sêmen refrigerado e congelado para inseminação artificial

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ZOOTECNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL Disciplina: SEMINÁRIOS APLICADOS Sêmen refrigerado e congelado para inseminação artificial em ovinos EDUARDO MAZON CORANDIN Orientador: Benedito Dias de Oliveira Filho GOIÂNIA 2011

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Page 1: Sêmen refrigerado e congelado para inseminação artificial

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

ESCOLA DE VETERINÁRIA E ZOOTECNIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL

Disciplina: SEMINÁRIOS APLICADOS

Sêmen refrigerado e congelado para inseminação artificialem ovinos

EDUARDO MAZON CORANDIN

Orientador: Benedito Dias de Oliveira Filho

GOIÂNIA

2011

Page 2: Sêmen refrigerado e congelado para inseminação artificial

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EDUARDO MAZON CORANDIN

SÊMEN REFRIGERADO E CONGELADO PARAINSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM OVINOS

Seminário apresentado junto à

Disciplina Seminários Aplicados do

Programa de Pós-Graduação em

Ciência Animal da Escola de Veterinária

da Universidade Federal de Goiás

Nível: Mestrado

Área de Concentração:Produção Animal

Linha de pesquisa:Biotecnologia e eficiência reprodutiva animal

OrientadorProf. Dr. Benedito Dias de Oliveira Filho – UFG

Comitê de OrientaçãoProfª. Dra. Maria Lúcia Gambarini – UFG

Profª. Dra. Eliane Sayuri Miyagi – UFG

GOIÂNIA

2011

Page 3: Sêmen refrigerado e congelado para inseminação artificial

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 1

2 REVISÃO DA LITERATURA ..................................................................................................... 3

2.1 Características do sêmen ovino ......................................................................................... 3

2.2 Refrigeração seminal............................................................................................................. 5

2.2.1 Diluentes utilizados para refrigeração do sêmen ....................................................... 5

2.2.2 Métodos para refrigeração seminal................................................................................ 6

2.2.3 Temperatura de armazenamento .................................................................................... 8

2.2.4 Inseminação artificial com sêmen refrigerado .......................................................... 10

2.3 Criopreservação do sêmen ................................................................................................ 11

2.3.1 Diluentes utilizados para criopreservação seminal ................................................. 11

2.3.2. Métodos para criopreservação seminal ..................................................................... 14

2.3.3 Descongelamento do sêmen.......................................................................................... 16

2.3.4 Inseminação artificial com sêmen criopreservado .................................................. 19

2.4 Estresse oxidativo................................................................................................................ 20

2.5 Antioxidantes......................................................................................................................... 21

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................................... 25

REFERÊNCIAS ............................................................................................................................. 26

Page 4: Sêmen refrigerado e congelado para inseminação artificial

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - Características de um espermatozóide bovino sem a membranaplasmática. A cabeça com o capuchão acrossomático e a cauda comsuas quatro divisões anatômicas. Cortes transversais da peçaintermediária, peça principal e peça da cauda mostram o núcleo doaxonema central de 9 + 2 microtúbulos, as nove fibras grossasexternas, a bainha mitocondrial, as colunas longitudinais ventral edorsal e as costelas circulares. ......................................................... 3

FIGURA 2 – Proporção de espermatozóides vivos após 72 horas da colheita earmazenagem a 5°C (—) ou 15°C (– –) em diluidor a base de leitedesnatado (♦), OviPro (■), AndroMed (▲), ou INRA 96 (●). ............. 9

FIGURA 3 – Taxa de prenhez com inseminação artificial cervical usando sêmenarmazenado por 0, 24, 48 e 72 h (barra vertical representa 95% deintervalo de confiança para as médias)........................................... 10

Page 5: Sêmen refrigerado e congelado para inseminação artificial

v

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - Características seminais (média ± desvio padrão) de carneiros das

raças Santa Inês, Dorper e mestiços, na região leste do Rio Grande

do Norte ............................................................................................ 4

TABELA 2 - Diluente Gema de Ovo-Tris Frutose para sêmen de carneiro ............ 6

TABELA 3 - Média e desvio-padrão da motilidade individual progressiva (MIP) de

acordo com o diluente e o tempo de armazenamento do sêmen

ovino.................................................................................................. 9

TABELA 4 - Taxa de fertilidade de ovelhas após inseminação cervical ou intra-

uterina com sêmen refrigerado, após 12 horas da detecção de cio 11

TABELA 5 - Médias e erro padrão dos parâmetros da motilidade espermática

avaliada pelo sistema computadorizado (CASA) e integridade de

membrana plasmática e acrossomal (IP+DIC) do espermatozóide

ovino no sêmen fresco (SF) e no sêmen congelado nos diluidores:

TRIS, TRIS 0,5 e TRIS 1................................................................. 13

TABELA 6 - Motilidade progressiva média do sêmen de carneiros, no estado

nativo (Mpi), após diluição com a fração A (Mp1), após 2 horas da

diluição com a fração A (Mp2), após diluição com a fração B (Mp3),

após 14 horas da diluição com a fração B (Mp4), após a exposição

ao vapor de nitrogênio líquido (Mp5) e 30 dias após o congelamento

(Mp6), submetido a três diluentes (Dil.): Tris-Gema (TG), Leite-Gema

(LG) e Tris-Gema-Leite(TGL).......................................................... 14

TABELA 7 - Valores após descongelamento de sêmen ovino criopreservado com

três diluentes ..................................................................................... 17

Page 6: Sêmen refrigerado e congelado para inseminação artificial

vi

TABELA 8 - Valores médios após descongelamento de sêmen ovino

criopreservado com quatro combinações de agente crioprotetores

permeáveis e não-permeáveis ........................................................ 18

TABELA 9 - Média e desvio-padrão da motilidade espermática pré e pós a

criopreservação e integridade de membrana plasmática de sêmen

criopreservado com diluidor a base de Tris-gema contendo glicerol,

diferentes proporções de DMF/GLY e somente DMF ..................... 19

TABELA 10 - Média e desvio padrão de motilidade, motilidade progressiva,

velocidade média de percurso (VMP) e velocidade linear (VLN) de

sêmen ovino acrescido de diferentes antioxidantes e submetidos a

criopreservação............................................................................... 22

TABELA 11 - Média e desvio padrão da integridade de membrana espermática,

integridade acrossomal e atividade mitocondrial de sêmen ovino

acrescido de diferentes antioxidantes e submetidos a

criopreservação............................................................................... 23

TABELA 12 - Média e desvio padrão da motilidade progressiva e integridade

acrossomal de sêmen ovino criopreservado com diferentes

concentrações de antioxidantes...................................................... 23

Page 7: Sêmen refrigerado e congelado para inseminação artificial

1 INTRODUÇÃO

A ovinocultura representa uma importante atividade sócio-econômica

em muitos continentes. Em países como Nova Zelândia, Austrália e Uruguai, essa

atividade significa importante fonte de receita, com valores produtivos expressivos

e grande participação nas exportações. O Brasil apresentou, de 2006 a 2009,

17,8% de crescimento no rebanho ovino (IBGE, 2006; IBGE, 2009), com destaque

para as regiões nordeste e sul. No ano de 2009, o Estado de Goiás detinha

186.464 cabeças, o que representava 17% do efetivo da região Centro-Oeste

(IBGE, 2009).

Devido à melhoria do poder aquisitivo do brasileiro o consumo de carne

ovina vem crescendo, principalmente nos grandes centros urbanos,

concomitantemente os consumidores também se tornam mais exigentes, e por

isso, a qualidade do produto ofertado torna-se primordial para alavancar e

consolidar a carne ovina no mercado interno e abrir novas opções de exportação.

Para isso, é necessário ações tanto na parte de manejo, com o uso de

confinamentos na terminação, como na melhoria genética do rebanho nacional,

com programas de melhoramento e utilização de biotécnias reprodutivas. Além da

melhoria da qualidade, também é importante a manutenção da continuidade e da

regularidade na oferta do produto, e para isso, é necessário a organização de

todos os envolvidos nessa cadeia produtiva (SORIO, 2009).

A introdução e utilização de raças mais especializadas, e, utilização de

biotécnias reprodutivas como avaliação da qualidade seminal, inseminação

artificial (IA), transferência de embriões (TE) e fertilização in vitro (FIV), devem ser

desenvolvidas e implementadas para a melhoria da ovinocultura, através da

disseminação genética de indivíduos superiores.

O desempenho reprodutivo dos animais dita a velocidade com que se

obtém o produto final e possui influência direta na rentabilidade do sistema e no

retorno econômico da atividade, por isso, as biotécnicas da reprodução não são

utilizadas somente para a melhoria da carga genética dos animais, mas também

constitui, juntamente com programas de melhoramento genético, importantes

ações para o incremento e intensificação da produção. Os programas

reprodutivos são bem difundidos e utilizados na bovinocultura nacional, mas no

Page 8: Sêmen refrigerado e congelado para inseminação artificial

2

cenário ovino apresenta-se bastante atrasado. O fato de a ovinocultura ainda

apresentar um caráter extrativista ou secundário, pode explicar a pouca difusão e

utilização de biotécnicas reprodutivas entre os produtores.

O uso de sêmen conservado na ovinocultura nacional é uma prática

pouco difundida, pelo caráter extrativista, e ainda apresenta resultados

insatisfatórios, principalmente quando se utiliza sêmen congelado com a

inseminação convencional. Um dos agravantes é a dificuldade de transpor a

cérvix devido a sua anatomia, assim, é necessário o uso de laparoscopia para a

deposição do sêmen dentro do útero, tornando essa técnica muito laboriosa.

Quando se utiliza sêmen fresco ou refrigerado, pode-se optar pela inseminação

artificial com a deposição do sêmen na entrada da cérvix, simplificando a técnica

e viabilizando a sua utilização.

É necessária a difusão de programas reprodutivos entre os produtores

de ovinos para que haja o desenvolvimento desse setor através da melhoria

genética dos rebanhos nacionais, e, o estudo da conservação do sêmen se torna

primordial para a evolução e padronização das técnicas de inseminação artificial e

também para determinar a capacidade reprodutiva do macho. O conhecimento de

antioxidantes que sejam eficientes na manutenção da qualidade seminal após o

processamento, também é um fator que necessita de estudos, pois está

diretamente relacionado com a melhoria dos índices produtivos.

Assim, objetiva-se com essa revisão discutir e discorrer sobre a

utilização de sêmen ovino refrigerado e congelado para inseminação artificial, e

aspectos relacionados à manutenção da qualidade seminal após as etapas de

refrigeração e criopreservação.

Page 9: Sêmen refrigerado e congelado para inseminação artificial

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2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Características do sêmen ovino

O sêmen pode ser caracterizado como suspensão celular líquida que

contém gametas masculinos altamente especializados (espermatozóides) e

também secreções dos órgãos acessórios do aparelho reprodutor masculino. O

plasma seminal é constituído pela porção fluida dessa suspensão, que é liberada

na ejaculação. Os espermatozóides (Figura 1) são provenientes dos túbulos

seminíferos localizados no interior dos testículos, os quais contêm uma série de

complexas células germinativas em desenvolvimento, que dão origem aos

espermatozóides, através de uma sequência de eventos denominada

espermatogênese (HAFEZ & HAFEZ, 2004).

FIGURA 1 - Características de um espermatozóide bovino sem a membranaplasmática. A cabeça com o capuchão acrossomático e a cauda comsuas quatro divisões anatômicas. Cortes transversais da peçaintermediária, peça principal e peça da cauda mostram o núcleo doaxonema central de 9 + 2 microtúbulos, as nove fibras grossasexternas, a bainha mitocondrial, as colunas longitudinais ventral edorsal e as costelas circulares.Fonte: HAFEZ & HAFEZ (2004).

Page 10: Sêmen refrigerado e congelado para inseminação artificial

4

O plasma seminal é a porção fluida do sêmen, incorporada durante a

ejaculação, provenientes das glândulas sexuais acessórias, epidídimos, testículos

e ductos deferentes. Atua como transportador e protetor da células, por isso é um

componente essencial na cobertura natural, principalmente para os ovinos e

bovinos, pois o ejaculado é depositado na vagina (HAFEZ & HAFEZ, 2004).

O núcleo corresponde aproximadamente 35% do peso da célula

espermática, sendo os ácidos nucléicos, proteínas e lipídeos os principais

componentes químicos do espermatozóide, que ainda é rico em fósforo,

nitrogênio e enxofre (HAFEZ & HAFEZ, 2004).

O sêmen do carneiro possui volume do ejaculado relativamente

pequeno, variando de 0,5 a 2,0 mililitros (mL) e concentração espermática entre

dois e cinco bilhões de espermatozóides por mL de ejaculado, sendo comum

nessa espécie encontrar 90% de motilidade (MAIA et al., 2011).

Diferenças entre raças têm sido encontradas na maioria dos

parâmetros seminais de ovinos, principalmente devido à variação no diâmetro

testicular. Em levantamento realizado por MAIA et al. (2011) sobre as

características seminais de carneiros criados no Rio Grande do Norte, observa-se

uma estreita diferença entre raças (Tabela 1).

TABELA 1 - Características seminais (média ± desvio padrão) de carneiros dasraças Santa Inês, Dorper e mestiços, na região leste do Rio Grandedo Norte

Variáveis RaçaDorper (n = 5) Santa Inês (n = 5) Mestiços (n = 6)

Volume (mL) 1,1 ± 0,2 0,98 ± 0,6 1,2 ± 0,4Concentração(x106/ml) 2250 ± 426,4 3018 ± 1405,4 3108,3 ± 2097,1

Motilidade (%) 72,0 ± 26,8 77,0 ± 26,4 74,2 ± 22,9

Vivos (%)* 82,4 ± 17,4 81,0 ± 14,2 85,2 ± 6,9MM (0 - 5) 4,0 ± 1,4 4,0 ± 0,7 3,8 ± 1,5Vigor (0 - 5) 4,2 ± 1,1 4,4 ± 0,9 4,2 ± 0,9TDEF (%) 22,6 ± 9,9 24,2 ± 9,3 18,5 ± 10,4DMA (%) 16,6 ± 7,8 19,4 ± 9,5 15,2 ± 9,2DME (%) 6,2 ± 3,4 4,8 ± 2,8 3,3 ± 3,2PE (cm) 34,5 ± 1,2 34,2 ± 2,14 34,4 ± 4,1*Coloração vital, P > 0,05. MM: motilidade massal, TDEF: total de defeitos espermáticos,DMA: defeitos maiores, DME: defeitos menores.Fonte: MAIA et al. (2011).

Page 11: Sêmen refrigerado e congelado para inseminação artificial

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PACHECO et al. (2009) trabalhando com carneiros da raça Santa Inês

na região sul do Espírito Santo, observaram idade média à puberdade de 210,8 ±

50,8 dias, peso corporal de 36,3 ± 9,2 quilogramas (kg) e perímetro escrotal de

25,2 ± 3,0 centímetros (cm), contudo, ALVES et al. (2006) observaram idade à

puberdade mais precoce (194,6 dias) com animais da mesma raça, criados no

Distrito Federal. Com isso, exalta a necessidade de programas de melhoramento

genético para produção de animais mais precoces.

2.2 Refrigeração seminal

2.2.1 Diluentes utilizados para refrigeração do sêmen

Devido ao pouco volume (0,5 a 2,0 mL) e alta concentração

espermática (2 a 5 x 109 sptz/mL), utiliza-se diluente para aumentar o volume total

do ejaculado e assim obter maior proporção de doses inseminantes. Os diluidores

visam primeiramente o aumento de volume, mas devem também favorecer a

sobrevivência dos gametas masculinos e ser livres de materiais tóxicos para

minimizar o desperdício de células (GONÇALVES et al., 2001).

De acordo com HAFEZ & HAFEZ (2004), um diluente deve fornecer

para os espermatozóides nutrientes e energia, como glicose, proteger as células

do choque térmico, proporcionar um meio tampão e uma pressão osmótica

adequada, inibir a proliferação bacteriana e aumentar o volume do ejaculado.

Para melhores resultados, deve-se adicionar o diluente ao sêmen e, após a

mistura cuidadosa promover a avaliação do sêmen diluído para confirmar a sua

viabilidade espermática. Normalmente os diluentes utilizados para preservação de

sêmen de carneiro apresentam pH, capacidade de tamponamento e osmolaridade

adequados, e promovem proteção aos espermatozóides de lesões criogênicas

(SALAMON & MAXWELL, 2000).

Os diluidores mais utilizados são a base de Tris (hidroximetil

aminometano) (MAIA et al., 2008) e leite desnatado (HAFEZ & HAFEZ, 2004). A

gema de ovo (Tabela 2) é comumente adicionada aos diluidores, devido a sua

fração lipoproteíca de baixa densidade e alto peso molecular, promove proteção

Page 12: Sêmen refrigerado e congelado para inseminação artificial

6

aos espermatozóides contra o choque térmico, reduz a perda de enzimas

acrossomais e previne alterações de membrana durante o armazenamento

(SALAMON & MAXWELL, 2000). Nos diluidores a base de leite desnatado esse

mecanismo de proteção deve-se também a sua fração protéica (MEDEIROS et

al., 2002).

TABELA 2 - Diluente Gema de Ovo-Tris Frutose para sêmen de carneiroComponente QuantidadeTris (hidroximetil) aminometano 3,634 gFrutose 0,50 gÁcido cítrico, monoidrato 1,99 gGema de ovo 14 mLÁgua destilada 100 mL q.s.p.Fonte: HAFEZ & HAFEZ (2004).

MACHADO et al. (2006) avaliaram o diluidor à base de água de coco

em pó (ACP-102®) para inseminação artificial em ovinos da raça Santa Inês com

sêmen refrigerado à 4 graus Celsius (°C),e, obtiveram taxa de fertilidade de 48%

na inseminação cervical e 70,3% quando utilizaram laparoscopia. Segundo ANEL

et al. (2006), a evolução da tecnologia nos diluidores seminais tem mostrado que

a sobrevivência dos espermatozóides por períodos prolongados é inversamente

proporcional à sua atividade metabólica.

Várias substâncias orgânicas e sintéticas (SALAMON & MAXWUEL,

2000) são utilizadas e lançadas pela indústria para promover proteção aos

espermatozóides durante a diluição, porém, o balanço entre concentração e

interação desses agentes com o meio celular deve ser sempre mensurado.

2.2.2 Métodos para refrigeração seminal

A refrigeração do sêmen ovino diluído é utilizada como principal

método de armazenamento, é caracterizada pela redução da temperatura que

originalmente encontra-se em torno de 37°C para temperaturas próximas a zero

grau Celsius. Nesse período o espermatozóide sofre inibição reversível de seu

metabolismo (CÂMARA & GUERRA, 2011).

Page 13: Sêmen refrigerado e congelado para inseminação artificial

7

Para promover essa queda na temperatura, pode-se utilizar

equipamentos convencionais (refrigerador, garrafas térmicas ou caixas

isotérmicas com gelo), ou ainda, equipamentos automatizados. Quando se utiliza

refrigerador (geladeira), as palhetas devem ser colocadas primeiramente em

frascos com águas a 30°C, e posteriormente levadas ao refrigerador e mantidas

até a estabilização da temperatura. No uso de caixas isotérmicas com gelo ou

água gelada, as palhetas devem ser protegidas com algodão hidrofóbico para

evitar o choque térmico devido ao contato direto com o gelo.

A refrigeração do sêmen, de 30°C a 0°C realizada de forma abrupta,

pode ocasionar um estresse letal a algumas células, caracterizado como choque

térmico (WATSON, 2000). O dano as células causados pela queda da

temperatura está relacionado com alterações no arranjo dos constituintes da

membrana devido a mudanças na viscosidade do meio (MEDEIROS et al., 2002).

Uma queda de temperatura lenta também promove tensão na

membrana celular (WATSON, 2000), por isso a curva de refrigeração deve ser

monitorada e padronizada. Bolsas plásticas contendo água são utilizadas com

eficiência para controlar a queda de temperatura quando se utiliza refrigeradores

convencionais (RODELLO, 2006) ou balcão (LIMA et al., 2010).

RODELLO (2006) comparou um equipamento automatizado com

geladeira para refrigeração do sêmen ovino, porém, as palhetas do sêmen foram

colocadas na geladeira entre bolsas plásticas contendo água, a fim de

proporcionar um resfriamento gradativo até estabilização a 5°C. Para a

refrigeração automatizada, utilizou-se o equipamento de fabricação nacional TK

3000®, programado para executar uma queda de temperatura de -0,5°C/minuto.

Ao comparar os dois sistemas, não foi possível encontrar diferença estatística

para os critérios avaliados, ambos apresentaram uma queda de -0,5°C/minuto e

um tempo de 90 minutos para reduzir a temperatura de 32 para 5°C.

Vários métodos podem ser utilizados para promover essa queda de

temperatura, sejam eles automáticos ou manuais, a curva de queda da

temperatura deve ser promovida de maneira constante e homogênea, evitando

variações bruscas que culminam em choque térmico e redução da viabilidade

espermática (WATSON, 2000; MEDEIROS et al., 2002).

Page 14: Sêmen refrigerado e congelado para inseminação artificial

8

2.2.3 Temperatura de armazenamento

A redução da temperatura a níveis baixos é utilizada para deprimir o

metabolismo dos espermatozóides e prolongar a sua vida fértil (ANEL et al.,

2006), possibilitando o seu armazenamento e utilização por um maior período de

tempo. O armazenamento do sêmen na forma líquida apresenta facilidade no seu

processamento, mas, possui um tempo hábil bastante limitado.

Utilizam-se várias temperaturas no armazenamento do sêmen

refrigerado, entretanto as temperatura de 15°C (YÁNIZ et al., 2005; DRUART et

al., 2009), 5°C (BUCAK & TEKIN, 2007; ROJERO et al., 2009; LIMA et al., 2010)

e 4°C (SOUSA et al., 2010) são as comumente utilizadas.

O armazenamento do sêmen na temperatura de 4°C promove a

redução no metabolismo dos espermatozóides, economia das reservas

energéticas e boa conservação da motilidade, enquanto a preservação seminal a

15-20°C mantém o atividade celular, tornando os espermatozóides mais sensíveis

aos metabólicos tóxicos (DECUADRO-HANSEN, 2004).

Quando se utiliza o sêmen fresco, esse deve ser mantido à

temperatura em torno de 30°C e utilizado no menor tempo possível, pois nessa

condição a motilidade e viabilidade seminal reduzem rapidamente. Quando se

refrigera o sêmen, este pode ser armazenado e utilizado até 48 horas após a

colheita (ROJERO et al., 2009), porém ocorre uma queda acentuada na

fertilização após 24 horas na inseminação artificial cervical (ANEL et al., 2006;

O’HARA et al., 2010).

O sêmen mantido a temperatura de 15°C possui um tempo útil bastante

inferior aqueles acondicionados a 4-5°C, e para que tenha índices satisfatórios

recomenda seu uso até 8 horas após o processamento (ANEL et al., 2006). Por

isso, os diluentes são empregados no intuito de aumentar o tempo de

armazenamento seminal.

SOUSA et al. (2010) compararam diluentes comerciais ao tradicional

Tris-Gema sobre a viabilidade in vitro de células espermáticas de ovinos da raça

Dorper submetidos ao processo de refrigeração à 4°C e armazenados por um

período de até 48 horas. Nota-se, na Tabela 3, uma grande diferença nos valores

de motilidade individual progressiva para os tratamentos Equimix e Equimix-

Page 15: Sêmen refrigerado e congelado para inseminação artificial

9

Gema, sendo que, o tratamento à base de Tris-Gema proporcionou proteção às

células até 24 horas de armazenamento, e, como se trata do mesmo diluente

comercial os autores atribuíram o fato devido à adição de 20% de gema de ovo.

No entanto, a utilização de gema de ovo pode diferenciar os

tratamentos devido à grande variabilidade da sua composição (ANEL et al., 2006),

dificultando a padronização dos diluentes. Nota-se que o diluente tradicional Tris-

Gema pode ser utilizado para conservação do sêmen a 4°C por um período de

até 48 horas, corroborando com ROJERO et al. (2009).

TABELA 3 - Média e desvio-padrão da motilidade individual progressiva (MIP) deacordo com o diluente e o tempo de armazenamento do sêmen ovino

Tempo (horas) Equimix Equimix-Gema Tris-Gema

0 76,67±10,41 80,00±5,00 81,67±2,89

12 35,00±8,66 75,00±5,00 80,00±5,00

24 30,00±5,00 65,00±13,23 78,33±2,89

36 16,67±2,89 36,67±15,28 73,33±2,89

48 3,67±2,31 10,33±12,86 68,33±2,89Fonte: Adaptado de SOUSA et al. (2010).

O’HARA et al. (2010) avaliaram a viabilidade espermática de sêmen de

carneiros refrigerados nas temperaturas 5°C e 15°C no armazenamento até 72

horas após a colheita, e observaram que a viabilidade permaneceu relativamente

constante entre 24 e 72 horas para o sêmen refrigerado a 5°C, enquanto que no

armazenamento do sêmen a 15°C a viabilidade declinou linearmente (Figura 2).

FIGURA 2 – Proporção de espermatozóides vivos após 72 horas da colheita earmazenagem a 5°C (—) ou 15°C (– –) em diluidor a base de leitedesnatado (♦), OviPro (■), AndroMed (▲), ou INRA 96 (●).Fonte: O’HARA et al. (2010).

Page 16: Sêmen refrigerado e congelado para inseminação artificial

10

A taxa de prenhez após a inseminação artificial cervical com sêmen

refrigerado a 5°C utilizando o diluidor INRA 96 também apresentou queda com o

aumento do tempo de armazenamento (Figura 3), mas, obteve um índice

satisfatório (52,2%) quando a sua utilização foi em até 24 horas, se mostrando

uma alternativa viável.

FIGURA 3 – Taxa de prenhez com inseminação artificial cervical usando sêmenarmazenado por 0, 24, 48 e 72 h (barra vertical representa 95% deintervalo de confiança para as médias).Fonte: O’HARA et al. (2010).

2.2.4 Inseminação artificial com sêmen refrigerado

O sêmen de carneiros, assim como nas demais espécies, pode ser

utilizado para inseminação artificial na forma fresca, refrigerado ou congelado

(ROJERO et al., 2009). As técnicas para a inseminação artificial incluem

deposição do sêmen no canal vaginal, transcervical e intra-uterina.

A inseminação artificial mais utilizada em ovinos é a vaginal e

transcervical, e, se consegue resultados satisfatórios quando utiliza sêmen fresco

ou refrigerado a 15°C, porém é necessário considerar o curto prazo de

armazenamento e a necessidade de uma alta concentração de espermatozóide

por dose (ANEL et al., 2006). Por outro lado, a utilização de sêmen fresco ou

refrigerado reduz a eficiência do carneiro, pela necessidade de uma dose elevada

de sêmen, e carece de maior organização no manejo reprodutivo da propriedade.

De acordo com O’HARA et al. (2010), em situações peculiares o uso de

sêmen refrigerado a 5°C pode ser utilizado até três dias após a colheita e

processamento, porém a taxa de prenhez reduz drasticamente com o passar do

tempo (Figura 3).

Page 17: Sêmen refrigerado e congelado para inseminação artificial

11

Ao avaliar a inseminação artificial intra-uterina ou cervical em ovelhas

no sul do México, ROJERO et al. (2009) encontraram valores aceitáveis na taxa

de prenhez quando utilizaram inseminação artificial cervical (43,7%) com sêmen

armazenado por 12 horas à temperatura de 5°C, porém, os valores foram bem

superiores (75,0%) quando utilizaram inseminação artificial intra-uterina através

de laparoscopia (Tabela 4).

TABELA 4 - Taxa de fertilidade de ovelhas após inseminação cervical ou intra-uterina com sêmen refrigerado, após 12 horas da detecção de cio

Inseminação n Ovelhas prenhes Taxa de fertilidade (%)Cervical 16 07 43,7b

Intra-uterina 16 12 75,0a

a,bLetras minúsculas indicam diferenças (p<0,05) entre locais de inseminaçãoFonte: ROJERO et al. (2009).

DRUART et al. (2009) analisaram o trânsito espermático no trato

genital feminino após inseminação artificial com sêmen armazenados sob

refrigeração a 15°C por 24 horas, utilizando microscopia confocal in situ e

observaram que a proporção de espermatozóides móveis com deslocamento

linear e sua migração da cérvix em direção à tuba uterina foi afetada pela

refrigeração e armazenamento do sêmen. Com isso, mostra-se a necessidade de

estudos a fim de melhorar as técnicas de refrigeração do sêmen, objetivando o

aumento da fertilidade e consequente melhora nos índices zootécnicos.

2.3 Criopreservação do sêmen

2.3.1 Diluentes utilizados para criopreservação seminal

O glicerol é o crioprotetor mais utilizado, possui a capacidade de

penetrar a membrana celular e diminuir o estresse osmótico intracelular causado

pela desidratação, entretanto, dependendo da concentração utilizada, sua

toxidade pode ocasionar danos na membrana e consequente redução da

motilidade espermática (MEDEIROS et al., 2002).

A adição de gema de ovo e/ou antioxidantes é utilizada para reduzir a

concentração do glicerol e minimizar seu efeito tóxico (SALAMON & MAXWELL,

Page 18: Sêmen refrigerado e congelado para inseminação artificial

12

2000). Segundo ANEL (2006), adição de glicerol em duas etapas com diferentes

temperaturas representa o melhor balanço entre citotoxidade e criopreservação.

Por apresentarem características crioprotetoras, a gema de ovo é

comumente utilizada nos diluidores de sêmen para minimizar os efeitos deletérios

do choque térmico. Segundo MAIA et al. (2008), a adição de surfactantes ao

diluidor à base de gema de ovo melhora significativamente a qualidade seminal e

fertilidade após o processo de criopreservação, devido à manutenção da

motilidade e integridade das membranas.

A gema de ovo atua no meio extracelular protegendo a membrana

plasmática das crioinjúrias (SALAMON & MAXWELL, 2000). O efeito da interação

entre as lipoproteínas de baixa densidade (LDL) da gema de ovo com a

membrana celular promove diminuição na perda de fosfolipídeos da membrana e

aumenta sua tolerância ao processo de criopreservação (ANEL et al., 2006).

Outras substâncias como: dimetilsulfóxido (DMSO), etilenoglicol,

albumina, açúcares, surfactantes, proteínas de peixe, etc. têm sido avaliadas

como agentes crioprotetores, entretanto nota-se efeito inferior ao glicerol

(SALAMON & MAXWELL, 2000).

Em trabalho realizado por MAIA et al. (2008), os autores estudaram o

efeito da adição do detergente lauril sulfato de sódio (OEP) ao diluente Tris

contendo 20% de gema de ovo, sob a viabilidade seminal após o congelamento e

descongelamento do sêmen de carneiros da raça Santa Inês. Foi utilizado três

diluidores, o diluidor controle (Tris) sem adição de OEP, e dois diluidores a base

de Tris adicionado OEP nas concentrações de 0,5 e 1,0% (TRIS 0,5 e TRIS 1).

Conforme observado na Tabela 5, o processo de criopreservação causou efeito

deletério à integridade da membrana plasmática e acrossomal do espermatozóide

ovino, diminuindo a qualidade seminal em relação ao sêmen fresco.

A adição de OEP nos níveis de 0,5 e 1,0% promoveu melhora

significativa na motilidade espermática, motilidade progressiva e integridade de

membrana em relação ao diluidor sem adição de OEP (Tabela 5). A queda da

motilidade do espermatozóide é uma característica encontrada frequentemente

em sêmen congelados, isso se deve principalmente ao estresse da

criopreservação que a célula é submetida, por isso, recorre-se a utilização de

crioprotetores como a gema de ovo e glicerol.

Page 19: Sêmen refrigerado e congelado para inseminação artificial

13

TABELA 5 - Médias e erro padrão dos parâmetros da motilidade espermáticaavaliada pelo sistema computadorizado (CASA) e integridade demembrana plasmática e acrossomal (IP+DIC) do espermatozóideovino no sêmen fresco (SF) e no sêmen congelado nos diluidores:TRIS, TRIS 0,5 e TRIS 1

Parâmetro Sêmen CongeladoSF TRIS TRIS 0,5 TRIS 1

MT (%) 93,7 ± 0,7a 34,3 ± 2,5c 65,0 ± 3,7b 69,9 ± 5,0b

MP (%) 55,4 ± 2,0a 24,4 ± 1,9c 38,9 ± 2,6b 39,1 ± 3,6b

VAP (μm/s) 158,0 ± 5,9a 116,1 ± 3,6b 121,3 ± 3,7b 120,4 ± 3,4b

VSL (μm/s) 115,2 ± 4,4a 102,5 ± 3,4b 96,6 ± 3,1b 92,0 ± 3,3b

VCL (μm) 286,5 ± 12,1a 187,5 ± 5,0c 214,6 ± 7,1b 210,9 ± 6,5b

ALH (Hz) 10,4 ± 0,4a 6,6 ± 0,2c 8,6 ± 0,2b 8,1 ± 0,3b

LIN (%) 41,2 ± 1,1a 55,1 ± 0,7a 46,8 ± 0,8b 45,3 ± 0,5b

IM (%) 70,0 ± 2,3a 13,8 ± 2,3c 28,8 ± 2,3b 32,4 ± 2,3b

Média seguida de letras diferentes na mesma linha difere entre si a P<0,05.MT: motilidade total; MP: motilidade progressiva; VAP: velocidade de trajeto; VSL:velocidade progressiva; VCL: velocidade curvilinear; ALH: amplitude de deslocamentolateral de cabeça; LIN: linearidade e IM: membrana plasmática intacta.Fonte: MAIA et al. (2008).

O efeito crioprotetor dos diluidores Tris-gema aditivado com OEP tem

efeito direto sobre as membranas espermáticas, reduzindo o estresse osmótico

da adição do glicerol devido ao aumento da permeabilidade da membrana, o que

explica a maior motilidade do TRIS 0,5 e TRIS 1, em relação ao grupo controle

(MAIA et al., 2008). O grupo sem adição de OEP sofreu maior estresse osmótico

e maior desidratação celular, reduzindo a motilidade devido à maior lesão da

membrana. Esse fato reflete a importância da utilização de crioprotetores que

promovem a máxima proteção dos espermatozóides à crioinjúria.

Estudando a influência do leite em pó desnatado sobre a motilidade

progressiva e integridade de membrana plasmática, CARVALHO et al. (2008)

também verificaram redução gradual da motilidade progressiva dos

espermatozóides, submetidos ao processo de criopreservação, para três

diluidores testados (Tris-Gema, Leite-Gema e Tris-Gema-Leite), conforme

observado na Tabela 6. Nota-se que o diluente convencional à base de Tris-

Gema possui efeito crioprotetor nas etapas de congelamento e descongelamento

do sêmen, por isso se mostrou mais eficiente na manutenção da motilidade

Page 20: Sêmen refrigerado e congelado para inseminação artificial

14

espermática progressiva após a exposição do sêmen ao vapor de nitrogênio

líquido (Mp5) e 30 dias após o congelamento (Mp6).

TABELA 6 - Motilidade progressiva média do sêmen de carneiros, no estadonativo (Mpi), após diluição com a fração A (Mp1), após 2 horas dadiluição com a fração A (Mp2), após diluição com a fração B (Mp3),após 14 horas da diluição com a fração B (Mp4), após a exposiçãoao vapor de nitrogênio líquido (Mp5) e 30 dias após ocongelamento (Mp6), submetido a três diluentes (Dil.): Tris-Gema(TG), Leite-Gema (LG) e Tris-Gema-Leite(TGL)

Dil. Mpi Mp1 Mp2 Mp3 Mp4 Mp5 Mp6

TG 68,4 ±9,5a

65,6 ±11,0a

63,1 ±12,3a

60,3 ±11,2a

52,5 ±12,7a

29,1 ±13,6a

46,5 ±21,7a

LG 68,4 ±9,5a

61,1 ±10,4a

56,6 ±11,5a

50,3 ±10,2a

41,4 ±12,8b

18,8 ±10,7b

26,1 ±17,1b

TGL 68,4 ±9,5a

63,7 ±12,1a

60,3 ±12,3a

56,9 ±12,6a

49,1 ±12,3a

22,8 ±9,9b

32,1 ±17,5b

a,bMédias seguidas das mesmas letras na coluna não diferem entre si (P<0,05).Fonte: CARVALHO et al. (2008).

2.3.2. Métodos para criopreservação seminal

A criopreservação é um processo que envolve as fases de redução de

temperatura, desidratação celular, congelamento e descongelamento do sêmen

(MEDEIROS et al., 2002). A criopreservação pode ser realizada de várias

maneiras, contudo, para o sucesso do processo todas as etapas devem ser

realizadas de forma harmoniosa.

Para a criopreservação pode-se utilizar caixas isotérmicas com

nitrogênio líquido (N2), porém, mesmo que viável esse método possui difícil

padronização das curvas de queda de temperatura. Por isso, a indústria

especializada investe em pesquisas a fim de lançar aparelhos automatizados que

apresentem uma curva homogênea e padronizada (RODELLO, 2006).

Atualmente, existem dois métodos para a criopreservação de gametas:

congelamento lento e a vitrificação. Segundo ARAV et al. (2002) o congelamento

lento possui a vantagem de utilizar uma baixa concentração de crioprotetores em

relação a vitrificação, porém por ser um método rápido e simples, a vitrificação

reduz o choque térmico sofrido pela diminuição gradual da temperatura.

Page 21: Sêmen refrigerado e congelado para inseminação artificial

15

A primeira parte da amostra a congelar é a água intracelular, por isso a

taxa de queda de temperatura no congelamento lento é o principal fator que

determina a sobrevivência dos espermatozóides. No caso da vitrificação, utilizava-

se a imersão direta no N2 (-196°C), hoje com o avanço tecnológico o nitrogênio

pode chegar a temperaturas de -210°C, aumentando a taxa de congelamento,

porém essa queda de temperatura drástica pode ocasionar fraturas na membrana

com redução no potencial de fertilização dos espermatozóides (ARAV et al.,

2002).

A temperatura entre -5°C e -50°C é definida como um ponto crítico,

pois nessa temperatura a taxa de congelamento determina se a célula permanece

em equilíbrio com seu meio extracelular ou torna progressivamente super

congelada, elevando a possibilidade de desidratação e formação de gelo

intracelular (KUMAR et al., 2003).

Também se utilizam suspensão no vapor de nitrogênio líquido, com

posterior imersão no líquido para o congelamento do sêmen, nesse caso, o que

determina a velocidade da queda da temperatura é à distância com o nitrogênio

líquido e o tamanho das palhetas (LEBOEUF et al., 2000). Segundo SALAMON &

MAXWELL (2000), a curva de queda de temperatura ideal para o congelamento é

uma parábola, conseguida com uma distância de 4-6 centímetros entre as

palhetas e o nitrogênio líquido.

RODELLO (2006) obteve bons resultados ao comparar um sistema

automatizado (TK 3000®) para congelamento de sêmen com um sistema manual

utilizando geladeira/vapor de nitrogênio líquido. Para o congelamento em vapor de

nitrogênio líquido as palhetas com o sêmen, após atingirem a temperatura de 5°C,

eram transferidas para um caixa de polietileno (isopor) contendo 5,5 litros de

nitrogênio líquido. As palhetas eram expostas na posição horizontal a três

centímetros do vapor de nitrogênio líquido, por 20 minutos, e posteriormente

submersas no nitrogênio líquido e armazenadas em raques em botijão criogênico.

Para análise da qualidade seminal, os seguintes tratamentos foram avaliados:

refrigeração em geladeira e congelamento em vapor de nitrogênio líquido,

refrigeração em geladeira e congelamento automatizado, refrigeração

automatizada e congelamento em vapor de nitrogênio líquido, refrigeração e

congelamento automatizado. Ao analisar o sêmen in vitro após o

Page 22: Sêmen refrigerado e congelado para inseminação artificial

16

descongelamento, não foi possível detectar diferenças entre os sistemas

analisados quanto aos parâmetros avaliados.

KUMAR et al. (2003) utilizaram uma taxa de criopreservação lenta

(-1°C/min) e duas rápidas (-30°C/min e -50°C/min) para avaliar o efeito da

criopreservação sob os parâmetros qualitativos do sêmen de bovinos, ovinos e

caprinos. Segundo os autores, a peça intermediária e cauda dos espermatozóides

ovinos (envolvidos na geração e propagação do movimento) podem ser

vulneráveis a taxas de congelamento lento, enquanto os espermatozóides

caprinos possuem a motilidade espermática prejudicada pela criopreservação

rápida. Contudo, independente da espécie, a taxa de -30°C/minuto foi mais

eficiente na contra a crioinjúria, sendo recomendada entre as temperaturas de -

5°C e -50°C.

Conclui-se que a criopreservação do sêmen, assim como a

refrigeração, podem ser realizadas de maneira eficiente no campo, e com

resultados semelhantes aquelas realizadas em laboratórios automatizados,

porém, destreza e atenção são decisivos no resultado final. A comprovação da

eficácia de métodos simples faz com que essa biotecnologia seja passível de

utilização em todos os criatórios, e, sem a necessidade de um alto investimento

em equipamentos a técnica é atrativa e com benefícios em curto prazo.

2.3.3 Descongelamento do sêmen

Na utilização do sêmen criopreservado, a fase de aquecimento é tão

importante para a sobrevivência dos espermatozóides quanto o processo de

congelamento, os espermatozóides que sobreviveram à temperatura de -196°C

são submetidos ao aquecimento e atravessam novamente a zona crítica de -15°C

a -60°C (SALAMON & MAXWELL, 2000).

A fim de melhorar os índices de fertilidade, vários sistemas de

descongelamento foram elucidados. O descongelamento em altas temperaturas

(60-75°C) é semelhante a 38-42°C, quanto à motilidade, integridade de

acrossoma e fertilidade dos espermatozóides (SALAMON & MAXWELL, 2000).

Porém, segundo LEBOEUF et al. (2000), o descongelamento do sêmen a 37°C é

mais adequado em condições práticas por excluir o risco de superaquecimento.

Page 23: Sêmen refrigerado e congelado para inseminação artificial

17

Um método simples e comumente utilizado para o descongelamento de

sêmen é utilizando água em banho maria na temperatura de 37°C, de 20 a 30

segundos (ÇOYAN et al., 2011; MOUSTACAS et al., 2011). Para minimizar os

efeitos nocivos da criopreservação e posterior descongelamento sob os gametas

masculinos, são utilizados diluentes, crioprotetores e antioxidantes.

SANDOVAL et al. (2007) avaliaram três diluidores e quatro

combinações de agentes crioprotetores para a criopreservação de sêmen de

ovinos. O experimento foi dividido em duas etapas: na primeira avaliaram o efeito

protetor de dois diluentes à base de Tris (224 mM e 150 mM) e um diluente a

base de leite desnatado. Nota-se (Tabela 7) que os diluentes à base de Tris,

proporcionaram maior proteção em comparação com o diluidor à base de leite

desnatado, principalmente na concentração de 224 mM. As diferenças

observadas entre os dois primeiros foram atribuídas às concentrações de Tris,

ácido cítrico e frutose, utilizados em cada diluidor.

TABELA 7 - Valores após descongelamento de sêmen ovino criopreservado comdois diluentes a base de Tris e um diluente à base de leitedesnatado

Diluentes Motilidade progressiva Espermatozóides vivos2

Tris (224 mM) 69,29 ± 6,76a 63,12 ± 4,64a

Tris (150 mM) 37,40 ± 5,76b 34,86 ± 6,50b

Leite desnatado 23,39 ± 6,58c 23,22 ± 8,23c

Sêmen fresco1 89,05 ± 3,76 86,58 ± 6,081Sem diluir2Com acrossoma intactoa,b,cLetras diferentes dentro da mesma coluna indicam diferenças significativas (p<0.05)Fonte: Adapatado de SANDOVAL et al. (2007).

Na segunda etapa os autores testaram quatro combinações de agentes

crioprotetores, sendo um permeável e outro não permeável: Glicerol – Trealose,

Glicerol – Sacarose, Etilenoglicol – Trealose e Etilenoglicol – Sacarose. Observa-

se que, independentemente do tipo de crioprotetor não permeável (Trealose ou

Sacarose), a qualidade seminal após o descongelamento foi estatisticamente

maior para os grupos que utilizaram o glicerol como crioprotetor permeável

(Tabela 8). Segundo os autores, o fato dos espermatozóides ovinos apresentarem

Page 24: Sêmen refrigerado e congelado para inseminação artificial

18

uma maior susceptibilidade aos efeitos tóxicos do etilenoglicol pode ter sido

devido à concentração utilizada (2,25%).

TABELA 8 - Valores médios após descongelamento de sêmen ovinocriopreservado com quatro combinações de agentecrioprotetores permeáveis e não-permeáveis

Crioprotetores Motilidadeprogressiva

Espermatozóidesvivos2

Integridade demembrana

Glicerol+Trealose 64,1 ± 4,8a 57,8 ± 6,9a 62,5 ± 2,8a

Glicerol+Sacarose 64,2 ± 5,4a 55,7 ± 6,1a 59,6 ± 1,3a

Etilenoglicol+Trealose 44,1 ± 4,3b 37,5 ± 3,9b 40,3 ± 8,3b

Etilenoglicol+Sacarose 48,5 ± 3,5b 41,5 ± 4,1b 37,5 ± 3,6b

Sêmen fresco1 83,6 ± 7,8 82,5 ± 2,7 66,9 ± 3,61Sem diluir2Com acrossoma intactoa,b,cLetras diferentes dentro da mesma coluna indicam diferenças significativas (p<0.05)Fonte: Adaptado de SANDOVAL et al. (2007).

Em contrapartida, MORAES et al. (1998) e BRISOLA et al. (1999)

avaliaram o efeito do etilenoglicol em substituição ao glicerol como agente

crioprotetor e concluíram que o sêmen ovino criopreservado com etilenoglicol na

concentração de 0,5 mM proporciona motilidade e vigor semelhante ao glicerol,

porém é mais eficiente para preservar a integridade das membranas

espermáticas. O etilenoglicol apresenta melhor proteção às membranas

espermáticas devido à sua maior velocidade de penetração celular,

proporcionando uma diminuição da alta concentração de sais no interior do

espermatozóide (MORAES et al., 1998).

SILVA et al. (2006) avaliaram o efeito da dimetilformamida, associada

ou não ao glicerol, como crioprotetor para congelamento de sêmen de caprinos, e

não observaram diferença estatística entre os tratamentos (7% de glicerol; 3,5%

de glicerol e 3,5% de dimetilformamida; 5% de dimetilformamida) para motilidade

espermática e vigor, analisados em testes in vitro. Os tratamentos também

tiveram a mesma eficiência na manutenção da integridade celular, indicando que

a DMF pode ser utilizada como agente crioprotetor em sêmen de caprinos.

Ao testar a influência da dimetilformamida (DMF), associada ou não ao

glicerol (GLY), na efetividade da criopreservação de sêmen de ovinos,

MOUSTACAS et al. (2011) observaram que, com o aumento da concentração de

Page 25: Sêmen refrigerado e congelado para inseminação artificial

19

DMF, houve redução significativa na qualidade seminal in vitro (motilidade,

parâmetros cinéticos e integridade de membrana) após a criopreservação,

conforme demonstrado na Tabela 9. A dimetilformamida não produziu efeitos

tóxicos imediatamente ao ser adicionado, porém, após a descongelação a

motilidade espermática foi significativamente reduzida nos tratamentos que

continham DMF em relação ao tratamento controle (5% Glicerol).

TABELA 9 - Média e desvio-padrão da motilidade espermática pré e pós acriopreservação e integridade de membrana plasmática de sêmencriopreservado com diluidor a base de Tris-gema contendo glicerol,diferentes proporções de DMF/GLY e somente DMF

Crioprotetor(%)

Motilidade pré-congelamento (%)

Motilidade pós-congelamento (%)

Integridade deMembrana

Plasmática (%)5GLY1 73,3 ± 3,2 43,9 ± 6,4 16,6 ± 5,34GLY-1DMF2 71,1 ± 4,8 26,9 ± 3,1* 8,0 ± 2,63GLY-2DMF3 73,9 ± 3,9 2,6 ± 0,9* 3,1 ± 0,8*2GLY-3DMF4 70,0 ± 5,8 1,4 ± 0,5* 8,7 ± 6,41GLY-4DMF5 70,0 ± 4,7 0,7 ± 0,3* 1,4 ± 0,3*2DMF6 75,0 ± 2,6 1,2 ± 0,5* 3,0 ± 0,8*3DMF7 73,3 ± 4,9 0,4 ± 0,1* 1,0 ± 0,5*4DMF8 75,6 ± 3,7 0,4 ± 0,1* 1,2 ± 0,5*5DMF9 64,4 ± 7,2 0,1 ± 0,1* 1,0 ± 0,2*

15% GLY (Controle); 24%GLY/1%DMF; 33%GLY/2%DMF; 42%GLY/3%DMF;51%GLY/4%DMF; 62%DMF; 73%DMF; 84%DMF; 95%DMF.Asterisco na mesma coluna significa diferença entre os tratamentos e o grupo controle(p<0,05).Fonte: Adaptado de MOUSTACAS et al. (2011).

Segundo MOUSTACAS et al. (2011), a DMF não possui efeito

crioprotetor satisfatório sobre o sêmen de ovinos como em outras categorias

animais (caprinos, caninos, eqüinos e suínos) devido às diferenças existentes na

estrutura da membrana espermática.

2.3.4 Inseminação artificial com sêmen criopreservado

Apesar de encontrar no mercado equipamentos modernos para

criopreservação de sêmen, a inseminação artificial com sêmen congelado só

apresenta resultados satisfatórios de fertilização quando o sêmen é depositado

diretamente no útero através de laparoscopia (LIMA et al., 2010). São vários os

Page 26: Sêmen refrigerado e congelado para inseminação artificial

20

fatores que afetam a sobrevivência do espermatozóide ovino criopreservado

como: diluidor, concentração do crioprotetor, embalagem para o envasamento do

sêmen, velocidade de congelação e descongelação, e, qualidade do sêmen

destinado ao processo de criopreservação (SALAMON & MAXWELL, 2000).

CRUZ JÚNIOR (2006) descreveu as características morfológicas da

cérvix de ovelhas da raça Santa Inês e encontrou cinco tipos de orifício externo,

anéis com diâmetro pequeno e formato de funil e presença de fundos de saco

entre os anéis, o que mostra a grande variação entre animais e a impossibilidade

de transpor a cérvix com aplicadores convencionais. A cérvix constitui a primeira

barreira no trânsito espermático, e apresenta como um fator limitante na migração

dos espermatozóides da vagina até o útero (DRUART et al., 2009).

Quando se utiliza a criopreservação associada à sincronização de estro

em ovelhas, é necessário ultrapassar a cérvix e depositar o sêmen em região

profunda do útero para se conseguir taxas de prenhez aceitáveis (ANEL et al.,

2006).

De acordo com ANEL et al. (2006), a inseminação artificial por

laparoscopia possui limitação devido à sua complexidade, custo elevado (em

comparação com o valor do animal), necessidade de técnicos treinados e

problemas relacionados com o bem-estar animal, assim, a laparoscopia deve ser

uma técnica utilizada até que as limitações da inseminação transcervical sejam

contornadas.

2.4 Estresse oxidativo

A perda de motilidade após o processamento do sêmen é decorrente

principalmente do estresse oxidativo, o qual leva a formação de radicais livres,

oxidantes e espécies reativas do metabolismo do oxigênio (ROS), e, a diluição ou

lavagem do sêmen causa diminuição da concentração natural de antioxidantes,

promovendo menor resistência das células a essas substâncias (MAIA &

BICUDO, 2009).

O manejo reprodutivo adotado na propriedade converge diretamente na

capacidade produtiva dos animais, pois a permanência dos animais em condições

de estresse e uma nutrição desbalanceada levam a um aumento da produção de

Page 27: Sêmen refrigerado e congelado para inseminação artificial

21

ROS e/ou redução da disponibilidade de antioxidantes, levando à redução nos

índices reprodutivos (ANDRADE et al., 2010).

Todos os sistemas biológicos formam os ROS quando na mitocôndria o

oxigênio sofre redução tetravalente para a formação de H20, formando os

intermediários reativos como: superóxido (O2-), hidroxiperoxila (HO2

+), hidroxila

(OH+), peróxido de hidrogênio (H2O2) e óxido nitroso (NO-). Os organismos

aeróbios forma e degradam às ROS, pois, pequenas quantidades são

necessárias para o funcionamento das células e processo de fertilização, porém,

quando produzidos em excesso sobrecarregam as defesas antioxidantes dos

espermatozóides, prejudicando o funcionamento fisiológico das células devido ao

estresse oxidativo (NORDBERG & ARNÉR, 2001).

A produção de ROS ocorre normalmente nos indivíduos, por isso a

manipulação do sêmen deve ser criteriosa para minimizar a produção de radicais

oxidativos e proporcionar também proteção celular contra essas substâncias. A

redução do estresse oxidativo e controle dos danos causados pela queda de

temperatura devem ser elucidados para o aumento do potencial reprodutivo na

espécie ovina.

2.5 Antioxidantes

O plasma seminal ovino é um dos responsáveis pela manutenção da

qualidade, pois possui substancias como proteínas (MOURA et al., 2010) e

antioxidantes que protegem os espermatozóides de injúrias (HAFEZ & HAFEZ,

2004). Porém a lavagem realizada durante o processamento do sêmen reduz a

capacidade protetora do plasma, assim, a adição de antioxidantes sempre é

valida e necessária para manter e preservar a qualidade seminal.

A célula possui dois sistemas de defesa antioxidante para se proteger

dos efeitos deletérios da formação de ROS, um sistema enzimático e outro não

enzimático. O complexo enzimático é formado pelas enzimas: a) superóxido

dismutase (SOD), b) catalase (CAT), c) peroxiredoxinas (Prx), d) glutationa

(GSH), e) glutationa redutase (GR) e f) glutationa peroxidase (GPx). O sistema

não enzimático é conhecido por substâncias sintéticas e que são suplementados

através da dieta, formados por compostos de baixo peso molecular, como

Page 28: Sêmen refrigerado e congelado para inseminação artificial

22

vitaminas C e E, selênio, ubiquinonas, ácido úrico e ácido lipóico (NORDBERG &

ARNÉR, 2001).

Os antioxidantes endógenos podem ser insuficientes contra os efeitos

nocivos de ROS durante o armazenamento prolongado do sêmen, então, a adição

de antioxidantes tem sido utilizado para melhorar a motilidade espermática e a

integridade da membrana em sêmen manipulados (BUCAK & TEKIN, 2007). Em

estudo realizado com caprinos por BUCAK et al. (2009), os autores observaram

que a adição dos antioxidantes glutamina e ácido hialurônico melhoraram a

motilidade espermática e integridade de membrana plasmática após o

congelamento e descongelamento do sêmen.

ÇOYAN et al. (2011) avaliaram o efeito da adição de dois

antioxidantes, cisteína e ergotioneína, em diferentes concentrações (1 mM, 2 mM

e 4 mM) sobre os parâmetros espermáticos após o descongelamento de sêmen

de ovinos. De acordo com a Tabela 10, a adição de ergotioneína aumentou a

motilidade, velocidade média de percurso (VMP) e velocidade linear (VLN),

enquanto a adição de cisteína se mostrou mais eficiente na manutenção da

integridade da membrana espermátcia e atividade mitocondrial (Tabela 11). De

acordo com os dados, os autores concluíram que a ergotioneína e cisteína

melhoraram, respectivamente, os parâmetros de motilidade e atividade

mitocondrial após a criopreservação, porém, elucida que os efeitos dos

antioxidantes devem ser estabelecidos também in vivo.

TABELA 10 - Média e desvio padrão de motilidade, motilidade progressiva,velocidade média de percurso (VMP) e velocidade linear (VLN) desêmen ovino acrescido de diferentes antioxidantes e submetidos acriopreservação

Grupos Motilidade % MotilidadeProgressiva % VMP (μm/s) VLN (μm/s)

Controle 69,0 ± 2,3bc 19,6 ± 1,1a 109,7 ± 2,6a 97,6 ± 2,8bc

Cisteína 1 mM 74,3 ± 2,0abc 20,7 ± 1,7ab 105,6 ± 3,2a 90,0 ± 3,1cd

Cisteína 2 mM 72,5 ± 2,8abc 15,3 ± 1,8bc 103,5 ± 1,8a 87,1 ± 1,4d

Cisteína 4 mM 67,5 ± 4,3c 16,1 ± 1,8d 105,3 ± 3,7a 85,8 ± 3,5d

Ergotioneína 1 mM 78,1 ± 2,5ab 25,9 ± 2,2d 117,2 ± 2,0b 103,7 ± 2,4ab

Ergotioneína 2 mM 81,3 ± 2,3a 31,0 ± 2,7cd 123,5 ± 1,1b 108,8 ± 1,0a

Ergotioneína 4 mM 80,6 ± 2,9a 32,4 ± 2,2d 121,7 ± 1,6 b 105,6 ± 1,7a

P <0,05 <0,05 <0,001 <0,001a,b,c,dLetras diferentes na mesma coluna demonstram diferenças significativas.Fonte: ÇOYAN et al. (2011).

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23

TABELA 11 - Média e desvio padrão da integridade de membrana espermática,integridade acrossomal e atividade mitocondrial de sêmen ovinoacrescido de diferentes antioxidantes e submetidos àcriopreservação

Grupos Integridade deMembrana %

IntegridadeAcrossomal %

AtividadeMitocondrial %

Controle 60,4 ± 1,8bc 36,42 ± 2,6 35,3 ± 7,0bc

Cisteína 1 mM 67,6 ± 3,8ab 39,2 ± 2,6 66,6 ± 10,6a

Cisteína 2 mM 72,8 ± 6,9a 34,5 ± 3,8 67,4 ± 6,1a

Cisteína 4 mM 60,7 ± 1,7bc 40,0 ± 7,4 57,7 ± 19,3ab

Ergotioneína 1 mM 50,5 ± 3,6c 36,6 ± 5,3 26,9 ± 5,8c

Ergotioneína 2 mM 51,6 ± 3,3c 32,3 ± 5,8 28,5 ± 8,8c

Ergotioneína 4 mM 52,0 ± 2,8c 28,7 ± 4,3 18,7 ± 6,6c

P <0,001 - <0,05a,b,cLetras diferentes na mesma coluna demonstram diferenças significativas.Fonte: ÇOYAN et al. (2011).

RUIZ et al. (2007) também avaliaram o efeito de dois antioxidantes

para a criopreservação de sêmen de ovino. Foi utilizado um diluidor a base de

Tris, acrescido dos antioxidantes Tempo (2,2,6,6 tetrametil-1-piperidiniloxil) e

Tempol (4-hidroxi 2,2,6,6 tetrametil-1-piperidiniloxil) em diferentes concentrações

(0,5 mM; 1,0 mM e 2,5 mM). Conforme Tabela 12, a adição de 0,5 mM do

antioxidante Tempo reduziu a perda de motilidade progressiva (78,9 ± 4,7) e

integridade de acrossoma (69,9 ± 6,4) em relação ao grupo controle (66,9 ± 4,8 e

58,4 ± 5,6), contudo esse efeito não pode ser observado com o uso do

antioxidante Tempol, que inclusive ocasionou redução na qualidade seminal.

TABELA 12 - Média e desvio padrão da motilidade progressiva e integridadeacrossomal de sêmen ovino criopreservado com diferentesconcentrações de antioxidantes

Tratamentos Motilidade Progressiva Integridade Acrossomal

Sem antioxidante 66,9 ± 4,8b 58,4 ± 5,6bTempo 0.5 mM 78,9 ± 4,7a 69,9 ± 6,4aTempo 1.0 mM 66,1 ± 8,0b 57,5 ± 6,7bTempo 2.5 mM 48,9 ± 4,5c 43,8 ± 5,0cTempol 0.5 mM 45,1 ± 5,7c 40,4 ± 5,8cTempol 1.0 mM 34,5 ± 4,7d 31,8 ± 4,9dTempol 2.5 mM 21,7 ± 5,0e 22,7 ± 3,6ea,b,c,d,eIndicam diferenças significativas dentro da coluna (p<0,005)FONTE: RUIZ et al. (2007).

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24

É importante salientar que o uso de antioxidantes se faz necessário

devido aos procedimentos realizados durante a criopreservação, como exemplo

diluição e lavagem, que reduzem a proteção dos antioxidantes naturais. Porém o

uso indevido pode levar a redução do potencial de fertilização dos

espermatozóides e consequente queda dos índices reprodutivos.

Page 31: Sêmen refrigerado e congelado para inseminação artificial

25

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A eficiência reprodutiva se faz necessária para a intensificação da

ovinocultura nacional e multiplicação de genótipos superiores, a fim de obter

produtos em quantidade e qualidade que atenda todos os mercados.

As biotécnias reprodutivas como refrigeração e criopreservação do

sêmen constituem importantes ferramentas na difusão da inseminação artificial

em ovinos, que atualmente se encontra com níveis ainda insatisfatórios. As

pesquisas com o sêmen, a busca por substâncias que minimizam as injúrias

causadas pela queda de temperatura e a padronização nos processos de

congelamento e descongelamento seminal, são necessárias para o incremento e

disseminação na utilização de sêmen refrigerado e congelado para inseminação

artificial.

As busca por melhores resultado deve ser maciça e crescente, pois a

melhora nos resultados, principalmente in vivo, é primordial para alcançar um

patamar reprodutivo com eficiência satisfatória, e, colocar carne ovina de

qualidade acessível a todos.

Page 32: Sêmen refrigerado e congelado para inseminação artificial

26

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