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Introdução à Metodologia e DesignExperimental
Professor Márcio Leitão [email protected]
http://www.cchla.ufpb.br/laprol/
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Temas de Pesquisa no LAPROL:
• Processamento Linguístico em adultos sem patologia
• Processamento Linguístico em aprendizes de L2
• Processamento Linguístico e Patologias relacionadas à linguagem
• Aquisição da Linguagem na perspectiva do Processamento Linguístico
Processamento morfológico, processamento sintático e processamento da correferência
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Leonardo Da Vincijá dizia...
“Vós, investigadores, não deveis confiar em autores que,apenas pelo emprego da imaginação, se fazemintérpretes entre a natureza e o Homem, mas somentenaqueles que exercitam seu intelecto com resultados deexperimentos”.
Leonardo da Vinci
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Porque fazer experimentos? Porque queremos estudar os processos mentais e não os produtos. Porque muitas variáveis estão envolvidas no processamento da
linguagem e os experimentos são capazes de garantir com bastanteeficácia o controle de determinadas variáveis e a manipulaçãoprecisa de outras.
Porque é interessante dividir para avançar, se tentarmos abarcar otodo sem entender cada parte, corremos o risco de nãoentendermos nada.
Porque queremos estudar processos que são inconscientes eautomáticos.
Porque esses processos acontecem em milésimos de segundo(ms).
Porque temos que ter procedimentos que capturem essesprocessos e, por isso, precisamos colocar a linguagem nomicroscópio.
Porque, como em outras ciências, precisamos de precisão.
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Passos para construção de umexperimento
Escolha do fenômeno lingüístico de interesse Identificar a viabilidade desse fenômeno ser testado
experimentalmente Quais as técnicas experimentais disponíveis? Qual delas seria a mais eficaz e a de mais fácil implementação? ON-LINE Leitura auto-monitorada Audição auto-monitorada Priming (auditivo, visual, ou inter-modal) Eye-tracking EEG OFF-LINE (controlado) Questionário Julgamento de compatibilidade semântica Julgamento de gramaticalidade
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Variável independente: Diz respeito aos fatores que serãomanipulados no experimento.Variável dependente: Diz respeito ao que vai ser aferido no experimento.Geralmente manipulamos uma variável independente para ver se obtemos algum efeito na variável dependente.Criamos hipóteses sobre esses possíveis efeitos.Controle de variáveis irrelevantes – são chamadas assim as variáveis que não têm um papel importante na proposta principal do experimento. Para que não influenciem no resultado devem ser controladas, geralmente, criando-se procedimentos padronizados(mesmo local, mesmo equipamento, mesmas instruções, mesmaprática antes do experimento, homogeneidade dos sujeitos: escolaridade, idade, sexo…)É impossível eliminar todas as variabilidades individuais, por issousamos os testes estatísticos.
VARIÁVEIS DO EXPERIMENTO
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Condições e Hipóteses
Condições experimentais – Dizem respeito ao tipo de estímulosgerado a partir da variável independente manipulada. Cada tipode estímulo é uma condição experimental.
Condição de controle – Diz respeito a uma condição sem a manipulação da variável independente que pode ser comparadacom a condição experimental.
Sempre temos uma determinada hipótese sobre o fenômeno quevamos testar e sobre os efeitos que a manipulação da variávelindependente vai gerar. Essa é a hipótese experimental.
A hipótese de que a manipulação não vai gerar efeito algum é a nossa hipótese nula, ou seja, sempre estamos fazendo o experimento para tentar rejeitar a hipótese nula.
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Tema: Processamento da correferência na posição de sujeitoPesquisadora: Karla Lima de Queiroz (mestranda)Propósito do experimento: estudar a eficiência em termos de processamento de diferentes formas de retomada anafórica.Técnica escolhida: Leitura automonitoradaVariável independente: tipo de retomada anafóricaVariável dependente: tempo de leitura das retomadascondições experimentais:NR (retomada com nome repetido)Bia/ leu/ o artigo/ de física/ e depois/ Bia/ atentamente/ respondeu/ o questionário.PR (retomada com o pronome lexical)Bia/ leu/ o artigo/ de física/ e depois/ Ela/ atentamente/ respondeu/ o questionário.O que foi controlado nos estímulos: tamanho do nome próprio, número de sílabas (12) entre o sujeito e a retomada anafórica, alémdo número de sílabas (5-6) do advérbio posterior à retomada.Hopótese Experimental: Pronomes são lidos e processados mais rapidamente do que nomes repetidos em retomadas anafóricas.Hipótese nula: não há diferença entre retomadas com PR e com NR.
EXEMPLO DE EXPERIMENTO
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Um pouco de números Qual deve ser o número de vezes que o sujeito do
experimento deve ser exposto a cada condição?
Se usa como padrão no mínimo 4 vezes por condição.
Qual deve ser o número de distratoras?
Se usa como padrão a proporção mínima 2:1, ou seja, no mínimo duas distratoras para cada frase experimental.
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Exemplos de frases experimentais 1a) Lia / assistiu / o filme / na sala / e depois / Lia / relaxadamente / dormiu / no sofá. 1b) Lia / assistiu / o filme / na sala / e depois / ela / relaxadamente / dormiu / no sofá. 2a) Isa / passou / o vestido / de seda / e depois / Isa / cuidadosamente / guardou / no armário. 2b) Isa / passou / o vestido / de seda / e depois / ela / cuidadosamente / guardou / no armário. 3a) Bia / leu / o artigo / de física / e depois / Bia / atentamente / respondeu / o questionário. 3b) Bia / leu / o artigo / de física / e depois / ela / atentamente / respondeu / o questionário. 4a) Ana / recebeu / o salário / do mês / e depois / Ana / responsavelmente / pagou / as dívidas. 4b) Ana / recebeu / o salário / do mês / e depois / ela / responsavelmente / pagou / as dívidas. 5a) Eva / escreveu / o postal / da França / e depois / Eva / saudosamente / enviou / para a
família. 5b) Eva / escreveu / o postal / da França / e depois / ela / saudosamente / enviou / para a família. 6a) Ugo / comprou / a tela / na galeria / e depois / Ugo / vantajosamente / vendeu / no leilão. 6b) Ugo / comprou / a tela / na galeria / e depois / ele / vantajosamente / vendeu / no leilão. 7a) Oto / fez / a prova / de doutorado / e depois / Oto / ansiosamente / esperou / o resultado. 7b) Oto / fez / a prova / de doutorado / e depois / ele / ansiosamente / esperou / o resultado. 8a) Ivo / apagou / a vela / do bolo / e depois / Ivo / festivamente / comemorou / com os amigos. 8b) Ivo / apagou / a vela / do bolo / e depois / ele / festivamente / comemorou / com os amigos. 9a) Rui / regou / as plantas / da sacada / e depois / Rui / carinhosamente / alimentou / os
animais. 9b) Rui / regou / as plantas / da sacada / e depois / ele / carinhosamente / alimentou / os animais. 10a) Léo / vestiu / a farda / da escola / e depois / Léo / pacientemente / esperou / o ônibus. 10b) Léo / vestiu / a farda / da escola / e depois / ele / pacientemente / esperou / o ônibus.
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Quadrado Latino Um quadrado latino de ordem n é uma matrizn × n
preenchida com n diferentes símbolos de tal maneira que ocorrem no máximo uma vez em cada linha ou coluna. Aqui seguem um exemplo:
1 2 3
2 3 1
3 1 2
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Design entre sujeitos usandoo quadrado Latino
1b, 2b, 3b, 4b, 5b6b, 7b, 8b, 9b,10b
PR
6a, 7a, 8a, 9a, 10ª1a, 2a, 3a, 4a, 5aNR
Exp2Exp1
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Programando o Experimento No LAPROL-UFPB utilizamos o programa Psyscope que
só roda em plataforma Macintosh.
Veremos como se faz a programação básica aqui no minicurso.
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Controles na aplicação deexperimentos on-line
A sala ou ambiente do experimento deve ser confortávelcom o mínimo de interferências externas.
Antes do experimento, cada sujeito tem que fazer umaprática da tarefa até que se observe familiaridade.
Depois que o sujeito está familiarizado, deve-se deixá-losozinho para que ele fique à vontade.
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Depois da aplicação doExperimento
Os dados são coletados, são TRATADOS e depois passam pelopacote estatístico adequado.
A estatística é primordial para que os resultados possam ser validados.
A estatística nos permite dizer se os efeitos obtidos com amanipulação da variável independente (ex. tipo de retomada) eobservados pela aferição da variável dependente (tempo deleitura) aconteceram ou não aleatoriamente.
O resultado estatístico sempre tem como final um valorprobabilístico ou p-valor, que representa a chance percentual derejeitarmos a hipótese nula.
Em psicolingüística para que o p-valor tenha um nível designificância considerado válido tem que ser menor do que 0,05(p<0,05).
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Tarefa 01 Leia o texto de Mitchell (2004) - On-line methods in
language processing: Introduction and historical review.
Depois explicite resumidamente as vantagens edesvantagens da utilização das técnicas on-lineabordadas por Mitchell, explicitando os argumentosfavoráveis ou não para cada uma delas.
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Exercício a partir do textocolocado no site
Elabore um resumo do artigo Leitão (2008), levando em conta as questõesseguintes:
· Qual é o objeto/o tema de investigação da pesquisa? · Com base na literatura apresentada na introdução, que hipótese foi
inicialmente formulada para explicar o fenômeno investigado? · Para cada experimento apresentado, especifique: - o(s) objetivo(s); - os participantes; - as variáveis independentes (manipuladas); - as condições experimentais; - a técnica experimental e o procedimento; - a(s) variável(is) dependente(s); - os resultados e as conclusões. · Quais são as conclusões gerais da pesquisa?