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São Paulo – SP 2020

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO .............................................................................................................. 11

CAPÍTULO I – MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS

UTILIZAÇÃO DA MATRIZ “GUT” NA ANÁLISE DAS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS EM EDIFICAÇÕES: UM ESTUDO DE CASO ............................... 15Allan Araújo de AguiarEdivaldo Pereira de Carvalho NetoGerson Luiz Apoliano AlbuquerqueJuscelino Chaves Sales

DESVALORIZAÇÃO DE IMÓVEIS POR INCIDÊNCIA DAS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS: UM ESTUDO DE CASO .................................................................. 28Lucas Menezes de FariasJefferson Luiz Alves Marinho

MANUTENÇÃO PREVENTIVA COMPARADA À MANUTENÇÃO CORRETIVA EM EDIFÍCIOS: ESTUDO DE CASO ............................................................................ 38Matheus Jacociunas NunesAbrahão Bernardo Rohden

MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS EM FACHADA REVESTIDA COM CERÂMICA: ESTUDO DE CASO ................................................................................. 56Rany Luciano Afonso NonatoAmanda Gabriela Dias MaranhãoBianka Oliveira de AndradeCássio de Souza e SilvaRenata Maria Coelho BezerraAngelo Just da Costa e Silva

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ANÁLISE PATOLÓGICA DA ESTRUTURA DE UMA ESCOLA PÚBLICA NA CIDADE DE SOBRAL, CEARÁ, BRASIL ...................................................................... 66Amanda Daniel FonteneleGiovanna de Araújo CarvalhoKelvya Maria de Vasconcelos MoreiraRafael Pereira Maciel

A UTILIZAÇÃO DA MATRIZ GUT PARA AVALIAÇÃO DAS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS DO SEMINÁRIO DIOCESANO SÃO JOSÉ ..................................78Lucas Emanuel Fernandes AraujoJuscelino Chaves Sales

CAPÍTULO II – DURABILIDADE DAS ESTRUTURAS

ANÁLISE ESTATÍSTICA COMPARATIVA ENTRE MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DE CONCRETOS POR ROMPIMENTO AXIAL E ESTIMATIVA ULTRASSÔNICA ............................ 91Daniel Lira Lopes TarginoDiana Irene Barbosa MuroAntônio Márcio Fernandes AlmeidaMibson Michel Santiago RamosAntonio Eduardo Bezerra CabralRosineide Fernando da PazAliny Abreu de Sousa Monteiro

SOLUÇÕES DE DURABILIDADE NA VIDA ÚTIL DE PROJETO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO SUJEITAS A ATAQUES POR CLORETOS ..............105Hélio Henrique MeesMatheus Rocha da SilvaAbrahão Bernardo Rohden

AVALIAÇÃO NÃO-DESTRUTIVA DOS PILARES DE PONTE DA LOCALIDADE DE PEIXE GORDO, TABULEIRO DO NORTE ............................... 122Tallis Deyvide Maia RubensJoão Lucas Lopes de MedeirosMarcelo Freires PintoEsequiel Fernandes Teixeira Mesquita

A DURABILIDADE DE EDIFICAÇÕES DE MADEIRA NO BRASIL E O PROJETO ARQUITETÔNICO ...................................................................................... 132Gabriela Lotufo OliveiraFabiana Lopes de OliveiraSérgio Brazolin

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CAPÍTULO III – ADERÊNCIA DAS ARGAMASSAS

DESTACAMENTO DE PLACAS DE MÁRMORE EM FACHADA: ESTUDO DE CASO ..........................................................................................................................149Bianka Oliveira de AndradeAmanda Gabriela Dias MaranhãoCássio de Souza e SilvaRany Luciano Afonso NonatoRenata Maria Coelho BezerraAngelo Just da Costa e Silva

COMPARATIVO DO EFEITO UMIDADE NO MÓDULO DE ELASTICIDADE DINÂMICO DE ARGAMASSAS .................................................................................159Mateus Vieira LimaLucas da Silva SousaIvana Lúcia Brito LimaAna Victória Soares Sales dos ReisDeborah Maia CunhaWillamy Rocha Castro da Cruz João Lucas Lopes de MedeirosFrancisca Lilian Cruz Brasileiro

VARIAÇÕES DO MÓDULO DE ELASTICIDADE DINÂMICO DE ARGAMASSAS MISTAS DE CIMENTO PORTLAND E CAL HIDRATADA......170Lucas da Silva SousaMateus Vieira LimaWillamy Rocha Castro da Cruz Deborah Maia CunhaIvana Lúcia Brito LimaAmanda Maria Sousa Oliveira João Lucas Lopes de MedeirosFrancisca Lilian Cruz Brasileiro

ANÁLISE DA FORMAÇÃO DE VESÍCULAS EM ARGAMASSAS MISTAS DE CAL: ESTUDO DE CASO ...................................................................... 180Rany Luciano Afonso NonatoAmanda Gabriela Dias Maranhão Bianka Oliveira de AndradeCássio de Souza e SilvaRenata Maria Coelho BezerraAngelo Just da Costa e Silva

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EFEITO DA UMIDADE NO MÓDULO DE ELASTICIDADE DINÂMICO DE ARGAMASSAS DE CIMENTO .............................................................................188João Lucas Lopes de MedeirosMateus Vieira LimaGeorge Wyllyans de Oliveira GomesAlexandre Araújo BertiniLia Fontenele CavalcanteLarissa Mara Gonçalves MotaFrancisca Lilian Cruz BrasileiroEsequiel Fernandes Teixeira Mesquita

CAPÍTULO IV – PATRIMÔNIO HISTÓRICO

ANÁLISE DINÂMICA DA IGREJA NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DOS HOMENS PRETOS, ARACATI, CE ....................................................................201Marcelo Freires PintoLouise Caroline Peixoto XavierTallis Deyvide Maia RubensMarcos Andrew Rabelo SoeiroEsequiel Fernandes Teixeira Mesquita

ANÁLISE ESTÁTICA DE UMA IGREJA VERNACULAR DE INFLUÊNCIA LUSO-BRASILEIRA DO SÉCULO XVIII .....................................................................212Marcelo Freires PintoTallis Deyvide Maia RubensMarcos Andrew Rabelo SoeiroEsequiel Fernandes Teixeira Mesquita

CARACTERIZAÇÃO DINÂMICA DA IGREJA DA EXPECTAÇÃO EM ICÓ, CEARÁ ............................................................................................................ 223Marcos Andrew Rabelo SoeiroCássio Garcia Araújo Esequiel Fernandes Teixeira Mesquita

ESTADO DE CONSERVAÇÃO DO SISTEMA CONSTRUTIVO HISTÓRICO DE SÃO LUÍS ...........................................................................................234Margareth Gomes de Figueiredo

MAPEAMENTO E ANÁLISE DE PATOLOGIAS DAS FACHADAS DA ESTAÇÃO FERROVIÁRIA DA CIDADE DE CRATO/CE ....................................... 245Andreza de Oliveira Torres CarvalhoSanmia de Lima PintoYllara Maria Gomes de Matos BrasilFabrício Reimes Neves RodriguesJefferson Luiz Alves Marinho

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C A P Í T U L O I

MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS

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UTILIZAÇÃO DA MATRIZ “GUT” NA ANÁLISE DAS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS EM EDIFICAÇÕES: UM ESTUDO DE CASO

Allan Araújo de Aguiar1

Edivaldo Pereira de Carvalho Neto2

Gerson Luiz Apoliano Albuquerque3

Juscelino Chaves Sales4

1 INTRODUÇÃO

Este trabalho traz uma análise das manifestações patológicas encontradas em uma edificação, por meio de um estudo de caso, e a aplicação de uma Matriz GUT (Gravidade – Urgência – Tendência) como forma de estabelecer as prioridades para a solução dos proble-mas. A edificação estudada faz parte do patrimônio histórico da cida-de de Sobral, Ceará. Por motivo de valor documental, cultural, social e artístico de uma sociedade, essas obras possuem um grande valor diante da sociedade na qual se estabelecem.

Todavia, devido às más condições de manutenção, a seguran-ça estrutural das construções históricas pode ter maior dependência da aplicação de medidas de manutenção, quando comparadas, por

1 Estudante de Engenharia Civil, UVA, e-mail: [email protected] Engenheiro Civil, UVA, e-mail: [email protected] Prof. Me., UVA, e-mail: [email protected] Prof. Dr., UVA, e-mail: [email protected]

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exemplo, às construções modernas. Em virtude disso é que muitos desses edifícios são tombados, como forma de prevenção às inter-venções que alterem seu aspecto original (ICOMOS, 2001).

A incidência de problemas patológicos neste tipo de edificação causa uma diminuição de se desempenho e também afeta negati-vamente a estética arquitetônica da estrutura. Essas manifestações patológicas podem ainda, comprometer a segurança estrutural da edificação e pôr em risco o bem patrimonial histórico.

O conhecimento e o tratamento das falhas de uma edificação co-laboram com o aumento de sua vida útil, além é claro, de trazer no-tável segurança aos usuários e contribuir para melhorar a estética da cidade. Dentro desse contexto, a cidade de Sobral, localizada na região Norte do Estado do Ceará, preserva um grande patrimônio his-tórico em seu centro histórico, com mais de 1.200 obras tombadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), e muitas dessas edificações apresentam vários tipos de manifesta-ções patológicas.

Nessa perspectiva, esse estudo tem por objetivo central, reali-zar uma análise das manifestações patológicas em uma edificação do centro históricas de Sobral tendo como ferramenta de suporte a metodologia da Matriz GUT e com isso obter a priorização na solu-ção dos danos encontrados em cada edificação assim contribuir para a preservação do patrimônio histórico sobralense.

2 PATOLOGIA EM CONSTRUÇÕES

A ciência da patologia das construções pode ser conceituada como parte da engenharia que estuda os sintomas, causas e origens dos vícios construtivos que ocorrem na construção de edificações. A partir do estudo das causas dos vícios, é possível de se evitar que a ocorrência de problemas patológicos se torne algo costumeiro nas edificações (CARMO, 2003).

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Segundo Helene (2003), conceitua-se como Patologia a parte da Engenharia que examina os sintomas, o mecanismo, as origens e as causas das falhas das construções civis, ou seja, é o estudo de todos os componentes que formam o diagnóstico do problema.

A patologia das construções é apresentada pelo estudo das ori-gens, sintomas, natureza das imperfeições, e deteriorações de uma construção. Certos fatores como limitações tecnológicas, falhas in-voluntárias e inúmeros casos de imperícias, contribuem para o surgi-mento das patologias nas construções.

Para evitar o surgimento de manifestações patológicas, é neces-sário fazer um estudo detalhado das origens para melhor compreen-são do fenômeno e auxiliar nas decisões de definição de atuações e planos de ação contra os problemas encontrados em uma edificação (NAZARIO; ZANCAN, 2011).

3 MATRIZ GUT

Desenvolvido por Kepner e Tregoe na década de 1980, o método da Matriz GUT surgiu da necessidade de resoluções de problemas complexos nas indústrias americanas e japonesas. Com a utilização da Matriz GUT, é possível priorizar determinados problemas, catego-rizando-o e criando métricas racionais, a fim de oferecer maior aten-ção àquele que possui maior risco (KEPNER; TREGOE, 1981).

Esse método leva em ponderação a Gravidade (G), a Urgência (U) e a Tendência (T) dos problemas encontrados aumentarem. Para esta avaliação, o método dispõe do uso de pesos que são associados a cada dano inspecionado, a fim de definir graus de criticidade em relação aos problemas encontrados.

A Gravidade (G) representa a importância do problema a ser examinado, bem como o abalo que exista caso alguma atrocidade venha a acontecer, geralmente seu estudo é realizado visando efei-tos a médios e longos prazos. A Urgência (U), na qual exige a aná-lise de como tão significativo é o problema, ou seja, o prazo para a

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realização do feito. Para este tópico é necessário que o gestor faça uma breve pergunta: “Este inconveniente pode esperar para ser resolvido posteriormente?”. Por fim, a Tendência (T) dos eventos, que consis-te na evolução do problema em função do tempo, isto é, a probabi-lidade que no caso de manifestações patológicas, estas venham a piorar com o passar do tempo. A recomendação para este ponto é indagar: “O problema aumentará caso não seja resolvido logo?” (MEIRELES, 2001).

Com a aplicação da Matriz GUT o pesquisador poderá proceder de modo gradual quanto à resolução dos problemas, distinguindo quais contratempos terão priorização na ordem de soluções, objetivando ações preventivas e corretivas para a total eliminação dos problemas.

Portanto, a aplicação da Matriz GUT é essencial para o reco-nhecimento da prioridade a ser resolvida de danos encontrados em uma edificação, detectando o item mais precário e a neces-sidade de reparos com urgência. Em contrapartida a não realização de manutenções poderá ocasionar danos mais graves o que acarre-tará em maiores custos e tecnicamente maior amparo.

3.1 Parâmetros para aplicação da matriz GUT

Ao especificar a GUT quanto à gravidade, Gomide, Pujadas e Fagundes Neto (2009), consideram os perigos e ameaças ao usuário e ao meio ambiente. Com isso a assertividade é mais precisa e segu-ra. Neste item, os autores definem os principais graus que devem ser atribuídos na classificação das manifestações patológicas. O termo crítico foi introduzido nos graus Máximo e Alto, para grave ou mé-dia o grau atingido foi o Médio, e por fim, a conceituação de Mínimo foi colocado para mostrar os graus Baixo ou Nenhum. Com base na Tabela 1, é possível visualizar as principais definições citadas para o elemento Gravidade na matriz.

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Tabela 1 – Pontuação da Matriz GUT de acordo com a Gravidade.

Grau Descrição do grau Gravidade Nota

Máximo Perdas de vidas humanas, do meio ambiente ou do próprio edifício

Extremanente grave

10

Alto Ferimento em pessoas, danos ao meio ambiente ou ao edifício

Muito grave 8

Médio Desconfortos, deterioração do meio ambiente ou do edifício

Grave 6

Baixo Pequenos incômodos ou pequenos prejuízos financeiros

Pouco grave 3

Nenhum Não vai evoluir Sem gravidade 1

Fonte: adaptada de Gomide, Pujadas e Fagundes Neto (2009).

No que se refere a Urgência, a especificação do grau foi baseada em quanto significativo é a manifestação, no tempo em que o pro-blema deve ser reparado e na atribuição de notas à necessidade e velocidade com o qual o contratempo deve sofrer intervenção. Dessa forma, a Tabela 2 representa a situação descrita.

Tabela 2 – Pontuação da Matriz GUT de acordo com a Urgência.

Grau Descrição do grau Urgência Nota

Máximo Evento em ocorrência Extremamente urgente

10

Alto Evento prestes a ocorrer Grande urgência 8

Médio Evento prognosticado para breve Urgente 6

Baixo Evento prognosticado para adiante Pequena urgência 3

Nenhum Evento imprevisto Sem urgência 1

Fonte: adaptada de Gomide, Pujadas e Fagundes Neto (2009).

Em relação ao parâmetro Tendência, o grau foi especificado quanto a chance de aumento do problema, assim como também, me-dir a redução ou desaparecimento deste em uma escala de tempo, conforme mostrado na Tabela 3.

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Tabela 3 – Pontuação da Matriz GUT de acordo com a Tendência.

Grau Descrição do grau Urgência Nota

Máximo Evolução imediata Irá piorar rapidamente 10

Alto Evolução em curto prazo Irá piorar em pouco tempo 8

Médio Evolução em médio prazo

Irá piorar mais adiante 6

Baixo Evolução em longo prazo

Irá piorar após muito tempo 3

Nenhum Não vai evoluir Não irá mudar 1

Fonte: adaptada de Gomide, Pujadas e Fagundes Neto (2009).

Na Matriz GUT as notas que são distribuídas em uma escala de 1 a 10, onde 1 é o menor índice para os parâmetros da matriz e 10 o maior. Posterior, ao final da distribuição das notas, torna-se necessá-rio encontrar um número que consistirá no resultado da verificação e assim determinar qual grau de preferência do problema, ou seja, aquele que apresentar um maior número, terá maior prioridade na so-lução da adversidade. Este número é encontrado fazendo um cálculo de multiplicação, atribuindo para cada problema a seguinte expres-são: Adversidade A (G) x (U) x (T), Adversidade B (G) x (U) x (T), Adversidade C (G) x (U) x (T) e assim por diante. A Tabela 4 mostra como pode ser feito a organização das manifestações patológicas em tabela, assim como, também a ordem de prioridade dos problemas.

Tabela 4 – Simulação da Matriz GUT.

Manifestação patológica

Gravidade Urgência Tendência GxUxT Prioridade

A 6 1 8 48 1º

B 3 8 1 24 2º

C 1 3 6 18 3º

Fonte: adaptada de Gomide, Pujadas e Fagundes Neto (2009).

De acordo com o exemplo acima, o produto da multiplicação do problema “A” indica que este se apresenta como maior prioridade

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na ordem de resoluções, visto que, em comparação com as pontua-ções obtidas pelos demais problemas, “A” obteve o maior valor final.

4 EDIFICAÇÃO OBJETO DA PESQUISA: MUSEU DOM JOSÉ

Construído em 1844 pelo major João Pedro da Cunha Bandeira de Melo, 1º Juiz de Paz de Sobral, o prédio do Museu Dom Jose era um bonito sobrado que aderiam o modelo das casas portuguesas. Nesta época em Sobral, as residências mais elegantes eram construídas nas esquinas, com um grande corredor e o oitão. O sobrado de Bandeira de Melo foi comprado pela Diocese de Sobral na década de 1930 e foi transformado na casa onde morava o bispo dom José Tupinambá da Frota, sendo ele quem teve a ideia de fundar o museu no local.

O Museu Dom José, fundado em 1951 e inaugurado em 1971, é o maior do Estado do Ceará e considerado o 5º do Brasil em arte-sacra e decorativa, pelo Conselho Internacional de Museus (ICOM), contando com um rico acervo com mais de 30.000 pe-ças distribuídas em cerca de 16 coleções, dentre elas coleções de porcelana e armaria, além de uma coleção numismática com 20.394 moedas. Ele está localizado no centro de Sobral, onde é man-tido pela Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA) e dirigido pelo o arquiteto Antenor Coelho.

Ao longo do tempo, o museu passou por diversas reformas, sen-do a mais relevante a que ocorreu entre os anos de 1990 e 1996 reali-zando sua reabertura para o público apenas no ano de 1997.

A Figura 1 mostra a fachada frontal oeste do Museu Dom José, voltada para a Rua Maestro José Pedro, a fachada leste direcionada para a Avenida Dom José e a perspectiva lateral voltada para a rua Jornalista Deolindo Barreto.

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Figura 1 – (a) Perspectiva Lateral, (b) Fachada frontal oeste e (c) fachada leste do Museu Dom José.

Fonte: Autores (2019).

5 RESULTADOS

Na Tabela 5 é apresentada a lista de prioridade na solução dos problemas para o Museu Dom José, onde se pode perceber que a manifestação patológica que devem ser tratadas primeiro é a trinca e o dano no apoio da escada próximo ao pátio da edificação, pois são as mais sérias, justamente por apresentar maiores quantidades de pon-tos. Já a o dano que não tem tanta rapidez de tratamento é a ausência de iluminação, evidenciado pelo menor número de pesos.

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Tabela 5 – Lista de prioridade para solução de cada manifestação patológica seguindo os parâmetros da Matriz GUT.

Manifestação patológica (G) (U) (T) GUT Prioridade

Danos no apoio da escada 10 8 8 640 1º

Trinca 8 8 6 384 2º

Fissura diagonal 8 6 6 288 3º

Fissura em abertura de portas e janelas 8 6 3 144 4º

Fissura horizontal 3 6 6 108 5º

Destacamento pulverulento 6 6 3 108 6º

Infiltrações por ação capilar 6 6 3 108 7º

Desagregação de elementos do telhado 3 8 3 72 8º

Partes vivas ou expostas (sistema elétrico) 8 8 1 64 9º

Manchamentos atmosféricos na fachada 6 3 3 54 10º

Presença de fungos (mofo ou bolor) 6 3 3 54 11º

Destacamento de pinturas das paredes 6 3 3 54 12º

Ineficiência no rejuntamento 3 3 3 27 13º

Desagregação de elementos o forro 6 3 1 18 14º

Oxidação dos materiais nas esquadrias 3 3 1 9 15º

Infiltrações por falha na estanquidade do telhado

3 3 1 9 16º

Manchamentos devido a umidade do telhado

3 1 3 9 17º

Destacamento de pinturas nas esquadrias

3 1 3 9 18º

Eflorscências no revestimento das paredes

3 1 3 9 19º

Vedações ineficientes 3 1 3 9 20º

Ausência de iluminação 3 1 1 3 21º

Fonte: Autores (2019).

As Tabelas 6 e 7 exibem o resultado da aplicação da Matriz GUT quando o sistema de vedação e revestimento do Museu Dom José, apresentando as causas e justificando os resultados obtidos avalia-dos através das inspeções visuais, levando em consideração os prin-cipais aspectos característicos do método, dos quais sejam o risco

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à vida dos usuários e o meio ambiente, emergência na resolução do problema e progresso da manifestação patológica, além de medidas saneadoras das falhas.

Tabela 6 – Aplicação da Matriz GUT e pontuações para danificação no apoio da escada.

Manifestação patológica

DescriçãoGravidade

(G)Urgência

(U)Tendência

(T)Pontos

Danos no apoio da escada

10 8 8 640

Fonte: Autores (2019).

Manifestação: danificação de partes do apoio da escada.

• Possível causa: com base a uma análise visual realizada no lo-cal, a manifestação encontrada está intimamente ligada a falta de manutenção, bem como na má qualidade da ma-deira ou na ausência de proteção para o material de apoio da estrutura, como também pelo mau dimensionamento da escada, fazendo com que a peça de seção insuficiente não suportasse as cargas que a solicitam, causando o des-tacamento de um pedaço desta.

• Grau de risco adotado no Método GUT: quanto à Gravidade atribuiu-se nota (10) devido à grande diminuição da área do apoio da escada, causando um elevado comprometimento do desempenho da estrutura. Para a Urgência atribuiu-se nota (8) conveniente à grande área da peça comprome-tida nesta manifestação, sendo necessário urgente inter-venção. Quanto à Tendência optou-se pela nota (8) tendo

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conhecimento de que o apoio poderá se romper em caso de carregamento elevado da estrutura no momento de apli-cação de esforços na peça.

• Medida saneadora: deve-se realizar a troca imediata da peça de apoio da escada por outra com resistência adequada sem alterar o tipo de material empregado que no caso é a madei-ra para que a edificação não perca sua identidade. O apoio de madeira utilizado deve ser protegido de maneira adequada para evitar que ele seja danificado novamente.

Tabela 7 – Aplicação da Matriz GUT e pontuações para trincas.

Manifestação patológica

DescriçãoGravidade

(G)Urgência

(U)Tendência

(T)Pontos

Trinca 8 6 38 384

Fonte: Autores (2019).

Manifestação: trinca localizada nas proximidades da Sala da Im-prensa do museu.

• Possível causa: a trinca encontra-se em uma situação grave, sua apresentação está associada aos movimentos adjacentes à edificação e novas construções nas proximidades do san-tuário. Estas movimentações ocasionalmente envolveram descompressão (recalque) do solo, tal processo culminou em trincas e fissuras em algumas regiões do museu.

• Grau de risco adotado no Método GUT: quanto à Gravida-de atribuiu-se nota (8) devido à grande abertura presente,

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causando alta implicação na performance da edificação. Para a Urgência atribuiu-se nota (8) conveniente à grande área de comprometimento desta manifestação, sendo ne-cessário urgente intervenção. Quanto à Tendência optou--se pela nota (6) tendo conhecimento de que o problema se encontra em uma situação de média progressão.

• Medida saneadora: deve-se fazer um estudo da fundação para saber o que está ocasionando o recalque, e a partir daí avaliar qual a melhor solução para o problema. Verificar também se a trinca está viva, medir a profundidade e até qual camada ela existe. Após isso, retirar as camadas atingidas e realizar o reparo com material próprio e em seguida refazer a pintura.

6 CONCLUSÃO

A análise das manifestações patológicas de edificações históri-cas é de essencial importância para que sejam encontradas, sanadas as anomalias na edificação e preservá-las, a fim de manter a cultura e memória histórica local. A cidade de Sobral é um dos poucos muni-cípios do Brasil que possui na sua área urbana atual um vasto centro histórico, correspondendo a 1.247 imóveis tombados, segundo dados apresentados pelo IPHAN, mostrando o desenvolvimento histórico- social da população. Isso indica a importância de estudos direciona-dos às edificações históricas.

A partir dos resultados obtidos foi possível verificar a incidência elevada de manifestações patológicas em sistemas prediais de revesti-mento e vedações, onde os sintomas mais frequentes encontrados fo-ram causados pela a umidade presente em grande parte da edificação.

Por fim, conclui-se que o presente estudo referente a aplicação do método da Matriz GUT mostra-se muito relevante e constitui uma ferramenta de suporte na gestão da manutenção de edificações, con-tribuindo para a conservação e a segurança das estruturas, sobretudo quando aplicado às edificações históricas.

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REFERÊNCIAS

CARMO, Paulo Obregon. Patologia das construções. Santa Maria, Programa de atualização profissional – CREA/RS, 2003.

GOMIDE, T. L. F.; PUJADAS, F. Z. A.; FAGUNDES NETO, J. C. P. Engenharia diagnóstica em edificações. São Paulo: Pini, 2009.

HELENE, Paulo R. Do Lago. Manual de reparo, proteção e reforço de es-truturas de concreto. São Paulo: Red Rehabilitar, 2003.

ICOMOS. Recommendations for the analysis, conservation and structural restoration of architectural heritage. 2001.

MEIRELES, M. Ferramentas administrativas para identificar, observar e analisar problemas: organizações com foco no cliente. São Paulo: Arte & Ciência, 2001. 144 p.

NAZARIO, Daniel; ZANCAN, Evelise C. Manifestações das patologias cons-trutivas nas edificações públicas da rede municipal e Criciúma: Inspeção dos sete postos de saúde. Santa Catarina, 2011. Disponível em: Acesso em: 28 jan. 2019.

KEPNER, C. H.; TREGOE, B. B. O administrador racional. São Paulo: Atlas, 1981.