structural shape optimization using a meshless method

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  • Optimizao da Forma de uma Estrutura Usando um Mtodo sem Malha

    Vtor Manuel da Costa Ferreira

    Dissertao do MIEM

    Orientador na FEUP: Prof. Lcia Maria de Jesus Simas Dinis

    Orientador na FEUP: Doutor Jorge Amrico Oliveira Pinto Belinha

    Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto

    Mestrado Integrado em Engenharia Mecnica

    Setembro 2012

  • ii

    Agradecimentos

    Com a concluso deste trabalho, fecha-se este percurso acadmico. Assim, pretendo

    aproveitar este espao para fazer os devidos agradecimentos a todas as pessoas que

    contriburam de forma essencial neste meu trajecto.

    Em primeiro lugar gostaria de agradecer Professora Lcia Maria de Jesus Simas Dinis,

    minha orientadora na dissertao, pela oportunidade e todas as condies que me

    proporcionou para o desenvolvimento deste projecto.

    Gostaria de agradecer ao Doutor Jorge Amrico Oliveira de Pinto Belinha, meu co-orientador

    neste projecto, por toda a compreenso e disponibilidade desde o primeiro momento.

    Agradecer-lhe por ter aturado algum que nunca foi um bom estudante durante este trabalho.

    De seguida gostaria de agradecer a todos os amigos e companheiros neste percurso, onde a

    escola deixou de ser cinzenta muda e passou a umas gargalhadas. Sem vocs existiriam mais

    noites de sono, mas poucas recordaes de insnias.

    minha Me e Pai por aquilo que me permitiram fazer, pelos ensinamentos dados e pelo

    Amor sem pedir nada em troca.

    Ao meu irmo pelos momentos divertidos e amizade.

    Finalmente, a ti Tnia Bochechas, pela amizade, carinho, pacincia e Amor incondicional

    demonstrados em todos os momentos, mas principalmente nos mais difceis, obrigado.

  • iii

  • iv

  • v

    Resumo

    O objectivo deste trabalho alargar o campo de aplicaes dos mtodos sem malha para o

    campo da optimizao de estruturas.

    A maior parte dos problemas resolvidos recorrendo a mtodos numricos assentam em

    formulaes de elementos finitos, no entanto no estudo de geometrias complexas ou o uso de

    elementos muito deformados leva a problemas numricos, o que influncia directamente a

    performance do mtodo. Assim, para contornar este problema, os mtodos sem malha, que

    so mtodos numricos mais flexveis e igualmente precisos, tm sofrido uma grande

    evoluo.

    O mtodo sem malha utilizado neste trabalho foi o NNRPIM Natural Neighbour Radial

    Point Interpolation Method desenvolvido pelo Doutor Belinha.

  • vi

  • vii

    Abstract

    The brief objective of the present Project is to extend a meshless method to a optimization of

    a structural shape.

    In the last twenty years the scientific community has witness the birth and development of

    several meshless methods. The finite element method (FEM) complex geometries or the

    generation of highly distorted elements causes low quality shape functions, which affects

    directly the performance of the FEM. Meshless methods appear to suppress this need. The

    meshless method used in this project is the Natural Neighbour Radial Point Interpolation

    Method (NNRPIM), a numerical method developed in FEUP. Although being a recent

    numerical method, the NNRPIM has already been extended to many engineering fields.

    The aim of this project is the extension of the NNRPIM to structural shape optimization.

  • viii

  • ix

    Sumrio

    1 Introduo ......................................................................................................................................... 11

    1.1 Estado da arte ................................................................................................................................. 11

    1.2 Objectivos do trabalho..................................................................................................................... 15

    1.3 Desenvolvimento da tese ................................................................................................................ 15

    2 Mtodos sem malha .................................................................. 17

    2.1 Introduo aos mtodos sem malha ............................................................................................... 17

    2.2 Natural Neighbour Radial Point Interpolation Method (NNRPIM) .................................................... 19

    2.2.1 Vizinhos naturais ............................................................................................................................. 20

    2.2.2 Clulas de influncia e Conectividade Nodal .................................................................................. 22

    2.2.3 Integrao Numrica NNRPIM ........................................................................................................ 23

    2.2.3.1 Ordem de integrao 0....................................................................................................... 25

    2.2.3.2 Ordem de integrao 1....................................................................................................... 26

    2.3 Construo das funes de forma .................................................................................................. 26

    2.4 Mecnica dos Slidos ..................................................................................................................... 29

    2.4.1 Equaes Fundamentais ................................................................................................................. 29

    2.4.2 Lei de Hooke Relao da tenso com a deformao ................................................................... 31

    2.4.3 Equaes de equilibrio .................................................................................................................... 32

    2.5 Formulao Matricial ....................................................................................................................... 32

    2.5.1 Forma Fraca de Galerkin ................................................................................................................ 32

    2.5.2 Matriz de rigidez .............................................................................................................................. 35

    2.5.3 Vector Fora .................................................................................................................................... 35

    2.5.4 Imposio das condies de Fronteira ............................................................................................ 36

    3 Estudos mtodos sem malha ............................................................................................................ 37

    3.1 RPIM ............................................................................................................................................... 37

    3.2 Estudo da convergncia .................................................................................................................. 38

    3.3 Estudo da integrao ......................................................................................................................... 39

    3.4 Estudo da influncia .......................................................................................................................... 40

    4 Exemplos Elasto-Plsticos ................................................................................................................ 44

    4.1 - Placa Quadrada submetida a tenso uni-axial ................................................................................. 44

    4.2 - Viga em consola .............................................................................................................................. 51

    4.3 Placa Quadrada com furo circular ...................................................................................................... 54

    5 Exemplos de Optimizao ................................................................................................................ 57

    5.1 Algoritmo de Optimizao ............................................................................................................... 57

    5.2 Viga em consola carga a meio da extremidade livre .................................................................... 60

    5.3 Viga em consola carga ponto superior da extremidade livre ........................................................... 65

    5.4 Estrutura sobre vrios carregamentos ............................................................................................... 70

    5.5 Influncia do parametro de optimizao.......................................................................................... 75

    6 Concluses ........................................................................................................................................ 78

    7 Bibliografia ......................................................................................................................................... 82

  • x

  • 11

    1 Introduo

    1.1 Estado da arte

    O mtodo dos elementos finitos (MEF) tem sido amplamente aplicado indstria e a

    problemas de engenharia, sendo as dificuldades da mecnica computacional cada vez

    mais complexas e exigentes. Para a resoluo de problemas que envolvam grandes

    deformaes, em que existam geometrias complexas, descontinuidades do domnio ou

    propagao de fracturas, o mtodo de elementos finitos, devido necessidade de uma

    malha no adequado para simular a realidade, pois no se adequa ao tratamento de

    descontinuidades que no coincidam com as linhas da malha inicial (Belytschko,

    Krongauz, Organ, Fleming, & Krysl, 1996).

    Assim surgem os mtodos sem malha, com o objectivo de eliminar o processo de

    gerao da malha, no entanto, muito destes mtodos recorrem a estas em algumas etapas

    do processo. Os mtodos sem malha, tal como o mtodo de elementos finitos, um

    mtodo de aproximao nmerica para a resoluo de equaes diferenciais, porm

    neste prossuposto a discretizao do domnio por ns colocados arbitariamente sem

    que exista qualquer tipo de interligao entre estes. Assim, esta metodologia permite

    definir as funes de aproximao nicamente em termos dos ns (Guedes, 2006).

    Apesar de os mtodos sem malha terem origem anterior a 1970 (Liu & Gu, 2005), o

    primeiro mtodo a ser desenvolvido de forma consistente surgiu na decada de 70 (Lucy,

    1977), o mtodo hidrodinmica de particulas suavizadas (SPH Smooth Particle

    Hidrodynamics), que foi usado para modelar fenmenos astrofsicos sem fronteiras

    como exploses de corpos celestes. Com base neste trabalho, surgem o Reproduced

    Kernel Particle Method (RKPM) (Liu, Jun, Li, Adee, & Belytschko, 1995), onde foram

    introduzidas correces nas funes peso, e o Corrected Smooth Particle

  • 12

    Hidrodynamics (CSPH) (Kulasegaram, 1999), modificando-se as funes de peso e do

    processo de integrao.

    J nos anos 90, Nayroles et al. apresentam o Diffuse Element Method (DEM) (Nayroles,

    Touzot, & Villon, 1992), o qual se baseia no mtodo dos mnimos quadrados mveis;

    Em 1994 melhoram o mtodo anterior criando assim o Element Free Galerkin Method

    (EFGM) (Belytschko, Lu, & Gu, Element free Galerkin methods, 1994), o qual um

    mtodo consistente e estvel. Resulta do refinamento do clculo das derivadas e do

    mtodo para a imposio das condies de fronteira essenciais.

    Uma outra formulao de mtodos sem malha o Finite Point Method (FPM) proposto

    por por Oate et. al (Oate, Idelsohn, Zienkiwicz, & Taylor, 1996) baseia-se na

    aproximao dos mnimos quadrados ponderados e um mtodo para a soluo de

    equaes que governam os fenmenos de escoamentos viscosos, incluindo efeitos de

    transferncia de massa e de calor. No entanto pode tambm ser aplicado a problemas de

    deformao elstica e plstica.

    Segundo Belytschko a aproximao pelo mtodo dos mnimos quadrados essencial

    para os mtodos sem malha apresentados anteriormente, que apesar de implementados

    com sucesso, apresentam dois problemas, nomeadamente, a dificuldade de

    implementao de condies de fronteira essenciais, devido falta da propriedade de

    Kronecker nas funes de forma, e devido complexidade nos algoritmos para o

    clculo das funes de forma e as suas derivadas.

    Para o primeiro problema foram encontradas vrias solues como o mtodo da

    penalidade (Zhu & Atluri , 1988), o mtodo da colocao (forma forte) (Wagner & Liu ,

    2000) ou o Lagrangiano (Lu, Belytshko, & Gu, 1994). A computao em paralelo

    (Danielson, Hao, Liu, Aziz Uras, & Li, 2000) uma tcnica onde vrios clculos so

    realizados em simultneo, contornando, assim, o problema da complexidade.

    Um mtodo que tem a mesma base que o EFGM o hp-clouds Method (Duarte &

    Tinsley, 1996) sendo mais flexvel no que se refere introduo de ns na malha

    durante a anlise.

    Um outro mtodo, baseado no mtodo dos mnimos quadrados mveis o proposto por

    Atluri e Zhu (Atluri & Zhu, 1998), Meshless Local Petrov-Galerkin (MLPG), aplicando

    localmente a formulao de Galerkin em subdomnios simples, como elipses, de forma

    de facilitar as integraes e evitar o uso de uma estrutura de elementos para o domnio

  • 13

    global. A criao deste mtodo teve o objectivo de estudar problemas de potencial linear

    e no linear.

    Um mtodo proposto para resolver os dois problemas expostos pelo uso do mtodo dos

    mnimos quadrados o Point Interpolation Method (PIM) (Liu & Gu, 2001). Neste, as

    funes de aproximao passam por cada n num domnio de influncia, e assim, as

    suas funes de forma tm a propriedade de Kronecker. Por outro lado, estas so

    simples quando comparadas com o mtodo dos mnimos quadrados.

    Um mtodo desenvolvido a partir deste ltimo o Radial Point Interpolation Method

    (RPIM) (Wang & Liu, 2002), que se baseia na combinao de funes de base radiais e

    polinomiais. A utilizao de funes de base radial permite ultrapassar a singularidade

    associada aos mtodos sem malha baseados nicamente em funes de fase polinomial.

    O Natural Element Method (NEM) (Braun & Sambridge) utiliza o mtodo de Galerkin

    para a resoluo das equaes em derivadas parciais. As coordenadas dos vizinhos

    naturais so obtidas atravs das clulas de Voroni e da triangulao de Delaunay.

    O Node-Based Smoothed Point Interpolation Method (NS-PIM) (Wu S. , Liu, Zhang ,

    Xu, & Li, 2009) um mtodo til para problemas de transfncia de calor onde so

    usadas geometrias e condies de fronteira complexas.

    O Edge-Based Point Interpolation Method (ES-PIM) (Wu S. , Liu, Cui, Nguyen, &

    Zhang, 2010) utilizando o polinmio do Point Interpolation Method na contruo das

    funes de forma com a propriedade da funo delta de Kronecker viabiliza o

    tratamento das condies de fronteira essenciais.

    Em todos os ramos da cincia a optimizao de recursos tem vindo a impor-se, levando

    a concepo de produtos com uma topologia melhorada, onde a distribuio de cargas

    efectuada sobre todo o volume da pea e no concentrada nos pontos de aplicao

    destas.

    Assim, os mtodos numricos so os grandes aliados destes estudos, onde o mtodo de

    elementos finitos est muito enraizado. Porm, este apresenta certas limitaes, como

    problemas que envolvam grandes deformaes devido necessidade de uma

    regenerao da malha ou perda de preciso nas fronteiras do problema (Boraru &

    Mukherjee, 1999).

  • 14

    Para contornar estes entraves recorremos aos mtodos sem malha, e no caso deste

    trabalho recorremos a estes para a optimizao de estruturas.

    Um dos primeiros trabalhos nesta rea surge por Bendse et al. (Bendse & Kikuchi)

    utilizando o mtodo da homogenizao que se baseia na representao de uma estrutura

    por um modelo de material compsito com vazios microscpicos onde procurada a

    melhor porosidade do meio. Outro mtodo desenvolvido em 1993 por Xie e Steven,

    nomeadamente, Evolutionary Structural Optimization (ESO) (Xie & Steven, 1993)

    objectivo de

    obter a melhor topologia. A escolha dos elementos a serem eliminados tem como base a

    contribuio de cada elemento em relao a um dado critrio de optimizao, como por

    exemplo, a tenso efectiva ou a energia de deformao. O trabalho On various aspects

    of evolutionary strutural optimization for problems with stiffness constraints (Nha Chu,

    Xie, Hira, & Steven, 1997) um ponto de partida para a familiarizao com este

    mtodo, onde so discutidos vrios problemas e influncias dos parmetros nos

    resultados da optimizao.

    Por outro lado, surge o Additive evolutionary structural optimisation (AESO) (Querin,

    Steven, & Xie, 2000), que segue a ideia introduzida pelo ESO, porm so adicionados

    elementos onde so mais necessrios. A evoluo deste algoritmo levou criao do Bi-

    directional evolutionary structural optimisation (BESO) (Querin, Young, Steven, &

    Xie, 2000), onde agora elementos podem ser eliminados e acrescentados.

    Com o desenvolvimento dos mtodos sem malha, a optimizao de estruturas passou a

    contar com novas ferramentas, no entanto ainda existem poucos trabalhos utilizando

    estes mtodos numricos. Em 2006 apresentado um trabalho (Cho & Kwak, 2006)

    para problemas elasto-estticos utilizando o mtodo RKPM, sendo um mtodo robusto e

    capaz de calcular deformaes elevadas. Em 2009 publicado um artigo sobre a

    optimizao de estruturas articuladas, (Lee, Lee, & Bae , 2009) utilizando o mtodo

    RPIM e testados alguns exemplos numricos. Os mtodos sem malha podem ser

    utilizados com sucesso para anlise de estruturas no-lineares como apresentado no

    artigo Topology design optimization of geometrically non-linear structures using

    meshfree method (Cho & Kwak, 2006).

  • 15

    1.2 Objectivos do trabalho

    Um dos pontos-chave em design estrutural, como em edifcios ou pontes, a rigidez da

    estrutura. Encontrar a melhor relao entre o custo e a rigidez um desafio

    interminvel, devendo o projectista procurar a geometria que melhor distribui o campo

    de tenses pelo menor volume de material possvel. Assim, ao longo de varias dcadas

    muitas teorias de optimizao foram aplicadas no design estrutural.

    A maior parte dos problemas resolvidos recorrendo a mtodos numricos assenta em

    formulaes de elementos finitos, no entanto no estudo de geometrias complexas ou o

    uso de elementos muito deformados leva formao de funes de forma de baixa

    qualidade, o que influncia directamente a performance do mtodo. Assim, para

    contornar este problema, os mtodos sem malha, que so mtodos numricos mais

    flexveis e igualmente precisos, tm sofrido uma grande evoluo.

    O mtodo sem malha escolhido neste projecto o mtodo de integrao radial por

    pontos usando vizinhos naturais, (Natural Neighbour Radial Point Interpolation

    Method NNRPIM) desenvolvido na FEUP.

    Este trabalho visa alargar o uso do NNRPIM para a optimizao topolgica de

    estruturas.

    1.3 Desenvolvimento da tese

    Este trabalho encontra-se dividido em seis captulos, incluindo esta introduo, onde

    foram abordados alguns trabalhos na comunidade cientfica, e uma inicializao aos

    conceitos dos mtodos sem malha. So tambm apresentados trabalhos realizados na

    rea da optimizao de estruturas. Por fim, uma reflexo sobre as razes para o

    desenvolvimento deste trabalho.

    No segundo captulo faz-se uma descrio dos mtodos sem malha, expondo as suas

    principais etapas. De seguida apresentada a formulao do NNRPIM e os pontos que o

    distinguem dos demais mtodos. Por ltimo efectuada uma reviso sobre a mecnica

    dos slidos, aonde se chegam s leis de deformaes dos corpos, utilizando uma

    formulao fraca.

  • 16

    No captulo 3 apresentado um estudo de convergncia do RPIM modificando vrios

    parmetros, para o problema de uma viga em consola sujeita a uma carga distribuda,

    como por exemplo, o nmero de ns ou o nmero de pontos de integrao usando

    malhas irregulares e regulares obtendo-se o valor do erro relativo das tenses e dos

    deslocamento de um determinado ponto.

    No captulo 4 so apresentados exemplos de validao do NNRPIM, onde feito um

    estudo de convergncia comparando com o RPIM e a soluo analtica, usando para isso

    o clculo do deslocamento e tenso de alguns pontos.

    De seguida so discutidos os resultados da optimizao de problemas, como a viga em

    consola ou uma viga simplesmente apoiada com varias cargas, onde so apresentadas as

    topologias finais, assim como a influncia de alguns parmetros nestas.

    Por ltimo temos as concluses deste trabalho, onde efectuada uma anlise critica aos

    resultados obtidos.

  • 17

    2 Mtodos sem malha

    2.1 Introduo aos mtodos sem malha

    Os mtodos sem malha tm ganho, na ltima dcada, bastante importncia para

    resoluo de equaes diferenciais parciais, apresentando a vantagem de no ser

    necessrio construir uma malha. Nestes, os ns podem ser distribudos de forma

    arbitrria uma vez que as funes so aproximadas com um domnio de influncia ao

    invs de um elemento (Gu, 2005). Em oposio regra de no sobreposio entre

    elementos do mtodo de elementos finitos, nos mtodos sem malha os domnios de

    influncia podem e devem sobrepor-se entre si (Belinha, 2010). Um mtodo sem malha

    dividido em trs fases nucleares: funes de aproximao ou interpolao, formulao

    e integrao (Gavete, Alonso, Benito, & Urea, 2004).

    As funes de aproximao necessitam de um domnio de aplicabilidade, tendo cada n

    um domnio de influncia, no qual a funo de aproximao no nula. Nos mtodos

    sem malha este domnio designado por domnio de influncia, sendo necessria a sua

    determinao para cada n. Devido variao da forma e do tamanho consoante o n. O

    mtodo para a determinao do domnio de influncia depende do mtodo sem malha

    utilizado (Belinha, 2010).

    A formulao utilizada pelos mtodos sem malha pode ser classificada segundo duas

    categorias: a formulao forte e a formulao fraca. A forma forte usa directamente as

    equaes diferenciais parciais, para obter a soluo. Por outro lado, a formulao fraca

    usa o princpio variacional para minimizar o resduo ponderado das equaes

    diferenciais (Belinha, 2010). O resduo obtido pela substituio da equao da soluo

    exacta por uma funo de aproximao multiplicada por uma funo teste (Belinha,

    2010). A formulao fraca muito importante, pois, na aplicao a casos prticos, as

  • 18

    equaes diferenciais no admitem solues suficientemente suaves, sendo a forma

    fraca a nica ferramenta que as permite resolver (Belinha, 2010).

    Para calcular o integral do resduo ponderado da equao diferencial necessrio

    escolher um mtodo de integrao. A integrao pode ser realizada atravs de uma

    malha de integrao em segundo plano, que compreenda todo o domnio do problema

    que composta pelos pontos de integrao. Estes devem estar definidos em termos de

    rea de influncia, que no se deve sobrepor, e um peso, que corresponde massa

    terica infinitesimal. No mtodo de integrao descrito utilizada uma malha de

    integrao, normalmente, independente da malha nodal, o que deprecia a designao de

    mtodo sem malha. Noutros mtodos de integrao a malha de integrao a prpria

    malha nodal, passando os ns a serem os pontos de integrao, onde a rea de influncia

    do ponto de integrao a rea de influncia do n e o peso de integrao substitudo

    pelo volume de influncia do n (Belinha, 2010). Estes esquemas de integrao, ao

    contrrio da opinio de alguns autores, so to precisos quanto os primeiros e

    apresentam-se como mtodos verdadeiramente sem malha (Belinha, 2010).

  • 19

    2.2 Natural Neighbour Radial Point Interpolation Method (NNRPIM)

    O NNRPIM resulta da combinao do Radial Point Interpolation Method (RPIM) com

    os conceitos geomtricos dos vizinhos naturais. O RPIM tem como base o Point

    Interpolation Method (PIM), que consiste na construo das funes interpoladoras

    polinomiais, baseadas apenas num grupo de pontos distribudos, que possuem a

    propriedade de delta de Kronecker, as quais so derivadas usando princpios

    variacionais. No entanto, este mtodo apresenta muitos problemas numricos, e assim,

    para evit-los, foi criado o RPIM. Neste mtodo uma base de funes radiais foi

    adicionada na construo das funes de interpolao, que permitiu, assim, estabilizar o

    mtodo. (Belinha, 2010)

    O NNRPIM o passo seguinte no RPIM. A conectividade nodal obtida atravs de

    uma clula de influncia ou invs do domnio de influncia utilizada no RPIM. Assim,

    para a obteno das clulas de influncia, so consideradas as construes geomtricas e

    matemticas como os diagramas de Vorono (Vorono, 1908) e a triangulao de

    Delaunay (Delaunay, 1934). Desta forma, atravs das clulas de Vorono, um conjunto

    de clulas de influncia criado a partir de um conjunto de ns no estruturado.

    Os tringulos de Delaunay so aplicados para criar uma malha de fundo, dependente dos

    ns, usada na integrao das funes de interpolao do NNRPIM (Belinha, 2010).

    Devido dependncia da malha de integrao relativamente malha nodal, o NNRPIM

    pode ser considerado um mtodo verdadeiramente sem malha. Pelo contrrio, no MEF,

    as restries geomtricas dos elementos so impostas para a convergncia do mtodo,

    enquanto no NNRPIM no existem essas restries, permitindo uma distribuio dos

    ns totalmente aleatria para a discretizao do problema. As funes de interpolao

    do NNRPIM utilizam a forma fraca de Galerkin, e so construdas de uma forma

    semelhante ao mtodo RPIM, no entanto com algumas diferenas que alteram o

    desempenho do mtodo (Belinha, 2010).

  • 20

    2.2.1 Vizinhos naturais

    O conceito de vizinho natural foi introduzido por Sibson (Sibson, 1987) para

    ajustamento de dados e suavizao. No NNRPIM, o conceito de vizinhos naturais

    usado para a criao das clulas de influncia e para auxlio da malha de integrao.

    Para a determinao dos vizinhos naturais de cada n pertencente malha global

    utilizam-se diagramas de Vorono e a triangulao de Delaunay.

    Considerando num espao Euclidiano 2, um conjunto N, com N ns distintos

    (Belinha, 2010),

    21,..., nN n n (1.1)

    O diagrama de Vorono de N a diviso do domnio definido por N em sub-regies IV .

    A cada regio IV associada ao n I , In , para que qualquer ponto no interior de IV est

    mais prximo de In do que outro n, Jn . Por termos mais simples, IV o lugar

    geomtrico onde todos os pontos esto mais prximos de In do que de outro n

    (Belinha, 2010).

    Figura 1 a) conjunto inicial de potenciais ns vizinhos. b) Clula final contendo ns vizinhos. c) Clula de

    Vorono. d) Diagrama de Vorono.

    Para a construo de uma clula, consideremos a figura 1(a) que representa um conjunto

    de potenciais vizinhos. Observando a figura 1(b), os ns vizinhos so obtidos pela

    interseco de domnios, cujos limites so definidos pela linha que intersecta o n J (n

  • 21

    potencialmente vizinho) e normal linha tracejada 0J, onde 0 o n de interesse. Por

    definio, s os ns no permetro do domnio final, V0*, so considerados como ns

    vizinhos (Belinha, 2010). A clula de Vorono, V0, obtida como representado na

    figura 1 (c). A clula V0 a forma homottica de . Um procedimento similar

    aplicado para a determinao das restantes clulas.

    Como acima mencionado, o diagrama de Vorono usado para a criao das clulas de

    influncia, ou seja, a imposio da conectividade entre os ns.

    usada outra ferramenta, a triangulao de Delaunay, para a criao da malha de

    integrao. Para a sua construo, so usadas a clulas de Vorono que possuem

    domnios comuns. A dualidade entre o diagrama de Vorono e a triangulao de

    Delaunay implica que uma aresta de Delaunay exista entre dois ns no plano se e s se

    as suas clulas de Vorono partilharem uma aresta comum. Uma importante

    caracterstica dos tringulos de Delaunay o critrio do circuncrculo vazio (Lawson,

    1977). Se um conjunto de ns t j k ln n n n N

    formam um tringulo Delaunay

    ento um circuncrculo formado por um tringulo tn no contm mais ns de N . No

    contexto da interpolao de vizinhos naturais estes crculos so conhecidos como

    circuncrculos naturais vizinhos (Watson, 1992). Como representado na figura 2

    (Belinha, 2010) o centro do circuncrculo natural vizinho o vrtice da respectiva clula

    Vorono.

    Figura 2 a) Diagrama de Vorono inicial. b) Triangulao de Delaunay. c) Circuncrculos naturais vizinhos.

  • 22

    2.2.2 Clulas de influncia e Conectividade Nodal

    Nos trabalhos iniciais com RPIM (Liu, 2001; Wang 2002) a conectividade nodal

    obtida pela sobreposio dos domnios de influncia de cada n. Estes domnios so

    obtidos procurando ns suficientes dentro de uma rea fixa, para problemas

    bidimensionais, no caso tridimensional utiliza-se um volume. No entanto, a variao do

    tamanho e forma destes domnios de influncia ao longo do domnio do problema afecta

    o desempenho do mtodo e a sua soluo final (Belinha, 2010). importante que todos

    os domnios de influncia do problema tenham um nmero aproximado de ns. No caso

    de existirem fronteiras irregulares ou aglomerados de ns na malha nodal estes podem

    induzir domnios de influncia desequilibrados (Belinha, 2010). Assim, estes domnios

    no devem ter formas regulares nos procedimentos dos mtodos sem malha. Ento, no

    NNRPIM, a conectividade nodal imposta pela sobreposio de domnios de influncia

    (Dinis, Jorge, & Belinha, 2007). A clula formada por n ns que contribuem para a

    interpolao do ponto de interesse designado por clula de influncia. Apesar de na

    figura abaixo estar representado s a determinao para o caso bidimensional, este

    conceito pode ser aplicado ao espao D-dimensional (Belinha, 2010).

    Figura 3 a) clulas de influncia de primeiro grau. b) clulas de influncia de segundo grau.

  • 23

    Podemos classificar as clulas de influncia em dois tipos:

    Clula de influncia de primeiro grau: Um ponto de interesse, xi, procura pelos ns

    vizinhos de acordo com o diagrama de Vorono, ou seja, clula de influncia de

    primeiro grau constituda pelos primeiros vizinhos naturais.

    Clula de influncia de segundo grau: da mesma forma que nas clulas de primeiro

    grau, um ponto de interesse procura os seus vizinhos naturais e constri as clulas

    atravs do diagrama de Vorono. Aps este procedimento, os vizinhos naturais dos

    primeiros vizinhos do ponto de interesse, xi, so adicionados clula de influncia.

    Numa fase inicial, depois da discretizao do domnio numa malha de ns, as clulas de

    Vorono so construdas. Estas clulas podem ser consideradas como uma malha de

    fundo com o propsito de integrao, sendo determinada a clula de influncia para

    cada um dos pontos de integrao (Belinha, 2010).

    2.2.3 Integrao Numrica NNRPIM

    A integrao numrica usada neste trabalho baseia-se, como explicado anteriormente,

    na triangulao de Delaunay e na tesselao de Vorono. (Belinha, 2010)

    Com a construo das clulas de Vorono, , a interseco dos pontos, (das arestas

    da vizinhana de ) pode ser estabelecida, e ento, os pontos mdios, , so obtidos.

    Assim, as clulas de Vorono so divididas em n quadrilteros, formando clulas

    menores, (Belinha, 2010).

    Figura 4 a) Clula de Vorono e respectivos pontos de interseco. B) Pontos mdios e respectivos quadrilteros

    gerados. c) Quadriltero resultante.

    S

  • 24

    Para uma malha regular, os pontos mdios coincidem com as arestas de interseco

    dos pontos . Analisando a figura 5 podemos afirmar que esta coincidncia geomtrica

    leva formao de tringulos, em vez de quadrilteros, como no caso da malha irregular

    (Belinha, 2010).

    Qualquer n com J ns vizinhos, que juntos formam a clula de Vorono ,

    contendo J sub-clulas, , onde,

    1

    , 0I Ii Ii

    n

    V S S

    i

    A A A (1.2)

    sendo a rea da clula de Vorono e a rea da sub-clula (Belinha, 2010).

    O esquema de integrao tanto mais simples quanto mais coincidente o ponto de

    integrao for com cada n. Ento o peso de cada ponto de integrao a soma de cada

    uma das reas das sub-clulas. Este tipo de integrao no suficiente para integrar as

    funes de interpolao do mtodo NNRPIM, sendo ento necessrio um procedimento

    de estabilizao (Dai, Liu, Han, & Li, 2006), que aumenta o custo do mtodo

    computacional reduzindo a eficincia do NNRPIM (Belinha, 2010).

    S

    Figura 5 a) Clula de Vorono. b) gerao do tringulo. c) tringulo gerado.

  • 25

    2.2.3.1 Ordem de integrao 0

    As coordenadas de cada ponto de integrao so calculadas em cada sub-clula, IiS ,

    sendo o peso de cada ponto de integrao a rea da respectiva sub-clula. Numa malha

    irregular, sendo, neste caso, as sub-clula de forma quadrangular, as coordenadas so

    obtidas atravs de 4

    1

    1

    4I ix x . Pelo contrario, aquando de utilizao de uma malha

    regular, as coordenadas so obtidas atravs de 3

    1

    1

    3I ix x .

    Tendo como base a figura 6, a rea do quadriltero vem,

    2 1 2 1 4 1 4 1

    3 1 3 1 3 1 3 1

    1 det det2I

    x x y y x x y yA

    x x y y x x y y (1.3)

    e a rea do tringulo,

    2 1 2 1

    3 1 3 1

    1 det2I

    x x y yA

    x x y y (1.4)

    Figura 6 Formas triangular e quadrangular e respectivo ponto de integrao

  • 26

    2.2.3.2 Ordem de integrao 1

    Usando este esquema de integrao, as formas apresentadas na figura 6, passam a ser

    divididas em quadrilteros. Comea-se por determinar o centro geomtrico do tringulo

    ou quadriltero original, e atravs deste e dos pontos mdios das arestas, obtm-se os

    novos quadrilteros, como representado na figura 7.

    Para cada uma destas subreas utiliza-se o esquema de integrao zero, como

    apresentado no ponto anterior.

    2.3 Construo das funes de forma

    Consideremos uma funo ( )u x ,definida no domnio , que contm um certo nmero

    de pontos dispostos arbitrariamente, N . assumido que s os ns dentro da clula de

    influncia do ponto de interesse Ix tm influncia em ( )Iu x . O valor da funo ( )Iu x

    no ponto de interesse Ix dado por,

    1 1

    ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ), ( ) ,n m

    T T

    I i I j I i I j I I I

    i i

    aR a P b

    bu x x x x x R x P x (1.5)

    Figura 7 Esquema de integrao de ordem 1 para as forma triangular e quadrangular.

  • 27

    onde ( )i IR x a base de funes radiais (RBF) e n representa o nmero de ns dentro

    da clula de influncia de Ix . Os coeficientes e i I j Ia bx x so os coeficientes de

    e i I j IR Px x , respectivamente (Belinha, 2010).

    Os vectores na equao (1.5) so definidos por,

    1 2

    1 2

    1 2

    1 2

    , ,..., ,

    , ,..., ,

    , ,..., ,

    , ,..., ,

    T

    I I n I

    T

    I I m I

    T

    I I n I

    T

    I I m I

    R R R

    P P P

    a a a

    b b b

    R x x x

    P x x x

    a x x x

    b x x x

    (1.6)

    O nmero de monmios m da base polinomial deve ser menor que o nmero de ns,

    m n , para obter uma funo mais estvel (Belinha, 2010). Para garantir a consistncia

    das funes do RPIM adicionaram-se polinmios, assegurando assim, a reproduo de

    um campo linear (C1 consistncia) e consequentemente ajudar o RPIM a passar o

    patch-test (Belinha, 2010). Trabalhos anteriores (Lawson, 1977) utilizando RPIM

    apoiam a ideia que o mtodo em conjunto com a RBF no consistente e tem

    dificuldades em reconstruir um campo linear de forma exacta. No entanto, foi provado

    que o RPIM no requer uma funo de base polinomial para passar o patch-test, o que

    reduz bastante o tempo de computao (Belinha, 2010). Numa base de funes radiais, a

    varivel a distncia Iir entre o ponto Ix e o ponto vizinho ix .Para problemas num

    espao bidimensional a distancia Iir vem,

    2 2 1/2[( ) ( ) ]Ii I i I ir x x y y (1.7)

    Este trabalho utiliza a funo multiquadrada (MQ) desenvolvida por Hardy (Hardy,

    1971), definida por,

    2 2( ) ( ) pIi IiR r r c (1.8)

    onde c e p so parmetros de forma que necessitam de optimizao (Wang & Liu,

    2002), pois carecem de preciso e estabilidade (Dinis, 2007). Esta a maior

  • 28

    desvantagem dos mtodos sem malha que utilizam funes de base radial, pois a

    modificao dos parmetros afecta o performance das funes de base radial e no

    existem mtodos eficientes para obter valores ptimos para c e p.

    A base de funes polinomiais definida pelos seguintes monmios, para uma anlise

    em 2D,

    2 2[1, , , , , ]T x y x xy yP (1.9)

    No entanto, utilizou-se a base nula, que corresponde ausncia do polinmio da base,

    simplificando a equao (1.5) (Belinha, 2010).

    Com o uso de uma base polinomial, existe um requerimento extra para garantir uma

    aproximao nica (Liu, Bernard, & Chun, 2006):

    1

    ( ) ( ) 0 ( ) ( ) 0 , 1,2,...,n

    T

    j i i i i i

    i

    P a j mx x P x a x (1.10)

    Substituindo na equao (1.5), podemos escrever, sobre a forma matricial,

    00

    Q ms

    T

    m

    R Pu a aG

    P b b (1.11)

    onde,

    1, 2 ,...,

    T

    s nu u uu (1.12)

    11 12 1

    21 22 2

    1 1

    ( ) ( ) ( )

    ( ) ( ) ( )

    ( ) ( ) ( )

    n

    n

    Q

    n n nn

    R r R r R r

    R r R r R r

    R r R r R r

    R (1.13)

    1 1 2 1 1

    1 2 2 2 2

    1 2

    ( ) ( ) ( )

    ( ) ( ) ( )

    ( ) ( ) ( )

    m

    m

    m

    n n m n

    P x P x P x

    P x P x P x

    P x P x P x

    P (1.14)

  • 29

    Devido distncia ser independente da direco, ( ) ( )ij jiR r R r , a matriz QR uma

    matriz simtrica, e assim a soluo nica obtida se a matriz QR admitir inversa.

    Substituindo na equao (1.4),

    1( ) ( ), ( )0

    ( )

    sT T

    I I I

    I s

    aG

    b

    uu x R x P x

    (1.15)

    onde ( )I representa a matriz de funes de forma, definida por,

    1 2( ) ( ), ( ),... ( ),..., ( )I I I k I n I (1.16)

    2.4 Mecnica dos Slidos

    2.4.1 Equaes Fundamentais

    Considerando o slido de o domnio , com superfcie de fronteira e foras de

    volume b , como representado na figura 8. Podemos dividir esta fronteira em dois tipos,

    as fronteiras essenciais u e as naturais t . As primeiras relacionam-se com os

    impedimentos dos deslocamentos, enquanto as naturais esto relacionadas com a

    aplicao das cargas t . (Belinha, 2010)

    Figura 8 - (Belinha, 2010) Slido de domnio e superfcie , sujeito a um campo de foras t , aplicado na

    fronteira natural t e deslocamentos restringidos na fronteira essencial u .

  • 30

    Considerando um volume infinitesimal do slido de dimenses , sujeito a

    um estado de tenso na sua superfcie, com seis componentes distintas,

    xx xy xz

    yx yy yz

    zx zy zz

    (1.17)

    ou ainda na forma vectorial,

    T

    xx yy zz xy yz zx (1.18)

    com as correspondentes deformaes,

    T

    xx yy zz xy yz zx (1.19)

    Considerando u, v e w como os deslocamentos segundo as direces x, y e z,

    xx xy

    yy xy

    zz xy

    u u v

    x y x

    v v w

    y z y

    w w u

    z x z

    (1.20)

    Sob a forma matricial, as equaes anteriores vm,

    Lu (1.21)

    onde L o operador diferencial e u o campo de deslocamentos,

    0 0 0

    L 0 0 0

    0 0 0

    x y z

    y x z

    z y x

    u

    v

    w

    u

    (1.22)

  • 31

    2.4.2 Lei de Hooke Relao da tenso com a deformao

    Atravs da Lei de Hooke generalizada possvel relacionar a tenso e a deformao,

    considerando uma deformao que no ultrapasse os limites elsticos do material.

    Assim,

    c (1.23)

    onde c representa a matriz das propriedades do material determinadas

    experimentalmente. A lei enunciada pode ser expressa em funo da tenso,

    s (1.24)

    onde,

    1s c (1.25)

    10 0 0

    10 0 0

    10 0 0

    10 0 0 0 0

    10 0 0 0 0

    10 0 0 0 0

    yx zx

    x y z

    yx zy

    x y z

    yzxz

    x y z

    xy

    yz

    xz

    E E E

    E E E

    E E E

    G

    G

    G

    s (1.26)

    onde representa o mdulo de Elasticidade segundo a direco i, representa o

    coeficiente de Poisson na direco j quando aplicada uma tenso segundo a direco i

    e representa o mdulo de corte entre as direces ij (Belinha, 2004).

    Esta matriz utilizada para materiais ortotrpicos, sendo as constantes obtidas

    experimentalmente. Graas simetria da matriz, possvel relacionar o coeficiente de

    Poisson com o mdulo de Elasticidade.

  • 32

    2.4.3 Equaes de equilbrio

    As componentes do tensor de tenses tm de satisfazer as seguintes equaes de

    equilbrio:

    0 TL b (1.27)

    T (1.28)

    Substituindo na equao (1.28), de forma a simplificar, as equaes (1.22) e (1.24),

    0TL c L u b (1.29)

    2.5 Formulao Matricial

    O sistema de equaes da forma forte o sistema de equaes diferenciais que

    governam o caso em estudo. Idealmente, atravs desta, obtemos a soluo exacta para o

    problema, no entanto, para problemas complexos de engenharia extremamente difcil

    (Belinha, 2004).

    Pelo contrrio, a forma fraca requer uma consistncia menor nas funes de

    aproximao escolhidas (Belinha, 2004). Assim, as formas fracas produzem um sistema

    de equaes algbricas estveis que conduzem a resultados mais precisos que a forma

    forte (Belinha, 2004).

    2.5.1 Forma Fraca de Galerkin

    A forma fraca de Galerkin um princpio variacional baseado num princpio energtico.

    De todas as possveis configuraes de deslocamento que respeitem as condies de

    compatibilidade e as condies de fronteira essenciais, a configurao que corresponde

    soluo real aquela que minimiza o Langrangiano, L,

    fL T U W (1.30)

  • 33

    sendo o funcional L a energia potencial elstica, onde T representa a energia cintica,

    U a energia de deformao e fW o trabalho produzido pelas foras exteriores (Belinha,

    2010).

    Na forma integral, a energia cintica definida por,

    1

    d2

    TT u u (1.31)

    onde u a velocidade e a densidade do slido. A energia de deformao, para

    materiais elsticos, definida por,

    1

    d2

    TU (1.32)

    onde representa o vector deformao e representa o vector tenso. O trabalho

    produzido pelas foras exteriores definido por,

    d d

    t

    T T

    fW u b u t (1.33)

    Minimizando a equao (1.30) e aps a manipulao dos vrios termos (Belinha, 2010),

    obtm-se, negligenciando o termo da energia cintica, uma vez que se trata de um

    problema esttico, a equao (1.34)

    c d d d 0

    t

    T T TLu Lu u b u t (1.34)

    A equao acima representa a forma fraca de Galerkin escrita em funo do

    deslocamento para o caso do problema esttico. A principal vantagem desta equao

    no ser necessria a integrao por partes para ser resolvida (Belinha, 2004).

    Para obter o campo de deslocamentos, necessrio aproximar o deslocamento num

    ponto usando as funes de forma e os parmetros do deslocamento nodal dos ns

    contidos no domnio do ponto. O prximo passo consiste em obter um conjunto de

    equaes algbricas atravs da equao (1.34), e resolvendo essas equaes obtm-se

    valores do campo de parmetros nodais do deslocamento para os ns do domnio do

    problema (Belinha, 2004).

  • 34

    Para a obteno do campo de deslocamentos temos,

    ( )tn n

    h

    i j j

    j i

    u x u (1.35)

    onde tn o nmero total de ns do problema, n o nmero de ns dentro do domnio de

    influncia do n i, ( )i jx representa do valor da funo de forma do n i em relao ao

    n j, sendo j o ponto de interesse, hju o campo de parmetros nodais do deslocamento

    e u o campo de deslocamentos.

    A formulao utilizada pelo NNRPIM estabelecida em termos da forma fraca da

    equao diferencial. Num contexto de utilizao na mecnica dos slidos necessria a

    utilizao da equao do trabalho virtual,

    d d d 0L d d d (1.36)

    onde a deformao d duB , em que B representa a matriz de deformao,

    0

    0

    T

    x

    y

    y x

    B (1.37)

    o que substituindo no segundo termo da equao (1.37) obtemos,

    d d d 0L du d d (1.38)

  • 35

    2.5.2 Matriz de rigidez

    A matriz de rigidez pode ser determinada tendo em considerao a variao do trabalho

    virtual no segundo termo da equao (1.38), em ordem aos deslocamentos generalizados

    ,du

    0

    [ d ]

    d d

    T

    I

    T T

    dL d

    d d

    d

    B

    B

    K u

    (1.39)

    onde dB 0 pois apenas so consideradas deformaes pequenas, o que faz com que a

    matriz B seja independente de u ; d definida como,

    d c d (1.40)

    substituindo na equao (1.26),

    dT

    IdL cB B K (1.41)

    2.5.3 Vector Fora

    O terceiro termo da equao (1.38) representa as foras de volume que actuam sobre o

    slido e o quarto termo as foras aplicadas sobre a fronteira, que podem ser reescritos

    como,

    2 d bdL d db u f (1.42)

    3 d tdL d dt u f (1.43)

    onde o vector fora f definido por,

    b tf f f (1.44)

    que na forma matricial vem,

  • 36

    d dT T tf H b H (1.45)

    sendo H a matriz das funes de interpolao para o n de interesse i definida por,

    i iH I (1.46)

    onde i a funo de interpolao para o n i e I a matriz identidade (Belinha, 2010).

    2.5.4 Imposio das condies de Fronteira

    Devido propriedade de Kronecker das funes de interpolao as condies de

    fronteira podem ser impostas directamente. Podemos distinguir dois tipos de fronteira,

    nomeadamente, a fronteira essencial, que est relacionada com os deslocamentos, e a

    fronteira natural, que est relacionada com a aplicao de foras. Atravs da equao do

    trabalho virtual (1.36), a equao de equilbrio pode ser reescrita sobre a forma

    matricial,

    Ku f (1.47)

    cc cd c c

    dc dd d d

    K K u f

    K K u f (1.48)

    onde cu so os deslocamentos desconhecidos, du so os deslocamentos prescritos,

    e c df f so respectivamente, as foras aplicadas conhecidas e as reaces desconhecidas

    devido imposio dos deslocamentos (Belinha, 2010).

  • 37

    3 Estudos mtodos sem malha

    3.1 RPIM

    A abordagem aos mtodos sem malha comeou pelo estudo da formulao RPIM, num

    programa desenvolvido pelo Doutor Jorge Belinha, em MATLAB.

    Assim, a formulao escolhida a descrita por (Wang & Liu, 2002), onde os parmetros

    de forma . Quando no esta a ser estudado o esquema de integrao

    nem o domnio de influencia, foram considerados, respectivamente pontos de

    integrao por clula de integrao e os dezasseis ns mais prximos do ponto de

    interesse.

    Para todos os exemplos foi considerada uma viga, representada na figura 9, sob uma

    carga vertical uniformemente distribuda na extremidade livre, de intensidade

    . Para as propriedades materiais da viga considerou-se um mdulo de elasticidade

    e um coeficiente de Poisson . A viga apresenta um comprimento

    , uma largura e profundidade de .

    Figura 9 Viga em consola

  • 38

    As coordenadas do ponto A so .

    3.2 Estudo da convergncia

    Para o estudo da convergncia do mtodo utilizou-se o erro relativo do deslocamento

    vertical do ponto A, variando o nmero de ns e consequentemente o nmero de pontos

    de integrao. Assim, a equao do erro relativo vem,

    RPIM exacto

    exacto

    v vErro

    v (1.49)

    Figura 10 - Deslocamento do ponto A usando a formulao terica e o RPIM com uma malha regular e

    irregular.

    Observando a figura com os resultados do deslocamento vertical do ponto A,

    constatamos que o valor independente do tipo de malha utilizada, ou seja, o

    deslocamento calculado do ponto A muito semelhante utilizando uma malha regular

    ou uma malha irregular. Consequentemente os resultados obtidos comportam-se de

    igual modo em relao soluo exacta. Quando usado um nmero de ns baixo o

    deslocamento obtido moderadamente diferente da soluo exacta, no entanto quando o

    nmero de ns aumenta esta diferena diminui. Os dados obtidos com a formulao

    RPIM parecem convergir para um valor, no entanto sempre superior soluo exacta.

    4.50E-01

    4.60E-01

    4.70E-01

    4.80E-01

    4.90E-01

    5.00E-01

    5.10E-01

    5.20E-01

    5.30E-01

    5.40E-01

    1.E+00 1.E+01 1.E+02 1.E+03 1.E+04

    De

    slo

    ca

    me

    nt

    o [

    mm

    ]

    log(nmero de ns)

    v RPIM REGULAR

    v RPIM IRREGULAR

    v Exact

  • 39

    Figura 11 - Erro do deslocamento vertical do ponto A para uma malha regular e irregular em relao

    soluo exacta.

    A figura 11 refora a ideia que em ambos os casos, existe uma diminuio do erro com

    o aumento do nmero de ns.

    3.3 Estudo da integrao

    Para o estudo da integrao, considerou-se o mesmo exemplo anterior, com as mesmas

    propriedades materiais e de carregamento. Neste caso, fez-se variar a malha de fundo de

    integrao, considerando-a cada vez mais densa. Utilizaram-se duas malhas, uma

    regular e outra irregular, ambas com 297 ns, para o estudo do deslocamento do ponto

    A.

    1.E-03

    1.E-02

    1.E-01

    1.E+00

    1.E+00 1.E+01 1.E+02 1.E+03 1.E+04lo

    g(E

    rr)

    log(nmero de ns)

    RPIM REGULAR

    v RPIM IRREGULAR

    5.00E-01

    5.10E-01

    5.20E-01

    5.30E-01

    5.40E-01

    5.50E-01

    5.60E-01

    5.70E-01

    0 2 4 6 8 10

    De

    slo

    ca

    me

    nto

    [m

    m]

    nmero pontos de integrao por n

    V REGULAR

    V IRREGULAR

    v Exact

    Figura 12 - Deslocamento do ponto A usando a formulao terica e o RPIM com uma

    malha regular e irregular.

  • 40

    Analisando a figura, o deslocamento vertical do ponto A, podemos afirmar que existe

    convergncia dos valores obtidos quer para uma malha regular quer para uma malha

    irregular, alm de que quando utilizado um nmero suficientemente elevado de pontos

    de integrao por n, o tipo de malha no muito relevante pois os resultados do

    deslocamento vertical atravs do RPIM so anlogos. Contudo, o valor do deslocamento

    obtido, independentemente da malha, um valor diferente do valor exacto, apresentado

    a malha regular melhores resultados, quer a nvel de convergncia quer em valor de

    deslocamento quando o nmero de ns baixo.

    No entanto existe uma zona aonde o deslocamento calculado aproxima-se do

    deslocamento exacto para um nmero intermdio de pontos de integrao.

    Figura 13 - Erro do deslocamento vertical do ponto A para uma malha regular e irregular em relao

    soluo exacta.

    Esta ltima afirmao apoiada quando observamos o grfico da figura 13, onde se

    nota claramente a zona aonde o erro menor para um nmero intermdio de pontos de

    integrao.

    Percebemos que, mais uma vez, existe um valor para o qual a formulao RPIM

    converge, com o aumento do nmero de pontos de integrao, tanto usando uma malha

    irregular como uma malha regular.

    3.4 Estudo da influncia

    Neste exemplo, pretende-se verificar a influncia do nmero de pontos no domnio de

    influncia de cada n. Mais uma vez considerou-se o exemplo da viga em consola, com

    -1.70

    -1.65

    -1.60

    -1.55

    -1.50

    -1.45

    -1.40

    -1.35

    -1.30

    -1.25

    -1.20

    log

    (Err

    )

    nmero de pontos de integrao por n

    Erro REGULAR

    Erro IRREGULAR

  • 41

    as mesmas propriedades materiais e de carregamento. O estudo foi efetuado quer para

    uma malha regular como para uma malha irregular.

    Figura 14 - Deslocamento do ponto A usando a formulao terica e o RPIM com uma malha regular.

    Verificamos atravs da anlise da figura que o deslocamento, independentemente do

    tipo de malha, apresenta diferenas em relao soluo exacta que no sero

    colmatadas com o aumento do nmero de pontos de influncia por n. No entanto

    ambos os resultados convergem sendo praticamente semelhantes quando o nmero de

    ns elevado. Pelo contrrio, se se usarem poucos pontos de influncia por n o mtodo

    tem alguma variao, apresentando diferenas no valor calculado para o deslocamento,

    aonde a utilizao de uma malha regular apresenta melhores resultados.

    0.50

    0.51

    0.51

    0.52

    0.52

    0.53

    0.53

    0.54

    Des

    loca

    men

    to

    [mm

    ]

    pontos de influncia por n

    v REGULAR

    v IRREGULAR

    v Exact

  • 42

    Figura 15 - Erro do deslocamento vertical do ponto A para uma malha regular e irregular em relao

    soluo exacta.

    Atravs da anlise da figura 15, o erro relativo vai diminuindo com o aumento do

    nmero de ns dentro do domnio de influncia at atingir um mnimo valor ptimo

    do parmetro nmero de pontos de influncia, a partir do qual aumenta tanto para a

    malha regular como a irregular.

    Se com um nmero elevado de ns no domnio de influncia os dois tipos de malha

    apresentam resultados semelhantes, com poucos a malha irregular apresenta um erro

    superior ao apresentado pela malha regular, ou seja, o nmero de ns dentro do domnio

    de influncia apresenta resultados significativamente diferentes quanto usamos uma

    malha regular ou uma irregular.

    Neste captulo foi estudada a performance do mtodo RPIM, usando malhas regulares e

    irregulares, para um problema de uma viga em consola, onde se observaram os

    resultados do deslocamento e do erro relativo do deslocamento de um ponto. A

    convergncia do valor de deslocamento obtido quando se aumento o nmero de ns na

    malha nodal independente do tipo de malha. O estudo da influncia do nmero de

    pontos de integrao mostra que existe um valor ptimo que maximiza a preciso do

    mtodo. O resultado do deslocamento variando o nmero de pontos de influncia por n

    influenciado pelo tipo de malha utilizado.

    2.5E-02

    log

    (Err

    )

    pontos de influncia por n

    Erro REGULAR

    Erro IRREGULAR

  • 43

    Pode-se concluir que a preciso deste mtodo depende da densidade da malha, nmero

    de pontos de integrao e do nmero de ns no interior do domnio de influncia.

    Observou-se tambm que a preciso do mtodo, geralmente, diminui com o uso de

    malhas irregulares.

  • 44

    4 Exemplos Elasto-Plsticos

    Neste captulo so apresentados alguns estudos de convergncia e a respectiva

    comparao entre mtodos, nomeadamente entre RPIM, NNRPIM.

    Apesar de no ser o objectivo deste trabalho, pretendesse demostrar o comportamento

    do NNRPIM em relao a outros mtodos bem estabelecidos, usando malhas regulares e

    irregulares.

    Assim, de modo a avaliar a validade da convergncia utiliza-se o erro mdio do

    deslocamento e o erro mdio da tenso definidos por,

    2 2 2

    2 2 2

    ( ) ( ) ( )1

    | |1

    | |

    Q

    i iexacto i iexacto i iexacto

    iiexacto iexacto iexacto

    n

    i exacto

    iQ exacto

    u u v v w w

    n u v w

    n

    (1.50)

    onde n representa o nmero de ns do problema e nQ representa o nmero de pontos de

    integrao.

    4.1 - Placa Quadrada submetida a tenso uniaxial

    Uma placa quadrada, de lado unitria, submetida a uma tenso uniforme ,

    e condies de fronteira como representado na figura 16. As propriedades do material

    da placa so um mdulo de elasticidade de e um coeficiente de Poisson de

    A soluo analtica do problema dada por,

  • 45

    xu

    E L

    yv

    E L

    (1.51)

    O problema foi discreterizado em malhas regulares e irregulares, como as que podemos

    observar na figura abaixo.

    Figura 16 Placa quadrada submetida a uma tenso uniaxial.

    Figura 17 a) Malha regular. b) Malha irregular.

  • 46

    Nas figuras abaixo so apresentados os estudos de convergncia do deslocamento para

    os pontos A, B, C de coordenadas, ,

    respectivamente, usando a formulao NNRPIM e RPIM, e o erro em relao soluo

    analtica.

    Figura 18 - Deslocamento do ponto A para o problema da placa unitria.

    A convergncia dos resultados obtidos para o deslocamento vertical do ponto A

    atingida primeiro pela formulao RPIM, e utilizando um nmero suficiente de ns na

    malha o deslocamento calculado muito semelhante nas quatro situaes, e aproxima-

    se no valor terico.

    Figura 19 Erro do deslocamento do ponto A em relao soluo analtica.

    Atravs da figura 19 reforada a ideia da mais rpida convergncia do mtodo RPIM.

    O erro relativo do deslocamento do ponto A utilizando uma malha regular ser

    semelhante para as duas formulaes apresentando o RPIM um valor ligeiramente

    9.70E-02

    9.80E-02

    9.90E-02

    1.00E-01

    1.01E-01

    1.02E-01

    1.03E-01

    1.04E-01

    1.05E-01

    1.06E-01

    1.07E-01

    1.E+00 1.E+01 1.E+02 1.E+03 1.E+04

    Des

    loca

    men

    too

    [m

    m]

    log(Nmero de Ns)

    NNRPIM Regular

    NNRPIM Irregular

    RPIM Regular

    RPIM Irregular

    Analitico

    1.E-04

    1.E-03

    1.E-02

    1.E-01

    1.E+00

    1.E+00 1.E+01 1.E+02 1.E+03 1.E+04

    log

    (Err

    )

    log(Nmero de Ns)

    NNRPIM Regular

    NNRPIM Irregular

    RPIM Regular

    RPIM Irregular

  • 47

    melhor. No entanto quando se utiliza um nmero suficiente de ns a formulao RPIM

    com malha irregular apresenta os melhores resultados, porm a tm a pior

    convergncia.

    Figura 20 - Deslocamento vertical do ponto B para o problema da placa unitria.

    Analisando a figura 20, onde est representado o deslocamento vertical do ponto B,

    podemos desde logo dizer que existe uma convergncia independentemente do mtodo

    ou malha utilizada, e para o valor da soluo terica. Os resultados obtidos utilizando a

    formulao NNRPIM aproximam-se da soluo terica por valores inferiores a este,

    pelo contrrio a utilizao RPIM leva a uma aproximao dos valores por excesso.

    Figura 21 - Erro do deslocamento vertical do ponto B em relao soluo analtica.

    -3.50E-02

    -3.00E-02

    -2.50E-02

    -2.00E-02

    -1.50E-02

    -1.00E-02

    -5.00E-03

    0.00E+00

    1.E+00 1.E+01 1.E+02 1.E+03 1.E+04

    Des

    loca

    men

    to [

    mm

    ]

    log(Nmero de Ns)

    NNRPIM_Regular

    NNRPIM_Irregular

    RPIM_Regular

    RPIM_Irregular

    Analitico

    1.E-03

    1.E-02

    1.E-01

    1.E+00

    1.E+00 1.E+01 1.E+02 1.E+03 1.E+04

    log

    (Err

    )

    log(Nmero de Ns)

    NNRPIM_Regular

    NNRPIM_Irregular

    RPIM_Regular

    RPIM_Irregular

  • 48

    Observando a figura 21, o erro relativo do deslocamento vertical de B, superior

    usando a formulao NNRPIM. Com o aumento do nmero de ns este erro diminui,

    independente da malha para as duas formulaes confirmando os resultados do

    deslocamento. Os valores obtidos so em geral independentes do tipo de malha, pois s

    com um nmero elevado de ns se nota alguma diferena.

    Figura 22 - Deslocamento horizontal do ponto B para o problema da placa unitria.

    Para o deslocamento horizontal do ponto B, os valores obtidos pela formulao RPIM

    convergem mais rapidamente para o valor exacto e apresenta-se mais prximo deste que

    os obtidos com a formulao NNRPIM, no entanto os resultados so muito similares

    quando utilizado um nmero elevado de ns.

    Figura 23 - Erro do deslocamento horizontal do ponto B em relao soluo analtica.

    9.40E-02

    9.60E-02

    9.80E-02

    1.00E-01

    1.02E-01

    1.04E-01

    1.06E-01

    1.08E-01

    1.10E-01

    1.12E-01

    1.14E-01

    1.E+00 1.E+01 1.E+02 1.E+03 1.E+04

    Des

    loca

    men

    to [

    mm

    ]

    log(Nmero de Ns)

    NNRPIM_Regular

    NNRPIM_Irregular

    RPIM_Regular

    RPIM_Irregular

    Analitico

    1.E-04

    1.E-03

    1.E-02

    1.E-01

    1.E+00

    1.E+00 1.E+01 1.E+02 1.E+03 1.E+04

    log

    (Err

    )

    log(Nmero de Ns)

    NNRPIM_Regular

    NNRPIM_Irregular

    RPIM_Regular

    RPIM_Irregular

  • 49

    Atravs da figura do erro do deslocamento, figura 23, observamos a maior facilidade

    que o mtodo RPIM ou NNRPIM apresenta em convergir quando utilizada uma malha

    regular, no entanto quando usada uma malha irregular na formulao RPIM, o valor

    do erro menor quando o nmero de ns elevado. Pelo contrrio, uma malha irregular

    leva ao aumento do erro do deslocamento quando usada a formulao NNRPIM.

    Figura 24 - Deslocamento do ponto C para o problema da placa unitria.

    Figura 25 - Erro do deslocamento do ponto C em relao soluo analtica.

    No caso do ponto C, o RPIM os valores tendem mais rapidamente para o valor exacto

    dos que obtidos usando o mtodo NNRPIM. No entanto, como nos caso dos pontos

    anteriores, com o aumento do nmero de ns o resultado bastante similar, com a

    -2.60E-02

    -2.55E-02

    -2.50E-02

    -2.45E-02

    -2.40E-02

    -2.35E-02

    -2.30E-02

    1.E+00 1.E+01 1.E+02 1.E+03 1.E+04

    Des

    loca

    men

    to [

    mm

    ]

    log(Nmero de Ns)

    NNRPIM Regular

    NNRPIM Irregular

    RPIM Irregular

    RPIM Irregular

    Analitico

    1.E-04

    1.E-03

    1.E-02

    1.E-01

    1.E+00

    1.E-01 1.E+00 1.E+01

    log

    (Err

    )

    log(Nmero de Ns)

    NNRPIM Regular

    NNRPIM Irregular

    RPIM Regular

    RPIM Irregular

  • 50

    excepo que usando uma malha irregular o mtodo NNRPIM os resultados apresentam

    grandes variaes.

    Figura 26 - Erro mdio de tenso para o problema da placa unitria.

    Quanto ao erro mdio da tenso, a formulao NNRPIM apresenta valores de erro

    menores quando usadas malhas regulares em comparao com os valores obtidos com

    formulao RPIM quando usado um nmero elevado de ns. Para malhas irregulares o

    erro apresentado superior ao erro das malhas regulares, como era esperado.

    Estes resultados levam a concluir que o mtodo NNRPIM mais preciso no clculo da

    tenso do que o mtodo RPIM. No entanto, para o clculo dos deslocamentos, o mtodo

    RPIM apresenta melhores resultados. A convergncia do valores obtidos superior

    neste ltimo mtodo.

    1.E-03

    1.E-02

    1.E-01

    1.E+00

    1.E+00 1.E+01 1.E+02 1.E+03 1.E+04

    log

    (Er)

    log(Nmero de Ns)

    NNRPIM Regular

    NNRPIM Irregular

    RPIM Regular

    RPIM Irregular

  • 51

    4.2 - Viga em consola

    Neste exemplo, estudada uma viga em consola com uma carga distribuda no lado

    livre. As dimenses da viga so e com uma espessura .

    Considerou-se o material da viga com um mdulo de elasticidade de e um

    coeficiente de Poisson de .

    Na figura 28 so apresentados exemplos das malha regulares e irregulares utilizadas.

    Figura 28 a) malha regular. b) malha irregular para a viga em consola.

    A soluo exacta para o campo de deslocamentos dado por,

    a) b)

    Figura 27 Viga em consola.

  • 52

    22

    2 2 2

    (2 )3 (2 )6 4

    4 5(3 ) 3 ( )

    6 4

    Py Du L x x v y

    EI

    P vv x L x L x y D x

    EI

    (1.52)

    onde o momento de inrcia, 3

    12DI . O campo de tenses definido por,

    22

    ( )

    0

    2 4

    xx

    yy

    xy

    P L x y

    I

    P Dy

    I

    (1.53)

    Figura 29 Deslocamento vertical ponto A para o problema viga em consola.

    Os valores obtidos pelo mtodo NNRPIM, quer com malhas regulares quer irregulares

    apresenta melhores resultados iniciais que formulao RPIM, quando comparamos com

    o valor terico. No entanto com o aumento do nmero de ns a preciso do mtodo

    RPIM aumenta, sendo no final um pouco melhor que a do NNRPIM. Estes resultados

    reflectem-se na evoluo do erro, figura 30.

    -0.39

    -0.38

    -0.37

    -0.36

    -0.35

    -0.34

    -0.33

    -0.32

    -0.31

    1.E+00 1.E+01 1.E+02 1.E+03 1.E+04

    Des

    loca

    men

    to [

    mm

    ]

    log(Nmero de Ns)

    NNRPIM Regular

    NNRPIM Irregular

    RPIM Regular

    RPIM Irregular

    Analitico

  • 53

    Figura 30 Erro do deslocamento do ponto A em relao soluo analtica.

    Quando o problema discretizado com poucos ns, a formulao NNRPIM apresenta

    um erro menor, sendo mesmo a malha irregular a apresentar o melhor resultado. No

    final, com nmero elevado de ns os resultados so muito semelhantes.

    Figura 31 - Erro mdio de tenso xx para o problema da viga em consola.

    Como seria de esperar, o erro assume valores menores para malhas com maior nmero

    de ns. Para malhas regulares, o erro da tenso apresenta valores muito semelhantes

    com os dois mtodos, apresentando o NNRPPIM um valor ligeiramente melhor para

    malhas regulares.

    1.E-04

    1.E-03

    1.E-02

    1.E-01

    1.E+00

    1.E+00 1.E+01 1.E+02 1.E+03 1.E+04lo

    g(E

    rr)

    log(Nmero de Ns)

    NNRPIM Regular

    NNRPIM Irregular

    RPIM Regular

    RPIM Irregular

    1.E-03

    1.E-02

    1.E-01

    1.E+00

    1.E+00 1.E+01 1.E+02 1.E+03 1.E+04

    log

    (Err

    )

    log(Nmero de Ns)

    NNRPIM Regular

    NNRPIM Irregular

    RPIM Regular

    RPIM Irregular

  • 54

    No entanto para malhas irregulares, a tenso obtida com o mtodo NNRPIM apresenta

    um valor inicial elevado.

    4.3 Placa Quadrada com furo circular

    Neste exemplo considerada uma placa quadrada, que devido simetria apenas

    analisada um quarto desta. O carregamento apresentado na fig. 31 dado por,

    2 4

    2 4

    2 4

    2 4

    2 4

    2 4

    3 31 cos(2 ) cos(4 ) cos(4 )

    2 2

    1 3cos(2 ) cos(4 ) cos(4 )

    2 2

    1 3sin(2 ) sin(4 ) sin(4 )

    2 2

    xx

    yy

    xy

    a a

    r r

    a a

    r r

    a a

    r r

    (1.54)

    As propriedades do material considerado so um mdulo de elasticidade de

    , um coeficiente de Poisson . Quanto geometria da placa, esta tem um

    lado de , uma espessura e um orifcio de raio

    Figura 32 Placa quadrada com furo circular. S estudamos um quarto da placa

    devido simetria.

  • 55

    Figura 33 - Erro mdio de tenso xx para o problema da viga em consola.

    Aps anlise da figura 33 possvel verificar uma maior preciso para o mtodo RPIM

    no clculo da tenso , constatando que com a malha irregular deste so obtidos

    menores valores de erro do que com uma malha regular usando a formulao NNRPIM.

    Figura 34 - Erro mdio de tenso yy para o problema da viga em consola.

    Para o caso da tenso yy , a malha regular RPIM apresenta um erro ligeiramente

    inferior ao verificado pela formulao NNRPIM, porem os valores calculados para a

    tenso, exceptuando o obtido usando uma malha irregular desta ultima tendem para o

    mesmo valor.

    1.E-03

    1.E-02

    1.E-01

    1.E+00

    1.E+02 1.E+03 1.E+04

    log

    (Err

    )

    log(Nmero de Ns)

    NNRPIM_Regular

    NNRPIM_Irregular

    RPIM_Regular

    RPIM_Irregular

    1.E-03

    1.E-02

    1.E-01

    1.E+00

    1.E+02 1.E+03 1.E+04

    log

    (Err

    )

    log(Nmero de Ns)

    NNRPIM_Regular

    NNRPIM_Irregular

    RPIM_Regular

    RPIM_Irregular

  • 56

    Figura 35 - Erro mdio de tenso xx para o problema da viga em consola.

    Neste ltimo caso, para tenso , quando utilizados poucos ns a formulao

    NNRPIM apresenta um erro superior, no entanto, com o aumento deste o NNRPIM

    apresenta melhores resultados para o caso de uma malha regular. A formulao RPIM

    apresenta resultados quase independentes do tipo de malha.

    1.E-05

    1.E-04

    1.E-03

    1.E-02

    1.E-01

    1.E+00

    1.E+02 1.E+03 1.E+04

    log

    (Err

    )

    log(Nmero de Ns)

    NNRPIM_Regular

    NNRPIM_Irregular

    RPIM_Regular

    RPIM_Irregular

  • 57

    5 Exemplos de Optimizao

    5.1 Algoritmo de Optimizao

    A utilizao deste mtodo para a obteno de uma estrutura optimizada baseia-se na

    ideia de retirar deste material desnecessrio. Assim, calculada a contribuio de cada

    n na estrutura sendo os menos significativos removidos.

    O algoritmo desenvolvido neste trabalho teve como base o programa fornecido pelo

    Doutor Belinha para anlise esttica de estruturas atravs de mtodos sem malha.

    Como tal, executado o NNRPIM, discretizando a malha nodal e atravs dos vizinhos

    naturais a malha de integrao e as clulas de influncia. As funes de interpolao so

    construdas a partir das clulas de influncia, usando interpoladores Radiais Pontuais

    (Belinha, 2010).

    assemblada a matriz de rigidez, a qual permite calcular os deslocamentos atravs de

    .

    agora possvel determinar o campo de tenses e deformaes. Atravs do campo de

    tenses calculamos a tenso efectiva em cada ponto de integrao, determinando assim

    os ns da malha nodal que sero eliminados, por outras palavras, os ns que

    apresentarem menor tenso efectiva so eliminados. A tenso efectiva vem,

    Aps a determinao dos ns a serem eliminados, identifica-se os pontos de integrao

    correspondentes, estabelecendo-se uma nova malha nodal e de integrao.

  • 58

    De seguida so eliminados os domnios dos primeiros vizinhos e dos segundos vizinhos

    correspondentes aos ns eliminados.

    por ltimo so determinadas as novas funes de interpolao, atravs das novas malhas

    nodais e de integrao e das novas clulas de influncia.

    ento assemblada uma nova matriz de rigidez e o processo continua at atingir o

    critrio de optimizao.

    Uma forma de controlar os resultados passa pelo limite mximo de volume retirado

    correspondente a 50% do volume inicial, a partir do qual o processo de optimizao

    para.

    O processo para tambm quando algum dos ns da fronteira natural retirado.

  • 59

    Figura 36 Algoritmo de optimizao

  • 60

    5.2 Viga em consola carga a meio da extremidade livre

    Neste exemplo considerou-se uma viga em consola como representado na figura, onde

    0.2 xL m , 0.10 yL m com uma espessura 0.005 t m . Com uma carga aplicada a

    meio da extremidade livre 3 P kN , sendo a extremidade esquerda encastrada. O

    mdulo de elasticidade 207 GPaE e o coeficiente de Poisson, 0.3 . O rcio de

    remoo de ns de 2 % (NRR) do nmero inicial de ns.

    A malha de ns utilizada a representada na figura abaixo, tendo a estrutura sido

    discretizada em ns. Usando como critrio de optimizao o volume da pea

    final, obtemos a estrutura da figura 39.

    Figura 37 - Viga em consola com carga a meio da extremidade livre

    Figura 38 Malha 60x40 utilizada para discretizar o problema.

  • 61

    Figura 39 estrutura optimizada aps 12 iteraes para o problema 1.

    A estrutura formada assemelha-se interiormente a uma estrutura articulada, e por fora

    apresenta uma variao contnua. Os pontos que aparecem isolados no conseguiram ser

    eliminados nesta iterao.

    Figura 40 campo de tenses aps 12 iteraes para o problema 1.

  • 62

    Com o auxlio da figura 40, a representao do campo de tenses da estrutura

    optimizada, apercebemo-nos que a distribuio da carga de faz por tudo a estrutura ao

    invs de se encontrar concentrada nas zonas de fronteiras naturais e geomtricas. Assim,

    alm destas, as zonas mais solicitadas da estrutura so as que se encontram o permetro

    das cavidades formadas pela remoo de material.

    . A remoo de material apresenta uma evoluo constante, devido ao nmero de ns

    retirados ser uma percentagem constante do nmero de ns inicial.

    Para melhor compreender a evoluo topolgica da estrutura sob este tipo de

    carregamento, nas figuras abaixo podemos ver a sua evoluo.

    Figura 41 - Percentagem do volume inicial em cada iterao para o problema 1.

  • 63

    Na figura 43 est representada a estrutura inical, onde podemos observar pelo campo de

    tenses que existe uma rea onde o material praticamente no solicitado, no entanto

    existem, nas zonas de fronteira na aplicao da carga e no impedimento dos

    deslocamentos picos de tenso.

    Aps as primeiras duas iteraes removido material na zona menos solicitada da

    estrutura, no entanto a rea de material desnecessrio ainda significativa.

    Na figura 42 a estrutura j desenvolveu cavidades e ramificaes centrais, existindo uma

    concentrao de tenses nestas novas zonas. Podemos tambm observar que a zona sobre

    tenso devido s condies de fronteira essencial aumenta na direco ao centro da

    estrutura, devido em grande parte cavidade que se formou na zona esquerda.

    Figura 42- Estrutura optimizada aps 2 iteraes e respectivo campo de tenso efectiva

    Figura 43 Estrutura inicial e respectivo campo de tenses

  • 64

    Aps dez iteraes a estrutura apresenta-se com uma forma muito semelhante final,

    contendo mais cavidades e ramificaes do que a observada na figura anterior. Nesta as

    tenses distribuem-se mais por todo o domnio da estrutura, restando poucas zonas

    significativamente pouco carregadas.

    Atravs da anlise das ltimas figuras, observamos que primeiro retirado o material

    que se encontra livre em torno da aplicao da carga e material com pouca solicitao

    na zona das condies de fronteira geomtrica. Aps estes primeiros ciclos, o material

    retirado da zona interior da pea, formando estruturas articuladas.

    De notar que a estrutura obtida simtrica.

    Figura 44 Estrutura optimizada aps 6 iteraes e respectivo campo de tenso efectiva

    Figura 45 Estrutura optimizada aps 10 iteraes e respectivo campo de tenso efectiva

  • 65

    Os resultados obtidos so muito semelhantes aos apresentados por (Nha Chu, Xie, Hira,

    & Steven, 1997).

    5.3 Viga em consola carga ponto superior da extremidade livre

    Para este exemplo considerou-se a mesma situao do problema anterior, no entanto,

    com a carga na parte superior da viga, como demonstra a figura.

    Comparando com o exemplo anterior, a nica diferena o ponto de aplicao da carga.

    A malha utilizada para discretizar o domnio novamente ns.

    Figura 46 - Viga em consola com carga na parte superior da extremidade livre.

    Figura 47 Malha utilizada para discretizar o problema

  • 66

    Tal como no problema anterior, a parte central da estrutura apresenta cavidades e

    ramificaes, assemelhando-se a uma estrutura articulada. A zona perifrica mostrar-se

    com uma curvatura na zona oposta aplicao da carga. Por outro lado muito pouco

    material retirado da parte superior da estrutura, aonde se encontram duas zonas

    crticas.

    Figura 48 Estrutura optimizada aps 24 iteraes.

    Figura 49 Campo de tenso efectiva da estrutura optimizada final.

  • 67

    Na figura 49 est representado o campo de tenses da estrutura final optimizada, que, a

    par com o problema anterior, tem um nvel de carregamento notoriamente aplicado a

    todo o domnio do problema. Existem as zonas aonde a tenso efectiva elevada

    quando comparada com a restante estrutura, por exemplo, nas zonas de fronteira natural

    e geomtrica e nos contornos das cavidades formadas pela remoo do material.

    A topologia final assimtrica devido colocao da carga no extremo superior direito

    do domnio.

    A evoluo do volume da pea apresentado na figura 50, onde podemos ver que existe

    uma 25 iterao, no entanto nesta so eliminadas as condies de fronteira essencial,

    pelo qual o programa aborta o ciclo de optimizao. Neste caso a remoo de ns no

    to linear como no caso onde a carga se encontrava a meio, no entanto a razo pode

    passar pelo maior nmero de iteraes obtidas devido ao rcio de remoo ser 1%.

    Para melhor compreender a evoluo topolgica da estrutura sob este tipo de

    carregamento, nas figuras abaixo podemos ver a sua evoluo.

    Figura 50 - Percentagem do volume inicial em cada iterao para o problema da viga em

    consola com carga na extremidade superior.

  • 68

    Na figura51 est representada a estrutura inical, onde podemos observar pelo campo de

    tenses que existe um dominio onde o material no carregado, no entanto existem, nas

    zonas de fronteira, natural e essencial, tenses elevadas.

    Figura 52 - Estrutura optimizada aps 10 iteraes e respectivo campo de tenso efectiva.

    Na figura 52 a estrutura j desenvolveu cavidades e ramificaes centrais, existindo uma

    concentrao de tenses nestas novas zonas. Na zona exterior j foi retirado o material

    desnecessrio.

    Podemos tambm observar que a zona sobre tenso devido s condies de fronteira

    essencial e natural mantm praticamente a mesma intensidade, ou seja, a remoo de

    material aps dez iterao afectou muito a distribuio da tenso pelo domnio da estrutura.

    Figura 51 Estrutura inicial e campo de tenso efectiva correspondente