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Aventure-se no tempo e entenda as razões de seus encantos Socorro História | Folclore | Meio Ambiente | Arquitetura | Arte | Turismo ANO 01 | NÚMERO 01 www.cidadeecultura.com.br Nº01 - Brasil R$ 10,00

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Revista cultural da cidade de Socorro/SP

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Aventure-se no tempo e entenda as razões de seus encantos

Aventure-se no tempo e entenda as razões

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História | Folclore | Meio Ambiente | Arquitetura | Arte | Turismo

ANO 01 | NÚMERO 01

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06 LINHA DO TEMPOPercorra o trajeto da evolução da cidade de Socorro

08 HISTÓRICODe bairro a estância, a história preservada pelos seus cidadãos

22 REVOLUÇÃO DE 1932A história além dos livros contada por quem participou

28 ARQUITETURAO passado vivo pelas ruas de Socorro

34 ARTESSaiba mais sobre quem são as pessoas que ilustram Socorro

42 ARTESANATOOs trabalhos manuais que geram renda e progresso para os cidadãos

FOLCLOREManifestações que até hoje se apresentam nas comemorações

46 MALHARIASocorro é uma das cidades referência em malharias

MEIO AMBIENTEAqui a palavra é preservação

OLARIAA arte de construir

AVENTURAAtividades de cinco a oitenta anos

TURISMO RURALPermita-se fugir do cotidiano

ACESSIBILIDADEA liberdade de ir e vir

SE EU FOSSE VOCÊ...Momentos gravados para sempre

NÃO DEIXE DE VISITARDicas essenciais para a sua estada

GENTE DA TERRAUm povo feliz e hospitaleiro

DADOS ESTATÍSTICOSGeral sobre os números da cidade

MAPA TURÍSTICOLocalize-se e não perca tempo

Índice

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SE EU FOSSE VOCÊ...Momentos gravados para sempre

NÃO DEIXE DE VISITARDicas essenciais para a sua estada

GENTE DA TERRAUm povo feliz e hospitaleiro

DADOS ESTATÍSTICOSGeral sobre os números da cidade

MAPA TURÍSTICOLocalize-se e não perca tempo

PARA ANUNCIAR: (11) 3641-7733

CONHEÇA O NOSSO SITE WWW.CIDADEECULTURA.COM.BRE ASSISTA AOS VÍDEOS NA REVISTA DIGITAL CIDADE & CULTURA SOCORRO

CIDADE & CULTURA é uma publicação anual da Aloha Editorial Ltda.Todos os artigos aqui publicados são de responsabilidade dos autores, não representando neces sariamente a opinião da revista. Todos os direitos reser vados. Proibida a cópia ou reprodução (parcial ou integral) das matérias e fotos aqui publicadas.

ImpREssão: Impresso pelo processo direct-to-plate por IBEP Gráfica

EDIToRIAEditora: Renata Weber NeivaReportagem: Nathália Weber e Luiza Buchaulprodução gráfica: Lailton Alves e Rogério Callamari MacaduraFotografias: Bera PalhotoFoto Capa: Tatyana Andrade

EditorialFoi com muito prazer que nós da Cidade & Cultura trabalhamos para que essa

revista tornasse realidade. Foram muitas as pessoas com quem conversamos e todas, sem exceção, nos acolheram e transmitiram o que sabiam com o maior interesse. O que mais impressionou foi a quantidade de acervo histórico em cada canto visitado. Socorro é uma cidade que tem memória e dá valor às suas ori-gens, preservadas em documentos e fotos. Com tantos dados que consultamos e que nos foram mostrados, torna-se impossível, nessas poucas páginas, traduzir a história detalhada. Cenário da Revolução de 32, seu povo tem orgulho de fazer parte desta passagem, que foi a grande transformadora do futuro do Brasil. E hoje, o espírito desbravador e aventureiro continua nos cidadãos socorrenses, pois a cidade está se transformando na Cidade da Aventura, com suas inúmeras atividades radicais em meio ao lendário Rio do Peixe, que tantas testemunhou, atraindo cada vez mais o público jovem.

Renata Weber Neiva

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Linha do tempo

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1910

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1873

1929

Ofi cializado o bairro do Rio do Peixe

Proclamação da República

Socorro é então elevada à categoria de Comarca

Inaugurado o ramal de Socorro da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro

Abolição da escravatura

Energia elétrica (Usina Velha)

Quebra da Bolsa de Valores dos Estados Unidos.

Morre o Capitão Roque de Oliveira Dorta, fundador da Capela de Nossa Senhora do Socorro do Rio do Peixe

Iniciada a construção da Igreja do Rosário

A Vila deixa de pertencer à Comarca de Bragança e passa a fazer parte da Comarca de Amparo

Erguida a Capela de Nossa Senhora do Socorro do Rio do Peixe

O bairro do Rio do Peixe é elevado à categoria de Freguesia

A Freguesia é elevada à categoria de Vila de Nossa Senhora do Socorro do Rio do Peixe

Concluída a construção da ponte que ligaria os dois lados de Socorro

Inaugurada a Nova Igreja Matriz

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20091879

1932

1880

1932 1945 1958 1970 2005

1882 1883 1883 1823 a 1890

(Outubro) Término da Revolução de 1932

Compra da primeira máquina de tricô da cidade

Introdução do projeto Socorro Acessível

O Termo voltaa pertencer à Comarcade Bragança

Concluídas as obras da Capela da Igreja Matriz

Elevada à categoria de Cidade

Lavouras de café

A Vila é elevada à categoria de Termo

(Julho) Início da Revolução de 1932

A Cidade de Socorro é elevada à categoria de Estância

Grande enchente do Rio do Peixe

Comemoração dos 180 anos de Socorro

O Termo, mais uma vez, volta a pertencer à Comarca de Amparo

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Histórico

Desbravamento, coragem e fé

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Desbravamento, coragem e fé

Residência do Primeiro Presidente da Câmara de SocorroFloriano Barbosa de Azevedo morava nesse casarão em estilo colonial, que construiu para sua residência, na antiga Fazenda São Sebastião, no Bairro do Brejo

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10 Cidade&Cultura

BragançaEm 1738, teve início a colonização de Simão de Toledo Pi-

zza, a quem foi concedida a Sesmaria (divisões de terra den-tro das Capitanias Hereditárias) que resultou na Campanha de Toledo e na penetração de desbravadores oriundos de Atibaia e de Bragança na região que lá se estabeleceram.

Cinquenta e nove anos mais tarde, precisamente em 1797, houve a criação da Vila Nova de Bragança, que foi dividida em sete Companhias de Ordenanças, correspon-dendo cada uma a um bairro. E em 1801, Socorro corres-pondia à 6ª Companhia de Ordenanças, cujo Comandante era Roque de Oliveira Dorta.

Bairro do Rio do Peixe

Essa Companhia transformou-se no Bairro do Rio do Peixe no ano de 1829. Por estar a 7 léguas do centro de Bragança, a população, com 1.500 habitantes, resolveu edifi car uma Capela sob a proteção de Nossa Senhora do Socorro. O Capitão Dorta, devoto à Santa, doa a imagem e Pedro Silva, as terras, localizadas onde hoje é o centro da cidade. Para a ofi cialização da Capela, Dorta pede ao Bispo da Imperial Cidade de São Paulo, Dom Manuel Jo-aquim Gonçalves de Andrade Melo, para que a mesma fosse Curada, nomear um sacerdote para dirigir a espiri-tualidade dos moradores do núcleo e também a Pia Batis-mal. E o pedido foi aceito em 22 de julho que é a data da fundação documentada de Socorro.

Data ofi cial de Socorro Em 9 de agosto de 1829, o Padre Jacinto Pereira, pri-

meiro sacerdote que celebrou os ofícios Divinos, em ter-ras do Rio do Peixe, benzeu a Pia Batismal e celebrou dez batizados. E essa data é hoje comemorada como o dia do aniversário da cidade.

Histórico

Freguesia e VilaNo ano da morte do Comandante

Roque, 1835, o bairro é elevado à ca-tegoria de Freguesia de Nossa Senho-ra do Rio do Peixe. Floriano Gomes de Azevedo* é nomeado subdelega-do de polícia, e também o primeiro comerciante de Socorro, trazendo para a então freguesia uma loja de fazendas e armarinho, e assim inicia-se o comércio local.

A Freguesia de Nossa Sra. do Socorro do Rio do Peixe passa à condição de Vila, simplifi cando seu nome para Vila do Socorro em 24 de março de 1871.

A disputa territorial por Socorro durou cerca de dez anos. Em 21 de abril de 1873, a Vila, até então considerada território de Bragança, passa a pertencer à Comarca de Amparo. A mudança dura apenas sete anos, quando então, em 30 de abril de 1880, Socorro volta a fazer parte de Bragança, retornando a pertencer a Amparo dois anos depois.

Termo, Cidade e ComarcaEm 20 de maio de 1879, Socorro é elevada à categoria

de Termo e são nomeados como delegado de polícia o Sr. Rufi no Gonçalves de Andrade, e como juízes municipais: José Paulino Franco, Capitão Joaquim da Rocha Campos e Pedro Ramos de Godoy Lemos.

Socorro só muda para Cidade em 17 de março de 1883 e para Comarca no ano de 1889.

Muitas pessoas nos ajudaram com informações, para podermos entender a história de Socorro. Documentos se perderam e muitos registros ilegíveis também difi cultaram a pesquisa. Entretanto, por relatos antigos e mesmo fa-zendo comparativos com a história da região, é fato dizer que as informações aqui presentes chegam o mais perto da verdade. Gostaríamos de relatar com mais detalhes esse rico passado, pois arquivos datados a partir de 1880 estão disponíveis em grande quantidade, graças ao inte-resse do povo socorrense em conservar sua história, mas por falta de espaço, optamos pela origem do povoado. Não podemos nos furtar de mencionar a quantidade de fa-mílias que, formadoras de opiniões, fi zeram e ainda fazem de Socorro uma cidade maravilhosa. Se enumerássemos todas, escreveríamos um encarte apenas para elas.

“Aos nove dias do mez de Agosto de mil oito centos e vinte e nove nesta Capella Curada de N. S. do Socorro do Rio do Peixe, termo da Villa Nova de Bragança do Bispado da Imperial Cidade de S. Paulo, depois de feita a minha visita, e benta aditta Capella pelas faculdades a mim con-cedidas em Virtudes das Provisões acima copiadas de Sua Exª Rma. levantou se a Pia Batismal na mesma Capella, tudo com a decência devida na forma determinada: do q~ para constar faço este por mim feito e assignado.

Capella de N. Senhora do Soccorro do Rio do Peixe 9 de agosto de 1829.

O Capelão CuradoJosé Jacintho Pereira”

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a Vila, até então considerada território de Bragança, passa a pertencer à Comarca de Amparo. A mudança dura apenas sete anos, quando então, em 30 de abril de 1880, Socorro volta a fazer parte de Bragança, retornando a pertencer a Amparo dois anos depois.

Texto extraído do livro “Álbum de Socorro”. Foi mantida a ortografi a original.

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Família Gomes Ferraz

Família Vita

Família Montini

Família Baldo

Trecho da Rua Campos Salles

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Histórico

O Ouro Verde que impulsionou a economia do paísPor volta de 1727, os Portugueses concluíram que o

Brasil possuía todas as condições para a produção do café, mas não dispunham de grãos ou plantas. O governo do Pará decide então enviar um de seus soldados à Guia-na Francesa, a fi m de trazer o fruto para o Brasil. O pedido foi negado pelo Governador do país, cumprindo as ordens do rei da França. O soldado brasileiro causou um grande encanto na esposa do Governador da Guiana. Após voltar ao Brasil, recebeu da admiradora um buquê com discretas sementes de café escondidas entre as fl ores.

Do Pará, a cultura passou para o Maranhão. Por volta de 1760, também se espalhou para o Rio de Janeiro, atra-vés de João Alberto Castelo Branco, fi xando-se mais na Baixada Fluminense.

São Paulo e o cultivo do café

No estado de São Paulo, as plantações de café espa-lharam-se por grande parte do interior. Socorro ainda é um grande produtor do fruto. Os fazendeiros viram, por longos anos, que a atividade cafeeira gerava enorme fonte de

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Caférenda, além de poder político. O café fez o Estado de São Paulo despontar como a maior potência do país, ao lado de Minas Gerais, grande produtor de leite, e da então capi-tal Rio de Janeiro. A mão-de-obra escrava era largamente utilizada nas lavouras, pois além de ser barata, contribuía com a economia do Império através do tráfi co negreiro. A partir de meados do século XIX, o Brasil passou a sofrer pressões externas para que tivesse fi m o regime de es-cravidão. Com a proibição da entrada de negros no Brasil, e, mais tarde, com as leis que tornavam livres os negros recém nascidos e idosos, cai o regime de escravidão, em 1888, levando junto, um ano mais tarde, o Império. Nas-cia o Brasil República.

Chegam a São Paulo os imigrantes italianos para subs-tituir a mão-de-obra escrava nas lavouras de café. Os fa-zendeiros do Estado sentiram a necessidade de escoar o café para o porto com mais efi ciência. Começa então a construção de ferrovias do interior até o litoral. Em Socor-ro a Companhia Mogyana de Estradas de Ferro construiu uma estação de trem, o que fez desenvolver a cidade em todos os sentidos.

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Origens do café Diz a lenda que, no século III d.C., um pastor de

cabras chamado Kaldi, certa noite estranhou que al-gumas de suas cabras não retornaram ao rebanho. Saiu para procurar as fugitivas e encontrou-as salti-tando e comendo os frutos de um arbusto. Impres-sionado com a energia que as cabras ganharam, decidiu experimentá-los e teve a mesma reação que seu rebanho. Kaldi levou essa “dádiva divina” ao mosteiro local, que não a recebeu bem, decidindo então queimar os grãos por eles serem “obra do demônio”. O aroma exalado pelos frutos torrados nas chamas atraiu os monges para descobrir o que causava aquele maravilhoso perfume e os grãos de café foram recolhidos das cinzas. O abade mudou de idéia e sugeriu que eles fossem esmagados na água para ver que tipo de infusão produziriam. Des-cobriram então que a bebida os mantinha acorda-dos durante as rezas e períodos de meditação.

Notícias dos maravilhosos poderes da bebida espalharam-se de um monastério a outro e, assim, aos poucos, espalharam-se por todo o mundo.

A crise Mas, em 1929, quebra a Bolsa de Nova Iorque, oca-

sionando uma grande depressão em todo o mundo. As exportações de café, que até então praticamente susten-tavam o país, caíram expressivamente causando dívidas enormes aos cafeicultores paulistas que possuíam gran-des estoques de café. Um típico caso dessa situação de-soladora vivida em Socorro é o da família Oliveira Santos. Alfredo de Oliveira Santos, dono de grandes propriedades rurais, fi cou com enormes dívidas por conta da crise que se instalou. Para quitar seus débitos, Alfredo pediu um em-préstimo ao Governo Federal. Infelizmente, na ausência de resposta, suas terras foram vendidas e leiloadas. Apenas uma propriedade, a Fazenda Bela Vista, não saiu de suas mãos devido à generosidade e amizade dos credores que, a pedido de Alcindo, fi lho de Alfredo, não deram lances no leilão. Após quarenta dias, o Governo Federal deu autoriza-ção ao empréstimo.

Nesse momento muitos italianos que trabalhavam nas lavouras tiveram a oportunidade de adquirir várias proprie-dades rurais a preços mais acessíveis.

Com a perda de receita gerada pelo “ouro verde”, São Paulo começa a enfraquecer-se no cenário político na-cional. A subida de Getúlio Vargas, com a Revolução de 1930, dá início à ditadura no Brasil.

Senzala

Major José Maria de

Oliveira Santos

A Quebra da Bolsa de Nova York foi o marco de uma grande crise econômica nos EUA, com repercussões mundiais, que aconteceu em 24 de outubro de 1929. O “crash” da Bolsa provoca o desemprego de 13 milhões de pessoas e mergulha o país em uma enorme depressão. No Brasil, o corte dos empréstimos necessários à política de valorização do café e a impossibilidade de exportar o produto para os EUA contribuem para a derrubada da Re-pública Velha e a ascensão de Getúlio Vargas ao poder. Essa situação agravou a crise de superprodução do café, cujos primeiros sinais apareceram no início do século XX.

Fonte: Almanaque Abril.

Grandes Proprietários Rurais de Socorro no século passado:Major José Maria de Oliveira SantosVidal de Souza PintoJosé de Souza PintoAriodante BeneduzziCoronel Brazilino Vaz de LimaAntonio ReginatoProcópio IzidoroÂngelo ReginatoAntonio Pereira PintoJosé Baptista PereiraSebastião ContiCoronel Francisco Caetano FerreiraJoaquim Marcellino FerreiraGalileu Calafi oriIgnácio Augusto PereiraCoronel José Vergal

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Histórico

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Cine ÉdenA sétima arte chega a Socorro em 1910, trazida por Deolin-

do Dantas Vasconcellos e Leopoldo Peluzzo que, investindo aproximadamente sete contos de réis, inauguraram a primei-ra sala de projeções da cidade, o Cine Éden, situado à rua Campos Sales, nº 289, com capacidade para 100 pessoas. Com ingressos a 300 réis, as sessões aconteciam uma vez por semana, com exibição de três ou quatro fi lmes.

Em 1913, o cinema ganha prédio próprio, com capaci-dade para 300 pessoas. Localizado à Praça Cel. Olimpio Gonçalves dos Reis, nº 291, ele passa a se chamar “Cine Teatro Éden”, recebendo esse nome por também possuir um palco para apresentações teatrais. Aumenta o número de sessões, que agora são exibidas duas vezes por sema-na, às quartas-feiras e aos domingos.

O cinema falado foi inaugurado em 13 de setembro de 1931, pelo processo Vitaphone (som no disco) com o fi lme em 12 partes “Alvorada do Amor”, com Janett Mac Donald. Porém, o sistema Vitaphone não emplaca, pois

Cinema Poucas cidades do interior paulista deram tanto valor à sétima arte

bastava faltar alguns centímetros do fi lme para que as cenas se desencontrassem com a sonorização. Então, a empresa inaugura em 28 de agosto de 1933, o moderno processo Movietone (som gravado na película) com o fi lme “Tenente Sedutor”, com Maurice Chevalier. Instala-se tam-bém a aparelhagem dupla, que acaba com a interrupção de uma parte para outra. O cinema funcionou até 27 de novembro de 1945, e sua última sessão foi o fi lme “Sob Duas Bandeiras”. O espaço continuou a servir de palco para apresentações teatrais de grupos socorrenses.

Cine BijouO Cine Bijou, inaugurado em 1º de março de 1914,

funcionou na parte térrea do sobrado Calafi ori, também à Rua Campos Sales, nº 18. Seus fundadores foram An-tonio Calafi ori, Aurélio Martins, Alante Lorenzetti, Damiro Vita, Sebastião Gomes Ferraz e Sebastião Malhano. Com capacidade para 300 pessoas, o cinema funcionava ape-nas com um aparelho mudo.

Projetor de cinema

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Cine OdeonEm 1925, a casa sofre interrupção,

reabrindo um ano depois sob o nome “Cine Odeon”. Em 1935, com a ins-talação de um novo aparelho sonoro, sofre nova interrupção, que dura até 1940, quando volta a funcionar, co-locando pouco tempo depois, seu segundo projetor. Dois anos mais tarde, em junho de 1942, o Cine Odeon encerra suas atividades, quando é comprado pelo italiano João Della Maggiori Orlandi, fazen-deiro e comerciante local, que em Socorro constituiu família, e tor-nou-se socorrense de coração.

Cine VogaNo prédio construído à Rua Dr. Campos

Salles, 63, em 24 de junho de 1942, pelo Sr. Orlandi, é inaugurado o “Cine Voga”, com capacidade para 540 es-pectadores. Na inauguração, é exibido o fi lme “Legiões de Heróis”, cuja renda bruta foi doada ao Asilo dos Velhos, naquela época em fase de acabamento.

A administração do cinema continuou sob a responsa-bilidade do Sr. Antonio Calafi ori, sempre com a colabora-ção dos familiares. As sessões aconteciam todos os dias, às 20 horas, com fi lmes inéditos, que eram reprisados aos domingos e às segundas-feiras.

A partir da década de 1950, de segunda a sexta-feira, havia apenas uma sessão às 20 horas, e aos sábados e domingos, duas sessões com inicio as 19 e 21 horas, respectivamente.

Em 1961, em homenagem ao seu proprietário, falecido em 14 de outubro de 1960, o cinema passa a se chamar “Cine Cavaliere Orlandi”. Por encontrar difi culdades com a manutenção, o cinema encerra suas atividades em 1983, voltando a funcionar anos mais tarde, no mesmo prédio.

Em setembro de 2006, os netos do Sr. Della Maggiori Orlandi assumiram a administração do cinema, para a ga-rantia da continuidade da empresa, que sobrevive até hoje, apesar de se ver ameaçada pelos DVDs e a pirataria.

Cine SocorroConstruído pela Empresa Bragantina de Cinemas, à

Rua 13 de Maio, o cine Socorro foi inaugurado em junho de 1964, tendo como gerente o Sr. Nelson Passarela. Du-rou apenas poucos anos, tendo que fechar suas portas na década de 70.

No prédio construído à Rua Dr. Campos Salles, 63, em 24 de junho de 1942, pelo Sr. Orlandi, é inaugurado o “Cine Voga”, com capacidade para 540 es-pectadores. Na inauguração, é exibido o fi lme “Legiões de Heróis”, cuja renda bruta foi doada ao Asilo dos Velhos, naquela época em fase de acabamento.

A administração do cinema continuou sob a responsa-

Em 1925, a casa sofre interrupção, reabrindo um ano depois sob o nome “Cine Odeon”. Em 1935, com a ins-talação de um novo aparelho sonoro, sofre nova interrupção, que dura até 1940, quando volta a funcionar, co-locando pouco tempo depois, seu segundo projetor. Dois anos mais tarde, em junho de 1942, o Cine Odeon encerra suas atividades,

Sr. Galileu Calafi ori, um dos sócios do Cine Odeon

Cine Bijou

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Histórico

Um dos pontos bonitos de Socorro, rodeado de Mata Atlântica e com uma bela cachoeira é a conhe-cida Usina Velha.

Chamada de Usina Hidrelétrica de Socorro, começou a funcionar em 1909, a partir de sua primeira máquina de ori-gem alemã, pertencente à Companhia Paulista de Energia Elétrica – CPEE. Nesta primeira fase, seu funcionamento durou 62 anos, quando, em 1971, ela foi desativada pelo fi m da vida útil de seus equipamentos.

Em 1982, a CPFL e a Prefeitura Municipal de Socorro se uniram para a reativação da Usina e de sua área de lazer. Porém, apenas em 1988 foi iniciada sua reconstru-ção, com obras de barragem, tombada d’água, canal adu-tor e câmara de carga. A conservação das características externas da Casa de Máquinas foi uma das preocupações na reconstrução da Usina. Então em 1996, ela retomou suas funções, com novas instalações. Quatro anos mais tarde, em 2000, implantou-se o sistema de automação da usina com comando via satélite pelo Centro de Operações da Geração – COG, instalado em Campinas.

Em 1872, um grupo de fazendeiros resolveu criar uma ferrovia para propiciar o escoamento da produção de uma das regiões mais produtivas do Estado de São Paulo, a de Mogi-Mirim e Amparo. Foi então que, no dia 18 de mar-ço do mesmo ano, originou-se a Companhia Mogyana de Estradas de Ferro, com sede em Campinas.

Usina Velha

Companhia Mogyana de Estradas de Ferro

Um dos pontos bonitos de Socorro, rodeado de Mata Atlântica e com uma bela cachoeira é a conhe-

LocalizaçãoA Usina Hidrelétrica Socorro localiza-se no bairro Ribeirão do Meio, no município de Socorro, a 3 km do centro da cidade.

Meio AmbienteA paisagem local da Usina Hidrelétrica de Socorro é com-posta por fragmento fl orestal com espécies representati-vas da fl ora brasileira e sua fauna, terrestre e aquática.

Conceito de PCHO aproveitamento hidrelétrico de Socorro incorpora o con-ceito de Pequena Central Hidrelétrica, que são usinas com potência de até 30 MW e reservatório menor que 3 km².

Em 21 de abril de 1909, foi inaugurado o ramal de So-corro, que impulsionou o desenvolvimento da cidade, pois, além de facilitar o escoamento do café, conferiu efi ciência ao transporte de gado. Até então, as cargas comerciais eram conduzidas por burros, mulas e éguas.

Primeira Ponte de Concreto Armado do Estado de São Paulo.Para evitar despesas com desapropriações com a pla-

nejada extensão da linha férrea, a Companhia Mogyana de Estradas de Ferro construiu a estação terminal de So-corro num local um pouco mais afastado do centro da ci-dade, atualmente onde se encontra a Estação Rodoviária. Para possibilitar o acesso à estação, foi construída uma ponte inteiramente de concreto armado, sendo então a primeira desse gênero de construção do Estado de São Paulo. Essa ponte, além de estar em perfeitas condições, ainda mantém o glamour dos tempos passados.

primeira desse gênero de construção do Estado de São Paulo. Essa ponte, além de estar em perfeitas condições, ainda mantém o glamour dos tempos passados.

Para evitar despesas com desapropriações com a pla-nejada extensão da linha férrea, a Companhia Mogyana de Estradas de Ferro construiu a estação terminal de So-corro num local um pouco mais afastado do centro da ci-dade, atualmente onde se encontra a Estação Rodoviária. Para possibilitar o acesso à estação, foi construída uma ponte inteiramente de concreto armado, sendo então a primeira desse gênero de construção do Estado de São primeira desse gênero de construção do Estado de São Paulo. Essa ponte, além de estar em perfeitas condições, ainda mantém o glamour dos tempos passados.

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A colonização brasileira foi fortemente marcada pelos atos religiosos que sempre a acompanharam. Na maioria das cidades de nosso território, a formação de núcleos populacionais surge com a edifi cação de ermidas, cape-las ou igrejas. Sempre houve a necessidade da presença divina próxima dos colonizadores, pois era uma forma de-les não se sentirem tão isolados. Não podemos esquecer que esses aventureiros estavam a milhas de distância de sua pátria e também rodeados por culturas extremamente opostas às suas, como os índios.

Com Socorro esse quadro não foi diferente. Como vi-mos anteriormente, foi através dos clamores das pessoas que ocupavam o núcleo do Rio do Peixe, que a Capela Curada Nossa Senhora do Socorro do Rio do Peixe foi erguida. Ter uma edifi cação dessas é um passo para a estruturação de toda uma cidade.

Durante sua trajetória, Socorro construiu quatro igrejas de grande relevância na história do município. São elas:

Igreja do Menino JesusA mais antiga da cidade, situada no local onde mais

tarde foi construído o primeiro jardim de Socorro, foi des-truída por estar ameaçada de ruir.

Igreja Nossa Senhora do RosárioApós um período de ressurgimento ao tempo do Padre

Pascoal como vigário, foi abandonada e vendida, dando lugar a construção do Paço Municipal.

Igreja da Santa CruzSituada no alto de um outeiro, foi notável pelas festivi-

dades que ali se celebravam no dia da Santa Cruz, 3 de maio de cada ano. Os leilões de prendas eram famosos, ali se revezando os três leiloeiros: Leopoldo Peluso, Joa-quim Gonçalves dos Reis (Nho Quim) e Francisco Dorta.

Igreja Matriz Nossa Senhora do Perpétuo SocorroA construção da primeira Igreja Matriz era metade tai-

pa, metade tijolo e foi transformada, com o passar dos anos, no belo templo dedicado a Nossa Senhora do Per-

Religiosidade

Barraca das BonecasNa festa de agosto, quando se comemora o aniversário da Cidade de Socorro, já é tradição, desde a década de 50, a Barraca dos Festeiros. A festa era organizada pelos chamados Festeiros que tinham uma barraca imensa. Nessa barraca havia muitas bonecas vestidas e enfeitadas, pelas famílias para serem leiloadas. Hoje, além das famílias, os comerciantes também as vestem.

Matriz

pétuo Socorro, hoje em estilo eclético. Sua decoração interna foi feita pelo artista Mario Tomazzo. Os vitrais, doados por famílias socorrenses foram feitos pela ser-ralheria Galiano, de São Paulo; o sino de 250kg foi do-ado pelo Apostolado da Oração, recebendo o nome de “Sagrado Coração de Jesus” e o de 180kg foi doado pela tesouraria de Obras da Matriz; o relógio foi doado pelo Sr. Antonio de Morais Cardoso e sua estréia foi no dia 26 de maio de 1925, ao meio dia. A construção foi concluída em 1924, sob o comando do Padre Antonio Sampaio e foi erguida no mesmo local onde esteve a primeira capela, em 1829.

Uma curiosidade está na pintura sobre o altar onde está o ícone de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro (confi ra na página 19), ao lado direito estão pintadas algumas pessoas observando a família de Jesus e, se reparamos bem, existe um homem vestido de colete e chapéu na mão. Não se sabe ao certo, se este homem é um auto retrato do artista Tomazzo, mas confrontando a pintura com um retrato dele, acreditamos muito que essa peculiaridade seja real.

O ícone que está no altar da Igreja da Matriz, não é uma cópia do ícone da Igreja de Santo Afonso, Roma. Este ícone veio por meio do padre Daniel Tamassia. No verso do quadro há um selo escrito: “tocado no verdadeiro ícone”.

Festas religiosas Com predominância de famílias portuguesas e italia-

nas, as festas religiosas são fatos de grande importân-cia para o Município. Entre os festejos, destacam-se as Festividades da Padroeira ou Festas de Agosto – aniver-sário da Cidade e Padroeira - que ocorrem entre os dias 9 e 15 de agosto.

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Histórico

Sua história começa em Jerusalém, onde um quadro da Mãe de Deus, com características bizantinas e au-toria desconhecida, foi deslocado para Constantinopla e, mais tarde, seria exposto em um templo na ilha de Creta. Ganhou a admiração dos cristãos por atender às orações e não tardou a surgir milagres atribuídos à Santa do quadro.

Por volta do século XV, este mesmo quadro foi roubado por um comerciante que visava vendê-lo em Roma. Duran-te o trajeto, o navio do ladrão encarou uma tempestade que amedrontou toda a tripulação, que nada mais havia a fazer senão rezar. E foi o que fi zeram, rezaram para Nossa Senhora que desfez em segundos a tempestade, salvan-do-os da morte. O quadro permaneceu sob a posse do comerciante até que este adoecesse. Confi ando em um amigo próximo, passou a obra com o pedido de que ela

Origem da devoção à Nossa Senhora do Perpétuo Socorro

voltasse a ser venerada pelo povo como fora outrora. Com o decorrer dos meses, vários sinais de Nossa

Senhora (inclusive com ameaças de morte) foram envia-dos a essa família para que permitissem a sua veneração pelo povo. Mas o amigo também morreu sem cumprir a vontade da Santa, pois não resistiu à beleza do quadro e aos pedidos de sua esposa. Durante anos, o quadro fi cou sob a posse dessa família romana.

Meses mais tarde, a Virgem apareceu para a fi lha de seis anos da mesma família, anunciando-se como a Santa Maria do Perpétuo Socorro, com a mensagem de que que-ria voltar a ser exposta e indicou o local em que isso de-veria acontecer: entre as Basílicas de Santa Maria Maior e São João de Latrão, exatamente onde estava a Igreja de São Mateus. A esposa, com remorso, resolveu executar o pedido. Em 27 de março de 1499, o quadro foi levado, em

Igreja de Santo Afonso, Roma. O verdadeiro

ícone da Nossa Senhora do Perpétuo Socorro

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procissão, ao seu local destinado e foi durante este percurso que ocorreu mais um milagre: enquanto orava à Santa, um homem paralítico foi completamen-te curado.

Com a invasão de Roma pelo exér-cito francês no fi nal do século XVIII, a Igreja de São Mateus foi dizimada quase inteira, obrigando os monges Agostinianos que ali residiam a se deslocarem com o quadro para o con-vento de São Euzébio. Mais tarde, o convento foi entregue aos padres je-suítas e os Agostinianos ganharam o Convento de Santa Maria in Postérula, onde já havia uma obra dedicada a Nossa Senhora. O quadro de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro foi então sendo esquecido pelas pessoas, mas não pelo Irmão Agostinho Orsetti, que contou a história toda a um coroinha chamado Miguel Marchi.

Em 1855, uma nova igreja dedicada a Santo Afonso e ao Santíssimo Redentor estava sendo construída a man-do dos Redentoristas na mesma propriedade em que se situavam as ruínas da Igreja de São Mateus. A pregação do padre jesuíta Francisco Blosi causou grande inquieta-ção entre os Redentoristas de Santo Afonso, que desco-briram a existência de um quadro sagrado que deveria estar exposto naquele mesmo local. Espalharam então a notícia, pedindo informações sobre o tal quadro.

Nessa época, o coroinha Miguel Marchi já se tornara sacerdote e a notícia não tardou a chegar aos seus ouvi-dos. Lembrando-se das histórias do Irmão Orsetti, resol-veu contar tudo o que sabia aos Redentoristas, inclusive sobre o paradeiro do quadro. A questão foi levada ao Papa Pio IX, resultando na entrega do quadro aos Redentoris-tas, em janeiro de 1866. No ano seguinte, o ícone de Nos-sa Senhora do Perpétuo Socorro foi coroado pelo Vaticano com uma grande festa.

Ainda hoje, muitos fi éis vão a Roma atraídos pela fé na Santa, que fi cou conhecida no mundo inteiro como ela mesma desejava.

Socorro tem a Nossa Senhora do Perpétuo So-corro como padroeira pois, o idealizador da pri-meira capela, Capitão Roque de Oliveira Dorta, era seu devoto.

procissão, ao seu local destinado e foi

suítas e os Agostinianos ganharam o Convento de Santa Maria in Postérula, onde já havia uma obra dedicada a Nossa Senhora. O quadro de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro foi então sendo esquecido pelas pessoas, mas não pelo Irmão Agostinho Orsetti, que contou a história

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não pelo Irmão Agostinho Orsetti, que contou a história

Em 1855, uma nova igreja dedicada a Santo Afonso e ao Santíssimo Redentor estava sendo construída a man-do dos Redentoristas na mesma propriedade em que se situavam as ruínas da Igreja de São Mateus. A pregação do padre jesuíta Francisco Blosi causou grande inquieta-ção entre os Redentoristas de Santo Afonso, que desco-briram a existência de um quadro sagrado que deveria estar exposto naquele mesmo local. Espalharam então a

Nessa época, o coroinha Miguel Marchi já se tornara sacerdote e a notícia não tardou a chegar aos seus ouvi-dos. Lembrando-se das histórias do Irmão Orsetti, resol-veu contar tudo o que sabia aos Redentoristas, inclusive sobre o paradeiro do quadro. A questão foi levada ao Papa Pio IX, resultando na entrega do quadro aos Redentoris-tas, em janeiro de 1866. No ano seguinte, o ícone de Nos-sa Senhora do Perpétuo Socorro foi coroado pelo Vaticano

Ainda hoje, muitos fi éis vão a Roma atraídos pela fé na Santa, que fi cou conhecida no mundo inteiro como ela

suítas e os Agostinianos ganharam o Convento de Santa Maria in Postérula, onde já havia uma obra dedicada a Nossa Senhora. O quadro de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro foi então sendo esquecido pelas pessoas, mas não pelo Irmão Agostinho Orsetti, que contou a história

Suposto auto-retrato do artista plástico

Mario Tomazzo

Igreja Matriz

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Histórico

Quando entramos na Igreja Matriz, ao lado es-querdo, nos deparamos com a imagem de Nossa Senhora do Socorro. Esta imagem é muito forte. Ela retrata a força e proteção da Mãe de Jesus. As cores da roupa signifi cam fortaleza de espírito, o pé que pisa no demônio, a criança atrás em posição de medo e o dedo da Virgem em riste, apontando para satanás, como que dissesse: “Cala-te”.

Num encontro com dona Elza Martha Fontana, 84 anos, ali, bem diante da Santa, foi descrito como essa imagem chegou a Socorro.

“A imagem histórica, que acompanha a cidade de Socorro desde 1889, aproximadamente, foi trazida da Itália por Felício Granato (da cidade de Amparo) a pedido do seu amigo Major Vita, de Socorro. Nessa época o trem da Ferrovia Mogyana, não tinha ainda ligação com Socorro. Então a imagem fi cou guar-dada na igreja de Amparo esperando que fossem buscá-la. Saiu de nossas terras, abrindo caminho até Monte Alegre do Sul e daí até Amparo, uma comissão para trazer a Santa ao lugar que deveria fi car. Tamanha era a devoção e responsabilidade para transportar a encomenda, que, na volta, du-rante todo o caminho, os componentes da escolta rezavam o terço, como se fosse uma procissão.”

Aparição de Nossa Senhora do Socorro: A mãe fazia a fi lha rezar a Ave Maria todas

as noites. A menina, irritada, rezava de má von-tade e ainda proferia palavrões. Então a mãe dizia que falar nome feio é chamar o demônio. E numa das vezes que a menina estava enfezada, Satanás apareceu e disse “Venha comigo! Você me chamou!”. E a menina que rezava todas as noites gritou: “Nossa Se-nhora!”. E naquele momen-to, Nossa Senhora cobre a menina com o manto e diz: “Afasta-te, Satanás”. Essa é uma das versões que foi passada pela professora de Dona Elza.

Quando entramos na Igreja Matriz, ao lado es-querdo, nos deparamos com a imagem de Nossa Senhora do Socorro. Esta imagem é muito forte. Ela retrata a força e proteção da Mãe de Jesus. As cores da roupa signifi cam fortaleza de espírito, o pé que pisa no demônio, a criança atrás em posição de medo e o dedo da Virgem em riste, apontando

Num encontro com dona Elza Martha Fontana, 84 anos, ali, bem diante da Santa, foi descrito como

“A imagem histórica, que acompanha a cidade de Socorro desde 1889, aproximadamente, foi trazida da Itália por Felício Granato (da cidade de Amparo) a pedido do seu amigo Major Vita, de Socorro. Nessa época o trem da Ferrovia Mogyana, não tinha ainda ligação com Socorro. Então a imagem fi cou guar-dada na igreja de Amparo esperando que fossem buscá-la. Saiu de nossas terras, abrindo caminho até Monte Alegre do Sul e daí até Amparo, uma comissão para trazer a Santa ao lugar que deveria fi car. Tamanha era a devoção e responsabilidade para transportar a encomenda, que, na volta, du-rante todo o caminho, os componentes da escolta rezavam o terço, como se fosse uma procissão.”

A mãe fazia a fi lha rezar a Ave Maria todas as noites. A menina, irritada, rezava de má von-tade e ainda proferia palavrões. Então a mãe dizia que falar nome feio é chamar o demônio. E numa das vezes que a menina estava enfezada, Satanás apareceu e disse “Venha comigo! Você me chamou!”. E a menina que rezava todas as

Imagem Histórica de Nossa Senhora do Socorro

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Imagem histórica

Dona Elza BER

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Por muitos arquivos pesquisados, encontramos alguns que mencionam a presença de índios Carajás na região de Socorro, que viviam à beira do Rio do Peixe e foram expulsos pela passagem dos Bandeirantes, que iam em busca de ouro em Minas Gerais. Muitos artefatos indígenas foram encontrados, como machadinhas entre outros, mas nenhuma cerâmica, que é um forte indicativo de que realmente os índios estavam fi xos nas áreas que hoje compreendem Socorro. Com a falta da cerâmica, seria muito temeroso comprovar a história da fi xação desses índios. O material que foi encontrado ainda não passou pelo teste do Carbono 14, que é capaz de indicar a data dos mesmos. Talvez até esses artefatos encontrados possam ser pré-históricos.

Índios CarajásPedras e machadinhas

A atual Igreja Matriz localizada na praça onde ocorre a maioria das comemorações da cidade

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Corpo de enfermagemde Socorro

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Causa da Revolução

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RevoluçãoCorpo de enfermagemde Socorro São poucos países, regiões ou estados em que se comemora

uma revolta quando se perde. No caso do Estado de São Paulo e principalmente na cidade de Socorro, o orgulho da Revolução de 32 é pungente. Encontramos um verdadeiro acervo nas casas dos que participaram dessa “luta”, que foi prova de puro patriotismo.

No dia 14 de julho de 1932, tropas paulistanas vindas de Cam-pinas pela Estação Ferroviária Mogyana, instalaram-se na cidade. Pegaram casas vazias e se dividiram em tropas, que originaram os batalhões. O maior deles era o do Grupo Escolar, comandado pelo Capitão Benedito de Castro Oliveira, o Batalhão de Voluntários “23 de Maio”, cujo nome foi dado em homenagem aos estudantes Mar-tins, Miragaia, Dráusio e Camargo (MMDC), mortos nesta data. A cidade de Socorro era estratégica, pois se encontra na divisa com o estado de Minas Gerais.

O sentimento por São Paulo era genuíno e não imposto. Lutar por São Paulo era uma questão de honra e grande parte da população da cidade estava disposta a enfrentar o que fosse pelo orgulho ao Estado. Os soldados iam para os frontes nas cercanias da cidade e junto iam também as enfermeiras voluntárias. Formaram-se as equi-pes da Cruz Vermelha e a Comissão Pró Causa Constitucionalista. Grande parte da população, principalmente as mulheres, ajudava na então fundada Casa do Soldado, que se encarregava de cuidar da alimentação, vestimenta, escrevendo cartas, fornecendo cigarros, preparando café e tudo mais de que os soldados necessitassem. O restante da população refugiou-se na zona rural temendo um enfren-tamento com as tropas federais.

O Batalhão 23 de Maio foi para a cidade de Bragança, pois ali precisavam de ajuda. Nesse momento, as tropas baianas, enviadas por Getúlio Vargas, entraram na cidade de Socorro, pelo bairro dos Francos. Os nordestinos invadiram as casas e por ali ficaram até o término da Revolução.

de 1932 A Revolução Constitucionalista de 1932 foi a resposta dos paulistas ao Governo Provisório varguista. Com a Revolução de 1930, o Estado de São Paulo perdeu muito de seu poder político, pois Getúlio Vargas, ao chegar à presidência, ignorou a Consti-tuição Brasileira de 1881, instalando uma ditadura. A autonomia paulista foi sucum-bida de vez com a implantação de interven-tores do Governo no Estado. Uma revolta passou a ser planejada.

Em 23 de maio de 1932, a população foi às ruas da cidade de São Paulo em ma-nifestações contra a ditadura de Vargas. Um grupo tentou invadir a Liga Revolucio-nária (força paramilitar de sustentação po-lítica do governo), resultando na morte de quatro estudantes revoltosos: Martins, Mi-ragaia, Dráusio e Camargo. Foi o estopim para que os paulistas se organizassem em um movimento constitucionalista que eclo-diu alguns meses depois.

No dia 9 de julho, estourou a Revolu-ção Constitucionalista por todo o Estado. Como Vargas conseguiu reter as tropas en-viadas por Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul em apoio aos paulistas, estes se viram então cercados e quase sem ajuda militar, nada restando a fazer além de defender seu próprio território. Sem opções, o Estado de São Paulo se rendeu em 2 de outubro de 1932.

Embora os constitucionalistas tenham perdido a causa, o fi m da revolta marcou um processo de democratização, que re-sultou na Assembléia Nacional Constituin-te em maio de 1933 e, posteriormente, na Constituição de 1934.

Idealismo e a certeza da vitória, mesmo tardia, transformaram os rumos sociais e políticos brasileiros

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O marido de Dona Lourdes, na época namorado – fuzil 401 – combateu, junto com seus colegas, em Pouso Alegre. Exemplar combatente

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Conversamos com a delicadíssima Sra. Maria de Lourdes Pinto Picarelli. Perguntada por que resolveu ajudar na causa da Revolução, esta, com sua sabe-doria e simplicidade de 96 anos, nos respondeu que entrou porque gostava de festas, bailes, quermesses e tudo o mais que fugisse da rotina. E, com 19 anos de idade, ajudava nos afazeres da Casa do Soldado. Conta-nos também que a mobilização e a solidarieda-de dos socorrenses eram comoventes. Sempre havia cestas cheias de frutas trazidas das fazendas. Nada faltava aos grandes “heróis” que por ali ficavam. Havia muitos alarmes falsos.

Quando houve outro combate em Monte Sião, onde quatro soldados morreram, o pai de dona Lourdes le-vou a família para a cidade de Campinas acreditando que por lá as coisas estariam mais calmas. Ledo enga-

no. Em Campinas, os famosos “vermelhinhos” (aviões das forças de Getúlio Vargas) bombardeavam a cidade insistentemente. Dona Lourdes, com sua madrasta e avó, teve que se refugiar em casa sem mobília e fica-ram lá até o término da Revolução.

Curiosidades• No Bairro dos Francos morreram quatro soldados que não eram socorrenses: o Capitão Manuel dos San-tos Sobrinho, Jorge Jonas, Aristeu Valente e Fernando Camargo. O corpo de Fernandinho foi achado muito tempo depois no cemitério de Monte Sião em uma cova com uma lata escrita: Soldado Paulista. • Voluntários ainda vivos em Socorro: Lourdes Pinto Pi-

carelli, Irma Rovesta e Evangelista Mantovani. Este últi-mo foi requisitado para a Revolução por ter um caminhão que serviu para levar os soldados de lá para cá. Levaram embora o caminhão de Montovani e, só mais tarde, tele-fonaram para que ele fosse buscá-lo em São Paulo.

Envelope do Correio

Dinheiro Paulista

Marchinha de Ary Barroso – Paulistinha QueridaPaulistinha queridaQual é a tua corQue tão bem disfarçasCom teu pó de arrozNão é loira nem morena Não tem nada de mulataPaulistinha queridaTua cor é 32

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O sentimento de derrota não tardou a se transfor-mar em orgulho, pois dois anos mais tarde, entra em vigor a nova Constituição tão desejada, que conferiu maior poder político ao Estado de São Paulo.

Sobre o medo nos disse: “Não sei o que a gente sentia, não era medo, era uma sensação estranha. Havia algo a mais no ar”.

Hoje dona Lourdes é Ministra de Eucaristia, leva co-munhão aos doentes, participou por muito tempo da Pastoral da Criança e faz trabalhos manuais para o Hos-pital do Câncer.

Autores: José Picarelli e Adriano Camargo Lopes

Vem raiando bem cedo a vitória,Integrada de crença e de ardor,Vai São Paulo banhar-se na glória,Abraçado na Cruz do Senhor!

Sem martírio a grandeza se perde!Antes ver nosso sangue jorrado,Orvalhando o pendão auri-verde,

Por não vê-lo como hoje pisado!A vitória aí vem. Somos bravos!Uma vida não cai sem vingá-la,Lamentemos o jugo de escravos,Onde o lar se transforma em senzala.

(Hino em homenagem ao Batalhão 23 de Maio, composto em 15 de agosto de 1932)

“Gente Doida!”

Viva São Paulo

• Quando Getúlio se suicidou, uma faixa de luto foi coloca-da sobre a Bandeira do Brasil, na faculdade de Direito de São Paulo. Os estudantes, revoltados, arrancaram-na.

• Getúlio Vargas queimou as bandeiras de todos os esta-dos, proibindo o uso de símbolos regionais. Em 1946, es-tados e municípios puderam voltar a usar seus símbolos.

Convocação da Cruz Vermelha às mulheres socorrenses para participarem como voluntárias da Revolução de 32

Mapa do estado de São Paulo com suas fronteiras dominadas pelas tropas de Getúlio Vargas

Cartãocomemorativo

Entrando uma tropa de Forças Irregulares em Amparo, gritou um dos soldados chamando a atenção dos outros:

- Vem vê, gente! Óia só... Rua assuaiada de pedra, sô!!!- Essa gente é doida, sô! A trabaiêra que tivero de anda

catando pedra tudo de um tamanho só... Que tempão dannado leváro pra faze essa bestera de serviço!”

Trecho extraído do livro “Chorando e Rindo” de Cor-nélio Pires, satirizando as tropas mineiras (inimigas) em território paulista.

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UM UNIVERSO DEPOSSIBILIDADES

EM UM ÚNICO

UM UNIVERSO DEPOSSIBILIDADES

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Introdução da ArquiteturaPassear pelas ruas de Socorro é como voltar ao tempo. Mes-

mo com as novas construções de casas e prédios de arquitetura moderna, respira-se história, principalmente no centro da cidade. Salpicado aqui e ali, nos deparamos com os chamados “Casa-rões” originários da época do Brasil Colônia. E a sensação entre o moderno e o antigo é facilmente entendida quando se entra num banco, para sacar dinheiro num caixa eletrônico, que fica dentro de um dos mais suntuosos casarios, como o de Brasilino Vaz de Lima, construído em 1894. Essa é a receita de Socorro, a fusão do ontem com o hoje.

Esses casarios representam claramente o poder econômico e influente da cidade no século XIX, tanto na agricultura como no comércio. São obras verdadeiramente ricas em todos os detalhes, além de terem sido construídos com excelente matéria-prima.

Os estilos arquitetônicos são: clássico, neoclássico e eclético. O que mais chama atenção é a altura das portas, em madeira maciça, que são fechadas com os ferrolhos. Por dentro, a grandio-sidade não é diferente. Temos vários ambientes e vários deles com o assoalho em tábuas de madeira. Uma curiosidade é a função do porão, com uma altura de mais ou menos um metro, servia para o escoamento da água que era usada para lavar o piso da casa, are-jando e secando a área limpa. Essas construções possuem tam-bém a chamada alcova – quarto sem janelas – onde no alto das portas havia um semicírculo vedado com vidro, dessa forma dava mais controle aos pais de saberem se seus filhos estavam dor-mindo ou não. Outra característica importante é o tamanho da cozinha. Muita ampla, mostra a típica influência da imigração ita-liana e dos colonizadores portugueses, que tinham esse espaço como um ponto de encontro da família, que geralmente era enor-me. No caso do banheiro, só começaram a ficar dentro da casa após muitos anos. Não era comum o uso deste ambiente dentro da casa, mesmo porque, não havia rede de esgoto apropriada para isso. O primeiro construído foi no Palacete da Cultura que, em 1909, hospedou o Presidente do Estado, Albuquerque Lins, que visitou a cidade para inauguração do ramal da Ferrovia Mo-gyana. A construção do mesmo foi improvisada às pressas. Uma característica pitoresca dessas construções era a presença de um grande jardim - as vezes com pomares e hortas - dividido por uma viela, por onde as carroças descarregavam lenha.

Estilo Colonial: possui grandes beirais para a pro-teção das paredes de pau-à-pique ou taipa das águas pluviais, fachadas lisas devido à impossibili-dade do Bairro receber ornamentos, no máximo sa-liências ou faixas, janelas simples em guilhotina.

Estilo Neoclássico: possui fachadas simétricas e sóbrias, com ornatos tímidos, abusa das colu-nas, pórticos e frontões, popularizado a partir de 1895. Em Socorro mistura-se com a estrutura da arquitetura colonial, utilizada até fins da década de 1910 do século XX.

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Sabedoria na arte de conservar

Arquitetura eclética – movimento arquitetô-nico predominante desde meados do século XIX até o início do século XX. É uma mistura de estilos arquitetônicos do passado para a criação de uma nova linguagem arquitetôni-ca. Exibiam combinações de elementos da arquitetura clássica, medieval, renascentis-ta, barroca e neoclássica.

Alcova – nome originário do árabe, al-kob-ba, significando esconderijo. Também é o quarto da mulher por extensão, quarto de dormir, território individual ou de um grupo familiar marcado.

Taipa ou pau-à-pique – é uma construção na qual se amarram estruturas de ripas de ma-deira ou bambu com uma mistura de barro.

Taipa de pilão – é uma construção que con-siste em levantar paredes de barros, com-primida com golpes de pilão entre placas de madeira. É uma técnica de origem árabe, ainda muito utilizada em climas secos.

Barrote – é uma peça de madeira trapezoi-dal, colocada sobre o piso antes do enchi-mento com a argamassa e regularização.

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Casa ParoquialConstruída aproximadamente em 1927, para casa ofi cial dos párocos da Igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socor-ro. Seu estilo eclético destaca-se nos relevos delicada-mente trabalhados. Foi restaurado na década de 1970.Praça da Matriz, Centro.

Casarão Antonio Pereira PintoA construção data de 1900, em alvenaria de tijolos, em estilo neoclássico toscano. Serviu de residência para a família de Antonio Pereira Pinto e, mais tarde, foi o 1º Cartório Civil de Socorro. Voltou a ser residência e sofreu uma restauração em 2002.Rua Antonio Leopoldino, Centro.

Casarão José Batista Pereira de AraújoFoi construído para residência, em 1839, em estilo neo-clássico toscano. Atualmente foi locado para uma escola de ensino infantil.Rua Padre Antonio Sampaio, Centro.

Casarão José Paulino FrancoConstrução de 1882, em estilo colonial. É o único imóvel particular conservado em taipa e pau-à-pique. Teve seus beirais da fachada retirados, no início do século passado, além do encamisamento de tijolo das paredes.Rua José Maria de Azevedo e Souza, Centro.

Casarão Luiz PanontimEstilo eclético, com infl uência de art noveau. Foi construído em 1922, para servir de residência e pequena mercearia.Rua Alfredo de Oliveira Santos, Centro.

Casarão Prof º. Alcindo de Oliveira SantosO belo casarão rosa da Praça da Matriz surpreende a to-dos pela riqueza de detalhes e pela sua conservação. Da-tado de 1892, inicialmente em estilo neoclássico tosca-no, passou por mudanças aderindo ao estilo eclético. Foi residência do professor Alcindo de Oliveira Santos e hoje funciona como ateliê e loja do encantador artista Alcindo de Oliveira Santos Júnior.Praça da Matriz, Centro.

Casarão Sebastião AndreucciConstruído em 1910, em estilo neoclássico toscano, com a fi nalidade de residência para a família Andreucci.Rua Alfredo de Oliveira Santos, Centro.

Paço MunicipalFundado em 1936, recebeu o nome de Palácio das Águias, inspirado no Palácio do Catete, sede do Gover-no Federal da época, no Rio de Janeiro. Foi construído para abrigar a Prefeitura e a Câmara de Vereadores. Seu estilo é eclético.Rua Campos Sales, Centro.

Casarão Prof º. Alcindo de Oliveira Santos

Casarão Calafi ori

Arquitetura

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Casarão Severo Alonso GonçalvesConstrução em 1905, em estilo neoclássico. Rua Padre Antonio Sampaio, Centro.

Escola Estadual Cel. Olímpio Gonçalves dos ReisTeve duas etapas em sua construção, a primeira em es-tilo eclético, em 1905 e a segunda, em 1911, em estilo neoclássico.Rua Alfredo de Oliveira Santos, Centro.

Museu Municipal Dr. João Baptista Gomes FerrazDatado de 1881, foi o primeiro sobrado de Socorro, construído em pau à pique no andar superior e em taipa no inferior. Já abrigou a Prefeitura, Delegacia, Fórum e Câmara de Vereadores. Atualmente, funciona como mu-seu e mantém um acervo com cerca de 900 peças.Rua XV de Novembro, Centro.

Casarão CalafioriParedes de barrote em estilo neoclássico, com os dese-nhos feitos a tinta e leite. Foi construído em 1914 pelo Sr. José Ângelo Calafiori. Entre 1920 e 1940 funcionou, no andar térreo, o Cine Bijou e, mais tarde, o Cine Odeon. Em 1994, foi restaurado e suas pinturas conservadas.Rua Campos Salles, Centro

Museu Municipal Dr. João Baptista

Gomes Ferraz

Paço Municipal

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Cadeia Velha

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Arquitetura

Casarão Maria Curi

Sociedade Italo-Brasileira

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Casarão Benedita Alves MartinsEm estilo neoclássico, o casarão foi construído no ano de 1889, para residência da família. Ao longo dos anos, passou por vários proprietários. Em 1963, foi adquirido pela Profª Nits Apparecida Andreucci Ferreira de Carvalho e locado para comércio e escritórios.Rua José Maria de Azevedo e Souza, Centro

Casarão Maria CuriA casa, de 1936, tem estilo eclético, em alvenaria de tijolos. Serviu de residência e loja de roupas e tecidos, passando por vários proprietários ao longo dos anos. Em 1995, foi adquirido por Valter Artioli, que restaurou o ca-sarão para residência da família.Rua Campos Salles, Centro

Sociedade Italo-Brasileira SocorrenseA casa foi criada em 1920 e segue um estilo eclético. Foi sede da Maçonaria e, mais tarde, da Sociedade União dos Artistas, entidade do operariado. Em 1996, foi restaurada pela Sociedade Ítalo-Brasileira Socorrense. Rua Marechal Floriano Peixoto, Centro

Cadeia VelhaO prédio foi construído em 1906. Atualmente nele funciona a Delegacia da cidade. Ao redor do seu jardim, há palmeiras imperiais, plantadas por um grupo de escoteiros em 1920. Duas dessas palmeiras caíram em 1976, sendo as mudas replantadas por dois ex-escoteiros daquela turma, em 2000. João Evangelista Mantovani, último escoteiro remanescente da primeira turma, plantou mais duas palmeiras. Praça Nove de Julho, ao lado do Fórum, Centro

Palacete Brasilino Vaz de LimaCom estilo neoclássico, foi concluído no ano de 1894. Em 2000, foi restaurado pelos atuais proprietários, José Bene-dito Pietrafesa de Godoi e Laerte Pereira Nascimento. Esta construção serviu também às Instalações do Socorro Hotel.Rua Campos Salles, Centro

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Palacete Capitão Procópio IsidoroConstruída em alvenaria de tijolos, possui detalhes em art nouveau, sobrepondo molduras em estilo neoclássi-co. Foi construído para residência da família, em 1919, e é a mais importante construção em estilo eclético de Socorro. Em 2001, foi restaurado pelo proprietário José Benedito Pietrafesa de Godoi, para a construção de flats destinados ao turismo na parte superior, e estabeleci-mentos comerciais, na parte térrea.Rua Alfredo de Oliveira Santos, Centro

Palacete da CulturaDizem que o ex-governador Carvalho Pinto foi gerado nesse palacete que pertencia a sua família. Na gra-de estão as iniciais de seu tio ACP – 1906, o ano de construção do prédio. Em 1909, nele se hospedou o Presidente do Estado Albuquerque Lins, que visitou a ci-dade para inauguração do ramal da Mogiana. Foi impro-visada, às pressas, a construção do primeiro banheiro interno de Socorro. Nele restaurado, seu porão lembra estruturas européias.Rua Xv de Novembro, Centro

Palacete Hermelino de Souza AraújoConstruído em 1922 pelo Capitão Hermelino, em es-tilo neoclássico toscano, em alvenaria de tijolos. Sua família residia no andar superior, enquanto o andar tér-reo era destinado a depósito de mercadorias vindas da Zona Rural. Atualmente abriga a família Schirato, des-cendente da segunda esposa do Capitão Hermelino, a Sra. Eudóxia Gonçalves.Ao lado da Praça 9 de Julho, Fórum, Centro

Chalet Marechal FlorianoEm estilo art noveau, foi construído em 1925. Serviu de residência para várias famílias.Rua Marechal Floriano Peixoto, 401 – Centro.

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Cadeia Velha

Palacete Brasilino Vaz de Lima

Palacete da Cultura

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Centro Cultural e

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Turístico

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Centro Cultural eTurístico

Em meio aos remates fi nais do Festival Cultural de Socorro, fomos meigamente recebidos por Maria Silvia Baladi e por Marco Antonio Silva Pinto na Casa do Centro Cultural. Solícita, Maria Silvia, assessora de Cultura há nove anos, integrante do Coral Muni-cipal, atriz, dançarina e cantora, nos empolga com a importância de como a cultura é tratada na cidade de Socorro. Ela nos relata que o Centro Cultural e Turístico foi inaugurado em 28 de junho de 2004. De 1948 a década de 80, esse espaço abrigou o Mercado Muni-cipal, dando lugar então ao Ginásio Mu-nicipal, a Escola Normal e mais tarde o Colégio Comercial Socorrense.

Com a saída da Escola para outro prédio, o local fi cou por vários anos abandonado e, a professora Beth Pa-res, então Diretora de Educação e Cul-tura da cidade, mobilizou as autorida-des a reestruturarem o espaço, e ali, montaram ofi cinas das mais diversas áreas culturais.

A inauguração foi regada a mostras dos artistas plásticos socorrenses: Luci Orlandi, Sebastião Fornari Valen-te, Alcindo de Oliveira Santos Junior, Eliana Mazolini Perez, Mariles de Oli-veira Santos, Ellen Munaretti Salguei-ro e Liberal Hashimura.

Atualmente, o espaço abriga o Tea-tro, a Corporação Musical Santa Cecí-lia, Telecentro, Projeto Guri, Viola Cai-pira, Congada e a Divisão de Cultura.FO

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Artes

Ateliê feito com jeitoA sensibilidade, a variação das cores e a criatividade fazem parte dessa cidade, que pela sua beleza natural, torna-se fonte de inspiração aos grandes artistas

Alcindo de Oliveira Santos Júnior

Com a troca do telhado do casa-rão, datado de 1892, veio a matéria prima para a confecção das obras de Alcindo de Oliveira Santos Júnior. Com pena de jogar fora as telhas anti-gas, ele teve a idéia de fi xar imagens nas mesmas. Os familiares gosta-ram das peças e o artista viu que ali haveria uma boa e representativa forma de arte. Esse fato por si só, já transformaria Alcindo numa pessoa de destaque na cidade de Socorro, pois as peças feitas a partir da telha carregam um grande teor de religiosi-dade. Porém, Alcindo é o tipo de ser humano que poderíamos conversar uma madrugada inteira e mesmo as-sim não sairíamos satisfeitos. A sen-sação que ele nos transmite é “um

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Ateliê feito com jeito

Ulysses Farias, 49Pintor, poeta, escultor e professor de desenho, Ulisses nos rece-

beu em seu ateliê ao som de um reagge, com seu falar manso. An-sioso por natureza, explica que quando está pintando, o movimento com as mãos libera ácido lácteo, tornando-o mais tranqüilo.

Trabalha com fotografi a desfocada, que o ajuda na visualização para pintura e também com tintas bem diluídas dando o aspecto de transparência em suas obras. Seus maiores momentos de criativida-de são durante a madrugada, quando chega a dormir desagasalhado para acordar no meio da noite com frio. Desta maneira, o subcons-ciente ainda está afl orado e assim as imagens em sua mente são mais nítidas.

Salvador Dali pegava um molho de chaves nas mãos e dormia sentado com o cotovelo apoia-do. Quando adormecia, o molho caia e ele des-pertava, vinham os sonhos e daí ele criava.

Introspecção do Pintor – Ulisses Farias

Quantas pessoas vão lembrar de você por ter sido quem é?Quem saberá que você deu o melhor de siPara educar e tornar alguém igual a você?

Quem irá imaginar quantas viagensFez sentado olhando distante para uma janela?

O amor que você teve pelo próximoNunca seria retribuído em igual proporção.

Amou os atributos telúricos tanto quanto uma simples folha verdeNo início de primavera

Valeu a pena viver em um mundo, que por onde tivesse o olhar, tudo estaria sempre colorido.

Sonhei sem piedade de mim mesmo.

gostinho de quero mais”. Pessoa ilustre, de pais infl uentes, mas de uma simplicidade e de uma didática muito bem afi nadas. Designer Gráfi -co e de Equipamentos, esse artista nos deixou marcas na infância, pois foi o idealizador da logomarca do Lei-te Paulista que é a famosa Vaquinha. Não precisamos dizer que Socorro é sua grande fonte de inspiração. Ape-sar de trabalhar em um casarão de dois séculos atrás, seu ateliê trans-pira um ar de modernidade, tamanha quantidade de cores ali existentes. Na pintura, o descomprometimento é que lhe dá prazer, os traços saem de forma visceral e gestual. Pega o pa-pel desenha e, se acha interessante, segue em frente.

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Artes

Fundada pelo Maestro José Pedro da Silva, a Corporação Musical San-ta Cecília inicialmente tinha o nome de Banda Musical do Tiro de Guerra n. 604. De grandes feitos, a Corpo-ração teve vários momentos ilustres, um deles foi quando a Rádio Record levou ao ar uma seleção de músicas gravadas pela Banda. Outro momen-to foi a gravação do primeiro LP da Corporação com as músicas de au-toria do socorrense Pedro Ferragut-ti. E em 1959, o Maestro Zé Pedro recebeu uma homenagem na Rádio Nacional do Rio de Janeiro, no Pro-

Corporação Musical Santa Cecília

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A vida em arte

Grupo Teatral “A Turma Lá de Casa”

Coral Municipal de Socorro

Maestro José Pedro da Silva formou a Banda Musical do Tiro de Guerra n. 604, número do Tiro de Guerra fundado em Socorro em 1917.

Transcrição do “Álbum de Socorro” 1922 – 1923: “ Esta afinada corporação musical, que aos domingos proporciona esplêndida retreta à nossa população no Centro do Jardim Público, acha-se incorporada a Cia. de Guerra do Tiro 604. É seu regente, o conhecido musicista e Professor Maestro José Pedro da Silva, que a dirige com competência e dedicação (...) Como regente e presidente de honra, permaneceu a frente da corporação Santa Cecília desde sua fundação em primeiro de janeiro de 1945 até seu falecimento aos 99 anos (...) Feliz por natureza e por vocação, o senhor de voz macia e suave, sempre visto nas ruas ora cantarolando, ora assobiando trechos musicais de sua predileção, não se furtava nunca a um bate-papo gostoso. Foi responsável direto pela formação de muitas gerações de músicos socorrenses dentre os quais, todos os seus descendentes se incluem, e que foram muitos (...)”

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Maestros da Corporação Musical Santa CecíliaMaestro Zé Pedro | Nico SartoriLuiz Gonzaga Franco | Orlando Pagan | Ivair Pelatieri | Antonio Aparecido de Souza (Porva)

grama “Lira de Xopotó”. Outro fato importante foi a criação da Escola de Música de Socorro.

Hoje a banda é composta por 32 músicos e ocupa uma sala no Centro Cultural, onde são ministradas aulas que preparam músicos interessados em integrar a Banda.

Foi fundado em 1939 por José Franco e Imir Baladi. Muitos jovens aderiram ao Grupo e a renda arrecadada tinha finalidade beneficente.

A primeira peça, “Onde estás felicidade?”, de autoria de Luís Iglesias, foi apresentada no Cine Teatro Éden. Com sucesso abso-luto tanto na estréia quanto na reprise, o Grupo reapresentou-se em outras cidades.

Transcorridos os anos, outras peças foram encenadas, como “Su-plício Pacato”, “Os Transviados”, “Terra Bendita”, “Saudades” e “Deus lhe Pague”. Entre as décadas de 40 e 50, “A Turma Lá de Casa” es-creveu e dirigiu duas revistas musicais: “O Mundo num Sonho” e “São Paulo Quatrocentão”.

Por volta de 1960, o Grupo sofreu um recesso involuntário, pois grande parte dos seus artistas já não morava mais em Socorro, busca-vam seus diplomas universitários.

“A Turma Lá de Casa” só retornou ao palco vinte anos depois, com a iniciativa de alguns jovens que optaram por seguir as tradições da Companhia e, até hoje, abrilhanta o cenário cultural da cidade.

Teve início na década de 1970. Participa de eventos cívicos e culturais da cidade e de cidades vizinhas do Mapa Cultural Paulista. Atualmente, ocupa uma sala no Centro Cultural e Turístico.

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Artes

A Companhia de Dança Corpo e Movimento trabalha com crianças, a partir de 3 anos de idade, jovens e adultos. Os alunos recebem aulas de balé clássico, jazz, sapateado americano, expressão corporal e teatro. Apresentações: A Bailarina – 2004 | As Quatro Estações – 2005 | Barbie e o Lago dos Cis-nes – 2006 | A Pequena Sereia – 2007 | Shrek - 2008 | O Rei Leão - 2009

Nasceu em 2004, ministrado pelo Maestro Rui Torneze, da Orquestra Paulistana de Viola Caipira. Hoje divulga a música caipira em festas populares e festivais como Reve-lando São Paulo. Esse Grupo res-gata e mostra ao público a beleza de nossa velha “música caipira” e também remete-se às suas verda-deiras origens, pois esta música nasceu do trabalhador rural brasi-leiro. Em seu repertório temos: To-adas, Cururus, Cateretês, Pagodes de Viola, Guarânias (músicas reli-giosas), etc. Além das apresenta-ções, o grupo desenvolve o Projeto Viola na Escola, destinado a crian-ças de baixa renda do município.

Grupo Morena da Fronteira de Viola Caipira

A música caipira é pioneira em nosso país. A Viola foi o primeiro instrumento musical europeu tra-zido ao país pelos portugueses. A música era utilizada pelos jesuítas para a catequização dos índios, que inclusive deram nomes a rit-mos como Cururu e Cateretê.

CIA de Dança e Teatro Roger Crivelini

Companhia de Dança Corpo e Movimento

Foi criada em 1996 com a vontade de resgatar a fábula, mexendo com o imaginário de crianças e adultos, sempre na linha dos musicais que abrangem a música, a dança e o teatro. Hoje, além das fábulas, a CIA apresenta espetáculos mais variados. Alguns exemplos de musicais já apresentados: O Mágico de Oz – 1996Os Saltimbancos – 2002Romeu & Julieta – 2007Revista de Humor – 2008, entre muitos.

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O que mais espantou seu Ichida foi o fato de os brasileiros comerem milho, pois, no Japão, o grão serve apenas para comida de galinhas.

Kunihiko Ichida, 69 anosEm pleno Corredor Turístico do Rio do Peixe, encontra-se uma

galeria de arte. Mas no lugar de um artista plástico, nos depara-mos com um imigrante japonês que aqui se estabeleceu fugido dos reflexos da Segunda Guerra Mundial. Estou falando do seu Ichida, um senhor de 69 anos que morava no estado de Hiroshi-ma quando a bomba nuclear atingiu a cidade de Hiroshima. Para fugir do caos que se estabeleceu ao seu redor, foi para Tókio, onde viu uma propaganda do Brasil. E ali constatou a abundân-cia de terras a serem cultivadas. Lavrador por natureza, encon-trou seu paraíso. Após se aposentar como agricultor, passou a colecionar obras de arte, principalmente quadros, que hoje estão expostos para todos os amantes da arte

A arte de apreciar a arte

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Jacá chinês

Artesanato

Algumas tiras de bambu e muita habilidade com as mãos transformam-se, em menos de uma hora, num jacá chinês. Conversamos com Vicente Franco, que nos ensinou sobre essa arte. O artesanato é feito com trançados de bambu em forma de balaios e cestos. É muito utiliza-do na agricultura para armazenar milho e café durante a colheita, como alternativa ao plástico, que não é bom para os grãos. Também é usado como ninho de galinha para impedir o ataque de predadores. Mas a criatividade permite que o jacá chinês esteja em qualquer ambiente da sua casa, inclusive como peça de decoração.

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Nhanduti

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Pessoas como dona Gladys Vita e dona Geni nos impressionam pela importância que dão ao resgate de técnicas artesanais que quase entraram em extinção. Graças a elas e outras mulheres so-correnses, a arte do Nhanduti, está renascendo.

Chamado de Nhanduti ou Tenerife, essa arte tem origem nos países de colonização espanhola, que chegou ao Brasil por infl uência do Paraguai, instalando-se primeiramente nos estados do Sudoeste. É uma trama montada sobre um bastidor, tecida em módulos que, unidos uns aos outros, formam a peça de renda, assemelhando-se a uma teia de aranha, que em tupi guarani chama-se ñanduti.

Jacá chinês

• Em meados do século XVII, o patchwork chegou as Américas, mais especifi ca-mente aos Estados Unidos e Canadá. • As técnicas eram transmitidas pelas mães e avós para suas descendentes.• O estouro da Bolsa de Valores dos Estados Unidos causou a Grande De-pressão, fazendo com que as artesãs precisassem aproveitar todo e qualquer tecido disponível.

Em Socorro encontramos os mais variados tipos de artesanato. Borda-deiras, costureiras, tricoteiras e crocheteiras estão espalhadas por toda a cidade, realizando seus trabalhos. Tantas riquezas manuais deveriam ter um lugar para que as pessoas pudessem apreciar. Então, numa ação junto à comunidade, nasceu uma cooperativa que reune esses artesãos. Além dos tradicionais tricô, crochê e pintura em tecido, uma tradição ame-ricana invade as prateleiras da loja implantada. É o patchwork, artesanato que consiste em costurar retalhos de variados tecidos formando colchas, fronhas, sacolas, bolsas e tudo o que a imaginação permitir. Vale muito a pena conhecer esses trabalhos.

Trança, borda, costura, prega, vira e desvira e com esses movimentos surgem os mais variados tipos de trabalhos, que dão a nossa casa um ar mais acolhedor União

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Existe também a versão da Congada como uma celebração à Abolição da Escravatura. É uma luta entre os se-nhores de engenho, representados pela cor vermelha, e os escravos, representados pelo azul. A rainha re-presenta a princesa Isabel.

Inicialmente, um grupo de idosos com roupas coloridas e muito brilho. A música é puxada na viola por um deles num tom amistoso e singelo, anunciando que a congada já chegou. Os olhos caídos dos participantes de repente transbordam de orgulho e paixão. Começa então uma batucada sem igual. Uma mistura de bateria de escola de samba com maracatu. Um ritmo forte que convida a todos para uma demonstração do que é acredi-tar nas próprias raízes. É difícil des-crever com palavras a sensação que é ver aqueles senhores e senhoras tocando e cantando com a vivacidade

de um adolescente. Pulam e suam, sempre no ritmo. E o batuque nos dá uma lição de vida inesquecível. Essa é a Congada de Socorro.

Originária do Congo (África), a Congada era uma celebração de cortejo aos reis deste país, em agradecimento do povo aos seus governantes. A Congada chegou ao Brasil através dos escravos e aqui se adaptou aos cultos católicos. Essa dança mantém uma separação em duas partes distintas: o cortejo real, onde se cantam as cantigas, e a embaixada, a parte dramática com personagens e enredo. Essa última

conta a história que está sendo dra-matizada, ou seja, uma luta simbólica entre um princípio sobrenatural bené-fi co e outro maléfi co.

Em Socorro, a Congada existe des-de a fundação da cidade, denominada Congada de São Benedito (padroeiro dos negros) e Divino Espírito Santo.

Inicialmente, um grupo de idosos com roupas coloridas e muito brilho. A música é puxada na viola por um

de um adolescente. Pulam e suam, sempre no ritmo. E o batuque nos dá uma lição de vida inesquecível. Essa

conta a história que está sendo dra-matizada, ou seja, uma luta simbólica entre um princípio sobrenatural bené-

Congada

Rainha da Congada carrega o estandarte com muita honra e graciosidade

Folclore

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Dança de São Gonçalo

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A Dança de São Gonçalo é uma manifestação cultural de origem por-tuguesa, porém, alguns historiadores divergem e afirmam que seja oriunda da África. A Dança recebe este nome porque é uma homenagem feita a São Gonçalo. O santo tinha como objetivo transformar as prostitutas em mulhe-res distintas, por meio da arte. Para isso, Gonçalo criou uma dança com doze jornadas, que demorava o sába-do inteiro. As mulheres dançavam com gosto e ficavam exaustas e assim não tinham forças para nenhuma “ativida-de” no dia seguinte. Muitas mulheres se casaram, mesmo não virgens, por intermédio de São Gonçalo, conside-rado como santo casamenteiro.

A dança é realizada em homena-gem ao santo do mesmo nome, pois é o protetor dos dançarinos porque tinha os pés defeituosos. Na dança religiosa, fazem a reza e depois pas-sam a noite cantando e dançando. Essa manifestação folclórica ocorre com maior freqüência na zona rural. Ocorre o ano todo com grande desta-que no mês de junho.

É uma dança folclórica marcada pelas batidas com os pés. Dois violeiros fa-zem o canto enquanto, no máximo 10 pessoas com duas alas, dançam sapa-teando e acompanhando com as mãos. No princípio, eram só os homens que dançavam, mas posteriormente as mulheres também entraram na dança. Hoje ainda é uma tradição cultivada pela população da área rural.

Outros tipos de congada: a vida de São Benedito, o encontro de Nos-sa Senhora do Rosário submergida nas águas e a representação da luta de Carlos Magno contra as invasões mouras.

O povo quer saber donde vem essa congadaO povo quer saber donde vem essa congadaEla veio de Socorro desta terra abençoadaEla veio de Socorro desta terra abençoada

Senhora do Socorro é nossa padroeiraSenhora do Socorro é nossa padroeiraLivrai-nos do perigo nas horas derradeirasLivrai-nos do perigo nas horas derradeiras

Olhei lá pro céu vi a estrela da guiaOlhei lá pro céu vi a estrela da guiaEu vi Nosso Senhor e a Virgem MariaEu vi Nosso Senhor e a Virgem Maria

Rainha da Congada carrega o estandarte com muita honra e graciosidade

Azul: o bem

Vermelho: o mal

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A economia do município de Socorro estrutura-se em três atividades principais: a agropecuária, o turismo e as tradicionais malharias retilíneas. Socorro faz parte da região do Circuito das Malhas – que, além desta, compreende as cidades de Monte Sião e Jacutinga, no sul de Minas, e a paulista Serra Negra. A região é caracterizada pela presença marcante do trabalho em domicílio, um tipo de relação trabalhista que assegura a manutenção de empregos de um setor econômico baseado na fabricação de tricôs.

Primeira máquina de tricô em SocorroEm 1968, o Sr. Jorge Fruchi e seu sócio, Sr. Mina da

Col, que dirigiam a loja “O Município”, receberam uma proposta para revender um modelo de máquina de costura japonesa chamada Brother 587, importada pela Elgin Máquinas S/A. Três meses mais tarde, chegam à loja as máquinas de tricô. A primeira máquina foi vendida a Sra. Gladys Vita Araújo, que já possuia uma Lanofix e fizera um curso na própria empresa, na cidade de São Paulo, e em seguida a ensinar outras pessoas interessadas em aprender a dominar o equipamento em Socorro.

A decisão pela compra da máquina surgiu por um fato curioso: “Minha vontade nasceu porque meu pai, Felício Vita Júnior, era um homem muito gordo, e demorava muito para fazer roupas para ele.”, explica Dona Gladys. Outro motivo foi a família numerosa da artesã. São filhos, e sempre fez tricô a mão. Não abandonou o artesanato, mas para produzir mais rápido, também aderiu às máquinas. Dona Gladys explica que a evolução das máquinas se deu muito rápido. Em sua primeira máquina, as agulhas eram verticais. Suas primeiras alunas foram Hermínia Zucatto e Irene Villibor, que posteriormente também se tornaram professoras na cidade.

Engajamento da populaçãoMoradores de Socorro e das redondezas vinham até a

loja para aprender a trabalhar nas máquinas Lanofix, Elgin e Mitsubish. O cliente que comprasse a máquina poderia ter aulas de capacitação gratuitamente na própria loja. A artesã conta que, ao ir comprar a máquina, os clientes levavam a lã que utilizariam para aprender a confeccionar as peças e, depois de prontas, as vendiam, com o objetivo

Tradição secular

Três gerações:Dona Gladys e suas descendentes

Retilínea

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de pagar o equipamento com o dinheiro das peças recém produzidas. Atualmente, D. Gladys possui cinco máquinas de tricô, entre elas ainda guarda com carinho a sua primeira. As malhas que produzia eram vendidas também para grandes cidades.

A senhora Irene de Albuquerque trabalhava, desde 1967, com a comercialização de peças em renda para decoração, conhecidas como “nhanduti”. Para a sua produção, a Sra. Irene distribuía as linhas às artesãs, que trabalhavam em casa, e então coletava as mini-toalhas prontas, que eram pagas por dúzia produzida. Com as vendas das primeiras máquinas de tricô no município e a capacitação das costureiras, a Sra. Irene inseriu a comercialização de tricôs em seus negócios, adotando a mesma relação de produção utilizada com os “nhadutis”. Em seguida, ainda no mesmo ano, fundou a primeira indústria de confecções de Socorro, chamada “Confecções Malú”.

As máquinas de tricô surgiram como uma oportunidade de geração de renda, principalmente para as mulheres, que não possuíam ocupação durante a maior parte do dia. “Antigamente, os moços tinham vergonha de aprender o tricô, preferiam fazer aulas particulares. Os homens aprendiam mais rápido que as mulheres. Dei aula para muitos donos de malharia de hoje”, conta D. Gladys. O comércio de malhas em Socorro começou em 1980. A atividade foi iniciada com foco na fabricação de enxovais de bebê, diversifi cando sua produção posteriormente. Os fi os eram trazidos de lojas de São Paulo e distribuídos para as tricoteiras socorrenses, que recebiam por produção.

Com a evolução do comércio de malhas, muitos agricultores deixaram de produzir alimentos para confeccionar malhas. As mantas produzidas na cidade eram despachadas em caminhões, que seguiam para a cidade de São Paulo e para o sul do Brasil. Havia grande produção de artesanato de lã e linha.

Segundo levantamento realizado nos escritórios de contabilidade da cidade, até o ano de 2005, Socorro contava com 88 malharias retilíneas formais, responsáveis pela geração de 733 postos de trabalho formais. Atualmente, uma das maiores empresas socorrenses do setor é a “Confecções Fofi nho”, do Sr. Nadir do Carmo Leme, que iniciou suas atividades em 1975 e hoje emprega mais de 200 funcionários.

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Elizandra Bueno de Godoy - Consultora do Empreender - ACE/Socorro

Construindo a

cidade

Olaria

Cooperativa dos Produtores Oleiros de Socorro

Importante pilar da economia de Socorro. Cerca de 55 olarias da cida-de, reunidas numa cooperativa, produ-zem 300 mil tijolos por dia e a maior parte delas está concentrada no Bair-ro do Oratório e Sertãozinho.

Socorro possui aproximadamente 70 olarias e quase todas encontram-se entre os Bairros do Oratório e Sertão-zinho, onde se tornaram a base econô-mica dos moradores locais. Podemos dizer que aproximadamente 3 mil pes-soas são dependentes, direta ou indi-retamente da produção dos tijolos.

A história da moldagem e queima da argila para a fabricação de tijolos e outros tipos de cerâmica já existe há milhares de anos e são utilizados para as mais diversas fi nalidades. Em

Socorro, a fabricação de tijolos data de mais de cem anos e a técnica foi passada de geração para geração e que, com o passar dos anos, vai se modernizando e ampliando seus ne-gócios, com a ajuda de maquinários que facilitam o trabalho. A argila, hoje é extraída de uma área regularmen-te formal. É transportada por cami-nhões, conforme as leis ambientais, que chegam às olarias para serem misturados à terra vermelha, que aju-da na liga, na resistência e fi rmeza do

produto fi nal. Essa mistura passa por um processo de modelagem e é colo-cada em gambetas para o processo de secagem, no qual é queimada em fornos específi cos por cerca de 80 horas, numa temperatura aproximada de mil graus.

Hoje, a cooperativa produz mais de 10 tipos de tijolos, seguindo os padrões de mercado. Temos: tijolo maquinado em dois tamanhos, tijolo comum manual, tijolo padrão à vista com tonalidades branca e vermelha, tijolo à vista meia lua, tijolo à vista tramela, tijolo colonial, lajota, tijolo baiano entre outros.

Além da construção de prédios e casas, os tijolos também são bastante utilizados na decoração de fachadas, borda de janelas, lareiras, churrasquei-ras e onde mais a criatividade chegar.

Secagem dos tijolos recém produzidos

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“Se você não sabe para onde vai,

não chega a lugar nenhum”

www.cidadeecultura.com.br

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Meio AmbienteB

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Nosso LarPense verde. Imagine todas as tonalidades dessa cor e é assim

que você verá a cidade de Socorro. Por todo lado que se olha, o verde é presença marcante.

Localizada junto à Serra da Mantiqueira, Socorro possui um relevo montanhoso, com grande potencial hidrográfi co. O clima é quente (ameno-seco) com temperaturas variando no verão, de 25 a 34 graus, e no inverno de 01 a 25 graus. Possui uma altitude de 745 metros e tem uma área de 448m².

A cidade está em Área de Preservação Permanente (APP).

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Meio Ambiente

A cidade de Socorro é cortada pelo Rio do Peixe, cuja nas-cente fi ca no município de Senador Amaral (estado de Minas Gerais), atravessando os municípios paulistas de Socorro, Lin-dóia e Itapira. É o principal afl uente do Rio Mogi-Guaçu, onde deságua. Sua extensão total chega a 130 km. Encontramos espécies como pacu, pirapitinga, acará, mandí, cascudo, entre

outros. No trecho socorrense, encontramos diversas cachoei-ras, como a do Monjolinho, Saltinho, Cachoeira dos Sonhos, Cachoeira Rio do Peixe, Cachoeira Véu da Noiva, Cachoeira Rancho Alegre, Cachoeira Santos Dumont, Watch Machine e Cachoeira Pinhal. Pequenas quedas d’água estão em todo o percurso devido à sua topografi a acidentada. O grande desa-fi o atual para o Rio é a conservação e o refl orestamento da mata ciliar, um importante tópico, pois a saúde do Rio e sua fauna dependem diretamente desse trabalho.

Rio do Peixe

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Mata Ciliar É a vegetação que recobre os cursos d’água como

margens dos rios, córregos, lagos e nascentes, a qual é considerada Área de Preservação Permanente (APP). Controla a erosão do solo, mantém a qualidade e a quan-tidade de água, barra produtos químicos, diminui os efei-tos das enxurradas e ajuda na conservação das diversas espécies de animais e vegetais, terrestres e aquáticos.

Enchente (1970)(...) trágica manhã do dia 22 de fevereiro de 1970(...). A enchente foi denunciada por alguns rapazes que haviam saído de um baile do Clube XV de Agosto e tiveram suas atenções voltadas para o Rio do Peixe que começava a esparramar suas águas pelas ruas adjacentes ao seu curso. Às dez horas da manhã, isto é, quatro ou cinco horas depois, o centro da cidade estava praticamente submerso, o semáforo do cruzamento das ruas Joaquim Ângelo Calafi ori com a rua 13 de maio, havia desaparecido sob as águas, o que demonstra claramente a que altura estava havia chegado a correnteza.(...) Tinha-se a impressão de um novo dilúvio. Não havia água potável. A rede de abastecimento fora danifi cada seriamente; não havia luz, nem telefone, tudo destruído. (...) Um dia e uma noite de sobressalto, de medo de angústia. A colônia espanhola, que praticamente vivia da lavoura de batatas, acorreu prontamente em auxílio da população fl agelada, com seus serviços de irrigação, “lavando” as casas e as ruas atoladas na lama. Para aqueles que viveram a tragédia, ela não será jamais esquecida.” Estância Turística de Socorro Álbum do Sesquicentenário 1829 - 1979.

A cidade de Socorro já havia passado por outras três enchentes: a primeira em 1894, e mais tarde em 1928 e 1940.

Fonte: Associação Ambientalista Copaíba.

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Meio Ambiente

Ipê Árvore da família das bignoniáceas, a mesma que a da peroba-do-campo e outras madeiras de lei. Pertence ao gênero Tabebuia, palavra tupi que signifi ca “o que bóia, o que fl utua”. Cresce devagar e começa a fl orir antes dos cinco anos, ainda com pouca altura. A madeira, dura, pe-sada e resistente, é usada em obras de marcenaria. Árvo-re símbolo da cidade de Socorro

FloraA Serra da Mantiqueira possui aproximadamente 500 km

de extensão, ao longo dos estados de São Paulo, Minas Ge-rais e Rio de Janeiro. Nela estão sete dos maiores picos do Brasil. Seu nome tem origem na palavra tupi-guarani “Aman-tiquira” que signifi ca “Montanha que Chora”, devido à gran-de quantidade de nascentes, cachoeiras e riachos vistos em suas encostas. Suas fl orestas densas e com grande biodiver-

sidade, formam uma das regiões em que a Mata Atlântica se encontra mais preservada. Por muito tempo sua topografi a acidentada e suas grandes altitudes funcionaram como prote-ção natural e hoje a conscientização da população local e as diversas Áreas de Proteção Ambiental que foram criadas nos últimos anos vem conservando este patrimônio natural. E So-corro está no meio dessa grandiosidade toda. Encontramos as espécies nativas como o Manacá, Ipê, Pereira da Serra, Peroba Rosa, entre outras como a curiosa Fruta-do-Lobo.

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Manacá Suas flores de duas cores são decorrentes do amadurecimento diferencial das partes mascu-lina e feminina, sendo as brancas, femininas e as lilases, masculinas que liberam o pólen. Um verdadeiro espetáculo da natureza e amplamente utilizada em paisagismo e na arborização urbana, devido ao seu pequeno porte e baixa interferên-cia em fios e calçadas.

Lobeira Arbusto de três metros de altura com ramos espi-nhudos e fl ores azul-arroxeadas. Seu fruto, fruta-do-lobo, é um dos principais alimentos do Lobo Guará, portanto também o maior semeador da planta. Seu habitat natural é o cerrado, mas há incidência do mesmo nas terras de Socorro.

As murtas, que hoje ocupam grande espaço nos jar-dins públicos, serão trocadas porque são hospedei-ras de uma praga que afeta a plantação de citrus, e a região tem muitas árvores de tangerinas.

180.000 VidasPercebemos que o meio ambiente é uma preo-

cupação constante. Várias ações estão sendo fei-tas simultaneamente para que a população cons-cientize-se de que preservar é existir. Com a ativi-dade do turismo de aventura, parte da população, que trabalha nas operadoras, transforma-se em multiplicadores dessa consciência, porque estão vendo como o Ecoturismo pode ser uma ferramen-ta pedagógica para a educação ambiental. Muitas operadoras estão levando as escolas da cidade para fazer atividades com enfoque educativo.

Há também projetos de arborização das ruas de Socorro e juntamente com isto, planeja-se plantar 180 mil árvores em toda a área da cidade - rural e urbana. Projeto ambicioso e ao mesmo tempo difícil. Com a participação da sociedade, campanhas em escolas particulares, municipais e estaduais, hotelaria, operadoras de turismo (de aventura e rural) e eventos destinados a ecologia, o projeto alcançará seu objetivo.

Outro ponto interessante dessas ações é a forma-ção dos canteiros de plantas medicinais, que serão feitos em praças públicas para o acesso da popula-ção. A conservação dos bosques de Pereiras, espé-cie nativa do Bairro dos Cubas, e a multiplicação das mesmas para plantá-las por toda a cidade, também é um projeto de grande importância.

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Por vezes chamado de carancho e cara-cará, é um falconídeo. É tido como ave tipicamente brasileira, a águia-brasilei-ra. No entanto, possui uma distribuição geográfi ca ampla, que vai da Argentina ao sul dos Estados Unidos, ocupando toda uma variedade de ecossistemas, fora a cordilheira dos Andes. Ataca crias de mamíferos (como fi lhotes recém-nascidos de ovelhas) e acom-panha os urubus em busca de carniça. Passa muito tempo no chão, ajudado pelas suas longas patas adaptadas à marcha, mas é também um excelente voador e planador. Um casal de carca-rás pode ser visto próximo aos huma-nos, por exemplo, numa área de ativi-dade agrícola, mais especifi camente, chegando a alguns metros distante de um trator que esteja arando terra, à es-pera de uma oportunidade de encontrar pequenos insetos e outros eventuais animais que inevitavelmente se tornam visíveis a essas aves predadoras.

Associação Ambientalista COPAÍBA – é uma ONG, sediada em Socorro com o objetivo principal de realizar a preservação e restauração da Mata Atlântica das Bacias do Rio do Peixe e Camanducaia. Para isso, dão total atenção às matas ciliares, à sensibilização ambiental e produção de mudas de árvores nativas. A As-sociação criou, em fevereiro de 2006, o Projeto “Rio do Peixe Vivo: área demonstrativa de restauração da mata ciliar”, fi nanciado pelo Fehidro (Fundo Estadual de Recursos Hídricos).

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Lobo GuaráMaior mamífero canídeo nativo da América do Sul, o lobo guará pode ser encontrado no Brasil, Paraguai, Peru e Bo-lívia. No Brasil, é encontrado no Cerrado, Pantanal, Cam-pos do sul, parte da Caatinga e Mata Atlântica.

Sabiá LaranjeiraAve símbolo de Socorro. Seu canto assemelha-se ao som de uma flauta e pode ser ouvido em toda zona rural da cidade.

Calango lagarto de pequeno porte que habita geralmente no solo, na terra ou em pedreiras, alimentando-se de al-guns artrópodes.

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É o termo usado por zoólogos e paleontólogos para se re-ferir a uma coleção de animais tipicamente encontrados em um período específico ou lugar específico. Nas trilhas ou simples caminhadas, podemos observar várias espé-cies de animais. Um espetáculo memorável. Ariscos ou dóceis, são parte do cotidiano dos socorrenses. A luta constante para a preservação do equilíbrio das espécies nativas muitas vezes parece perdida. Um exemplo disso é a quase extinção da jaguatirica, que é o predador na-tural da capivara. A ausência do felino deixa a capivara livre, tendo seu rebanho aumentado consideravelmente. Outro exemplo é o lobo-guará, que de mansinho está ocupando as terras socorrenses. Mas muitas atitudes estão sendo feitas, a sustentabilidade é um fator decisi-vo para esses lindos espécimes. No topo das árvores é muito comum ouvirmos e vermos aves como: garça, sa-biá, coleirinha, lavadeira mascarada, quero-quero, sabiá do rabo empinado, pica pau da cabeça amarela, tucano, maritaca, carcará (controlador de ratos silvestres), sa-biá laranjeira e corujas. Entre as pedras e beira de rio encontramos variados répteis, são eles: cascavel, coral verdadeira e falsa, lagartos e muitos calangos. Os ma-míferos, uns em grande quantidade outros nem tanto: capivara, porco espinho, cachorro do mato, veado, lobo guará, gambá, tatu, capivara, raríssimas jaguatiricas e macaco bugio. Os aracnídeos são ricamente represen-tados pelas aranhas-armadeiras e caranguejeiras e pe-los escorpiões. E no caso dos anfíbios, temos o famoso sapo cururu, que é obvio que mora na beira do rio.

CuriosidadeO nome vem da Romana Fauna, deusa da terra da fertili-dade. Fauna é também o nome dado aos livros que catalo-gam animais. O termo foi usado pela primeira vez por Lineu como título de sua obra de 1746: “Fauna Suecica”.

Jaguatirica ou gato-do-mato Habita a Mata Atlântica e outras matas brasileiras, além de toda América Latina e sul dos Estados Unidos. Possui hábitos noturnos e durante o dia dorme nos galhos das árvores ou escondido entre a vegetação.

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São tantas trilhas, montanhas, cavernas, cachoeiras, correntezas e caminhos a explorar que, com certeza, monotonia e tédio são palavras que não se ouve por aqui

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Para quem é viciado em adrenalina, gosta de emo-ções fortes e adora sair do lugar comum, Socorro é o local ideal para extravasar tudo isso.

A cidade é agraciada por uma topografi a perfeita para a prática de esportes radicais e o turismo de aventura. São poucos os lugares que conseguem reunir tantas modalidades dessas atividades. E o mais interessante de tudo, é que existe a possibilidade de se praticar sen-do apenas um iniciante, por estar usando as normas técnicas pela ABNT para o Turismo de Aventura.

A visão de empresários fez de Socorro um dos gran-des destinos para quem quer se aventurar. A capacida-de natural foi constatada após vários estudos e obser-vação do local. Nada aqui foi feito à revelia. Os recur-sos naturais são respeitados, assim como a “persona-lidade” do lugar. Não podemos esquecer que estamos falando de natureza, e esta nos impõe respeito.

Outro fator de relevante importância é o aumento de

Aventura

Haka Race

postos de trabalho, compostos também de mão de obra local. A maioria dos trabalhadores, monitores ou não, são capacitados em alguma área ligada ao turismo.

Com uma superestrutura, as operadoras são extre-mamente capazes de dar todo o auxílio e segurança aos frequentadores do lugar. Temos várias empresas que se dedicam a proporcionar aos aventureiros as melhores condições possíveis. Respeitam as regras impostas pe-las associações competentes que regem as normas de

• Socorro já recebeu algumas vezes uma das etapas do Haka Race, que é uma competição que envolve várias modalidades como Rafting, Caminhada de lon-ga duração, Ciclo Turismo, Tirolesa e outras.

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Águasegurança (ABNT – Associação Bra-sileira de Normas Técnicas e ABETA – Associação Brasileira das Empre-sas de Ecoturismo de Aventura) para poderem trabalhar com idoneidade, pois Socorro está no “Projeto Aventu-ra Segura” do Ministério do Turismo, fazendo parte de uns dos 17 polos pioneiros do Brasil. É importante res-saltar isso, pois a preocupação com seus clientes está em toda parte.

Para que a família toda possa desfrutar de várias horas ou até mesmo dias, muitas das operado-ras oferecem infra-estrutura para isso, com restaurantes de comida muito boa, chalés aconchegantes e até mesmo camping.

O que encOntramOs:

acqua-ride e Bóia-cross Descida em corredeiras utilizando

bóias infláveis. Proporciona um conta-to intenso com o rio e seus obstácu-los. O bote inflável deixa o praticante quase que vulnerável à correnteza, o que requer atenção e preparo físico. Em Socorro, ganhou o toque especial do Rio Cachoeirinha (afluente do Rio do Peixe), que propicia à atividade uma velocidade mais alta, além dos obstá-culos mais elaborados, numa média de 1 km a 5 km de extensão.

canoagem O canoagem é um bote inflável du-

plo muito ágil para a descida em rios com diferentes graus de dificuldade. Descer corredeiras e rios em cima de um bote pode parecer um passeio tranquilo. Mas não se engane. O Rio do Peixe é o rio de maior grau técnico do estado de São Paulo. A adrenali-na vai acima da normalidade e você desfruta de paisagens inesquecíveis. O percurso tem 1,3 km de extensão com diferentes graus de dificuldade, quando feito no Rio Cachoeirinha.

rafting Percurso de 3 a 6 km. O Rio do Peixe

proporciona muita emoção e adrenalina mesclada com a busca do equilíbrio e da harmonia do praticante com o rio.

Quando o elemento água está em equilíbrio, há conforto em nós mesmos e em nossa vida. Somos fluídos, movendo-nos com facilidade em torno e atra-vés dos eventos e relaciona-mentos da vida. Água equilibra-da é aceitação das situações. É alegre e contente.

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O que encOntramOs:

canionismo Descida de cursos d’água transpondo obstáculos

aquáticos ou verticais com a utilização de quedas d’água. Explore a natureza passando por pedras e quedas d`água, descendo gargantas e canyons em rios através de cordas e equipamentos apropriados por até 10 km.

espeleoturismoObservação e apreciação de ambientes subterrâne-

os. Uma linda paisagem de Mata Atlântica, endossada com o canto dos pássaros e um riacho de águas claras passando ao lado de uma sobreposição de grandes ro-chas. Mas não vamos pela mata ou pelo riacho, vamos por entre as pedras. Esse é o espeleoturismo e o obje-tivo aqui é explorar o interior de uma caverna, passando por labirintos, fendas e a claustrofobia que as rochas estreitas nos causam. Mas tanto aperto e escuridão são recompensados com a beleza das visões do inte-rior, que jamais poderiam ser vistas da superfície. O trajeto tem em média de 150m a 2 km de extensão, passando entre pedras, fendas, formações graníticas e pequenas quedas d’água.

ciclo turismoSeja qual for o seu nível de experiência, você encontra

em Socorro os melhores roteiros para ciclo turismo, pas-sando por riachos, cachoeiras e paisagens exuberantes com até 50 km de extensão.

turismo Fora-de-estrada Percursos em vias convencionais e não convencionais,

com trechos de difícil acesso, em veículos apropriados.

Quase todas as qualidades elementares da terra podem ser compreendidas intuitivamente: pesada, sólida, ligada, segura. A terra tem gravidade. Ela pode ser rica e fértil quando em harmonia com os outros elementos – quando há suficiente calor, umi-dade e ar de boa qualidade.

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Passeie num 4x4 por entre os vales e as montanhas da Serra da Mantiqueira. O visual dos grandes picos proporciona ao praticante a real enormidade dos vales da cidade, além de cruzar pelos caminhos com uma variedade de animais.

Caminhada de longa duração Percursos a pé em itinerário pré-defi nido. Com varia-

dos graus de difi culdades, passando por grutas, cacho-eiras e trilhas no meio da Mata Atlântica. O praticante tem a oportunidade de entrar nos mistérios da nature-za, observando a fauna e a fl ora locais.

Cachoeirismo Descida em quedas d’água utilizando técnicas verti-

cais, seguindo ou não o curso da água. Aqui você en-contra cachoeiras entre 5 e 25 metros de altura. Olhar para baixo talvez seja a coisa mais difícil inicialmente, mas a tentação supera a razão e após uma “olhadela”, mínima que seja, o sentimento de coragem suplanta todos os seus medos.

RapelTécnica vertical de descida em corda, com até 98 me-

tros de altura. Se no cachoeirismo, de até 25 metros de altura, a parte mais difícil é olhar para baixo, com 98 metros, essa função torna-se mais complicada ainda. O ideal é acreditar que você tem todos os equipamentos de segurança a sua disposição, respirar fundo e, passo a passo, acreditar que um dia, quem sabe, você tocará os pés no chão.

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TirolesaDeslizamento entre dois pontos afastados horizontalmen-

te em desnível, ligados por cabo ou corda. Subir 160 metros numa Toyota, contemplando o belo caminho fl orido com bezer-ros e avestruzes parece muito suave. Mas chegar ao topo e ver aquele “fi ozinho” com um quilômetro de extensão nos faz en-tender o nome da tirolesa. A tirolesa do Pânico trava a gargan-ta dos iniciantes, mas, após os passos iniciais, todo o medo se transforma em contemplação. Com um rio esplendoroso e uma mata colorida bem embaixo dos seus pés e o grito, que é fundamental ao se deixar levar pelo fi o, é de pura alegria.

Escalada Ascensão de montanhas, paredes artifi ciais, blocos

rochosos utilizando técnicas artifi ciais. Aqui você vai en-contrar alturas que variam de 20 a 90 metros. Conquiste rochas de formação granítica, sempre acompanhado das vistas mais encantadoras que Socorro tem a oferecer.

ArvorismoLocomoção por percurso em altura instalado em árvores e

outras estruturas construídas. São trilhas de até 800m, com os mais variados graus de difi culdade. Nem Robson Crusoé fez, em suas aventuras, caminhos tão diversifi cados por entre as árvores. A cada etapa transposta, uma surpresa. O impor-tante é saber que você está capacitado a fazer todas elas.

QuadricicloSeu lado infantil vem à tona. Poder andar de quadrici-

clo em meio a rotas totalmente radicais, você com cer-teza não vai querer devolvê-lo na hora marcada. Cuidado!

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O ar é o elemento que traz a mudança: quem o tem bem desenvolvido pode transformar ne-gativo em positivo, ódio em amor, ciúme em abertura, ganância em generosidade, orgulho e egoísmo em paz. O ar está relacionado à curio-sidade, ao aprendizado e à flexibilidade inte-lectual. No seu aspecto mais elevado, ele é a sabedoria da meditação.

O QUE ENCONTRAMOS:

Vôo Livre e ParapenteO nome do esporte já diz tudo - Vôo Livre – mas o cor-

reto seria “voe livre”. O frio na barriga é uma das maiores sensações existentes. Passados os 15 segundos de pura perplexidade, você terá a oportunidade de sentir o vento e a companhia dos pássaros ao seu redor. A paisagem é deslumbrante, até desnecessário descrever.

Inicialmente você pode se perguntar por que não fi cou assistindo a um fi lme na televisão em casa. E também perguntará para que serve tanta adrenalina. Mas, após transpor os primeiros obstáculos, e sentir a sensação do “eu posso”, as respostas virão muito rápidas. E depois de feito uma atividade, a próxima já estará em sua mente. Assistir à televisão em casa é muito bom também, porém um dia de aventura, onde você é o personagem principal e sem dublê, é inesquecível.

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Vôo duplo de Parapente

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Turismo Rural

“Segundo a Embratur, o Turismo Rural é uma ativida-de desenvolvida no campo, comprometida com a ativi-dade produtiva, agregando valor a produtos e serviços e resgatando o patrimônio natural e cultural da comu-nidade. Isso signifi ca que, para ser enquadrado como turismo rural, o empreendimento deve ser e não apenas “parecer” um sítio ou fazenda.”

A criançada aprende que o leite não vem da caixinha

Município agrícola por vocação, Socorro apresenta uma capacidade inestimável para conciliar turismo com as atividades agrícolas. Com a visualização de mais uma fonte de renda ao agricultor, faz com que a ati-vidade do turismo rural, abra literalmente a porteira e proporcione a crianças e adultos a oportunidade de en-tender o mundo rural. Para as pessoas que trabalham

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RuralTurismo

correr atrás dos patos e fugir de um cabrito, são expe-riências que fi carão marcadas para sempre na memória dessas pessoas.

Essa união entre rural e urbano também é de grande valia aos agricultores, que podem trocar informações e conhecimento com seus visitantes, que formam uma categoria eclética.

A criançada aprende que o leite não vem da caixinha

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ou moram em sítios e afi ns, a rotina do trabalho em nada tem a acrescentar, mas para as pessoas vindas de centros urbanos, é um rico aprendizado. Para uma criança, que está acostumada a tirar o leite da caixi-nha, ordenhar uma vaca é algo, no mínimo, inusitado. Coletar ovos de galinhas caipiras e depois vê-los fritos com aquela gema quase alaranjada, abraçar um pônei,

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A conclusão tirada dessa fusão, não poderia ser mais favorável a todos que dela participam, pois os frutos já estão sendo colhidos. Com mais esse ape-lo, a cidade de Socorro está transformando-se num grande polo turístico, sabendo extrair o melhor que a cidade pode dar. Essa iniciativa, inclui, além dos pro-prietários rurais, também seus funcionários, gerando mais empregos e capacitações, estas tão necessárias ao desenvolvimento do país.

Muitos atrativos são oferecidos aos visitantes: vi-nículas, docerias, criações de mini animais, agricul-tura orgânica, laticínios com variedades de queijos e morango orgânico, que tem até uma festa só para esta fruta, que ocorre todo mês de julho: “A Festa do Morango Orgânico”. Vale conferir também a cavalgada nas montanhas.

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Cavalgada

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Um dos grandes prazeres do ser humano é comparti-lhar com amigos, num fi nal de tarde, uma boa conversa. Para regar esse “dedo de prosa”, nada mais brasileiro que uma boa cachaça. Aqui encontramos bons alam-biques para desfrutarmos esses momentos. Pessoas acolhedoras e simples são, ao mesmo tempo, capazes de nos reportar aos velhos costumes do campo.

Perguntamos a Wagner Augusto, frequentador de um alambique local, o porquê de beber pinga e ele nos res-pondeu: “Pra fi car ruim, porque se fosse pra fi car bom, eu tomava remédio.”

HistóricoA cana-de-açúcar foi introduzida no Brasil pelos colo-

nizadores portugueses que a trouxeram do sul da Ásia. O açúcar extraído da cana era o principal produto do Bra-sil colônia. Num engenho da Capitania de São Vicente, descobriu-se o vinho de cana-de-açúcar, chamado de garapa azeda. Os senhores de engenho denominaram esse “vinho” de cagaça. Com o conhecimento da desti-lação, nasceu a Cachaça.

A cidade de Socorro possui algumas das melhores cachaças do Estado de São Paulo. A cidade participou do Concurso Paulista de Cachaça de Alambique de 2007, que teve mais de 150 cachaças participantes, e fi cou em terceiro lugar na categoria não envelhecida. Tem também o primeiro alambique de cachaça orgânica do Estado de São Paulo e o terceiro do país. Hoje, Socor-ro possui diversos alambiques e participou do concurso de bebidas destiladas e fabricadas no Brasil, o São Fran-cisco Word Spirit. Concorrendo com mais 20 cachaças brasileiras, conquistou medalha de ouro.

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Turismo Rural

Nada como pescar peixes de 30 kg e não passar por mentiroso diante dos amigos, aproveite e tire uma foto para comprovar sua proeza.

É assim que os amantes da pescaria sentem-se ao desfrutarem dos pesqueiros que Socorro abriga.

Com uma infra-estrutura para família toda, com parquinho, restaurante, que você pode comer o seu peixe pescado, e outros atrativos, o dia passa lentamente e ninguém percebe. Mas, para manter esse ponto de lazer não é nada fácil. Conversamos com Amauri Cardoso de Moraes, do segundo pesqueiro mais antigo do Brasil, que nos explicou toda a tecnologia empregada no tratamento da água onde os peixes habitam. Vários lagos compõem o complexo e servem para distribuição das muitas etapas de vida dos peixes. Dentre todos os cuidados, o mais impressionante de todos é a desinfecção dos lagos que são literalmente esvaziados e seus leitos limpos com cal, e também para a separação dos alevinos.

Isso é necessário, pois dependendo do tipo de iscas que são usadas para a pesca, essas podem alterar o PH da água.

Atrativo interessante é o artesanato feito do couro da tilápia que encontramos em bolsas, carteiras, chaveiros, almofadas etc.

Em 1756, a aguardente de cana-de-açúcar foi um dos • gêneros que mais contribuíram com impostos voltados para a reconstrução de Lisboa, abatida por um grande ter-remoto no ano anterior.

Até 1850, a cachaça foi consumida como símbolo de • resistência à dominação colonial, demonstração de nacio-nalismo e brasilidade contra as bebidas estrangeiras, parti-cularmente o vinho e a bagaceira portugueses.

Atualmente, é o terceiro maior destilado do mundo.• A aguardente caiu nas mãos dos alquimistas, que atri-•

buíram a ela propriedades místico-medicinais. Transforma-se em Água da Vida, receitada como elixir da longevidade.

Resolvi levar 10 garrafas de pinga pra casa, mas dona pa-troa me obrigou a jogar tudo fora:- Peguei a primeira garrafa, bebi um copo e joguei o resto na pia;- Peguei a segunda garrafa, bebi outro copo e joguei o resto na pia;- Peguei a terceira garrafa, bebi o resto e joguei o copo na pia;- Peguei a quarta garrafa, bebi na pia e joguei o resto no copo;- Peguei o quinto copo, joguei a rolha na pia e bebi a garrafa;- Peguei a sexta pia, bebi a garrafa e joguei o copo no resto;

Pesqueiros

Curiosidades

- A sétima garrafa eu peguei no resto e bebi a pia;- Peguei no copo, bebi no resto e joguei a pia na oitava garrafa;- Joguei a nona pia no copo, peguei a garrafa e bebi o resto;- O décimo copo eu peguei a garrafa do resto e me joguei na pia.Não me lembro o que eu fi z com a patroa.Autor desconhecido

Culinária à base de tilápia

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Acessibilidade

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Projeto SocorroAcessível

Conversamos com José Fernandes Franco, empresário da área de turismo e lazer, e esse nos explicou como co-meçou o processo de adaptação do Turismo de Aventura para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida na cidade de Socorro.

Tudo iniciou a partir da lei publicada em 02/12/2004 que dá um prazo de quatro anos para todos os setores de serviço (restaurantes, hotéis, teatros etc.) para adapta-rem os locais de acesso para as pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. Atualmente no Brasil, são 24,5 milhões de pessoas com alguma deficiência e mais de 25 milhões com mobilidade reduzida (idosos, obesos, ges-tantes, anões e outros)

Socorro participa, desde seu início, da Adventure Sport Fair e, em 2005, o Ministério do Turismo fala pela primeira vez sobre acessibilidade neste evento. Explicou que, de todas as categorias de turismo, o de aventura era o mais complexo, pois exigiria, não só adaptações como rampas de acesso, banheiros, cadeiras etc, mas também criações de equipamentos que fossem seguros e ao mes-mo tempo confortáveis aos praticantes. Por ter mais de 30 modalidades, as variações de riscos e controle, não só do praticante, mas também dos condutores, seriam um trabalho árduo e com uma responsabilidade imensurável. A escolha para o local não foi fácil, pois esse deveria ter um grande número de modalidades disponíveis e, como Socorro tinha toda a infra-estrutura necessária, foi esco-lhida. Então, numa ação conjunta entre o Ministério do Turismo, a ONG Aventura Especial,o Campo dos Sonhos, o Parque dos Sonhos, a Rios de Aventura, o Parque Mon-jolinho e a Prefeitura de Socorro, realizaram os estudos necessários para compor, o que é hoje, o cenário ideal para a prática do Turismo de Aventura para as pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida.

Os parceiros acima indicaram os profissionais que es-tudariam as atividades propostas e também que enten-dessem, não só da anatomia do corpo dos praticantes, mas também da comunicação com os mesmos. As verbas destinadas ao processo foram repassadas à ONG Aventu-

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ra Especial, que fi cou com a coordenadoria do projeto. As operadoras Parque dos Sonhos, Campo dos Sonhos, o Par-que Monjolinho e Rios de Aventura entraram com o espaço a ser executado o estudo de adaptação. A Prefeitura de Socorro colaborou com ambulâncias e transporte local.

Muitas foram as difi culdades, mas a maior delas foi criar os equipamentos específi cos, principalmente para o rafting, onde a cadeira deveria fi xar o defi ciente no bote e o colete deveria remeter o praticante para a superfí-cie com a cabeça voltada para cima. Outro desafi o foi a criação da cadeirinha para o tetraplégico para a desci-da na tirolesa. O praticante tem que fi car sentado e com cintos transversais no peito e pescoço, para que este não pendesse. Esses são detalhes de uma experiência inédita (um verdadeiro laboratório), pois as normas e re-gras desenvolvidas aqui, é resultado de muito trabalho e determinação. Obviamente, tudo isso resultou em outras formas de melhorar a vida dos que irão um dia lidar com esse público. Exemplo disso é o manual de comunicação com as pessoas com defi ciência ou mobilidade reduzida. Prova das difi culdades em todas as direções.

Em 2007 o projeto terminou com enorme êxito e foi submetido ao Ministério do Turismo que, em breve, deverá publicar os Manuais de Aplicação dos resultados obtidos, para serem repassados a outras operadoras.

Acessibilidade

Hoje, Socorro é a única cidade do Brasil que tem a possi-bilidade, dentro dos critérios apreendidos, de oferecer todo o conforto e now how para as pessoas com defi ciência ou mobilidade reduzida, no segmento de turismo de aventura.

Esse primeiro projeto foi batizado de “Aventureiros Es-peciais”, e totalmente desenvolvido em Socorro, com a autorização do Ministério do Turismo.

Está para ser aprovado o Projeto Aventureiros Espe-ciais 2, que é o estudo para as pessoas com defi ciência ou mobilidade reduzida nas atividades de ar, algumas de terra e água, exemplo o mergulho, que não foram contem-plados na primeira fase, além de alguns tipos de defi ciên-cias que não foram estudadas.

Em função do sucesso do primeiro projeto voltado ao turismo de aventura, a cidade de Socorro recebeu do Mi-nistério do Turismo a missão de adaptar a cidade para receber o turista com defi ciência ou mobilidade reduzida. Ruas e calçadas foram estrategicamente adaptadas para que todos as pessoas de defi ciência ou mobilidade re-duzida fossem atendidas, contemplando lugares onde o turista vai, como bancos, comércio etc.

O projeto abrange obras de acessibilidade no Portal Colonial, no Portal Lions, no Mirante do Cristo, Centro de Eventos, Horto Municipal, adaptações no Centro Históri-co e Comercial e implantação do conjunto de semáforos

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sonoros, além do treinamento de todas as pessoas para receber adequadamente esse tipo de público. Ele é ba-seado no decreto nº 5.296/2004 e funcionará de acordo com a norma brasileira de acessibilidade 9050/2004 da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).

Algumas obras já foram concluídas, outras estão em andamento e avanços tem sido alcançados no que diz respeito à participação da comunidade junto ao projeto. A cidade também passa a oferecer, entre as 24 modali-dades esportivas do local, 8 totalmente adaptadas para atender esse público.

“Socorro Acessível” faz parte do macroprojeto “10 Destinos-Referência”, elaborado e viabilizado pelo Minis-tério do Turismo, que pretende estruturar 10 destinos tu-rísticos brasileiros em segmentos prioritários para a pro-moção nacional e internacional. De 2007 a 2008, o Minis-tério investiu R$ 1,73 milhão em obras de infra-estrutura turística e qualificação profissional na cidade.Até 2010 pretende-se que todo o projeto esteja concluído.

Adventure Sports FairÉ a feira de Esportes de Aventura que ocorre anu-

almente em São Paulo. Essa feira tem papel impor-tante no mercado de turismo de aventura, para a indústria de roupas, calçados e equipamentos para os praticantes do turismo de aventura ou simples-mente para os consumidores que adotam a aven-tura como estilo de vida. Além de ser uma feira de negócios, a Adventure Sports Fair aproxima os des-tinos e os operadores das agências de turismo que irão comercializar e lançar seus produtos.

Este ano de 2009 essa feira será a primeira do Brasil totalmente acessível às pessoas com defici-ência ou mobilidade reduzida e disponibilizará diver-sas atividades que foram adaptadas as pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida.

Atividade pode ser praticada normalmente, com adaptação mínima e monitores

AtividAde de AventurA pArA pessoAs com deficiênciA ou mobilidAde reduzidA

Atividade pode ser praticada, mas requer uso de equipamentos adaptados

Atividade não apresenta condições de ser praticada com segurança para esse tipo de deficiência

Arvorismo

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Socorro foi por muito tempo considerada uma Estância Sanitária. Possui muitas fontes, sendo as quatro principais:

Fonte da Pompéia Com propriedades radiotivas, indicada para afecções ginecológicas, rins, bexigas, ação diurética, hipotensora e antiartrítica.

Fonte Santa Maria Indicada para problemas no estômago e no fígado.

Fontes

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Não deixe de visitar

CristoRedentor

Horto Florestal

Reconheça os lugares que visitou pela vista panorâmica do Cristo.

Conheça as árvores nativas, brinque com as crianças no parque e se encante com a delicadeza das flores

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Fonte Calafi ori Uma das mais recentes fontes, inaugurada juntamente com o Paço Municipal.

Fonte da Juventude Construída em homenagem ao Dr. Sebastião Camargo Marques (Dr. Maneco), um dos mais famosos médicos de Socorro. Muito conhecido por sua sacada musical na Rua Treze de Maio, ele veio a falecer no ano de 2006.

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Parque dos Sonhos

Pedra da Bela Vista

Parque Ecológico do Monjolinho

No meio de tantas atividades, a aventura de ultrapassar seus limites.

Prazer em sentir, por um momento, que o mundo pode ser seu.

Desbravar rios, alcançar o equilíbrio e se deixar levar pela correnteza.

Antiga mineradora, hoje um espetáculo rematado pela natureza

Gruta do Anjo

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...sairia por onde não entrou. Entraria por onde não saiu ...provaria todos os sabores dos doces caseiros

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...não perderia o luau da Pedra que acontece toda noi-te de lua cheia com música ao vivo acompanhada do inusitado pan de palo, que é um pão encaixado em um pau para ser aquecido na fogueira.

Se eu fosse você...D

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...desfrutaria do frescor do Bosque da Usina Velha

...caminharia sem pressa pelo centro da cidade

...contemplaria o magnífico pôr-do-sol de um pico...comeria o inconfundível açaí

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...deixaria o tempo passar no banco da praça

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...tomaria um delicioso cafezinho

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Gente da Terra

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Dados estatísticos

Localização Geográfi ca:Latitude – 22º 35’. 30 3’’ SLongitude – 46º 31’. 44 50’’ W

Pessoas residentes:33.080 (dados IBGE 2007)Gentílico: SocorrenseDensidade demográfi ca: 76,2 habitantes por km²

Área total448 km 18,9 km² - urbano | 430,3 km² - rural

Cidades que fazem limite com Socorro1 - Águas de Lindóia - SP

2 - Lindóia – SP

3 - Serra Negra – SP

4 - Monte Alegre do Sul – SP

5 - Pinhalzinho – SP

6 - Pedra Bela – SP

7 - Toledo – MG

8 - Munhóz – MG

9 - Bueno Brandão – MG

10 - Monte Sião – MG

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ROD. FERNÃO DIAS BR 381

SP 065

SP 330

SP 310

ROD. ANHANGUERA

ROD. WASHINGTON LUIS

ROD. DOM PEDRO I

CAMPINAS

LIMEIRA

ARARAQUARA

RIBEIRÃO PRETOS. J. RIO PRETO

MOGI-MIRIM

MONTE SIÃO (MG)

SOCORROBELO HORIZONTE

LINDÓIA

AMPARO

ITAPIRA

MORUNGABA

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JUNDIAÍ

CAMPO LIMPO

JARINÚ

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BRAGANÇA PAULISTA

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DE JANEIRO

MAIRIPORÃ

JORDANÉSIA

SERRANEGRA

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SP354 SP

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Localização:Distância da capital: 132 kmRegião Administrativa (Bragança Paulista): 45 kmRegião de Governo (Campinas): 110 km

Uma das principais atividades econômicas de Socorro continua sendo a produção da área rural, que é formada por mais de quatro mil propriedades familiares ou de pequeno e médio porte.

Agropecuária e agroindústria

É mesotérmico com verões quentes e chuvosos e invernos com uma estação seca bem acentuada.

Clima

Entre as culturas anuais destacam-se as plantações de milho, batata, mandioquinha, cana-de-açúcar e hortaliças. As plantações perenes mais implantadas são: café, tangerina, laranja, abacate, uva, eucalipto, pitaia, morango e diversos tipos de frutíferas de clima temperado.

Agricultura

O pico mais alto da cidade é o Pico do Serrote, com 1550 metros.

Ponto mais alto

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Socorrenses

Socorro faz 180 anos

Foi um Prazer

Sinto-me honrada por ter sido convidada a escrever as palavras fi nais de uma publicação a respeito da cidade onde nasci, cresci e escolhi para ser o lar das minhas fi lhas. Escrevo não como prefeita, mas como cidadã socorrense, onde ouvi, por anos a fi o, as histórias alegres e sofridas de meus pais, avós e amigos que ajudaram a construir, com muito es-forço e trabalho, a cidade em que vivemos.Valorizar a memória das pessoas que produziram riquezas econômicas e culturais, dando-lhes os me-recidos méritos, nos traz a satisfação do reconheci-mento. Aprendendo com os seus erros e acertos, criamos oportunidades de fazermos ainda melhor e, assim, adquirir o orgulho de também participar-mos desta história. Passear pelas páginas desta revista nos faz lem-brar o quanto já foi feito e oferece grande estímulo para continuarmos a trabalhar, não apenas por nós, mas principalmente pelas gerações futuras.A todos que fazem de Socorro uma cidade única, que nos brindam com seus talentos, que re-zam por todos nós, e que, com um sorriso no rosto, fazem com que ela seja um lugar cada vez mais agradável de viver, escrevo com to-das as letras: Socorro, parabéns pelos nossos 180 anos!

Marisa de Souza Pinto

Sorrisos fáceis e conversas tranqüilas. Em todo o pe-ríodo que fi camos na cidade, encontramos pessoas in-teressadas em nos ajudar, dando dicas de como e onde poderíamos encontrar o que procurávamos. Socorro é assim, uma cidade formada de gente feliz, que sente o tempo passar, mas que sabe como cuidar dele. Inúmeras vezes fomos pegos de surpresa por tamanha solicitude.

Na última noite fomos à Praça da Matriz e nos depara-mos com uma cena muito linda. Ei-la: noite fria e de luar forte, algumas pessoas espalhadas na praça e outras sentadas em mesas dispostas e, no meio da rua, um piano de cauda sendo tocado por um artista local.

É a representação clara do objetivo da Revista Ci-dade & Cultura

Redação

Festival Cultural de Socorro 2009

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arte, beleza, criatividade e desenvolvimento.

www.abcdcultural.com.br (11) 3021-8810

editoriais: livros, revistas e conteúdos diversos

projetos culturais em todas as áreas artísticas:música, artes cênicas, plásticas e cinema

elaboração e captação de projetos incentivados

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Aventure-se no tempo e entenda as razões de seus encantos

Aventure-se no tempo e entenda as razões

Socorro

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História | Folclore | Meio Ambiente | Arquitetura | Arte | Turismo

ANO 01 | NÚMERO 01

www.cidadeecultura.com.br

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