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TEORIA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL – UFRGSDEPARTAMENTO DE ECONOMIACURSO DE CIÊNCIAS ECONÔMICASDISCIPLINA: TEORIA MICROECONÔMICA IIPrimeiro Semestre/2001Professor: Sabino da Silva Porto JúniorEstagio Docência: Rafael Tiecher Cusinato.
Notas de Aula 5: MONOPÓLIO (Varian cap.23)
Rafael Tiecher Cusinato
1. Características
Uma firma em uma indústria Não há substitutos próximos para o bem que a firma produz Barreiras à entrada
Restrições legais Patentes e direitos autorais Controle de recursos estratégicos Economias de escala (monopólio natural)
2. Maximização de lucros
p(y) = curva de demanda inversa de mercadoc(y) = função custor(y) = p(y) y [função receita do monopolista]
Problema da maximização de lucros do monopolista: Max r(y) – c(y) y
Condição de otimização: RMg(y) = CMg(y)
Derivando a função receita do monopolista em relação a y temos:
(2)
Mas
e (3)
[ elasticidade da demanda]Logo,
(4)
Desde que a elasticidade seja negativa, podemos escrever a condição de ótimo como:
(5)
A partir da equação (5) podemos verificar a ligação do modelo monopolístico com o competitivo:
▶ Se a curva de demanda é infinitamente elástica, então 1/∣∈∣ = 1/ = 0. Portanto, a versão apropriada desta equação para uma firma competitiva é a de que o preço se iguala ao custo marginal.
▶ O monopolista nunca operará onde a curva de demanda é inelástica. Se ∣∈∣<1, então 1/∣∈∣>1 e, portanto, a receita marginal é negativa e não haverá possibilidade de seigualar ao custo marginal. Podemos pensar intuitivamente, se ∣∈∣<1 então reduzir o produto aumentará a receita. Conseqüentemente, haverá uma redução do custo total e os lucros irão aumentar. Portanto, qualquer ponto onde ∣∈∣<1 não pode ser um ponto de lucro máximo
(1)
para um monopolista, uma vez que poderia aumentar seus lucros produzindo menos. Logo, um ponto ótimo só ocorre onde ∣∈∣≥1,
3. Curva de demanda linear e monopólio
p(y) = a – by [curva de demanda linear]r(y) = p(y)y = ay – by2 [função receita]RMg(y) = a – 2by [função receita marginal]
O produto ótimo y* é o ponto onde a curva de receita marginal intercepta a curva de custo marginal. O monopolista então cobrará o preço máximo que puder obter para esse produto, p(y*). Isto dá ao monoplista a receita de p(y*)y* da qual subtraímos o custo total c(y*) = CMe(y*)y*, deixando a área de lucro como ilustrada.
4. Estabelecimento de preços com markup
[preços com markup]
[markup]
CMe
y*
p(y*)
RMg (inclin. = -2b)
CMg
CMe(y*)
Como ∣∈∣≥1, i.e., o monopolista não opera no ramo inelástico da curva de demanda, então o markup deve ser maior ou igual a 1.
5. Impacto de um imposto sobre um monopolista
Consideraremos uma firma com custos marginais constantes e curva de demanda linear como representada no gráfico abaixo:
Como a curva de demanda possui metade da inclinação da curva de receita marginal, metade do valor do imposto é repassado aos preços.
Este é um resultado para o caso particular da curva de demanda linear. Para o caso geral, uma elevação de imposto pode ser repassado aos preços numa quantia menor ou maior do que o valor do imposto.
6. A ineficiência e perda de peso morto do monopólio
Verificaremos a ineficiência do monopólio através da perda de peso morto do monopólio.
7. Monopólio Natural
Quando há grandes custos fixos e custos marginais pequenos pode-se atingir a situação conhecida como monopólio natural.
Um exemplo é mostrado na figura acima. Note que o ponto mínimo da curva de custo médio está à direita da curva de demanda e a intersecção da demanda e do custo marginal se localiza abaixo da curva de custo médio. Embora o nível de produto yCmg seja eficiente (seria o nível resultante de um mercado competitivo), não é lucrativo. Se um regulador estabelecesse esse nível de produto, o monopolista preferiria abandonar o negócio.
8. Discriminação de preços
Variações (da situação de monopólio para concorrência perfeita)
Excedente do monopolista = - A + CExcedente do consumidor = A + BPerda de peso morto do monopólio
= C + B
yCmg
Discriminação de preços de primeiro grau
O monopolista vende unidades diferentes do produto a preços diferentes, e esses preços podem ser diferentes de pessoa para pessoa.
É também chamado de discriminação perfeita de preços. Neste caso, não há excedente do consumidor – todo o excedente é apropriado pelo produtor.
Uma discriminação perfeita de preços produz um nível de produto eficiente – temos um equilíbrio eficiente de Pareto.
Discriminação de preços de segundo grau
O monopolista vende diferentes unidades do produto por preços diferentes, mas cada indivíduo que compra a mesma quantidade do bem paga o mesmo preço.
Um exemplo: descontos de volume: quanto maior a quantidade comprada, menor é o preço unitário cobrado.
Discriminação de preços de terceiro grau
O monopolista vende o produto para diferentes pessoas por preços diferentes, mas cada unidade vendida para uma pessoa é vendida ao mesmo preço.
É uma forma bem comum de discriminação de preços. Exemplos: descontos para idosos, estudantes, etc.
Se o monopolista discrimina preços entre dois mercados diferentes, o mercado que possuir a elasticidade da demanda mais alta apresentará o preço mais baixo. Uma demanda elástica é uma demanda sensível a preços. Uma firma que discrimina, portanto, irá estabelecer um preço mais baixo para o grupo mais sensível e um preço mais alto para o grupo que é relativamente insensível aos preços. Dessa forma, a firma maximiza seus lucros totais.