tecnologia dos transportes - brt/vlt/metrô

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO TECNOLÓGICO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL GUIDO BONATTO NETO LEIDIANE SCHEFFER FAVERO RAFAEL EIJI NAKAMURA TECNOLOGIAS DE TRANSPORTE DE PESSOAS (BRT / VLT / VLP / METRÔ) VITÓRIA 2012

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Page 1: Tecnologia dos transportes - BRT/VLT/Metrô

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

CENTRO TECNOLÓGICO

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

GUIDO BONATTO NETO

LEIDIANE SCHEFFER FAVERO

RAFAEL EIJI NAKAMURA

TECNOLOGIAS DE TRANSPORTE DE PESSOAS

(BRT / VLT / VLP / METRÔ)

VITÓRIA

2012

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GUIDO BONATTO NETO

LEIDIANE SCHEFFER FAVERO

RAFAEL EIJI NAKAMURA

TECNOLOGIAS DE TRANSPORTE DE PESSOAS

(BRT / VLT / VLP / METRÔ)

Trabalho apresentado à disciplina Técnica e Economia dos Transportes da Universidade Federal do Espírito Santo - Campus Goiabeiras, como requisito para avaliação. Professor: Antônio Luiz Caus.

VITÓRIA

2012

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO*****************************. 3

1 DEFINIÇÃO E HISTÓRICO DO TRANSPORTE DE PESSOAS NO BRASIL* 4

2 TECNOLOGIAS DE TRANSPORTES DE PESSOAS**********.... 6

2.1 TIPOS DE TECNOLOGIAS DE TRANSPORTES DE PESSOAS*****.. 7

2.2 FATORES IMPLICADORES*********************. 8

3 VEÍCULO LEVE SOBRE TRILHOS -VLT****************.. 12

3.1 VANTAGENS***************************... 13

3.2 DESVANTAGENS*************************... 13

3.3 EXEMPLOS DE VLT’s NO BRASIL*****************.... 14

3.4 EXEMPLOS DE VLT’s NO MUNDO****************** 15

5 BUS RAPID TRANSIT - BRT 16

5.1 PROJETO OPERACIONAL DE UM SISTEMA BRT***********. 16

5.1.1 Projeto de rede de linhas*********************. 17

5.1.2 Capacidade de velocidade do sistema*************** 18

5.1.3 Interseções************************............. 19

5.2 PROJETO FÍSICO*************************.. 20

5.2.1 Infraestrutura.**************************. 20

5.2.2 Tecnologias***************************. 29

6 CASES DE SUCESSO************************.. 31

6.1 O SISTEMA DE CURITIBA – BRASIL*****************. 31

6.2 O SISTEMA DE BOGOTÁ – COLÔMBIA**************** 32

7 METRÔ*******************************. 33

7.1 OPERAÇÃO DO SISTEMA*********************... 33

8 CONCLUSÃO****************************. 36

REFERÊNCIAS****************************.. 37

Page 4: Tecnologia dos transportes - BRT/VLT/Metrô

3

INTRODUÇÃO

O transporte de pessoas é um serviço presente em todas as sociedades do

mundo. Desenvolver tecnologias para sistemas de transportes tornou-se essencial

para sustentar o serviço e desempenho dos mesmos nos centros urbanos.

O histórico da evolução das tecnologias acompanha as mudanças da

sociedade, deslocamentos populacionais, industrialização e dependem de fatores de

influência político-econômica. Sistemas de transportes modernos como o de Curitiba

e Bogotá empregaram tecnologia pioneira e receberam destaque por modificarem o

meio em que estão inseridos.

As novas tecnologias, como Bus Rapid Transit (BRT), Veículo Leve Sobre

Trilhos (VLT) e metrô merecem estudo aprofundado para se tomar conhecimento de

seu funcionamento pleno. Nesse trabalho serão abordados os pontos principais

dessas tecnologias e com ênfase no sistema de trânsito rápido por ônibus (BRT).

Ao se fazer o estudo do transporte de pessoas, questões como o desempenho,

custo de infra-estrutura, operação de sistema bem como a utilização de sistemas

inteligentes e a inserção de tecnologias em prol ao usuário, engenheiros e projetistas

deparam-se com a escolha da melhor tecnologia a ser empregada.

Analisar os diversos tipos de tecnologias em todos os seus aspectos e fatores

locais influenciadores no sistema de transporte é a fonte de pesquisa desse trabalho

e contribui na escolha da melhor tecnologia para determinadas situações de

transporte de passageiros.

Page 5: Tecnologia dos transportes - BRT/VLT/Metrô

4

1 DEFINIÇÃO E HISTÓRICO DO TRANSPORTE DE PESSOAS NO BRASIL

O transporte de pessoas é alvo de grandes discussões tanto na esfera política,

como no âmbito socioeconômico de uma sociedade, o que o faz uma questão de

necessidade pública. Embora não haja uma definição específica para transporte

público de passageiros, BORGES (2006, p. 4) em nota técnica da biblioteca digital

da câmara dos deputados define “[...] o transporte público como àquele transporte

não individual, realizado em áreas urbanas, com características de deslocamento

diário de cidadãos”.

Outra definição retirada do Manual de BRT (2008, p. 52), disponível pelo

Ministério das Cidades prescreve o transporte público da seguinte forma:

“O transporte público em seu sentido mais amplo se refere a serviços coletivos

de passageiros.”

Adicionalmente a definição acima, o transporte de pessoas urbano caracteriza-

se pela não emissão de passagem individual e admissão de lotações superiores

àquelas máximas previstas.

No Brasil a situação atual do transporte público de pessoas é conseqüência de

uma série de fatores que em um passado recente influenciaram a formação de um

pensamento negativista sobre esse tipo de serviço. Em artigo da Confederação

Nacional dos Transportes (2002, p. 8) consta o seguinte alerta depois da análise do

histórico evolutivo do transporte de passageiros no Brasil:

“Mantidas as condições atuais o transporte de passageiros comprometerá a

eficiência econômica, a mobilidade e a qualidade de vida da população brasileira”.

O artigo assume tal ponto de vista certificando que no Brasil há grande

facilidade e incentivo econômico e cultural para o crescimento da frota de veículos

particulares, e ainda, a falta de priorização do transporte público, o aumento

considerável da renda de alguns segmentos da sociedade e a disseminação no

transporte clandestino fizeram que com o passar dos anos a matriz do transporte

coletivo ficasse ultrapassada para a dinâmica atual dos grandes centros urbanos.

Para que se compreenda parte da evolução do transporte de pessoas no Brasil

o artigo Transporte Público disponível no site do senado lista algumas

transformações significativas no modo que a sociedade brasileira (mais

Page 6: Tecnologia dos transportes - BRT/VLT/Metrô

5

precisamente da cidade de Curitiba) evoluiu no aspecto da locomoção urbana de

pessoas.

Segundo o mesmo artigo somente em 1887, dois anos antes da proclamação

da república, surgiram nos centros do império os primeiros bondes puxados por

burros e somente em 1913 na cidade de Curitiba, esses mesmos bondes a tração

animal começaram a ceder espaço aos bondes elétricos.

Em 1928 começaram a circular os primeiros ônibus nas capitais brasileiras,

somente na década de 70 que o transporte coletivo urbano apresentou diversificação

significativa com a inserção de sistemas exclusivos nas vias urbanas para circulação

de veículos destinados a locomoção de grandes massas de pessoas.

A partir de então houve a necessidade de se desenvolver áreas de estudo e

pesquisa para acompanhar a evolução crescente da demanda pelo serviço de

transporte de pessoas principalmente nos grandes centros urbanos.

Empresas desenvolvedoras de tecnologias para a área necessitaram de dados

referentes ao serviço de transporte que por sua vez eram coletados por empresas na

área de pesquisa, como por exemplo: a Fundação Instituto de Pesquisas

Econômicas (FIPE) que disponibiliza online dados atualizados periodicamente

referentes a quantidade de usuários das empresas de transporte público em todo

território nacional. Segundo a FIPE no ano de 2004 operavam no país cerca de

1.930 empresas prestadoras de serviço de transporte de pessoas na área urbana.

Aspectos de projeto e operação como: o uso correto do solo, estudo do sistema

viário e de novas tecnologias para o transporte urbano de passageiros passaram a

se atrelar aos aspectos mutáveis das sociedades urbanas, tais como: o

desenvolvimento urbano, impactos ambientais e o desenvolvimento econômico,

assim como apresenta o artigo Transporte Público.

Por volta do ano de 2000 outras tecnologias como a de bilhetagem eletrônica,

agregaram valor aos sistemas de transporte urbano coletivo, modernizando e

garantindo maior funcionalidade do sistema com a correção de eventuais falhas e

percepção de deficiências no serviço.

Nos dias atuais há a inserção no Brasil de novas tecnologias que prometem

inovar a matriz existente do transporte coletivo urbano. À espera de grandes eventos

como a Copa do Mundo FIFA 2014 e as Olimpíadas de 2016, o país sentiu a

necessidade de se preparar para a locomoção de grandes massas pelos centros

urbanos.

Page 7: Tecnologia dos transportes - BRT/VLT/Metrô

6

Na reportagem “Novas tecnologias em transporte de passageiros se espalha

pelo país”, retirada do site Tribuna Hoje (acesso em 25 Mar. 2012), é citada a

adoção de tecnologias como a de leitura biométrica digital para bilhetagem, na

tentativa de evitar a falsificação dos antigos bilhetes de papel e a utilização indevida

dos cartões estudantis por parte de não beneficiários desse tipo de serviço. Ainda

segundo a mesma reportagem as cidades paulistanas de Boituva e Ilhabela estão

desenvolvendo o Sistema de Gestão Inteligente de Transporte (MITS), onde

esperam poder localizar em tempo real sua frota de veículos rodoviários via GPS e

verificando se os mesmos estão cumprindo horário, trajeto e dispondo ao alcance da

população outras funcionalidades voltadas ao usuário.

2 TECNOLOGIAS DE TRANSPORTES DE PESSOAS

Como visto no tópico anterior o transporte de pessoas é marcado pela

freqüente inserção de novas tecnologias ao seu sistema. A escolha da tecnologia

adequada para cada tipo de sistema de transporte é de fundamental importância e

objeto de estudo dos desenvolvedores dos sistemas de transporte de pessoas. Em

trecho do Manual de BRT (2008, p. 5), encontra-se a seguinte reflexão sobre o tema:

“A escolha da tecnologia de transporte público afeta o tempo de viagens, as

despesas pessoais com condução e o conforto e a segurança do passageiro.”

O físico Freeman Dyson vai mais a fundo na análise do impacto das novas

tecnologias na sociedade ao publicar a seguinte nota no ano de 1923: “As

tecnologias que tiveram os mais profundos efeitos na vida humana são geralmente

simples”. Apesar da época em que foi publicado, tal pensamento persiste nas

atitudes daqueles que desenvolvem tecnologias para o transporte de pessoas até os

dias atuais. Com o crescente pensamento sócio-ambiental e a preocupação sumária

aos fatores econômicos que envolvem um sistema de transporte publico urbano, os

desenvolvedores de tais sistemas tendem a produzir tecnologias simples, mas

eficientes no que se diz respeito as suas funcionalidades.

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2.1 TIPOS DE TECNOLOGIAS DE TRANSPORTES DE PESSOAS

Atualmente o Manual de BRT (2008, p. 53) cita algumas das principais

tecnologias desenvolvidas para o transporte público de passageiros, são essas

abaixo listadas:

• Bus Rapid Transit (BRT): no Brasil Trânsito Rápido por Ônibus. Consiste em

uma tecnologia que basicamente implementa faixas exclusivas para o trânsito

de ônibus no sistema rodoviário existente, salvo os casos onde for necessário

passagens subterrâneas e obras de acesso ao sistema. Um tipo de veículo

utilizado nesse sistema é o VLP (veículo leve sobre pneus), que constitui

basicamente de um ônibus guiado por canaletas laterais durante certos

trechos do trajeto, dimensionado para esse tipo de tecnologia de trânsito

rápido por ônibus;

• Light Rail Transit (LRT): no Brasil Veículo Leve sobre Trilhos (VLT).

Tecnologia de pequenos trens elétricos funcionando em faixas exclusivas na

superfície. Os bondes podem ser considerados um tipo desse veículo com

características menores quanto ao seu porte;

• Metrô enterrado: corresponde a um sistema público de transporte formado por

trilhos subterrâneos em quase toda sua totalidade e veículos pesados de

grande extensão em geral;

• Linhas de Trilhos Elevadas: uma forma de metrô com os trilhos dispostos em

estruturas elevadas do solo, como exemplos: as tecnologias maglev e os

monotrilhos;

• Trens suburbanos: correspondem àqueles sistemas de trilhos, por onde

operam trens de grande porte, geralmente em superfície, e que em sua

maioria interligam regiões distantes entre o subúrbio e os centros urbanos e

industriais;

• Personal Rapid Transit (PRT): no Brasil Linha Pessoal Rápida (LPR), que

corresponde a um sistema de pequeno porte formado por pneus ou trilhos e

veículos operando de forma automática.

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8

Em um breve comparativo retirado do Manual de BRT (2008, p. 99), das

tecnologias apresentadas nesse trabalho pode-se afirmar que metrôs enterrados ou

elevados necessitam de alta demanda de passageiros para tornar sua operação

viável (em torno de 30 a 80 mil passageiros/hora*sentido), além de demandarem

longos períodos de construção e elaboração de projetos, em contrapartida

constituem uma tecnologia pouco poluente, agradável para o usuário, atinge altas

velocidades comerciais (em torno de 28 a 35 km/h) e com pouca utilização do

espaço público.

O Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) necessita de uma demanda moderada de

usuários para operar (em torno de 5 a 12 mil passageiros/hora*sentido), contribui

com uma agradável estética para a área urbana, baixos níveis de ruído, ajusta-se as

vias rodoviárias e possui baixo índice de emissão de poluentes. Por outro o VLT

possui alto custo de infraestrutura e limitações na capacidade de transporte de

passageiros.

A tecnologia de Trânsito Rápido por Ônibus exige uma demanda de 3 a 45 mil

passageiros/hora*sentido, dependendo da abrangência do sistema de transporte. Os

custos de infraestrutura com essa tecnologia são relativamente baixos se

comparados as demais, além desse sistema ter a facilidade de ser implantado no

espaço urbano e se integrar facilmente a outros serviços de transporte. Os veículos

do BRT conseguem atingir velocidades comerciais consideráveis (em torno de 20 a

30 km/h). Em contra partida a utilização de ônibus como os veículos do sistema pode

gerar uma imagem negativa ao mesmo e necessitar de rigoroso controle operacional.

2.2 FATORES IMPLICADORES

A escolha da tecnologia ideal para cada sistema de transporte público depende

de diversos fatores como: custo, planejamento e gerenciamento, projeto,

desempenho e impactos.

Dentre esses fatores apresentados, o custo e o desempenho são primordiais

para total implantação de uma nova tecnologia em um sistema de transporte urbano.

O custo de investimentos em infraestrutura é dependente de fatores locais, como: a

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9

mão de obra disponível, disponibilidade de investidores locais e o nível de

concorrência nas licitações.

A figura 1 retirada do Manual de BRT (2008) mostra por meio de uma tabela os

valores de custo em milhões de dólares por quilômetro em várias cidades do mundo

e suas tecnologias escolhidas.

Figura 1 - Comparativo entre o custo de diversos sistemas de transporte aplicados em diferentes localidades.

Por meio da Figura 1 fica evidente que o custo de investimento pode variar

bruscamente devido a fatores de natureza local. Dependendo da tecnologia aplicada,

tamanho da rota e frota disponibilizada pelo sistema, destinos e origens e quantidade

de usuários afetados pela inserção dessa nova tecnologia ao sistema, os custos em

infraestrutura se alteram aliados as possibilidades de financiamentos, custeios e

captação de recursos para implantação e operação.

O planejamento e o gerenciamento de projeto bem como uma administração

adequada, são fatores importantes para o bom funcionamento do sistema de

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transporte de pessoas, principalmente quando esses demandam de um alto grau de

flexibilidade. Em Manual de BRT (2008 p. 71):

“[...] cidades que escolhem tecnologias sofisticadas com complicações técnicas devem estar preparadas para responsabilidades administrativas e gerenciais mais complexas. Essa complexidade adicional deve implicar tambem em maiores custos na supervisão adicional do sistema.”

Outra preocupação adicional ao projeto de um novo sistema de transporte

publica é a previsão de uma posterior expansão do serviço, além do tempo de

execução das obras de infraestrutura e dos impactos das mesmas na área urbana. A

capacidade de expansão se refere a quanto um sistema pode se adaptar a um

determinado ambiente urbano sem a perda de eficiência. Segundo Manual BRT

(2008, p. 71):

“Sistemas que são expansíveis, tanto em termos de operação quanto construção, oferecem maior flexibilidade à cidade para que se ajustem as características do sistema às necessidades do usuário.”

Todos os fatores já citados, aliados ao estudo dos impactos e das

necessidades dos usuários caracterizam o sistema quanto ao seu desempenho.

A capacidade do sistema é função de diversos fatores que estão intrínsecos ao

seu desempenho, tais como: o tamanho dos veículos, o intervalo de tempo entre a

passagem de dois veículos (headway entre veículos), a disponibilidade de paradas

limitadas e as técnicas de embarque e desembarque.

Uma maneira eficaz de analisar o desempenho de um sistema é compará-lo a

outro em seus diversos aspectos. A capacidade de passageiros e o custo de

infraestrutura influenciam a tomada de decisão sobre a escolha da melhor tecnologia

a ser empregada no sistema e como visto influenciam diretamente no desempenho

do mesmo.

Quanto a capacidade de operação de um sistema dada uma tecnologia de

transporte, acreditava-se que sistemas de trilhos ou de ônibus podiam operar apenas

dentro de circunstâncias bem definidas. Segundo o Manual de BRT (2008) a algum

tempo atrás acreditava-se que um sistema de VLT só podia operar a uma demanda

de 12000 passageiros/hora*sentido e um sistema de ônibus a uma faixa de 5000 a

6000 pessoas/hora*sentido. Entretanto com a modernização dos sistemas e a

inserção de novas tecnologias aos mesmos, certos conceitos caíram em desuso.

Page 12: Tecnologia dos transportes - BRT/VLT/Metrô

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Ainda de acordo com o Manual de BRT (2008), um sistema de BRT pode

alcançar uma capacidade de operação de até 45000 pessoas/hora*sentido (como o

sistema que opera em Bogotá), o que faz que novas questões sejam levantadas na

escolha da melhor tecnologia pela análise da capacidade de passageiros, como a

verificação da capacidade máxima do sistema e se a tecnologia dispõe requisitos

para suprir tal capacidade e os picos de demanda do sistema bem como o custo em

tecnologia que tais picos podem gerar ao sistema.

A figura 2 retirada do Manual de BRT (2008, p. 78) mostra as discrepâncias

entre a antiga (acima) e a nova (abaixo) visão sobre as novas tecnologias de

transportes em relação à capacidade de passageiros.

Figura 2 – Respectivas visões, nova e antiga sobre a as tecnologias de transporte urbano.

A capacidade de passageiros também tem influência do nível de investimento

para a infraestrutura do sistema, uma vez que o porte de todos os componentes do

sistema é dimensionado para atender determinadas demandas de operação. A figura

3 retirada do Manual de BRT (2008, p.79) apresenta um gráfico do custo de

investimento das tecnologias em relação a sua capacidade passageiro/hora*sentido.

Observa-se que as tecnologias de metrô, BRT e VLT, não se sobrepõe em grande

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12

parte devido as suas características bastante distintas, o que não ocorre, por

exemplo comparando-se o metrô com as ferrovias elevadas.

Figura 3 – Relação custo de investimento por passageiros.

3 VEÍCULO LEVE SOBRE TRILHOS -VLT

O Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), também conhecido como Light Rail

Vehicle, Metrô Leve ou ainda Metrô de Superfície, é um pequeno trem urbano,

geralmente movido à eletricidade (alimentado pela fiação aérea, catenária), cuja

estrutura permite ser adequada ao meio urbano existente, o que significa uma

alternativa sustentável de mobilidade para as cidades.

De outra forma, podemos considerar o VLT como sendo uma combinação de

outros dois tipos de transporte coletivo: o metrô e o ônibus. Sendo que, seu custo de

implantação é bem inferior ao do metrô e ainda consegue transportar mais

passageiros que o ônibus de um sistema convencional.

Geralmente, os VLT’s produzem menos poluição e barulho e são mais fáceis de

serem evacuados em situações de emergência do que outros meios de transporte

metropolitano, como o próprio metrô convencional.

Page 14: Tecnologia dos transportes - BRT/VLT/Metrô

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A infraestrutura do VLT é tipicamente mais leve do que a do metrô e trens

convencionais de longo curso. Os sistemas dessa alternativa de transporte podem

ser alimentados por eletricidade, diesel ou até mesmo biocombustíveis.

Os veículos elétricos costumam circular nas regiões centrais das cidades,

compartilhando o espaço com o restante do tráfego. Mas também há casos de VLT’s

que evitam a interação com outros automóveis, por meio de plataformas e estações.

Apresentam-se abaixo as vantagens e desvantagens dos Veículos Leves sobre Trilhos:

3.1 VANTAGENS

• Tem baixo impacto ambiental quando comparado a outras alternativas de

mobilidade urbana;

• Em alguns casos independe de combustíveis fósseis para funcionar;

• A implantação custa menos que a de um metrô ou trem de longo curso;

• Produz menor quantidade de ruído (barulho);

• Considerado uma solução moderna contra a poluição e o congestionamento

no centro da cidade;

• É mais fácil de ser evacuado em caso de emergência;

• Pode funcionar de forma integrada com metrô, ônibus e trem.

3.2 DESVANTAGENS

• Pode ocasionar acidentes, uma vez que não costuma ser independente do

tráfego;

• Costuma ser mais lento do que metrô, ônibus e trem;

• É mais caro do que o BRT (Bus Rapid Transit), além de demorar mais tempo

para ser construído do que este outro sistema.

Page 15: Tecnologia dos transportes - BRT/VLT/Metrô

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3.3 EXEMPLOS DE VLT’s NO BRASIL

O Primeiro VLT do Brasil foi introduzido no Ceará, interligando as cidades de

Crato a Juazeiro do Norte na região do Cariri. Infelizmente o VLT da região do Cariri,

não é tão popular quanto o de Paris.

Quando foi instalado, a expectativa era de que os dois VLT’s transportassem

cerca de 5 mil passageiros/dia, número quatro vezes maior do que é realmente. O

VLT de Cariri, ainda não tem acesso ao centro de Juazeiro, talvez por isso, o número

de adeptos ao sistema, ainda seja reduzido.

Fonte: http://ambienteprojeto.com/transporte/vlt-veiculo-leve-sobre-trilho

Page 16: Tecnologia dos transportes - BRT/VLT/Metrô

15

O sistema VLT será implementado e proposto em várias cidades para diminuir

o trânsito, visando também, a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de

2016, no Rio de Janeiro. O objetivo inicial é o funcionamento de duas das seis linhas

até 2014 para a Copa do Mundo. Já para as Olimpíadas, a previsão é que todo o

sistema de linhas esteja operando normalmente.

Fonte: http://www.rio2016.com/rio-2016-agora/veiculo-leve-sobre-trilhos-vlt-saiba-mais-sobre-

o-novo-bondinho-que-sera-implantado-n

3.4 EXEMPLOS DE VLT’s NO MUNDO

Muitos países buscam na tecnologia VLT soluções para mobilidade e

renovação urbana. Atualmente, há mais de mil veículos leves sobre trilhos em

operação no mundo e centenas de veículos estão em fabricação para atender

cidades como: Dubai, Jerusalém, Reims, Rabat, Oran, Alger e Constantine. No

Brasil, há pelo menos 50 prefeituras interessadas em implantar sistemas

semelhantes, além de Brasília.

Page 17: Tecnologia dos transportes - BRT/VLT/Metrô

16

5 BUS RAPID TRANSIT - BRT

O Bus Rapid Transit, no Brasil Transito Rápido por Ônibus, compreende em

uma inovadora tecnologia utilizada para o transporte urbano de pessoas que tem seu

emprego amplamente difundido no mundo devido as diversas vantagens do uso de

seu sistema em comparação a outras tecnologias de custo mais dispendioso.

O BRT basicamente opera com a utilização de veículos comuns no tráfego dos

grandes centros urbanos, os ônibus de passageiros. O diferencial desse sistema

está na forma com que acontece o tráfego de ônibus para os demais veículos

existentes nas vias urbanas, dessa forma o sistema de trânsito rápido por ônibus

visa simular o desempenho de outras tecnologias que possuem espaços exclusivos

de trânsito por meio da utilização de veículos e vias comuns nos centros urbanos.

Características como o uso de corredores exclusivos, embarque e

desembarque rápidos através de plataformas elevadas, sistemas de pré-pagamento

das tarifas, veículos modernos, interseções inteligentes, entre outras, formam um

conjunto de aspectos determinantes para o bom desempenho desse sistema e

merecem estudo aprofundado. Esse trabalho irá citar pontos principais dos projetos:

operacional e de infraestrutura de um sistema de BRT e o exemplo desse sistema

em Bogotá e Curitiba que constata a eficiência do mesmo, uma vez atendido os

requisitos dos projetos citados.

5.1 PROJETO OPERACIONAL DE UM SISTEMA BRT

A implantação de um sistema de transporte de pessoas no meio urbano, além

da escolha das tecnologias citadas anteriormente depende das etapas de

implementação de uma nova tecnologia às características urbanas pré-existentes. O

início de todo o projeto de transporte urbano se dá com a parte operacional do

sistema. Conforme o Manual de BRT (2008, p.231), “[...] O sistema deve ser

projetado para atingir às características operacionais esperadas para o cliente [...]”.

Page 18: Tecnologia dos transportes - BRT/VLT/Metrô

17

O projeto operacional visa esclarecer aspectos gerais do sistema, tais como o

projeto de rede de linhas, interseções e capacidade de velocidade do sistema que

serão discutidos mais adiante.

Juntamente com os aspectos gerais a análise do tipo de sistema de transporte

urbano influencia diretamente na escolha do tipo de tecnologia empregada. De

acordo com o Manual de BRT (2008, p.232), “Sistemas que limitem o acesso aos

operadores predefinidos são conhecidos como sistemas fechados [...]”, esse tipo de

sistema é comum no emprego da tecnologia do Bus Rapid Transit uma vez que

limitando o fluxo de outros veículos no sistema é possível alcançar algumas

vantagens, como: melhores condições para deslocamento dos usuários, melhoria no

tráfego em geral, possibilidade de utilização da via para o transporte emergencial.

O sistema aberto, por sua vez é aquele que permite a sua utilização por outros

veículos que não por seus próprios operadores, tal sistema apresenta um índice de

redução da velocidade média, aumento dos tempos de viagem e congestionamento

devido a grande quantidade de veículos. O Manual de BRT (2008, p.234) cita a

principal diferença entre esses dois tipos de sistemas:

“Talvez a diferença mais notável entre um sistema aberto e um fechado seja o impacto na velocidade média dos veículos e nos tempos de viagem dos usuários. Sem a racionalização dos serviços existentes, um sistema aberto pode levar a um grave congestionamento no corredor de ônibus, ainda que um sistema fechado mal planejado também possa vir a congestionar. [...]”

5.1.1 Projeto de rede de linhas

O processo de projeção das linhas que serão ocupadas pelo serviço de

transporte público, bem como o entendimento e integração de todas essas linhas

formando uma extensa rede, é de extrema importância para se determinar muitas

características de operação do sistema, como os tempos de viagens e o conforto dos

usuários, além de interferir definitivamente sobre o aspecto urbano.

Um determinado sistema de transporte urbano é composto por uma rede de

linhas de tráfego que por sua vez apresenta um número significativo de interseções,

terminais, pontos de parada e outros elementos que deverão estar presentes no

projeto operacional.

Page 19: Tecnologia dos transportes - BRT/VLT/Metrô

18

O Manual de BRT (2008, p.247) define três princípios básicos para que o

projeto possua uma rede de linhas eficiente:

• Minimizar a necessidade de transferência com combinações de itinerários;

• Oferecer serviços locais, como paradas limitadas e expressos no sistema de

BRT;

• Encurtar algumas linhas dentro dos corredores para se concentrarem nas

seções de maiores demandas.

A rede de linhas do sistema é influenciada pela quantidade de transferências

que a mesma dispõe para seus usuários, as transferências constituem na passagem

dos passageiros de uma rota para outra e conferem ao sistema alguma forma de

dificuldade física, como por exemplo: escadas e túneis, o que muitas vezes não é

fator interessante em um conjunto de linhas, influenciando na aceitação por parte

dos usuários.

5.1.2 Capacidade de velocidade do sistema

Um dos maiores desafios para a implantação do BRT é atender de forma rápida

o passageiro e desenvolver um serviço que possa competir com outras modalidades

de transporte público. A capacidade, velocidade e frequência do serviço podem ser

conceitos de difíceis cálculos em um sistema de transporte, pois enquanto

dimensiona-se o sistema para operar em uma capacidade pré-determinada há de se

verificar em que velocidade o mesmo poderá operar, influenciando assim na

frequência com que os veículos estarão disponíveis para seus usuários. Relacionar

esses três conceitos é de extrema importância para se obter um projeto operacional

eficiente.

Outro fator que está intrínseco à capacidade de um sistema é o tamanho dos

veículos que circulam por ele. Veículos de grande porte têm a vantagem de reduzir

os custos operacionais e custos de mão de obra de motorista por passageiro

transportado, por sua vez os veículos de pequeno porte são mais indicados em

Page 20: Tecnologia dos transportes - BRT/VLT/Metrô

19

corredores de baixa demanda de forma a garantirem um menor tempo de espera e

maior frequência de veículos para os usuários.

5.1.3 Interseções

As interseções apresentam um ponto fraco nos projetos de BRT. Realizar um

projeto de interseções que supra as necessidades dos veículos transeuntes no

sistema, sem que o mesmo perca sua eficiência, garante a qualidade do serviço

prestado ao usuário. O Manual de BRT (2008, p.300) cita alguns objetivos que

devem estar contidos em um projeto de interseções:

• Minimizar a espera para o sistema de BRT;

• Melhorar a segurança e a conveniência do acesso às estações de

ônibus para os pedestres;

• Minimizar as esperas para o tráfego misto.

É importante ressaltar que no projeto de interseções do BRT deve-se levar em

consideração a magnitude do sistema de rede de linhas, pois o número de linhas irá

interferir no volume de veículos e na quantidade de passageiros de embarque e

desembarque, que por sua vez serão fatores determinantes para o cálculo do

tamanho dos veículos e, consequentemente para o projeto de interseções.

Durante a execução do projeto de interseções, surgem alguns entraves, como

a limitação de tráfego lateral do veículo dentro do sistema de BRT. Em sistemas

convencinais, os veículos de transporte de pessoas têm maior liberdade para

executarem manobras nas interseções, de forma contrária o BRT limita esse tipo de

ação o que faz surgir a necessidade de se analisar cada interseção separadamente.

A fim de solucionar esses problemas, o Manual de BRT (2008, p.301) apresenta

algumas medidas tomadas pelos projetistas de interseções:

• Identificação de gargalos existentes e resolução usando as práticas

normais de engenharia;

• Simplificação a estrutura de linhas do sistema de BRT;

Page 21: Tecnologia dos transportes - BRT/VLT/Metrô

20

• Cálculo dos atrasos no semáforo para o novo sistema de BRT;

• Restrição de tantos movimentos de conversão nos corredores de BRT

quanto possíveis;

• Decisão sobre a abordagem de movimento de conversão para veículos

dentro do sistema de BRT;

• Otimização da localização da estação;

• Otimização dos desenhos da interseção e dos tempos de estágios

semafóricos;

• Em sistemas de baixo volume, a consideração de prioridade semafórica

para veículos de transporte público;

• Em sistemas de auto volume, a consideração de separação de

superfície de via de ônibus das interseções.

5.2 PROJETO FÍSICO

O projeto físico acrescenta outro ângulo de visão para os desenvolvedores de

um sistema BRT, nessa etapa é possível tomar consciência das características

físicas do sistema e verificar se as mesmas condizem com o que foi planejado no

projeto operacional.

O projeto físico de um sistema BRT consiste em duas etapas básicas segundo

Manual de BRT (2008), a primeira referente a infraestrutura do sistema e outra à

tecnologia adotada.

5.2.1 Infraestrutura

À infraestrutura necessária para o sistema operar dentro do planejado compete

o estudo de diversos aspectos do mesmo, como: infraestrutura viária dos corredores

e das vias alimentadoras, estações, terminais, centros de controle, garagens, sinais

Page 22: Tecnologia dos transportes - BRT/VLT/Metrô

21

de controle de tráfego, infraestrutura de serviço público (água, energia, esgoto) e

paisagismo.

Todos esses fatores inerentes a infraestrutura do sistema formam o projeto de

engenharia do mesmo e sofrem influência direta de custos e atributos funcionais e

estéticos.

Nessa fase inicial de infraestrutura elabora-se um projeto conceitual do sistema

levando em consideração todas as informações retiradas nos estudos anteriores,

posteriormente a fase de prototipagem do sistema faz-se uma análise dos custos.

Mediante aprovação do projeto conceitual começam-se os trabalhos de engenharia,

caso contrário os conceitos serão revistos e fazem-se novas análises até que todos

os requisitos sejam atendidos.

É importante que o projeto conceitual seja ao mesmo tempo detalhado e que

demonstre com clareza a funcionalidade do sistema, como mostra a Figura 6 de um

projeto conceitual da cidade de Johanesburgo. Segundo Manual de BRT (2008, p.

370):

“O projeto conceitual de infra-estrutura deve oferecer um nível razoável de detalhe para que os tomadores de decisões possam avaliar adequadamente o custo, a funcionalidade e a estética dos sistema proposto. [...]”

Figura 6 – Renderização em um projeto conceitual de um modelo BRT para cidade de

Johaneburgo.

Page 23: Tecnologia dos transportes - BRT/VLT/Metrô

22

Uma vez aprovado o modelo conceitual dentro de suas estimativas de custo dá-

se inicio ao projeto de engenharia. Na transição dessas duas etapas surgem estudos

mais apurados em relação ao custo de infraestrutura do sistema e possíveis erros de

prototipagem que geram um “feedback”, aperfeiçoando a concepção de todo o

sistema.

As vias são componentes de peso na etapa de infraestrutura por representarem

em torno de 50% dos custos dessa fase. O projeto das vias inclui desde a escolha

dos materiais de pavimentação, tipo de veículos, até o traçado das vias e a

complexidade de seus desenhos, o que acarreta variações consideráveis no custo

de infraestrutura do sistema, a Figura 7 mostra o desenho de um terminal no

município de Barranquilla, superficialmente pode-se verificar o nível de complexidade

dos projetos de engenharia de um sistema de BRT.

Figura 7 – Desenho em AutoCAD do terminal norte do sistema de Barranquilla.

Integrar em projeto todos os fatores citados no parágrafo anterior, relevantes ao

projeto das vias de um sistema de BRT torna-se de grande importância para se

evitar problemas posteriores durante o funcionamento do sistema.

A Figura 8 demonstra um caso particular em Jacarta onde ao selecionar o tipo

de pavimento da via não se fez a análise do peso dos veículos adotados para o

sistema, o resultado foi desastroso e alerta sobre a importância de compatibilizar os

diversos projetos de um sistema de transportes de passageiros.

Page 24: Tecnologia dos transportes - BRT/VLT/Metrô

23

Figura 8 – Efeito do peso dos novos veículos do sistema de BRT no pavimento das vias da

cidade de Jacarta.

O sistema de BRT tambem permite grandes variações dos seus elementos de

infraestrutura. Em um sistema de trânsito rápido por ônibus é possível reduzir o

impacto causado pela pavimentação das vias com a utilização de canteiros verdes

na separação de faixas ou com a não pavimentação do meio da via, como mostram

as Figuras 9 e 10. Essas variações de infraestrutura dos sistemas de BRT garantem

ao mesmo uma possibilidade extensa de aplicações, por consequência o BRT tem

elevada aceitação em diversas áreas urbanas pelo mundo.

Figuras 9 e 10 – Exemplos da substituição de parte do pavimento das vias por áreas verdes.

Page 25: Tecnologia dos transportes - BRT/VLT/Metrô

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Outra variação de infraestrutura de vias presente em sistemas BRT’s é a opção

de vias guiadas para os veículos. Segundo Manual de BRT (2008, p.381) “Uma via

de ônibus guiada é um tipo especial de sistema de BRT no qual o movimento lateral

dos ônibus é controlado por rodas laterais [...]”. Como mostra a Figura 11.

Esse tipo de infraestrutura tem as vantagens de atingirem maiores velocidades

de veículos, permite a construção de vias mais estreitas e da não pavimentação

central da mesma e contribui para uma imagem permanente da via de ônibus, o que

geralmente caracteriza um transporte de rapidez e de alta eficiência.

Em contrapartida o custo de infraestrutura de uma via guiada é

consideravelmente maior e necessita de veículos adaptados (VLP) com mecanismos

de segurança adequados às guias em que irão operar, e mais, em casos em que há

um numero significativo de interseções de vias em curtas distâncias esse tipo de

infraestrutura não é o mais adequado, devido custo de operação e manutenção.

Figura 11 – Veículo saindo do trecho de vias guiadas.

As estações também são outros elementos de grande importância em um

projeto de engenharia, nessa etapa executa-se o dimensionamento das plataformas

de embarque e desembarque de acordo com os dados obtidos do projeto

Page 26: Tecnologia dos transportes - BRT/VLT/Metrô

25

operacional, bem o como a localização ideal de todos os elementos da estação de

forma a beneficiar o usuário.

Segundo Manual de BRT (2008) o projeto de uma estação de BRT consiste em

três etapas básicas: determinar as plataformas de embarque e desembarque, as

áreas de transição e a infraestrutura de integração.

O dimensionamento das plataformas de embarque e desembarque depende da

quantidade de passageiros previstos para aquela plataforma e a freqüência com que

os ônibus são acomodados na estação, além disso, deve-se levar em consideração

questões como a mobilidade dos portadores de necessidades especiais e o

dimensionamento de passagens elevadas que irão transportar os passageiros da

plataforma para o interior dos veículos, denominadas leitos. A Figura 12 mostra uma

solução tecnológica desenvolvida em Las Vegas nas plataformas de BRT que visa

eliminar as diferenças de níveis entre o veiculo e a plataforma, o sistema conta com

a utilização de um leitor ótico instalado em cada leito que regulariza as distancias do

leito com o ônibus.

Figura 12 – Leito regulado por leitores óticos no sistema da cidade de Las Vegas.

Alguns sistemas BRT como mostrado na figura 13 têm a possibilidade de

passarem de uma faixa de via para duas faixas nas plataformas de embarque e

desembarque, projetos como esse permitem um alto nível de trânsito de passageiros

nas plataformas por conseqüência da possibilidade da ultrapassagem dos veículos

nessa região. Segundo Manual de BRT (2008, p.388) “[...] a capacidade de operar

Page 27: Tecnologia dos transportes - BRT/VLT/Metrô

26

múltiplas paradas causa um alto impacto positivo na capacidade de passageiros do

sistema.”

Figura 13 – Faixa de ultrapassagem de veículos na estação de embarque e desembarque do

sistema da cidade de Bogotá.

Visto que as áreas de transição influenciam na capacidade de passageiros da

plataforma, essa por sua vez influência na infraestrutura de integração do sistema.

A plataforma deve receber dimensões tais que possa, além de receber a

quantidade de passageiros esperada, conseguir dispor de forma funcional a venda

de bilhetes (de modo que impeça a evasão de pagamentos), catracas, climatização,

placas informativas e instalações adicionais como banheiros e áreas de espera.

Nessa etapa de projeto são definidos os designs das plataformas que exigem

dos projetistas o preenchimento de todos esses requisitos funcionais e uma

aparência que agrade o usuário e contribua positivamente com a área urbana. As

Figuras 14 e 15 mostram alguns tipos de plataformas de sistemas BRT, inclusive as

plataformas tubos de Curitiba que hoje formam a identidade do sistema de transporte

de pessoas na cidade.

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27

Figuras 14 e 15 – Da esquerda para direita, plataformas de embarque e desembarque em Guayaquil e Curitiba.

As estações plataforma de um sistema de BRT correspondem a apenas um

elemento do mesmo, e podem fazer transferências dos usuários para outras vias do

sistema, denominadas estações intermediarias de intercâmbio, ou podem transportar

os passageiros de uma via alimentadora para uma via do sistema, denominadas

estações de transferência.

Ambos os tipos de estações podem se abertas ou fechadas, desde que

apresentem os principais elementos funcionais de forma adequada como descrito

anteriormente. Em alguns casos devem-se fazer obras de infraestrutura adicionais a

essas estações de forma que o usuário possa chegar de forma segura as

plataformas de embarque e desembarque, como por exemplo, a execução de túneis

e passarelas que ligam pontos da cidade as estações do sistema, como mostram as

Figuras 16 e 17.

Figuras 16 e 17 – Da esquerda para a direita, uma passarela e um túnel que encaminham os

usuários as estações.

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28

Outros elementos do sistema de BRT são os terminais e as garagens. Os

terminais permitem a troca de usuários nas diversas vias alimentadoras e principais

do sistema, e por essa característica são essenciais para o bom funcionamento de

sistemas de grande porte.

Os terminais geralmente se localizam no entorno do sistema, próximos a

garagem dos veículos (como acontece no sistema de Bogotá). As garagens atendem

a diversas funções, como: estacionamento dos ônibus, postos de abastecimento,

áreas de lavagem e limpeza, manutenção dos veículos e serviços de mecânica,

escritórios administrativos e instalações para os empregados, além de possuírem

área de manobra para os veículos de grande porte, caso fiquem próximas aos

terminais. Segundo Manual de BRT (2008, p.414):

“O projeto global do terminal deve buscar otimizar movimentos fluidos tanto de veículos quando de usuários. Espaçamento adequado deve ser deixado para permitir que os veículos entrem e saiam confortavelmente das baias de parada [...]”

Todos os componentes básicos de infraestrutura de um sistema de BRT

apresentados de forma sucinta dependem em seu funcionamento pleno de um

centro de controle.

Nos sistemas de BRT o centro de controle é dito centralizado, o que assegura

operações contínuas e eficientes em um desenvolvimento de atividades altamente

complexas. De acordo com Manual de BRT (2008) um sistema de gerenciamento de

BRT centralizado tem os seguintes benefícios: respostas imediatas a mudanças na

demanda de usuários e a falhas de equipamentos e veículos, evita a formação de

aglomerados de veículos, permite avaliar o desempenho do sistema, e controlar a

segurança de terminais e estações por meio de circuito de câmeras. A Figura 18

mostra a quantidade de equipamentos de um centro de operações de um sistema

BRT.

Page 30: Tecnologia dos transportes - BRT/VLT/Metrô

29

Figura 18 – Centro de controles de um sistema de BRT.

5.2.2 Tecnologias

A escolha das tecnologias que vão compor o sistema de BRT parte da análise

do projeto operacional e geralmente é o último aspecto estudado na fase do projeto

físico.

A forma com que serão cobradas as tarifas, painéis eletrônicos para os

usuários e outras formas de incrementos tecnológicos ao sistema interfere na

imagem final do mesmo aos passageiros e compreende em Sistemas Inteligentes de

Trânsito (ITS). Um ITS torna-se referência para os demais sistemas e ganha o

prestígio dos usuários. Entretanto devem-se tomar alguns cuidados sobre esse

aspecto, segundo Manual de BRT (2008, p.437):

“[...] a tecnologia não deve suplantar o projeto operacional; em vez disso,

escolhas tecnológicas devem simplesmente partir das necessidades dos usuários

[...]”

A adoção de ITS deve, portanto, estar voltada unicamente ao usuário e a

escolha da melhor tecnologia dentre as várias disponíveis no mercado deve ser feita

de forma a garantir o bom funcionamento e desempenho do sistema.

Page 31: Tecnologia dos transportes - BRT/VLT/Metrô

30

Quanto ao tipo de veículo, a escolha depende da análise das dimensões do

mesmo, como também o conforto interno, disposição dos itens de segurança,

mobilidade física aos portadores de deficiências, estética e sofisticação, nível de

emissão de poluentes, além dos custos de operação e capacidade de passageiros,

como mostra a Figura 19, em um quadro que apresenta a capacidade de

passageiros de alguns tipos de veículos, retirado do Manual de BRT (2008, p.439).

Figura 19 – Quadro de veículos de transporte de pessoas, comprimentos e capacidades.

Sobre o aspecto de cobrança de tarifas é necessário verificar o projeto

operacional e que o mesmo diz a respeito da política tarifária do sistema. Torna-se

necessário tal análise uma vez que os sistemas de pagamento de tarifas podem ser

realizados de diversas formas.

Um sistema de pagamento externo reduz o tempo de embarque de passageiros

e afeta, portanto na capacidade potencial do mesmo, aumentando sua eficiência.

Sem as filas de pagamento a bordo dos veículos, esses últimos permanecem um

menor tempo nas plataformas e garantem maior conforto ao usuário no momento do

embarque.

A cobrança de tarifas em sistemas BRT pode ser realizada desde a compra do

bilhete em espécie ou com a utilização de cartões magnéticos ou eletrônicos. Para a

compra de bilhetes, os sistemas BRT geralmente disponibilizam pontos de vendas

eletrônicos pela área urbana ou nas próprias plataformas de embarque e terminais. A

figura 20 mostra uma máquina de vendas de bilhetes em uma rua na cidade de

Berlim.

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31

Figura 20 – Máquina para venda de bilhetes na cidade de Berlim.

Os sistemas inteligentes de transporte disponibilizam tecnologia para permitir

que o usuário localize sua condução em tempo real via GPS. O mecanismo consiste

basicamente em um rastreamento de toda a frota de veículos do sistema BRT e a

disponibilização de alguns dados relevantes ao usuário, como tempos de atraso,

partida e chegada prevista e a localização da plataforma mais próxima que conduza

o usuário ao destino desejado, entre outras funções.

6 CASES DE SUCESSO

6.1 O SISTEMA DE CURITIBA – BRASIL

Em 1974 a cidade de Curitiba no Brasil inaugurava seus primeiros 20km de

corredores exclusivos para o tráfego de ônibus, desde então a cidade com cerca de

600.000 habitantes na época tornou-se referência mundial em transporte de

qualidade de pessoas.

Page 33: Tecnologia dos transportes - BRT/VLT/Metrô

32

O projeto inicial do então prefeito Jaime Lerner seria de um sistema de metrô

ferroviário, porém, com a falta de recursos os responsáveis pelo projeto decidiram

inovar com uma opção de menor custo. Os corredores de via de ônibus consistiam

em uma proposta simples e de baixo custo para época o que se tornou o trunfo da

mobilidade urbana da cidade.

Hoje Curitiba tem aproximadamente 2,2 milhões de habitantes e o sistema de

corredores exclusivos passou por diversas modificações com a inserção de novas

tecnologias até adquiri o formato de um sistema de BRT atual.

Segundo Manual de BRT (2008, p.25) “[...] Até 2005, o sistema de Curitiba

exibia 57km de vias de ônibus exclusivas e 340km de serviços alimentadores. [...]”.

O sistema curitibano possui cinco corredores principais e adotou um design de

plataforma tubular que estampou o sistema de transportes da cidade como exemplo

de eficiência e desempenho.

6.2 O SISTEMA DE BOGOTÁ – COLÔMBIA

O sistema de Bogotá se tronou exemplo para o mundo quando comprovou que

sistemas de BRT poderiam operar acima de 12000 passageiros/hora*sentido como

acreditavam os especialistas da área por volta da década de 90. Acreditava-se que

um sistema rodoviário dificilmente poderia se equiparar em eficiência de transporte

com um sistema ferroviário.

O sistema de BRT TransMilenio de Bogotá quebrou esse paradigma quando

chegou a operar em uma faixa de 45000 passageiros/hora*sentido. Por uma cidade

de grandes dimensões e relativamente densa, forma muitos os desafios para inserir

um novo sistema de transporte de pessoas na capital colombiana e exigiram grandes

esforços do prefeito Enrique Peñalosa para conscientizar a população das mudanças

benéficas pelas quais que a cidade passaria.

Apesar da resistência da população e insatisfação quanto as desapropriações e

eliminação de antigos veículos de transporte clandestino, o sistema TransMilenio foi

inaugurado em 2000 e no ano de 2006 atingia cerca de 84km de extensão de vias

principais e 420km de vias alimentadoras.

Page 34: Tecnologia dos transportes - BRT/VLT/Metrô

33

Juntamente com o seu sistema de BRT, Bogotá preocupou-se em implementar

obras de infra-estrutura no âmbito da mobilidade urbana. A cidade recebeu novas

ciclovias, vias de transito exclusivos para o pedestre e novas rodovias para o transito

de veículos particulares. Em conjunto com o sistema TransMilenio Bogotá

atualmente exporta bons exemplos de práticas viáveis para modernização do

transporte de pessoas na área urbana.

7 METRÔ

O metrô constitui em um meio de transporte público onde o veículo composto

por vagões se locomove sobre trilhos energizados, sua extensão é da ordem de 20 a

25 km. É utilizado principalmente nas grandes capitais onde o fluxo de veículos é

intenso.

Para a construção de um metrô a escolha de um bom método construtivo é

essencial, principalmente por haver alternância de estruturas, ou seja, a construção

pode ser feita em superfície, em áreas elevadas e ou em áreas subterrânea. A

escolha de cada método construtivo irá depender principalmente das características

físicas do local onde ele irá passar e a quantidade de pessoas que habitam a região.

7.1 OPERAÇÃO DO SISTEMA

A operação do metrô é uma tarefa que exige muita responsabilidade. Para

fazer tal controle existe o Centro de Controle Operacional (CCO), onde os

funcionários ficam em uma sala monitorando todas as estações e equipamentos de

rede, observando o que acontece em cada trecho do metrô e fazendo certos ajustes

quando forem necessários, controlando assim o desempenho e o intervalo entre os

trens. A Figura 21 mostra a disposição a disposição de trens em uma estação de

metrô.

Page 35: Tecnologia dos transportes - BRT/VLT/Metrô

34

Para a segurança do sistema são fundamentais a habilidade e a experiência do

operador, sobretudo se há alguma anormalidade, como a presença de um obstáculo

na via ou casos de passageiros ou objetos presos nas portas dos trens. Para a

operação do sistema existem duas modalidades: a manual e a semi-automática.

Essa última merece destaque por sua complexidade de operação.

No modo semi-automático, a parada da composição, o controle das portas, a

aceleração e a frenagem ficam a cargo do operador, a Figura 22 mostra um veículo

de um modelo semi-automático passando por trecho de superfície. O controle da

movimentação dos trens continua sendo feito pelo sistema de sinalização, nesse

caso trabalha-se com segurança máxima.

Equipamentos controlam a velocidade, mantendo a distância mínima entre os

trens, impedindo colisões. Se for ultrapassado o limite da velocidade permitida, sua

frenagem é automaticamente acionada. O uso do procedimento de falha segura

garante que qualquer falha no sistema de sinalização gere uma condição de

operação mais restritiva.

Em casos de emergência, é utilizada a operação manual. O operador controla a

movimentação dos trens, recebendo orientação por rádio do CCO e a velocidade de

tráfego é limitada a 30 km por hora.

Page 36: Tecnologia dos transportes - BRT/VLT/Metrô

35

Figura 21 – Disposição de trens em uma estação.

FONTE: http://www.google.com.br/imgres?q=metr%C3%B4+rj&hl=pt-BR&sa=X&biw=1366&bih=667&tbm=isch&prmd=imvns&tbnid=nVwNKcIhBP5XqM:&imgrefurl

Figura 22 – Veículo de um modelo semi-automático FONTE: http://www.google.com.br/imgres?q=metr%C3%B4+sp&start=18&num=10&hl=pt-

BR&biw=1366&bih=667&addh=36&tbm=isch&tbnid=7SM8t2PfVSrmYM:&imgrefurl

Page 37: Tecnologia dos transportes - BRT/VLT/Metrô

36

8 CONCLUSÃO

Os sistemas de transportes de pessoas contam com diversas modalidades

desse tipo de serviço, estas por sua vez dependem das tecnologias desenvolvidas e

dos fatores locais, determinantes na escolha do melhor sistema.

Fatores implicadores como os custos de infra-estrutura e operação juntamente

com os fatores locais, destacam as vantagens e desvantagens das tecnologias de

sistemas de transportes. Dentre esses, os sistemas de BRT, VLT e metrô

apresentam desempenho satisfatório na sua aplicação nos centros urbanos e

atualmente ocupam lugar de destaque no serviço de transporte de pessoas.

Cada tecnologia apresentada possui uma particularidade e pode ser viável em

distintas situações, uma vez analisado os critérios de projeto e ambiente de

funcionamento do sistema.

Page 38: Tecnologia dos transportes - BRT/VLT/Metrô

37

REFERÊNCIAS

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transporte de passageiros. Disponível em: <

http://www.senado.gov.br/comissoes/ci/ap/AP20090914_transporte.pdf>. Acesso em:

25 Abr. 2012.

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http://bd.camara.gov.br/bd/bitstream/handle/bdcamara/1720/definicao_transporte_bor

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http://www.fipe.org.br/web/index.asp?c=130&aspx=/web/indices/idet/default.aspx>.

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2012.

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<http://www.tribunahoje.com/noticia/21532/brasil/2012/03/21/novas-tecnologias-em-

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