontrolador, informando este qual camada o usuário solicita a medição,

receber os dados gerados pelo hardware, tratá-los e disponibilizar para o usuário o valor da

espessura da camada correspondente. É responsável também por permitir o usuário de cadastrar

pacientes, registrando informações pessoais deste, além de guardar informações como peso,

altura, IMC, espessura da camada adiposa e muscular e gerar gráficos dessas mesmas

informações.

5.1 – Casos de Uso

Na Figura 36 estão relacionado os casos de uso do software. A seguir, temos as

descrições de cada caso de uso.

Figura 36: Ilustração dos Casos de Uso

• Caso de Uso: Gerenciar Pacientes.

• Atores: Usuário.

• Propósito: Gerenciar pacientes no sistema.

• Descrição: O usuário pode cadastrar novos pacientes no sistema, alterar dados de

pacientes já cadastrados e excluir pacientes.

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• Caso de Uso: Medir.

• Atores: Usuário.

• Propósito: Efetuar medições via hardware.

• Descrição: O usuário pode medir as camadas muscular e adiposa do paciente.

• Caso de Uso: Consultar.

• Atores: Usuário.

• Propósito: Consultar pacientes cadastrados no sistema.

• Descrição: O usuário pode consultar pacientes cadastrados no sistema,

localizando-os por nome, RG ou CPF.

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5.2 – Diagrama de Sequência

Baseado nos casos de uso definidos anteriormente foram desenvolvidos os diagramas de

seqüência.

A Figura 37 mostra o diagrama de seqüência do caso de uso Gerenciar Pacientes. O

usuário pode cadastrar novos pacientes, fornecendo nome, endereço, RG, CPF, histórico médico

e outras informações do paciente. Todas as informações cadastrais estão representadas no

diagrama como dados. Também é possível excluir pacientes já cadastrados no sistema. O usuário

pode alterar informações dos pacientes já cadastrados e também gerar gráfico do

desenvolvimento do paciente no decorrer do tratamento.

Figura 37: Diagrama de Seqüência do caso de uso Gerenciar Pacientes

Na Figura 38 temos o diagrama de seqüência do caso de uso Medir. O usuário pode

efetuar a medição da camada adiposa pela opção MedirAdiposa() ou efetuar a medição da

camada muscular pela opção Medir Muscular(). Esse caso de uso comunica-se com o hardware,

ligando e desligando-o.

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Figura 38: Diagrama de Seqüência do caso de uso Medir.

O usuário pode pesquisar pacientes pelo nome, RG e CPF. Os parâmetros da pesquisa

estão representados com a palavra índice. É o que mostra a Figura 39, que representa o diagrama

de seqüência do caso de uso Consultar.

Figura 39: Diagrama de Seqüência do caso de uso Consultar.

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CAPÍTULO 6 - RESULTADOS

Devido à falta do transdutor ideal para o projeto, que seria um transdutor de ultra-som de

elemento duplo que oscilassem nas freqüências de 7,5 e 10 MHz, que respectivamente são

refletidas pela camada adiposa e muscular. Teve-se que buscar outros transdutores para testar o

sistema. A seguir são relacionados os testes com os seus resultados.

6.1 – Testes com o trandutor de Ultra-som de um detector fetal

Foi realizado testes com o Detector Fetal DF-400 da empresa Imbracrios. Esse detector

possuía um transdutor de ultra-som para detectar o batimento cardíaco de pessoas, que oscilava

na freqüência de 2,25 MHz. Observa-se que o emissor e o receptor estão no mesmo cristal

piezoelétrico. O detector também era composto de um sistema oscilador e um amplificador de

som para escutar o batimento cardíaco.

Ao analisar o sinal-resposta do detector com a oscilação contínua, pode-se observar que

esse só respondia a movimentos em geral, como o batimento cardíaco, leves toques na barriga e

no suporte do cristal.

Outro teste feito com esse transdutor foi chavear a oscilação do cristal pra produzir um

sinal ultra-sônico pulsado. Para isso, foi utilizado a chave analógica 4051 e o microcontrolador

PIC16F877A para controlar o tempo de oscilação, como mostra a Figura 40. Porém, a resposta

do transdutor continuou sendo a mesma, só respondendo a movimentos.

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Figura 40: Circuito chaveador Teste

Devido a esse fato, a utilização deste transdutor foi descartada por não responder a ecos

nem em sua emissão de ondas contínua, nem na emissão pulsada das ondas ultra-sônicas como

propõem o projeto.

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6.2 – Testes com cristais piezoelétricos em forma de pastilha

Devido aos problemas apresentados pelos testes anteriores com o detector fetal, outra

alternativa foi procurada. É possível encontrar no mercado local, cristais piezoelétricos em forma

de pastilha, como pode ser visto na Figura 41.

Figura 41: Cristal Piezoelétrico em forma de pastilha

Foi utilizado para testes, dois cristais desse tipo. Um cristal é utilizado como emissor de

ondas ultra-sônicas, e outro cristal é utilizado como receptor.

Primeiro, ligamos o emissor em um gerador de funções em seu cristal (correspondente a

parte cinza da pastilha) e referenciamos com GND a parte dourada da pastilha, como pode ser

visto na Figura 42.

Figura 42: Como foi conectado as pastilhas

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Posicionados um de frente para o outros, como mostra a Figura 43, foi possível analisar

que entre as freqüências de 15 a 25 kHz, o emissor conseguia enviar sinais de boa intensidade e

amplitude, e o receptor detectava o mesmo sinal do emissor com um nível baixo de tensão, na

escala de mV.

Figura 43: Posição de testes

Para o microcontrolador analisar o sinal, é preciso que esse tenha um bom nível de

tensão. Para isso, utilizou-se um amplificador de instrumentação e um filtro passa-faixa para

amplificar e filtrar o sinal.

Para testar esse tipo de cristal, posicionamos entre o emissor e o receptor da Figura 43 um

pedaço de bacon, que contém grande percentual de gordura em sua composição, para obter ecos

do sinal de ultra-som emitido. Testes com sinal contínuo e pulsados foram realizados.

Novamente o mesmo problema do teste com o detector fetal foi encontrado. A resposta

ao receptor só era alterada devido a movimentos no próprio receptor, como um leve toque sua

pastilha.

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6.3 – Testes com simulador de ondas

Para testar o funcionamento do circuito, foi realizado testes com um simulador de ondas.

O hardware recebia uma onda simulada que percorria todas as suas etapas e até que o

microcontrolador determinava um tempo ∆t em que houveram ecos. Esse tempo é cronometrado

a partir de um eco com nível de tensão maior ou igual ao limiar inicial da medição, que habilita a

interrupção Timer0 do PIC, e parado quando outro eco com nível de tensão menor ou igual ao

limiar final da medição, que desabilita o Timer0.

Após o limiar final de medição ser atingido, o microcontrolador envia por meio da

comunicação serial o tempo dos ecos da onda simulada.

O software recebe o tempo dos ecos, que corresponde a ∆t na fórmula, e calcula a

espessura da camada utilizando a fórmula abaixo:

tVs ∆=∆ .

Onde V assume o valor de 1600 m/s para a camada muscular, e de 1480 m/s para a

camada adiposa. ∆s corresponde a espessura da camada em questão, e essa distância é dada em

milímetros.

A Figura 44 mostra o protótipo com o simulador de ondas.

Figura 44: Protótipo com Simulador

Os push-buttons correspondem, da esquerda para direita, a uma camada adiposa fina,

camada muscular normal, camada adiposa grossa e camada muscular grossa. Cada simulador

gera ondas com tempos aleatórios na faixa que corresponde cada uma das simulações.

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Para calibrar o sistema foram utilizados dados de pesquisas e estudos, sobre medição de

espessuras de camadas do corpo humano, e resultados de medições efetuadas por equipamentos

semelhantes ao proposto nesse projeto.

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CAPÍTULO 7 - CONCLUSÃO

Após os testes realizados foram levantados os aspectos positivos e pontos negativos na

elaboração do projeto.

7.1 – Aspectos Positivos

O desenvolvimento do projeto, desde a parte de transdutores até a parte de software,

proporcionaram uma oportunidade de colocar em prática conhecimentos adquiridos ao decorrer

do curso de Engenharia da Computação nas matérias pertencentes à grade curricular desde, como

Instrumentação Eletrônica e Biomédica, essenciais para esse projeto, Física, Engenharia de

Software entre outros.

Utilizando um simulador de ondas, o sistema conseguiu determinar, através do tempo

fornecido pelo hardware, valores bem próximos ao de estudos, pesquisas e outros equipamentos

que relacionam tempo, ultra-som e espessura de camadas.

A utilização do microcontrolador PIC foi uma boa escolha para o desenvolvimento do

projeto, pois é um componente versátil, possui várias funcionabilidades internas, fácil aquisição

no mercado local e foi possível modificar o firmware em questão de segundos.

A procura de diferente soluções para um mesmo problema, como foi o caso do transdutor

de ultra-som, foi uma das coisas mais importantes que aprendi nesse projeto. Não limitar-se a

apenas uma solução, todo problema pode ser resolvido de diversas formas.

7.2 – Aspectos Negativos

O grande ponto negativo do projeto foi a falta do transdutor de ultra-som adequado. Esse

transdutor não é encontrado no Brasil, e o preço no exterior é elevado. Isso dificultou

imensamente o desenvolvimento do projeto, e limitou consideravelmente os resultados finais.

Tenho certeza que se o transdutor fosse adquirido, os resultados seriam bem diferentes dos

obtidos.

Outro grande problema foi a concorrência entre projeto final e trabalhos de outras

matérias do curso. Existiram épocas em que era preciso optar por um ou por outro. Isso

comprometeu tanto o projeto, quanto o aprendizado nas outras matérias.

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A falta de aterramento elétrico nas instalações do campus dificulta a utilização de

equipamentos muito sensíveis a ruídos externos.

O tempo foi muito curto para um projeto com alto grau de dificuldade.

7.3 – Desenvolvimentos futuros

Com o transdutor de ultra-som adequado, é possível corrigir vários problemas no projeto

e concluí-lo de forma satisfatória.

Para facilitar a medição, a forma do protótipo pode ser melhor desenvolvida, deixando de

ser uma caixa retangular para ter uma forma cilíndrica.

A implementação de um sistema com memória interna para efetuar as medidas e

armazená-las no próprio aparelho, eliminando a necessidade deste estar ligado em um

computador para o seu funcionamento. Isso deixaria o medidor independente, o que facilitaria o

transporte. Quando conectado no computador, o sistema descarregaria todas as informações

armazenadas na memória para o programa do sistema.

A utilização de cristais piezoelétricos do tipo pastilha usados nesse projeto podem ser

usados, como uma idéia alternativa, na construção de sismógrafos.

Utilizar amplificadores operacionais específicos para sinais de alta-frequência para

melhor estabilidade, confiabilidade e linearidade do sistema.

Substituir a interface de comunicação RS-232 com o computador por uma interface USB,

já que a tecnologia RS-232 está se tornando obsoleta e a USB cada vez mais utilizada.

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ANEXO A - MANUAL DO PROJETO

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ANEXO B - ARTIGO