tcc de elaine cristina bezerra gouveia 19.09.12
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FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ
CENTRO DE PESQUISAS AGGEU MAGALHÃES
ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO DE SISTEMAS DE SERVIÇOS DE SAÚDE
ELAINE CRISTINA BEZERRA GOUVEIA
ACOLHIMENTO COMO DIRETRIZ OPERACIONAL NA
POLICLÍNICA SANTA ROSA, EM CARUARU-PE
RECIFE
2012
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ELAINE CRISTINA BEZERRA GOUVEIA
O ACOLHIMENTO COMO DIRETRIZ OPERACIONAL NA POLICLÍN ICA SANTA
ROSA, EM CARUARU –PE.
Monografia apresentado ao Curso de Especialização em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde do Departamento de Saúde Coletiva, Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, Fundação Oswaldo Cruz, para obtenção do título de especialista em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde.
Orientadora: Profª Valquíria Farias Bezerra Barbosa .
RECIFE
2012
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Catalogação na fonte: Biblioteca do Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães G719a
Gouveia, Elaine Cristina Bezerra.
Acolhimento como Diretriz Operacional na Policlínica Santa Rosa, Caruaru - PE. / Elaine Cristina Bezerra Gouveia. - Recife: 2012.
34 p. Monografia (Curso de Especialização de Sistema e
Serviços de Saúde) - Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, Fundação Oswaldo Cruz, 2011.
Orientadora: Valquíria Farias Bezerra Barbosa. 1. Adoção. 2. Humanização da Assistência. 3.
Acolhimento. I. Barbosa, Valquíria Farias Bezerra. II. Título.
CDU 614.2
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ELAINE CRISTINA BEZERRA GOUVEIA
ACOLHIMENTO COMO DIRETRIZ OPERACIONAL NA POLICLÍNIC A
SANTA ROSA, CARUARU - PE Monografia apresentado ao Curso de Especialização em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde do Departamento de Saúde Coletiva, Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, Fundação Oswaldo Cruz, para obtenção do título de especialista em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde.
Aprovado em: ___/___/___
BANCA EXAMINADORA
_______________________________________ Profª Valquíria Farias Bezerra Barbosa
IFPE – Pesqueira
_______________________________________ Dr. Sidney Feitoza Farias
CPqAM/ Fiocruz./PE
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AGRADECIMENTOS
À Deus, pela oportunidade de trabalhar na área de saúde, aprendendo a cada
dia com os usuário e profissionais.
À minha mãe, pelo incentivo, me abençoando todos os dias neste período de
crescimento intelectual.
À Edmilson, meu companheiro e amigo, que pacientemente permaneceu a
meu lado.
Aos meus filhos, André Luís e Luís Gustavo, pela tolerância e compreensão
nos momentos de ausência durante a elaboração deste projeto em muitos finais de
semana.
À meu amigo Wellington Batista, pelo seu estímulo,amizade e confiança, me
acolhendo em sua residência nos finais de semana, que estava em aula.
À minha Orientadora, pelas críticas e sugestões na elaboração deste projeto.
À meus companheiros de trabalho,pelo apoio e compreensão em razão de
minha ausência durante o Curso de Especialização e elaboração deste projeto.
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GOUVEIA, Elaine Cristina Bezerra. Acolhimento como Diretriz operacional na Policlínica Saúde Santa Rosa. 2012. Monografia (Especialização em Sistemas e Serviços de Saúde) – Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, Fundação Oswaldo Cruz, Recife. 2012.
RESUMO
Tendo como objetivo desenvolver proposta de intervenção com vista à adoção da humanização como prática contínua de uma atitude acolhedora, por parte dos servidores da Policlínica Santa Rosa no Município de Caruaru-PE, em consonância ao que preconiza o Programa Nacional de Humanização do SUS- PNH/SUS. O presente estudo propõe que o acolhimento no processo de trabalho em saúde, busca possibilitar uma compreensão para uma prática contínua, onde se possam conhecer suas diversas dimensões como possibilidade para reflexão de uma postura acolhedora, e não simplesmente como satisfação dos usuários, mas como uma proposta inclusiva na prática dos serviços de saúde. Sua efetivação implica no estabelecimento das relações humanas, no uso das tecnologias disponíveis para solução dos problemas, utilizando como técnicas de investigação a observação participante. Tomando o fluxograma analisador do modelo de atenção como organizador deste. PALAVRAS CHAVES : Adoção, Humanização da Assistência, Acolhimento
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Gouveia, Elaine Cristina Bezerra. Home and Polyclinic Health Policy operating in Santa Rosa. 2012. Monograph (Specialization in Health Systems and Services) - Aggeu Magalhães Research Center, Oswaldo Cruz Foundation, Recife. 2012
SUMMARY
Aiming to develop intervention proposal with a view to the adoption of continuous practice of humanization as a welcoming attitude from the servers of the Polyclinic Santa Rosa in the city of Caruaru-Pernambuco, in line with the National Programme calls for the humanization of SUS-HNP/SUS.The present study proposes that the host in the process of working on health, a search for understanding a continuous practice, where they can meet its various dimensions such as possibility to reflection of a welcoming attitude, and not simply as satisfaction of users, but as an inclusive proposal on health services practice. Its realization involves the establishment of human relations, in the use of available technologies for solving problems, using as a research participant observation techniques. Taking the flowchart template parser as organizer of this attention.
Keywords: Adoption, Humanization of assistance, Greeting.
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO................................................................................................. 09
2 OBJETIVOS..................................... .................................................................. 13
2.1 Objetivo Geral.................................................................................................... 13
2.2 Objetivos Específicos......................................................................................... 13
3 REFERENCIAL TEÓRICO........................... ...................................................... 14
4 DIRETRIZES...................................................................................................... 18
5 METAS............................................................................................................... 19
6 ESTRATÉGIAS................................... ............................................................... 20
7 PLANO OPERATIVO PARA A CONSTRUÇÃO DO PLANO DE
INTERVENÇÃO................................................................................................. 21
7.1 Local e área de estudo...................................................................................... 21
7.2 População de referência.................................................................................... 22
7.2.1 Inclusão.............................................................................................................. 22
7.2.2 Exclusão............................................................................................................. 22
7.3 Desenvolvimento da intervenção....................................................................... 22
7.3.1 Diagnóstico ....................................................................................................... 22
7.3.2 Intervenção Educativa ....................................................................................... 23
7.3.3 Etapas do desenvolvimento do projeto.............................................................. 23
8 ASPECTOS OPERACIONAIS PARA A EXECUÇÃO DO PLANO DE
INTERVENÇÃO .......................................................................................................... 25
8.1 Cronograma das atividades .............................................................................. 25
8.1.1 Recursos humanos............................................................................................ 25
8.1.2 Recursos materiais............................................................................................ 25
9 ORÇAMENTO.................................................................................................... 26
10 FONTE DE FINANCIAMENTO................... ....................................................... 27
REFERÊNCIAS ................................................................................................. 28
APENDICES...................................................................................................... 31
ANEXOS ........................................................................................................... 32
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1 INTRODUÇÃO
Estou gestora na Unidade de Saúde denominada Policlínica do Santa Rosa,
no bairro Santa Rosa no Município de Caruaru-PE, é uma unidade de referência em
atendimento cardiológico recebe uma demanda do município, bem como, outros
municípios inseridos na pactuação, tem como objetivo promover ações que
possibilitem o acolhimento e o atendimento às reais necessidades dos usuários de
acordo o que preconiza o Programa Nacional de Humanização - HUMANIZA SUS.
A necessidade de se fazer este estudo foi sendo conformada ao longo da
minha vivência profissional, esta vivência referida se constituiu de experiências de
chefia, e através desse percurso foi possível acompanhar algumas modificações do
setor, decorrente dos movimentos históricos. O trabalho em saúde é um processo de
produção que se faz através do relacionamento entre as pessoas envolvidas e
inseridas em um contexto. Neste relacionamento há influências de aspectos
subjetivos, de propósitos pessoais que as normatizações e regras de funcionamento
não conseguem prever e controlar, sendo que os trabalhadores ora os ignoram, ora
utilizam na defesa de seus projetos.
A saúde é considerada na sua complexidade, como um bem econômico não restrito ao mercado, como forma de vida da sociedade, e direito que se afirma enquanto política, com as dimensões de garantias de acesso universal, qualidade, hierarquização, conforme estabelece a Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em 5 de outubro de 1988 (BRASIL, 2006).
A superação dos problemas da política pública se impõe tanto por razões
éticas, como por pretexto estratégico, uma vez que sua permanência reduz a
eficácia das práticas de saúde, o que coloca em questão sua própria sustentação
como política pública de saúde (PASCHE, 2009).
Desta e nesta direção teórico-prática, a participação é elemento intrínseco
cujos agentes, acumulando práticas de participação comunitária e participação
popular, amadureceram-nas sob a ótica da crítica reflexiva e as aprofundaram,
superaram-nas e as direcionaram para diante, conferindo-se ao movimento sanitário
o papel de agente “portador coletivo e obstinado da participação institucionalizada e
permanente da sociedade na gestão do sistema de saúde, como elemento
estratégico do processo de reforma da saúde” (CARVALHO, 1995, p. 49).
O reconhecimento da saúde como bem-estar, satisfação, bem coletivo e direito, configura um paradigma civilizatório da humanidade, construído num
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processo de embates de concepções e de pressões dos movimentos sociais por estabelecerem uma ruptura com as desigualdades e as iniqüidades das relações sociais, numa perspectiva emancipatória, levando-se em conta, evidentemente, as diferentes culturas e formas de cuidado do ser humano (BRASIL, 2006, p. 18).
A nova forma de gestão pública tem sido caracterizada pelo termo
flexibilidade, envolvendo a idéia de que é necessário reforçar as possibilidades de
tomada de decisões de forma descentralizada, proporcionando a todos os atores
uma maior autonomia de ação, a fim de ampliar os espaços de criatividade e
ousadia na busca de soluções. A descentralização, uma das diretrizes que orienta o
funcionamento do SUS, gera a necessidade de pactuação entre as três esferas de
governo e faz da área de saúde a política setorial que maior impacto vivencia entre
as políticas públicas do Estado brasileiro (BRASIL, 2009).
Quando conseguirmos uma aproximação não tecnocrática às questões de
diagnósticos e intervenção em saúde e uma democratização de fato do
planejamento e da gestão das instituições de saúde, teremos respostas sociais aos
diversos desafios da saúde, sem prescindir do diálogo com os sujeitos que constitui
esses coletivos, o que não se constrói efetivamente senão numa relação de cuidado
(AYRES, 2004).
Neste sentido, a Política Nacional de Humanização (PNH) foi criada em
2003 com o objetivo de deflagrar movimento ético, político-institucional e social para
alterar os modos de gestão e os modos de cuidado em saúde. A opção pela
humanização como política pública no SUS foi para incluí-la como um valor do
cuidado e da gestão, para afirmação de uma nova ética na saúde: a de colocar no
primeiro plano as pessoas, seus interesses, desejos e necessidades (PASCHE,
2009).
A emergência da PNH no SUS trouxe, sem dúvida, uma série de novos
desafios ao próprio entendimento de humanização na saúde e àquilo que já vinha
sendo experimentado nessa direção nos serviços de saúde (PASCHE; PASSOS;
HENNINGTON, 2010). Benevides e Passos (2005, p. 389-394) acreditam que:
com a humanização da gestão e da assistência em saúde teremos uma qualidade nas práticas de saúde. Neste sentido, destacam os 7 princípios da Política Nacional de Humanização, a saber: 1. Valorizar a dimensão subjetiva e social num compromisso com os direitos do cidadão; 2. Fortalecer o trabalho em equipe multiprofissional; 3. Apoiar a construção de redes cooperativas e comprometidas com a produção de saúde e de sujeitos; 4. Construir autonomia e protagonismo de indivíduos e coletivos envolvidos na rede SUS; 5. Co-responsabilizar os sujeitos nos processos de atenção e gestão; 6. Fortalecer o controle social e 7. Comprometer-se com
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a democratização das relações de trabalho e valorizar os trabalhadores de saúde incentivando ações de educação permanente.
Na prática cotidiana, algumas ações que fazem parte de todo programa de
desenvolvimento da cultura da humanização nos serviços, indiretamente, criam
bases para a gestão participativa, em qualquer contexto, porque promovem a
criação de espaços de discussão para a contextualização dos impasses,
sofrimentos, angústias e desgastes a que se submetem os profissionais de saúde no
dia-a-dia (pela própria natureza do seu trabalho), e estimulam o pensar e decidir
coletivamente sobre a organização do trabalho, envolvendo gestores, usuários e
trabalhadores, em grupos com diversas formações (RIOS, 2009).
Rios (2009, p. 61) afirma que: particularmente importantes são as estratégias, metodologias e ferramentas que se destinam ao desenvolvimento do profissional da área da Saúde. Acreditamos que a atitude verdadeiramente humanizada requer, necessariamente, a educação dos profissionais da saúde dentro dos princípios da humanização e o desenvolvimento de ações protetoras contra as situações de sofrimento e estresse decorrentes do próprio trabalho e ambiente em que se dão as práticas de saúde. Nessa direção, a PNH elege a educação permanente como principal estratégia para o desenvolvimento profissional na área da Saúde.
O Ministério da Saúde decidiu priorizar o atendimento com qualidade e a
participação integrada dos gestores, profissionais e usuários em todo processo, com
o objetivo de promover a humanização da assistência. Uma das medidas tomadas é
a proposta do acolhimento nos serviços de saúde (BRASIL, 2004).
O tema deste trabalho foi escolhido considerando que o acolhimento no
processo de trabalho em saúde, busca possibilitar uma compreensão para uma
prática contínua, onde se possam conhecer suas diversas dimensões, como
possibilidade para reflexão de uma postura acolhedora, e não simplesmente como
satisfação dos usuários, mas como uma proposta inclusiva na prática dos serviços
de saúde (SILVA; ALVES, 2008). Pautado nas diretrizes do SUS ao longo dos anos,
as Redes de Saúde Pública e Complementar de Caruaru (PE) vem crescendo de
maneira decisiva, sendo, portanto, necessário oferecer serviços que proporcione ao
usuário satisfação, acolhimento e resolubilidade.
O município de Caruaru-PE possui, conforme censo IBGE 2010, uma
população de 314.951 habitantes e, de acordo com o Cadastro Nacional de
Estabelecimentos de Saúde – CNES, em abril 2010, o município tinha 301
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estabelecimentos de saúde cadastrados, entre públicos e privados. A Policlínica
Santa Rosa, situada em um bairro da periferia, atende a uma demanda de mais de
40 bairros, além de cidades circunvizinhas, totalizando 3.398 atendimentos ao mês.
A clientela é bastante diversificada e recorre a Policlínica Santa Rosa para obter
atendimentos nos seguintes serviços: Clínica Médica, Cardiologia, Fonoaudiologia,
Odontologia, Psicologia, Cirurgia Pediátrica, Pediatria, Neurologia, por uma equipe
de profissionais de saúde e corpo técnico administrativo que totaliza 38 servidores.
Muitos são os desafios para a prática do acolhimento, em relação ao usuário
e ao trabalhador do serviço de saúde; baseados nessa perpectiva e mediante
análise do atendimento realizado na Policlínica do Santa Rosa, observou-se a
dificuldade dos trabalhadores desta unidade em execer o acolhimento na pratica
diária. Isso implica em um processo de transformação que possa produzir efeitos em
cada um dos sujeitos, através de intervenção no modo de operar as relações, sendo
receptivo as alterações e incentivando na construção de novos hábitos,
possibilitando mudanças na relação trabalhador e usuário.
Considerando a problemática acima descrita, este projeto de intervenção
tem como objetivo desenvolver proposta de intervenção com vistas a adoção da
humanização como prática contínua de uma atitude acolhedora, por parte dos
servidores da Policlínica Santa Rosa no Município de Caruaru-PE, de acordo com o
que preconiza o Programa Nacional de Humanização do SUS- PNH/SUS.
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2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral
Desenvolver proposta de intervenção para humanização dos serviços, por
parte dos servidores da Policlínica Santa Rosa no Município de Caruaru-PE, em
consonância ao que preconiza o Programa Nacional de Humanização do SUS-
PNH/SUS.
2.2 Objetivos Específicos
a) Incentivar a reflexão, discussão e atualização do tema acolhimento entre
os servidores que atuam na Policlínica Santa Rosa;
b) Identificar os fatores condicionantes a uma resposta contrária à atitude
acolhedora; relacionados ao perfil profissional dos servidores da Policlínica
Santa Rosa;
c) Contribuir para a construção coletiva de estratégias de acolhimento entre
os profissionais e usuários do serviço.
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3 REFERENCIAL TEÓRICO
O SUS reclamava à época da emergência da humanização como
componente da plataforma política da saúde na 11ª Conferência Nacional de Saúde,
realizada em 2000 (BRASIL, 2001), por princípios metodológicos que indicassem,
então ‘certo modo de fazer’, haja vista, que o ‘deve ser’ já estava prescrito na base
jurídico-legal do sistema de saúde.
A humanização nasceu dentro do SUS. Os princípios do SUS são
totalmente de inspiração humanista: universalidade, integralidade, equidade e
participação social. Baseado nessa proposta conclui-se que o uso do fluxograma
analisador de Merhy (1197) permite aos profissionais de saúde a identificar
possíveis falhas, ou seja, é um instrumento eficaz para operação na direção de se
produzir serviços e profissionais mais responsáveis e criativos com seu processo de
trabalho, possibilita reflexão que tem possibilidade de ajudar na mudança da
referência epistemológica do sujeito, despertando no mesmo a necessidade de
capacitação para agir diferente.
Associado a proposta de Paulo freire que deixou sementes de concepção
emancipadora da educação popular, onde floresceram em numerosos grupos e
organizações. Um dos princípios originários da educação popular tem sido a criação
de uma nova epistemologia baseada no profundo respeito pelo senso comum que
trazem os setores populares em sua prática cotidiana. Levado às últimas
consequências justifica-se a humanização em qualquer instância de atenção ou
gestão (RIOS, 2009).
Mendes (1991), Misoczky (1991), Merhy et al. (1991), Campos (1991) e Teixeira(1992), entre outros, criticaram as formas de reorganização da assistência à saúde implementadas em alguns municípios, reproduzindo as velhas estruturas inampsianas, e propuseram novas alternativas. Paim (1992) indicava a necessidade de superar-se os modelos de prestação de serviços de saúde, tornando-os compatíveis com os propósitos de universalidade, acessibilidade, eqüidade, integralidade e impacto epidemiológico (SILVA JUNIOR, 1998, p. 25).
Isso ocorre, segundo Merhy (1997), porque o modelo vigente está centrado
no médico e no tratamento que, na maioria das vezes, se dá “de uma maneira
impessoal, objetivisante e descompromissada (MERHY, 1997, p.118)”. Afirma ainda
que:
[...] seria necessário reconstruir a idéia de autonomia do trabalhador em saúde,para além do médico e procurando a configuração do trabalhador
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coletivo, e construir um processo que publicize os espaços institucionais com a presença do conjunto dos atores, realmente interessados na saúde, em particular os usuários (MERHY, 1997, p. 119).
Nos sistemas públicos, a noção de acolhida poderia ser redefinida,
ampliando-se seu significado tradicional conforme é empregado na prática clínica
privada. Agora, a acolhida deveria dizer respeito tanto a abertura dos serviços
públicos para a demanda, como a sua vocação para se responsabilizar por todos os
problemas da saúde de uma região (CAMPOS, 1997).
A Política de Humanização da Atenção e da Gestão (PNH) é uma iniciativa
inovadora no SUS. Criada em 2003, a PNH tem por objetivo qualificar práticas de
gestão e de atenção em saúde. Uma tarefa desafiadora, sem dúvida, uma vez que
na perspectiva da humanização, isso corresponde à produção de novas atitudes por
parte de trabalhadores, gestores e usuários, de novas éticas no campo do trabalho,
incluindo aí o campo da gestão e das práticas de saúde, superando problemas e
desafios do cotidiano do trabalho (BRASIL, 2010).
A emergência da PNH no SUS trouxe, sem dúvida, uma série de novos
desafios ao próprio entendimento de humanização na saúde e àquilo que já vinha
sendo experimentado nessa direção nos serviços de saúde (PASCHE; PASSOS;
HENNINGTON, 2010).
Tal inovação nas práticas de saúde pressupõe a capacidade dos sujeitos e
organizações colocarem em questão as formas instituídas do trabalho em saúde:
diante das instituições de saúde identificar, portanto, sua face instituída e apostar em
suas forças instituintes, isto é, essas forças capazes de mobilizar ações de mudança
nos processos de trabalho (SANTOS-FILHO; BARROS, 2007). Alcançar a
experiência concreta no que ela tem de singular exige, portanto, uma ação guiada
por uma metodologia não mais extensivista, mas intensivista (PASSOS;
BENEVIDES, 2009).
A idéia de acolhimento nos serviços de saúde já acumula uma farta
experiência em diversos serviços de saúde do SUS. Tal experiência é heterogênea
como o próprio SUS e tem acúmulos positivos e negativos (BRASIL, 2009).
Nessa vertente, a humanização focaliza com especial atenção os processos
de trabalho e os modelos de gestão e planejamento, interferindo no cerne da vida
institucional, onde de fato se engendram os vícios e os abusos da violência
institucional. O resultado esperado é a valorização das pessoas em todas as
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práticas de atenção e gestão, a integração, o compromisso e a responsabilidade de
todos com o bem comum (RIOS, 2009).
A formação para a área da saúde deve ter como objetivos a transformação
das práticas profissionais e da própria organização do trabalho e estruturar-se a
partir da problematização do processo de trabalho e sua capacidade de dar
acolhimento e cuidado às várias dimensões e necessidades em saúde das pessoas,
dos coletivos e das populações (CECCIM; FEUERWERKER, 2004).
Conforme apontam Ceccim e Feuerwerker (2004, p. 43) [...] essa compreensão tem estado presente nas produções de pesquisadores que se têm voltado para a análise dos processos de formação e das políticas de formação dos profissionais de saúde. Nesta direção, vários autores têm sinalizado que as políticas de formação dos profissionais de saúde implicam a apreensão da complexidade que permeia o SUS na atualidade e, deste modo, requerem ações de formação que se engendrem em um processo de construção coletiva com os sujeitos envolvidos.
Outra frente de intervenção sobre esta problemática está na função de apoio
institucional, conforme proposição de Passos, Neves e Benevides (2006), implicando
uma ação “entre”, na interface entre produção de saúde e produção de
subjetividade, entre análise das demandas e ofertas, entre as instituições de saúde e
os movimentos que estranham seus funcionamentos, sejam eles movimentos
sociais, analisadores sociais ou mesmo os movimentos sensíveis que operam
aberturas e alteram os modos de sentir e perceber o mundo.
Para Mattos (2001), a integralidade, princípio e diretriz do SUS, coloca em
cena alguns aspectos da maior importância, a saber: a concepção de saúde/doença,
o funcionamento dos serviços de saúde em rede, a organização do processo de
trabalho no campo da saúde, a não-fragmentação da assistência, as práticas de
cuidado, dentre outras questões.
Pensar o trabalho em saúde na direção da PNH é afirmar a transversalidade
como um aumento de comunicação entre os diferentes sujeitos/grupos. Essa
concepção diz de uma participação ativa e inventiva de atores, saberes e
instituições, voltados para o enfrentamento de problemas que emergem nos
cotidianos de trabalho. Diz da análise das relações que os sujeitos estabelecem com
o processo produtivo e aponta para a construção da autonomia e
corresponsabilização, mediante intervenções para transformação da realidade
(BARROS; SANTOS FILHO, 2009).
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Esse plano de intervenção tem como principal tarefa disseminar os
conceitos e as práticas de humanização considerando as diretrizes e dispositivas do
Plano Nacional de Humanização – PNH. Contribuir para integração nas diversas
áreas e serviços da unidade, e demais serviços de sua referência promovendo a
formulação e implementação de plano de intervenção e propondo a ampla
participação dos funcionários e tenha como principais fontes de orientação para
suas propostas de ação as necessidades dos usuários e dos profissionais de saúde
na execução de seus trabalhos.
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4 DIRETRIZES
� Valorização da dimensão subjetiva e social em todas as práticas de atenção e
gestão no SUS, fortalecendo o compromisso com os direitos do cidadão;
� Fortalecimento do trabalho em equipe multiprofissional, fomentando a
transversalidade e a grupalidade;
� Construção de autonomia e protagonismo dos sujeitos e coletivos implicados
na rede do SUS;
� Compromisso com a democratização das relações de trabalho e valorização
dos profissionais de saúde, estimulando processos de educação
permanente.
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5 METAS
� Criar espaço coletivo para discussão sobre o tema acolhimento;
� Contribuir para redução da insatisfação no atendimento, através da
qualificação dos servidores da Policlínica Santa Rosa;
� Articular-se com a ouvidoria em saúde do município de Caruaru;
� Atingir o maior número de usuários nas ações de educação em saúde.
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6 ESTRATÉGIAS
� Apresentação de vídeo sobre o tema humanização no serviço de saúde;
� Realização de duas oficinas com os servidores lotados na unidade;
� Realização de dinâmicas de grupo, em parceria com a profissional psicóloga
da unidade, com os servidores lotados na unidade;
� Registrar através de relatórios os resultados das oficinas e dinâmicas de
grupo;
� Realização de reunião com a coordenação do Núcleo de Educação
Permanente da Secretária de Saúde para análise e discussão dos resultados.
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7 PLANO OPERATIVO PARA A CONSTRUÇÃO DO PLANO DE INT ERVENÇÃO
Para construção da proposta de intervenção, buscou-se pesquisar materiais
de interesse através de fontes secundárias. Os dados foram obtidos a partir da
consulta de informações e documentos de domínio público presentes no Cadastro
Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES, 2010), Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE, 2010), na Central de Regulação de Atendimentos
(CRASMS, 2012) e em relatórios através dos departamentos específicos da
Secretaria Municipal de Saúde de Caruaru. (PERMANBUCO, 2011).
7.1 Local e Área de Estudo
A presente proposta de intervenção foi elaborada como forma de promover
uma reflexão quanto ao acolhimento nos serviços de saúde, escolhendo como local
de estudo o município de Caruaru-PE, por possuir conforme censo IBGE-2010, uma
população de 314.951 habitantes e de acordo o Cadastro Nacional de
Estabelecimentos de Saúde em abril de 2010, 301 estabelecimentos de saúde
cadastrados, entre públicos e privados, sendo 50 de atenção básica distribuídos
entre a zona urbana e rural.
O município de Caruaru está situado no agreste central de Pernambuco e é
um dos mais pujantes, economicamente da Região Nordeste o que o caracteriza
como cidade polo na Região Agreste do Estado. Apresenta uma localização
estratégica previlegiada a nível logístico; a cidade é polo de referência médica para
87 municípios do agreste, município sede da IV regional de saúde, habilitado em
Gestão Plena do Sistema Municipal e Básica Ampliada capaz de assegurar a oferta
da totalidade de serviços pactuados para a sua própria população e para a
população de outros municípios a ele adstritos.
A área de estudo será a Policlínica Santa Rosa situada em um bairro da
periferia do município; atende a uma demanda de mais de 40 bairros, além de
cidade circunvizinhas, totalizando 3.398 atendimentos mês. A clientela é bastante
diversificada e recorre a Policlínica Santa Rosa para obter atendimentos nos
seguintes serviços: Clínica Médica, Cardiologia, Fonoaudiologia, Odontologia,
Psicologia, Cirurgia Pediátrica, Pediatria, Neurologia, com emissão de laudos e uma
equipe de profissionais de saúde e corpo técnico administrativo composta por 38
servidores.
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7.2 População de referência
Os sujeitos do projeto de intervenção serão os profissionais de saúde
lotados na unidade de saúde Policlínica Santa Rosa, constituída por 38 servidores,
dividida da seguinte forma; 03 clínicos, 02 cardiologistas, 01 fonoaudióloga, 05
cirurgiões dentistas, 02 psicólogas, 01 cirurgião Pediátrico, 01 pediatra, 01
neurologista, 01 enfermeira, 03 técnicos de enfermagem, 03 auxiliares de saúde
bucal, 01- téc. de eletrocardiograma, 01 téc. de encefalograma, 03 recepcionistas,
02 digitadoras, 01 auxiliar de administração, 04 vigilantes, 01 auxiliar de farmácia, 02
auxiliar de serviços gerais e 01 gerente administrativo, que prestam serviço como
diaristas.
7.2.1 Serão incluídos na amostra deste estudo, servidores que atenderem aos
seguintes critérios de inclusão;
� Serem servidores lotados na Policlínica Santa Rosa, no período desta
intervenção.(Apêndice 1).
� Os servidores que se dispuserem a participar voluntariamente deste estudo.
7.2.2 Serão excluídos da amostra deste estudo os servidores que não atenderem
aos critérios de inclusão acima descritos.
7.3 Desenvolvimento da Intervenção
Será realizada apresentação de vídeos, duas oficinas para estímulo a reflexão
e discussão sobre o tema acolhimento, junto à equipe, em horários diversificados e
flexíveis, com a finalidade de não prejudicar os horários de atendimento aos
usuários. Serão aplicados questionários, no intuito de conhecer o perfil, a visão e
opinião dos sujeitos sobre o tema humanização e acolhimento.
7.3.1 Diagnóstico
a) Será aplicado, questionário aos servidores, no intuito de conhecermos, melhor
o perfil de cada um.
b) Por meio de oficinas, com 4h de duração, abordando referenciais teóricos
sobre acolhimento e enfatizando o objetivo e proposta da realização da
oficina, procurando estimular nos servidores, a falar sobre o tema, e anotando
as questões apresentadas. Nestes encontros, pretende-se estimular a leitura
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em grupos sobre acolhimento, realizando posteriormente discussão sobre a
leitura, registrando os pontos principais abordados, utilizando como recurso de
apoio o data show.
c) Na realização da segunda oficina, com 4h de duração, será levado ao
conhecimento dos servidores processo de trabalho nos serviços de saúde,
utilizando o “Fluxograma Analisador” proposto por Merhy (1997) anexo 1 , e
através desta ferramenta, será trabalhado o processo que cada usuário
precisa percorrer, até receber as ações propostas pelo serviço, avaliando
deste modo o atendimento oferecido na unidade.
7.3.2 Intervenção Educativa
Realização de duas oficinas para estímulo à reflexão e discussão sobre o
ato de acolher, por meio de uma proposta de educação permanente, que facilite o
acesso no atendimento aos usuários, proporcionando a restauração da comunicação
social, a partir das trocas entre o usuário e o profissional.
Para a realização da intervenção educativa, será utilizada a pedagogia de
Paulo Freire, pois para o autor, educação não é, de forma alguma, transmissão de
conhecimentos. Portanto, não existe o professor que ensina e o aluno que aprende.
Pelo diálogo, quem educa também aprende com os alunos de forma permanente,
porque ninguém está inteiramente formado e pronto, nem mesmo o professor. Outra
característica essencial de Paulo Freire é a dimensão política, para ele, todo o seu
pensamento está relacionado à realidade a ser transformada (EAD-ENSP, 2000).
7.3.3 Etapas de Desenvolvimento do Projeto
1a Etapa – Apresentação do Projeto de Intervenção a coordenação do Núcleo
Educação Permanente da Secretária de Saúde da SMS Caruaru.
a- Reunião com a coordenação para apresentar, utilizando como recurso de
apoio o data show, este projeto de intervenção para análise e aprovação;
2a Etapa – Realização de oficinas em dias e horários diversificados, de maneira que
não interfira nos serviços oferecidos aos usuários da policlínica.
a- Realizar a primeira oficina com duração de 4hs, abordando referenciais
teóricos sobre acolhimento. Nos primeiros 10 minutos enfatizar o objetivo e a
proposta das oficinas, em 30 minutos estimular fala livre sobre o tema e
24
anotar as questões apresentadas. Na próxima 01h20min estimular leitura em
grupo de cartilhas sobre o tema proposto. Intervalo de 15 minutos; na
próxima 01h35m, realizar discussão sobre a leitura, anotando pontos
principais utilizando como recurso de apoio o data show; possibilitar 10
minutos para avaliação do encontro com uma palavra de cada participante.
b- Na realização da segunda oficina, com duração de 4h, abordar-se-á o
processo de trabalho nos serviços de saúde utilizando-se o “Fluxograma
Analisador” proposto por Merhy(1997). Nas primeiras duas horas trabalhar
com apresentação de um caso selecionado pela equipe, de forma a identificar
todo o percurso do usuário/a pela unidade, desde a chegada, ações
propostas e seus desdobramentos. Realizar intervalo de 15 minutos. Na
próxima 1h35m, discutir a apresentação e anotar estratégias, enfocando o
aprimoramento do acolhimento na Policlínica Santa Rosa, possibilitar 10
minutos para avaliação do encontros; os profissionais identificam os pontos
críticos e propõe possíveis soluções?
3a Etapa-Elaboração e apresentação do relatório
a– Avaliar a efetividade dos servidores das oficinas , segundo os seguintes
critérios: depoimentos dos participantes sobre mudanças na percepção em
acolhimento após vivenciar as oficinas;
b- Descrever os resultados das oficinas em um relatório a ser entregue a
coordenação do Núcleo de Educação Permanente da Secretaria de Saúde de
Caruaru;
c- Apresentação descritiva do relatório a coordenação.
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8 ASPECTOS OPERACIONAIS PARA A EXECUÇÃO DO PLANO DE
INTERVENÇÃO
8.1 Cronograma das Atividades
PREVISÃO PARA EXECUÇÃO ATIVIDADES Início Término
1-Apresentação do projeto ao NAE JUL/ 2012 JUL/ 2012 2- Realização da 1a oficina AGO/2012 AGO/2012 3- Realização da 2a oficina SET/2012 SET/2012 4- Elaboração e apresentação do relatório conclusivo
OUT/2012 OUT/2012
5- Avaliação da intervenção junto ao NAE NOV/2012 NOV/2012
Fonte: autora, 2012 8.1.1 Recursos Humanos
� Profissionais do Núcleo de Educação Permanente da Secretaria de Saúde
qualificados em acolhimento.
8.1.2 Recursos Materiais
a- Papel ofício
b- Papel 40
c- Lápis Pilot
d- Cartilhas PNH
e- Canetas
f- Data show
g- Notebook
h- Mesas
i- Cadeiras
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9 ORÇAMENTO
CUSTO QUANTIDADE VALOR UNITÁRIO TOTAL Papel ofício 02 Resma 14,00 28,00 Papel 40 20 folhas 1,00 20,00 Lapis Pilot 15 unidades 1,20 18,00 Caneta 38 unidades 1,00 38,00 Data Show 01 unidade 1.800,00 1.800,00 Notebook 01 unidade 1.500,00 1.500,00 Cadeira em PVC 40 unidades 28,00 1.120,00 Mesa em PVC 03 unidades 120,00 360,00 TOTAL 4.884,00 Fonte: autora, 2012
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10 FONTE DE FINANCIAMENTO
O presente orçamento será submetido à coordenação do Núcleo de Atenção
Especializada - NAE para identificar recursos de financiamento.
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REFERÊNCIAS
ALVES, M. da S.; SILVA, L. G. da. O acolhimento como ferramenta de práticas inclusivas de saúde. Rev. APS , Minas Gerais, v. 11, n. 1, p. 74-84, jan./mar. 2008. AYRES, J. R. C. M. O cuidado, os modos de ser (do) humano e as práticas de saúde, São Paulo. Saúde e Sociedade , v.13, n.3, set./dez, 2004. BARROS, M. E. B; SANTOS FILHO, S. B. Saúde do trabalhador: construindo uma metodologia de análise/intervenção - a experiência da PNH. [S.l.: s.n], 2009. No prelo. BENEVIDES, Regina; PASSOS, Eduardo. A humanização como dimensão pública das políticas de saúde. Ciência e Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v.10, n.3, jul/set. 2005. BRASIL. Departamento de informática do SUS. Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde , 2010. Disponível em:<http://cnes.datasus.gov.br>. Acesso em: set. 2011. BRASIL, Ministério da Saúde. Organização Pan-Americana da Saúde no Brasil. Doenças relacionadas ao trabalho : manual de procedimentos para os serviços de saúde. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2001. _________________________. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. A construção do SUS: histórias da Reforma Sanitária e do Processo Participativo / Ministério da Saúde, Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2006. p. 300. _________________________. Secretaria de Atenção à Saúde. Política nacional de Humanização da atenção e Gestão do SUS. Acolhimento e classificação de risco nos serviços de urgência. Ministério da saúde. Secretaria de atenção à saúde. Política nacional de Humanização da atenção e Gestão do SUS. Brasília, DF: Ministério da saúde, 2009. P. 56. _________________________. Secretária de Atenção Básica à Saúde. Política Nacional de humanização da Atenção e Gestão do SUS. O Humaniza SUS na atenção básica , Brasília, DF, 2009. Disponível em: <http://www.saude.gov.br/editora>. Acesso em: 22 jan. 2012.
29
_________________________. Humaniza SUS – Acolhimento com avaliação e classificação de risco: um paradigma ético-estético no fazer em saúde. Brasília, DF, 2004. _________________________. Secretaria de Atenção à Saúde. Política Nacional de Humanização. Formação e intervenção / Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Política Nacional de Humanização . Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2010. p. 242. CARVALHO, A. I. de. Conselhos de saúde no Brasil: participação cidadã e controle social, Rio de Janeiro: Fase/Ibam, 1995. CAMPOS, G. W. S. Subjetividade e administração de pessoal: considerações sobre modos de gerenciar o trabalho em equipes de saúde. In: MERHY, E. E. ; ONOCKO, R. (Org.). Agir em saúde . São Paulo: Hucitec, 1997. p. 229-266. CECCIM, R. B.; FEUERWERKER, L. C. M. O quadrilátero da formação para a área da saúde: ensino, gestão, atenção e controle social. Physis: Revista Saúde Coletiva, [S.l.], v.14, n. 1, p. 41-65, 2004. IBGE. Dados estatísticos das Cidades Brasileiras , 2010. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home>. Acesso em: 13 fev 2012. MATTOS, R. A. Os sentidos da integralidade: algumas reflexões acerca de valores que merecem ser defendidos. In: PINHEIRO, R.; MATTOS, R. A (Org.). Os sentidos da integralidade na atenção e no cuidado à saúde . Rio de Janeiro: Cepesc, 2001. p. 41-66. MERHY, E. E. O SUS e um dos seus dilemas: mudar a gestão e a lógica do processo de trabalho em saúde (um ensaio da micropolitica do trabalho vivo). In: FLEURY, Sônia (Org.). Saúde e democracia : a luta do CEBES. São Paulo: Lemos Editorial, 1997. p. 125-141. MERHY,E. E; CHAKKOUR, M. Em busca de ferramentas analisadoras das tecnologias em saúde: a informação e o dia-a-dia de um serviço, interrogando e gerindo o trabalho em saúde.In: Agir em Saúde: um desafio para o público. São Paulo, p. 1197. PASCHE, D. F. Abertura do 2º Seminário Nacional de Humanização da Saúde. In: Anais do 2º SNH . Brasília, 05 de agosto de 2009. Disponível em: <http://www.sispnh.com.br/ anais/mesa_pnh1.asp>. Acesso em: 14 fev. 2012.
30
PASCHE, D. F; PASSOS, E; HENNINGTON, E. Cinco anos da Política Nacional de Humanização: trajetória de uma política pública. Ciência & Saúde Coletiva , 2010. No prelo. PASSOS, E; NEVES, C. A. B.; BENEVIDES, R. B. Apoio institucional . [s.l.: s.n.], 2006. No prelo. PERNAMBUCO. Secretaria Municipal de Saúde de Caruaru, 2011 RIOS, Izabel Cristina. Caminhos da humanização na saúde: prática e reflexão. São Paulo: Áurea Editora, 2009. SANTOS-FILHO, S. B. Estimativa rápida de (re) conhecimento de território/espaços sociais/realidade local: eixos para discussão sobre diagnóstico de saúde e intervenções em comunidade. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2007. SILVA JÚNIOR, A. Modelos tecnoassistenciais em saúde: o debate no campo da saúde coletiva. São Paulo: Hucitec, 1998. SILVA, Lívia Gomes. O acolhimento como ferramenta de práticas inclusivas de saúde. Rev. APS , v. 11, n. 1, p. 74-84, jan./mar. 2008.
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APÊNDICE
QUESTIONÁRIO DIAGNÓSTICO
1. Nome:___________________________________________ _______ 2. Sexo: ( ) Feminino ( )Masculino. 3. Idade: _____________ 4. Escolaridade:___________________________________ ________ 5. Formação:_______________________________________ _______ 6. Ano que concluiu sua formação:__________________ _________ 7. Local de Trabalho:______________________________ _________ 8. Qual sua função na unidade de saúde?:___________ __________ 9. Qual o tempo de serviço nesta função?:__________ ___________ 10. Já participou de algum curso/palestra sobre Aco lhimento? ( ) sim ( ) não 11. Se sim, há quanto tempo vc participou desta cap acitação? ___________________________________________________________________ 12. Por que órgão foi oferecida? __________________ ___________________ 13. O que você entende por Acolhimento? ______________________________________________________________________________________________________________________________________ 14. Quais são as atitudes que você relaciona com Ac olhimento? _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 15. Que ações de Acolhimento poderiam ser realizada s na sua unidade de saúde? _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
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ANEXOS
FLUXOGRAMA ANALISADO
1ª procura à Unidade de Saúde ~ Quinta, 12 de Abril de 2011
• Queixa Principal: Fortes dores no peito há 1 dia.
Entrada naUSF - Demanda
EspontâneaAtende?
SIM
Febre 38,5ºC
Consulta Médica –
Intercorrência
O fluxograma explicativo: uma poderosa ferramenta da saúde coletiva útil à reflexão de nossa prática individual e
coletiva
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1ª. Entrada naUSF - Demanda
EspontâneaConsulta?
SIM
Febre 38,5ºC
Consulta Médica –
IntercorrênciaEncaminha?
Ao HRVale Transp.
SIM
Entrada no HR
Urgência?SIMConsulta
Na Pediatria
Lavagem Intestinal Alta
2ª. Entrada naUSF - Demanda
EspontâneaConsulta?
Consulta Médica –
IntercorrênciaEncaminhado
Ao HMEntrada no
HMEncaminhado
Ao HRETC.
A criação da ferramenta
• “Diante de uma situação desse tipo, consideramos sobre o seu cotidiano, sobre o seu modo de trabalhar para que, a partir de então, interrogassem este cotidiano e pensassem sobre a situação-problema”
Fonte: MERHY, EE. & CHAKKOUR, M. Em busca de ferramentas analisadoras das tecnologias em saúde: a informação e o dia-a-dia de um serviço, interrogando e gerindo o trabalho em saúde. In: AGIR EM SAÙDE: um desafio para o Público. São Paulo, 1997.
Entrada ou Saída
Momento de decisão
Momento de produção
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1ª. Entrada naUSF - Demanda
EspontâneaConsulta?
SIM
Febre 38,5ºC
Consulta Médica –
Intercorrência
Entrada Decisão Produção