sociologia sociedade parte ii
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7/25/2019 Sociologia Sociedade Parte II
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P os itivismo:
uma
primeira forma
de pensamento social
Introduo: cientificismo
e
organicismo
Aprimeira corrente
terica
sistematizada de pensamento
sociolgico
fo i opositivismo,a primeira a definir precisamente o objeto, aestabelecer
conceitos e uma metodologia de investigao. Almdisso opositivismo,ao
definir
a especificidade do estudo
cientfico
da sociedade, conseguiu
distin-
guir-se de outras
cincias
estabelecendoum
espao prprio
cincia
da so
ciedade. Seu primeirorepresentanteeprincipalsistematizador
foi
opensa
dor francsAuguste Comte.
O
positivismo
derivoudo cientificismo ,isto , dacrenano poder ex
clusivoe absoluto darazohumana em conhecer a realidade e traduzi-la sob
a forma de leis naturais.Essasleis seriam abaseda
regu lamentao
da
vida
do homem, da natureza como um todo e do
prprio
universo. Seu conheci
mento pretendia substituir as
explicaes teolgicas, filosficas
e desenso
comumpor meio das quais atento o homem explicava a realidade.
O
positivismo
reconhecia que osprincpiosregu
ladores do mundo fsico e do mundo socialdiferiam
quanto sua
essncia:
os primeiros
diziam
respeito a
acontecimentos exteriores aos homens; os outros, a
ques tes
humanas. Entretanto, a
crena
na origem na
turalde ambos teve o poder deaproxim -los. A lmdis
O
positivismo
reconheceu
a
ex i s tnc ia de p r inc p ios
reguladores
do
mundo fsico
e
do
mundo social.
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POSITIVISMO: UMfi PRIM6IRR FORMR
D
PNSflMNTO SCXlflL
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naturais fsica, qum ica,biologia e ovisvel
sucesso
de
suas
descober
tas no incremento da
produo
material e no controle das
foras
da natureza
atraramos primeiros cientistas sociais para o seu mtodo de investigao.
Essatentativa de derivar ascinciassociais das cincias fsicaspatentenas
obrasdos primeirosestudiososda realidade social. OprprioComte deu
ini
cialmente o nome de fsica social s
suas
anlisesda
sociedade,
antesde
criaro termosociologia.
Essa
filosofia
social positivista se inspirava no
mtodo
de
investigao
das cinciasda natureza, assim como procurava identificar na vida social as
mesmasrelaeseprincpios comos quais
os cientistas explicavam a
vida
natural. A
prpriasociedadefoiconcebida como um
organismo consti tudode
partes
integra
das ecoesasque funcionavam harmoni
camente, segundoum modelo fsico ou
mecnico.Por isso opositivismofoi cha
madot a m b mdeorganicismo.
Podemosapontar, portanto, como
primeiro princpio tericodessaescola a
tentativa de constituir seu objeto, pautar
seus
m to d o se elaborar
seus
conceitos
luzdascinciasnaturais, procurando
des
sa maneirachegar mesma objetividade
e ao mesmo xitonas formas de controle
sobreosfenmenosestudados.
O darwinismo social
importante situar o desenvolvimento dopensamentopositivista no
As pesquisas nas cincias naturais exerceram forte influnciano
desenvolvimento da sociologia.
{
l io de anatomia odr.
A//p(1632), pintura
de
R embrandt)
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R SO CIOLOG IR CIRSSICR
Da mesma forma, o capital financeironecessitavade novosmercados
para podercrescer,pois era perigoso continuar investindo na indstriaeuro
peia semcausarnovas e mais profundas crisesde
superproduo .
Desenca-
deava-se,assim,acorridaparaaconquista deimprios alm-mar;os alvos eram
africa e asia.
Nesses
continentes podia-se obter matria-primabruta a
baixssimocusto, bem comomo-de-obrabarata; eramtambmpequenosmer
cados
consumidores, bem como locais ideais para investimentos emobrasde
infra-estrutura. Porm,aexploraoeficazdessasnovas colnias encontrava
resistncianas estruturas sociaiseprodutivas vigentes
nesses
continentes que,
de forma alguma, atendiam s
necessidades
do capitalismo europeu.
A
Europa deparou com civilizaes organizadas sob princpios tais
como opolitesmo,apoligamia,formas de poder tradicionais,
castas
sociais
sem qualquer
tipo
de
mobilidade,
economia agrriade subsistncia,em sua
grandemaioria,ou voltada para umpequenocom rcio localeartesanatodo
mst ico .Assim,o europeu teve
primeiro
de organizar, sob novos moldes, as
naesque conquistava, estruturando-as
segundo
osprincpiosque regiam o
capitalismo. De outra forma seria impossvel racionalizar a explorao da
matria-primae damo-de-obra,de modo apermitiro consumo de produtos
industrializadoseuropeuse a aplicao rentveldos capitaisexcedentesna
Europa,nessesterri trios .
Transformar
esse
mundo conquistado em
colnias
que sesubmetes
sem aos valores capitalistas requeria umaempresade grande envergadura,
pois
dessa
transform aodependiam aexpansoe asobrevivnciado capita
lismo
industrial. Assim
a conquista, adominaoe at ransformaodafrica
e dasiapela Europa precisavamapresentarumajustificativa que ultrapas
sasse
os
interesseseconmicosimediatos. Isso explica o fato de a conquista
europeia
estar
revestida de um manto
humani tr io
que ocultava a
violncia
da aocolonizadora. Assim, a conquista e adominaoforam transforma
das em missocivilizadora .Pasescomo Inglaterra,Frana ,Holanda,Ale
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-as
espcies
deseres
vivos
se transformam continuamente
com
a finalidade
de se aperfeioar e garantir asobrevivncia.Emconsequncia , os organis
mos tendem a se adaptar cada vez melhor ao ambiente, criando formas mais
complexas e avanadasde existncia,quepossibilitam,pelacompet iona
tural,
a
sobrevivncia
dosseresmais aptos e
evo ludos.
Tais
ideias, transpostas para a anl ise da sociedade, resultaram no
darwinismo
social
isto , o
princpio
de que as
sociedades
se
modificam
e se
desenvolvem num mesmo sentido e que tais t rans formaes representariam
sempre apassagemde um
estgio inferior
para outro superior, em que o
organismo social se mostraria maisevoludo,mais adaptado e mais comple
xo.
Essetipode
m u d a n a
garantiria a
sobrevivncia
dos organismos so
ciedades eindivduos mais fortes e maisev oludos.
Os principais cientistas sociais positivistas, combinando as concep
es
organicistas e evolucionistas inspiradas na perspectiva de
Darwin,
entendiam que as sociedadestradicionais encontradas naA frica, na sia.
na
A m r ica
e na Oceania no eram
sen o fsseis
vivos , exemplares de
Os nativosda
Austrlia vistos
pelos europeus.
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A
SOCIOLOGIRanssicn
Se o homem
constitui
sociologicamente uma
espcie ,
o mesmo
no
se
pode dizer das diferentes culturas que ele desenvolveu.Almdisso, como
vimosno
incio
deste
livro,
o
car ter
cultural
davidahumana
imprime,
no
desenvolvimento dassuasformas devida,
princpios
diferentes
daqueles
exis
tentesna natureza. Os
princpios
da
seleo
natural so
aplicveis
s
esp
cies cujo comportamento
expresso
das leis imperativas da natureza.
Hoje,
sente-seque a complexidade da cultura humana tem concorri
do para
limitar
a
ao
da
l ei
de
se leo
natural.A adaptabilidade do homem
e a sua
dependnc ia
cada
vez menor em
re lao
ao meio tm transformado
o ser humano numa
espc ie
qual a
se leo
natural se aplica de maneira
especial e relativa.
Essa
t ransposioserviu entretanto comojustificativade umaaopo
ltica
e
econmica
que nemsequeravaliava efetivamente aquilo que repre
sentaria o mais
forte
ou mais
evoludo.
Identificara especificidade das
regras
que regem associedades funda
mentalpara o uso de conceitos de outras
cincias.Ainda
hoje se tentaessa
transposio
para
justificar
determinadas realidades sociais.
A
regradarwinista
da
com petio
e da
sobrevivncia
do mais forte aplicada s leis de mercado,
principalmente
pela doutrina do
liberalismoeconm ico.
Pressupe-se
quecompetitividadeseja
o princpio
natural
e portanto
universale exterior ao homem queasseguraa
sobrevivncia
do melhor,
do mais forte e do mais adaptado. E preciso lembrar que o mercado, como
outros elementos da cultura humana,obedecea leis de
organizao
social
essencialmente
humanas
e, portanto,
histricas ,
resultantes dodesen
volvimentodas re laesentre os homens e entre associedades.
Duas formasdeavaliar smudanas sociais
O
darwinismo social,
alm
de
justificar
o colonialismo da Europa no
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princpio ne cess riopara aevoluosocial ou o progresso.Essaordemimpli
caria o ajustamento e aintegraodos componentes dasociedadea umobjeti-
vocomum.
Os movimentosreivindicatrios,osconflitos,as revoltas deveriam ser
contidossemprequepusessemem risco a ordem estabelecida ouofunciona
mento da
sociedade,
ou ainda quando inibissem o progresso.
Auguste Comteidentificounasociedade
esses
dois movimentosvitais:
chamou dedinmico o querepresentavaapassagempara formas mais com
plexas deexistncia,como aindustrializao ;e de
esttico
oresponsvelpela
preservaodos elementospermanentesde todaorganizao
social.
Asinsti
tuiesquem a n t macoesoe garantem o funcionamento da
sociedade,
por
exemplo, famlia, religio,propriedade, linguagem, direito etc. seriamres
ponsveispelo movimentoestticoda
sociedade.
Comte relacionava os dois
movimentos vitais de modo aprivilegiaroestticosobreodinmico,a con
servaosobreamudana .Isso significava que, para ele, o progresso deveria
aperfeioaros elementos da ordem eno destru-los.
Assim
se justificava a intervenonasociedade semprequefossene
cessrio
assegurar
a ordem ou promover o progresso. Aexistnciada socie
dadeburguesa industrial era defendida tanto em face dos movimentos
reivindicativosque aconteciam em seu prprio interior quanto em face da
resistnciadas
sociedades
agrr iase pr-mercantisem aceitar o modeloin
dustriale urbano.
Organicismo
N opodemos deixar de nos referir, numcaptuloque trata dopositi
vismo
e do darwinismo social, a outra escola que se desenvolveu no rastro
das conquistas das cincias biolgicase naturais e da teoria evolucionista
de CharlesDarwin.Essaoutra escola foioorganicismo que teve como segui
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nsocioioGin anssicfl
curavam
assim criar uma identidade entre leisbiolgicase leis sociais, here
ditariedade ehistria .
Essas
teorias entendem asanlisessociais daespcie
humana como integradas aos
estudos
universais das
espciesvivas.
Ignoram
a especificidade do homem, enquantoespciepredominantemente histrica
ecultural.Por fim estabelecem leis deevoluoem que as diversas socieda
des humanas
so
tratadas como
espcies.
Da filosofia social
sociologia
Opositivismofoi
o pensamento que
glorificou
a sociedade europeia do
sculo XEK,
em franca
expanso .
Procurava resolver os
conflitos
sociais por
meiodaexaltaocoeso , harmonia natural entre osindivduos,ao bem-
estar
do todo social.
Por mais evidentes que sejam hoje oslimites,interesses, ideologias e
preconceitosinscritosnos
estudospositivistas
da sociedade, por mais que
eles
tenham
servido
como lemas de umaao polticaconservadora, comojustifica
tivapara as relaesdesiguais entre sociedades, preciso lembrar queeles
representaram um
esforo
concreto de
anlise cientfica
da sociedade.
Asimples postura de que
avida
em socieda
de era passvelde estudo ecompreenso ;que o
O
positivismo
exaltava a coeso homem
possua alm
de seu corpo e sentimen-
social
e a
harmonia
dos
indivduos tos uma natureza social; que as emoes , os
em sociedade. desejos
e as formas de
vida
derivavamde
contin
gncias histricas e sociais , tudo isso
foram
descobertas
de grande
importncia.
Diantedessesestudos, devemos noperder a perspectivacrtica,mas
entend-los
como as primeiras
form ulaes
objetivas sobre a sociabilidade
humana. Apenas o fato de que tais
formulaes no
vinham
expressas
num
livroreligioso nem se
justificavam
por inspirao divina suficiente para
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POSITIVISMO:
UMA
PRIM6IRR FORMR
D
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z-ectiva naturalista bem acentuada,havendo concentrado seus esforos na
buscada menor unidade
social ,
comparvelao tomodafsicaou sclulas
da
biologia.
Le Play
estabeleceu
a
famlia
como
essa
unidade
bsica
e univer
sal
postulando que asre laessociais seriamdecorrnciadas relaes fami
liares, em grauvarivelde complexidade. Fora daFrana ,cabelembrar mais
uma vez o trabalho doinglsHerbertSpencer,por
suas
ref lexesna
linha
do
lucionismo
e do organicismo.
A
maioria dos primeiros
pensadores
sociais positivistas
permanece,
pois,
presa
por uma
reflexo
de natureza
filosfica
sobre
a
histria
e a
ao
humanas.Procedimentos de natureza cientfica, anlises sociolgicasbasea
das em fatosobservadoscom maiorcritriosserointroduzidos por
Emile
Durkheime seu grupo, queestudaremosno prximo captulo.
Cientistase
artistas europeus
percorreramo
mundo observando
e identificando
espcies . (Prancha
de Debret)