tecnologia têxtil
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Livro sobre tecidos e todos os processos envolvidos.TRANSCRIPT
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Capítulo 1- Fibras Naturais ........................................................................................................................................5
Linho ............................................................................................................................................................................6
Cânhamo..............................................................................................................................................................7
Juta......................................................................................................................................................................................8
Lã................................................................................................................................................................... ......................9
Rami..................................................................................................................................................................................10
Sisal...................................................................................................................................................................................11
Seda..................................................................................................................................................................................12
Algodão..............................................................................................................................................................................13
Capítulo 2- Fibras Artificiais ....................................................................................................................................... 18
Acetato................................................................................................................................................................................................19
Modal........................................................................................................................ ..........................................................................20
Tencel....................................................................................................................... .........................................................21
Amianto..............................................................................................................................................................................22
Fibra de Carbono...............................................................................................................................................................23
Fibra de Metal....................................................................................................................................................................24
Lanital................................................................................................................................................................................25
Viscose..............................................................................................................................................................................26
Capítulo 3- Fibras Sintéticas..........................................................................................................................................28
Acrílico...............................................................................................................................................................................29
Polipropileno......................................................................................................................................................................30
Poliamida....................................................................................................................... ....................................................31
Microfibra...........................................................................................................................................................................32
Elastano.............................................................................................................................................................................33
Poliéster.................................................................................................................... .........................................................34
Capítulo 4- Tecidos Tecnológicos.................................................................................................................................36
Esportivos................................................................................................................... .......................................................37
Bactericidas e Bacteriostáticos..........................................................................................................................................39
Proteção Raios Solares.....................................................................................................................................................40
Anti Manchas.....................................................................................................................................................................41
Sumário
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Segurança.........................................................................................................................................................................42
Líquidos.......................................................................................................................... ...................................................43
Computadorizados............................................................................................................................................................44
Com Memória....................................................................................................................................................................45
Recicláveis.................................................................................................................. .......................................................46
Híbridos.............................................................................................................................................................................47
Capítulo 5- Fiação............................................................................................................................................................49
Tipos de Fiação.............................................................................................................. ...................................................50
Tipos de Fios.....................................................................................................................................................................52
Capítulo 6- Tecelagem e Tecidos...................................................................................................................................55
Tipos de Teares.................................................................................................................................................................56
Padronagens.................................................................................................................. ...................................................57
Tipos de Tecidos...............................................................................................................................................................58
Capítulo 7- Acabamentos e Beneficiamentos...............................................................................................................61
Lavagens em Tecidos........................................................................................................................................................62
Tingimento.........................................................................................................................................................................65
Estamparia.........................................................................................................................................................................67
Outros Acabamentos.........................................................................................................................................................70
Considerações Finais........................................................................................................................................................71
Bibliografia..........................................…...........................................................................................................................71
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Para o desenvolvimento de uma coleção é preciso escolher
tecidos de qualidade e beleza, por isso no momento da escolha é parte
crucial o conhecimento das propriedades de cada um. O caimento, o
volume, o brilho são alguns dos fatores que irão determinar as
características da peça.
Fatores que assim como a resistência, o toque e a qualidade
dependem de como as fibras foram fiadas, se foram bem limpas, se a
matéria prima foi colhida manualmente ou através de máquinas, quais
beneficiamentos que receberam ou mesmo como foram produzidas em
laboratório.
É também importante saber como o tecido se comporta no
momento da costura e quais os cuidados que se deve ter para manter as
características originais do tecido. Tudo isso para a garantia do sucesso
das peças, pois sabemos que é o nome de quem os produziu e também
utilizou que se compromete no momento da venda.
I
N
T
R
O
D
U
Ç
Ã
O
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Breve História dos Têxteis
Já na Idade da pedra lascada inicialmente por necessidade de proteção e mais tarde por diferenciação e
adorno, os homens das cavernas vestiram- se com folhas e peles de animais, como ursos e renas.
As peles passavam por alguns processos como: o amaciamento, a impermeabilização, feito com óleos e
gorduras vegetais e aperfeiçoamento com um banho de tanino.
Mas a matéria prima em forma de tecido propriamente dito, não sabe se ao certo onde surgiu e em que
ano. Foram encontrados vestígios de algodão de 3000 a.C na Índia, linho com mais de 8 mil anos de história e algodão
que acompanha o homem desde a pré-história. Essas junto a seda são consideradas as primeiras fibras naturais
cultivadas pelo homem.
Segundo Olga Soffer, professora da Universidade de Illinois e antropóloga, o mais antigo indício da
existência dos têxteis data mais de 24 mil anos e para ela isso não é admirável, pois na mesma época, já haviam
grutas com fabulosos afrescos na França.
Os teares manuais surgidos por volta de 1400 nos países mediterrâneos não diferenciam-se na estrutura
básica dos utilizados pelos artesãos de hoje, apesar dos processos fundamentais terem evoluído muito.
Foi com a Revolução Industrial que o maquinário passou a evoluir e a produção de tecido tornou-se mais
intensa e variada. Fazendo surgir novos tipos de tecidos e cores.
Atualmente a variedade de tecidos é abundante, as fibras químicas surgiram para melhorar ou produzir o
que a natureza não fornecia e os tecidos inteligentes são a inovação tecnológica que protege contra raios UV e
bactérias, evita transpiração, entre outros benefícios.
Classificação das Fibras
Fibras têxteis
Naturais
Vegetais
Linho, Cânhamo, Juta, Sisal.
Animais
Lã, Seda.
Químicas
Artificiais
Acetato, Viscose, Raiom, Modal.
Sintéticas
Elastano, Poliéster, Poliamida, Microfibra.
Minerais
Amianto, Carbono, Fibra de Metal.
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As fibras naturais são as extraídas dos pêlos de animais ou das folhas, frutos ou caules de vegetais, além
de poder ser extraídas de minerais. Nesse capítulo falaremos sobre as principais delas, com aprofundamento no
algodão, considerado a fibra mais importante do mundo.
Capítulo 1- Fibras Naturais
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Fibra natural vegetal extraída do caule da planta de nome científico Linum usitatissimum. Sua história
inicia-se a oito mil anos no Egito e na Criméia onde foram encontrados vestígios arqueológicos da fibra, utilizada
primeiro como alimento e só depois como fibra propriamente dita.
Até hoje se fala muito do linho egípcio, pela longa tradição do seu cultivo e por possuir fibras longas que
dão mais qualidade e resistência ao produto final. Para que o feixe de fibras não sofra interrupção, baixando o seu
valor para a fiação, é preciso cuidar para que o talo não se ramifique.
A fibra é mais bem cultivada em locais de clima fresco e úmido, temperados ou subtropicais. Além de ser
bastante versátil, pois pode ser usada de diversas maneiras: roupas de cama, mesa, banho, lenços, decoração,
rendas, vestuário e até em colchões e cordas. Aspecto rústico, resistência, durabilidade, conforto, baixa elasticidade,
estabilidade dimensional, secagem rápida, lavagem fácil, amarrota e queima com facilidade são algumas propriedades
que a caracterizam.
Linho
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Com nome científico Cannabis Sativa, da família das plantas canabidáceas, o cânhamo tem origem na
região norte do Afeganistão a cerca de 6 mil anos e assim como o Linho também é derivado do caule da planta.
A fibra tem como características principais: fibra longa, tecido forte, durável, absorvente, quente, mais
suave a cada lavagem, fácil de ser tingido, resistente a raios UV, excelente isolante e fácil de misturar com outras
fibras.
Foi muito usado na fabricação de cordas e velas dos navios gregos e romanos, hoje tem utilidade na
fabricação de lonas, telas, mobília, bolsas, calçados, roupas, palitos, óleo, papel, papelão e compensados.
O cânhamo é considerado ecologicamente correto, pois sua planta cresce rapidamente e de forma mais
densa que as árvores, porém o seu principal problema é o preconceito, pois a mesma planta de sua origem também da
origem a maconha.
Cânhamo
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De origem chinesa, em Zhejiang, a fibra de Juta é obtida a partir do tecido externo ao lenho1 da planta
anual Tilácea, da família Tilioideae. Na década de 60 chegou a representar mais de um terço do PIB do estado do
Amazonas, onde até hoje é cultivada.
A fibra tem grande utilização na fabricação de sacos, telas, embalagens de produtos agrícolas, cordas e
tapetes. Com o nome científico Corchorus capsularis, tem características como: 100 % biodegradável e reciclável, boa
resistência ao calor e ao fogo, toque grosseiro e áspero, péssima recuperação a dobra, compressão ou
amarrotamento, deteriora-se com umidade, possui baixa elasticidade, não é tão durável como o linho e o cânhamo,
possui brilho sedoso e fibra rústica barata disponível em grande quantidade, porém quebradiça, o que impede de ter
fios finos.
1 Lenho: tronco
Juta
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Usada como forma de tecido a mais de 6 mil anos, é considerada uma fibra ecologicamente correta, pois
deriva dos pêlos de animais que podem ser cortados sem causar danos graves. Entre os animais produtores da fibra
estão: ovelhas da raça merino, mestiço e outros, lhama, alpaca, camelo, vicunha, coelho angorá e cabra cashmere,
angorá ou mohair.
Suas características principais são: respira no corpo, é naturalmente elástica, não amassa, é confortável,
isolante térmica, amarela e desbota exposta ao sol, é vulnerável a traças, insetos e fungos, não resiste a produtos
químicos e a atritos. Porém essas características podem variar de acordo com o tipo do pêlo.
Lã
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A fibra nativa da Ásia Oriental tem grande utilização no vestuário e na decoração, substituindo muitas
vezes o cânhamo e outras matérias-prima na fabricação de barbantes para indústria de calçados e linhas de costura,
por sua resistência tensil.
Derivada da planta Boehmeria nívea, pertencente à família das urticárias, tem como características
principais: durabilidade, resistência, fibra clara e brilhante, absorve água com rapidez e aumenta sua resistência em
25% quando molhado, por isso é fácil de lavar e seca rápido, tende a perder a elasticidade, tem aspecto leve e fresco,
é capaz de absorver a transpiração, retêm corantes artificiais facilmente e possui fibra longa.
Ao ser misturada com outras fibras sintéticas ou sofrer alguns processos de acabamento, a fibra pode ter
grande redução de suas características, por isso os tecidos de rami têm boa aceitação no mercado, podendo ser
considerados como um produto próximo do linho, de menor qualidade, porém com a vantagem de ser mais barato.
Rami Rami
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Com origem em Lucatão, no México, a fibra é retirada das folhas da planta Agave sisalana da família das
agaviáceas. Atualmente desenvolve-se em diversas regiões semi-áridas, sendo o Brasil o país de maior produção,
localizada na região nordeste.
Do sisal, são produzidos principalmente tecidos grosseiros, cordas, cordame e torças. É mais forte e mais
resistente ao apodrecimento que a juta e tem fibra clara, dura, que mede 1 metro de comprimento.
Rami Sisal
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De origem chinesa, cerca de 2700 a.C nos tempos do Imperador Huang Ti, é a única fibra de filamento
contínuo, composta por 90% proteína. Obtida a partir dos casulos do bicho-da-seda, uma das matérias-primas mais
caras.
Sua história é composta de lendas, como sua descoberta, que conta que a imperatriz chinesa tomava uma
xícara de chá, quando um casulo do bicho-da-seda caiu na xícara. E quando ela tentou puxar a ponta do fio do casulo,
fez com que ele se desenrolasse, amolecido pela água quente do chá.
Durantes muitos anos o segredo da obtenção da seda ficou guardado com os chineses, mas no XVIII
através dos padres jesuítas a produção foi introduzida também na Europa.
Mesmo atualmente a seda chinesa ainda é lembrada, por seus desenhos de dragões, pássaros, libélulas
e borboletas com fios dourados e coloridos.
O tecido é caracterizado por seu brilho natural, aspecto nobre, toque macio, leveza, resistência, absorção
de umidade e suor com facilidade, ótimo para climas quentes.
Seda Seda Seda
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Histórico
O cultivo do algodão já era conhecido 3000 a.C, na Índia, provavelmente na cidade de Dacca e 2000 a.C
na China, porém foi a Índia que exerceu papel importante na sua história, o país além de comercializar a fibra em troca
de lã da Mesopotâmia, servia de ponto de encontro para os mercadores. O cultivo era tão comum na região que
ocupava metade da população e chamava a atenção pelas cores vibrantes que tinha.
A chegada dos europeus no país mudou a história da fibra, trazendo o desenvolvimento do comércio para
Europa, favorecendo o enriquecimento das cidades indianas. O algodão tornou-se objeto valorizado e desejado pelos
europeus que o utilizavam na decoração e na confecção de roupas, o que motivou o desenvolvimento das indústrias.
Na América o algodão já era cultivado muito antes da chegada dos portugueses, cerca de 5800 a.C,
segundo vestígios encontrados no México e no Brasil os índios o utilizavam na fabricação de redes e algumas roupas.
O algodoeiro
O algodoeiro é a planta que dá origem ao algodão, da família das malváceas, pertencente ao gênero
Gossypium, é uma planta de regiões tropicais com período vegetativo de 5 a 7 meses.
Celulose, água e gordura são os elementos que compõem a flor de algodão e darão origem a fibra que
tem uma vida curtíssima de cerca de 12 horas. Existem mais de 40 espécies da planta que dependem do comprimento,
finura, cor e pureza dos seus fios para serem de qualidade.
Algodão
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Tipos de algodão
Variados são os tipos de algodão que podem ser cultivados, entre eles temos:
Algodão orgânico: cultivado sem agrotóxicos, objetivando um menor impacto ambiental. Que traz vantagens
tanto para o produtor e os trabalhadores como para o produto na forma final.
Hoje estão entre os 10 maiores produtores de fibra orgânica no mundo a Turquia, Índia, China, Síria, Peru, USA,
Uganda, Tanzânia, Israel e Paquistão.
Algodão transgênico: esse tipo de algodão é geneticamente modificado para resistência as pragas e por isso
traz benefícios ao meio ambiente dispensando o uso de pesticidas, o fato é que não sabe-se ao certo os danos que o
cultivo pode trazer ao trabalhadores e ao próprio meio ambiente ao longo do seu cultivo.
Algodão Egípcio: conhecido mundialmente destaca-se por uma fibra naturalmente longa que não necessita ser
esticada no momento da fabricação do fio, por isso torna o produto mais resistente. Sua importância pode ser
percebida ao conhecer como é chamado no Egito: o “Ouro branco”.
Algodão colorido: naturalmente marrom, creme ou esverdeado esse algodão já era utilizado desde 4500 a.C
entre incas e outros povos da América, Austrália e África. Seu cultivo pode também ser considerado beneficente ao
meio ambiente, pois dispensa processos de tingimento que liberam efluentes químicos. As cores nesse caso
dependem de um gene presente na planta, porém podem variar de acordo com o tipo de solo, o conteúdo de minerais
e a luz solar.
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Países como Peru, China e EUA já possuem plantio comercial desse tipo de algodão. O problema é que suas fibras
são pouco resistentes e curtas, o que dificulta sua industrialização, por isso aqui no Brasil a Embrapa já cruzou
espécies coloridas com outras para chegar a fibra ideal.
Algodão Pima: originário do Peru, esse algodão possui fibra extra longa de excelente qualidade, que permite
fios muito finos para confecção de peças de suavidade diferenciada das outras espécies.
A fibra do algodão
Como podemos perceber as fibras do algodão dependem muito de seu comprimento, por isso são
classificadas de acordo: se menores que 22 mm são inferiores, de 28 mm a 34 mm são médias e longas se tiverem
mais de 34 mm de comprimento.
A forma da colheita também pode mudar suas características, se colhida com máquinas a fibra pode ser
extraviada ou danificada durante o processo e se for colhida manualmente suas características originais são mantidas,
porém então os prejudicados são os trabalhadores, pois o trabalho é árduo e pode demorar semanas, afinal nem todas
as cápsulas amadurecem ao mesmo tempo, além de ser menos lucrativo para o produtor.
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O fato de o algodão ser a fibra têxtil mais importante do mundo não é à toa, a sua fibra é uma das únicas
que pode ser misturada com qualquer outra fibra têxtil com sucesso, tem toque macio, é durável, isolante térmico, tem
ótima capacidade de absorção e tingimento, pode ser passada e lavada sem muita preocupação e tem baixa tendência
a reações alérgicas. As desvantagens ficam entre desfiar, amassar e a restrição ao tratamento com cloro.
Fiação
Após a colheita, o algodão é recebido em fardos, a fibra é separada do caroço, classificada para
produção, homogeneizada e fiada por meio de três processos: Fiação por rotor ou Open-End (OE): Fiação a anel OU
Fiação convencional (CO) e Fio Compac, técnica inovadora que permite maior finura e limpeza do fio.
Tecelagem
A tecelagem ocorre quando os fios são entrelaçados em trama (transversal) e urdume (longitudinal)
formando os tecidos planos.
A tecelagem compreende dois setores:
- A preparação para tecelagem: série de operações, que deixam os fios preparados para o processo de tecimento;
- A tecelagem propriamente dita: transformação do fio em tecido.
No processo de entrelaçamento dos fios, os tecidos podem ser:
- Tecidos comuns: quando o entrelaçamento de duas camadas de fio processa-se no sentido perpendicular. A camada
longitudinal é denominada urdume e a transversal é chamada de trama. Como exemplo podemos citar o tricoline, brim
e outros. Neste tipo de tecido os fios permanecem em paralelo sem se cruzar.
- Malha: existem os tecidos de malha por trama e por urdimento. Como exemplo temos a malha de jersey, tricô e
outros. Neste caso os fios se cruzam consigo mesmo.
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- Laçada: este é um processo conjugado que agrega o processo de tecidos comuns ao de malha, porém, em
determinadas situações, a malha se fecha formando laçadas ou nós. Como exemplo temos a renda.
No processo de entrelaçamento de fibras as mesmas são dispostas em camadas e entrelaçadas por agentes
mecânicos. São também adicionados produtos químicos para completar a feltragem. Como exemplo temos os não-
tecidos, feltros de lã e outros.
O Processo de Ação de Adesivos ou Fusão de Fibras consiste na união de fibras por processo químico.
Como exemplos têm os não-tecidos, folheado e o “Perfex”42.
Curiosidades
O fio cardado devido a não passar pela penteadeira possui mais fibras curtas, o que propicia uma
maior formação de pilling3 e neps4. A aparência também é prejudicada, pois o mesmo possui uma maior irregularidade.
Pode-se dizer que a fibra do algodão é a mais castigada nos tratamentos dados aos tecidos na história
da tecelagem, pois a fibra foi e continua sendo a mais utilizada como cobaia nas operações de alvejamento,
mercerização, tintura e impressão.
Da planta do Linho também é extraída a linhaça, semente utilizada na culinária e na produção do óleo
de linhaça usado na indústria cosmética, nas farmácias de manipulação, na fabricação de tintas, vernizes e na ração
para gado.
Por volta do século IV, os Árabes que visitaram a índia ficaram maravilhados com a boa textura de um
tecido feito de fibras vegetais. Aprenderam a tecê-lo e chamaram a fibra e o tecido de “alkutum” – palavra essa que
originou tanto o “algodão” em Português, quanto o “cotton” em Inglês.
O algodão, que é considerado a mais importante das fibras têxteis, naturais ou artificiais, é também a
planta de aproveitamento mais completo e que oferece os mais variados produtos de utilidade.
Exemplos de tecidos:
2 Perfex 4: tipo de tecido de marca registrada Perfex® 3 Pilling: Bolinhas no tecido. 4 Neps: Defeitos na regularidade do fio.
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Além das fibras naturais existem também as fibras químicas, que podem ser divididas entre fibras
artificiais e fibras sintéticas. As fibras artificiais que serão tema desse capítulo são produzidas em laboratório com
matéria prima da natureza. Criadas para melhorar as fibras naturais e facilitar a produção, já que não dependem de
boas condições climáticas e ausência de pragas para ter sucesso, além de ter preço baixo e produção rápida.
Capítulo 2- Fibras Artificiais
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Também chamado de Raiom Acetato, é produzido pela reação de celulose na presença de ácido sulfúrico
com anidrido acético e acido acético. Foram os irmãos Camille e Henry Drefus que obtiveram o primeiro filamento
contínuo de acetato em 1913. Mas somente em 1924 que o filamento foi patenteado pela Celanese.
É usado em lingeries, peças para o verão, forros, tapeçaria, mobiliário, cortinados e colchas. Um tecido
macio, fresco, de bom caimento, sedoso, brilhante ou fosco, sem problemas com traças, que seca rápido, não encolhe,
não forma pilling, tem excelente maleabilidade, fácil de tingir ou estampar, porém pouco resistente, que deforma com o
calor.
Acetato
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Fibra produzida a partir da celulose encontrada na madeira. É caracterizada pelo conforto, maciez,
suavidade e por absorver 33% mais água que o algodão e evaporar quatro vezes mais rápido, o que proporciona um
conforto seco. No Brasil são fabricados fios 100% Modal e outras combinações, como:
- Modal algodão: 50% fibra modal mais 50% fibra de algodão penteado, o que resulta num tecido com
brilho sedoso, vivacidade de cores e maciez;
- Modal strech: 65% fibra modal com 35% poliamida, usado na produção de malhas com strech.
- Modal cotton: 34% poliamida mais 35% modal e 33% algodão, resultando um fio elástico, macio e opaco.
- Modal crepe: 45% modal, 35% poliamida e 20% acrílico. Um tecido resistente, elástico de visual mescla.
- Modal linho: 40% de composição de modal, 32% algodão, poliamida 20% e linho 8%, semelhante ao
linho, porém mais flexível.
- Pro modal: 70% combinação de modal e 30% fiocel, dando origem a um produto resistente, que não
encolhe e não lasseia quando usado o que significa que é de alta estabilidade dimensional.
Modal
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Tem fibra denominada Liocel, obtida da polpa da madeira de árvores específicas, as chamadas híbridas,
produzidas geneticamente com o objetivo de fornecer uma polpa mais branca, de melhor qualidade para diminuir o uso
de produtos químicos. Por ter árvores constantemente replantadas e utilizar solvente reciclável é comum ser
considerada uma fibra ecologicamente correta.
Tem como propriedades: fibra naturalmente respirável, absorvente e biodegradável, bom caimento, ótima
estabilidade a lavagem, resistência, maciez e o frescor das fibras de celulose. Mas sua principal característica é o alto
poder de fibrilação, ou seja, o poder de separar micro fibras no sentido longitudinal de cada fibra o que permite
diferentes efeitos estruturais de superfícies.
A empresa Tencel® é líder mundial em tecnologia de fibra de celulose, é a marca de liocel mais
reconhecida mundialmente, a sua importância é tão grande que muitos formadores de opinião a consideram uma das
principais marcas de fibra.
De acordo com o Dr. Mitsuhiro Ikeda, médico da Associação de Promoção da Saúde na Indústria do
Japão, que realizou testes para analisar as reações ocorridas no corpo humano no contato com tecidos de algodão e
Tencel ®, está comprovado que a sensação de conforto proporcionada pelo Tencel ® não limita-se apenas ao corpo,
mas também a mente, onde há maior freqüência de liberação de ondas Teta X, normalmente emitidas quando estamos
profundamente relaxados ou dormindo.
Tencel®
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Composto por fibras finíssimas e sedosas, em geral brancas, brilhantes e refratárias, pertence a uma
família de minerais fibrosos que são encontrados em depósitos subterrâneos. É usado no isolamento das casas, em
roupas de segurança, caixas d’água, pisos, telhas, componentes de freios de automóveis, revestimentos de máquinas
e alguns tipos de materiais plásticos.
A inalação da substância é extremamente nociva ao homem, podendo causar diversos tipos de doenças
pulmonares. Mesmo sabendo que os sintomas podem levar até 50 anos para aparecer, a fibra é considerada causa do
aumento do risco de câncer pulmonar entre os trabalhadores que tem contato diário com o amianto.
Apesar do fato o amianto é vastamente utilizado por sua resistência ao fogo e a corrosão, pouco peso e
baixo custo, além de muitos médicos afirmarem que o risco só surge quando o material é danificado, quebrado ou
rachado e seu pó é liberado no ambiente.
No EUA o amianto já foi banido e em quase toda a União Européia também. No Brasil, sua utilização
ainda é permitida, mas o Congresso Nacional tem um projeto para que ela diminua progressivamente e seja totalmente
abolida.
Amianto Amianto
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As fibras carbônicas sozinhas não são apropriadas para uso, mas combinadas com outros materiais
matrizes, podem ser usadas em peças para aviões, papéis, peças cerâmicas, automóveis, telas e artigos esportivos,
como raquetes. Nas competições de Fórmula 1 e bicicleta o material tem atendido com sucesso as necessidades de
materiais resistentes e leves.
As fibras são produzidas através da pirólise, ou seja, decomposição pelo calor de algum material rico em
carbono que retém a sua forma fibrosa através de tratamentos térmicos, devido a essa decomposição gasosa,
subprodutos começam a surgir e se contrair aumentando a rigidez mecânica.
Esses materiais são chamados materiais carbonáceos e podem ser naturais ou sintéticos, utilizados como
“fibra precursora”. São eles que determinarão as características do tecido, que são basicamente: resistência,
estabilidade, leveza e preço elevado.
Amianto Fibra de Carbono
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As fibras de metal são utilizadas sozinhas ou em união com outras fibras de alta resistência mecânica ou
térmica. Estando presente em tecidos com memória (tecido que conserva a forma obtida por movimento, dobra ou
pressão) ou fios metálicos como: fio de ouro, prata, platina, cobre, alumínio e certas ligas de aço utilizadas na
fabricação de produtos especiais.
É um material produzido basicamente a partir da aplicação de uma substância catalisadora de
polimerização que aglomera finíssimos filamentos flexíveis de vidro com resina poliéster ou outro tipo de resina.
A fibra originada é muito rígida, incombustível, não enferruja, não oxida, é leve, isolante elétrica, isolante
térmica, de alta resistência mecânica, resistente à umidade e de baixo custo, porém também é pouco flexível e de difícil
tingimento.
Tem uso na proteção contra o fogo, em cascos e hélices de barcos, fuselagens de aviões, caixas d'água,
piscinas, pranchas de surf, recipientes de armazenamento, carrocerias de automóveis, fabricação de materiais
isolantes e na construção, onde torna as peças resistentes a choques, tração e flexão.
Metal Fibra de Metal
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A fibra de lanital é extraída da caseína, uma proteína do leite. Para a sua criação, o leite líquido é
desidratado e as suas proteínas são extraídas e em seguida dissolvidas em uma solução. Para finalizar, estas
proteínas são colocadas em uma máquina que as une, transformando-as em um extenso fio.
Esse fio transformado em peças de vestuário contém aminoácidos benéficos para quem as usa, é
biodegradável, permite a respiração da pele e é confortável.
Mesmo assim é uma fibra pouco produzida, por ser de baixa resistência e necessitar de 100 quilos de leite
desnatado para a produção de 3 quilos de fibra, além de não haver lógica em produzir algo em laboratório com
características inferiores as fibras naturais.
Lanital
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Histórico
Viscose e acetato foram as primeiras fibras produzidas artificialmente. Ao passo que nomes como A.
Payen e Friedrich Schoembein descobriram processos fundamentais para o inicio da idéia, a separação da celulose da
lignina da madeira e a produção de nitrocelulose, que foi a matéria prima dos primeiros experimentos de obtenção de
filamentos artificiais
O químico George Audemars registrou em 1855 um processo que dava origem aos primeiros filamentos
rudimentares, mas foi Ozaman que descobriu a etapa excepcional da fabricação de fibras químicas, a extrusão por
fieiras.
Contudo esses filamentos de nitrocelulose dissolvida em acido acético não foram utilizados logo na
produção de fibras têxteis. Wilson Swan os utilizou em lâmpadas incandescentes já de modo industrial na Inglaterra.
Coube a Hilaire de Chardonnet, considerado o precursor da produção de fibras químicas, implantar em
1889 na França a primeira instalação industrial de produção dos “fios de raiom” como fibra têxtil.
Mas o processo ainda era muito custoso e de baixa qualidade, o que levou Cross e Bevam criarem o
“Processo Viscose”, utilizado até hoje na produção de fios e fibras artificiais.
Características
Com o símbolo têxtil CV, a viscose tem fibras mais regulares em relação ao comprimento e finura do que
as fibras naturais; são pouco resistentes quando molhadas, mas não precisam de lavagens muito longas; tem
higroscopicidade alta (capacidade de absorção); podem ser brilhantes ou opacas; tem baixa resistência a luz ultra-
violeta, por isso amarelam facilmente; sua resiliência é baixa, ou seja, amarrotam facilmente, contudo são fáceis de
passar; tem bom caimento; toque macio e baixo custo.
Comparado ao algodão o produto tem características semelhantes, mas com elasticidade mais baixa
(mesmo sendo considerada alta), cor mais intensa, melhor textura e em relação a tingibilidade os corantes podem ser
os mesmos, com exceção do enxofre.
Fiação
A fiação da fibra de viscose assim como das demais fibras artificiais e sintéticas ocorre por extrusão e
pode ser dividida em: melt-spun ou fusão do polímero (polipropileno, poliéster), wet-spun ou coagulação do polímero
(viscose) e dry-spun ou secagem do polímero (elastano). A máquina que faz o processo é chamada de fieira, no
essencial constituída por um conjunto de orifícios, variável tanto no número como disposição e seção.
Viscose Viscose
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Os fios formados pelo processo poderão ser contínuos, sofrendo então o processo de enrolamento em
bobinas ou descontínuos, entrando os filamentos, após a solidificação nas operações de corte e enfardamento.
Normalmente os filamentos saídos de cada orifício da fieira são torcidos com os filamentos de outros orifícios formando
uma espécie de cabo.
Tecelagem
A Tecelagem da viscose é muito semelhante a do algodão, ver página 14.
Exemplos de tecidos
~ 28 ~
As fibras sintéticas são fibras totalmente produzidas em laboratório a partir de petróleo e carvão mineral. A
diferença das fibras artificiais é que essas são produzidas de acordo com o objetivo e desejo do homem, assim é
possível produzir fibras com melhoramento e características inusitadas.
Nesse capítulo falaremos de algumas fibras sintéticas e assim como nos capítulos anteriores nos
aprofundaremos numa importante fibra da categoria, no caso o Poliéster.
Capítulo 3- Fibras Sintéticas
~ 29 ~
O tecido de acrílico foi desenvolvido pela Dupont em 1944 e comercializado em 1950. O processo de
fabricação acontece a partir do acrylontrile, um composto petroquímico que pode ser utilizado seco ou molhado.
É um tecido leve, quente, macio, resistente a encolhimento, rugas, traças, raios solares, óleo e produtos
químicos, seca rápido, pode ser misturado com várias outras fibras, é de fácil drapejamento, além de ter poucos
problemas com pilling e abrasão.
Utilizado em tapetes, cobertores, toldos, mantas e vestuário em geral, especialmente no inverno por ser
semelhante a lã.
Acrílico
~ 30 ~
O polipropileno não é de grande utilidade para a indústria têxtil, devido as suas características de
resistência a umidade, leveza, resistência a abrasão e a ação de mofos e bactérias, que permitem excelente
isolamento e proteção aos produtos acondicionados é geralmente aplicado em sacos, além de forrações de interiores e
exteriores, feltros e estofamentos.
A fibra obtida através da polimerização do propeno, também é muito resistente ao calor e á fadiga, que
possibilita a sua dobra várias vezes sem rompimento.
Polipropileno
~ 31 ~
Geralmente chamada de “Náilon”, foi a primeira fibra sintética a ser produzida industrialmente, por volta de
1940, na Segunda Guerra Mundial quando foi utilizada na fabricação de pára-quedas para os soldados.
É usada na confecção de meias, roupas de banho como maiôs e sungas, moda íntima, blusas, camisas,
redes contra insetos, suturas para cirurgia e artigos esportivos. Suas características como secagem rápida, resistência
a tração, toque sedoso, baixa absorção de umidade, conforto e boa aceitação de acabamentos têxteis a tornam uma
importante fibra têxtil.
Entre as desvantagens fica a sensibilidade a luz, tendência a reter poeira e sujeira, falta de resistência a
produtos químicos, além de manchar com facilidade, encolher com o calor e favorecer a transpiração.
Poliamida
~ 32 ~
A microfibra pode ser considerada uma fibra recente, pois surgiu no mercado apenas nos anos 90. A sua
obtenção ocorre a partir de microfilamentos de acrílico, poliéster, viscose ou náilon. Esses filamentos são menores que
um Denier5, ou seja, cerca de 60 vezes mais finos que um fio de cabelo.
Os fios são formados quando esses filamentos se acoplam por meio de aquecimento termoquímico. O
produto originado desses fios é um tecido macio, confortável, isolante térmico, de alta resistência e durabilidade, com
bom caimento, secagem rápida, de boa estabilidade dimensional e solidez as cores. Usado na moda íntima, uniformes
esportivos, camisetas, calças, vestido e ternos.
5 Denier: Massa de um fio em gramas por 9.000 metros de comprimento.
Microfibra
~ 33 ~
Inventado em 1959 por Joseph Shivers, da Dupont, o elastano, também conhecido como spandex no EUA
e Austrália, é formado por no mínimo 85% poliuretano6 (PUE) segmentado.
A fibra é sempre usada em combinação com outras fibras, com a função de conferir elasticidade a tecidos
de malha ou planos, permitindo a confecção de roupas esportivas, femininas, de banho, íntimas, meias, leggings,
camisaria, artigos médicos e estéticos e fitas elásticas.
Além da elasticidade outros adjetivos caracterizam a fibra, como: resistência a abrasão e á deterioração
pela ação de detergentes, transpiração e produtos químicos, porém perda dela em contato com produtos oleosos e
temperatura elevada, leveza, alongamento de 500% e capacidade de recuperação do comprimento original mesmo
após ciclos repetidos de alongamento e retração. Devido a sua grande capacidade de alongamento é preciso apenas
uma proporção de 5 a 10% no produto para que seja obtida a elasticidade desejada.
6 Poliuretano: qualquer polímero que compreende uma cadeia de unidades orgânicas unidas por ligações uretanicas.
Elastano
~ 34 ~
Histórico
A fibra sintética de poliéster também conhecida como "tergal", foi lançada em 1947 e produzida em escala
comercial nos anos 50. Inicialmente utilizada na fabricação de tecidos para decoração e mais tarde para todos os tipos
de roupas, pelo fato de não amarrotar, não deformar e secar rapidamente.
Atualmente é a fibra de menor custo e com os melhoramentos tecnológicos que possibilitarão cada vez
mais uma maior semelhança com o algodão, é possível prever que se torne cada dia mais importante.
Características
Utilizado na moda íntima, roupas de cama, ternos e camisas seja 100% ou em misturas, tem como
principais características: pouquíssima absorção de umidade, boa resistência a luz e ao uso, boa elasticidade,
resistência a tração e produtos químicos, não alérgico, secagem rápida, áspero, tendência a formar bolinhas e encolhe
com o calor.
Fiação
Ver página 14.
Poliéster
~ 35 ~
Tecelagem
Ver página 14.
Exemplos de tecidos
~ 36 ~
A sociedade moderna em que hoje vivemos traz com ela novas necessidades e desejos. Os tecidos
tecnológicos surgem com o objetivo de inovar e facilitar a vida desses usuários cada vez mais exigentes. A união de
características de diferentes tecidos e a criação de novos benefícios traz melhorias não só para o setor da moda, mas
também para o setor de imobiliária, decoração e até mesmo automobilístico.
Capítulo 4- Tecidos Tecnológicos
~ 37 ~
O que atualmente chamamos de tecidos esportivos são os aqueles que eliminam os desconfortos do
momento da prática de esportes. Como exemplos têm:
- Antitranspirantes: produzidos com um fio especial de poliamida, que garante conforto térmico e
transferência rápida do calor e da umidade da parte interna para a externa do tecido, a partir de características, como:
micro ondulações que minimizam a colagem do tecido ao corpo no ato da transpiração e estrutura super compactada
com micro canais que ajudam a conduzir o suor até a superfície externa e facilitam entrada de ar. O tecido é também
de fácil lavagem, rápida secagem e não precisa passar, o que é denominado conceito “easy care”, recomendado para
camisetas, regatas e baby-looks dos mais variados esportes.
- Velocidade: constituído de microfilamentos de poliéster e fios de elastano, que se ajustam ao corpo com
firmeza, mantendo a temperatura do corpo, o tecido tem a capacidade de aumentar a velocidade durante o nado pelo
fato de possuir dentículos e sulcos7 em formato de “v”, que direcionam o fluxo da água, reduzem o arrasto e a
turbulência ao redor mesmo em contato com alta concentração de cloro.
7 Sulcos: Buracos, valas, fenda, abertura.
Esportivos
~ 38 ~
- Corta Vento: ideal para maratonas, corridas, esportes de aventura e fitness, o tecido é constituído de
poliamida ultra leve, que proporciona conforto térmico e tem visual opaco e micro-poroso. É usado na confecção de
shorts, agasalhos, bermudas e jaquetas. As variações de temperatura podem atrapalhar o atleta no momento da
disputa e o tecido corta vento proporciona menores diferenças térmicas e menor cansaço ao atleta.
- Compressão: malha porosa extrafina, composta de Lycra® e poliamida, com alto poder de ajuste e
compressão, o que o torna ideal para esportes como: triathlon, ciclismo, spinning, corridas e maratonas. Pois já foi
comprovado que a compressão diminui a vibração muscular, retarda a fadiga e suaviza possíveis dores da prática
esportiva. Oferece melhor desempenho em macaquinhos, sunquinis, calças e bermudas de compressão, tops e
regatas justas ao corpo.
~ 39 ~
Bactericidas ou antibacteriais são tecidos que eliminam ou reduzem as bactérias no momento do uso,
mesmo após diversas lavagens. Essa proteção é derivada de nanopartículas8 de um composto de prata, mortal para as
bactérias ali presentes. Enquanto em outros países as nanopartículas são obtidas por caminhos químicos, no Brasil o
processo é feito de forma biológica, por isso é comum ouvir que a tecnologia bactericida é brasileira.
Qualquer tipo de tecido, como fibra de algodão, poliéster ou misturas, pode receber o tratamento.
Agasalhos, jaquetas, camisetas, bermudas, leggings e roupas íntimas são seus artigos mais comuns, mas uniformes
de médicos e enfermeiros, lençóis de hotéis e hospitais e lenços, são um mercado de grande importância.
Bacteriostáticos ou tecidos contra mau cheiro, são tecidos que não permitem o crescimento das bactérias
causadoras de odor nas peças. Feitos de poliamida texturizada com uma modificação tecnológica no DNA do fio , que
impede o crescimento dessas bactérias sem alterar o equilíbrio natural da flora bacteriana do usuário. Assim como os
tecidos bactericidas é usado em roupas esportivas, íntimas e também em meias.
8 Nanopartículas: partículas extremamente pequenas.
Bactericidas e Bacteriostáticos Bactericidas e Bacteriostáticos
~ 40 ~
Existem regras básicas de proteção contra os raios UVA e UVB, sendo elas: quanto mais escuras as
peças, maior absorção de luz e calor, quanto mais claras, maior reflexão de luz e calor, o que torna as peças claras
mais agradáveis.
Mas atualmente as indústrias foram mais longe e confeccionaram um tecido de fios a base de dióxido de
titânio, com fator de proteção ultravioleta chegando até o 50 evitando 98% da radiação, o que significa que um a cada
50 raios atinge o corpo do usuário do tecido. Podem ser confeccionados: bonés, chapéus, roupas e luvas que terão
como características: leveza, frescor e secagem rápida.
Os raios solares agem da mesma forma em qualquer estação, por isso as peças são ótimas para todos,
especialmente para quem tem risco de câncer de pele, pratica esportes ao ar livre ou sofre com a pele muito sensível.
Proteção Raios Solares
~ 41 ~
Ótimo para trabalhadores de restaurantes e serviço de alimentação em geral, esses são tecidos
protegidos contra água, óleo e nódoas9. Características adquiridas a partir de substâncias sintéticas como o petróleo,
naturais como a mamona ou atóxicos como o acrílico e o Teflon, que podem ser inseridas em qualquer tipo de tecido,
com 10 anos de garantia.
A proteção é invisível, sem cheiro e antialérgica, podendo ser aplicada também em: sofás, cadeiras,
almofadas, colchões, tapetes, construções, fábricas, brinquedos, artesanatos, bancos de carros, roupas, toalhas de
mesa, calçados, móveis, barracas, cortinas, álbuns, mochilas, pisos e casinhas para animais.
Além de ser impermeável protegendo contras nódoas, água e o óleo, o tecido com o tratamento também
se torna mais resistente ao desgaste diário e as lavagens, mantêm mais facilmente a cor, é mais fácil de limpar e
funciona como anti-ácaros, evitando a proliferação dos mesmos.
9 Nódoas: Manchas
Anti Manchas
~ 42 ~
Podemos considerar tecidos de proteção pessoal:
- Tecido Anti Chamas: constituído basicamente da fibra de aramida, que varia entre meta-aramida ou
para-aramida, caracterizado por: alta resistência, capacidade de manter a estabilidade em temperaturas de até 400°C,
flexibilidade, elasticidade, leveza, estabilidade química e rendimento mesmo após exposição às chamas. É indicado
especialmente para aplicações em uniformes na indústria petroquímica, química, bombeiros e também na costura de
filtros industriais.
- Tecido a prova de balas: insolúvel, imune a ataque químico, resistente ao fogo, flexível e leve, composto
por fibras de aramida da família dos polímeros feitos com poliamidas aromáticas. O que o faz cinco vezes mais
resistente que o aço é a estrutura organizada das cadeias e a força atrativa entre as moléculas. Além dos tradicionais
coletes a prova de bala, o tecido também é usado em bancos de aviões para evitar explosões.
Proteção Pessoal
~ 43 ~
Tecidos líquidos são tecidos de fibras com superfície multifacetada, fazendo com que a luz reflita em
várias faces, o que aumenta o brilho e o caimento, além de dar a aparência de água, da onde vem o nome. Também
existe o filamento trilobal, que contem três cilindros juntos que refletem a luz.
Com exceção da Seda as fibras feitas em laboratório brilham mais que qualquer fibra natural, isso se dá
por que o elemento responsável pelo brilho das peças é a sua forma, como pudemos ver.
Os tecidos holográficos compostos de poliéster, metalizado e poliamida tem características semelhantes.
Apesar de quentes, são leves, finos, translúcidos, maleáveis e variam o brilho de acordo com o movimento.
Líquidos
~ 44 ~
Tecidos computadorizados ou robóticos ainda parecem algo futurístico, mas o fato é que já existem no
mercado tecidos que detectam pressão, movimento, direção, velocidade, entre outras funções.
Esses tecidos tecnológicos são basicamente construídos da mesma forma que os outros, é na sua
composição que circuitos e fios são tramados junto as outras fibras. Como exemplos têm:
- Detectador de sons: utilizado por soldados americanos, composto por sensores e circuitos que se
comunicam e detectam sons que geram uma informação, que é convertida através de programas de computador em
imagens que permitem aos soldados determinar a localização e a distância dos sons.
- Electex: tecido lavável, resistente e leve, composto por várias camadas de 1mm de espessura ligadas a
um software, capaz de detectar pressão e movimento e transmitir sinais elétricos, além de poder ser perfurado,
molhado e amassado, que se estendido novamente tudo volta ao normal. Pode ser usado como auxiliar de
enfermagem, detectando se o paciente abandonou o leito ou sofreu algum dano.
- Emocional: tecido que detecta o estado emocional do usuário e o transmite através das cores.
Termoplásticos Computadorizados
~ 45 ~
São chamados de tecidos com memória, aqueles capazes de se estabelecer na última forma dada a
roupa ou mesmo na forma do corpo e permanecer assim até uma nova intervenção.
Em sua trama estão presentes fios de aço inoxidável que permitem a construção de novos volumes,
amassados, peças ora curtas, ora compridas, além de ajuste perfeito ao corpo. O fato de ser composto por aço não
torna o tecido duro, desconfortável ou doloroso, podendo assim ser usado em casaquetos, parkas10, vestidos e roupas
de festa.
Aqui no Brasil pode se dizer que a tecnologia foi difundida por Carlos Miele nas coleções da M. Oficcer.
Atualmente já é tendência há algumas temporadas, os mais baratos são os feitos com poliéster, mas também existem
os mais luxuosos como os de seda.
10 Parkas: Casacos com capuz de tecidos impermeáveis.
Com Memória
~ 46 ~
Em meio a várias novas tecnologias e novos materiais, surgem os tecidos recicláveis, que reaproveitam
diferentes materiais e os transformam em tecido.
O exemplo mais conhecido é o tecido de garrafas pet, que retira da natureza essa matéria prima que
levaria anos para se decompor, o tecido é macio, resistente, com cores de aparência desgastada e fibra 20% mais fina
que a do algodão. No Brasil cerca de 35% das garrafas já são recicladas proporcionando uma nova renda as famílias
carentes do país.
Outro exemplo é o jeans Ecofriend da marca Denovo, ele é feito a partir de 27% de garrafas pet e 73% de
retalhos reciclados, a empresa compra esses retalhos, realiza uma nova tecelagem e une os fios com os das garrafas,
como os retalhos já estão tingidos é dispensado o serviço de tingimento e o de lavagem, garantindo uma grande
economia de água.
Além de garrafas e retalhos reciclados também existem tecidos de lona de caminhão, que geralmente tem
forma rústica, por isso não oferecem muitas opções de produtos. A marca Elvis & Kresse Arts, união de uma empresa
ambiental com uma de arte e design, reutiliza mangueiras de bombeiros usadas, couro do arreio de cavalo, nylon de
paraquedas e embalagens de transporte chá para fazer os tecidos de suas peças que geralmente são atemporais para
ter mais tempo de vida..
Recicláveis Recicláveis
~ 47 ~
O
Cada vez mais as indústrias misturam dois ou mais tipos de fibras para formular novos tecidos, o que
recebe o nome de tecidos híbridos. Cada mistura tem suas próprias características e funções, mas em geral o objetivo
ao misturar essas fibras é superar e melhorar as características dos tecidos comuns. Exemplos:
- Modal Milk: lançado recentemente pela empresa catarinense Farbe, é a mistura de fibras de micromodal
e de proteína do leite, originando um tecido macio, resistente, versátil e antibacteriano.
- Dormisoft: lançado por uma empresa norte-americana, o tecido é composto por 95% algodão e 5%
elástico Spandex, resultando na aparência de jeans com o conforto de uma calça de pijama.
Recicláveis Híbridos
~ 48 ~
O que ainda poderia ser feito...
O século XXI chegou e junto com ele um turbilhão de mudanças: o mundo está mais quente, as
pessoas são outras e as necessidades e desejos também. Cuidadosamente desenvolvidos os tecidos
tecnológicos chegam para suprir essas novas necessidades e desejos.
As novidades são as mais variadas e idéias é o que não faltam para a criação de ainda mais.
Tecidos desenháveis, onde você mesmo desenharia com canetinhas o que desejasse e apagaria ao passar
um produto especifico como álcool, por exemplo, seriam ótima idéia, pois seria possível criar uma nova
roupa quando você quisesse, o que pouparia as mulheres de comprar um nova peça para cada evento
importante que tiver.
Pensando mais a fundo, a área da ecologia também seria ótima opção para se trabalhar a
favor. Tecidos de garrafas pet já são produzidos, então por que não se pensar em reaproveitar ainda mais
materiais que prejudiquem a natureza?!
Assim como a criação de novidades, melhorar o que já existe também é muito importante,
como por exemplo, os tecidos que já vêm com desodorante, eles parecem uma boa opção, mas o fato é que
o cheiro do desodorante junto ao da pele, causa um odor muito desagradável. Nesse caso, a idéia seria a
criação de tecidos com desodorante, mas sem cheiro para não causar esse tipo de constrangimento.
Porém ainda mais importante do que novas invenções e melhorias, é fazer com que essas
novidades sejam cada vez mais acessíveis e usufruídas pela sociedade
~ 49 ~
O processo de fiação consiste na transformação de fibras em fio, o que pode acontecer através de dois processos:
a fiação propriamente dita, usada para fibras naturais e a extrusão para fibras químicas.
Capítulo 5- Fiação
~ 50 ~
Dentro do processo de fiação existem dois processos diferentes pelos os quais os fios podem ser fiados:
- Fiação a anel: conhecido como o método mais tradicional, pode ser usado em fibras curtas e longas que resultam
em fios cardados ou penteados de grande resistência, porém de maior custo em relação a fiação a rotor. O processo permite a
torção no sentido direito e esquerdo de fora para dentro da fibra originado fios muito macios.
- Fiação a rotor: também chamada de fiação Open-End, é o método mais pratico e por isso mais barato, mas
também é menos resistente. Não tem a necessidade de passar na maçaroqueira e na roçadeira. Por oferecer melhor resultado
com fibras curtas é usado para aproveitar restos da fiação convencional. O fio resultante tem grande capacidade de alongamento,
o que é importante para a malharia, porém malhas a partir desse fio geralmente ficam mais largas e precisam de regulagem
especial.
Tipos de Fiação
~ 51 ~
Exemplo de Fiação
Para que seja entendida a fiação de uma fibra natural vamos explicar aqui a fiação da seda. O nome dado
a transformação em fio de seda é sericultura. A transformação é feita a partir da saliva do bicho da seda, da espécie
bombix morri. O bicho-da-seda inicia sua vida como lagarta, onde cresce, encasula-se e passa para o período de
crisálida, quando dentro do casulo transforma-se em borboleta e fura-o, porém para que seja possível a produção do
fio, a maioria dos bichos-da-seda não chega até a fase final, apenas alguns para que seja garantida a reprodução e por
conseqüência a produção do fio.
No momento da formação do casulo, a lagarta expele um filamento viscoso em forma de oito, que aos
poucos forma uma película de fio contínuo, de 1.500 a 3.000 metros de comprimento. O formato oval adquirido pelo
casulo é necessário para o desenrolamento no processo de fiação, outras formas tornam-se impróprias para utilização.
É nessa fase que os casulos são colocados em água quente a fim de amolecer a sericina, tem a ponta liberada com o
auxílio de uma “escova”. E em seguida, são postos em outro banho aquecido e reúnem-se então os filamentos, a
quantidade varia em função da espessura do fio que se deseja ter. Quanto mais grosso for o fio desejado, maior será a
quantidade de casulos a serem reunidos. Para cada 100 kg de casulo, obtemos cerca de 9 a 10 kg de seda fiada.
Exemplo de Extrusão
Como já falamos neste livro a fiação das fibras artificiais e sintéticas ocorre por extrusão. Assim como no
processo de fiação das fibras naturais, para entendermos um pouco mais vamos explicar aqui o processo de fiação do
poliéster.
O poliéster misturado e fundido a 287º em uma extrusora helicoidal é pressionado pela extrusora a um
filatório, que possui vários tubos capilares, que podem variar entre 50 para mais de 100. Os filamentos extrudados são
então resfriados por uma corrente de gás ou corrente de ar à temperatura ambiente, antes de passarem por uma calha
de escoamento, onde já se encontram em estado sólido. No término da calha de escoamento é aplicada aos filamentos
uma composição convencional de acabamento da fiação. Os filamentos são então convergidos para um ponto, para
constituir um fio, o qual é posteriormente transportado para a bobinadora, onde o fio é enrolado e pode ser ou
armazenado para estiramento futuro, ou utilizado imediatamente no processo de estiramento, de modo contínuo.
~ 52 ~
O fio, resultante da bobinadora, desloca-se então em volta do pino de estiramento e ainda antes de ser enrolado o fio
passa sobre um prato de prensa aquecido em uma temperatura de cerca de 215º c até cerca de 230º c O fio já estirado
é enrolado para uma bobina e torna-se pronto para uso.
Tipos de Fios
De acordo com os processos que passam e características que possuem, os fios podem ser classificados em
vários tipos:
1. Fio Cardado: obtido através da fiação tradicional, sem passar pela penteadeira, geralmente é composto por fibras curtas de
algodão de qualidade média a baixa com defeitos na regularidade dos fios (neps) e formação de pilling. Recebe esse nome por
passar pela carda na formação do fio.
2. Fio Penteado: fios de visual liso, regular, limpo, fino e com menor formação de pilling, características adquiridas a partir da
penteadeira que retira as fibras curtas e todas as impurezas das fibras.
3. Fio Singelo: fio simples de pouca resistência, que não é torcido com outro após sair do filatório, necessitando de engomagem.
4. Fio Retorcido: fio obtido na retorcedeira através da junção de dois fios.
~ 53 ~
5. Fios Regulares: como o nome sugere são fios regulares em cor, torção e grossura. Entre eles estão:
- Fio Escócia: fio nobre de algodão, obtido com fibras penteadas e chamuscada para obter maior maciez
- Fio Crepe: fio de multifilamentos contínuos, com 2.000 a 3.500 voltas torcidas por metro, o que o leva a apresentar toque áspero
e encolhimento.
- Fio Cheviot: fio cardado e brilhante de lã cheviot.
6. Fio Fantasia: recebe irregularidade em torção, grossura e cor propositalmente com o objetivo de criar efeitos especiais.
Podemos classificar como fios fantasia:
Bouclé: fio retorcido onde se destacam pequenas irregularidades como
anéis e alças se sobressaindo, criando efeito crespo.
Boutonné: fio que apresenta irregularidades no sentido de
comprimento.
~ 54 ~
Chenile: tem forma de franjas curtas e grossas, muito aplicado em
tapetes.
Flamé: ligeiros relevos irregulares, finos ou médios, comum em sedas.
Frisé: efeitos plissado, encrespado ou frisado, encontrados na anarrugas,
que possuem encolhimento apenas dos fios de trama e não dos fios de
urdume.
Resille: efeito obtido a partir de dois fios, onde um forma orifícios em
torno do outro, como um tricô folgado, visto em camisetas, meias e
outros.
Moussé: tecido fofo e leve, que lembra uma espuma, empregado em
mousselines e crepes geogettes.
Tendu: impressão irregular, de efeito plástico, com torção invisível nos fios,
aplicado em tecidos como: organza, voile, pelúcia e crepes.
~ 55 ~
É chamado de tecelagem todo o processo que envolve tear e padronagem em fios entrelaçados até a chegada a
um tipo de tecido estampado ou não. O processo é considerado a forma de artesanato mais antigo presente até os dias de hoje,
os primeiros vestígios de tecido propriamente dito datam 5.000 anos atrás. Desde então a evolução trouxe inúmeras
padronagens, texturas e características aos tecidos como podemos ver no capítulo quatro.
Capítulo 6- Tecelagem e Tecidos
~ 56 ~
Define-se tear a máquina capaz de entrelaçar dois conjuntos de fios de forma ordenada para a formação da trama,
o seu funcionamento depende de elementos essenciais: Urdume - conjunto de fios no sentido de comprimento do tear; Trama -
segundo conjunto de fios, passados no sentido transversal, com auxilio de uma lançadeira; Cala - Abertura entre os fios ímpares e
pares do urdume onde passam os fios de trama e Pente - Peça que permite levantar e abaixar alternadamente os fios de urdume,
para que seja feita a cala para a passagem da trama.
O uso do tear depende do objetivo do usuário, pois cada tear tem funções específicas, como:
- Tear industrial: basicamente todos os teares seguem o mesmo princípio: abertura da cala, inserção da trama e batida
do pente. O tear industrial atualmente é automático, composto por computadores, baseado no sistema de cartões
perfurados dos Teares de Jacquard. As várias correias e roldanas que caracterizavam as oficinas de tecelagem do
século XX foram a partir de 1920 substituídas por teares individuais movidos a motores elétricos. Os teares ficaram
mais longos e largos buscando cada vez mais velocidade na entrada do fio da trama para se produzir mais rápido e
aumentar a produção. Foi assim que hoje se chegou a teares elétricos que produzem até 1500 fios de trama por
minuto.
- Tear de Franjas: para a confecção de franjas para tapetes bordados;
- Tear de Pregos: usado na confecção de cachecóis;
- Tear de Faixas: para confecção de faixas e cintos;
- Tear de cartão: também usado na confecção de faixas e cintos;
- Tear de alto-liço: para tapeçaria em geral;
- Tear de Padronagem: para o estudo de padronagem de tecidos.
- Tear Pente Liço: também chamado tear de mesa, é usado para a confecção de tapetes, faixas, tecidos para vestuário e bolsas.
Tipos de Teares
~ 57 ~
O tecido, resultado final da tecelagem, tem sua estrutura básica ou padrão determinado pelo modo como
foi tecido, a tecelagem pode ser feita de várias maneiras, mas são três as padronagens básicas:
- Ligamento tafetá: o mais comum dos ligamentos, caracterizado pela formação de uma espécie de tela de xadrez, pois
o fio da trama alterna passando por cima e por baixo do fio de urdume. Exemplos: Cretone, batista, musseline.
- Ligamento Sarja: tecido de direito e avesso diferentes, com formação de linhas diagonais geralmente de 45º graus.
Exemplos: Sarja, Espinha de Peixe.
- Ligamento cetim: tecido com lado direito de aspecto brilhoso e liso, resultado dos pontos de cruzamento entre os fios.
Exemplos: Cetim.
Tipos de Teares Padronagens
~ 58 ~
Considerando a formação dos tecidos, eles podem ser classificados em:
- Tecidos planos: Formado por dois conjuntos de fios de ângulo de 90º. O urdume, composto por fios no sentido
longitudinal e a trama composta por fios perpendiculares ao urdume, dispostos no sentido transversal. Os tecidos
planos têm quatro variedades principais:
1. Tecido liso: podendo ser de qualquer ligamento, tafetá, sarja ou cetim, tem aspecto uniforme com destaque ao
acabamento que deve valorizar os fios e a padronagem. Exemplos: Cambraia, Cetim, Crepe, Brim e Veludo.
2. Tecido Maquinetado: com aspecto fantasioso, obtido através da trama dos fios ou tratamentos de acabamento.
Exemplos: Xadrez, Listrado, Barrado e Shantung.
3. Tecido Jacquard: tecido de efeito decorativo, advindo do entrelaçamento de fios de cores e brilhos diferentes,
formando geralmente fios tintos ou fantasia.
4. Tecido Estampado: com aplicações de desenhos e cores no processo de acabamento.
- Tecidos de malha: As malhas não possuem trama e urdume, seu surgimento acontece pelo entrelaçamento de
laçadas de um ou mais fios. São três os seus tipos:
1. Malhas de trama: podendo ser tecidos abertos ou circulares, é obtida através do entrelaçamento de um mesmo fio.
2. Malhas de teia ou urdume: recebe esse nome por lembrar fios de urdume num tear comum, são colocados um ou
mais conjuntos lado a lado.
3. Malhas mistas: malha de teia onde é inserido periodicamente o fio de trama para conferir mais firmeza ao produto.
- Tecidos Laçada: feitos a partir da união entre o processo de entrelaçamento usado na malha e a tecelagem comum,
os fios realizam laçadas completas ou nós para formar a base da amarração. Na malha as laçadas não formam nós.
Exemplos: rendas, cobertores e outros.
- Tecidos Especiais: Aqueles que têm a estrutura mista composta de tecidos comuns ou malhas e não-tecidos ou que
receberam aplicações de soluções específicas, como: plastificados, emborrachados e laminados.
- Não-Tecidos ou Não Texturizados: Ao contrário dos outros não necessitam do uso do tear para sua fabricação, que
se dá a partir de elementos fibrosos compactados por meio mecânico, físico ou químico formando uma folha contínua.
Tipos de tecidos
~ 59 ~
Tecidos Estampados - Motivos
Entre esses tipos de tecidos existem aqueles que podem ser estampados através de corantes têxteis
aplicados em determinadas áreas a fim de formar desenhos, esses desenhos podem ser de diferentes motivos:
- Históricos: suas estampas são feitas com inspiração em datas cívicas, personagens e heróis nacionais, datas
comemorativas e símbolos patrióticos.
- Étnicos: compostos por elementos ou desenhos que identificam um povo, tribo ou etnia.
- Artísticos: aqueles que são inspirados no mundo da arte (artistas, obras de artes, estilo artístico...).
- Florais: motivos compostos por diferentes tipos de flores dos mais variados
tamanhos e cores;
- Geométricos: motivo composto por formas geométricas de tamanhos e cores
diferentes.
- Listrados: motivos compostos de listras paralelas verticais, horizontais ou diagonais,
finas, médias ou grossas;
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Define se acabamento todo o processo pelo qual os fios e tecidos passam em preparação para o uso final.
Incluindo operações como termofixação, navalhagem11, impressão, calandragem e aplicação de produtos químicos que
modificam as características do material. Já beneficiamento têxtil é qualquer processo que gera características de
funcionalidade e beleza as fibras, fios e tecidos, como etapas de preparação do material para a retirada de impurezas,
coloração do material e acabamento final. No capítulo além de definições sobre os processos de acabamento e
beneficiamento, estão receitas artesanais para serem feitas em casa, sem o auxilio de máquinas.
11 Navalhagem: Eliminação por corte de pontas de fibras salientes, que conferem ao mesmo aspecto áspero e desuniforme.
Capítulo 7- Acabamento e
Beneficiamento
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Atualmente é possível realizar processos de lavagem em qualquer tecido, mas ainda assim 98% delas são
feitas em jeans. O tecido jeans surgiu na década de 50, e difundiu-se pelas mãos de Levi Strauss, um judeu, vendedor
de lonas, que procurando por roupas mais resistentes para o trabalho dos mineradores que danificavam muitas peças
durante o serviço árduo, e com grande estoque de lonas a seu alcance, confeccionou duas ou três peças dessa lona e
distribuiu entre os trabalhadores. O resultado foi a provação de todos pela grande resistência a atritos do produto, mas
essa lona ainda era muito desconfortável, foi então que Levi, foi atrás do denim produzido em Nimes, na França, de
onde vem o nome denim, Levi também foi quem criou a cor azul do tecido quando decidiu tingir as peças dos
trabalhadores com corante da planta Indigus.
A popularização do tecido entre trabalhadores do campo e mineradores deu-se em Maryland, na Nova
Inglaterra. E só nos anos 70 é que passou a ser introduzido no meio diário como forma de protesto dos hippies.
Até aí o tecido de algodão sarjado ainda era desconfortável e rígido, foi então que iniciaram-se na década
de 80 os processos de lavagem com o objetivo de amaciar e tornar mais confortável o tecido, além de agregar mais
valor a peça.
Lavagem pode ser definida como um importante processo de beneficiamento têxtil que concede
características de funcionalidade e beleza as fibras. Os primeiros a testar uma lavagem em jeans foram os japoneses,
seguidos pelos franceses e italianos, foram utilizadas pedras pome junto às peças prontas nas máquinas, a chamada
Stone wash ou stonagem no Brasil, que concede um efeito desgastado e possibilita diferentes tons de azul a peça.
À medida que o tempo passou vários novos processos de lavagens foram criados e transformados, com a
ajuda de produtos químicos, laser, prensas e estufas.
A grande difusão da stonagem acaba por utilizar muitas pedras na sua realização, que duram somente
três lavegens e custam de R$ 5,00 a R$ 7,00 reais o quilo, o que corresponde a 40% do valor da peça. Com base
nessas informações em 2007 a estudante Julia Dietrich criou um processo de stonagem com pneus velhos que
recebem um tratamento de ácido sulfúrico e adquirem uma textura de lixa que age como as pedras no momento das
lavagens, além de dar destino a grande parte dos pneus inutilizados que prejudicam o meio ambiente nos dias de hoje.
Lavagens em tecidos
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Tipos de Lavagens
Cada lavagem é feita a partir da peça crua, seguindo cada passo de uma receita de tempo e materiais.
Hoje cerca de duzentos tipos de lavagens já são possíveis, veja algumas:
1. Acid Wash: consiste em bater pedras pomes com cloro e as peças nas máquinas, alvejando o jeans em contrastes
fortes.
2. Allover: a peça é atingida e desgastada por um jato de areia vindo de uma pistola de ar.
3. Enzyme Wash: as enzimas- substâncias orgânicas que aceleram os processos naturais,são utilizadas como
alternativa no processo de Stone wash, com as vantagens, de não prejudicar o meio ambiente e por comerem a
celulose do tecido e digeri-lo o tornam mais macio e fazem todo o processo sozinhas.
4. Vintage: processo de pigmentação do denim através da imersão das peças em corantes ou pigmentos, numa escala
de cores bastante variada, dando um ar envelhecido a peça, o processo é feito após o Stone wash.
5. Permanganato: efeito localizado, onde a peça é devidamente lixada, para que depois seja aplicado o permanganato
através de pistolas especiais ou com panos umedecidos, a substancia química corroe o jeans resultando em
clareamentos localizados.
6. Bleach: Bleaching ou alvejamento do jeans através de hipoclorito de sódio ou permanganato de potássio.
7. Aged: processo úmido de prolongado atrito proporcionado mais conforto e aspecto envelhecido a peça.
8. Destroyed: evolução do Stone wash e super Stone, onde são utilizadas pedras, produtos químicos e enzimas na
lavagem, dando forte efeito de desgaste a peça.
9. Quarted dip: processo de tingimento curto, usado em jeans leves ou cambraia.
10. Petroleum wash: jeans lavado com enzimas ate perder o máximo da cor e sobretingido numa lavagem de silicone.
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Receitas Artesanais
Efeito desbotado
Jeans amaciado
Efeito Respingado
Materiais: Tinta preta, pincel e água.
Como fazer: Dilua a tinta em um pouco de água, molhe o pincel na solução e
respingue sobre o tecido.
Materiais: ½ de vinagre e ¼ de bicarbonato.
Como fazer: No momento do enxágüe da peça adicione ½ de vinagre e ¼ de
bicarbonato deixe por 5 minutos e enxágüe novamente. A peça vai adquirir um
toque macio e confortável.
Materiais: água sanitária, escova, luvas e bacia.
Como fazer: Use as luvas, coloque 50 ml de água sanitária na bacia, molhe a
escova e passe de acordo com a sua criatividade no jeans. A peça ganhará
efeito desbotado onde a água sanitária encostar.
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região. Diferentes técnicas foram se desenvolvendo como o Tye Die, com registro no Japão desde 618 d.C.
Em contrapartida as máquinas de tingimento demoraram bastante para aparecer, no século XIX os
holandeses até desenvolveram um processo semi fabril onde cilindros de cobre com motivos gravados aplicam uma
máscara de cera pelo tecido, mas a máquina propriamente dita surgiu apenas há 150 anos.
Tipos de Tingimento
Entre os processos de tingimento, existem diferentes tipos:
Tingimento Industrial: Onde por ser realizado na fibra, no fio ou no tecido:
- Na fibra: tingimento usado em fibras longas e filamentos, possibilitando efeitos mesclados.
- No fio: indicado para a produção de tecidos listrados, xadrez e jacquard, obtendo cores mais iguais, pode ser feito nas
bobinas ou em urdume aberto ou em corda, esses muitos usados para o tingimento com corante índigo.
- No tecido: tem as vantagens de menor desperdício de corante, menor quantidade de processos, pois está junto com
as operações de beneficiamento de tecidos e maior igualdade em todo o comprimento da peça. É possível realizá-lo
com o tecido em corda, ocupando menos espaço ou em aberto, não formando vincos. O processo de tingimento em
tecidos admite três processos:
Tingimento
Define-se tingimento como processo químico de
modificação da cor da fibra têxtil, através da aplicação de
corantes ou pigmentos, em solução ou dispersão, podendo
variar de artigo para artigo.
A técnica é realmente muito antiga, há cerca de
2.000 mil anos atrás, povos da África, Ásia, Indonésia, Europa
e Américas já tingiam seus tecidos artesanalmente com
substâncias extraídas de plantas e animais de cada
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Processo descontínuo ou por bateladas: indicado para metragens menores ou pouca produção. Na mesma
máquina podem ser feitos todos os processos de preparação, alvejamento, tingimento e lavagem, sendo as mais
comuns do tipo: Barca, Jet, Flow ou Jigger.
Processo semi-contínuo: é feito banho de tingimento por Foulard e depois de algumas horas de repouso para
AA reação é feita nova lavagem, processo também chamado de pad- batch.
Processo Contínuo: Usado em metragens maiores e grandes produções, onde a reação do corante é
acelerada por adição de temperatura, o tecido entra na máquina e sai tingido e lavado, entre os mais comuns estão o
pad steam, para tecidos de algodão, com vaporizador; pad dry, com circulação de ar quente e hot flue para tecidos
sintéticos.
Tingimento Manual: O tingimento manual é feito no tecido, podendo ser qualquer processo de mudança de cor feito
sem ajuda de máquinas especializadas. Vejamos alguns:
Ombré: Palavra francesa de significado sombra, justamente por possuir esse aspecto de sombra gradualmente em
transição de tons e cores, o processo é demorado pois as tintas devem ser muito diluídas para que não manchem o
tecido.
Deep Dye: Processo onde o tecido é mergulhado até certo ponto em um balde de tinta, formando faixas bem
demarcadas de cores no tecido.
Tngimento a frio: Realizado com água fria e tinta de tecido diluída, onde é possível fazer efeitos como os já citados.
Tingimento a quente: Feito a partir de corante diluído em água fervida junto a peça.
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Receitas Artesanais
Tye Die
Batik Javanês
Tingimento com Sal Grosso
Materiais: corante, água, balde e barbante.
Como fazer: Amarre a peça como desejar e mergulhe-a na solução de corante,
após a retirada perceba que os nós impedem a absorção do corante de acordo
com as instruções do frasco, dando efeito amassado ao tingimento.
Materiais: corante, água, balde, cera quente e pincel se necessário.
Como fazer: De acordo com o seu desejo aplique a cera quente com pincel, em
pingos ou formando um desenho, depois mergulhe na solução de corante, aonde a
cera estiver presente o corante não chega ao tecido e por isso não tinge, formando
diferentes desenhos.
Materiais: corante, água, balde e sal grosso.
Como fazer: Mergulhe a peça normalmente na solução de corante e água, e
após o tingimento, deixe secar ao sol com pedras de sal grosso sobre a peça,
de acordo com a forma de aplique da pequenas pedras, manchas se formarão
na pintura.
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Entre os vários métodos de estamparia, o mais antigo que demarca o ínicio da estamparia lá na Idade
Média, é o método de uso de blocos de madeira ou pedra, trazido provavelmente da Ásia e introduzido na Europa, os
blocos eram esculpidos na forma de entalhes e estampados como os carimbos de hoje, os fenícios também
desenvolveram o método de estamparia com fios de diversas cores.
Mesmo tendo registros muito antigos, foi a partir do ano 1000, quando Veneza estabeleceu sua posição
como porto de mercadoris entre o Leste e o Oeste Europeu, é que os tecidos estampados começaram a ganhar força
na moda européia e surgiram uma grande variedade de padrões como listras, xadrezes e figuras, a seda chinesa
sempre foi muito cobiçada e serviu de inpiração para muitos padrões.
No Brasil, a evolução da estamparia se deu por volta das décadas de 50 e 60, enquanto antes as
máquinas só estampavam quatro cores, nos anos dourados as indústrias passaram a importar máquinas de quatro e
seis cores, gravadoras completas e semi-automáticas e máquinas rotativas de estamparia corrida. E assim foram
evoluindo até chegar aos dias de hoje, onde existem máquinas totalmente automatizadas para estampar, emulsionar,
revelar e até mesmo para preparar a cor da tinta, conseguindo melhorar cada vez mais o acabamento final, o toque, a
resistência, a durabilidade e a definição das estampas.
Tipos de Estamparia
Assim como o tingimento, a estamparia também tem diferentes processos:
Estamparia Industrial: no processo industrial de estamparia há três meios pelos quais é possível se estampar:
- Estamparia em quadros: o mais antigo dos processos pode ser manual ou mecanizado, na segunda opção é feito a
partir de telas de nylon de diferentes perfurações, onde cada quadro corresponde a uma cor do desenho. O desenho é
gravado na tela diretamente ou com o uso de fotolitos, através de processo digital.
Estamparia
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- Estamparia de cilindros: a partir de anéis de metal e cilindros de níquel com diferentes perfurações e correspondentes
a diferentes cores do desenho, são formados os mais variados desenhos.
- Estamparia Digital: processo informatizado, que repassa os desenhos para substrato diretamente do programa têxtil
para a impressora industrial. Suas cores são formadas por pixels da impressora jato de tinta, permitindo vários tipos de
desenhos, padronagens e fotos. É o processo com maior número de vantagens sobre a estamparia tradicional
industrial, são elas: redução do consumo de água e energia, redução de espaço para equipamento, menor mão-de-
obra, serviço limpo e rápido, qualidade excelente e toque somente do tecido.
Estamparia Manual: Igualmente a estamparia industrial, a estamparia manual, permite variados processos, como:
Carimbos: Carimbos prontos são comprados e carimbados nas peças em casa ou adaptações deles são criadas como
os carimbos feito em E.V.A.
Estêncil: Estênceis são moldes vazados que podem ser feitos em papel, plástico duro ou contact.
Monotipia: Técnica obtida através da pintura de uma imagem em uma superfície plana e lisa, transferida por pressão
manual, rolo de borracha ou prensa.
Transfer: Processo de transferência de um desenho para a peça através do calor.
Receitas Artesanais
Estêncil
Materiais: Tinta, esponja, folha de acetato, tesoura, estilete, caneta esferográfica e peça para o aplique.
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Como fazer: Copie ou desenhe a figura com a caneta esferográfica na folha de acetato, recorte com a tesoura e o
estilete, coloque sobre a peça, molhe a esponja na tinta desejada e passe sobre o desenho recortado, se necessário
prenda a folha de acetato.
Monotipia
Materiais: Tinta, pincel, vidro do tamanho do desenho, água, papelão e peça para o aplique
Como fazer: Copie ou desenhe sobre o vidro com o pincél imerso em bastante tinta e se necessário água, para secar
mais lentamente e proporcionar efeito mais suave, coloque o pedaço do papelão no meio da peça evitando manchas
indesejáveis no outro lado, depois vire o vidro sobre a peça, aperte e retire para o mesmo lado para evitar borrões.
Transfer
Materiais: Papel transfer, desenho, ferro e peça escolhida.
Como fazer: Imprima o desenho no papel, coloque sobre a peça e passe o ferro sobre ele.
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Em geral, os acabamentos podem ser realizados no fio, no tecido ou na peça pronta, cada um com
diferentes funções e características, veja alguns:
Lubrificantes: aplica-se parafina nos fios destinados a costura para diminuir o atrito das agulhas com o tecido.
Sanforização: acabamento de pré-encolhimento, para evitar que o tecido de algodão encolha nas lavagens
posteriores. Obtido através da sanforizadeira, aplicado nos mais diversos tipos de peças.
Bordados: Desenhos bordados feitos na peça pronta.
Calandragem: melhora o brilho e também o toque dos tecidos de algodão e dos mistos. É aplicado no vestuário,
roupas de cama e outros. Efeitos como listras e desenho em relevo no tecido também podem ser obtidos através das
calandras.
Flanelagem: Utilizada na obtenção de tecidos com superfícies peludas e para levantar pêlos em tapetes e carpetes.
Efeitos obtidos nas flaneleiras, providas de vários cilindros com agulhas que se atritam com a superfície do tecido.
Plissados: Dobras formadas pressionando a tela para trás, para cima e fixando no lugar, com ajuda do calor.
Navalhagem: Usado em tecido atoalhados, em que navalhas circulares ou facas giratórias passam tocando o tecido,
fazendo que a felpa que originalmente faz uma volta seja cortada com as pontas cortadas na mesma direção.
Chamuscagem: Processo seco realizado na chamuscadeira, em que o tecido passa por chamas para queima de
fibrilas e pequenas sujeiras, melhora a aparência e o toque do tecido. Dependendo do tecido, da fibra e do seu peso a
chama pode ser mais ou menos intensa, de apenas um lado do tecido ou dos dois lados.
Outros Acabamentos
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Considerações Finais
Ao simplesmente tocar um tecido, a não ser para os estudiosos do assunto, é difícil imaginar por quantos
e quais processos o tecido passou para chegar àquela cor, textura, estampa ou efeito. Saber essas características é
fundamental para quem trabalha com ele ou seus derivados, mas também para todos que o usufruem, dessa forma é
possível saber a melhor maneira de usar, tratar, lavar e secar o produto.
A indústria de tecnologia têxtil tem evoluído rapidamente nas últimas décadas, a sua importância não se
restringe apenas aos produtos de moda, mas também aos produtos esportivos, de cozinha, uniformes e segurança por
exemplo.
O mundo globalizado atual pede mudanças todos os meses praticamente, e se muitas vezes a moda
torna-se saturada na área da modelagem, os tecidos inovadores com novas características e benefícios são ótima
opção para satisfazer esses consumidores e também indústrias sedentas por novidades.
Bibliografia
Pezzolo, Dinah Bueno, Tecidos - Historia, Tramas, Tipos E Usos, Editora Senac- SP, 2007.
Catellani, Regina Maria, Moda Ilustrada de A a Z,
Chataignier, Gilda , Fio a Fio: Tecidos, Moda e Linguagem, Editora Estação das Letras, 2006.
Afonso, E. T. Beneficiamento de têxteis. Viçosa: Imprensa Universitária, 1985.
Webgrafia
www.jeanstudo.com.br
www.casapinto.com.br
www.modavestuario.com/tecidotecadigital1.pdf
www.santana.ind.br