texto bibliotecário como mediador do letramento informacional

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1 O PAPEL DO BIBLIOTECÁRIO COMO MEDIADOR DO O PAPEL DO BIBLIOTECÁRIO COMO MEDIADOR DO O PAPEL DO BIBLIOTECÁRIO COMO MEDIADOR DO O PAPEL DO BIBLIOTECÁRIO COMO MEDIADOR DO LETRAMENTO INFORMACIONAL NA LETRAMENTO INFORMACIONAL NA LETRAMENTO INFORMACIONAL NA LETRAMENTO INFORMACIONAL NA BIBLIOTECA PÚBLICA, ESCOLAR E UNIVERSITÁRIA: ALGUMAS REFLEXÕES BIBLIOTECA PÚBLICA, ESCOLAR E UNIVERSITÁRIA: ALGUMAS REFLEXÕES BIBLIOTECA PÚBLICA, ESCOLAR E UNIVERSITÁRIA: ALGUMAS REFLEXÕES BIBLIOTECA PÚBLICA, ESCOLAR E UNIVERSITÁRIA: ALGUMAS REFLEXÕES Andréa Pereira dos Santos Andréa Pereira dos Santos Andréa Pereira dos Santos Andréa Pereira dos Santos 1 Janaina Ferreira Fialho Janaina Ferreira Fialho Janaina Ferreira Fialho Janaina Ferreira Fialho 2 1 INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO Pictogramas, escrita mnemônica, escrita cuneiforme, escrita ideográfica (hieróglifos), escrita fonética, invenção do alfabeto. Essa linha de desenvolvimento das formas de escrita se deu de forma muito lenta. Da escrita cuneiforme até a invenção do alfabeto pela civilização egeia no século VI a.C. foram cerca de 4 mil anos (MARTINS, 2001). A informação, desde os tempos pré-históricos, sempre foi o ponto de aproximação entre o saber ou prática constituída e os indivíduos que posteriormente viriam a nascer naquele grupo. De tempos em tempos a forma de transmissão foi se aprimorando até ao que conhecemos hoje. A partir da consolidação da escrita, foram se aprimorando os suportes empregados na escrita. Pedra, ouro, argila, chumbo, bronze foram alguns dos suportes utilizados nas sociedades antigas. Posteriormente foram utilizados os pergaminhos (feitos de pele de animais) e o papiro (uma planta de fibra resistente) mais maleável (MARTINS, 2001). Depois vemos surgir a imprensa de Gutenberg por volta do ano de 1450. Foi uma grande conquista no que diz respeito à difusão e barateamento da informação, uma vez 1 Professora Assistente do Curso de Biblioteconomia da UFG. Especialista em Docência Universitária, Mestre em Comunicação e Doutoranda em Geografia. Contato: [email protected] 2 Professora Adjunta do Curso de Biblioteconomia da UFG. Doutora em Ciência da Informação. Contato: [email protected].

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O PAPEL DO BIBLIOTECÁRIO COMO MEDIADOR DOO PAPEL DO BIBLIOTECÁRIO COMO MEDIADOR DOO PAPEL DO BIBLIOTECÁRIO COMO MEDIADOR DOO PAPEL DO BIBLIOTECÁRIO COMO MEDIADOR DO LETRAMENTO INFORMACIONAL NA LETRAMENTO INFORMACIONAL NA LETRAMENTO INFORMACIONAL NA LETRAMENTO INFORMACIONAL NA

BIBLIOTECA PÚBLICA, ESCOLAR E UNIVERSITÁRIA: ALGUMAS REFLEXÕESBIBLIOTECA PÚBLICA, ESCOLAR E UNIVERSITÁRIA: ALGUMAS REFLEXÕESBIBLIOTECA PÚBLICA, ESCOLAR E UNIVERSITÁRIA: ALGUMAS REFLEXÕESBIBLIOTECA PÚBLICA, ESCOLAR E UNIVERSITÁRIA: ALGUMAS REFLEXÕES

Andréa Pereira dos SantosAndréa Pereira dos SantosAndréa Pereira dos SantosAndréa Pereira dos Santos1111

Janaina Ferreira FialhoJanaina Ferreira FialhoJanaina Ferreira FialhoJanaina Ferreira Fialho2222

1111 INTRODUÇÃOINTRODUÇÃOINTRODUÇÃOINTRODUÇÃO

Pictogramas, escrita mnemônica, escrita cuneiforme, escrita ideográfica

(hieróglifos), escrita fonética, invenção do alfabeto. Essa linha de desenvolvimento das

formas de escrita se deu de forma muito lenta. Da escrita cuneiforme até a invenção do

alfabeto pela civilização egeia no século VI a.C. foram cerca de 4 mil anos (MARTINS, 2001).

A informação, desde os tempos pré-históricos, sempre foi o ponto de

aproximação entre o saber ou prática constituída e os indivíduos que posteriormente viriam

a nascer naquele grupo. De tempos em tempos a forma de transmissão foi se aprimorando

até ao que conhecemos hoje.

A partir da consolidação da escrita, foram se aprimorando os suportes

empregados na escrita. Pedra, ouro, argila, chumbo, bronze foram alguns dos suportes

utilizados nas sociedades antigas. Posteriormente foram utilizados os pergaminhos (feitos de

pele de animais) e o papiro (uma planta de fibra resistente) mais maleável (MARTINS, 2001).

Depois vemos surgir a imprensa de Gutenberg por volta do ano de 1450. Foi

uma grande conquista no que diz respeito à difusão e barateamento da informação, uma vez

1Professora Assistente do Curso de Biblioteconomia da UFG. Especialista em Docência Universitária, Mestre em

Comunicação e Doutoranda em Geografia. Contato: [email protected]

2 Professora Adjunta do Curso de Biblioteconomia da UFG. Doutora em Ciência da Informação. Contato:

[email protected].

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que essa poderia se difundida com maior rapidez, pois não dependia mais da lentidão da

reprodução dos copistas da Idade Média.

A primeira explosão informacional se inicia com a difusão dos jornais impressos

no século XVIII e com a criação das revistas científicas que potencializaram, ainda mais, a

divulgação do conhecimento científico.

As formas ou suportes posteriores de transmissão da informação tais como o

rádio, cinema, televisão e Internet aceleraram e mudaram as formas de relação entre os

indivíduos e o acesso ao conteúdo informacional. Convive-se, atualmente, com uma

diversidade muito grande de fontes e informações disponíveis aos indivíduos.

No meio de um oceano de informações, como encontrar, acessar e utilizar as

informações de que os indivíduos necessitam? A sociedade está preparada para usar as

tecnologias de acesso a informação? Qual o papel do bibliotecário capacitação de usuários

hábeis na busca e uso da informação?

Que metodologias poderiam ser aplicadas no atual e complexo contexto social e

educacional no sentido de estimular o letramento informacional de toda a comunidade

escolar (estudantes, professores e pais)? O objetivo deste texto é responder a essas questões a

partir de uma reflexão baseada no conceito de letramento informacional. As reflexões estão

organizadas em torno do papel do bibliotecário na biblioteca pública, escolar e universitária.

2 2 2 2 O LUGAR DAS BIBLIOTECASO LUGAR DAS BIBLIOTECASO LUGAR DAS BIBLIOTECASO LUGAR DAS BIBLIOTECAS

No início dos anos 2000, havia sempre o questionamento do papel da biblioteca

e do bibliotecário principalmente no novo contexto de informação "fácil", "rápida" e

"disponível" ofertada pelos motores de busca de então. Parecia que o surgimento e

3

"democratização" da Internet seria a solução para as pesquisas científicas, escolares e

informação geral do público.

Assim, foram ampliados os motores de busca, outros buscadores como o Google

ganharam ascensão e milhares de revistas científicas são disponibilizadas na rede. Além de

todo esse material escrito há imagens, vídeos e sons. Tudo disponível na rede das redes.

Se antes os alunos do ensino básico precisavam manusear aquelas grandes

enciclopédias, hoje basta colocar termos que necessitam no site do Google e a informação

está lá disponível, pronta para sofrer o "control C" e o "control V". Ou seja, não é mais

necessário copiar. A informação é diretamente adicionada no editor de texto, impressa e

entregue ao professor.

Com o aparecimento das "Lan Houses", os estudantes que antes frequentavam as

bibliotecas públicas - pois as escolares não existem - trocaram as bibliotecas e suas

enciclopédias pela informação rápida e fácil da Internet. As pesquisas agora saem por

encomenda.

Entretanto, é cada vez maior o número de informações disponíveis na Internet.

Cada busca equivale a uma centena de textos, imagens e sons e fica cada vez mais

complicado selecionar o que realmente pode ser considerado como resposta a uma questão

de determinado sujeito.

Nas bibliotecas escolares a variedade livros literários, didáticos, paradidáticos e

de cultura geral são essenciais para o desenvolvimento das práticas de leitura. Entretanto,

não bastam somente livros. É preciso também computadores com acesso a Internet, vídeos,

mapas e o profissional bibliotecário para organizar toda essa informação e contribuir para

educação e formação de leitores competentes.

A grande vitória atual é a Lei 12.244 de 2010, sancionada pelo então Presidente

Lula, que universaliza as bibliotecas nas escolas públicas e privadas. Na lei, todas as

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instituições escolares tem um prazo de 10 anos a partir de 2010 para se adequarem. A

principal vantagem da lei é não só exigir que se tenha bibliotecas nas escolas mas também

bibliotecários. Esses profissionais unidos aos professores e toda equipe escolar contribuirão

para melhorar a qualidade da educação das crianças e jovens brasileiros.

Agora outra questão se coloca: e as bibliotecas públicas? Que uso fazemos dessas

instituições? As bibliotecas públicas são lugares essenciais na metrópole.

A função da biblioteca pública é a de abrigar conhecimentos que possam

contribuir não só para o lazer, mas para o dia a dia da população. Ela teria de ser um espaço

coletivo onde o cidadão pudesse ter acesso às diversas informações de utilidade pública (leis,

estatutos, informações sobre saúde pública) além de cursos, palestras, vídeos, jornais, revista

e acesso orientado à Internet.

Como ação governamental de apoio à leitura temos o Plano Nacional do Livro e

da Leitura (PNLL), criado em 2006 pelo Governo Federal e que traz como eixos:

democratização do acesso, fomento a leitura e formação de mediadores, valorização

institucional da leitura e incremento ao seu valor simbólico e desenvolvimento da economia

do livro.

O PNLL procura ser abrangente e contribuir para a difusão da leitura e

ampliação de práticas de leitura em diversas instâncias. É um plano que tem se articulado

com Estados e Municípios criando os respectivos PELL - Plano Estadual do Livro e Leitura e

PMLL - Plano Municipal do Livro e Leitura.

Além desses planos, em âmbito nacional, temos também o PNBE - Plano Nacional

Biblioteca da Escola. Uma das maiores contribuições desse plano é o envio de um acervo de

livros de excelente qualidade para as escolas da rede pública de ensino, sejam elas

municipais, estaduais ou federais.

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Essas políticas são importantes, entretanto é preciso que a sociedade também

tenha consciência da importância das bibliotecas para o desenvolvimento da leitura, de

forma que essa possa contribuir para a melhoria da qualidade de vida do cidadão em todos

os sentidos: cultural, educacional ou econômico. A sociedade então deve cobrar por esses

espaços na escola e fora dela. Para que isso ocorra é preciso começar essa prática nas escolas

e incentivar as práticas de leitura na família.

Essas políticas devem assegurar não só a disponibilização de livros, mas de

diversas outras mídias, inclusive Internet, e principalmente bibliotecários como educadores

e mediadores no uso competente de todas essas informações. Acredito que no caso brasileiro,

o esvaziamento das bibliotecas se dá principalmente por falta de mediação e de acesso

orientado às diversas fontes de informação disponibilizadas online.

3 3 3 3 PÚBLICOS E USO DAS BIBLIOTECASPÚBLICOS E USO DAS BIBLIOTECASPÚBLICOS E USO DAS BIBLIOTECASPÚBLICOS E USO DAS BIBLIOTECAS

Teoricamente, as bibliotecas, sejam elas escolares, públicas ou universitárias

priorizam o atendimento ao seu público de referência. Entretanto isso não quer dizer que

outros públicos diferentes não sejam e não possam ser atendidos. O que ocorre, via de regra,

é que alguns produtos e serviços são limitados ao público de destino.

O bibliotecário como mediador do processo de letramento informacional deve

ter em mente o tipo do público que atenderá. Milanesi (2002) estabelece um perfil dos

diferentes públicos usuários das bibliotecas. Tendo por base a leitura desse autor,

construímos um quadro diferenciando para cada um dos grupos, no que diz respeito tanto

ao seu perfil quanto à necessidade informacional de cada um.

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PÚBLICOPÚBLICOPÚBLICOPÚBLICO PERFILPERFILPERFILPERFIL

CriançasCriançasCriançasCrianças � Público complexo – exige atenção e assistência individual, entretanto é um

público fácil de estimular o gosto pela leitura

� Para esse público a biblioteca deve ser um espaço lúdico

� Acervo deve ser atrativo

� O atendimento deve ser além do mero escolar

� O acervo deve possibilitar o exercício da arte e do intelecto

� A pesquisa deve ir além da enciclopédia ou da busca simples em sites de

pesquisa

� Ao lado do acervo, outras ações lúdicas e culturais devem ser implantadas

� Deve-se ter mais intermediação e menos técnicana hora de lidar com as crianças

� Acesso mediado a Internet

EstudantesEstudantesEstudantesEstudantes � Adolescência – deve ser acentuado o incentivo a leitura e a pesquisa

� Fase difícil – conflitos e resistência a executar tarefas

� O acervo para adolescentes é menos atrativo. Deve-se trabalhar em acervos de

acordo com o gosto e o perfil

� Acervo juvenil – ir além do infantil sem ser incompreensível

� Deve-se trabalhar com diversos acervos multimídia

� Ir além da leitura convencional

� Não pensar que Internet, cinema e televisão possam diminuir o gosto pela leitura

UniversitáriosUniversitáriosUniversitáriosUniversitários � Prioridade dada ao discurso do professor

� Parte-se do pressuposto que universitários sabem pesquisar

� O foco deve ir além da bibliografia básica dos cursos

� Bibliotecário deve estar bem preparado para pesquisa em grandes bases de dados

� É necessário conhecer os campos de atuação da universidade

� Criar um mapa de fontes de informação segura que podem atender a este

público usuário

CidadãoCidadãoCidadãoCidadão � O tipo de informação necessária não é tão evidente

� O bibliotecário deve indicar o tipo de informação que possa contribuir parao

esclarecimento do cidadão

� Deve-se estabelecer o perfil do público potencial

� Muitas vezes a informação deverá ser traduzida para uma linguagem mais

simples

� Deve-se criar necessidades

� Ouvir o público é bastante importante

� Conhecer a história, tradições e valores do local onde a biblioteca está inserida

� O acervo deve ser motivante e heterogêneo

� O acervo deve ir além do impresso: é importante filmes, exposições, palestras

� Acesso a Internet e a jornais diários

Título: Perfil dos usuários da biblioteca escolar, biblioteca pública e UniversitáriaTítulo: Perfil dos usuários da biblioteca escolar, biblioteca pública e UniversitáriaTítulo: Perfil dos usuários da biblioteca escolar, biblioteca pública e UniversitáriaTítulo: Perfil dos usuários da biblioteca escolar, biblioteca pública e Universitária

Fonte: Quadro criado pelas autoras tendo por base Milanesi (2002)Fonte: Quadro criado pelas autoras tendo por base Milanesi (2002)Fonte: Quadro criado pelas autoras tendo por base Milanesi (2002)Fonte: Quadro criado pelas autoras tendo por base Milanesi (2002)

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Como se percebe no quadro, o público a ser atendido nos diferentes tipos de

biblioteca é bem diferenciado. O processo de letramento informacional em cada uma dessas

instituições deve considerar esse perfil. Nem sempre um mesmo modelo ou processo irá

funcionar em ambos casos. O próprio perfil do bibliotecário é delineado ao tipo de

instituição que trabalha.

O público da biblioteca pública é o mais complexo, pois é bastante diverso e

heterogêneo. Para completar ela ainda carrega a função de biblioteca escolar, por falta

dessas últimas no ambiente educacional. Da mesma forma, muitas vezes vemos que

bibliotecas universitárias atendem também públicos vindos das escolas.

Em relação à biblioteca escolar e aos mediadores, é preciso que as políticas

públicas avancem, para que ambas (escolar e pública) possam atender de forma satisfatória

o público a que se destinam.

4 4 4 4 LETRAMENTO INFORMACIONAL: CONCEITOS E DEFINIÇÕESLETRAMENTO INFORMACIONAL: CONCEITOS E DEFINIÇÕESLETRAMENTO INFORMACIONAL: CONCEITOS E DEFINIÇÕESLETRAMENTO INFORMACIONAL: CONCEITOS E DEFINIÇÕES

O atual contexto social nos coloca, diariamente, diante de questões desafiadoras

que nos exigem respostas e posicionamentos. Uma destas questões se relaciona a busca,

acesso e uso competentes de diferentes tipos de informações que nos possibilitem gerar

respostas. O uso de informações competentes, por sua vez, fortalecerá conhecimentos já

gerados ou gerarão novos conhecimentos. Assim, a geração de conhecimentos criativos e

renovadores passa necessariamente pelo acesso e uso de informações de qualidade. Neste

contexto, as pessoas necessitam de letramento informacional.

Segundo a Associação Americana de Bibliotecários Escolares (AASL, 2000), o

termo letramento informacional designa habilidades individuais relativas ao

reconhecimento da necessidade, localização, avaliação e uso efetivo da informação. Esse uso

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efetivo significa a transformação dessa em novos conhecimentos que efetivamente

contribuam para a formação política, social e cultural dos indivíduos.

O uso competente da informação é principalmente importante no atual contexto

de rápidas mudanças tecnológicas e de grande fluxo da informação (AASL, 2000).

Oletramento informacional e todo o seu conjunto de habilidades é primordial para qualquer

indivíduo, independente da sua escolaridade e classe social.

4.1 ANTECEDENTES HISTÓRICOS DOLETRAMENTO INFORMACIONAL

A Globalização começou em meados do século XX com o avanço dos meios de

transporte e de comunicação, a qual teve como necessidade o avanço dos mercados e

consequente alimento do capitalismo.

Tal dinâmica permitiu uma maior abertura e expansão das informações geradas

pelo mundo, tornando-se palco de uma grande explosão informacional que requer dos

indivíduos habilidades para reconhecer nessa grande Babel a informação necessária para o

aprendizado pessoal e transformação social.

A abertura dos mercados no final da Guerra Fria nos anos 1980 exigiu cada vez

mais informações que pudessem agregar valores aos produtos (MELO; ARAÚJO, 2007) e

pessoas com competências mais específicas e complexas e não simplesmente qualificação

(MIRANDA, 2004).

Desde a década de 50 os países mais desenvolvidos preocuparam-se em formar

cidadãos hábeis para a sociedade da informação, reconhecendo a importância da educação,

das bibliotecas escolares e dos bibliotecários nesse processo (FIALHO, 2009; MELO; ARAÚJO,

2007). Nos Estados Unidos, o bibliotecário passou a incorporar um papel pedagógico na

escola, fazendo parte do planejamento pedagógico escolar.

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No contexto da Biblioteconomia, Campello (2003) apresenta o serviço de

referência como um antecedente do desenvolvimento do letramento informacional, o qual

foi ampliado com a introdução da educação de usuários. Segundo Campello (2003), a

prática da educação de usuários, introduzida nas bibliotecas americanas nos anos 50, já

designava o forte papel educacional da biblioteca escolar.

O termo information literacy foi utilizado pela primeira vez em 1974,em um

relatório produzido pelo bibliotecário norte-americano Paul Zurkowski, o qual sugeria que

o governo americano se preocupasse em desenvolver as habilidades informacionais junto à

população, permitindo o uso da variedade de produtos informacionais do mercado.

Ponto marcante para a discussão do conceito foi a definição da Associação

Americana de Biblioteconomia (ALA) em 1989:

Para possuir letramento informacional, uma pessoa deve ser capaz de

reconhecer quando uma informação é necessária e deve ter a habilidade de

localizar, avaliar e usar efetivamente a informação [...] Resumindo, as

pessoas que possuem letramento informacional são aquelas que

aprenderam a aprender. Elas sabem como aprender, pois sabem como o

conhecimento é organizado, como encontrar a informação e como usá-la

de modo que outras pessoas aprendam a partir dela (ALA, 1989, p. 1).

Essa definição da ALA foi tão importante para o desenvolvimento do conceito,

que é sempre referenciada na literatura nacional e internacional, assim como os “Padrões de

Letramento Informacional para o Aprendizado Estudantil”, documento elaborado pela

Associação Americana de Bibliotecários Escolares (AASL) e pela Associação para Tecnologia

e Comunicações Educacionais no ano de 1998.

Esses padrões descrevem as habilidades que o estudante deve possuir para estar

inserido no universo do letramento informacional, tais como reconhecer a necessidade de

informação, formular questões, identificar e localizar fontes, solucionar problemas, produzir

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novos conhecimentos, aprender a pensar, dentre outros. Torna-se interessante uma consulta

integral a esses parâmetros, que são referência para estudos do campo3.

4.2 LETRAMENTO INFORMACIONAL NO BRASIL

O movimento do letramento informacional despontou no Brasil por meio de

estudos de bibliotecários brasileiros para estudos de usuários (MELO; ARAÚJO, 2007). Eles

ganharam maior visibilidade nos anos 2000 a partir de publicações do Grupo de Estudos em

Biblioteca Escolar (GEBE), da Escola de Ciência da Informação da Universidade Federal de

Minas Gerais, sobretudo da professora Bernadete Campello.

Não há consenso entre os autores sobre a tradução do termo no Brasil.

Inicialmente traduzido para competência informacional no ano de 2002 por Campello

(2003), o termo teve ampla aceitação pelos pesquisadores brasileiros, que o utilizaram em

seus estudos. No entanto, a própria Campello (2009) evoluiu em suas pesquisas e chegou a

uma definição que, segundo a pesquisadora, é mais adequada ao contexto da educação, o

letramento informacional.

A ideia foi desenvolvida com base na teoria do letramento proveniente da área

da Educação, desenvolvida por Magda Soares. Nessa concepção, ser letrado é muito mais do

que saber ler e escrever, mas é formar uma visão ampla e aberta do mundo, ter capacidade

de crítica e interpretação. Gasque (2012)4 também utiliza o termo em sua pesquisa,

trazendo em seu recente livro um arcabouço teórico e conceitual do tema.

3 Disponível integralmente em: <http://www.ala.org/ala//mgrps/divs/aasl/aaslarchive/pubsarchive/informationpower/InformationLiteracyStandards_final.pdf>. Acesso em: 10 Maio. 2012. 4 GASQUE, Kelley Cristine. Letramento informacional: pesquisa, reflexão e aprendizagem. Universidade de Brasília, 2012. Disponível em: <http://pt.scribd.com/doc/87596264/Letramento-Informacional-pesquisa-reflexao-e-aprendizagem>. Acesso em: 13 Maio 2012.

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O conceito de letramento informacional tem sido muito bem contextualizado no

universo educacional, no qual se reconhece, por exemplo, que um estudante é capaz de

formar uma visão mais ampla e crítica do mundo a partir da busca e uso da informação. Os

estudos de letramento informacional estão bastante evidentes, principalmente no contexto

da biblioteca escolar, pois se considera que bibliotecas e bibliotecários escolares sejam

fundamentais para o incentivo do hábito de leitura e ensino da prática da pesquisa.

Há também grande discussão e trabalhos que abordam oletramento

informacional na biblioteca universitária e poucos que fazem essa abordagem na biblioteca

pública. Dessa forma, é importante que essa reflexão seja feita nesses três tipos de biblioteca

e que se reflita também sobre o papel do bibliotecário.

4.3 LETRAMENTO E LEITURA

A leitura é parte fundamental do processo de letramento informacional. É por

meio das práticas de leitura que os indivíduos aumentam sua capacidade de reflexão e de

entendimento daquilo que está a sua volta.

Muito se questiona sobre as práticas de leitura atuais devido à quantidade de

informações e mídias existentes hoje em dia. A todo momento e em todos os lugares a leitura

está presente: nas placas indicativas, nos supermercados, bancos, outdoors e assim por

diante. O indivíduo que não sabe ler passa por grandes dificuldades, uma vez que quase

tudo que se pensa ou vá fazer depende do saber ler.

Com o advento de tantas tecnologias modernas, o indivíduo necessita de um

mínimo de leitura para saber operar as máquinas, frutos dessa nova era. Precisa também

saber utilizar a diversidade de autoatendimentos, principalmente os disponíveis nos bancos.

Para usar esses equipamentos é preciso saber ler e compreender o que os sistemas indicam.

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Mas o que é ler? Segundo Paulo Freire (1982), a leitura de mundo antecede a

leitura do escrito. Assim, entende-se a leitura como um processo social e cultural adquirido

antes mesmo do processo de alfabetização. Uma vez que esse mundo nos é apresentado pela

família e por nosso grupo social. Só depois é que, na escola, aprendemos a decifrar os

códigos linguísticos.

Para a sociologia das práticas culturais, a leitura é uma arte de fazer que se herda

mais do que se aprende. E por essa razão, ela tem mais frequentemente valor de

sintoma de enraizamento nos grupos sociais que praticam as formas dominantes da

cultura do que valor de instrumento da mobilidade cultural em direção a esses

mesmos grupos (HÉBRARD, 2001, p. 37)

Ler envolve o processo de reflexão e compreensão do mundo. Em nossa

contemporaneidade esse processo envolve uma série de mídias e imagens. É necessário ler

esse todo para que se possa compreender a parte.

Ler envolve um conjunto de relações complexas. Entendendo a complexidade da

forma como exposta por Morin (1990), em que o autor fala da interdisciplinaridade do

conhecimento. Ou seja, é preciso criar uma relação entre os conhecimentos formando assim

um entendimento universal, onde o saber de uma determinada área possa completar e fazer

sentido em outra.

Para Fischer (2006, p. 11) “o ato de ler é variável, não absoluto”. Isso quer dizer

que a interpretação de cada indivíduo depende de seu arquivo cultural e da sua capacidade

de fazer relação com outras leituras. E essa relação com outras leituras, logicamente, só será

possível se ele já trouxer consigo práticas anteriores.

De maneira semelhante a Fischer, Chartier (2001, p. 78) afirma que “uma

história do ler afirmará (...) que as significações dos textos, quaisquer que sejam, são

construídos, diferencialmente, pelas leituras que se apoderam deles”. Assim, para esse autor,

o significado de cada leitura depende do leitor que dela se apodera.

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Martins (2004, p. 17) afirma que “a leitura acontece quando: começamos a

organizar os conhecimentos adquiridos e a estabelecer relações entre as experiências e a

tentar resolver os problemas que nos apresentam”. Entendemos que para a autora, a leitura

nessa afirmação é aquela que traz algum sentido.

É importante nesse contexto demonstrar a aproximação entre o conceito de

letramento informacional e a educação. Para Soares (2002, p. 144) “letramento são as

práticas sociais de leitura e escrita e os eventos em que essas práticas são postas em ação,

bem como as consequências delas sobre a sociedade”. Portanto, o indivíduo letrado é aquele

capaz de agir, transformar uma sociedade.

O conceito de letramento no contexto dos estudos da teoria da educação e da

alfabetização nos mostra que ele está diretamente ligado à definição de letramento

informacional indicando a necessidade latente de aproximação das Ciências da Informação

com a Educação.

Assim podemos compreender que a leitura é o principal meio de sucesso para o

processo de letramento informacional. A leitura é o primeiro passo, pois sem ela não será

possível calcar os passos para que o indivíduo possa ter consciência da informação que

necessita, onde busca-la, como selecioná-la e como transformá-la em um novo

conhecimento.

4.4 LETRAMENTO INFORMACIONAL E O PAPEL DO BIBLIOTECÁRIO

A educação é o principal pilar de sustentação de uma sociedade. É por meio da

educação emancipadora (ADORNO, 2001) que uma sociedade aprende a lidar com o

cotidiano de suas vidas. Até mesmo a saúde pública depende da educação do sujeito a fim de

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prevenir certos males que dependem muito mais de informação e ação do que qualquer

outro elemento.

Sendo assim, pessoas informadas e estruturadas dentro de um contexto

educacional têm mais capacidade de escolha, principalmente ao que se refere a escolha

política de um candidato. A busca pelos direitos e deveres sociais também perpassam da

capacidade ou não de cada um e que também depende do seu berço educacional.

A escola é esse berço, mas não só a escola e os professores. Há de se ressaltar que

a educação significa liberdade. Liberdade pela busca de outros pontos de vista, outras

leituras. Essas outras buscas devem ou pelo menos deveriam perpassar pela biblioteca

escolar, pela biblioteca e pela biblioteca universitária. Espaços onde o aluno e cidadão

podem buscar outras fontes e contrastá-las com as adquiridas na sala de aula e fora dela.

A escola tem como missão contribuir para a educação social e cultural do

cidadão. Para isso, a escola precisa de um conjunto de elementos que possibilite a

aprendizagem do estudante em todos os sentidos. Um desses elementos, foco desse projeto, é

a biblioteca escolar, uma vez que essa tem a função, grosso modo, de contribuir para o

aprendizado extraclasse dos estudantes, por meio dos seus recursos informacionais.

Da mesma forma temos a biblioteca pública como aquele espaço voltado para o

cidadão de uma maneira geral que deve abarcar conteúdos voltados para o entretenimento

do cidadão bem como informações úteis ao seu bem estar político e social.

Em outro âmbito, as bibliotecas universitárias devem atender as necessidades dos

pesquisadores e alunos dessas instituições, pois essa instituição é o local onde grandes

descobertas e pesquisas são elaboradas em prol do bem comum.

O papel do bibliotecário nesses contextos é o de capacitar esses usuários,

independente do tipo de biblioteca, no uso competente da informação disponibilizada nos

acervos físicos e virtuais das bibliotecas. Para que isso seja possível, antes de tudo, o

15

bibliotecário e aqueles que estão diretamente ligados às bibliotecas devem ser hábeis na

busca e uso da informação.

5 5 5 5 BIBLIOTECA ESCOLAR, BIBLIOTECA PÚBLICA E BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIABIBLIOTECA ESCOLAR, BIBLIOTECA PÚBLICA E BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIABIBLIOTECA ESCOLAR, BIBLIOTECA PÚBLICA E BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIABIBLIOTECA ESCOLAR, BIBLIOTECA PÚBLICA E BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA E E E E

LETRAMENTO INFORMACIONALLETRAMENTO INFORMACIONALLETRAMENTO INFORMACIONALLETRAMENTO INFORMACIONAL

A partir do entendimento da importância da biblioteca escolar na educação

básica, foi criada a lei 12.244 em maio de 2010,que obriga todas as escolas públicas e

privadas do país a terem bibliotecas em até 10 anos a partir da data em que a lei foi

sancionada. Com esse advento, a expectativa é que o cidadão passe a conhecer e a exigir

bibliotecas bem estruturadas e com a presença do profissional bibliotecário.

Para que se possa entender o sentido dessa lei é preciso, antes disso, entender o

que é a biblioteca escolar e o que ela representa para a educação. Nesse sentido, a biblioteca

na escola deve ser entendida como um espaço onde os estudantes possam encontrar

informações diferentes daquelas que vê dentro da sala de aula.

Nos noticiários de televisão vemos a sociedade cobrar por vários benefícios tais

como saúde, transporte e educação. No que se refere à educação, a principal preocupação da

sociedade é com o estado físico da escola, se tem professor ou greve. Raramente ou nunca se

vê pais ou alunos cobrando por bibliotecas. Cobra-se o livro didático, mas a biblioteca não.

Esse desinteresse em relação à biblioteca escolar está relacionado principal e

claramente pela ausência desse espaço na maioria das escolas. Essa ausência é histórica.

Como os pais não tinham acesso, não conheciam a função nem cobravam pela biblioteca nas

escolas dos seus filhos. Tanto desinteresse preocupa os educadores de uma maneira geral,

que temem o não cumprimento da lei por falta de cobrança da sociedade.

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As bibliotecas públicas, de uma maneira geral, têm ocupado o papel da biblioteca

escolar, justamente pela ausência dessa última. Assim, seu verdadeiro papel enquanto

promotora, dinamizadora da leitura e das ações culturais voltadas para a sociedade fica

aquém daquilo que seria o ideal.

Não se pretende aqui dizer que a biblioteca pública não possa atender ao público

escolar, mas ela deve atender, de uma forma mais ativa, a sociedade geral. Sua missão é a de

levar informação, cultura e conhecimento a todo e qualquer cidadão. Para isso, essa

instituição deve contar não só com um acervo que realmente faça sentido para o cidadão

como deve ter pessoal capacitado no atendimento desse público.

O atendimento deve ir além do serviço de empréstimo ou do controle de acesso à

computadores com Internet. O profissional dessa instituição deve ser capaz de "alfabetizar" o

cidadão quanto à busca e uso da informação. Lembrando que, para isso, deve-se haver ações

no sentido de divulgar quais informações são importantes e para que elas servem. Por

exemplo, é interessante que a biblioteca pública tenha documentos relativos à legislação de

cunho social que orientem o cidadão na busca por seus direitos. A biblioteca pública deve

contribuir para a tomada de decisão do cidadão. Para Gasque (2012, p. 17):

Isso pode não representar grande problema se a questão for decidir entre comer o

chocolate A ou B, mas é temerário se o assunto for entre realizar ou não uma

cirurgia, escolher um candidato à presidência dentre vários, ou ainda identificar as

melhores oportunidades de investimento financeiro. Nossas escolhas sempre

produzem consequências, boas ou ruins.

É interessante também que os materiais de leitura de lazer possam servir de

incentivo para que a própria comunidade crie poesias, contos e até romances, de forma a

envolver o cidadão na produção do seu próprio imaginário.

A biblioteca universitária é o espaço, em potencial, de produção do

conhecimento científico. Entretanto, percebe-se que para que ela cumpra sua função é

17

importante a estrutura fundamental criada tanto pela biblioteca escolar quanto pela

biblioteca pública.

Os usuários da biblioteca universitária, assim como da biblioteca escolar e da

biblioteca pública precisam reconhecer nessas instituições o seu papel e sua missão

enquanto dinamizadoras do acesso e produção de novos conhecimentos. Na biblioteca

universitária, os conceitos e objetivos do letramento informacional deveriam estar mais

claros. O usuário dessa biblioteca já poderia ser o sujeito competente na busca, uso e

transformação da informação.

Como isso ainda não é realidade para a maioria dos usuários da biblioteca

universitária, o bibliotecário deverá trabalhar com projetos de ação para capacitar seu

público. Deve então oferecer intensivamente treinamentos voltados à pesquisa em base de

dados; acesso ao acervo físico e virtual da instituição; normalização dos trabalhos científicos;

produção do conhecimento científico; palestras com pesquisadores e divulgação e promoção

de eventos científicos. Para isso, os profissionais responsáveis devem ter espírito pró-ativo,

estarem capacitados para o uso das novas tecnologias e sempre abertos a mudanças.

Tal orientação cabe muito bem também para os bibliotecários escolares e de

bibliotecas públicas. Assim, é preciso reconhecer o papel da biblioteca e do bibliotecário

nessas instituições. Essas bibliotecas devem trazer consigo os conceitos e os objetivos do

letramento informacional para sua realidade. Antes de tudo, é necessário que a biblioteca

estabeleça a partir de referentes teóricos ações concretas para suas práticas cotidianas.

Independente do tipo de biblioteca e de público a ser atendido,

as decisões mais eficazes dependem da competência em buscar informações de

pontos de vista diferenciados, organizá-las e apreende-las, considerando a

experiência pessoal, para se chegar a uma conclusão, mesmo que provisória. A esse

processo sistematizado e metódico de organizar a informação denominamos

‘pensamento reflexivo’ (GASQUE, 2012, p. 18)

18

O pensamento reflexivo é o produto final do conhecimento adquirido. É esse pensamento

transformado por meio de uma série de leituras, que contribuirá para um pensamento mais

crítico das pessoas de uma maneira geral. Seja para um trabalho escolar/universitário ou

para que o as pessoas exerçam e conquistem seu direito a cidadania.

5.1 LETRAMENTO INFORMACIONAL: MODELO DE BUSCA DE INFORMAÇÃO

A pesquisadora norte americana Carol Kuhlthau desenvolveu um modelo de

busca de informação intitulado Modelo ISP – Processo de Busca de Informação, muito

interessante para se avaliar o processo de busca por diversos usuários da informação. Esse

modelo foi desenvolvido especialmente para pesquisa escolar. Entretanto podemos adaptá-lo

para outros tipos de bibliotecas como a universitária e a pública.

Kuhlthau (2010) desenvolveu o Modelo ISP, ou Processo de Busca de

Informação, o qual teve uma forte influência de sua prática profissional enquanto

bibliotecária, ao orientar os estudantes que chegavam à biblioteca para fazer a pesquisa

escolar. Nesse modelo, é importante ressaltar a centralidade da biblioteca no modelo escolar

norte-americano. Dessa forma, a principal tese do modelo é que bibliotecários e professores

podem trabalhar juntos para o desenvolvimento das habilidades de pesquisa dos estudantes.

O modelo ISP é baseado na visão construtivista do aprendizado, sendo composto

por fases ou etapas: Início do trabalho, Seleção do Assunto, Exploração das Informações,

ormulação do Foco, Coleta de Informações, Apresentação e Avaliação do Processo. Cada

etapa é marcada por ações, estratégias, sentimentos e pensamentos.

A seguir apresentamos o Modelo ISP para que possamos refleti-lo não só na

biblioteca escolar, mas na biblioteca pública e na biblioteca universitária. Perceberemos que

19

alguns pontos são aplicáveis em ambas bibliotecas e outros somente na biblioteca escolar,

uma vez que esse modelo foi elaborado para esse tipo de público.

INÍCIO DA PESQUISAINÍCIO DA PESQUISAINÍCIO DA PESQUISAINÍCIO DA PESQUISA

ATIVIDADEATIVIDADEATIVIDADEATIVIDADE Preparar para a decisão de selecionar o assunto

PENSAMENTOSPENSAMENTOSPENSAMENTOSPENSAMENTOS Enfrentar o trabalho; compreender a atividade; relacionar

experiências e aprendizagens prévias; considerar possíveis

assuntos

SENTIMENTOSSENTIMENTOSSENTIMENTOSSENTIMENTOS Apreensão em relação ao trabalho que vai enfrentar, incerteza

AÇÕESAÇÕESAÇÕESAÇÕES Conversar com outros; passar os olhos nas fontes de informação,

escrever e anotar questões sobre possíveis assuntos

ESTRATÉGIASESTRATÉGIASESTRATÉGIASESTRATÉGIAS Discussões; ponderar sobre possíveis assuntos; tolerar incertezas

Fonte: Kuhlthau (2010)

Com relação à pesquisa escolar, essa primeira etapa visa, em primeiro momento,

definir claramente o que é exigido pelo professor. Para os estudantes é uma etapa bem

complexa, pois parte do entendimento do tipo de trabalho solicitado pelo professor. Na

biblioteca universitária, se pensarmos nos trabalhos de conclusão de curso, é uma etapa

desafiadora pois, nesse caso, o estudante proporá uma temática, um problema. De maneira

diferente, na biblioteca pública, esse primeiro momento marca uma pesquisa que pode ser

ou não acadêmica ou escolar. Ou seja, o desejo de descoberta de algo, de uma resposta para

o dia a dia.

Assim, torna-se necessário definir os requisitos mínimos para auxiliar os

estudantes, pesquisadores e comunidade em geral, como por exemplo, indicação de fontes de

informação. É importante levar os estudantes, pesquisadores e comunidade a reconhecerem

suas necessidades de informação e entenderem a pesquisa como uma oportunidade de

preencher lacunas de conhecimento.

20

No caso da biblioteca escolar e universitária é muito importante a comunicação

entre professor e bibliotecário. Essa comunicação pode ser dada por meio da participação do

bibliotecário com a equipe pedagógica da escola e da universidade.

Na biblioteca escolar o Bibliotecário deve fazer parte do planejamento da

pesquisa (bibliotecário + professor).

SELEÇÃO DE ASSUNTOSELEÇÃO DE ASSUNTOSELEÇÃO DE ASSUNTOSELEÇÃO DE ASSUNTO

ATIVIDADEATIVIDADEATIVIDADEATIVIDADE Decidir sobre o assunto de pesquisa

PENSAMENTOSPENSAMENTOSPENSAMENTOSPENSAMENTOS Avaliar assuntos de acordo com critérios de interesse pessoal,

exigências do trabalho, informações disponíveis e prazo

estipulado pelo professor; antecipar resultados de possíveis

escolhas; escolher assuntos com potencial para êxito

SENTIMENTOSSENTIMENTOSSENTIMENTOSSENTIMENTOS Confusão; algumas vezes ansiedade; breve contentamento após a

seleção; antecipação da tarefa à frente

AÇÕESAÇÕESAÇÕESAÇÕES Discutir com outras pessoas; fazer busca preliminar nas fontes

de informação; usar enciclopédias para obter uma visão geral do

assunto

ESTRATÉGIASESTRATÉGIASESTRATÉGIASESTRATÉGIAS Discutir possíveis assuntos; antecipar o resultado das escolhas;

usar fontes gerais para obter visão ampla de possíveis assuntos

Kuhlthau (2010)

Para o estudante do ensino básico e superior tomar decisão é o principal objetivo

no estágio de seleção do assunto. Os constructos ou esquemas retidos na memória são a base

para a tomada de decisão. Da mesma forma, quando se trata da comunidade, esse

conhecimento prévio, essa memória é o que o orientará para tomar a decisão ou de sentir a

necessidade de busca de outros conhecimentos. Nessa fase, é muito importante a

participação da biblioteca.

21

EXPLORAÇÃO DAS INFORMAÇÕESEXPLORAÇÃO DAS INFORMAÇÕESEXPLORAÇÃO DAS INFORMAÇÕESEXPLORAÇÃO DAS INFORMAÇÕES

ATIVIDADEATIVIDADEATIVIDADEATIVIDADE Explorar informações com o objetivo de encontrar o foco

PENSAMENTOSPENSAMENTOSPENSAMENTOSPENSAMENTOS Inabilidade para expressar com precisão a necessidade de

informação; informar-se sobre o assunto geral; procurar o foco

nas informações sobre o assunto geral; identificar vários focos

possíveis

SENTIMENTOSSENTIMENTOSSENTIMENTOSSENTIMENTOS Confusão, incerteza, dúvida

AÇÕESAÇÕESAÇÕESAÇÕES Localizar informação relevante; ler para informar-se; listar fatos

e ideias interessantes; compilar referências bibliográficas

ESTRATÉGIASESTRATÉGIASESTRATÉGIASESTRATÉGIAS Tolerar inconsistência e incompatibilidade nas informações

encontradas; procurar intencionalmente possíveis focos; listar

palavras ou termos que representam o assunto; ler para

aprender sobre o assunto

Kuhlthau (2010)

Nessa etapa, à medida que lêem sobre os assuntos, podem começar a ter ideias

para focalizar a pesquisa e a ligar os temas lidos com outros textos presentes na memória.

Considerado pelos estudantes, tanto escolares quanto universitários, como um

dos mais difíceis, pois exige paciência e reflexão. No caso da comunidade, trata-se de um

desafio maior, pois é uma pesquisa que depende mais de uma iniciativa individual de busca

por novos conhecimentos do que um simples cumprimento de tarefa. Assim, três atitudes são

importantes: relaxar, ler, refletir. Depois dessas atitudes é importante anotar idéias e fazer

fichamento das leituras.

22

FORMULAÇÃO DO FOCOFORMULAÇÃO DO FOCOFORMULAÇÃO DO FOCOFORMULAÇÃO DO FOCO

ATIVIDADEATIVIDADEATIVIDADEATIVIDADE Definir o foco, usando as informações encontradas

PENSAMENTOSPENSAMENTOSPENSAMENTOSPENSAMENTOS Conjeturar sobre o resultado de possíveis focos; usar critérios de

interesse pessoal, exigências do trabalho, disponibilidade de

material e tempo estabelecido; identificar ideias das quais seja

possível extrair um foco; algumas vezes ocorre um momento

repentino de insight

SENTIMENTOSSENTIMENTOSSENTIMENTOSSENTIMENTOS Otimismo, confiança na capacidade de completar a atividade

AÇÕESAÇÕESAÇÕESAÇÕES Ler lista para identificar possíveis focos

ESTRATÉGIASESTRATÉGIASESTRATÉGIASESTRATÉGIAS Fazer levantamento nas listas; anotar possíveis focos e descartar

outros

Kuhlthau (2010)

O foco é um caminho a percorrer, identificação de algum aspecto que gostaria

de explorar/aprofundar. Às vezes acontece num momento de insight que pode ocorrer tanto

com estudantes quando com a comunidade.

No caso de estudantes é preciso critérios para definir o foco: O foco é

interessante? O foco está de acordo com as exigências estabelecidas pelo professor? As

informações podem ser reunidas e organizadas para apresentação no tempo disponível?

Existem informações suficientes sobre o foco?

23

COLETA DE INFORMAÇÕESCOLETA DE INFORMAÇÕESCOLETA DE INFORMAÇÕESCOLETA DE INFORMAÇÕES

ATIVIDADEATIVIDADEATIVIDADEATIVIDADE Reunir informações que definam, ampliem e apoiem o foco

PENSAMENTOSPENSAMENTOSPENSAMENTOSPENSAMENTOS Procurar informações para apoiar o foco; definir e ampliar o

foco; reunir informações pertinentes; organizar as anotações

SENTIMENTOSSENTIMENTOSSENTIMENTOSSENTIMENTOS Percepção da extensão do trabalho a ser feito; confiança na

habilidade de realizar a tarefa; aumento de interesse

AÇÕESAÇÕESAÇÕESAÇÕES Usar a biblioteca para coletar informações pertinentes; solicitar

fontes específicas ao bibliotecário; tomar notas detalhadas,

incluindo referências e citações bibliográficas

ESTRATÉGIASESTRATÉGIASESTRATÉGIASESTRATÉGIAS Usar termos de busca adequados para encontrar informações

pertinentes; fazer busca em vários tipos de material, por

exemplo: livros de referência, revistas, biografias, índices;

procurar ajuda do bibliotecário

Kuhlthau (2010)

O foco pode ser redefinido e refinado nessa fase, a biblioteca e o bibliotecário

devem ter participação intensa nesse momento.

É necessário instrução acerca das fontes de informação, instruções sobre as

fontes eletrônicas, qualidade da informação na Internet, diretórios, bases de dados,

periódicos científicos, repositórios, pesquisa simples e avançada, uso dos catálogos (virtuais e

locais).

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PREPARAÇÃO PARA APRESENTAÇÃO DE TRABALHOSPREPARAÇÃO PARA APRESENTAÇÃO DE TRABALHOSPREPARAÇÃO PARA APRESENTAÇÃO DE TRABALHOSPREPARAÇÃO PARA APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS

ATIVIDADEATIVIDADEATIVIDADEATIVIDADE Terminar a busca de informações

PENSAMENTOSPENSAMENTOSPENSAMENTOSPENSAMENTOS Identificar necessidade de informações adicionais; levar em

consideração o limite de tempo; observar redundância crescente;

observar redundância decrescente; esgotar os recursos

SENTIMENTOSSENTIMENTOSSENTIMENTOSSENTIMENTOS Sentimento de alívio; às vezes satisfação; às vezes

desapontamento

AÇÕESAÇÕESAÇÕESAÇÕES Checar novamente o material anteriormente negligenciado;

conferir as informações e as referências; elaborar esquema;

redigir rascunho; redigir a versão final com bibliografia

ESTRATÉGIASESTRATÉGIASESTRATÉGIASESTRATÉGIAS Voltar às fontes de informação para fazer uma última busca

Kuhlthau (2010)

Nessa fase chega-se ao encerramento da busca de informação. No caso da

pesquisa acadêmica e escolar encerra-se o tempo da pesquisa. Aqui considera-se que todo o

material útil foi consultado; que foi feito esforço suficiente na busca reflexão e seleção do

material; foram feitos citações, resumos, esquemas; definidos ordem e a conexão entre as

ideias. Chega-se também na parte da redação do trabalho; respeito às normas da ABNT e por

fim pensar na forma de comunicação dos resultados da pesquisa (normalmente já pré-

definidos).

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AVALIAÇÃO DO PROCESSOAVALIAÇÃO DO PROCESSOAVALIAÇÃO DO PROCESSOAVALIAÇÃO DO PROCESSO

ATIVIDADEATIVIDADEATIVIDADEATIVIDADE Avaliar o processo de pesquisa

PENSAMENTOSPENSAMENTOSPENSAMENTOSPENSAMENTOS Aumentar o autoconhecimento; identificar problemas e êxitos;

planejar estratégias de pesquisa para trabalhos futuros

SENTIMENTOSSENTIMENTOSSENTIMENTOSSENTIMENTOS Sentimento de realização ou de desapontamento

AÇÕESAÇÕESAÇÕESAÇÕES Procurar evidência do foco: avaliar o uso do tempo; avaliar o uso

das fontes de informação; refletir sobre a ajuda do bibliotecário

ESTRATÉGIASESTRATÉGIASESTRATÉGIASESTRATÉGIAS Esboçar linha do tempo; fazer fluxograma; discutir com o

professor e com o bibliotecário; redigir síntese

Kuhlthau (2010)

Avaliar com os estudantes e, no caso da comunidade, o processo de pesquisa e

não apenas o produto final. As técnicas que podem ser utilizadas são: linha do tempo,

fluxograma, reuniões e redação da síntese. Devem-se levar em consideração os seguintes

elementos da avaliação: evidência do foco; uso do tempo; uso das fontes de informação e

auxílio do bibliotecário.

CONSIDECONSIDECONSIDECONSIDERAÇÕES FINAISRAÇÕES FINAISRAÇÕES FINAISRAÇÕES FINAIS

Diferente do que alguns pessimistas pensavam ou até mesmo pensam, o papel da

biblioteca e do bibliotecário continuam cada vez mais importantes na sociedade,

principalmente por conta do volume de informações disponíveis nas mais diversas mídias

existentes. Esse profissional é importante, pois é ele que irá contribuir para a capacitação dos

usuários da informação quanto à disponibilização, busca, acesso, uso e transformação das

informações.

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Em meio a tanto informação, a filtragem se torna cada vez mais necessária e

importante para o uso efetivo da informação. Atualmente, mais do que em qualquer outra

época, reconhecer, acessar e transformar a informação não é uma tarefa simples.

Primeiramente é necessário saber utilizar as ferramentas de busca e depois ter uma

capacidade de reflexão e síntese apreendidas com as práticas de leitura. Assim será possível

encontrar, em meio a um oceano de dados, aquelas informações que realmente poderão

contribuir não só para o crescimento intelectual e social do indivíduo como também para

uma prática transformadora para melhorar a qualidade de vida da sociedade de uma forma

geral.

Uma reflexão final merece atenção: porque os estudos sobre letramento

informacional se concentram tão intensamente nas bibliotecas escolares e universitárias?

Qual será a realidade das bibliotecas públicas brasileiras quanto às ações do letramento

informacional? Existem políticas, programas em andamento? As metodologias utilizadas nas

bibliotecas escolares e universitárias são viáveis para as bibliotecas públicas? Diante de

tantas questões, percebe-se que o campo de pesquisa para as bibliotecas públicas é fértil e

está em aberto. Os profissionais precisam compartilhar suas práticas, publicá-las e fertilizar

o campo do letramento informacional com suas ideologias e metodologias, pensando sempre

naquele que é o elemento central para o funcionamento de qualquer biblioteca: o usuário.

Uma das vertentes de pesquisa do letramento informacional é o pressuposto de

que as bibliotecas podem ser úteis para ajudarem as pessoas na vida cotidiana, para resolver

questões pessoais como escolha de estilos de vida, sexualidade, decisões políticas, problemas

relacionados à saúde, alimentação e outros. Muitas publicações têm sido editadas com esse

fim e essa arena pode ser um campo fértil de pesquisa para as bibliotecas públicas, que

ajudam a formar cidadãos pensantes e transformadores, capazes de melhorar sua própria

qualidade de vida e a de outras pessoas.

27

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