sustentabilidade - a hora do planeta

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CORREIO Planeta sustentável. A hora é essa Paraíba - Sábado, 31 de março de 2012 Apague as luzes Hoje Das 20h30 às 21h30 PARTICIPE!

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Caderno Especial do Jornal Corrieo da Paraiba

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Page 1: Sustentabilidade - A hora do Planeta

CORREIO

Planeta sustentável.

A hora é essa

Paraíba - Sábado, 31 de março de 2012

Apague as luzes Hoje

Das 20h30 às 21h30

PARTICIPE!

Page 2: Sustentabilidade - A hora do Planeta

2 Paraíba, 31 de março de 2012 S U S T EN TA B I L I DAD E

a vida precisa continuar ...Conferência das Na-

ções Unidas sobre De-senvolvimento Sustentá-vel, Rio+20, votação do novo Código Florestal, implantação da Política Nacional de Resíduos Sólidos e Olimpíadas de Londres. Esses aconte-cimentos têm ocupado os noticiários nesse ano. Por isso, o Jornal Cor-reio produziu este cader-no especial, no qual são abordados diversos as-pectos sobre o conceito de sustentabilidade.

Hora do PlanetaA oportunidade se dá

diante do evento mundial “Hora do Planeta”, promo-vido pela Rede WWF. Na aldeia global, as pessoas que aderirem irão apagar as luzes hoje, das 20h30

às 21h30, como forma de conscientização.Pela primeira vez, desde 2006, quando a mobiliza-ção iniciou na Austrália, a escuridão será regis-trada do espaço sideral. O astronauta e embaixa-dor da Rede WWF, André Kuipers, irá vigiar a Ter-ra, da Estação Espacial

Internacional.João Pessoa foi uma

das 125 cidades que ade-riram ao evento, até on-tem, no Brasil. As luzes do Paço Municipal serão desligadas, além de parte da iluminação da Esta-ção Ciência Cabo Bran-co. No Sistema Correio, a fachada permanecerá às escuras neste período, como forma de envolvi-mento na campanha.

“O desenvolvimento sustentável é uma questão complexa. A sociedade ainda não conseguiu captar as diversas ações que englobam esse paradigma”, alegou Jerô-nimo Villas-Bôas, coordenador de Estudos Ambientais da Superintendência de Admi-nistração do Meio Ambiente (Sudema).

Muito mais do que o buraco na ca-mada de ozônio, produzido pelas emissões de gás carbonico no ar, o planeta está so-frendo um nível de exploração do qual não está mais com capacidade de regenerar-se, segundo diversos estudos ambientais feitos ao redor do mundo. Os recursos naturais estão chegando à escassez.

Este debate é o maior desafio da con-ferência Rio+20, a ser realizada em ju-nho, no Rio de Janeiro. Considerado um dos eventos mais importantes da década, a Rio+20 trará discussões que vão além da ecologia e englobam a formação de mo-delos de desenvolvimento que as nações querem para o futuro, incluindo a elimi-nação da pobreza.

... sem esgotar os recursos

A Rio+20 marca os 20 anos da Eco92, a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada em 1992. A engenheira ambiental Candice Praga lembrou que a Eco92 foi a consolidação da idéia ambien-talista no Brasil. “Não havia um pensamento coletivo sobre o tema. Havia movimentos esparsos em benefício da natureza, com pouca ou nenhuma força política. Através da luta recente contra a votação do código florestal, vemos que essa força ganhou robustez. Na última manifestação em Brasília, no início de março, representantes de 160 ONGs protestaram contra a aprovação do novo Código e a votação foi adiada”, analisa Candice. “O fato é que, infelizmente, há um longo caminho para que possamos nos considerar como ‘sustentáveis’ ”, lamenta a engenheira.

Olimpíadas sustentáveis

Segundo o site oficial das Olimpíadas de Londres, London 2012, o objetivo é fazer desse acontecimento, as olimpía-das mais sustentáveis da história.O conceito do modelo Olímpico foi baseado em um plano de sustentabilidade, produzido em conjunto com a Rede WWF. A visão é “usar a força dos Jogos para inspirar mudanças”. O objetivo é construir um evento que empregue os recursos naturais de um planeta, ao invés de usar os recursos de três planetas, como normalmente é feito no Reino Unido.

Gestão de resíduos

Em João Pessoa, a média da produção de lixo é de 1Kg por dia, por pessoa. Com uma população de mais de 730 mil habitantes (IBGE), calcula-se que são produzidas cerca de 730 toneladas de lixo. Edmildon Fonseca, da Coordenadoria de lixo acumulado e aterro sanitário da Autarquia Especial Municipal de Limpeza Urbana (Emlur), de João Pessoa, admite que a gestão de re-síduos é um problema. “Estamos trabalhando na atualização do Plano de Resíduos Sólidos, mas saliento que ele deve estar amparado por um plano estadual”, explica Edmilson.

!Eco92 + 20

Coleta seletiva no aterro sanitário de João Pessoa

FOtO: antôniO rOnaldO

FOtO : divulgaçãO MillEniuM inOrganiCal CHEMiCalS

FOtO: aSSuErO liMa

Agradecimento especial à Floricultura Agroflora Cabo Branco

Editor Geral, Walter Galvão | Diretor Comercial, Augusto Correia Lima

Reportagens e textos, Márcia Dementshuk | Foto da capa, Thiago Casoni | Diagramação, Paulo Maia

Arquivo fotográfico, Jornal Correio da Paraíba | Industrial, Egídio Oliveira

Projeto Especial Sustentabilidade

Page 3: Sustentabilidade - A hora do Planeta

193Paraíba, 31 de março de 2012S U S T EN TA B I L I DAD E

Douglas Zeppelini, pro-fessor de biologia da Universidade Estadual da Paraíba, responde:

“Com o aumento nos limites de desmata-

mento permitido pelo novo Código, os “servi-ços ambientais” básicos sofrerão alterações: o ciclo das chuvas e dos ventos, a proteção do solo, a polinização ou o controle natural de pragas. Por enquanto, eles são totalmente gratuitos, garantidos pela natureza.

A produção agrícola está atrelada ao trabalho dos insetos polinizadores. São eles que levam o pólen de uma planta para a ou-tra para fecundar a flor. Só assim ela poderá germinar e se transformar em uma semente, um grão de feijão, por exemplo.

Os insetos vivem nas matas. Se tirar-mos as matas, eles morrerão. Sem insetos, o homem será obrigado a fazer polinização agrícola manualmente, como já ocorre na China, na região de Sichuan, onde o uso excessivo de pesticidas exterminou os po-

linizadores, segundo informações do jornal britânico The Guardian.

E em algumas partes dos Estados Unidos, agricultores alugam colméias de abelhas para polinizar as plantações a um custo médio de 64,40 dólares americanos por colméia. (Dados do Mid-Atlantic Apicul-ture Research and Extension Consortium – MAAREC/2009).

Com base nesse serviço, calcula-se que os insetos ofereçam de graça um tra-balho que custaria entre US$ 1,5 a US$3 trilhões por safra. Tornaria a agricultura in-viável economicamente e causaria fome e pobreza em todo o planeta.

Os ruralistas alegam que precisam de mais terra para abastecer população, como se o alimento fosse distribuído gratuitamente por eles para os brasileiros! A modernização tem que chegar às lavouras brasileiras. Existem téc-nicas de plantio, de irrigação, que maximizam a produção. O que não pode é comprometer todo o ecossistema em favor de alguns que se beneficiam com a comercialização das “com-modities” ambientais que pertencem a toda a humanidade e não ao proprietário do imóvel.”

A floresta no Brasil é um bem de interesse comum a toda a po-pulação. Com base nisso, o Código Florestal foi criado em 1965, para regulamentar a exploração da ter-ra. Além dos parâmetros de pre-servação, foi determinado o tipo de compensação que deve ser feito por setores que explorem matérias-pri-mas, assim como as penas para os

responsáveis por desmatamento e outros crimes ambientais.

Várias tentativas para tornar o Código mais flexível foram feitas desde 1990. Finalmente, em maio do ano passado, o deputado federal Aldo Rebelo apresentou no Congres-so uma proposta para o novo Código Florestal, a qual traz aspectos dis-cutíveis:

Novo Código Florestal trará riscos ambientais se for sancionado

Permissão para o cultivo em Áreas de Preservação Permanente (APP);Diminuição da conservação da flora em margens de rios;Diminuição da reserva legal;Isenção de multa e penalidade aos agricultores que desmataram;Liberação do cultivo no topo de morros.

A ambientalista e bióloga Rita Mascarenhas, que atua na Paraíba e acompanha os trâmites do novo Código desde o início, explicou que o projeto inicial recebeu alterações e foi votado e aprovado em 24 de maio de 2011, na Câmara Federal.

Mas, o impasse entre ambien-talistas, cientistas e ruralistas, não terminou. Como a proposta foi en-caminhada para votação no Senado, ambientalistas e pesquisadores uni-ram-se num esforço para conscien-tizar os senadores sobre os perigos do novo texto.

A pressão deu resultado, mas não totalmente. O novo Código rece-beu alterações positivas e retornou para a Câmara. “Mas só podemos dizer que ficou “menos pior”, afirma

Depois de passar pelo Senado, projeta aguarda votação na Câmara

Rita, esclarecendo que as permis-sões para explorações, anistia de multas, diminuição da reserva le-gal, permanecem.

Áreas de Preservação Permamente (APPs) são locais em propriedades particulares rurais ou urbanas, considerados frágeis e devem ter a vegetação original protegida: margens de rios, topos de morros e encostas, entre outros. O novo Código diminui a extensão e amplia o uso dessas áreas.

!O que são as APPs?

A Reserva Legal é o pedaço de terra dentro de cada propriedade rural - descontando a APP - que deveria manter a vegetação original para garantir a biodiversidade da área, protegendo sua fauna e flora. Como é tratada a Reserva Legal no Código atual:80% do tamanho da propriedade na Amazônia35% no Cerrado nos Estados da Amazônia Legal 20% no restante do território. Na nova proposta:De acordo com Rita Mascarenhas: “Pequenos produtores serão isentos da Reserva Legal. Isso possibilitará que grandes fazendeiros dividam suas terras e, assim, obtenham isenção. No fim, o bioma da região vai desaparecer”.

!Qual a diferença entre APP e Reserva Legal?

Poderão deixar de exis-tir. Detalhe importante: a vida marinha só existe por causa dos mangues. Eles são berçários de espécies marinhas e centenas de espécies dependem deles. Cerca de 90% da energia em forma de alimento que vai para o mar é produ-zida nos mangues. Aca-bem com os mangues, e o mar vai virar um “deserto” sem vida.

ManguezaisM.

ANTON

iUS35%

Qual é a polêmica?

Código Florestal (Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965)

FOTO: ASSUERO liMA

FOTO: MANO DE CARvAlhO FOTO: RAFAEl PASSOS

S. TAliãO

Ambientalista e bióloga Rita Mascarenhas

Page 4: Sustentabilidade - A hora do Planeta

4 Paraíba, 31 de março de 2012 S U S T EN TA B I L I DAD E

200/250

litros/pessoa/

dia.

EUA

200 litros/pessoa/

dia*.

JOÃO PESSOA

15 litros/pessoa/dia**.

AFRICA

140/200

litros/pessoa/

dia.

EUROPA

6 bilhões de habitantes

= 40 litros de água/pessoa/dia

*Segundo a Cagepa. É a média brasileira.

** disponíveis por dia, em algumas regiões da África.

© 2012 infografiCORREIO

Sergio Bilous

Font

e: W

WF

A maneira como cada pessoa vive deixa marcas no meio ambiente. São os rastros, que podem ser maiores ou menores, depende da forma como se caminha. O desperdício, o consumismo, a quantidade de resíduos gera-dos, são as pegadas da passagem do homem pelo planeta.

Segundo o site WWF-Brasil, a Pegada Ecológica é uma estimativa que mostra se estamos vivendo de acordo com a capacidade

naturais e absorver os resíduos que geramos desde que nascemos.

O estudo foi desenvolvido pela entida-de americana Global Footprint Network e comprova que o planeta não tem mais meios para se regenerar naturalmente, dentro dos padrões atuais de consumo.

Aves silvestres voltam a seu habitat natural

PEgAdA EcológIcA

?o q

uE é

ISSo

“Eu não tenho atitudes 100% sustentáveis, mas procuro pensar sobre isso. Eu me policio para jogar o lixo sempre no lugar certo. Acho que é preciso mudar o hábito, falta essa cons-ciência. A geração que veio depois da minha apresenta mais interesse por essa questão.”

Renato Costa Gerente – 39 anos

“Eu assumo que gasto muita folha de papel e poderia gastar menos. Já estou com a consciência pesada! Nem o lixo, no trabalho, eu não separo. Mas, em casa, sim. Para não ser totalmente vilã, tem uma coisa legal que eu faço: eu não desperdiço água.”

Keldma Karla de Brito Faturista – 30 anos

“A gente tem que se conscientizar sobre o desperdício. Eu tenho um problema, que é o consumismo. Compro com os olhos. Mas entendo as consequências disso e vou me con-trolar! Vou prestar atenção em como poderia reutilizar as coisas.”

Nerivanda Brito O. Batista Auxiliar administrativa, 32 anos

“Na verdade, cada um tem que fazer a sua parte. Sempre tento reutilizar as coisas, como os sacos plásticos, ou até nem usá-los. Na delegacia onde trabalho procuro guardar meu copo para não ter que usar outro. Se cada um fizesse isso, pense no resultado final!”

Marcelo MedeirosPolicial - 27 anos

Conscientização deve estar em cada um

Foto: thiAgo CAsoni Foto: thiAgo CAsoni

Foto: thiAgo CAsoni Foto: thiAgo CAsoni

Foto: DivulgAção MillEniuM inoRgAniCs ChEMiCAls

o papagaio-do-mangue foi a primeira espécie a passar pelo processo de readaptação ao seu habitat natural, através da parceria da Millennium inorganical Chemicals e o iBAMA. o papagaio-verdadeiro e a arara-canindé, também terão atenção especial. Essas aves são espécies nativas da Mata Atlântica, ameaçadas de extinção. As que foram apreendidas recebem tratamento no Centro de triagem de Animais silvestres (CEt As), em Cabedelo, e depois são transferidas para a mina, em Mataraca (PB), onde são alimentadas e passam um período de readaptação, até serem liberadas.

Page 5: Sustentabilidade - A hora do Planeta

195Paraíba, 31 de março de 2012S U S T EN TA B I L I DAD E

TERRA DE ENERGIA

Área de florestas e mar necessária para a absorção de emissões de carbono.

MAR BIOPRODUTIVO

Área necessária para pesca e extrativismo.

TERRA CONSTRUÍDA

Área para casas, construções, estradas e infra-estrutura.

TERRA BIOPRODUTIVA

Terra para colheita, pastoreio, corte de madeira e outros.

TERRA DE BIODIVERSIDADE

Áreas de terra e água destinadas à preservação da biodiversidade.

Você age de forma sustentável?

Quanto você consome de água, energia, alimentação, transporte ou descartáveis?

Acesse o link e descubra o tamanho de sua pegada. (Versão em Português).

5 Rs: Repensar Reduzir | Reutilizar | Reaproveitar | Reciclar

Hábitos: Todos têm relação direta com a utilização dos recursos naturais.

Lixo: A média gerada nos grandes centros urbanos é de 1kg por pessoa. Separe o lixo entre seco (reciclável) e o úmido (orgânico).

Alimentação:Prefira produtos sem agrotóxicos, livres de embalagens como isopor ou plástico. Reutiliza embalagens de vidro.

Transporte: Prefira o transporte coletivo ou bicicleta.

Globalização: Utilizar recursos de todas as partes do mundo, afeta locais cada vez mais distantes.

Esta atitude pode ser difícil no início, pois é necessário envolver todos que estão à sua volta.

5r

“Avaliar até que ponto o nosso impacto já

ultrapassou o limite é essencial, pois só

assim poderemos saber se vivemos de forma

sustentável.” (WWF-Brasil)

© 2012 infografiCORREIO

Sergio Bilous

NãO DEIxE PISTAS

Para calcular a pegada é preciso estudos:

Dos tipos de territórios produtivos;

das formas de consumo;

das tecnologias usadas;

dos tamanhos das populações;

outros dados.

Cada tipo de consumo é convertido, por meio de tabelas específicas, em uma área medida em hectares. (Fonte: WWF-Brasil)

Estilo de vida

www.footprintnetwork.org/en/index.php/GFN/page/calculators/

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Paraíba, 31 de março de 2012

Page 7: Sustentabilidade - A hora do Planeta

Paraíba, 31 de março de 2012S U S T EN TA B I L I DAD E

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8 Paraíba, 31 de março de 2012 S U S T EN TA B I L I DAD E

A responsabilidade pela preservação da Mata Atlântica é incontestável. João Pessoa foi a primeira cidade brasileira a dispor de um Plano Municipal de Conservação e Re-cuperação da Mata Atlântica, formado em 2010. Hoje, a Mata conta com cerca de ape-nas 7% de sua cobertura original, no terri-tório brasileiro.

Segundo a secretária municipal do Meio Ambiente (Seman-JP), Lígia Tavares, a apli-cação do plano reflete os esforços para uma gestão municipal ambientalmente responsá-vel. “A orientação é salvaguardar os serviços ambientais que a natureza presta gratuita-mente”, declarou.

A elaboração do plano foi coordenada pela Semam, em parceria com a Fundação SOS Mata Atlântica. Agora, João Pessoa é modelo para ou-tros municípios e a Associação Paraibana dos Amigos da Natureza (Apan), integra comissões para a formação do Plano de Preservação da Mata Atlântica na Bahia e em Pernambuco.

Fonte: PMJP/Seman e SOS Mata Atlântica

O BiOma mais ricO em diversidade dO planeta

© 2012 infografiCORREIO

Sergio Bilous

Ocupa 15% do território nacional.

Presente em 17 estados brasileiros.

75.641 ha É o remanescente da

Mata Atlântica naParaíba.

123

milhões

de pessoas vivem na área da Mata Atlântica.

3,4

mil municípios brasileiros são

abastecidos por águas provenientes da Mata Atlântica.

Quase 70% da população brasileira

dependem, em grande parte, da vegetação

nativa, para ter qualidade de vida.

Mata Atlântica (Lei Federal 11.428/2006 e Decreto Lei 6.660/2009)

em João pessoa: Foram catalogadas

> 581 espécies vegetais > 275 da fauna.

> 20 espécies estão ameaçadas de extinção.

Área total: 128.898.971 hectares.

Representa 98% da área estabelecida pela Lei da Mata Atlântica.

Mata Atlântica

Quase 70% da população

brasileira dependem da preservação

da Mata Atlântica

Foto: StAnlEy tAlião

Page 9: Sustentabilidade - A hora do Planeta

199Paraíba, 31 de março de 2012S U S T EN TA B I L I DAD E

APA Área de Proteção AmbientalÁRIE Área de relevante interesse ecológicoEE Estação EcológicaRESEX - Reserva Extrativista

PE Ferro Mata do Pau 607 Areia Mata Atlântica

PE Mata do Xém-Xém 182 Bayeux Mata Atlântica

PE Pico do Jabre 851 Maturéia e Mata Atlântica Mãe D’água

PE Pedra da Boca 157,26 Araruna Caatinga

PE Marinho ---- Cabedelo Corais

de Areia Vermelha

PE Mata de Jacarapé 380 João Pessoa Mata Atlântica

PE Mata do Aratú 341 João Pessoa Mata Atlântica

PE do Poeta e Repentista 419,51 C. Grande Florestal

J. de Oliveira Semi-desidual

MN Vale dos Dinossauros 40 Souza Caatinga

RE Mata do Rio Vermelho 1.500 Rio Tinto Mata Atlântica

EE Pau Brasil 82 Mamanguape Mata Atlântica

ÁRIE de Mata Goiamunduba 67 Bananeira Mata Atlântica

APA das Onças 36.000 S. João do Tigre Caatinga

APA de Tambaba 11.500 Conde, Mata Atlântica Alhandra e Pitimbu

APA do Roncador 6.113 Bananeira e Semi-desidual

Pirpitituba

APA do Cariri 18.560 Cabaceiras Caatinga

Boas Vista

S. João do Cariri

NOME ÁREA (Ha) MUNICÍPIO BIOMA

UNIDADES DE CONSERVAÇÃO ESTADUAIS (SUDEMA)

© 2012 infografiCORREIO Sergio Bilous

APA Barra do Rio 14.917,55 Baía da Traição Marinho CosteiroMamanguapeÁRIE Manguesais da 5.769,45 Marcação Marinho CosteiroFoz do Rio MamanguapeÁRIE Vale dos 147,5 Sousa CaatingaDinossaurosFlora Restinga 116,83 Cabedelo Mata Atlânticade Cabedelo REBIO de Guaribas 4.051,62 Mamanguape Mata AtlânticaRESEX Acaú-Goiana 6.676,69 Pitimbu Marinho Costeiro

Goiana/PE

UNIDADES DE CONSERVAÇÃO FEDERAIS

NOME ÁREA (Ha) MUNICÍPIO BIOMA

Menos de 1,5% da PB é protegida pelas ucsUnidade de Conservação (UC)

é um espaço de território preser-vado para garantir a proteção e conservação dessas característi-cas naturais. Em algumas delas é permitido o uso sustentável e controlado.

Conforme informações do coordenador de Estudos Am-bientais da Sudema, Jerônimo Villas-Bôas, para que haja a efe-tiva conservação dos biomas e serviços ambientais a eles asso-ciados, ao menos 10% de cada

bioma deveria estar protegido em Unidade de Conservação. Na Paraíba temos menos de 1,5% do Estado protegido.

“Foi uma deliberação de um congresso da União Inter-nacional para Conservação da

Natureza (IUCN), em 1992. Se levarmos em conta as unidades totalmente conservadas, onde não há qualquer tipo de uso, temos menos de 1% da área do Estado preservada, oficialmen-te”, esclarece Jerônimo.

Regulação do clima;manutenção do ciclo hidrológico natural, o que garante o fornecimento de água de qualidade para a população;produção de oxigênio e manutenção da qualidade do ar;prevenção da erosão do solo;abrigo para polinizadores;espaços turísticos e de lazer.

Existem 34 Unidades de Conservação na Paraíba, incluindo as federais (6), estaduais (16), municipais e particulares (12).

“Serviços ambientais” para a sociedade, garantidos pelas UCs:

Programa de reuso da água

Foto: DivulgAção MillEniuM inoRgAniCs ChEMiCAls

A mineradora Millenium inorganical Chemicals conseguiu reduzir em 15% a captação de água do Rio guajú com a implantação do Programa de Reuso de Água. Atualmente, a Millennium reusa de 100 % do efluente gerado na operação de forma direta e indireta. o aproveitamento de até 400m³/h das águas de processo das plantas fixas da mina se dá na separação do minério que se encontra misturado na areia.

REBIo - Reserva BiológicaPE - Parque EstadualMN - Monumento naturalRE - Reserva Ecológica

Foto: Antônio RonAlDo

Page 10: Sustentabilidade - A hora do Planeta

10 Paraíba, 31 de março de 2012 S U S T EN TA B I L I DAD E

Hoje Até 2020

75% 67%

Fontes renováveis de energia elétrica serão priorizadas

O aumento da demanda de energia no Brasil até 2020 está estimado em torno de 47%, conforme o Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE 2020). O Brasil já contratou 70% da energia elétrica necessária para aten-der este aumento. Os 30% restantes, que ain-da precisam ser contratados, terão como ori-gem prioritária as fontes renováveis, segundo o presidente da Empresa de Pesquisa Energé-tica (EPE), Maurício Tolmasquim.

Entre as fontes renováveis consideradas pelo PDE estão a energia eólica e a biomassa. Porém, conforme o engenheiro Diogo Azevedo Cruz, especializado em energia solar, os avan-ços em pesquisas nessa área demonstram que essa fonte deverá passar a ser considerada como alternativa na produção de energia.

“As experiências em torno da produção de energia solar estão avançadas e hoje já dis-pomos de possibilidade de produção em larga

escala. Empresas estão desenvolvendo com sucesso centrais de energia solar fotovoltaica. Essa tecnologia permite a captação do raio de sol e sua conversão direta em energia”, expli-ca Diogo Cruz.

De acordo com o engenheiro, uma cen-tral de energia solar instalada em 85 hectares produz 70 MW de potência, o suficiente para gerar eletricidade para uma população corres-pondente ao Bairro de Tambaú. Energia lim-pa, renovável, livre da produção de resíduos e não agressiva à natureza.

Essa mesma solução pode ser aplicada também particularmente, em residências, in-dústrias ou pontos comerciais. “Antes, nós contávamos com a energia solar apenas para aquecer a água, ou para executar projetos em indústrias. Agora, essa poderá ser a fonte de energia elétrica integral, em uma residência”, afirma Diogo.

O programa de recuperação do meio ambiente desenvolvido pela Millenium inorganical Chemicals, na Paraíba, contabi-liza mais de 1 milhão mudas plantadas em uma área de 412,23 hectares, desde 1991. Em 2011 a cobertura envolveu 60,5 mil mudas de vegetação nativa reinseridas em 22,86 hectares. Dez famílias da zona rural trabalham na produção de mudas nativas. São realizadas pesquisas nas quais as espécies locais são catalogadas e testadas quanto às suas potencialidades de adaptação e colonização nas áreas mineradas. O programa é reconhecido nacionalmente, inclusive pelo ibama.

Recuperação de dunas e reflorestamento

Energia elétrica

Será o aumento da demanda de ener-gia elétrica, projetado até 2020 (para um crescimento da economia estimado em 5% ao ano - PDE 2020).

4,7%ao ano, em média

Participação das hidrelétricas no fornecimento de energia

Engenheiro Diogo Cruz afirma que energia solar já é produzida em larga escala

MoDELoS DE CoLEtorES DE EnErgiA SoLAr

Fotos cedidas pela Elios Soluções Energéticas

Projeto de energia solar fotovoltaica:Local: EspanhaTamanho do sistema: 2,3 MWÁrea total: 17.000m2Toneladas de CO2 evitadas em 20 anos: 27.000 (equivalente

a emissões de 3.900 veículos em um ano).Captação solar feita através de placas à base de silício.

Coletor térmico de baixa temperatura (aquecimento de água)Local: João PessoaPrédio com 26 andares e 52 aptos Redução de 70% do consumo gásEquivale a 40.000 m² de floresta plantada por ano,quase 1.000 m² por apto. Economia anual dos 52 aptos de R$ 65.000 por ano.

Concentrador de energia solar em indústriaLocal: Recife Tamanho do sistema: 0,5 MW Área: 600 m² Produção: 750.000 kWh de energia por ano.Equivale ao consumo de 1.000 casas populares.

Aplicação somente industrial.

M. DE CARvAlhO

FOTO: DivUlGAçãO MillENiUM iNORGANiCS ChEMiCAlS

Page 11: Sustentabilidade - A hora do Planeta

1911Paraíba, 31 de março de 2012S U S T EN TA B I L I DAD E

O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil de João Pessoa, Irenaldo Quintans, ressalta a amplitude desse concei-to: “Nesse setor, a sustentabilidade é tanto aplicada pela construtora durante a obra, quanto disponibi-lizada para o usuário final, através de projetos, possibilitando-o a te-rem uma rotina sustentável”.

Como exemplo, Quintans cita aproveitamento da luz natural, re-

aproveitamento da água, utilização de matéria-prima certificada, entre outros. Não existe uma regra, nes-sa área, existem ideias. Algumas deram certo, são copiadas e aca-bam servindo como “um ótimo ar-gumento de vendas”.

A ambientalista Socorro Fer-nandes, presidente da Associação Paraibana dos Amigos da Natureza (Apan), atestou o interesse dos profis-sionais da construção civil pela sus-

tentabilidade: “Eu e alguns colegas participamos do Fórum Estadual de Engenharia Civil, no ano passado, e ficamos surpresos com a preocupa-ção dos técnicos, no que diz respeito à conceitos e aplicações”.

Contudo, Irenaldo afirma que “o maior incentivador da sustenta-bilidade não é outro senão o consu-midor, que já começa a despertar para o tema, diferenciando o imóvel produzido de forma sustentável”.

A Energisa Paraiba obteve a certificação LEED® - NC (Leadership in Energy and Environmental Design – New Constuction), nível Prata

O primeiro prédio sustentável na Paraíba foi construído pela Energisa, em Patos. As ins-talações foram projetadas observando padrões internacionais de sustentabilidade. Com isso, a empresa obteve certificação internacional.

O conjunto foi erguido, em sua maior parte, com materiais renováveis, reutilizáveis e reciclá-veis, e com a maioria dos fornecedores localiza-dos num raio de 800 km da obra. O segundo prédio erguido dentro dos mesmos padrões, em Campina Grande, foi inaugurado em 2011, e aguarda o processo de certificação.

Em Estocolmo, na Suécia, o bairro “Hammarby” foi totalmente projetado visando a sustentabilidade. Está localizado numa antiga zona portuária e insalubre, onde indústrias contaminaram o solo.

O deslocamento é feito à pé ou de bicicleta, não entram carros, a água da chuva é coletada a partir dos telhados dos pré-dios, aquecida por sistema solar e distribuída aos apartamentos. Cerca de 9 mil pessoas usam biogás produzindo numa usina próxima, a partir de material orgânico gerado pelos próprios moradores.

Bairro sustentável

NÚCLEO REGIONAL OESTE DA ENERGISA PARAÍBA EM PATOS

Vidros laminados, com baixo fator solar.

Brise-soleildiminui a incidência do sol na parede, baixando a temperatura interna.

Vagas solidárias reservadas para os motoristas que dão carona. Minimiza as emissões de CO².

Uso de madeira com certificação de reflorestamento

Tijolos cerâmico-prensados maciços.

Captação de água de chuva para uso em instalações sanitárias, irrigação de jardins; e reuso da água.

Telhas termo acústicas, na cor branca, com alto índice de reflexão solar.

Sensores infravermelhos de presença e lâmpadas PL com economia de até 22%.

Cercas com metal reciclado.

Piso do terreno permeável.

© 2012 infografiCORREIO

Sergio Bilous

Como funciona um prédio administrativo sustentável

CONSTRuçãO CIvIL:

Empresas que não obedecem às leis,

não recolhem tributose não respeitam osdireitos dos seus

empregados, a meuver, não podem ser

chamadas de sustentáveis.”

(Irenaldo Quintans)

Consumidores despertam para construção de imóveis sustentáveis

O interesse pela sustentabilidade na construção civil paraibana impressiona os ambientalistas, mas o incentivo vem do consumidor

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Page 12: Sustentabilidade - A hora do Planeta

12 Paraíba, 31 de março de 2012 S U S T EN TA B I L I DAD E

Em janeiro deste ano, a Gráfica JB ob-teve o certificado FSC. “É uma certificação de papel de origem controlada, a qual ates-ta que o papel que usamos para impressões é totalmente sustentável, ao longo de toda sua cadeia de produção”, explica Sérgio Baptista, diretor de Negócios.

O processo de implementação na em-presa envolveu todos os funcionários e durou quase um ano. “Foi um tempo de reaprendizado para todos. Passamos por diversos treinamentos e estamos sensibili-

zados pela causa”, disse Sérgio Baptista.O diretor mencionou também que ago-

ra, os clientes tem à disposição a garantia de estarem adquirindo um produto que contribui para a manutenção do planeta. “E não haverá modificações no preço final, ara o cliente. É um diferencial da empresa”, destaca Sérgio.

A Gráfica JB irá completar 30 anos, no próximo ano e atua praticamente em todo Nordeste e está entre as maiores gráficas planas do país.

Em Lugano, na Suíça, o engenheiro Diogo Azevedo Cruz, conheceu um sistema de coletores de lixo subterrâ-neo. Os detritos são coletados em uma grande caixa embaixo da terra, sem cheiro e evitando que pessoas mexam no lixo. No Brasil, a cidade de Paulínia (SP), construiu um sistema parecido e, em Brasília, está sendo implementa-do um projeto deste tipo.

Coletores de lixo subterrâneo

Selos são um meio de valorizar as formas produtivas sustentáveis. O conceito nesta área surgiu no início da década de 1990.

FSCFoi criado em 1993, por um grupo internacional de empresários e organizações sociais e ambientais.Estabelece princípios universais para garantir o bom manejo florestal. (Forest Stewardship Council).

ProcelNa mesma época, no Brasil, foi instituído pelo governo federal o selo Procel, indicando os produtos que apresentam os melhores níveis de eficiência energética, com o objetivo de orientar o consumidor na hora da compra. O selo Procel tem diversos subprogramas, entre eles, o Procel Edifica (Eficiência Energética em Edificações).

Selo SustentaX Surgiu com o propósito de identificar e atestar aos consumidores os produtos sustentáveis.

LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) No Brasil ele vem sendo chamado de “Selo Verde”. Atesta que empreendimentos levaram em conta o espaço, a eficiência energética, o uso racional da água, qualidade ambiental interna e materiais. É aceito internacionalmente.

Certificação garante diferencial

Produção aumenta depois que os colaboradores participam de treinamento, no processo de certificação

fOtO: DivuLgAçãO gráfiCA JB

fOtO: ArquivO PESSOAL DiOgO Cruz