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PESQUISA-AÇÃO COM ALUNOS DO TERCEIRO ANO, DISCUTINDO IMPACTOS AMBIENTAIS E A PERCEPÇÃO DESTES IMPACTOS PELOS
ALUNOS.
Alex Santos CoswoskVinicius de Castro Freitas
1. Introdução
O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foi criado em 1998 com o
objetivo de avaliar o desempenho do estudante ao fim da educação básica,
buscando contribuir para a melhoria da qualidade desse nível de escolaridade
(INEP, 2011).
Segundo Souza e Rodrigues (2014) o ENEM se apresenta como uma
ferramenta política educacional que garante benefícios e tende a proporcionar
equidade no campo social ao oferecer oportunidade na continuação ao estudo
para muitos egressos do ensino médio, isso pode ter sido um dos propulsores
para que em 2009 este exame passou a ser obrigatório para todos os finalistas
do ensino médio e ser utilizado também como mecanismo de seleção para o
ingresso no ensino superior.
Podemos citar dentre as competências do ENEM, os principais
problemas ambientais vistos na atualidade e estes se relacionam com os
conteúdos ministrados nas aulas de biologia, dessa forma intervindo com uma
abordagem humanista, onde, a experiência pessoal subjetiva é o fundamento
sobre o qual o conhecimento é construído, no decorrer do processo de vir-a-ser
da pessoa humana (MIZUKAMI, 1986). Essas experiências são acarretadas de
reflexões e consequentemente, a buscar de possíveis soluções para a
problemática em questão.
Sendo que Vitória é um polo industrial e portuário, vários desses
problemas ambientais podem ser observados e analisados pelos alunos, o que
gerará uma melhor assimilação e promoverá um melhor debate.
2. Objetivo geral
Discutir com os alunos dos terceiros anos os impactos antrópicos em
ambientes naturais, com enfoque em Vitória, E.S.
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3. Objetivos específicos
Conhecer o entendimento dos alunos sobre os atuais problemas
ambientais em sua comunidade;
Promover discursões sobre perturbações/impactos ambientais,
enfatizando temas abordados na Matriz de Referência de Ciências da
Natureza e suas Tecnologias do ENEM;
Provocar a contextualização dos impactos antrópicos aos estudos de
ciências da natureza.
4. Desenvolvimento
O trabalho foi realizado em três etapas, onde cada encontro foi realizado
uma atividade reflexiva/teórica sobre o tema abordado, buscando a construção
e o amadurecimento dos alunos sobre as questões ambientais. Foi realizado
em quatro turmas de terceiro ano do ensino médio, com média de 27 alunos
por turma, totalizando 107 alunos.
4.1. Primeiro encontro
Em nosso primeiro encontro foi aplicado um questionário, onde já havia
respostas previas, ou seja, de múltipla escolha, com o objetivo de despertar o
interesse sobre as questões ambientais relacionadas as comunidades onde os
alunos residem e estudam. Neste questionário foram obtidos os seguintes
dados.
Primeira questão: “No seu bairro, prédio, rua tem coleta seletiva de lixo?”
Sim14%
Não30%
Não sei56%
Sim Não Não sei
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Segunda questão: “Você já notou lixo jogado em seu bairro e te
incomodou? Você já notou lixo jogado em seu bairro e te incomodou? ”
Terceira questão: “Alguma vez o barulho dos navios do porto já atrapalhou as
aulas? ”
4.2. Segundo encontro
Após obtermos os dados do primeiro encontro pedimos aos alunos para
que levarem a escola reportagens/matérias relacionadas a problemas
Sim83%
Não17%
Sim Não
Sim89%
Não11%
Sim Não
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ambientais, a fim de articular discursões encima do material levado pelos
mesmos.
Inicialmente a turma foi dividida em grupos de quatro a cinco alunos,
onde nesses grupos os alunos discutiram sobre as reportagens e articulavam
uma possível solução para a problemática trabalhada em cada grupo.
Posteriormente cada grupo apresentou uma das matérias e
concomitante com turma refletiam sobre formas de mitigar o problema.
Aproveitando a situação dos debates, junto com a turma tentávamos
resgatar conteúdos teóricos pertinentes ao assunto, para que fosse possível
um melhor aproveitamento da oficina.
4.3. Terceiro encontro
Em um terceiro encontro, realizamos a aplicação de um outro
questionário com três questões, – 1º É fundamental o ensino de educação
ambiental na escola? Isso acarretaria a uma mobilização/sensibilização da
sociedade?; 2º No seu cotidiano você se preocupa com o descarte de seu lixo,
tempo de seu banho, o local para onde é destinado o seu esgoto?; 3º Hoje
você pensa em ter de contribuir para a preservação do meio ambiente? Como?
– mas dessa vez de forma aberta, com o objetivo que analisarmos o que de
fato os discursões causaram nos alunos.
5. Resultados e Conclusões
A realização do projeto com alunos de terceiro ano foi muito bem
recebida, muito provavelmente pela maturidade dos alunos pelo fato estarem
em um ano importante de suas vidas, o que tornou muito agradável a
realização do projeto.
Baseando nos autores Kemmis e Mc Taggart (1988, apud ELIA e
SAMPAIO, 2001, p.248), que conceituam a pesquisa-ação como sendo:
"Pesquisa-ação é uma forma de investigação baseada em
uma autorreflexão coletiva empreendida pelos participantes de
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um grupo social de maneira a melhorar a racionalidade e a justiça
de suas próprias práticas sociais e educacionais, como também o
seu entendimento dessas práticas e de situações onde essas
práticas acontecem. A abordagem é de uma pesquisa-ação
apenas quando ela é colaborativa...”
Nós buscamos junto com a professora na escola problemas enfrentados
pelos alunos para realizar esta autorreflexão e o assunto de impacto ambiental
foi muito apropriado. O colégio estadual é um colégio publico muito bem
estruturado, mas sua localização próxima a Companhia Portuária Vila Velha faz
com que os alunos enfrentem uma poluição sonora quase que diariamente e
também podem observar impactos antrópicos gerados pela atividade portuária,
muito citaram que a água por várias vezes apresentam uma camada de óleo
em sua superfície.
Então levando essa discussão com a colaboração dos alunos com o
fornecimento do material para a discussão trago por eles mesmo, desde relatos
a noticias da região de onde vivem, foi imprescindível para que houvesse uma
melhor autorreflexão dos mesmos.
Também nos baseando em Molina, 2007, fomos capazes notar através
dos relatos dos alunos e debate que eles puderam expor suas ideias sobre o
assunto e assim sensibilizar os colegas para problemas vivenciados por eles,
algo que provavelmente não teria sido possível sem a intervenção, como
enchentes em épocas de chuvas que são causadas pelo entupimento de
boieiro por lixo descartado irregularmente, muitas vezes por culpa
indiretamente do estado por não fornecer lixo publico para o descarte. Molina
cita em sua tese:
“A pesquisa-ação é uma metodologia coletiva, que favorece as
discussões e a produção cooperativa de conhecimentos
específicos sobre a realidade vivida, a partir da perspectiva do
esmorecimento das estruturas hierárquicas e das divisões em
especialidades, que fragmentam o cotidianos… tem como foco
principal de analise as redes de poder e o caráter desarticulador
dos discursos e das práticas instituídas no convício social”.
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E isso foi muito bem observado em nossa prática de pesquisa-ação.
E por fim de nossas atividades foi dado um questionário qualitativo para
ver se eles tiveram uma mudança da forma como eles passaram a notar o
ambiente a sua volta e consequentemente os problemas ambientais também, e
a resposta foi positiva, muito deles passaram a ver a educação ambiental como
importante, pois, “é uma forma uma melhorar a qualidade de vida de nossa
sociedade” (aluno do 3ª do ensino médio) e foi constatado que vários deles não
possuíam a consciência do destino de seu lixo sólido e esgoto “eu pago minhas
contas, mas se a SESAM vai jogar no mar ou tratar eu não sei” (Aluna de 3ª
ano do ensino médio). Acreditamos que através deste projeto de pesquisa-
ação houve sim uma mudança e sensibilização maior sobre o assunto de
impactos ambientais que possivelmente vão impactar na forma destes alunos
agir em relação ao ambiente a sua volta.
6. Referências
INEP. Sobre o ENEM. 2011. Disponível em:
http://portal.inep.gov.br/web/enem/sobre-o-enem. Acesso em: 10/11/2015
MIZUKAMI, Maria da Graça Nicoletti. Ensino: As abordagens do
processo. Abordagem Humanista. São Paulo: EPU, 1986.119p.p.37-58.
Molina R. (Tese). A pesquisa-ação/investigação-ação no Brasil:
mapeamento da produção (1966-2002) e os indicadores internos da pesquisa-
ação colaborativa. Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São
Paulo. 2007.
SOUZA, Telma Lima de; RODRIGUES, Rogério. DESENVOLVIMENTO E
EDUCAÇÃO: A HISTÓRIA CRÍTICA DO ENEM E O IMPOSSÍVEL NA QUALIDADE
DA EDUCAÇÃO. IV Simpósio de Desenvolvimento Tecnologias e Sociedade, MG,
v. 5, n. 5, p.393-394, 1 nov. 2015. Disponível em: <http://www.sidtecs.com.br/2014/wp-
content/uploads/2014/10/1151.pdf>. Acesso em: 10 nov. 2015.
KEMMIS, Stephen; MACTAGGART, Robin. Barcelona : Laertes, D.L.
1988. ISBN 84-7584-088-4
Savio - 87 999467759
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