terras do bem virá resumo
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RESUMO
Documentário: Nas terras do Bem-virá
Este filme retrata os conflitos fundiários sucedidos na Amazônia, marcado pelo
trabalho escravo e devastação do meio ambiente. Muitos trabalhadores vislumbrados em
encontrar na Amazônia uma melhor qualidade de vida se arriscaram em uma promessa
enganosa. Deparando-se com o mar de sofrimentos. Fazendeiros que impunham a seus
trabalhadores uma dívida sem fim, descontrolada, que nunca acabava. Ficando o trabalhador
honesto obrigado a pagar. Sem alternativa, não podiam fugir, pois eram ameaçados e sujeitos
a açoites e humilhação. No documentário os fazendeiros relatavam uma realidade não
vivenciada pelos seus trabalhadores e diziam desconhecer os maus tratos que os peões
sofriam. Alegando que davam serviço para os favelados e famintos. Eram trabalhadores de
baixa e sem nenhuma escolaridade, brasileiros considerados inexistentes. A realidade dos
fazendeiros que foram pegos usufruindo de mão-de-obra escrava se resumia em pagar o que já
deviam. E nunca ninguém foi preso e nem suas terras foram confiscadas, suas penas foram
transformadas em acertos administrativos. E pouquíssimos tiveram seu nome inscrito em
ficha suja, restringindo a créditos. Com isso o trabalho escravo era mantido novamente. Já que
as penalidades para esse crime eram brandas. Segundo relatos do bispo, esses fazendeiros
atualmente mudaram de roupagem e apareceram como agronegócio, devastando o meio
ambiente e dando continuidade a opressão. Dando lugar a conflitos do agronegócio, de um
lado a pecuária extensiva, soja, eucalipto, extração madeireira, etc. e na outra parte
trabalhadores que tentam sobreviver de forma digna e que se encontravam executando suas
atividades de sustento a mais de vinte anos em determinadas terras. Terras sem dono, onde
trabalhadores foram despejados para dar lugar aos donos do agronegócio. Um verdadeiro
modelo de exclusão social, onde homens pobres eram mantidos como escravos e suas
mulheres como prostitutas. A partir daí fortaleceu o Movimento dos Sem Terras. Conflitos
estes que, causou aos manifestantes mortes e feridas que nunca iam cicatrizar-se. Lembranças
tristes aos sobreviventes que jamais seriam apagadas enquanto existissem. Iniciando um
drama no país, a busca pela Reforma Agrária. A realidade de um verdadeiro faroeste, com
presença de violência estrutural permanentemente e atuação extremamente danosa por parte
dos policiais. O estado sequer era capaz de cumprir com a Reforma Agrária, se fazendo
ausente. Silenciando a imprensa. E houve a ocorrência de crimes policiais como a ocultação
de cadáveres e emissão de documentos forjados. Prevalecendo a impunidade. Aumentando os
crimes de assassinatos causados por pistolagem, a tornado uma profissão sustentada pelos
donos de grandes latifúndios. O filme pontua a chegada da missionaria Dorothy Stang, que
trouxe consigo a missão de orientar, direcionar e organizar a população camponesa daquela
área a utilizar os recursos naturais de maneira sustentável e mostrar-lhes soluções para os
conflitos fundiários. Sendo solidaria e defendendo o povo do campo. Não agradando aos
interesses de muitos fazendeiros e madeireiros, que insatisfeitos com sua conduta, fizeram
varias ameaças de morte. Mas não foi suficiente para abalar o objetivo dessa guerreira, de
lutar pela melhoria de vida daquele povo sofrido. E em uma manha do dia 12 de fevereiro de
2005, assassinaram covardemente a missionaria Dorothy Stang. O filme mostra os relatos
tanto dos agricultores que conviviam com a missionaria, que perderam sua líder, como dos
grandes fazendeiros, que diziam que ela tinha morrido por culpa própria. Esse documentário
mostra a impressionante total impunidade dos fazendeiros.
K.Silva