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avras para denominar o Filarmônica... Só posso utei nada igual em BH e a mais impressionante á tive em um concerto.” agosto 2012 Guilherme Dantas Paoliello Série Vivace_17 JUL 2012

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Page 1: Temporada 2012 | Agosto

“Não tenho palavras para denominar o som produzido pela Filarmônica... Só posso dizer que nunca escutei nada igual em BH e que foi a experiência mais impressionante

que eu já tive em um concerto.”

www.fi larmonica.art.br

R. Paraíba, 330 | 120 andar | FuncionáriosCEP 30130-917 | Belo Horizonte | MG Tel. 31 3219 9000 | Fax 31 3219 9030 contato@fi larmonica.art.br

REALIZAÇÃO

estão falando sobre você.Sobre você que é o motivo da orquestra Filarmônica existir.Sobre você que é exigente com o que ouve.Sobre você que às terças e quintas espera se surpreender.estão falando sobre você.você que colabora para que a Filarmônica seja uma das melhores orquestras do país.você que faz diferença a cada concerto.você é a razão disso tudo. Pode se orgulhar.Quando falam sobre a orquestra Filarmônica estão falando de você.receba cada aplauso. você é a orquestra.A Filarmônica é toda sua.

a viola foi o primeiro instrumento a surgir na moderna família das cordas. nos primórdios da orquestra, ela era o instrumento de cordas mais relevante. Sua origem é a mesma do violino e do violoncelo – a antiga família das violas, que durante anos gerou vários instrumentos que procuravam alcançar todas as tonalidades, do mais grave ao mais agudo: viola da braccio (braço), viola da gamba (perna) e outros. a viola é o contralto da família, de som suave e encorpado, situado entre o violino e o violoncelo, geralmente responsável pelas progressões harmônicas em suporte às melodias mais destacadas. a Sinfonia Concertante de Mozart mostra com clareza as diferenças dos timbres da viola e do violino. na orquestra, as violas ficam mais internas ao palco, um pouco à direita do maestro. a orquestra Filarmônica de Minas Gerais tem 10 violistas, liderados pelo chefe de naipe João Carlos Ferreira.

agosto 2012

Guilherme Dantas Paoliello Série vivace_17 JUl 2012

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“Não tenho palavras para denominar o som produzido pela Filarmônica... Só posso dizer que nunca escutei nada igual em BH e que foi a experiência mais impressionante

que eu já tive em um concerto.”

www.fi larmonica.art.br

R. Paraíba, 330 | 120 andar | FuncionáriosCEP 30130-917 | Belo Horizonte | MG Tel. 31 3219 9000 | Fax 31 3219 9030 contato@fi larmonica.art.br

REALIZAÇÃO

estão falando sobre você.Sobre você que é o motivo da orquestra Filarmônica existir.Sobre você que é exigente com o que ouve.Sobre você que às terças e quintas espera se surpreender.estão falando sobre você.você que colabora para que a Filarmônica seja uma das melhores orquestras do país.você que faz diferença a cada concerto.você é a razão disso tudo. Pode se orgulhar.Quando falam sobre a orquestra Filarmônica estão falando de você.receba cada aplauso. você é a orquestra.A Filarmônica é toda sua.

a viola foi o primeiro instrumento a surgir na moderna família das cordas. nos primórdios da orquestra, ela era o instrumento de cordas mais relevante. Sua origem é a mesma do violino e do violoncelo – a antiga família das violas, que durante anos gerou vários instrumentos que procuravam alcançar todas as tonalidades, do mais grave ao mais agudo: viola da braccio (braço), viola da gamba (perna) e outros. a viola é o contralto da família, de som suave e encorpado, situado entre o violino e o violoncelo, geralmente responsável pelas progressões harmônicas em suporte às melodias mais destacadas. a Sinfonia Concertante de Mozart mostra com clareza as diferenças dos timbres da viola e do violino. na orquestra, as violas ficam mais internas ao palco, um pouco à direita do maestro. a orquestra Filarmônica de Minas Gerais tem 10 violistas, liderados pelo chefe de naipe João Carlos Ferreira.

agosto 2012

Guilherme Dantas Paoliello Série vivace_17 JUl 2012

aParelHos celUlares

Confira e não se esqueça, por favor, de desligar o seu celular ou qualquer outro aparelho sonoro.

tosse

Perturba a concentração dos músicos e da plateia. tente controlá-la com a ajuda de um lenço ou pastilha.

aPlaUsos

aplauda apenas no final das obras, que, muitas vezes, se compõem de dois ou mais movimentos. veja no programa o número de movimentos e fi-que de olho na atitude e gestos do regente.

PoNtUalidade

Uma vez iniciado um concerto, qualquer movi-mentação perturba a execução da obra. Seja pon-tual e respeite o fechamento das portas após o terceiro sinal. Se tiver que trocar de lugar ou sair antes do final da apresentação, aguarde o término de uma peça.

criaNÇas

Caso esteja acompanhado por crianças, escolha assentos próximos aos corredores. assim, você consegue sair rapidamente se ela se sentir des-confortável.

Fotos e gravaÇÕes eM ÁUdio e vÍdeo

não são permitidas na sala de concertos.

coMidas e BeBidas

Seu consumo não é permitido no interior da sala de concerto.

CUIDE DO SEU PROGRAMA DE CONCERTOS

o programa mensal impresso é elaborado com a participação de diversos especialistas e objetiva oferecer uma oportunidade a mais para se conhecer música, compositores e intérpretes. desfrute da leitura e estudo.

Solicitamos a todos que evitem o desperdício, pegando apenas um programa por mês.

Se você vier a mais de um concerto no mês, traga o seu programa ou, se o esqueceu em casa, use o programa entregue pelas recepcionistas e devolva-o, depositando-o em uma das caixas colocadas à saída do Grande teatro.

o programa se encontra também disponível em nosso site: www.filarmonica.art.br.

A Filarmônica é toda sua.

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Ministério da Cultura e Governo de Minas apresentam

PÁG. 7

SÉRIE VIVACE 7 de agosto

Krzysztof Penderecki reGente Convidado

Roberto Díaz viola

BEETHOVEN abertura CoriolanoPENDERECKI Concerto para viola

PENDERECKI PolymorphiaMENDELSSOHN Sinfonia nº 3

PÁG. 27

SÉRIE ALLEGRO 16 de agosto

Fabio Mechetti reGente

Leon Fleisher Piano

GINASTERA Suíte de danças crioulasRAVEL Concerto para a mão esquerda

BERLIOZ Sinfonia Fantástica

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SÉRIE VIVACE 28 de agosto

Fabio Mechetti reGente

Antonio Meneses violonCelo

DVORÁK Concerto para violonceloTCHAIKOVSKY Sinfonia nº 4

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Caros amigos e amigas,

o mês de agosto continua com intensa atividade para a nossa orquestra, oferecendo ao público grandes atrações internacionais.

Primeiramente, é com grande entusiasmo que recebemos em Belo Horizonte um dos maiores nomes da música do século XX, o compositor e regente Krzysztof Penderecki. ele irá nos prestigiar com sua presença em um programa com importantes obras de sua autoria, além de marcantes interpretações de peças consagradas de Beethoven e Mendelssohn. Com o retorno do exímio violista chileno roberto díaz, o célebre compositor polonês apresenta pela primeira vez em Belo Horizonte seu Concerto para Viola e a obra Polymorphia, para orquestra de cordas.

outro nome significativo da música erudita internacional é o pianista norte-americano leon Fleisher, que interpretará o original Concerto para a mão esquerda de Maurice ravel. Consagrado como um dos maiores pianistas da história, é uma verdadeira honra e privilégio podermos colaborar com Fleisher neste memorável concerto.

É também com grande carinho que recebemos de volta nosso maior violoncelista, antonio Meneses, executando o famoso Concerto de dvorák. o mesmo programa será apresentado novamente em outubro, durante nossa primeira turnê internacional, quando a Filarmônica representará o estado de Minas Gerais nos principais teatros da argentina e Uruguai.

Certamente um mês de grandes expectativas e inúmeras conquistas.

esperamos que todos aproveitem essas raras oportunidades e dividam conosco momentos certamente inesquecíveis.

F a B i o M e C H e t t i diretor artístico e regente titularorquestra Filarmônica de Minas Gerais

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natural de São Paulo, Fabio Mechetti é diretor artístico e regente titular da orquestra Filarmônica de Minas Gerais desde sua criação, em 2008. Por esse trabalho, recebeu o Xii Prêmio Carlos Gomes/2009 na categoria Melhor regente brasileiro. É também regente titular e diretor artístico da orquestra Sinfônica de Jacksonville (eUa) desde 1999. Foi regente titular da orquestra Sinfônica de Syracuse e da orquestra Sinfônica de Spokane, da qual é, agora, regente emérito.

Foi regente associado de Mstislav rostropovich na orquestra Sinfônica nacional de Washington e com ela dirigiu concertos no Kennedy Center e no Capitólio norte-americano. da orquestra Sinfônica de San diego foi regente residente.

Fez sua estreia no Carnegie Hall de nova York conduzindo a orquestra Sinfônica de nova Jersey e tem dirigido inúmeras orquestras norte-americanas, como as de Seattle, Buffalo, Utah, rochester, Phoenix, Columbus, entre outras. É convidado frequente dos festivais de verão nos estados Unidos, entre eles os de Grant Park em Chicago e Chautauqua em nova York.

realizou diversos concertos no México, espanha e venezuela. no Japão dirigiu as orquestras Sinfônicas de tóquio, Sapporo e Hiroshima. regeu também a orquestra Sinfônica da BBC da escócia, a Filarmônica de auckland, nova Zelândia, e a orquestra Sinfônica de Quebec, Canadá.

vencedor do Concurso internacional de regência nicolai Malko, na dinamarca, Mechetti dirige regularmente na escandinávia, particularmente a orquestra da rádio dinamarquesa e a de Helsingborg, Suécia. recentemente fez sua estreia na Finlândia dirigindo a Filarmônica de tampere.

no Brasil foi convidado a dirigir a Sinfônica Brasileira, a estadual de São Paulo, as orquestras de Porto alegre e Brasília e as municipais de São Paulo e do rio de Janeiro.

trabalhou com artistas como alicia de larrocha, thomas Hampson, Frederica von Stade, arnaldo Cohen, nelson Freire, emanuel ax, Gil Shaham, Midori, evelyn Glennie, Kathleen Battle, entre outros.

igualmente aclamado como regente de ópera, estreou nos estados Unidos dirigindo a Ópera de Washington. no seu repertório destacam-se produções de Tosca, Turandot, Carmen, Don Giovanni, Cosi fan Tutte, Bohème, Butterfly, Barbeiro de Sevilha, La Traviata e As Alegres Comadres de Windsor.

Fabio Mechetti recebeu títulos de Mestrado em regência e em Composição pela prestigiosa Juilliard School de nova York.

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FABIO

Mechetti

diretor artíStiCo e reGente titUlarorQUeStra FilarMôniCa de MinaS GeraiS

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Krzysztof Penderecki

Roberto Díaz

Ludwig van BEETHOVENabertura Coriolano, op. 62

Krzysztof PENDERECKIConcerto para violaPrimeira audição em Belo Horizonte

Roberto DíazSoliSta

INTERVALO

Krzysztof PENDERECKIPolymorphiaPrimeira audição em Belo Horizonte

Felix MENDELSSOHNSinfonia nº 3 em lá menor, op. 56, “escocesa”

andante con moto – alegro – andante vivace non troppoadagioallegro vivacissimo

PROGRAMA

reGente Convidado

viola

20h30

7 agosto

Grande teatro do Palácio das artes

SÉRIE vivace

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CrÉdito

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Krzysztof Penderecki nasceu em 1933, em dębica, na Polônia. recebeu aulas de violino e piano muito cedo e entrou para o Conservatório de Cracóvia aos 18 anos. na academia Cracóvia de Música estudou composição com artur Malewski e Stanislas Wiechowicz. em 1959, ganhou os três prêmios disponíveis na Competição de varsóvia ii para Jovens Compositores. Com a primeira apresentação de Anaklasis, no Festival de donaueschingen em 1960, tornou-se parte da vanguarda internacional, ampliando sua reputação com a estreia da Paixão segundo São Lucas na Münster Cathedral, em 1966. a primeira ópera, The Devils of Loudon, baseada em livro de aldous Huxley, estreiou na Hamburg State opera House, em 1969. o compositor ensinou na Folkwang Hochschule, em essen, e na Universidade de Yale, nos estados Unidos. Foi reitor da academia estadual de Música, em Cracóvia. Penderecki ganhou reputação internacional como maestro de suas próprias composições e outras obras.

várias de suas obras lembram catástrofes do século XX. Threnos, de 1960, é dedicada às vítimas da bomba de Hiroshima, e o concerto para piano Ressurreição foi composto como reação aos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001. Para Penderecki, essas associações de conteúdo não são meramente um conceito abstrato, mas também, em sua coloração tonal instrumental e

sons dramáticos, emocionalmente compreensíveis para os ouvintes. O Requiem Polonês foi iniciado em 1980 com a composição de Lacrimosa, dedicada a lech Walesa. outros movimentos são dedicados às vítimas polonesas de auschwitz e da revolta de varsóvia em 1944. a obra completou-se com a composição de Ciaccona in memoriam Johannes Paul II, em 2005, comemorando o Papa polaco. inúmeras composições originaram-se da colaboração direta com solistas extraordinários, incluindo anne-Sophie Mutter, Mstislav rostropovitsch e Boris Pergamenschikow.

ao longo de sua carreira, Penderecki recebeu inúmeros prêmios, entre eles o Prix itália e a medalha de ouro de Sibelius, ambos em 1967, o Prêmio da associação dos Compositores Poloneses (1970), Prêmio arthur Honegger (1977), o Sibelius da Fundação Wihouri, o Prêmio nacional da Polônia (ambos em 1983), o lorenzo Magnífico (1985), o Universidade de louisville Grawemeyer award para composição musical (1992), o Prêmio da international Music Council/UneSCo (1993), o prêmio de Cannes como “Compositor vivo do ano” (2000). É membro da royal academy of Music em dublin, da academia americana de artes e letras e da academia Bávara de Belas artes de Munique. Krzysztof Penderecki é doutor honoris causa e professor honorário de várias universidades internacionais.

KRzySztOF

Penderecki

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Passei décadas procurando e descobrindo novos sons. Ao mesmo tempo, estudei estreitamente as formas, estilos e harmonias de eras passadas. Continuei a aderir a ambos os princípios. Minha atual produção criativa é uma síntese. Krzysztof PenderecKi

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violista de reputação internacional, roberto díaz é presidente e diretor executivo do instituto Curtis de Música, seguindo os passos de renomados solistas/diretores como rudolf Serkin, Gary Graffman, efrem Zimbalist e Josef Hofmann. Como professor de viola no Curtis e o mais antigo principal violista da orquestra da Filadélfia, díaz teve um impacto significativo na vida musical norte-americana e continuará a fazê-lo em seus papéis duplos de artista e educador.

entre suas apresentações recentes e futuras estão a Kansas City Symphony com Michael Stern, Fort Worth Symphony com Miguel Harth-Bedoya, Sinfónica del Principado de asturias com Krzysztof Penderecki, Sinfónica nacional de México com Carlos Miguel Prieto, Sinfónica de Barcelona com James Judd, Sinfônica de São Paulo com Gabor Ötvös e Sinfônica de Bilbao com Juanjo Mena.

roberto díaz apresentou-se com a Sinfônica nacional, Boston Pops, new World Symphony, Filarmônica da Holanda, orquestra Gulbenkian, Saarbrücken radio orchestra e orquesta Simón Bolívar, entre outras. ele tem colaborado com maestros como roberto abbado, rafael Frühbeck de Burgos, riccardo Chailly, Charles dutoit, Christopher Hogwood, Yakov Kreizberg, Peter oundjian, Michael tilson thomas,

Gilbert varga, Hugh Wolff e david Zinman. díaz trabalhou com importantes compositores dos séculos XX e XXi, como Penderecki, edison denisov, roberto Sierra e ricardo lorenz.

Suas gravações pelo selo naxos incluem uma versão das sonatas de Brahms com Jeremy denk, transcrições de viola por William Primrose, indicada ao Grammy, o concerto duplo de Jonathan leshnoff com Michael Stern, o violinista Charles Wetherbee e a orquestra de Câmara de iris, obras de Henri vieuxtemps para viola e piano. Gravou ainda o Concerto para Viola de Jacob druckman com a orquestra da Filadélfia dirigida por Wolfgang Sawallisch (new World records).

na música de câmara, roberto díaz tocou com emerson String Quartet, emanuel ax, Yefim Bronfman, Christoph eschenbach, Yo-Yo Ma, Sr. Sawallisch e isaac Stern. esteve nos festivais Marlboro, Mostly Mozart, Spoleto, Kuhmo e verbier, entre outros. Com o violinista andrés Cárdenes e o violoncelista andrés díaz forma o díaz trio.

roberto díaz foi o principal violista da Sinfônica nacional sob regência de Mstislav rostropovich, músico da Sinfônica de Boston sob regência de Seiji ozawa e membro da orquestra de Minnesota sob regência de Sir neville Marriner.

ROBERtO

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[…] um rico, profundo, melífluo tom, entonação impecável, um atrativo, mesmo vibrato, uma ágil mão esquerda, um braço do arco suave e uma excelente sensação de sincronização e ritmo. Todas essas qualidades fazem dele uma verdadeira estrela do seu instrumento […] AmericAn record Guide, estAdos unidos

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“Somente uma tragédia de caráter elevado, onde heróis são criados e destruídos, poderia vir após essa abertura.” e.t.a. HoFFMann

na época de Beethoven surgiu o costume de se iniciar toda apresentação teatral com uma peça musical, muitas vezes composta especialmente para a ocasião, com o propósito de preparar o público para o teor da apresentação. Beethoven compôs a abertura Coriolano inspirado na tragédia homônima do poeta e dramaturgo vienense Heinrich J. von Collin, estreada em viena em novembro de 1802 com muito sucesso. não é difícil imaginar por que Beethoven se encantou tanto com a personagem principal. Coriolano é um herói romano dividido entre o impulso patriótico, a devoção à família e o orgulho próprio. Promovido a general após longos serviços prestados a roma, Coriolano se candidata ao posto de cônsul. traído por seus inimigos, é banido de roma e, como vingança, levanta um exército poderoso para invadir a cidade. os romanos, em pânico, enviam sua mãe, esposa e filho para convencê-lo a desistir de invadir a cidade. ele aceita os pedidos da família, mas escolhe o suicídio como única saída honrosa para sua situação.

de acordo com e.t.a. Hoffmann, célebre escritor e poeta alemão, contemporâneo de Beethoven, a abertura Coriolano “é perfeitamente adequada a criar a expectativa de

que um grande e trágico evento será o conteúdo da peça que se segue. Somente uma tragédia de caráter elevado, onde heróis são criados e destruídos, poderia vir após essa abertura.” esquecida após o sucesso inicial, a peça teatral foi reapresentada em viena uma única vez, em abril de 1807. Se Beethoven compôs a abertura para essa ocasião e se ela foi executada juntamente com a peça teatral, jamais saberemos. os registros não mencionam se houve música no dia e é bem provável que a abertura Coriolano jamais tenha sido apresentada como introdução da peça teatral enquanto Beethoven viveu. trata-se, antes de tudo, de uma obra autônoma, uma abertura de concerto pensada para sobreviver independentemente da peça teatral que a inspirou. dedicada a Collin, foi ouvida, pela primeira vez, no início de março de 1807, em concerto privado na casa do Príncipe lichnowsky (como consta de uma crítica publicada no dia 8 de março sobre um concerto recentemente oferecido pelo príncipe). Muito provavelmente Beethoven foi o regente. ao invés de apresentar, musicalmente, o esquema narrativo da peça teatral,

Abertura Coriolano, op. 62

Beethoven preferiu enfatizar os humores da personagem principal e as atmosferas previstas nas cenas. o “grande e trágico evento” previsto por Hoffmann é garantido pela incrível força da obra. a abertura Coriolano começa com uma introdução em que ouvimos uma série de ataques incisivos, separados por pausas. o tema principal inicia-se e logo somos levados por uma tormenta de energia que parece nunca terminar. o segundo tema é contrastante em caráter e, embora a energia não se dissipe, somos conduzidos a uma atmosfera mais calma enquanto o tema é reapresentado diversas vezes em alternância nas cordas e madeiras. ambos os temas, ao longo da obra, são entrecortados pelos ataques da introdução, até o momento em que uma última aparição do segundo tema nos conduz a um desfecho inesperado, onde a desintegração melódica dissolve a música até o pianissimo final.

Guilherme NascimentoCompositor, doutor em Música pela Unicamp, professor na Universidade do estado de Minas Gerais e Fundação de educação artística, autor dos livros Música menor e Os sapatos floridos não voam.

aleManHa, 1770 – ÁUStria, 1827

LudwIG VAn

Beethoven

Para ouvirCd Beethoven: ouvertüren – Filarmônica de Berlim – Herbert von Karajan, regente – deutsche Grammophon – 1989

Para LErBarry Cooper (org.) – Beethoven, um compêndio – Jorge Zahar editor – 1996

Maynard Solomon – Beethoven: vida e obra – Jorge Zahar editor – 1987

ano de CoMPoSição_ 18079 min

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Em toda a sua obra observa-se um olhar diferenciado para a sonoridade da viola, principalmente em suas sinfonias, em que sempre lhe dá papel de destaque.

o compositor polonês Krzysztof Penderecki dedicou-se desde cedo ao estudo do violino e do piano. Foi professor da academia de Música de Cracóvia, onde estudou Composição, e veio a se tornar uma das personalidades mais marcantes da música contemporânea.

na década de 1950 sua música apresentava características seriais (de serialismo, técnica adotada pelos compositores do círculo de darmstad, alemanha) e, a partir de 1960, Penderecki participa da avant-garde europeia. o caminho que adotou foi o de manipulação de massas sonoras, mais caracterizado pela textura e volumetria do que por grupos de sons e intervalos.

a partir dessa mudança, o compositor deu ênfase a uma nova busca por sons, inclusive expandindo registros de vozes e intrumentos convencionais. dentre suas obras premiadas internacionalmente destacam-se Threnos (Trenodia para as Vítimas de Hiroshima), para 52 instrumentos de cordas (1960), e o Concerto para Piano “Resurrection”, composto como reação ao atentado de 11 de setembro de 2001.

Marco da fase romântica do compositor é o Concerto para viola, estreado na venezuela, na comemoração dos 200 anos de Simón Bolívar. a estreia europeia se deu em leningrado, sob a regência do próprio

Penderecki, que, logo após essas estreias, fez para o Concerto nova versão para orquestra de cordas e percussão.

em toda a sua obra observa-se um olhar diferenciado para a sonoridade da viola, pelo tratamento dado ao instrumento, principalmente em suas sinfonias, em que sempre lhe dá papel de destaque.

Como os concertos do autor que o antecedem, o Concerto para viola tem um único movimento, com duração média de vinte minutos. o intervalo de segundas descendentes apresentado na abertura é o principal motivo sobre o qual a obra está construída. tem início com um recitativo – solo de viola sem divisão de compasso. logo após esse solo, o grupo constituído de cordas, sopros e uma rica percussão leva a obra a um clímax expressivo com a utilização do material melódico apresentado no início do recitativo. após essa seção, uma Cadenza traz de volta o Lento da introdução, com que a orquestra dá início à seção principal do concerto. Penderecki usa o recurso de um crescendo gradual com a própria textura dos instrumentos, em que a voz da viola emerge a partir de pequenos motivos, formando longas linhas melódicas que trazem à tona um caráter de lamentação e drama. isso com repentinos contrastes de forças dentro do conjunto orquestra e solista. no Vivace, a orquestra se

Concerto para violaapresenta vigorosa, com importante participação da percussão, dando caráter de bravura à obra. a partir desse momento, uma segunda Cadenza, utilizada para transição, traz de volta o Tempo I. após essa seção (Lento), segue-se o segundo Vivace extremamante virtuosístico e furioso, interposto entre solista e toda a orquestra para um epílogo que direciona a obra a um clima nostálgico e dramático.

nos últimos minutos do Concerto, a qualidade do cantabile é restaurada e com ela a sensação de paz, representada pela nota longa sustentada pela orquestra e pelo solista como uma voz que se cala.

Carlos Aleixodoutor em viola Performance, Professor da escola de Música da Universidade Federal de Minas Gerais

Para ouvirCd K. Penderecki: Concerto per viola ed orchestra – orquestra de Câmara amadeus de Posen – agnieska duczmal, regente – tabea Zimmermann, viola – WerGo – 1989

Para LErC. Bylander: Krzyzstof Penderecki – a Bio-Biography – Praeger Publisher, Greenwood Publ. Group inc. – 2004

Para assistirdvd K. Penderecki: a Celebration – Concerto para viola – Sinfonietta Cracovia – K. Penderecki, regente – tabea Zimmermann, viola – inclui entrevista com Penderecki – rM arts associates – 1994

Polônia, 1933

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Penderecki

ano de CoMPoSição_ 198320 min

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Penderecki exerceu, em plenitude, a liberdade que distinguiu sua evolução criadora.

Polymorphia. o título poderia ser uma metáfora para a trajetória composicional de Penderecki, polimorfa e de uma evolução surpreendente. deve-se, no entanto, ter o cuidado de não inferir, a partir dos muitos sentidos de uma palavra, que a essa trajetória tenha faltado consequência. Penderecki exerceu, em plenitude, a liberdade que distinguiu sua evolução criadora. em seu período de aprendizado, o compositor viu o anseio pela liberdade marcar o cotidiano polonês, sob a ocupação nazista e, após a Segunda Grande Guerra, sob o jugo do stalinismo. afastada a sombra de Stalin e, com ele, da patrulha ideológica que restringia a produção intelectual, a vida cultural polonesa renasceu para a expressão individual e para a experimentação. Foi o momento da criação de obras musicais caracterizadas pela busca de novos meios e linguagens, particularmente pelo tratamento radical da dimensão timbrística, que projetaram o compositor e que levaram a associar seu nome ao de outros criadores revolucionários, como ligeti ou Xenakis, que, igualmente, buscavam novos caminhos para uma expressão individual e para a música do século XX. Penderecki, já nesses passos iniciais, havia encontrado uma maneira própria de se expressar,

Polymorphia

Para ouvirCd Polymorphia – Warsaw Philharmonic orchestra – antoni Wit, regente – 1989

Para LErreginald Smith Brindle – the new Music: the avant-Garde since 1945 – oxford University Press – 1975

ano de CoMPoSição_ 19619 min

com sua escritura inconfundível nas obras para orquestra de cordas, manifesta, um ano antes de Polymorphia, na Trenodia para as vítimas de Hiroshima. entretanto, à mesma época, com a Paixão segundo São Lucas, Penderecki volta-se para um viés particular de sua produção, caracterizado por obras nas quais, apesar de se encontrarem ecos do experimentalismo, este cede lugar a uma estética na qual se evidencia um cunho pós-romântico. São obras para vozes e diversos efetivos instrumentais, afrescos marcados por textos que exaltam a fé católica, que sustentam parte significativa da produção do compositor. Uma vez mais, o contexto político-ideológico foi determinante para a criação, e o compositor, como no Réquiem Polonês (1984), presta homenagem à igreja, símbolo da resistência anticomunista em seu país. a partir das obras instrumentais, passando pela vasta produção coral-instrumental, o compositor apresenta um extenso catálogo de peças sinfônicas e concertantes. em várias dessas obras, como, por exemplo, na Sonata para violoncelo e orquestra (1964), o experimentalismo que caracterizou a escritura para cordas se estende aos naipes das madeiras, dos metais e da percussão. o extenso catálogo pendereckiano conta ainda com a

produção dramática, iniciada em 1968 com Les diables de Loudun, e, uma vez mais, o compositor abre seu horizonte estético com essa ópera de ambiência expressionista.

Polymorphia exige uma escuta especial. a forma global, se nos restringirmos ao título, é inesperadamente simples – três seções, de durações equivalentes, sendo a terceira intimamente relacionada à primeira. entretanto, a complexidade da obra advém da trama sonora e do papel desempenhado pela dimensão timbrística. embora o timbre tenha recebido, ao longo da História da Música, atenção especial de compositores de épocas e linguagens tão diferenciadas, como um Berlioz, um debussy ou um Mahler, esse parâmetro do som aparece, aqui, empregado de forma radical, determinante, e não apenas a secundar melodias ou harmonias. É à centralidade do timbre que se deve, em maior grau, a complexidade da audição de Polymorphia. Comparada à apreensão de outros parâmetros sonoros, como a altura, a intensidade e a duração, é o timbre que requer uma audição mais apurada. no entanto, a percepção de estruturas sonoras se torna mais complexa na razão direta da complexidade das articulações entre os parâmetros do som. assim,

Polônia, 1933

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Penderecki

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passagens de sons muito suaves, mas breves e em rápidas sucessões, tornam mais difícil a percepção do timbre. Se estendermos a questão da percepção dos parâmetros a elementos como a textura, os momentos de grande densidade ou de superposição de materiais composicionais – preponderantes na obra em questão – apresentam-se como verdadeiros desafios à compreensão musical.

Polymorphia parece visitar o som “de dentro”, em sua materialidade, esculpindo-o a partir de seu interior. Prescinde da melodia e, por vezes, da própria definição das alturas;

percorre um âmbito de grande amplitude, do registro subgrave ao sobreagudo das cordas; apresenta glissandos, clusters, densas massas sonoras e sons pontuais. trata os instrumentos de modo inusual, explora modos de ataques e técnicas especiais de obtenção do som. efeitos? Certamente; mas não enfeites. escritura necessária, orgânica e que, paradoxalmente, instaura a revolução estética a partir das cordas – “espinha dorsal” da orquestra... clássica!

Oiliam LannaCompositor e regente, professor da escola de Música da Universidade Federal de Minas Gerais.

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vitória, que tanto admirava sua música.

de acordo com Mendelssohn, os quatro movimentos devem ser tocados sem interrupção. o primeiro inicia-se com uma triste introdução lenta (Andante con moto). o primeiro tema, nas cordas em pianissimo, é apresentado tão logo atingimos o allegro un poco agitato. o segundo tema, também executado nas cordas, ao invés de contrastante, apresenta-se como uma variação do primeiro tema. o movimento termina com fragmentos da introdução lenta (Andante come prima), que nos conectam ao movimento seguinte.

nesta sinfonia, o terceiro (Adagio) é o movimento lento, e não o segundo, como de hábito. após uma curta introdução, temos o primeiro tema, melodia de rara beleza, apresentada pelos violinos. o segundo tema, de caráter marcial,é tocado pelas madeiras e trompas. ao final, reminiscências da introdução nos conduzem ao movimento seguinte.

o quarto movimento (Allegro vivacissimo) é de uma vitalidade ímpar. Seu primeiro tema, alegre e ritmicamente complexo, surge logo no início com os violinos. o segundo é apresentado após um tutti orquestral, primeiramente

pelo primeiro oboé e pelos dois clarinetes e é, em seguida, ouvido nas madeiras. os dois temas são mesclados até o ponto em que clarinete e fagote, em uma passagem tranquila, reapresentam o segundo tema e preparam o aparecimento da coda independente (Allegro maestoso assai) que fecha a sinfonia majestosamente.

Guilherme NascimentoCompositor, doutor em Música pela Unicamp, professor na Universidade do estado de Minas Gerais e Fundação de educação artística, autor dos livros Música menor e Os sapatos floridos não voam.

aleManHa, 1809 – 1847

FELIx

MendeLssohn

SÉRIE vivace 7 AGOStO

Descrito por Wagner como um “paisagista de primeira ordem”, Mendelssohn evoca em sua Terceira Sinfonia o imaginário das lendas, paisagens e sonoridades escocesas dez anos após visitar o país.

Quando Felix Mendelssohn contava vinte anos de idade, seu pai, rico banqueiro de Berlim, decidiu patrocinar-lhe uma viagem de três anos pela europa, para que o filho tentasse uma carreira no exterior. entre 1829 e 1832 Felix visitou o reino Unido, Bavária, Áustria, Suíça, itália e França. em 30 de julho de 1829, em edimburgo, Mendelssohn encontrou a inspiração para a sua Sinfonia Escocesa: “hoje visitamos o castelo de Holyrood, onde a rainha Maria viveu e amou. a capela ao lado está sem teto e repleta de mato e erva. Foi neste altar, hoje em ruínas, que ela foi coroada rainha da escócia. acredito ter encontrado, hoje, o início de minha Sinfonia escocesa”. durante o inverno de 1830/31, em roma, Mendelssohn começou a compor sua Sinfonia nº 3. Mas logo teve de deixá-la de lado, pois sua atmosfera não condizia com o clima ensolarado da itália: “não consigo recuperar o cenário enevoado da escócia”. apenas dez anos depois ele retomaria a composição da Sinfonia nº 3, terminando-a em Berlim, em janeiro de 1842. a primeira apresentação aconteceu em março, em leipzig, sob a regência do autor. em 13 de junho Mendelssohn regeu sua Sinfonia nº 3 em um concerto com a Philharmonic Society, em londres. o enorme sucesso o encorajou a dedicá-la à rainha

Sinfonia nº 3 em lá menor, op. 56, “Escocesa”

Para ouvirCd Mendelssohn: Symphonien nº 3 & nº 4 – Berliner Philharmoniker – Herbert von Karajan, regente – deutsche Grammophon – 1997

Para LErl. larry todd – Mendelssohn: a life in music – oxford University Press – 2003

l. larry todd (ed.) – Mendelssohn and his world – Princeton University Press – 1991

ano de CoMPoSição_ 184240 min

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leia + www.filarmonica.art.br

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Saiba tu d o s o b re a sua Fi

larm

ônica

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Fabio Mechetti

Leon Fleisher

reGente

Piano

20h30

16 agosto

Grande teatro do Palácio das artes

SÉRIE allegro

foto

| e

ugên

io S

ávio

Alberto GINASTERASuíte de danças crioulas, op.15

adagietto pianissimoallegro rusticoallegretto cantabileCalmo e poéticoScherzando – coda: presto e energico

Maurice RAVELConcerto para a mão esquerda

Leon FleisherSoliSta

INTERVALO

Hector BERLIOZSinfonia Fantástica, op. 14

devaneios e paixões – allegro agitato ed appassionato assaiUm baile – valse: allegro non troppoCena no campo – adagioMarcha ao cadafalso – allegretto non troppoSonho de uma noite de Sabá – larghetto; allegro assai

PROGRAMA

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28 29

Quando o pianista e regente leon Fleisher recebeu o Prêmio Kennedy em 2007, em um baile de gala cheio de estrelas em Washington dC, Caroline Kennedy reconheceu-o como “um prodígio do piano da [Ponte] Golden Gate que ascendeu às alturas, abraçou a adversidade e tornou-se um músico para todas as temporadas”.a musicalidade de Fleisher beira a lenda e sua biografia é tão dramática quanto sua paixão pela vida. aos 16 anos, leon Fleisher trilhava o caminho para conquistar o mundo da música quando foi destacado pelo The New York Times como “um dos mais talentosos da nova geração de pianistas” e logo aclamado como “o achado pianístico do século” pelo grande regente Pierre Monteux. no auge de sua carreira, aos 37 anos, foi atingido por uma doença neurológica conhecida como distonia focal, perdendo a mobilidade de dois dedos da mão direita. Seguindo com as carreiras de regente e professor, submeteu-se a diferentes tratamentos que restauraram a mobilidade de sua mão. depois de décadas interpretando o repertório de piano para a mão esquerda, Fleisher voltou a tocar com as duas mãos, recebendo enormes elogios pela sua primeira gravação “bimanual” após esse longo período, um álbum apropriadamente intitulado Duas mãos (vanguard Classics). a história de Fleisher é contada em seu livro de memórias

Nine Lives, escrito em parceria com a crítica musical anne Midgette e publicado pela editora doubleday, e também é tema do documentário Two Hands, escrito e dirigido por nathaniel Kahn e indicado ao oscar e ao emmy em 2006. no retorno ao repertório de duas mãos, Fleisher apresentou-se em londres, Bruxelas e lucerna e, como solista da orquestra Filarmônica de londres, sob direção de Jurowksi, em londres, nova York e Washington dC, eventos musicais que estão entre os mais memoráveis daquela temporada. Suas gravações pela Sony continuam entre as mais admiradas da música sinfônica. nas últimas temporadas, leon Fleisher reafirma seu lugar como um dos artistas de concerto mais proeminentes de hoje, com apresentações em centros musicais importantes de todo o mundo. recentes e futuras aparições incluem as aclamadas oficinas do Carnegie Hall, em tóquio e em nova York; apresentações regendo a irish Chamber orchestra, a Sinfônica Brasileira e a Filarmônica de osaka; e participações nos festivais de aldeburgh, ravinia e do Hollywood Bowl. ele será ouvido como regente e solista, recitalista, artista de música de câmara, mentor de masterclasses e referência inestimável em residências de faculdades e universidades em todo o mundo.

LEOn

fLeisher

SÉRIE allegro 16 AGOStO

foto

| Jo

anne

Sav

io

Mas os momentos mais inesquecíveis da noite vieram quando Fleisher interpretou a Chacona da Partita em ré menor para violino solo de Bach, transcrita por Brahms como obra de piano para a mão esquerda. Fleisher apresentou uma performance absolutamente fascinante que conduziu com firmeza [...] a um clímax de tirar o fôlego. Washington Post, Estados Unidos

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tor tomasse contato com a música dos mais expressivos compositores norte-americanos: Barber, Carter, Harris, Piston e Sessions. aproximou Ginastera das obras de Stravinsky, de Schoenberg, de Hindemith – refu-giados nos estados Unidos – e, mais especialmente, as de Bartók, que recebiam renovado interesse em ra-zão de sua morte recente. a vivência intensa do rico movimento cultural da cidade e as visitas a Columbia, eastman, Harvard, Juilliard e Yale nutriram tendências cosmopolitas que se expressariam em suas obras finais. em contrapartida, revitaliza-ram a diretriz nacionalista que ele vivia naquele momento. Segundo sugestão do próprio compositor, divide-se seu trabalho em três mo-mentos estilísticos, “nacionalismo objetivo” (1934–1947), “nacionalis-mo subjetivo” (1947–1957), “neoexpressionismo” (a partir de 1958). o momento vivido nos estados Unidos encerra a fase das referên-cias diretas ao folclore argentino por meios tonais tradicionais e abre os caminhos para a síntese desses elementos folclóricos a favor de um estilo argentino original.

A Suite de danzas criollas op. 15, última obra do “período Guggenheim”, foi composta em 1946 e ilustra o movimento de expansão estilística vivido pelo

compositor. Sugere elementos musicais latino-americanos, em prejuízo das referências diretas ao folclore argentino. alinha expansões harmônicas, assim como polarizações em dissonâncias penetrantes, a particularidades estruturais da música para piano de Bartók. Mescla sincopado e direcionamentos rítmicos dançantes, inspirados na tradição gauchesca, a sequências líricas e à nostalgia do exilado. os elementos argentinos são trabalhados menos como evocação de raízes do que expressão de um ser humano deslocado. a Suíte conta com cinco danças que, na contramão do nacionalismo, não recebem títulos característicos: 1 – Adagietto pianissimo; 2 – Allegro rustico; 3 – Allegretto cantabile; 4 – Calmo e poético; 5 – Scherzando – coda: presto e energico. o título da Suíte refere-se à tradição crioula – herdeira da linguagem e da música espanholas –, que se afirma em contraposição às tradições indígenas pré-hispânicas. Composta para piano, foi estreada em Buenos aires em 26 de julho de 1947 por rudolf Firkusny. a orquestração é do compositor israelense Shimon Cohen.

Igor ReynerPianista, Mestre em Música pela Universidade Federal de Minas Gerais.

arGentina, 1916 – SUíça, 1983

ALBERtO

ginastera

SÉRIE allegro 16 AGOStO

O título da Suíte refere-se à tradição crioula – herdeira da linguagem e da música espanholas –, que se afirma em contraposição às tradições indígenas pré-hispânicas.

Para alberto Ginastera, como para o mundo estilhaçado, 1945 tornou-se o recomeço inevitável. Cada vez mais dissonante em relação às políticas nacionais argentinas, o compositor foi demitido do cargo de professor da academia Militar. Com essa demissão e o recrudescimento da política peronista, decidiu partir nesse mesmo ano para os estados Unidos.

em 1941, Ginastera participara do Berkshire Summer Music Festival. em tanglewood, sede do festival, conheceu aaron Copland e, com seu incentivo, candidatou-se a uma bolsa da Fundação Guggenheim, com proposta ousada e abrangente: pretendia aproximar-se das instituições de ensino de música norte-americanas, em busca de sugestões pedagógicas para as escolas argentinas. em colaboração com Copland, exploraria as poéticas musicais do teatro, cinema e rádio e promoveria o intercâmbio musical no continente americano, divulgando nos estados Unidos as obras de seus colegas argentinos. apesar de receber a bolsa em 1942, resolveu usá-la somente na crise de 1945, estabelecendo-se em nova York até 1947.

o “período Guggenheim” deu novos direcionamentos ao trabalho de Ginastera. Permitiu que o composi-

Suíte de danças crioulas, op. 15

Para ouvirCd: Popol vuh: the Mayan Creation – Suite de danzas Criollas, op. 15 (orquestração: Shimon Cohen) – Jerusalem Symphony orchestra – Gisèle Ben-dor, regente – naxos – 2010

Para LErdeborah Schwartz-Kates – alberto Ginastera: a research and information guide – routledge – 2010

ano de CoMPoSição_ 194610 min

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logo de início, o Concerto se mostra peculiar, pela atmosfera e por dois temas, bem caracterizados pelo timbre. o primeiro é entregue a um raro solo de contrafagote. Seu ritmo de notas pontuadas lembra uma abertura de suíte, em estilo francês, porém imerso em clima sombrio, difuso, criado pelas cordas graves. o segundo tema, entregue às trompas, atrai a atenção por seu cantábile vocal. a partir dessa exposição, os dois temas, em contraponto, expandem-se pela orquestra, ganham luz e novas cores. a primeira intervenção do solista é uma extensa cadenza. aqui, o solista elabora os materiais temáticos, após largos gestos ornamentais que exploram todos os registros do instrumento. o tutti que se segue faz jus à bravura da cadência pianística e dá continuidade à elaboração temática. a volta do solista, em um canto delicado, é apenas uma breve clareira que serve de preâmbulo à nova função do piano: secundar as intervenções de diversos solistas dentro da orquestra. esse fino tecido composicional o ouvinte atento pode perceber ao longo da obra: os temas e atmosferas alternam-se, superpõem-se, assim como os andamentos. nesse sentido, vale observar, após a primeira grande articulação formal, a sucessão de

materiais temáticos. trata-se de um scherzando, em ritmo de marcha, em que, de início, solista e orquestra dividem breves intervenções. o movimento é rápido, mas sua evolução caleidoscópica cede lugar ao reaparecimento do segundo tema do Concerto. É um momento de rara combinação de materiais composicionais: o movimento de marcha, vivo, atua como fundo, subjacente ao tema lento, no solo de fagote e no de trombone, tema que se expande aos diversos naipes. na volta ao andamento inicial, a reelaboração dos temas da primeira seção é feita pela orquestra, em duas intervenções vigorosas que emolduram a última cadência do piano.

vale lembrar que o ravel compositor do Bolero, ou de La Valse, pode levar a esquecer o ravel compositor de um importante catálogo de obras pianísticas. no Concerto para a mão esquerda, ambos nos oferecem, com essa pedra de toque do repertório para piano e orquestra, a experiência de um interesse continuamente renovado.

Oiliam LannaCompositor e regente, professor da escola de Música da Universidade Federal de Minas Gerais.

França, 1875 – 1937

MAuRICE

raveL

SÉRIE allegro 16 AGOStO

[...] o Concerto não deixa escapar, diante das vicissitudes, o menor sinal de limitação. Não há concessões, é uma obra densa e virtuosística [...]

ecos da experiência contundente durante a Primeira Grande Guerra podem ser ouvidos em algumas obras de ravel. revelam-se com as cores do drama, em La Valse – quase uma desconstrução dessa dança e do que ela evoca – ou tingidos de nostalgia, no Tombeau de Couperin – que tem seus movimentos dedicados a amigos do compositor, mortos em combate. no Concerto pour la main gauche, os vestígios daquela experiência irrompem como um brado de superação. a obra foi encomendada pelo pianista austríaco Paul Wittgenstein, cujo braço direito fora amputado durante a Guerra. entretanto, malgrado as circunstâncias que envolvem sua concepção, o Concerto não deixa escapar, diante das vicissitudes, o menor sinal de limitação. não há concessões, é uma obra densa e virtuosística: diante de um numeroso efetivo instrumental, o piano ora dialoga, ora deixa que outras vozes cantem, ou ainda se contrapõe, com vigor, às investidas do tutti orquestral. além disso, em duas cadências, o piano, a sós, comenta e expande a expressividade de temas que circulam pela partitura – com vigor e dramaticidade, na cadência após a seção introdutória e, quase ao final do concerto, com delicadeza e intimismo.

Concerto para a mão esquerda

Para ouvirCd ravel Concertos/valses nobles et Sentimentales – Cleveland orchestra – Pierre Boulez, regente – Krystian Zimerman, piano – 1999

Para LErvladimir Jankélevitch – ravel – Éditions du Seuil – 1975

ano de CoMPoSição_ 193118 min

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significativamente para a evolução da linguagem musical ao cultivar a ideia do “poematismo” – ou seja, a ordenação do discurso sonoro pela lógica motriz de ideias, fatos ou caracteres extramusicais.

a Symphonie Fantastique foi escrita aos 27 anos sobre um programa literário autobiográfico em que Berlioz evoca a história de sua paixão pela atriz irlandesa Henriette Smithson, uma intérprete de Shakespeare: “um jovem músico de sensibilidade mórbida e imaginação ardorosa se envenena com ópio, numa crise de desespero amoroso. o narcótico, fraco demais para lhe causar a morte, mergulha-o em profundo sono, agitado por visões, sensações, lembranças e emoções fantásticas que se transformam em ideias e imagens musicais. a própria amada tornou-se para ele uma melodia (uma idée fixe ou tema intermitente) que o acompanha por toda parte”.

a Sinfonia Fantástica impõe-se por suas qualidades especificamente musicais. Há uma prodigiosa riqueza de ideias e a orquestração é, ao mesmo tempo, brilhante, detalhista e inovadora. o compositor normatiza o uso da idée fixe – um tema essencial que transcorre como uma ideia fixa, em diferentes caracterizações, no decorrer da obra. na Sinfonia Fantástica a idée fixe simboliza a presença da mulher amada nos sonhos febris do jovem artista e, musicalmente, representa uma alternativa ao modelo

de desenvolvimento formal beethoveniano.

a Sinfonia Fantástica divide-se em cinco movimentos: o primeiro – devaneios, paixões – prepara a cena para todo o melodrama. o Largo inicial cria o clima melancólico exigido pelo argumento. o caráter dramático instala-se com a entrada do Allegro agitato e apassionato, impregnado dos avassaladores sentimentos do jovem músico. em quatro seções bem contrastantes, os devaneios do artista evocam a vida agitada e os sentimentos contraditórios por ele vividos antes de encontrar seu grande amor. na quarta seção apresenta-se, pela primeira vez, o tema da amada – a idée fixe –, que reaparecerá em todos os outros movimentos.

no segundo movimento – Um baile – dá-se o reencontro dos amantes. Uma valsa, alternadamente leve ou brilhante, faz o papel de elegante scherzo sinfônico, tendo seu motivo principal interrompido pelo enunciado da ideia fixa. Como novidade orquestral, Berlioz destaca, de maneira até então inusitada, os arpejos da harpa.

o terceiro quadro – Cena nos campos – cumpre a dupla função de movimento lento e interlúdio bucólico, apresentando o diálogo inicial de dois pastores, no corne-inglês e no oboé. Perturbando o idílio, o tema da amada surge ameaçador nos graves da orquestra. no final, o tema pastoril reaparece obscurecido pelo rufo dos timbales,

França, 1803 – 1869

hECtOR

BerLioz

SÉRIE allegro 16 AGOStO

impetuoso e inconformista, Berlioz foi criticado e ridicularizado pela maioria de seus contemporâneos. a posteridade, porém, o proclamou um arauto do modernismo, responsável por importantes aquisições musicais do século XiX – a criação da sinfonia programática e a renovação do timbre orquestral. na busca de sonoridades inéditas, o compositor utilizou instrumentos até então pouco habituais no contexto orquestral (a harpa, por exemplo) e reforçou os naipes instrumentais (sobretudo o dos sopros), explorando-os ao máximo quanto às possibilidades de coloração. violonista mediano, Berlioz fez da orquestra seu verdadeiro instrumento. Quase nada nos legou para solo instrumental ou música de câmara; e mesmo o canto, frequente em sua obra, nela só atinge originalidade quando tratado como componente instrumental, em grandes massas corais. as inovações orquestrais do compositor constituem seu legado mais perene e positivo. Suscitaram um renascimento da música sinfônica, inspirando novas gerações de orquestradores e a consequente valorização de novos parâmetros estéticos.

Por outro lado, Berlioz compôs sempre estimulado por impressões literárias, organizando sua música como ilustração de um texto ou enredo poético. alguns críticos acusavam-no, inclusive, de possuir uma cultura literária muito mais sólida que a musical. entretanto, o compositor contribuiu

Sinfonia Fantástica, op. 14ano de CoMPoSição_ 183050 min

A Sinfonia Fantástica impõe-se por suas qualidades especificamente musicais. Há uma prodigiosa riqueza de ideias e a orquestração é brilhante, detalhista e inovadora.

Para ouvirCd Hector Berlioz – Symphonie Fantastique, op. 14 – Berliner Philharmoniker – Simon rattle, regente – artwork &editorial, euroarts Music international – 2009

Para LErClaude Ballif – Berlioz – Éditions du Seuil, Solfèges – 1968

François-rené tranchefort – Guia da Música Sinfônica – editora nova Fronteira – 1986

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em clima de mistério, anunciadores de uma tempestade.

no Allegretto non tropo – Marcha para o suplício – o artista sonha que matara a amada e um cortejo o leva ao cadafalso, onde ele assistirá à própria execução. os movimentos e gestos da multidão são descritos com realismo pela orquestra. a marcha constrói-se com dois temas contrastantes – o primeiro, sombrio e ameaçador, é confiado às cordas; o outro explode brilhante nos metais e madeiras. o reaparecimento da ideia fixa sugere um último pensamento de amor interrompido pelo golpe fatal da guilhotina.

o último movimento – Sonho de uma noite de Sabá – é um angustiante pesadelo. o jovem artista encontra-se rodeado de bruxos, feiticeiras e

monstros, reunidos para seu funeral. em meio ao infernal tumulto, aparece a imagem da amada. Gritos de júbilo sinalizam-lhe a chegada, e ela participa da diabólica orgia enquanto sua figura idealizada transforma-se em máscara grosseira. a idée-fixe adquire caráter burlesco e se integra a uma sarcástica paródia em que o tradicional Dies irae (da missa canônica dos mortos), intercalado pelo soar de sinos, sobrepõe-se ao motivo do Sabá das Feiticeiras. a bulha apocalíptica cresce em fúria incontrolável até o ponto culminante e final de toda a Sinfonia.

Paulo Sérgio Malheiros dos Santos

Pianista, doutor em letras pela PUC Minas, professor na Universidade do estado de Minas Gerais, autor do livro Músico, doce músico.

foto

| e

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io S

ávio

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Fabio Mechetti

Antonio Meneses

reGente

violonCelo

20h30

28 agosto

Grande teatro do Palácio das artes

SÉRIE vivace

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| eu

gêni

o Sá

vio

Antonín DVORÁKConcerto para violoncelo em si menor, op. 104

allegroadagio ma non troppoFinale: allegro moderato

Antonio MenesesSoliSta

INTERVALO

P. I . TCHAIKOVSKYSinfonia nº 4 em fá menor, op. 36

andante sostenutoandantino in modo di canzonaScherzoFinale: allegro con fuoco

PROGRAMA

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40 41

antonio Meneses nasceu em 1957 em recife, em uma família de músicos. Começou a estudar violoncelo aos dez anos. aos 16 anos conheceu o famoso violoncelista italiano antonio Janigro, que o convidou a frequentar as suas aulas em düsseldorf e, mais tarde, em Stuttgart. em 1977, ganhou o 1º Prêmio no ard Concurso internacional de Munique e, em 1982, o 1º Prêmio e Medalha de ouro no Concurso tchaikovsky, em Moscou.

apresenta-se regularmente com as mais importantes orquestras do mundo, como a Filarmônica de Berlim, a Sinfônica de londres, a Sinfônica da BBC, a orquestra do Concertgebouw de amesterdã, a Sinfônica de viena, a Filarmônica Checa, a Filarmônica de Moscou, a Filarmônica de São Petersburgo, a Filarmônica de israel, a orchestre de la Suisse romande, a orquestra da rádio da Baviera, a Filarmônica de nova York, a national Symphony orchestra e a Sinfônica nHK de tóquio, entre outras. Colaborou com os maestros Herbert von Karajan, riccardo Muti, Mariss Jansons, Claudio abbado, andré Previn, andrew davis, Semion Bychkov, Herbert Blomstedt, Gerd albrecht, Yuri temirkanov, Kurt Sanderling, neeme Järvi, Mstislav rostropovich, vladimir Spivakov e riccardo Chailly.

antonio Meneses é convidado frequente do Festival Pablo Casals,

Porto rico, festivais de Salzburgo, lucerna, viena, Berlim, Festival de Primavera, Praga, Mostly Mozart, nova York, Festivais la Grange de Meslay e Colmar, França. Como camerista, colaborou com os quartetos emerson, vermeer, amati e Carmina. desde outubro de 1998 é membro do Beaux-arts trio.

entre suas gravações destacam-se obras de Brahms e Strauss para deutsche Grammophon, com a violinista anne-Sophie Mutter, Herbert von Karajan e a orquestra Filarmônica de Berlim; eugene d’albert e david Popper, com a orquestra Sinfônica de Basileia; Carl Philip emanuel Bach, com a orquestra de Câmara de Munique (Pan Classics); obras de J. S. Bach, tchaikovsky, Schumann e Schubert. de villa-lobos gravou os Concertos e a Fantasia para Violoncelo e Orquestra, além da obra completa para violoncelo e piano, com Cristina ortiz (Pan Classics). Sua mais recente gravação contém obras de Schumann e Schubert com Gérard Wyss ao piano (avie).

antonio Meneses orienta cursos de aperfeiçoamento na europa, nas américas e no Japão e é professor no Conservatório de Berna, Suíça. o artista toca um violoncelo de alessandro Gagliano feito em nápoles, 1730.

AntOnIO

Meneses

SÉRIE vivace 28 AGOStO

foto

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Nunca é demais ressaltar as qualidades do violoncelista Antonio Meneses: volume sonoro do tamanho da sala, técnica perfeita, elegância estilística e raro senso de diálogo camerístico com a orquestra. Folha de São Paulo, BraSil

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além de três concertos — para piano, violino e violoncelo.

o Concerto para violoncelo foi composto por encomenda do famoso violoncelista Hannus Wihan, durante o inverno de 1894-1895. É a última obra americana de dvorák. retornando logo depois à tchecoslováquia, o compositor ficou muito abalado pela notícia da morte de sua cunhada, que fora seu primeiro amor e por quem tinha profunda afeição. Para homenageá-la, fez algumas alterações em sua partitura, acrescentando uma citação de um de seus Cantos op. 82, justamente a canção predileta de Joséphine Kounicova. nessa versão final, tão convincente, dvorák aboliu a cadência que Hannus Wihan compusera para o concerto. a estreia aconteceu em londres, em 19 de março de 1896, com o violoncelista leo Stern (mais tarde, o próprio Wihan tornou-se um célebre intérprete da obra).

a partitura segue a forma clássica de concerto, em três movimentos. além dos tutti poderosos, são particularmente fascinantes os diálogos do solista com timbres isolados da orquestra (principalmente os instrumentos de sopro).

no Allegro inicial, o tema é apresen-tado pelo clarinete, já no primeiro

compasso. reapresentado por três vezes sucessivas, culmina em pode-rosa passagem instrumental com toda a orquestra, quando atinge sua plena dimensão. em contraste com esse tema vigoroso, o segundo moti-vo, extremamente lírico, é anunciado em pianíssimo pelas trompas.

o movimento central, Adagio ma non troppo, se inicia com uma terna melodia dividida entre as madeiras e o violoncelo. Mas a orquestra logo intervém com a canção composta por dvorák em homenagem a sua cunhada. a melodia do início retor-na nas trompas (sobre pizzicatti das cordas) e é ampliada pelo violoncelo (Quase cadenza). o clima é de serena religiosidade.

o Finale: (Allegro moderato) apresen-ta um ritmo de marcha, nas cordas graves. o tema principal é anunciado pelas trompas e retorna várias vezes, entremeado com outros motivos, incluindo os temas dos dois movi-mentos anteriores. na Coda, em pia-níssimo, a canção Possa minha alma reaparece no violino e nas madeiras. Um rápido crescendo conduz a um fi-nal cintilante que conclui a obra com poderoso brilho orquestral.

Paulo Sérgio Malheiros dos SantosPianista, doutor em letras pela PUC Minas, professor na Universidade do estado de Minas Gerais, autor do livro Músico, doce músico.

rePúBliCa tCHeCa, 1841 – 1904

AntOnín

dvorák

SÉRIE vivace 28 AGOStO

Além dos tutti poderosos, são particularmente fascinantes os diálogos do solista com timbres isolados da orquestra (principalmente os instrumentos de sopro).

o jovem dvorák trabalhou como violista, na orquestra de Praga, sob a regência do compositor Smetana, o grande nacionalista eslavo, de quem herdou o amor às tradições musicais de seu país. em viena, com uma bolsa de estudos do governo austríaco, tornou-se amigo de Brahms, cultivando grande apego às formas germânicas tradicionais. Seguindo essas duas grandes influências, a arte de dvorák realiza uma síntese dos procedimentos composicionais clássicos com elementos característicos da música de seu país. entretanto, o compositor raramente usou melodias camponesas já existentes, preferindo criar seus próprios temas. e dvorák absorveu tão profundamente em seu próprio pensamento musical as qualidades singulares da música nativa tcheca que, apesar de sentidas com intensidade em sua obra, nem sempre é possível isolá-las e identificá-las.

Filho de um humilde artesão da aldeia de nelahozeves, na Boêmia, dvorák tornou-se doutor honoris causa pela Universidade de Cambridge, foi professor nos conservatórios de Praga e nova York (1892 – 1895) e apresentou-se na rússia, por indicação de tchaikovsky. Sua vasta produção inclui nove sinfonias, óperas, peças para piano e para diversas formações camerísticas, grandes peças corais,

Concerto para violoncelo e orquestra em si menor, op. 104

Para ouvirlP dvorák – Concerto para violoncelo, op. 104 – orquestra Filarmônica de londres – Carlo Maria Giulini, regente – Mstislav rostropovitch, violoncelo – eMi records, odeon – 1978

Cd dvorák / Bruch – osesp – John neschling, regente – antonio Meneses, violoncelo – Biscoito Fino – 2010

Para LErJohn Claphan – antonín dvorák, musician and craftsman – Faber & Faber – 1978

ano de CoMPoSição_ 189542 min

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um dos casos mais duradouros de mecenato da história da música. nos treze anos seguintes, Mme. von Meck depositou, mensalmente, 500 rublos na conta de tchaikovsky, soma considerável, destinada a liberar o compositor da necessidade de dar aulas para sobreviver e a permitir-lhe dedicar-se, inteiramente, às viagens e à composição. os dois trocaram mais de mil cartas nesse período e a única imposição de Mme. von Meck era de que nunca se encontrassem pessoalmente.

os primeiros esboços da Sinfonia nº 4 datam dessa época: fevereiro de 1877. embora já tivesse iniciado sua composição quando recebeu a emblemática carta de Mme. von Meck, tchaikovsky logo passaria a chamar sua nova obra, em algumas cartas, de “nossa sinfonia” ou “sua sinfonia” (em 26 de setembro de 1879, Mme. von Meck escrevia ao compositor: “considero que esta sinfonia é só minha”). vasculhando a correspondência de tchaikovsky descobrimos que, em 15 de maio, os três primeiros movimentos já estavam rascunhados e, em 8 de junho, o Finale estava pronto: “até o fim do verão terminarei a orquestração”. Mas a sinfonia só começaria a ser orquestrada, de fato,

no fim de agosto: “nossa sinfonia está progredindo pouco” (24 de agosto). nesse meio tempo, além de ocupado com a composição da ópera Eugene Oneguin, tchaikovsky embarcara em um casamento desastrado com sua antiga aluna antonina Miliukova. no início de outubro a orquestração do primeiro movimento estava quase pronta quando tchaikovsky viajou para o balneário suíço de Clarens, a fim de recuperar-se do colapso nervoso causado pelo fim do casamento que durara apenas seis semanas. a orquestração dos três primeiros movimentos foi concluída em veneza. em 7 de janeiro de 1878, em San remo, tchaikovsky completava sua amada Quarta Sinfonia.

Considerada pelo compositor como uma de suas melhores obras, a Sinfonia nº 4 foi dedicada a Mme. von Meck. a estreia se deu em Moscou, em fevereiro de 1878, pela Sociedade Musical russa, sob a regência de nikolai rubinstein. tchaikovsky estava em Florença e recebeu notícias contraditórias sobre a estreia. Seu amigo Sergei taneyev foi o único a contar-lhe a verdade: músicos e público tiveram dificuldade em compreender uma obra que ia muito além das fronteiras tradicionais. Só após a estreia em São Petersburgo,

rúSSia, 1840 – 1893

PIOtR ILItCh

tchaikovskY

SÉRIE vivace 28 AGOStO

Considerada pelo compositor como uma de suas melhores obras, a Sinfonia nº 4 foi dedicada a Mme. von Meck.

a composição da Sinfonia nº 4 está intimamente ligada ao aparecimento de uma mulher que mudaria para sempre a vida de tchaikovsky: nadezhda Filaretovna von Meck. viúva de um engenheiro que fizera fortuna construindo estradas de ferro na rússia, Mme. von Meck era uma musicista amadora, excelente administradora e rica o bastante para manter, constantemente, um grupo de músicos à sua disposição. em dezembro de 1876 ela fizera a encomenda de uma peça para violino e piano, que tchaikovsky prontamente executou. em fevereiro de 1877 tchaikovsky recebia uma segunda carta de Mme. von Meck, agradecendo-lhe pela composição e dizendo-lhe o quanto o amava: “Gostaria muito de contar-lhe toda a extensão de meus pensamentos e sonhos a seu respeito”. tchaikovsky respondeu no dia seguinte: “Por que hesita em contar-me seus pensamentos? asseguro-lhe que ficaria muito interessado e agradecido, já que sinto profunda simpatia pela senhora. estas não são palavras vãs. talvez eu a conheça melhor do que imagina”.

Mme. von Meck respondeu-lhe dizendo de seu amor pelo compositor, amor platônico, mas que beirava à obsessão. nascia ali

Sinfonia nº 4 em fá menor, op. 36

Para ouvirCd tchaikovsky: Symphony nº 4, romeo and Juliet – Chicago Symphony – daniel Barenboim, regente – teldec – 1997

Para LEranthony Holden – Piotr ilitch tchaikovsky: uma biografia – record – 1999

ano de CoMPoSição_ 187945 min

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BM006412-AD REVISTA PATROCINIO ORQUESTRA FILARMONICA 15x26cm.indd 1 05/07/12 09:19

nove meses depois, a Sinfonia nº 4 começaria a conquistar seu lugar no repertório sinfônico.

o primeiro movimento dura, aproximadamente, metade da obra. inicia-se com uma introdução forte nas trompas e fagotes, seguidos dos trombones, tuba, trompetes e madeiras. o primeiro tema é apresentado nas cordas (Moderato con anima), em movimento de valsa. o segundo, apresentado nas madeiras, é introduzido pelo clarinete. o movimento se desenvolve com inúmeras repetições dos dois temas principais e do tema da introdução, e termina com uma coda majestosa.

o segundo movimento é uma triste canção russa com dois temas: o primeiro, mais melancólico, é executado pelo oboé e prontamente repetido pelos violoncelos; o segundo, mais esperançoso, é apresentado nos violinos.

o Scherzo é extremamente leve e gracioso. a primeira seção destina-

se às cordas, que tocam em pizzicato durante todo o movimento. a seção central contém um momento destinado às madeiras e outro aos metais. o movimento termina calmamente com o pizzicato das cordas.

tchaikovsky compôs um Finale grandioso para a Quarta Sinfonia. o primeiro tema, vivo e brilhante, dá o caráter do andamento. o segundo, executado primeiramente pelo oboé e fagote, apresenta um pouco de calma no tumulto orquestral, mas não por muito tempo: o caráter agitado do primeiro tema logo contagia o segundo. À medida que caminhamos para o fim ouvimos, novamente, o tema da introdução do primeiro movimento. Uma grande coda fecha a sinfonia, à moda dos desfechos imponentes de tchaikovsky.

Guilherme NascimentoCompositor, doutor em Música pela Unicamp, professor na Universidade do estado de Minas Gerais e Fundação de educação artística, autor dos livros Música menor e Os sapatos floridos não voam.

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ConCERtoS pARA A JuVEntudErealizados em manhãs de domingo, são concertos dedicados aos jovens e às famílias, buscando ampliar e formar pú-blico para a música clássica. as apresen-tações têm ingressos a preços populares e contam com a participação de jovens solistas.local: teatro Sesc Palladium Horário: 11 horas da manhã datas:25 de março 27 de maio 12 de agosto30 de setembro 21 de outubro11 de novembro

CláSSICoS no pARquErealizados em parques e praças da rMBH, proporcionam momentos de des-contração e entretenimento, buscando democratizar o acesso da população em geral à música clássica. em 2012 as datas são:

6 de maio Praça do Papa, Mangabeiras, 19 horas

20 de maio Praça Floriano Peixoto, Santa efigênia, 11 horas

26 de agosto Praça duque de Caxias, Santa tereza, 11 horas

2 de setembro Praça da liberdade, Funcionários, 11 horas

16 de setembro inhotim, Brumadinho, 15h30

ConCERtoS dIdátICoSde caráter educativo, não são concer-tos abertos ao público, mas destinados

exclusivamente a grupos de crianças e jovens da rede escolar pública e particu-lar e instituições sociais. Serão realizados três grandes concertos no auditório do Sesc Palladium.

FEStIVAISo Festival tinta Fresca procura identi-ficar e promover novos compositores brasileiros. o concerto de encerramento será realizado no Sesc Palladium no dia 20 de setembro. o laboratório de regên-cia tem por finalidade dar oportunidade a jovens regentes brasileiros, de com-provada experiência, de desenvolver, na prática, a habilidade de lidar com uma orquestra profissional. Concerto no Sesc Palladium, dia 8 de dezembro.

tuRnêS EStAduAISas turnês estaduais levam a música de concerto a diferentes cidades e regiões de Minas Gerais, possibilitando que o público do interior do estado tenha o contato direto com música sinfônica de excelência. nove municípios serão contemplados em 2012.

tuRnêS nACIonAIS E IntERnACIonAISCom essas turnês, a orquestra Filarmônica de Minas Gerais busca colocar o estado de Minas dentro do circuito nacional e internacional da música clássica. em 2012, a orquestra se apresentará no Festival de Campos do Jordão e fará sua primeira turnê inter-nacional, com concertos no teatro Co-lón, em Buenos aires (26 e 27/10), teatro Solís, em Montevidéu (28/10), teatro del libertador, em Córdoba (30/10) e teatro astengo, em rosário (31/10).

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ACOMPAnhE A FILARMÔnICA EM OutRAS

sÉries de concertos

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agosto

ConCERtoS pARA A JuVEntudE

12 de agostodomingo, 11hSeSC PalladiumMarcos arakaki reGente

daniel leal troMPete

BeetHoven / arUtUnian / StravinSKY

SÉRIE AllEgRo

16 de agostoquinta-feira, 20h30Palácio das artesFabio Mechetti reGente

leon Fleisher Piano

GinaStera / ravel / BerlioZ

SÉRIE ConCERtoS IntERnACIonAIS dA SAlA CECílIA MEIRElES

18 de agostosábado, 20h30, theatro Municipal do rio de JaneiroFabio Mechetti, reGente

leon Fleisher, Piano

GinaStera / ravel / BerlioZ

CláSSICoS no pARquE

26 de agostodomingo, 11hPraça duque de CaxiasMarcos arakaki, reGente

Marlon Humphreys, troMPete

Érico Fonseca, troMPete

CoPland / tCHaiKovSKY / vivaldi / PonCHielli / roSSini

SÉRIE VIVACE

28 de agostoterça-feira, 20h30Palácio das artesFabio Mechetti, reGente

antonio Meneses, violonCelo

dvorÁK / tCHaiKovSKY

seteMBro

CláSSICoS no pARquE

2 de setembrodomingo, 11hPraça da liberdade Marcos arakaki, reGente

BerlioZ / tCHaiKovSKY / Saint-SaënS / MendelSSoHn

VAlE CâMARA

6 de setembroquinta-feira, 19h30 e 21hMemorial Minas Gerais valeQuinteto de MetaisGaBrielli / SCHeidt / eWald / CraUSaZ / GaGliard / naGle

tuRnê EStAduAl

7 a 9 de setembrodivinópolis, diamantina e Sete lagoasMarcos arakaki, reGente

BraGa / Pedro i / GUarnieri / GUerra-PeiXe / GoMeS / tCHaiKovSKY

dIdátICoS (ConCertoS FeCHadoS)

10 e 11 de setembrosegunda e terça-feira, 9h30Sesc PalladiumMarcos arakaki, reGente

diomar Silveira, narrador

Britten / tCHaiKovSKY / GoUnod / CoPland / BernStein

VAlE CâMARA

13 de setembro quinta-feira, 19h30 e 21h, Memorial Minas Gerais valeQuarteto de CordasdeBUSSY / dvorÁK / HaYdn / MendelSSoHn / MoZart / tCHaiKovSKY / villa-loBoS

CláSSICoS no pARquE

16 de setembrodomingo, 15h30inhotimMarcos arakaki, reGente

BerlioZ / tCHaiKovSKY / Saint-SaënS / MendelSSoHn

FEStIVAl tIntA FRESCA ConCerto de enCerraMento

20 de setembroquinta-feira, 20h30SeSC PalladiumMarcos arakaki, reGente

Programa a ser anunciado

SÉRIE VIVACE

25 de setembroterça-feira, 20h30Palácio das artes Marcos arakaki reGente

Sonia rubinsky Piano

noBre / villa-loBoS / BeetHoven

VAlE CâMARA

27 de setembroquinta-feira, 19h30 e 21hMemorial Minas Gerais valeQuinteto de soproslaCerda / MendelSSoHn / ravel / JoHann StraUSS

ConCERtoS pARA A JuVEntudE

30 de setembrodomingo, 11hSeSC PalladiumMarcos arakaki, reGente

ravi Shankar, oBoÉ

dvorÁK / GinaStera / BaCH / Saint-SaënS / ravel

*chefe de naipe **assistente de chefe de naipe ***chefe/assistente substituto ****músico convidado

orQUestra FilarMÔNica de MiNas gerais

AGOStO 2012

dIREtoR ARtíStICo E REgEntE tItulARFabio MechettiREgEntE ASSIStEntEMarcos ArakakipRIMEIRoS VIolInoSanthony Flint spallarommel Fernandes assistente de spallaana Zivkovicarthur vieira tertoBojana Pantoviceliseu Martins de BarrosJovana trifunovic Marcio CecconelloMartha de Moura PacíficoMateus Freirerodolfo Marques toffolorodrigo de oliveiratiago ellwangerCamilo Simões ****SEgundoS VIolInoSFrank Haemmer *leonidas Cáceres **eri lou Miyake nogueiraGláucia de andrade BorgesJosé augusto de almeidaleonardo ottoniluka MilanovicMarija Mihajlovic radmila Bocevrodrigo Bustamante valentina GostilovitchVIolASJoão Carlos Ferreira *roberto Papi **Cleusa de Sana nébiasGerry varonaGilberto Paganini Glaúcia Martins de BarrosMarcelo nébiasnathan MedinaKatarzyna druzd William Martins VIolonCEloSelise Pittenger ***ana isabel Zorro Camila PacíficoCamilla ribeiroeduardo Swertslina radovanovic Matthew ryan-Kelzenberg Pedro Bielschowskyrobson Fonseca ContRAbAIxoSColin Chatfield *nilson Bellotto ** Brian Fountain Hector Manuel espinosaMarcelo Cunhavaldir Claudinoalmir amarante ****

FlAutASCássia lima*renata Xavier **alexandre Bragaelena SuchkovaoboÉSalexandre Barros *ravi Shankar **israel Silas MunizMoisés PenaClARInEtESMarcus Julius lander ***ney Campos Francoalexandre Silva FAgotESCatherine Carignan * ariana Pedrosaandrew HuntrisstRoMpASevgueni Gerassimov *Gustavo Garcia trindade **José Francisco dos Santoslucas Filho Fabio ogatatRoMpEtESMarlon Humphreys *erico oliveira Fonseca **daniel lealtRoMbonESMark John Mulley *Wagner Mayer **renato lisboatubASeleilton Cruz *tíMpAnoSPatricio Hernández Pradenas*pERCuSSãorafael Costa alberto *daniel lemos **Werner SilveiraSérgio aluottoHARpAGiselle BoeterstEClAdoSayumi Shigeta *gEREntE Jussan FernandesInSpEtoRAKarolina limaASSIStEntE AdMInIStRAtIVo débora vieiraARquIVIStASergio almeidaASSIStEntESana lucia KobayashiKlênio CarvalhoMaíra CimblerisSupERVISoR dE MontAgEMrodrigo CastroMontAdoRESCarlos natanaelJussan Meirelesluan Maia

iNstitUto cUltUral FilarMÔNica

dIREtoRIA ExECutIVA

diretor Presidente diomar Silveira diretor administrativo-financeirotiago Cacique Moraes diretora de ComunicaçãoJacqueline Guimarães Ferreiradiretor de Marketing e relacionamentothiago nagib Hinkelmann diretor de Produção MusicalMarcos Souza EquIpE tÉCnICA

Gerente de Comunicação Merrina Godinho delgadoGerente de Produção MusicalClaudia Guimarães ProdutoraCarolina debrot Produtorluis otávio amorim Produtornarren Felipe analista de Comunicação andréa Mendesanalista de Marketing de relacionamentoMônica Moreiraanalista de Marketing e ProjetosMariana theodoricaassistente de Comunicação Mariana Garcia auxiliar de Produçãolucas PaivaEquIpE AdMInIStRAtIVA

analista administrativo eliana Salazar analista de recursos HumanosQuézia Macedo Silvaanalista Financeirothais BoaventuraSecretária executiva Flaviana Mendes auxiliares administrativosCristiane reis, João Paulo de oliveira e vivian Figueiredorecepcionistalizonete Prates Siqueiraauxiliar de Serviços Geraisailda ConceiçãoMensageiroJeferson Silva Menor aprendizPietro tayrone ConSultoRA dE pRogRAMABerenice Menegale

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PRóxIMOS

concertos

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PatroCínio

aPoio CUltUral

divUlGação

aPoio inStitUCional

realiZação

www. incon f i denc i a . com.b r

aParelHos celUlares

Confira e não se esqueça, por favor, de desligar o seu celular ou qualquer outro aparelho sonoro.

tosse

Perturba a concentração dos músicos e da plateia. tente controlá-la com a ajuda de um lenço ou pastilha.

aPlaUsos

aplauda apenas no final das obras, que, muitas vezes, se compõem de dois ou mais movimentos. veja no programa o número de movimentos e fi-que de olho na atitude e gestos do regente.

PoNtUalidade

Uma vez iniciado um concerto, qualquer movi-mentação perturba a execução da obra. Seja pon-tual e respeite o fechamento das portas após o terceiro sinal. Se tiver que trocar de lugar ou sair antes do final da apresentação, aguarde o término de uma peça.

criaNÇas

Caso esteja acompanhado por crianças, escolha assentos próximos aos corredores. assim, você consegue sair rapidamente se ela se sentir des-confortável.

Fotos e gravaÇÕes eM ÁUdio e vÍdeo

não são permitidas na sala de concertos.

coMidas e BeBidas

Seu consumo não é permitido no interior da sala de concerto.

CUIDE DO SEU PROGRAMA DE CONCERTOS

o programa mensal impresso é elaborado com a participação de diversos especialistas e objetiva oferecer uma oportunidade a mais para se conhecer música, compositores e intérpretes. desfrute da leitura e estudo.

Solicitamos a todos que evitem o desperdício, pegando apenas um programa por mês.

Se você vier a mais de um concerto no mês, traga o seu programa ou, se o esqueceu em casa, use o programa entregue pelas recepcionistas e devolva-o, depositando-o em uma das caixas colocadas à saída do Grande teatro.

o programa se encontra também disponível em nosso site: www.filarmonica.art.br.

A Filarmônica é toda sua.

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Page 30: Temporada 2012 | Agosto

“Não tenho palavras para denominar o som produzido pela Filarmônica... Só posso dizer que nunca escutei nada igual em BH e que foi a experiência mais impressionante

que eu já tive em um concerto.”

www.fi larmonica.art.br

R. Paraíba, 330 | 120 andar | FuncionáriosCEP 30130-917 | Belo Horizonte | MG Tel. 31 3219 9000 | Fax 31 3219 9030 contato@fi larmonica.art.br

REALIZAÇÃO

estão falando sobre você.Sobre você que é o motivo da orquestra Filarmônica existir.Sobre você que é exigente com o que ouve.Sobre você que às terças e quintas espera se surpreender.estão falando sobre você.você que colabora para que a Filarmônica seja uma das melhores orquestras do país.você que faz diferença a cada concerto.você é a razão disso tudo. Pode se orgulhar.Quando falam sobre a orquestra Filarmônica estão falando de você.receba cada aplauso. você é a orquestra.A Filarmônica é toda sua.

a viola foi o primeiro instrumento a surgir na moderna família das cordas. nos primórdios da orquestra, ela era o instrumento de cordas mais relevante. Sua origem é a mesma do violino e do violoncelo – a antiga família das violas, que durante anos gerou vários instrumentos que procuravam alcançar todas as tonalidades, do mais grave ao mais agudo: viola da braccio (braço), viola da gamba (perna) e outros. a viola é o contralto da família, de som suave e encorpado, situado entre o violino e o violoncelo, geralmente responsável pelas progressões harmônicas em suporte às melodias mais destacadas. a Sinfonia Concertante de Mozart mostra com clareza as diferenças dos timbres da viola e do violino. na orquestra, as violas ficam mais internas ao palco, um pouco à direita do maestro. a orquestra Filarmônica de Minas Gerais tem 10 violistas, liderados pelo chefe de naipe João Carlos Ferreira.

agosto 2012

Guilherme Dantas Paoliello Série vivace_17 JUl 2012