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Teste de Geografia - Fev 2011 Temas: 3º Mundo e a emergência das semi-periferias (pág. 90 a 133 – Volume 1); Fluxos (até pág. 50 – Volume 2). 3º Mundo Características que reflectem a situação de subdesenvolvimento económico, social e politico em que se encontram os países dos sul: Nível económico: o rendimento é baixo e existem muitas desigualdades na sua repartição. A mão-de-obra é maioritariamente desqualificada e agrícola. A estrutura da produção e das exportações é dominada por produtos agrícolas, matérias-primas e bens de baixo valor; Nível demográfico: o crescimento da população é acentuado, a taxa de mortalidade infantil é elevada e a esperança média de vida é reduzida; Nível social: a taxa de analfabetismo é elevada, a assistência médica é precária, a rede sanitária é deficiente, as mulheres são discriminadas, as condições de habitação são inadequadas e a fome e a escassez de alimentos são generalizadas; Nível político: a instabilidade política e social é permanente, os conflitos étnicos e fronteiriços são frequentes, os governos são corruptos e os direitos humanos não são respeitados. Factores de desenvolvimento: Recursos humanos (mão-de-obra, educação, formação, disciplina e motivação);

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Page 1: Teste de Geografia

Teste de Geografia - Fev 2011

Temas:

3º Mundo e a emergência das semi-periferias (pág. 90 a 133 – Volume 1); Fluxos (até pág. 50 – Volume 2).

3º Mundo

Características que reflectem a situação de subdesenvolvimento económico, social e politico em que se encontram os países dos sul:

Nível económico: o rendimento é baixo e existem muitas desigualdades na sua repartição. A mão-de-obra é maioritariamente desqualificada e agrícola. A estrutura da produção e das exportações é dominada por produtos agrícolas, matérias-primas e bens de baixo valor;

Nível demográfico: o crescimento da população é acentuado, a taxa de mortalidade infantil é elevada e a esperança média de vida é reduzida;

Nível social: a taxa de analfabetismo é elevada, a assistência médica é precária, a rede sanitária é deficiente, as mulheres são discriminadas, as condições de habitação são inadequadas e a fome e a escassez de alimentos são generalizadas;

Nível político: a instabilidade política e social é permanente, os conflitos étnicos e fronteiriços são frequentes, os governos são corruptos e os direitos humanos não são respeitados.

Factores de desenvolvimento:

Recursos humanos (mão-de-obra, educação, formação, disciplina e motivação); Recursos naturais (solo arável, minerais, combustível e clima); Formação de capital (máquinas, fábricas e estradas); Tecnologia (ciência, gestão e iniciativa empresarial).

Factores que causam o subdesenvolvimento dos PED:

Naturais – o meio natural é um grande obstáculo ao desenvolvimento pois não é possível realizar-se uma actividade agrícola onde são frequentes os longos períodos de seca e um solo pouco fértil. As catástrofes naturais também são frequentes, agravando ainda mais as condições de sobrevivência;

Históricos – a colonização é a grande “culpada”, na medida em que organizou as estruturas económicas de acordo com as necessidades das nações

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colonizadoras dinamizando as actividades voltadas para o comercio externo e levando á falência as actividades locais;

Demográfico – o crescimento demográfico explosivo contribui para o aumento do número de pessoas subalimentadas;

Económico – a dependência económica provoca o endividamento externo dos PED, que são totalmente dominados pelo exterior em diversos sectores:

o Comercial – grande dependência da variação da procura de produtos primários e dos preços nos mercados externos;

o Financeiro – grande dependência do investimento estrangeiro e de empréstimos para reequilibrar a economia que ainda agrava mais a divida externa;

o Tecnológico – necessidade de importação de patentes e de técnicos estrangeiros.

Os reflexos da colonização:

A maior parte dos países de África, Ásia e América Latina que actualmente constituem o denominado Terceiro Mundo eram no século XIX colónias dos países ocidentais desenvolvidos.

Após a II Guerra Mundial apoiados pela Carta da Nações Unidas, que defende o direito dos povos colonizados à auto-determinação e independência, dá-se o desmoronamento dos seculares impérios coloniais europeus fazendo surgir um novo mapa político em vários continentes.

O período de colonização deixou várias consequências nos planos: económico, social e político:

Destruição das economias tradicionais – exportação de produtos primários de baixo valor acrescentado e importação de produtos manufacturados pagos a preços elevados.

Pilhagem dos recursos naturais. Criação de fronteiras políticas artificiais – sem ter em conta a cultura e as

afinidades dos povos. Destruição das estruturas sociais, políticas e linguísticas. Cidades construídas de forma a servir os interesses das metrópoles. Ritmo de crescimento demográfico acelerado devido à baixa da taxa de

mortalidade. Migrações internas e vagas de refugiados. Dualismo económico, um moderno e lucrativo controlado pelas transnacionais,

outro tradicional e pouco produtivo virado para o auto-consumo. Desigualdades económicas e sociais profundas entre as elites do poder e uma

vasta população que vive na pobreza.

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O frágil posicionamento do 3º Mundo no Comercio internacional

Divisão internacional do trabalho:

Exportam Matérias-primas Importam

Importam Produtos transformados Exportam

(muito valorizados)

O comércio internacional é denominado pelas estratégias dos países industrializados e por grandes empresas transnacionais

Países em desenvolvimentos NPI (novos países industrializados).

4 Dragões asiáticos (Taiwan, Coreia do sul, Singapura e Hong-Kong). Brasil, Argentina e México.

Conclusão:

Em oposição aos países industrializados os países do Terceiro Mundo detêm globalmente uma proporção muito fraca das trocas mundiais, sobretudo se atendermos à proporção territorial e demográfica.

Destaca-se a Ásia em que alguns estados alcançaram já um lugar de relevo no comércio internacional – Quatro Dragões Asiáticos – Hong Kong, Singapura, Taiwan e Coreia do Sul, que representam dois terços das exportações de produtos manufacturados de todo o Terceiro Mundo.

Na América Latina destacam-se os países com maior dinamismo económico: o México e o Brasil que detêm mais de metade das trocas latino – americanas.

Á África cabem-lhe apenas 2,5 % do comércio mundial. Mesmo assim cerca de 60% do comércio externo africano concentra-se em apenas 4 países: África do Sul, Nigéria, Argélia e Líbia. À excepção da África do Sul o comércio daqueles países concentra-se na exportação de petróleo e também (embora menos) na de gás natural.

Países em Desenvolvimento

Países Desenvolvidos

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Em 1950, o 3º mundo detinha de 30 % das exportações mundiais. Esta modificação deve-se:

Aos choques petrolíferos (1973 e 1979) o petróleo aumenta a sua importância no total das exportações do Terceiro Mundo (2/3).

Em meados de 80 com a descida do preço do petróleo este perde importância que detinha sendo substituído pelos produtos manufacturados dos NPI.

Por outro lado verifica-se um grande instabilidade dos preços das matérias-primas o que agrava ainda mais a situação de dependência. DE TROCA

Termos de Troca - Relação entre o valor dos bens exportados e o valor dos bens importados.

Quando o valor das exportações é superior ao das importações verifica-se uma: VALORIZAÇÃO DOS TERMOS DE TROCA

Quando se verifica a situação inversa fala-se numa deterioração ou: DEGRADAÇÃO DOS TERMOS DE TROCA

Factores que explicam a degradação dos termos de troca:

A estrutura das exportações – Os países em desenvolvimento exportam produtos de baixo valor enquanto que os produtos que importam têm um valor muito mais elevado;

Aumento de oferta de produtos brutos – Como dominam as exportações dos PED, e como exportam em demasia, os produtos ficam com um valor mais baixo;

Diminuição da procura de matérias-primas – Redução das quantidades de matéria-prima devido ao desenvolvimento da tecnologia;

Substituição de matérias-primas por produtos sintéticos; Restrições ao acesso nos mercados dos países do Norte – Os países do Norte

que dominam os mercados não permitem que os PED tenham uma margem de lucro muito alta, pois querem os lucros todos para eles.

Ajuda internacional ao 3º Mundo:

Ajuda pública ao Desenvolvimento (Bilateral - Quando é concedida por um Estado directamente a outro Estado sob a forma de empréstimo ou doação. Multilateral - Quando é concedida a um Estado através de organismos internacionais como o Banco Mundial ou o fundo monetário internacional).

Ajuda Humanitária (pobreza extrema) ou de emergência (catástrofes naturais) Ajuda privada:

Investimento Directo Estrangeiro; Empréstimos; Doações efectuadas por ONG.

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Falência da ajuda:

É insuficiente; Esconde interesses - Os países doadores orientam a ajuda para as regiões onde

têm interesses e fazem-na segundo os seus interesses; Não é isenta - Não tem sido orientada para os que mais precisam mas sim para

os que oferecem mais garantias; Aplica modelos que não se adequam à realidade dos PED.

Países receptores:

A ajuda tem sido mal canalizada - Não é aplicada na melhoria da qualidade de vida das populações mas em armamento ou despesas supérfluas;

A ajuda fica nas mãos de quem governa; A ajuda desincentiva a produção local; A ajuda pode originar o agravamento das desigualdades.

Agravamento da divida externa:

Subida das taxas de juro; Valorização do dólar; Desvalorização dos produtos primários.

Medidas a tomar:

Atribuição de novos créditos; Reescalonamento da divida; Aligeiramento (perdão parcial) da divida; Aplicação de programas de ajustamento estrutural.

Programas de ajustamento estrutural:

Medidas impostas pelo fundo monetário internacional aos países endividados de forma a controlar o seu défice e a sua inflação.

Privatização do poder de compra; Degradação dos serviços públicos; Redução do consumo; Desemprego.

Estas medidas têm alguns efeitos negativos para a população nomeadamente:

Redução do poder de compra; Degradação dos serviços públicos; Redução de salários da função pública; Diminuição das importações o que origina quebras na produção industrial.

Emergência das Semi-periferias

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PPME – Países pobres muito endividados.NPI – Novos Países Industrializados:

1ª Geração Hong – Kong, Taiwan, Coreia do Sul e Singapura (Dragões Asiáticos)2ª Geração Tailândia, Filipinas, Indonésia (Tigres do Oriente)

1ª Geração _ Medidas restritivas dos PD aos produtos v

2ºGeração(mão-de-obra ainda mais barata, Legislação ainda mais permissiva)

Industria pesada, muito poluente

Factores de afirmação dos NPI:

Posição geopolítica – Os NPI receberam uma grande ajuda financeira dos EUA e do Japão;

Condições geográficas – A posição marítima facilita o comércio com o exterior e facto de o clima permitir uma agricultura intensiva para alimentar muita gente;

Proximidade de um país modelo – O crescimento económico japonês tem estimulado os mercados regionais;

Características da mão-de-obra – Numerosa devido à natalidade, fluxos de emigrantes e progressos na saúde; Qualificada em consequência da abundante oferta de trabalhadores e da elevada percentagem de jovens e mulheres recebendo salários inferiores a media; Disciplinada);

Papel do estado – Fortemente intervencionista e proteccionista: Lançando infra-estruturas necessárias à industrialização, assegurando uma taxa de investimento elevado quer através da poupança interna, quer atraindo capitais estrangeiros, através da concepção de garantias estatais e criação de zonas portuárias. Investimento na formação de mão-de-obra.

Estratégia de industrialização – Permitiu alcançar elevados níveis de crescimento económico e uma rápida integração no comercio internacional, apostando na promoção de exportações e produzindo bens manufacturado. Aproveitando regime de subcontratação de empresas entre transnacionais japonesas e firmas dos NPI, o que permitiu que estes beneficiassem de transferências de tecnologia.

Articulação entre sectores: primário e secundário, de forma a garantir a auto-suficiência alimentar.

Crise Asiática 1997/1998

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Consequências da crise asiática:

Forte queda dos valores das exportações; Quebra do PIB; CRASH da bolsa de Hong – Kong;

Esta foi a 1ª crise globalizante. Mostrou ao mundo que apesar de produzirem em grande escala, também tinham limitações.

Limitações dos NPI:

Graves problemas ambientais e sociais; Défice demográfico; Dependência financeira; Agravamento da divida externa; Desemprego; Concorrência de países com mão-de-obra mais barata.