sol e Água do mar - dominique poncet - 4_4.pdf

Upload: hesicos

Post on 16-Oct-2015

22 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

  • 151

    Nota: para certas afeces localizadas (feridas tonas *),a cura de sol pode ser local. ento praticada tomandoo cuidado de orientar a regio que se pretende insolarperpendicularmente direco dos raios solares.

    * Ferida tona: ferida que no evolui.

    AS TCNICAS ANEXASEstas tcnicas no pertencem propriamente talassote-rapia nem diferem das que so associadas maioria dascuras termais. Contudo, elas completam muito oportu-namente as teraputicas estritamente marinhas.

    As massagens. Praticadas a seco antes do banho, ou den-tro de gua sob forma de amassadura, elas so indispen-sveis no tratamento de reumatismos, de paralisias e norestabelecimento da forma fsica.

    A ginstica geral. Considerada como simples adjuvanteda cura, ela contribui, no entanto, nitidamente para atornar potencial.

    A reeducao funcional. apropriada orientao doestabelecimento: reumatolgica, traumatolgica, neurol-gica, respiratria, etc.

    A diettica. Associada cura, aumentando consideravel-mente a eficcia desta, praticada de forma quase siste-mtica em certos estabelecimentos do mar do Norte.

    Os percursos de cura. Consistem em fazer correr os doen-tes, descalos, sobre terrenos variados e desiguais, orasecos, ora hmidos, ou dentro de gua.

  • As indicaesda talassoterapia

    Utilizando uma larga gama de agentes naturais cujosefeitos se fazem sentir ao mesmo tempo sobre o equil-brio geral do organismo e sobre as manifestaes locaisde certos estados patolgicos, a talassoterapia encontramltiplas indicaes.

    AS APLICAES MDICASAinda que no tenha todos os poderes, a talassoterapiaobteve mesmo assim grandes sucessos em numerosas doen-as. Ela nem sempre cura, mas melhora frequentementeo estado geral, ou ento abranda algumas vezes o processode degenerescncia *.

    No decida sozinho se ela pode ajud-lo em qualquercoisa. Para tomar conhecimento das suas mltiplas apli-caes, leia as pginas que se seguem e veja com o seumdico se este mtodo se afigura indicado ao seu casoparticular.

    * Se no tem qualquer doena para curar,mas desejo de descontraco remeta-se paraa cura de descontraco, pg. 160.

  • 153

    REUMATOLOGIAH alguns anos, hesitava-se em recomendar a talassote-rapia aos doentes atingidos de afeces reumatismais. Pe-rante os resultados, as concepes mudaram e as doenasreumatismais tornaram-se a maior indicao das curasmarinhas.A balneoterapia quente exerce um efeito favorvel em75 a 80 q'o dos casos em virtude da diminuio da hiper-tonia e das dores devidas compresso. Pode observar-sefacilmente o amaciamento da musculatura, a diminuio

    ---------- ------o mar que curaCada dia foi melhor que o anterior ( ... )( ... ) Durante os primeiros banhos, aps as longas massagens com tra-xator ou mo, um redemoinho orgnico difuso, uma espcie de nuseaindefinida indicaram que um grande volume de toxinas era eliminadopor tecidos renovados para o sangue ( ... )(... ) Cada dia assinalou novas melhoras, tornou-me mais mvel, maisleve, num corpo desintoxicado que a dor abandonava pouco a pouco.Renitentes, lancinantes pesos no crnio, causados, tambm eles, pelam irrigao atravs dos tecidos inchados, endurecidos e atingidos deesclerose, que a acupunctura macerava, mas recidivavam por vezes, aca-baram por desaparecer e nunca voltaram. Eu perdia regularmente, cadasemana, um peso de gua muito sensvel - mais importante do que oacusava a balana, pois recuperava ao mesmo tempo (e bem o sentia)um peso de msculos igualmente certo.Ao cabo destas seis semanas de estada, eu duvidava de alguma vez terestado reumtica e deitada durante meses sob um tecto que balouavade vertigem. A vida recomeava, mais eufrica do que aos vinte anos.Eu sabia agora o sentido das palavras cura e sade. ** Extrado de M. Mauron: Ia Mer qui gurit (Paris, Le Seuil, 1957).

  • As indicaes da talassoterapia

    e por vezes o desaparecimento das dores distncia, umganho ntido da amplitude articular, uma melhoria fun-cional das articulaes (doutor R. A. Casaubon).

    Reumatismos inflamatrios crnicosArtrites e poliartrites: nos estados pouco avanados e forados perodos evolutivos, os efeitos da talassoterapia soexcelentes. Os resultados dependem evidentemente da im-portncia da afeco (por vezes so necessrias duas outrs curas).

    Espondilartrite ancilosante: os resultados so variveis;podem ser excelentes se o tratamento foi prescrito desdeo incio da doena.

    Poliartrite crnica evolutiva: obtm-se excelentes resulta-dos sobre as sequelas, mas o tratamento nunca deve seraplicado durante as crises agudas.

    Nota: Ateno! Os doentes sob cortisona reagem amidemal aos tratamentos marinhos por causa da inflamaolatente do seu processo reumatismal. Por outro lado, sebem que a psorase embranquea geralmente sob a influn-cia dos banhos e da hidroterapia, beira-mar, estas curasno parecem aconselhadas contra o reumatismo psorisico.

    Reumatismos degenerativosAs artroses: elas representam sem dvida a indicao prin-cipal da talassoterapia. Aps duas ou trs curas, os resul-

  • 155

    Lados so excelentes. Tcnicas utilizadas: balneoterapiaquente, piscina, helioterapia e cinesiterapia.

    Os estados pr-artrsicos: sob a infunclia da talassote-rapia, o processo artrsico seriamente abrandado.

    Reumatismos metablicosA gota: reage favoravelmente aos tratamentos marinhos,com a condio de se tomarem certas precaues ( fre-quente observar uma crise discreta por volta do dcimodia. As crises ulteriores so espaadas ou atenuadas du-rante um longo perodo).

    Reumatismos abarticularesAs dores de todas as espcies (nas costas, na regio lom-bar, citicas, dores crvico-braquiais, etc.) reagem muitobem cura marinha associada s massagens e a uma rea-daptao metdica.

    Nota: a talassoterapia possui desde h pouco tempo umaaco veterinria; curam-se mediante envolvimentos delama marinha as leses tendinomusculares dos cavalos decorrida!

    SEQUELAS DE TUBERCULOSESOSTEOARTICULARESSo uma das indicaes clssicas da talassoterapia. A tu-berculose ganglionar, o raquitismo, so igualmente indi-caes maiores e clssicas da climatoterapia marinha.

  • As indicaes da talassoterapia

    REEDUCAO DAS DOENASNEUROARTICULARESSeque/as das aieces neurolgicas importantes: paralisia,poliomielite, hemiplegia, esclerose em placas, doena deParkinson, etc. (seguir rigorosamente o conselho do m-dico assistente e dirigir-se aos estabelecimentos que prati-cam a hospitalizao e possuem o equipamento requerido).

    TRAUMATOLOGIADesde que no sejam infecciosas e que as feridas estejamcicatrizadas, praticamente todas as sequelas de acidentesso melhoradas ou tratadas pelas curas de talassoterapia:fracturas e complicaes, luxaes, entorses, edemas se-quentes a intervenes cirrgicas, leses osteoarticulares.

    Doenas nervosas: doenas do sistema neurovegetativo,hipodistonia, obesidades de origem nervosa, celulites, etc.

    Sequelas de diversas aieces neurolgicas: encefalites,miopatias, polinevrites, etc.

    DOENAS RESPIRATRIASDE ORIGEM ALRGICASo uma das recentes indicaes da talassoterapia: asma,bronquite crnica, certas insuficincias respiratrias, rini-tes de origem alrgica, estdios ligeiros de dilatao dosbrnquios, e enfisema, entre outras.

  • 157

    DOENAS CARDJACASReadaptao das doenas cardacas ao esforo (enfarte),bem como dos operados ao corao; perturbaes carda-cas de origem nervosa ou psquica.

    Nota: todavia, desaconselhado o tratamento das doenascardacas evolutivas, que constituem uma das contra-indi-caes principais da talassoterapia.

    DOENAS DA PELEEczemas (secos, crnicos, prurido de Besnier), prurido ano-genital, psorase, feridas tonas, perturbaes trficas aonvel das lceras varicosas.

    DOENAS GINECOL6GICASMetrites e nexites crnicas, cervicites, vaginites plvicas,dismenorreias, etc.Esterilidade (os resultados podem ser excelentes).Neurastenias genitais e perturbaes da menopausa.

    PERTURBAES FUNCIONAIS ORGNICASDispepsia, atonia do clon, preguia heptica.Dores de cabea, fadiga, melancolia, insnias consecuti-vas a perturbaes funcionais orgnicas.Anemias, astenias, distonias neurovegetativas, sndromasdepressivas, convalescenas arrastadas.

  • As indicaes da talassoterapia

    DOENAS GASTRINTESTINAISFermentaes gastrintestinais (resultados muitas vezes es-pectaculares graas s curas de bebida).Afeces intestinais (colite, rectocolite), tratadas por lava-gens com gua do mar.

    DOENAS DA INFNCIAPerturbaes especficas da infnciaRaquitismo (se a criana no for contagiosa).Atrasos do crescimento.Perturbaes comuns s crianas e aos adultosSequelas de afeces neurolgicas, traumatismos muscula-res e articulares.Perturbaes estticas (escolioses, cifoscolioses).Doenas ganglionares e linfatismo.Doenas respiratrias, etc. (consulte os pargrafos prece-dentes).

    ENVELHECIMENTO PREMATURONo estado actual dos conhecimentos, a talassoterapia um dos meios mais eficazes para modificar e revitalizarsenescentes, com a condio de no haver irreversibili-dade das perturbaes anatmicas e dos desarranjos fun-CIOnaIS.

    ESTTICAUm dos efeitos secundrios assinalveis de qualquer curamarinha a melhoria esttica do curista:- Emagrecimento (diminuio dos depsitos de celulitepor massagem).

  • 159

    - Atenuao das rugas e das olheiras.- Melhoria da elasticidade muscular e, portanto, rejuve-nescimento da pele.- Revitalizao da cabeleira, reidratao das clulas emelhoria da tez (graas desintoxicao do organismo).

    Nota: atravs das pulverizaes e dos aerossis de guado mar fresca, do duche filiforme, da massagem facial,das mscaras de lama marinha e das injeces intradr-micas de gua marinha, a esttica cutnea marinha dptimos resultados no domnio do rosto.

    MEDICINA DESPORTIV AH muitos atletas que recorrem hoje talassoterapia, nos em caso de acidente (para a reeducao), mas tambmpara se porem em condio fsica (na perspectiva de umacompetio desportiva de alto nvel).

    As contra-indicaes da talassoterapiaSo as de um clima vivo e de um tratamento enrgico: as doenas infec-ciosas, o reumatismo articular agudo, as tuberculoses agudas, as sndromestirideas (salvo se se trata de instabilidade ou de mau funcionamento,sem afeco real da glndula), as doenas mentais, as cardiopatias (insu-ficincia cardaca, endocardite, enfarte, angor verdadeiro, hipertensograve, flebites recentes), as doenas graves dos rins , de uma forma geral,todas as leses orgnicas agudas.

  • TAs indicaes da talassoterapia

    AS CURAS DE DESCONTRAOE DE RECUPERAO DA BOA FORMA

    A simples estada junto ao mar, completada por banhos,exerccio, sesses de exposio ao ar e ao sol, e ... umaboa higiene de vida, tem pois efeitos revigorantes extraor-dinrios e, neste sentido, pode aparentar-se a uma talas-soterapia elementar.Todavia, esta talassoterapia elementar no to eficazcomo a que se dispensa nos institutos especializados, pelasimples razo de que a gua do mar fria no remineralizao organismo com a mesma eficcia que a gua do marquente.

    Para lutar contra a fadiga ou mudar de peleAssim, nos casos de fadiga extrema, de envelhecimentoprecoce ou sbito, de depresso nervosa ou de convales-cena, em suma, em todos os casos em que se impe umrestabelecimento enrgico da condio fsica (sem que noentanto se tenha declarado uma doena precisa), nada mais desejvel e mais eficaz que uma ligeira cura de talas-soterapia. Em oito ou quinze dias, graas aos banhos demar aquecido e s tcnicas de tratamento, o organismodesabrocha .No se deve pensar que todas as pessoas que se nos diri-gem esto atingidas de coxartroses graves, de dfice mus-cular, de sequelas de fracturas, escrevia o doutor JacquesLe Govas *. Muitas procuram o regresso vida normal,

    '" Boletim talassoterpico de Quiberon (1967).

    longe das cidades e dos engarrafamentos, dos encontres,do metropolitano, dos jantares de negcios, das preocupa-es da vida agitada que levam durante onze meses porano.

  • 161

    Geralmente, para as curas de descontraco ou de recupe-rao da forma, prescreve-se um tratamento de quinzedias, compreendendo dois dias de repouso. Esta duraono se deve ao acaso, sendo antes o fruto de observaes.Com efeito, aps duas semanas de tratamento, os curis-tas sentem uma saturao psicolgica, devida repetiodos exerccios que so obrigados a efectuar.

    Nota: no sexto dia de cura, acontece por vezes experi-mentar-se uma espcie de pequena depresso e uma im-presso de intensa fadiga. Mas esta sensao desaparecerapidamente ao cabo de um a dois dias. Ela no exigeportanto, de forma alguma, o abandono da cura.

    11

  • Como preparar e viver a sua cura

    Como preparare viver a sua cura

    No esquea que uma cura talassoterpica equivale a umtratamento mdico (ainda que se trate de uma cura dedescontraco ou de restabelecimento da forma). Logo,a primeira coisa a fazer ... pedir a opinio do seu mdicoassistente.Se a indicao for favorvel, ter, sempre de acordo como seu mdico, de escolher o centro que lhe convir mais,em particular no plano climtico. Em seguida, competir--lhe- entrar em contacto com o centro escolhido a fimde conhecer as suas condies, as suas possibilidades delugar e as caractersticas de alojamento (o centro aloja osseus doentes? Se no, quais so as possibilidades de acolhi-mento da regio: hotis, campismo?).

    QUE CENTRO ESCOLHER?Em Portugal no est muito conhecida a talassoterapia.Em Frana, o Syndicat National des tablissements deThalassothrapie definiu os critrios que devem regularos vrios centros.Os princpios de base comuns a todos os estabelecimentosso a utilizao ptima de uma gua de mar quente, as

  • 163

    tcnicas experimentadas de reeducao num clima mari-nho. Para beneficiar ao mximo das condies bioclim-ticas particulares criadas pelas relaes existentes no lito-ral entre os meios, marinho e terrestre, circundantes, estescentros so obrigatoriamente situados beira-mar. O seumicrolima objecto de um estudo prvio, para determinaro stio mais favorvel respectiva implantao. A corren-tologia do ponto de colheita da gua do mar foi determi-nada com uma metodologia cientfica rigorosa. H umaligao directa entre a estao de colheita e os pontos deaplicao das teraputicas marinhas. A gua do mar, quenos envolve nos banhos, que nos percute nos duches, nofoi veiculada por camies-cisternas; ela chega-nos direc-tamente pela canalizao, autntico cordo umbilical docentro de talassoterapia. Esta gua do mar foi filtrada paraque a areia no invada a tubagem e aquecida com pre-cauo para conservar as suas qualidades de meio vivo*.

    . Citao extrada de A.-G. Deledicque:Vous ne pouvez plus ignorer Ia thalassothrapie(Lvon, Camugli, 1978).

    No corre pois o risco de ser tratado com gua ... poluda.Alm disso, saiba que os centros de talassoterapia somuitas vezes centros de reeducao. Nesta perspectiva,eles possuem um ou vrios mdicos que tomam a seu cargoe vigiam o desenrolar do tratamento. No plano terapu-tico, os efeitos das curas so semelhantes, ou seja qual foro estabelecimento.Assim, o que deve guiar a sua escolha :- a especialidade (se ela existir!) do estabelecimento;- a sua situao geogrfica. Se lhe for favorvel um climatnico, escolha um centro implantado nas costas da Man-cha ou do Atlntico. Pelo contrrio, se necessita de umclima sedativo, v para a costa do Mediterrneo!

  • Como preparar e viver a sua cura

    Nota: numerosos mdicos preconizam aos doentes duascuras anuais de uma dezena de dias, em vez de uma curaanual de trs semanas. Na realidade, salvo em caso dedoenas graves que requeiram um tratamento de longoflego, vale mais entrecortar o ano com duas intervenesteraputicas, do que ficar onze meses sem retorno ao mar!

    Durante os primeiros dias da sua cura, modere as suasactividades. Repouse pejo menos uma hora aps os cuida-dos mdicos. Respeite a regra da progressividade do es-foro qual se submetem os desportistas.Mesmo que a cura, as respectivas massagens e os respecti-vos banhos o encham de euforia, no ultrapasse os seuslimites habituais de desgaste fsico. Para isso, espere (noterceiro ou quarto dia) por voltar a ver o seu mdico emvisita de verificao e pea-lhe a opinio dele.No esquea igualmente de lhe perguntar se importante(ou mesmo necessrio) seguir um regime alimentar.

    PARA SEGUIR BEM A SUA CURAA fim de retirar um benefcio maximo da sua cura, conveniente preparar-se bem para ela, ou seja, impregnar--se levemente da atmosfera marinha antes de comear otratamento. Para tal, no se precipite para o centro nodia da sua chegada. Se puder, preveja dois dias de descansoantes da sua entrada em cura e torne-se psicologicamentedisponvel relaxando-se: efectue alguns passeios ao arlivre e tome um ou dois banhos ligeiros de sol (cinco mi-nutos).

  • 165

    No se inquiete se a sua cura o fatigar. Em princpio, areaco de lassido do quarto dia pode ser limitada, ou atevitada, se ordenar um planeamento de actividade razo-vel. Seja como for, esta pequena crise no deve sob pre-texto algum faz-Io abandonar o tratamento; de facto, elarepresenta uma garantia de melhoras a curto prazo.Tempere os seus ardores tursticos e no se lance em di-gresses motorizadas, num raio de mais de cem quil-metros.

    Aps a curaAps a cura, ser mais apropriado tornar a mergulhar ime-diatamente nas suas actividades habituais ou respeitar umtempo de repouso mais ou menos longo? Segundo o doutorAlain G. Deledicque *, tudo depende do caso particular,

    * Vous ne pouvez plus ignorer Ia thalassothrapie(Lyon, Camugli, 1978).

    das reaces individuais, que devero ser submetidas apreciao do seu mdico assistente. Nenhuma regra pre-cisa poder ser validamente enunciada; quando muito podedizer-se que a cura marinha de descontraco permite aretomada imediata de um ritmo profissional intenso, masque a talassoterapia do reumatismo torna desejvel umprolongamento da estada no clima marinho, durante algumtempo aps o fim do tratamento. Prossegue-se assim aaco climtica benfica e evita-se uma reaco astnica.

    Nata: depois de regressar a sua casa, a sedentariedade e oesgotamento voltaro a amea-lo. Ento, cuidado! Parano apagar demasiado depressa os benifcios da sua cura,empenhe-se numa boa higiene de vida. Faa desporto,areje-se e continue a tomar banhos de algas (compradasem p ou em caramelo no seu farmacutico).

  • o sol

  • Centro de nosso sistema planetrio, o Sol a nossa fonteprincipal de calor e de luz. Sem ele, toda a vida seria im-possvel. Embora situado a cerca de 150 milhes de quil-metros da terra, os seus raios so extremamente activos.Salutares quando se sabe utiliz-Ias, podem, no caso con-trrio, provocar graves leses, por vezes irreversveis.

    o sol

    OS RAIOS DO SOLO brilho solar constitudo por um feixe de radiaes decomprimentos de onda diferentes. A luz visvel no passade uma fraca parte delas, limitada de um lado pelos infra-vermelhos (prximos das oscilaes elctricas) e, do outro,pelos ultravioletas (vizinhos dos raios X moles).

    Os injravermelhos (grandes comprimentos de ondas)Penetrantes (vo at derme), tm uma aco vitalizantee calrica. Sob a sua influncia, a pele aquece, averrne-lha-se por vaso-dilatao. Aps a exposio, esta vermelhi-do desaparece, salvo se houver queimadura.Por causa do seu poder de penetrao, estas radiaes de-sempenham um papel muito importante, no s epidr-mico, mas tambm em profundidade. Dilatando os capi-lares e os pequenos vasos do crion (derme), elas activama circulao do sangue sobre a periferia *. Provocam uma

    estimulao das terminaes nervosas da pele e, facilitandoa dilatao dos poros, favorecem a eliminao dos resduos.

    * Este efeito anlogo ao que o banho quente provocasobre os movimentos sanguneos.

    Os ultravioletas (pequenos comprimentos de ondas)Muito curtos, estes raios extinguem-se a partir da camada

  • 169

    o SOL: O MELHOR ... E O PIOR!Correctamente doseado, o sol, agente natural, vital, pro-tector e curativo, melhora a sade e proporciona numero-sos benefcios ao organismo.

    crnea da epiderrne e mal atingem a camada papilar.Contudo, possuem uma aco qumica (actnia) muito im-portante sobre a pele, provocando primeiro um eritema,depois uma pigmentao. O fenmeno produz-se assim:distingue-se antes de mais uma sudao. Ao cabo de 15a 20 minutos, surge um eritema precoce (fugaz). Nasceem seguida um eritema secundrio, mais duradouro, queatinge o seu mximo mais ou menos por volta da dcimasegunda hora da sua formao. quando se esbate esteeritema que aparece a pigmentao, resultante de umaacentuao da formao do pigmento cutneo, a mela-nina. Assim irradiada pelos ultravioletas, a pele torna-semais espessa, amorena, resiste melhor s agresses ex-genas e v a sua vitalidade activada. A segunda grandereaco bioqumica devida aco dos ultravioletas sobrea pele a sntese da vitamina D, antirraqutica.

    ~~

    OS BENEFCIOS DO SOLAcelera as trocas e aumenta a produo de hematias (gl-bulos vermelhos). Fixando a vitamina D, indispensvel assimilao do clcio e do fsforo, favorece o desenvolvi-mento do esqueleto da criana e a conservao do doadulto.

  • o sol

    Dotado de um poder germicida e bactericida, ele activaa reparao dos tecidos e ajuda a cicatrizao das feridastonas e das lceras varicosas rebeldes.Estimula os sistemas neuropsquico e endocrnico, favoreceum crescimento dos ritmos cardaco e respiratrio e au-menta a tolerncia hidrocarbonada. Eleva o tono dos ms-culos, a sua fora, o seu volume e o seu relevo de formamensurvel. A exposio solar uma autntica nutriomuscular que age sobre o metabolismo dos hidratos decarbono e dos fosfatos, escreve Marc-Alain Descamps atal respeito *. O mecanismo permanece submetido aco

    * M.-A. Descamps: le Nu et le Vtement(Paris, Editions Unioersitaires, 1972).

    hormonal; em especial a nudez integral parece provocaruma activao das glndulas que produzem as hormonasanabolizantes, prximas das hormonas sexuais. Estes ana-bolizantes do uma acelerao do desenvolvimento pon-deral, mediante uma melhor assimilao dos alimentos.Enfim, a todos estes benefcios acrescenta-se o desapare-cimento das gorduras hipodrmicas queimadas pelos raiosultravioletas e a eliminao da infiltrao celular pelosraios infravermelhos.

    OS MALEFCIOS DO SOLPara se dispor prudncia, deve saber o que se segue.Uma exposio demasiado prolongada pode provocar querum eritema, quer, mais gravemente, o aparecimento deempolas (flicteras) anlogas a queimaduras. Estas contmum lquido citrino (da cor do limo). O rosto, em parti-cular os lbios, as plpebras e as orelhas, pode inchar.

  • 171

    Flicteras importantes podem desencadear o aparecimentode manchas acastanhadas, indelveis (pigmentao reti-culada), ou engendrar (na sequncia do rebentamento dasempolas) persistentes e inestticas cicatrizes (em particularsobre o rosto).No protegidos por culos escuros, os olhos podem sersede de uma conjuntivite. Conhecem-se mesmo casos decegueira surgidos aps banhos de sol excessivamente pro-longados.As pessoas que sofram de ligeiras perturbaes circula-trias (sndroma das pernas pesadas, pequenas varizes,barros, etc.) podem ver estas agravar-se.Toda a cura do sol pode desencadear, mesmo nas pessoassaudveis, graves afeces menngeas ou doenas da pele(eczema, herpes, prurigo, acne, urticria, lpus eritema-toso, etc.).Enfim, nos ancios, os banhos de sol podem determinaracumulaes de pigmentos sobre a pele, depois espessa-mentos com formao de crostas. Pode haver ento perigode cancerao.

  • o sol

    -- ------Como tratar os males causados pelo solAs pontas de solSe for vtima de uma ponta de sol, tome um comprimido de aspmna eaplique sobre a parte atingida uma loo calmante especial. Proteja-ado sol cobrindo-a com uma pea de vesturio ligeira de linho ou dealgodo.Se tiver queimaduras, no rebente as empolas: d-lhes uma massagemsuave com a ajuda de uma pomada.

    A insolaoSobrevindo amide por ocasio de calores trridos, as insolaes susci-tam ofuscao da vista, zumbidos nos ouvidos, nuseas e uma alta detemperatura. O pulso torna-se rpido e a sede viva.Deite-se sombra num local fresco, se possvel, e bem arejado. Bebauma bebida fresca (mas no gelada). Desaperte a sua roupa e apliquecompressas frias sobre a testa e o ventre.

    O golpe de calorAcidente de frias assaz frequente, o golpe de calor, forma grave da inso-lao, causado pelos raios infravermelhos. Nas crianas novinhas e noslactentes, as suas consequncias podem ser dramticas visto que ele desen-cadeia por vezes uma hemorragia menngea.Na sua forma mais benigna, o golpe de calor traduz-se por dores decabea, nuseas e lassido febril. Neste caso, ponha compressas de guafria (ou gelo) sobre a testa do doente, aplique-lhe uma loo de guafria e faa-o absorver ch ou caf muito quente e muito aucarado. Sehouver perda de conhecimento, execute os mesmos gestos e mande ime-diatamente chamar um mdico. Enquanto espera, pratique a respiraoartificial (ver pgina 127).

    A ojtalmiaSe sente ofuscaes da vista depois de se ter exposto durante demasiadotempo a uma luz forte, ou se tem a impresso (dolorosa) de que se des-locam diante dos seus olhos pontos negros, porque sofreu um golpede luz.Ao regressar a casa, aplique em si mesmo um colrio descongestionante.Se for muito sensvel luz e se estiver numa praia de forte reverberao,tem at todo o interesse em escolher culos munidos de proteceslaterais.

  • 173

    AS INDICAESA aco tnica do sol pode ser utilizada, sozinha ou com-binada com outros tratamentos, para fins teraputicos(helioterapia) destinados a combater numerosas doenas.( alis por esta razo que ela entra praticamente em todasas curas de talassoterapia).

    Todas as tuberculoses extrapulmonares: sequelas de tuber-culoses sseas, steo-articulares, ganglionares, genitais, pe-ritoneias, cutneas. Os resultados so excelentes.Toda uma srie de aieces locais no tuberculosas: frac-turas de consolidao retardada, sequelas de ostetes e os-teomielites fistulizadas, afeces cutneas (como a acnee a furunculose).

    As feridas tonas (quer dizer, sem qualquer tendnciapara as melhoras nem para o agravamento) e as lcerasvaricosas (em especial as que se mostram rebeldes a qual-quer outro tratamento).

    As queimaduras, as escaras e as gangrenas.

    As astenias, as anemias, as convalescenas difceis.

    Enfim, na criana: o raquitismo e o linjatismo (caracteri-zados pela palidez, a astenia, as grandes amgdalas, a mi-cropoliadenopatia, a sensibilidade coriza e s anginas).

    AS CONTRA-INDICAESEm virtude da intensidade da sua aco, as curas de banhosde sol conhecem contra-indicaes.

  • o sol

    So pois proibidas aos:Hepticos autnticos (no confundir com os que padecemde uma ligeira insuficincia heptica, a maior parte dasvezes causada pelos erros alimentares).Na verdade, sob a aco do sol, o fgado descongestio-na-se, o apetite diminui, a tez torna-se amarela, as diges-tes laboriosas, a enxaqueca instala-se e podem aparecersangrias no nariz. Por vezes tambm, as inflamaes davescula despertam, acompanhadas de nuseas e de clicaheptica.

    Hipertensos, arteriosclerosos, pletricos sanguneos (fre-quentemente afligidos de uma colorao violcea do rosto)e cardacos (devido a fenmenos desencadeados pelos raiossolares).

    Tuberculosos pulmonares.

    So desaconselhados (ou pelo menos confinados a um li-mite restrito e com uma ac1imatao muito progressiva)aos:

    Asmticos (pode revelar-se neles um despertar das suasmanifestaes patolgicas).

    Deprimidos nervosos e, designadamente, neurastnicosanSlOSOS.

    Mulheres atingidas de metrites de tendncia hemorrgicacom tero congestivo volumoso.

    Hemorroidrios. Pr-tuberculosos pulmonares (podem so-brevir hemoptises graves com acesso febril e reacesmenngeas).

  • 175

    COMO EFECTUAR UMA CURA DE SOLSe no tomar cautela, o sol pode fazer estragos. A melhorprova disto que, no fim de cada perodo de frias, o n-mero de veraneantes doentes por causa do sol contribuipara o desespero (e tambm para ... a fortuna!) dos der-matologistas, oftalmologistas, flebologistas, radiologis-tas, etc. No se junte a eles tornando-se vtima da igno-rncia, do snobismo ou da imprudncia: julga-se podersuportar tudo, at ao dia em que ... se descobrem oftal-mias, manchas indelveis e... rugas.

    Ningum lhes escapa. Logo, prudncia e mais prudncia!Talvez escurea menos depressa, mas no ficar menosescuro. A helioterapia no deve ser a conquista de umacor bronzeada, mas sim a formao lenta e natural deum revestimento pigmentar dermo-epidrmico ".

    " G. Lambert: Vivez mieux grce Ia thalassothrapie (Mambom, 1968).

    A cura deve ser progressivaPara que ela seja benfica, uma cura de sol deve ser pro-gressiva. H dois mtodos sua disposio: o primeiroprescreve o assoalhamento de todo o corpo por sessesde uma durao progressiva, o segundo, o assoalhamentodo corpo por fraces, por zonas sucessivamente postas adescoberto.O melhor combinar os dois processos. Comece porum banho de sol de uma dezena de minutos de cada lado,e, se possvel, num local bem arejado. O vento impede aaco calrica. No dia seguinte, aumente a durao decinco minutos e a zona de exposio (at cintura).

  • o sol

    Se suportou bem estes primeiros assoalhamentos, no ter-ceiro dia exponha-se durante vinte minutos (dez minutosde cada lado) tapando apenas a cabea e os ombros.Em seguida, ponha-se inteiramente a descoberto e au-mente a durao da exposio: deixar de ter motivo paratemer as vermelhides, as queimaduras e as cefaleias.No fique muito tempo imvel, pois as queimaduras pro-duzem-se sempre nas superfcies perpendiculares aos raiossolares. Amorenar melhor e sem risco caminhando e me-xendo-se. Se os raios forem muito ardentes, use um cha-pu (cuidado com o golpe de calor e a insolao!)

    Saiba escolher o seu creme solarSe deseja obter um belo tom e evitar as pontas de sol, convm saberque existem duas espcies de cremes.

    Os cremes antissolaresDetendo os raios perigosos, eles protegem realmente e impedem o bron-zeamento. Aplique-os, pois, nos primeiros dias aps a chegada.

    Os cremes para bronzearContendo amide fotossensibilizadores (que aumentam a sensibilidade dapele luz), estes cremes no constituem uma autntica proteco paraa pele. Assim, no os aplique seno ao cabo de alguns dias, quandocomear a ficar queimado.Quer empregue uns ou outros, aprenda que no existe nenhum que sejaideal e que todos perdem a sua eficcia ao fim de uma ou duas horas.Se quiser proteger-se eficazmente, no se esquea de renovar frequente-mente a respectiva aplicao.

  • 177

    Evite adquirir manchasNunca se friccione antes e durante um banho de sol comum lquido base de lcool: poderiam ento formar-semanchas acastanhadas sobre o corpo, dificilmente apa-gveis.No se exponha se estiver sob tratamento base de sulfa-mida ou de antibitico e saiba que os acidentes so quasesempre o resultado de uma falta de hbito do organismoou do no-respeito da progressividade.Saiba igualmente que certos medicamentos alopticos(antibiticos, eosina, sais de acridina, tranquilizantes dotipo fenotiazina, certos diurticos) diminuem a resistnciada epiderme ao sol e podem criar verdadeiras reacesalrgicas ou fotodrmicas (inflamao da pele sob a acoda luz). Julga-se tambm que certas plulas contraceptivasprovocam o aparecimentos de manchas acastanhadas. En-to, se seguir uma cura destes medicamentos, redobre deprudncia!Em princpio, se o seu banho de sol for bem doseado, nodeve sentir mal-estar algum. No caso inverso (apareci-mento de cefaleias, taquicardia, insnia, eritema ou ou-tras perturbaes), abstenha-se de qualquer exposio nodia seguinte ... e redobre de prudncia.

    Depois do banho de solDe um modo geral, o banho de sol provoca uma fortesudao. De facto, a quantidade de suor exsudada podeatingir mais de um litro por hora (ao passo que para umatemperatura e uma actividade normais, ela raramente ex-cede 45 centilitros por hora).Esta abundante excreo origina evidentemente uma im-

    12

  • o sol

    portante perda de elementos minerais (magnsio, clcio,ferro, etc.) e faz diminuir notavelmente a quantidade degua e de cloreto de sdio contida no corpo.Importa assim compensar tais perdas. Para o conseguir,beba no uma bebida alcolica (vinho, cerveja, sidra, etc.),mas um copo de gua mineral ligeiramente salgada (Pe-dras Salgadas, por exemplo) e, com um quarto de horade intervalo, um copo de sumo de fruta *.

    VAR/AO SOBRE UM MESMO TEMA:O ASSOALHAMENTO TOTALSe, hoje em dia, toda a gente (ou quase) se dedica heliose, so ainda pouco numerosos os que se entregamao assoalhamento total (mantendo-se completamente nus)!No se trata de fazer aqui a apologia do naturismo (no esse o nosso propsito), mas tal no nos impede de acen-tuar que a heliose integral possui algumas virtudes.

    ,. o doutor Jean Dermeyer d aos seus doentesum copo de gua do mar salgada presso isotnica, e a seguir.; um quarto de horamais tarde, um copo de sumo de ma.

    A heliose integral suprime os entravesEm primeiro lugar, praticar a heliose integral equivale asuprimir todos os inconvenientes que resultam do uso devesturio. De facto, lembre-se que, sob a roupa, a peleenfraquece e perde o seu papel respiratrio, o seu papelde defesa microbiana, de resistncia s diferenas de tem-peratura, aos ventos e aos raios solares. Alm disso, Marc--Alain Descamps * afirma: A cintura de elstico do cal-

    * M.-A. Descamps: le Nu et le VtementParis, Editions Uniuersitaires, 1972).

  • 179

    o ou do soutien transtorna a presso capilar cutnea,entrava a irrigao da pele, provocando uma perda detono. O uso sobre o corpo de um fato de banho hmido uma aberrao. to desagradvel como perigoso. Causaarrefecimento e dor lombar, contribui para diminuir aresistncia s agresses microbianas.

    Ela activa as glndulas genitaisPor outro lado, o assoalhamento dos gnglios e das gln-dulas muito mais eficaz se for directo do que se agiratravs de um tecido, por muito leve que seja! Numerosostrabalhos cientficos, em especial os do doutor Fougeratde Lastour * e, mais recentemente, os do doutor Hckel,

    . Gaseado em 1917e curado pelo sol,o Dr. Fougerat de Lastour dedicou-se helioterapia integral e publicou a este respeito,em 1931, Vie et Lumire.

    provam a este respeito que o assoalhamento das glndulasgenitais activa e prolonga o perodo de maturidade sexual.Esta comea mais cedo e a sua fase final, a menopausa, retardada.

    Ela faz diminuir a sensao de fomeAo sol, a pele absorve calor e, portanto, calorias. Quantomais ela for exposta, mais calorias solares absorve e menoso corpo necessita de comida.Os naturistas ... apercebem-se de que reduzem por simesmos a sua rao alimentar e de que deixam de pre-cisar de calorias de complemento fornecidas pelo lcool.Mesmo a rao de carne pode ser progressivamente redu-zida. *

    . Le Nu et le Vtement, obra j citada.