teoria do crescimento polarizado

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte Centro de Ciências Sociais Aplicadas Programa de Pós-Graduação em Economia Profª: Drª Maria do Socorro Gondim Teixeira Disciplina: Economia Regional TEORIA DO CRESCIMENTO POLARIZADO Discentes: Débora Chaves Meireles Isabel Caldas Borges Agosto/2012

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Page 1: Teoria do crescimento polarizado

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Centro de Ciências Sociais Aplicadas

Programa de Pós-Graduação em Economia

Profª: Drª Maria do Socorro Gondim Teixeira

Disciplina: Economia Regional

TEORIA DO CRESCIMENTO POLARIZADO

Discentes: Débora Chaves Meireles

Isabel Caldas Borges

Agosto/2012

Page 2: Teoria do crescimento polarizado

Introdução

Objetivo: Pretende-se abordar as principais contribuições da Teoria do Crescimento

Polarizado na ciência regional e suas críticas ao longo dos últimos anos.

Metodologia: A partir das obras dos autores Perroux (1967), Andrade (1987),

Schwartzman (1977), foram elencados vários conceitos de economia regional, como

o de região, espaço, teoria dos pólos de crescimento e desenvolvimento.

A estrutura do seminário:

Primeira seção: discussão sobre a origem da teoria;

Segunda seção: uma breve discussão teórica sobre o conceito de Espaço e Pólo de

Crescimento e desenvolvimento.

Terceira seção: a noção de Indústria Motriz.

Quarta seção: descreve as formas de desenvolvimento polarizado.

Quinta seção: a interpretação da hierarquia de Pólos

Sexta seção: Críticas a Teoria dos Pólos de Crescimento.

Page 3: Teoria do crescimento polarizado

1. Origem da Teoria

Economista Francês

Professor da Universidade de Lyon e da Universidade

de Paris.

No ano de 1955: elaborou sua teoria dos pólos de

crescimento estudo sobre a concentração industrial

na França, em torno de Paris e na Alemanha, ao longo

do Vale da Ruhr.

Os pólos industriais de crescimento surgem:

Em torno de uma aglomeração urbana (Paris);

Ao longo das grandes fontes de matérias-primas (Vale

da Ruhr);

Nos locais de passagem de fluxos comerciais

significativos

Page 4: Teoria do crescimento polarizado

2. Breve discussão teórica sobre o conceito de Espaço,

Pólo de Crescimento e Desenvolvimento

Espaço Polarizado

Compreende forças de atração

(centrípetas) e de repulsão

(centrífugas)

Como conseqüência da concentração

de população e de produção, ou seja, é

a área de influência de certo pólo.ESPAÇO

Conteúdo de um plano

Campo de forças

Conjunto homogêneo

Page 5: Teoria do crescimento polarizado

2. Breve discussão teórica sobre o conceito de Espaço, Pólo de

Crescimento e Desenvolvimento.

Andrade (1987)

O crescimento econômico não se faz de

forma diferenciada por todo o espaço de

um país ou partes de uma região, mas se

manifesta em certos pontos, a que

Perroux chama de Pólos de crescimento.

O crescimento econômico é próprio

de áreas favorecidas.

Surgimento de indústria motriz

crescimento aparece beneficiando outras

regiões que a cercam, que são para elas

polarizadas.

REGIÃO 1 (INDÚSTRIA

MOTRIZ)

REGIÃO 2

REGIÃO 3

Page 6: Teoria do crescimento polarizado

2. Breve discussão teórica sobre o conceito de Espaço, Pólo de

Crescimento e Desenvolvimento.

Pólo de crescimento é o produto

das economias de aglomeração

gerada pelo complexos industrial,

que é liderado pela indústria motriz.

Pólo de desenvolvimento

provoca transformações estruturais e

expande o produto e o emprego no

meio em que está inserido.

INDÚSTRIA MOTRIZ

INDÚSTRIA 1

INDÚSTRIA 2

INDÚSTRIA 3

INDÚSTRIA 4

Page 7: Teoria do crescimento polarizado

3. Noção de Indústria Motriz

Pólo de crescimento surge com o aparecimento da INDÚSTRIA MOTRIZ

INDÚSTRIA MOTRIZ realiza a separação dos fatores de produção, provoca

uma concentração de capitais e decompõe de forma técnica as tarefas e a

mecanização (Peroux, 1977; Andrade, 1987).

Características da Indústria Motriz:

Não há concorrente entre as indústrias;

Dinamização regional;

Provoca a atração de outras indústrias;

Aglomeração de população;

Estimula o desenvolvimento das atividades agrícolas, pecuárias, alimentos,

matérias-primas, atividades terciárias.

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COMPLEXO INDUSTRIAL

Indústria-chave

Regime não-concorrencial do complexo

Concentração territorial

COMPLEXO

INDUSTRIAL

Page 8: Teoria do crescimento polarizado

3. Noção de Indústria Motriz

Os efeitos motrizes da indústria NÃO SÃO PERMANENTES. Porque? Se uma

indústria provoca o aparecimento do pólo de crescimento, se ela não renovar e

inovar, acaba não dando margem a outras indústrias para manter a dinamização

da região, e faz com que o pólo desapareça de forma gradativa, e a função

polarizadora será realizada por outros centros e por outros pólos.

Pólo: “é o centro econômico dinâmico de uma região, de um país ou de um

continente, e que seu crescimento se faz sentir sobre a região que o cerca, de vez

que ele cria fluxos da região para o centro e refluxos do centro para a região. O

desenvolvimento regional estará, assim, sempre ligado ao seu pólo.” (Andrade,

1994. p.59)

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Inovação para

permanência da Indústria

Page 9: Teoria do crescimento polarizado

Distinção: Crescimento x Desenvolvimento

Segundo Perroux Pólo de crescimento não se identifica com o

de desenvolvimento.

Desenvolvimento: “é a combinação de mudanças sociais e mentais

de uma população que a tornam apta a fazer crescer,

cumulativamente e de forma durável seu produto real e global.”

(Perroux, 1977)

Crescimento: “existe apenas quando há um aumento do produto

global e, consequentemente, da renda per capita.”(Andrade, 1994)

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Page 10: Teoria do crescimento polarizado

4. Formas de Desenvolvimento Polarizado

Perroux o pólo é sempre um ponto ou uma área que exerce influência sobre

uma região por exemplo canalizada por estradas.

Polarização = f (indústria)

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Pólos Definição

Pólo-Nação • Ligado a teoria da economia dominante.

• Importância relativa as fronteiras que separam os

vários países: países-focos (superindustrializadas) e

países-satélites (dependência econômica)

Pólo-Região • São Paulo

Pólo-Cidade • Natal.

Page 11: Teoria do crescimento polarizado

4.Formas de Desenvolvimento Polarizado

Eixo de desenvolvimento: É o caminho que liga dois pólos, em que são constituídos por

uma via de transporte e por centros de crescimento, com infra-estruturas para atividades

industriais e de prestação de serviços.

Nós de tráfego: acontecem nos pontos em que se cruzam dois eixos de desenvolvimento

estradas duas grandes rodovias.

Zonas de desenvolvimento: são os resultados da concentração geográfica das indústrias

devido aos efeitos da complementação. Onde a presença de determinadas indústrias atrai

outras indústrias que lhe são complementares e acaba funcionando como um elemento de

atração de imigrantes que trabalham na indústria e atende os que nela trabalham.

Pontos de desenvolvimento: é o conjunto que engloba os pólos tanto simples como

complexos, podemos dizer as zonas de desenvolvimento e os eixos de desenvolvimento.

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Page 12: Teoria do crescimento polarizado

5.Hierarquia dos Pólos

A hierarquia entre os pólos são: internacionais,

nacionais, macrorregionais, regionais, sub-regionais e

locais.

Internacionais: Metrópoles econômicas New York,

Londres.

Nacionais: México, na República Mexicana; Lima, no

Peru.

Macrorregionais: 9 pólos macrorregionais: Belém,

Fortaleza, Recife, Salvador, BH, RJ, SP, Curitiba e

POA.

Regionais: Uberlândia, Uberaba, Campo Grande, Santa

Maria, com uma constelação de pólos sub-regionais e

finalmente haveria os pólos locais.

Locais

Sub-regionais

Regionais

Macrorregionais

Nacionais

Inter

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Page 13: Teoria do crescimento polarizado

Regiões Homogêneas, Polarizadas e Regiões de Programação

Paelinck (1970)

O conceito de polarização esclarece 3 conceitos operacionais da região.

Região homogênea: estudo de uma região baseado em critérios selecionados como:

densidade, estrutura da população, tipo de investimento etc...

Ex : regiões de monocultura agrícola ou regiões industriais monopolíticas.

Região polarizada: definida como um lugar de intercâmbio de bens e serviços.

Região polarizada contraria a região homogênea, pois nessa a descrição é

relativamente simples.

Região de programação:Uma região polarizada está para uma região programa.

Essa região programa inclui uma perspectiva do espaço econômico-geográfico

através de um modelo descritivo.

A região programa leva em consideração os efeitos de dominação da empresa

motriz.

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Page 14: Teoria do crescimento polarizado

Regiões Homogêneas, Polarizadas e Regiões de Programação

Boudeville, afirma que a região programa não coincide com a região polarizada.

Regiões programas possui vocação de criar regiões polarizadas com rendimentos

maiores.

A região programa compreenderá 5 zonas:

Zona “A” (Agrícola).

Zona “B” (Urbana- Serviços).

Zona “C” (Indústria- Siderúrgica).

Zona “D e E” (Zona mineiras, carvão e

Minério de ferro).

A região polarizada defini-se como a soma de

A+B+C: as regiões D e E fornecem

matéria-prima

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Page 15: Teoria do crescimento polarizado

Análise Funcional dos Efeitos de Polarização

Paelinck (1970)

Constitui um pólo de crescimento um indústria que pelos fluxos de produtos e de

rendas que pode gerar, condiciona a expansão e o crescimento de industrias

tecnicamente ligadas a POLARIZAÇÃO TECNICA;

Determina a prosperidade do setor terciário, por meio das rendas que gera

(POLARIZAÇÃO DAS RENDAS) aumento da renda regional;

Concentração de novas atividades numa zona determinada, mediante a

perspectiva de poder dispor de certos fatores de produção existente nessa zona

(POLARIZAÇÃO PSICOLÓGICA E GEOGRÁFICA) economizariam com

os custos de transporte ; e concentração de trabalhadores, técnicos e capacidade

empresarial na mesma localidade.Here comes your footer Page 15

Page 16: Teoria do crescimento polarizado

Análise Funcional dos Efeitos de Polarização

Polarização técnica: Se a integração técnica não se produz a estrutura econômica

regional fica “débil”. O progresso técnico se baseia na colaboração entre

indústrias e diversos ramos. Constitui o motor da diversificação regional e dos

efeitos benéficos que ela implica.

Polarização pelas rendas: Constitui função de vários elementos, como a estrutura

demográfica, atração do emprego, sua composição (trabalho de mulheres, a

capacitação técnica, a estrutura financeira das empresas).

Polarização Psicológica: fenômenos de imitação: as decisões de investimento de

empresas pequenas e médias dependem, do comportamento criativo das empresas

motrizes. Técnicas de informação. Conhecimento exato do comportamento dos

empresários (riscos). Existência de um programa detalhado de crescimento

regional contribui para o favorecimento deste desenvolvimento regional.

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Page 17: Teoria do crescimento polarizado

Vantagens e Desvantagens dos Pólos de Crescimento

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Vantagens Desvantagens

Promoção do crescimento e emprego. Impactos destrutivos sobre o meio ambiente

pelo uso indiscriminado.

Aumento da competitividade econômica. Aumento populacional no local

(migrações).

Desenvolvimento de empresas locais

Modernização da Infra- Estrutura local.

Atração de grandes investimentos

Page 18: Teoria do crescimento polarizado

6.Críticas a Teoria dos Pólos de Crescimento

Lipietz (1988) faz um crítica aos modelos de localização que são identificado como um

espaço-localização, o espaço como superfície e o espaço como sistema.

Teoria dos “Pólos de Crescimento”.

Somente falta a escola de Perroux colocar o problema em termos marxistas de

acumulação, de articulação dos modos de produção e de imperialismo, para encontrar os

modelos já expostos de acumulação autocentrada e de acumulação extrovertida.

A escola de Perroux não dá o passo que lhe permitiria explicar porque a mesma indústria

pode ser industrializante em certos casos e desarticulante em outros.

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Page 19: Teoria do crescimento polarizado

Críticas a Teoria dos Pólos de Crescimento

Atendo-se a problemática de comportamento privado da firma motriz como

sujeito estruturador do espaço social circundante, Perroux tenta forçar a

identificação entre o espaço conteúdo e um plano da firma e o espaço social

regional, o que permite suprimir o problema colocado pela inexistência de uma

lei do valor no espaço e manter o mito da criação liberal, privada, do espaço

social racional.

A concepção da firma motriz, se identifica com um espaço polarizado,

corresponde ao aparecimento do estádio monopolista do modo de produção, com

suas novas formas de resolução da contradição social/privado, inclusive em sua

dimensão espacial.

A obra de Perroux é para o estádio monopolista do capitalismo.

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Page 20: Teoria do crescimento polarizado

Críticas a Teoria dos Pólos de Crescimento

Seguindo Perroux, Jacques-R Boudeville trabalhou a noção de espaço com o

intuito de fornecer um caráter mais operacional e territorial.

Espaço como uma realidade concreta e não abstrata.

Espaço das relações existentes entre as atividades econômicas e dos lugares

geográficos.

Assim como Perroux, Boudeville distigue 3 noções de espaços.

1º Econômico: espaço caracterizado de acordo com maior ou menor

uniformidade, o espaço é homogêneo.

2º Interdependência e hierarquias: o espaço é polarizado.

3º Centro de decisão e do objetivo: o espaço é um programa/plano.

Ao contrario de Perroux, Boudeville conceitua a região de modo que o espaço ele

segue uma continuidade da superfície, facilitando a ação coletiva.

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Page 21: Teoria do crescimento polarizado

Críticas a Teoria dos Pólos de Crescimento

Boudeville

Espaço homogêneo: continuo, cada uma das partes apresenta características

semelhantes.

Espaço polarizado: considera-se a interdependência das aglomerações urbanas.

Espaço plano: espaço continuo onde as partes estão sob a mesma decisão, a

região plano deve maximizar ao efeitos de um programa.

Métodos definidos por Boudeville para estabelecer fronteiras.

Regiões homogêneas: reunião de pequenas unidades locais com mesmas

características.

Regiões polarizadas: deve-se considerar interdependência em torno do pólo.

Regiões plano: deve-se considerar os efeitos aglomeração e polarização.

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Page 22: Teoria do crescimento polarizado

Críticas a Teoria dos Pólos de Crescimento

Boudeville

Destaca a importância dos instrumento de política regional como meio de

orientação dos pólos de desenvolvimento urbano.

Evidencia também a importância dos centros urbanos e das bacias fluviais para

integrar a economia nacional.

Refere-se a necessidade de políticas econômicas para harmonizar o crescimento.

Concede caráter pragmático a análise espacial, enfatizando aspectos passíveis de

utilização em planejamento.

Perroux

Considerava o plano de ação como sendo de unidades produtoras, apenas

referindo-se a possibilidade dessa unidade ser estatal.

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Page 23: Teoria do crescimento polarizado

7.Considerações Finais

A teoria da polarização é uma condição da teoria do crescimento

regional indica as condições sob as quais um desenvolvimento

regional acelerado pode produzir-se.

Teoria da polarização ampliou o conceito de Complexo Industrial.

Permite um desenvolvimento econômico e geográfico em

determinada região.

Page 24: Teoria do crescimento polarizado

Referências

ANDRADE, Manuel Correa de. Espaço, Polarização e Desenvolvimento. São Paulo,

Atlas, 1987.

CLEMENTE, Ademir. Economia Regional e Urbana. São Paulo, Atlas, 1994.

LIPIETZ, A. A inscrição material do espaço. O capital e seu espaço. SP: Nobel

PERROUX, François. O conceito de Pólo de Crescimento. A economia do século

XX. Porto, Herder, 1967.

______. Os espaços econômicos. A economia do século XX. Porto, Herder, 1967.

SCHAWARTZMAN, S. Economia Regional textos escolhidos. Belo Horizonte,

CEDEPLAR, 1977.

SOUZA, Nali de Jesus de .Teoria dos Pólos, Regiões Inteligentes e Sistemas

Regionais de Inovação. Análise Porto Alegre v. 16 n. 1 p. 87-112 jan./jul. 2005.

LIMA, Ana Carolina da Cruz; SIMÕES, Rodrigo Ferreira. Teorias do

desenvolvimento regional e suas implicações de política econômica no pós-guerra:

o caso do Brasil. Belo Horizonte: UFMG/Cedeplar, 2009.