the portuguese tribune, april 1st 2012

32
Ajude a POSSO - participe no seu jantar anual a 31 de Março na IES San Jose, pelas 7 horas. Música: Zé Duarte, Donativo: $50 Faça a sua reserva ligando para (408) 293-0877 Goals for a Cure donates $30,000 to El Camino Hospital to fight breast cancer. Over $94,000 raised since 2008. Tribuna vai criar Fundação Atendendo a que as Ordens Honoríficas Portuguesas têm-se esquecido durante tantos anos em reconhecer entidadades da nossa diáspora americana, resolveu o Tribuna Portuguesa criar um Fundação para suprir essa falta. Em 2013 a Fundação emitirá os seus primeiros reconhecimentos. Será criada uma Comissão de Avaliação com o fim específico de desenvolver as características das condecorações a atribuir em diversos graus e em diversas categorias. O Programa "Saudades da Nossa Terra", da autoria de Miguel Canto e Castro, transmitido pela KIGS, teve o seu fim no dia 19 de Março, dia do Pai em Portugal, depois de 51 anos no ar, primeiro na KLBS durante 40 anos e nos ultimos onze na KIGS. Miguel Canto e Castro, na sua despedida, disse um verso de uma das musicas mais bonitas do Conjunto Tributo de São Jorge, "Outros Ventos": "Mudam os tempos e as vontades Mudam-se os ventos, pensamentos e vaidades" Sporting de Santa Clara Miguel Canto e Castro o ADEUS depois de 51 anos na Rádio Larry Soares CEO da Luso-American Fraternal Federation vai reformar-se J. Larry Soares, actual CEO da Luso American Life Insu- rance Society (LALIS) durante a reunião do passado dia 11 de Fevereiro de 2012, informou os directores presentes do desejo de se reformar, iniciando assim o processo de recrutamento para o cargo do novo Executive Vice-President/CEO. Larry Soares é membro da Luso American Life Insurance desde a tenra idade de 20 meses. Começou a trabalhar para a LALIS em 1992 como “Regional Field Manager” do Vale Central, mais tarde foi promovido a “Director of Sales” e de- pois assumiu o cargo de “Vice-President/Secretary” durante 10 anos. Larry Soares é Executive Vice-President/CEO desde 1 de Janeiro de 2009. Pág. 14 Pág. 2, 31 QUINZENÁRIO INDEPENDENTE AO SERVIÇO DAS COMUNIDADES DE LÍNGUA PORTUGUESA 1 a Quinzena de Abril de 2012 Ano XXXII - No. 1129 Modesto, California $1.50 / $40.00 Anual www.portuguesetribune.com www.tribunaportuguesa.com [email protected] Norma Jean de Sousa Fraternalista do Ano Pág 17

Upload: nuno-braga

Post on 17-Feb-2016

236 views

Category:

Documents


7 download

DESCRIPTION

The Portuguese Tribune, April 1st 2012

TRANSCRIPT

Page 1: The Portuguese Tribune, April 1st 2012

Ajude a POSSO - participe no seu jantar anual a 31 de Março na IES San Jose, pelas 7 horas. Música: Zé Duarte, Donativo: $50 Faça a sua reserva ligando para (408) 293-0877

Goals for a Cure donates $30,000 to El Camino Hospital to fight breast cancer. Over $94,000 raised since 2008.

Tribuna vai criar FundaçãoAtendendo a que as Ordens Honoríficas Portuguesas têm-se esquecido durante tantos anos em reconhecer entidadades da nossa diáspora americana, resolveu o Tribuna Portuguesa criar um Fundação para suprir essa falta. Em 2013 a Fundação emitirá os seus primeiros reconhecimentos.Será criada uma Comissão de Avaliação com o fim específico de desenvolver as características das condecorações a atribuir em diversos graus e em diversas categorias.

O Programa "Saudades da Nossa Terra", da autoria de Miguel Canto e Castro, transmitido pela KIGS, teve o seu fim no dia 19 de Março, dia do Pai em Portugal, depois de 51 anos no ar, primeiro na KLBS durante 40 anos e nos ultimos onze na KIGS.

Miguel Canto e Castro, na sua despedida, disse um verso de uma das musicas mais bonitas do Conjunto Tributo de São Jorge, "Outros Ventos":

"Mudam os tempos e as vontadesMudam-se os ventos, pensamentos e vaidades"

Sporting de Santa Clara

Miguel Canto e Castro o ADEUS depois de 51 anos na Rádio

Larry SoaresCEO da Luso-American Fraternal Federation vai reformar-se

J. Larry Soares, actual CEO da Luso American Life Insu-rance Society (LALIS) durante a reunião do passado dia 11 de Fevereiro de 2012, informou os directores presentes do desejo de se reformar, iniciando assim o processo de recrutamento para o cargo do novo Executive Vice-President/CEO.Larry Soares é membro da Luso American Life Insurance desde a tenra idade de 20 meses. Começou a trabalhar para a LALIS em 1992 como “Regional Field Manager” do Vale Central, mais tarde foi promovido a “Director of Sales” e de-pois assumiu o cargo de “Vice-President/Secretary” durante 10 anos. Larry Soares é Executive Vice-President/CEO desde 1 de Janeiro de 2009.

Pág. 14

Pág. 2, 31

QUINZENÁRIO INDEPENDENTE AO SERVIÇO DAS COMUNIDADES DE LÍNGUA PORTUGUESA

1a Quinzena de Abril de 2012Ano XXXII - No. 1129 Modesto, California$1.50 / $40.00 Anual

www.portuguesetribune.com www.tribunaportuguesa.com [email protected]

Norma Jean de Sousa Fraternalista do Ano Pág 17

Page 2: The Portuguese Tribune, April 1st 2012

Year XXXII, Number 1129, Apr 1st, 2012

2 1 de Abril de 2012SEGUNDA PÁGINA

EDITORIAL

Depois de 51 anos, Miguel Canto e Castro despediu-se da Rádio no dia 19 de Março, dia do Pai em Portugal. Despediu-se elegantemente às 8 horas e dez minutos, explicando as razões da sua retirada e dizendo que esse

programa de duas horas seria o seu ultimo. Depois de acabar a explicação, Miguel Canto e Castro começou a tocar uma das mais bonitas canções do Conjunto Tributo, que nem chegou a meio, porque incompreensívelmente, deselegantemente, os responsáveis pela KIGS interromperam o programa e começaram a tocar musi-ca que não era a dele. Foi mesmo muito esquisito a maneira como trataram o decano da Radio da California. A KIGS errou ao pro-ceder desta maneira. Quem o mandou fazer, não prestou atenção às regras do jogo da boa educação, esqueceu-se das regras da ami-zade, fez tábua rasa das regras do respeito que deveriam ter, não só para o Miguel, mas para todos os milhares de ouvintes assíduos que ele tinha diáriamente.Esta manhã de 19 de Março de 2012 ficará conhecida na história como a manhã mais negra da nossa rádio.Afinal João e Odelta Pereira vão deixar muitas saudades.

Eu não sei quantas pessoas é que recebem o boletim "O Progres-so" da Portuguese Historical and Cultural Society, de Sacramen-to. Toda a nossa comunidade deveria recebê-lo. É um verdadeiro jornal de 12 páginas apenas, mas cheio de interesse - cultural, social, comunitário e mesmo noticioso.Os nossos parabéns à editora Marilia Coquim Wiget e a toda a direcção da PHCS.

jose avila

O Adeus de um HOMEM

Crónicas do Perrexil

J. B. Castro Avila

Se um ser extra-terrestre viesse de um outro pla-neta e assistisse à maioria dos nossos jantares nas

organizações portuguesas, fica-ria com a impressão que só have-ria um produto que os terrestres comiam - bifes (steaks).Com a excepção do tempo das matanças e do caranguejo, é na realidade uma obcessão servi-rem-se bifes na maioria das nos-sas festas. E o grande problema é que muitos cozinheiros ainda não compreenderam que a maio-ria das pessoas não gosta de bifes mal passados. Convido-vos a irem ás cozinhas das nossas festas depois dos jan-tares de bifes para poderem apre-ciar o desperdício de dinheiro gasto num jantar onde se devolve tanta quantidade de carne e de

gordura. Parece que não há ou-tras comidas para oferecer, quer de peixe e mesmo de carne, sem ser necessáriamente bifes.Ficamos contentes em saber que em Hayward no dia 28 de Abril, na noite de fados, vai ser servido bacalhau. Aleluia...

Estas novas tecnologias deixam-me doido. O dia não tem muitas horas para eu as poder gozar.Com o meu iPhone ou iPad e o Apple TV, posso ver tudo o que-ro na televisão. Tudo, tudo. In-crível. Estas novas brincadeiras só devem ser usadas por refor-mados, porque, se foram usados por jovens, lá se vai o estudo, o emprego, a namorada. Para os de meia-idade, o mesmo conceito se aplica - lá se vai o tempo de fami-lia, o cuidar dos filhos, o brincar

com eles, e até o divórcio.Já que falamos em tecnologia deixem-me referir que o facebook está a atravesssar um deserto, porque muita gente usa-o como uma janela religiosa de reflexão. A religião é um assunto muito im-portante para ser discutido num qualquer "social networking". Para isso existem outros meios e outras tecnologias. Deixem o fb ser aquilo que deve ser - um en-contro de amigos, uma partilha, um fait divers.

Aproxima-se o tempo da Con-ferência sobre a Educacão, da Luso-American Education Foun-dation, que se realiza este ano na Universidade Estadual de San José e noutros locais.Todos os anos penso a mesma coisa e todos os anos nunca acon-tece aquilo que eu penso. Nunca vimos ainda fazer uma reflexão daquilo que se passou entre uma conferência e outra - o que se aprendeu, o que correu bem, o que não correu tão bem. Há dois anos, salvo erro, houve ideias de alterar um pouco o conceito da Conferencia, mas, o vento leva as ideias e estas perdem-se nas ma-drugadas frias do Inverno.Mudanças custam a fazer...

Bifes, no please

Page 3: The Portuguese Tribune, April 1st 2012

3PATROCINADORES

Page 4: The Portuguese Tribune, April 1st 2012

4 1 de Abril de 2012COLABORAÇÃO

O "charme" discreto

de ser imigrante

Memorandum

João-Luís de [email protected]

1 – Imigração – a ‘dor do par-to’ de partirSubscrevo o veredicto de que os imigrantes são geralmente bons gestores da orfandade lin-guística. A maioria já consegue decifrar o alfabeto do futuro, chegando alguns a ultrapas-sar, com discreta galhardia, os efeitos próximos da revolução planetária gerada pela internet – espécie de tsunami silencioso que traduz o tempo e o espaço em golpes de ‘instantaneidade’. Diria ainda que o presente serve apenas de cais de embarque da nave da emergência rumo à in-certeza do futuro…Mas é curioso notar que há por aí alguns mordomos da imigra-ção que não ganham pró susto ! O acesso democrático à cidada-nia do conhecimento continua a espantar a mirrada psique dos instalados – gente que resiste à mudança. Nunca é demais re-lembrar que, durante séculos, a sabedoria pertencia à herança monopolista conferida às castas que se arvoravam em alcaides exclusivos da fortaleza do sa-ber. Alguns sectores petulantes da intelectualidade portuguesa continuam a padecer dessa per-turbante hereditariedade, valori-zadora do discurso em prejuízo da mensagem. Lamentavelmente, a maioria dos democratas portugueses continua caloira no alfabeto da liberdade. Afinal, somos co-her-deiros do património cultural de oito séculos de monarquia. Os partidos politicos portugue-ses comportam-se como insti-tuições monárquicas, com os seus príncipes e vassalos, suas alfaias e demais aleluias ideoló-gicas, tipo diet coca-cola… Por outro lado, não é difícil notar que a novísssima classe tecno-crata portuguesa aprendeu de-pressa a ‘confraternizar’ com a democracia – ferramenta útil ao exercício dos seus privilégios, mas temida sempre que lhes re-corda os valores inalienáveis da ética política. Seria porventura cansativo re-petir que as comunidades de expressão portuguesa parecem por vezes ‘mimadas’ quan-do são tratadas como oásis do ‘portugal-dos-pequeninos’. A nossa gente precisa de aprender a ‘ler o mundo’ e a responder às exigências da ‘global literacy’. Segundo recente estimativa da Linguistic Society of America, existem cerca de 6.800 línguas faladas no nosso planeta, habi-

tado por 7 biliões de seres hu-manos. Curiosamente, a língua inglesa (apesar de ser a terceira maior língua mundial, e língua franca da internet) está a perder gradualmente os pergaminhos aristocráticos da sua matriz anglo-saxónica… Entretanto, os novos cruzados políticos da ‘pu-reza’ lusitana fingem acreditar que a língua portuguesa irá ser a nova caravela que transportará para os mercados bancários de madame Europa as especiarias do século XXI… (as vantagens, vícios & virtudes do Atlântico-sul). Veremos…

2 – cultura ornamental versus cultura civilizacional Todos reconhecemos que, nos últimos 150 anos, o património cultural da Diaspora açoria-na (embora multifacetado pela dispersão insular da sua ances-tralidade atlântica), possui uma componente de pendor eclesial. E não admira. O primeiro insti-tuto de ensino superior açoriano vai em breve celebrar um sé-culo e meio de serviço em prol do Catolicismo: refiro-me ao Seminário episcopal de Angra do Heroísmo, fundado em 1862 (quase meio século antes da im-plantação da República). A circunstância de não ter sido estudante-seminarista, facilita-me a referência ao facto de que o sucesso das Artes & Letras da diaspora lusófona deve muito ao perfil cultural dos imigrantes oriundos daquele vetusto Semi-nário episcopal açoriano. Claro que há excepções de reconheci-do valor. Apetece revisitar (em passo de corrida) algumas des-sas excepções: - Jorge de Sena, engenheiro, es-critor, poeta que andou ‘emigra-do de língua em língua’. Jorge de

Sena cedo impacientou-se com a ausência de virilidade psico-política do patronato literário do seu tempo. Por isso, foi suplicia-do no altar da indiferença;- José Rodrigues-Miguéis, va-loroso cavalheiro das Letras, exilado, evitado, esquecido; todavia manteve sempre uma aprumada dignidade literária, por vezes um silêncio olímpico, perante o baronato oficioso das influências literárias sacramen-tadas;- Eduardo Mayone-Dias – por-ventura, um dos prestimosos sobreviventes da velha-guarda da ‘arte de bem cavalgar toda a sela’ da sapiência literária: escritor fraternal, pedagogo só-lido, enfim um cavalheiro sério sem solenidades adjectivas, fino sem ser piegas, cuja presença na imprensa comunitária continua assídua e desejada; - Alfred Lewis (na foto) – um poeta com algum parentesco psico-literário com o seu conter-râneo Roberto de Mesquita; dá-nos a impressão de que o poeta A.Lewis viveu 50 anos na sua California, sem nunca ter saído da sua inseparável ilha Flores…a mais ocidental ilha açoriana. (A minha saudosa colega Mar-garida Cymbron Barbosa já não pode confirmar se estou ou não correcto nesta minha antiga per-cepção)…

P.S. – Claro que teríamos mui-to gosto em revisitar a Obra dos saudosos autores Charter Peter, Thomas Braga, Belmira Tava-res, Laurinda Andrade, Urbino de San-Payo… Além do mais, não dispomos de espaço bastan-te para entabular uma conversa amena e demorada àcerca dos navegadores das Artes & Letras que continuam, felizmente, ope-racionais e criativos, tais como: Onésimo Almeida, Maria das Dores Beirão, Diniz Borges, Manuel Calado, José F. Costa, Francisco Fagundes, Ferreira Moreno, Eduardo Bettencour Pinto, José Raposo, Caetano Valadão Serpa, José Luís Pe-reira da Silva, Katherine Vaz, e alguns outros mais …)

(por decisão pessoal, o autor não escreve segundo o recente

Acordo Ortográfico)

Comunidades do Sul

Fernando Dutra

No dia 4 do corrente a comu-nidade de Artesia preparou-se para a visita anual do Presidente Estadual desta Sociedade Fra-ternal. Após a visita, no dia 3, a San Diego, a caravana nortenha dirigiu-se para Artesia, para a visita oficial ao conselho nº 76, no entanto o presidente Richard Castro, não acompanhou os res-tantes visitantes, em virtude de em San Diego, ter sido acometi-do de doença inesperada, tendo regressado ao norte por via aé-rea, tendo ficado hospitalizado, pelo que desde já desejamos-lhe rápidas melhoras. Pelas 14:00 ho-

ras teve inicio a hora social com beberete. A partir das 15:00 ho-ras teve início o magnifico lan-che, muito bem apresentado, bem confecionado e abundante. Moi-ses Lourenco, mestre de cerimó-nias, cumprimentou a audiência, apresentou o programa do evento e fez as apresentações de praxe. Maria Medeiros, integrada nos executivos da sociedade, substi-

tuíu o presidente, fez os respecti-vos agradecimentos, enaltecendo a forma como foram recebidos nesta comunidade e iniciou a troca de ofertas entre o conselho local, oficiais da cidade e alguns ex-oficiais dos quatro conselhos que formaram a atual sociedade. O evento teve início com o se-guinte programa: Hinos Nacio-nais Americano e Português, res-petivamente por Julio Romeiro e Moisés Lourenço, actuação do grupo de violas de David Barce-los, grupo Hora Social, de Manuel Madruga da Silva. A desgarrada entre pai e filha, Alberto Sousa

e Julie Sousa Romeiro, foi mui-to apreciada, derivada ás varias piadas cantadas referentes a pes-soas ou atos praticados no seio da comunidade, por conseguinte, do conhecimento geral de todos os presentes. A comissão deste con-selho está de parabéns pelo êxito obtido nesta magnífica recepção à caravana presidencial.

Visita a Artesia do Presidente Estadual da Sociedade Fraternal Portuguesa da America

Page 5: The Portuguese Tribune, April 1st 2012

5COLABORAÇÃO

Recordando Cantares (1)

Com o evocativo título “Canta-res de Além-Mar”, o ilustre Dr. Mayone Dias publicou em li-vro, em 1982, “uma colectânea

de poesia vivencial popular de emigrantes portugueses nos Estados Unidos”. Como criteriosamente anotou Mayone Dias, “to-dos estes autores são gente de trabalho. Claro que lhes falta refinamento poético. Mas o seu cantar é todo maravilhosa es-pontaneidade”.Justificando a apelidação de poesia viven-cial, Mayone Dias apontou que “quase toda ela é narrativa, à boa maneira do romance tradicional. A experiência emigrante, des-de que se toma a decisão de partir, consti-tui o tema central de muitas destas compo-sições. Em várias delas os preparativos da viagem, sobretudo os problemas burocrá-ticos, parecem ser tão ou mais traumati-zantes que o embate da chegada”.Foi o caso, por exemplo, de António de Freitas Pimentel, natural da ilha das Flo-res, descrevendo uma série de peripécias em S. Miguel:

Fiz análises ao sangue,Que ficaram negativas;Que estava com grande medo,Que ficassem positivas.

Fui ao médico tirar chapas,Fiz as minhas orações;Sairam bem claras,Não havia nada nos pulmões.

Fui à inspecção médica,Tremia o meu coração;

O médico inspeccionou-me,Sem nem ver o defeito da mão.

Fui requerer o visto,Já de tudo estava farto;Deram-me oito semanas,P’ra eu ser avisado.

Pimentel teve a sorte em abreviar a estadia: “Era muito tempo de es-perar / E isto nem podia ser / Ao fim de três dias / Mandaram-me comparecer”. Uma vez le-vantado o visto, aviou as malas sem mais delongas ou aborrecimentos:

Naquela bela manhãEstava com muita alegriaP’ra embarcar na SATADirecto a Santa Maria.

Cheguei a Santa Maria,Parecia-me que perdia o juízo;Embarcava na Pan-AméricaCom destino a San Francisco.

Temos um outro exemplo em Jerónimo Gonçalves Trigueiro, também natural da ilha das Flores, após ter recebido em outu-bro a chamada p’ra se apresentar no con-sulado americano na ilha de S. Miguel. Embarcou no “Carvalho Araújo” aos 13 de novembro, com destino à ilha do Faial, aonde chegou no dia seguinte, permane-cendo na cidade da Horta até levantar o passaporte aos 30 de novembro. Nova-mente a bordo do “Carvalho Araújo” par-tiu p’rà ilha Terceira aos 14 de dezembro,

ali chegando ao anoitecer, seguindo depois p’ra S. Miguel.

Da Terceira p’ra S. Miguel,Foi o vapor sempre de lado;A bordo morreu seis reses,E os passageiros sempre enjoados.

A dezasseis de dezembroA S. Miguel eu chegava,Mas um pouco pensativo,Na viagem ainda pensava.

Ali estive dez dias,Mais papéis p’ra arranjar;Foi a vinte de dezembro,O visto fui levantar.

Na presença do cônsulEstava a bandeira no ar;Era a bandeira americanaE por ela tive de jurar.

Embora com a passagem marcada p’ra se apresentar na ilha de Santa Maria aos 21 de dezembro, Trigueiro ficou retido em Ponta Delgada devido ao cancelamento do voo da SATA. Com a continuação do mau tempo, decidiu prosseguir viagem via marítima:

Foi no dia vinte e sete No Cedros eu embarquei P’las duas horas da tarde A Santa Maria cheguei”.

A partida p’rós Estados Unidos ocorreu aos 28 de dezembro, descrita seguida-mente num misto de nostalgia e humo-rismo:

Num avião da Pan-América,Companhia já antiga,Era esse o transporte,P’rà América nos conduzia.

Os motores a trabalhar,O avião no campo corria;Adeus, meu Portugal,Adeus, minha querida ilha.

Caminhava o aviãoA subir p’ró ar;Nunca mais pude ver Nem a terra nem o mar.

Estando eu em conversa,Quando o alarme ouvi dar,P’ra todos os passageiros,Com os cintos se apertarem.

Era uma queda de arQue se aproximava;O avião todo rangia,Acima e abaixo ele andava.

Várias vezes se deu isto,Eu ia bem assustado;Pois, se caminho a pique,Ainda tenho d’ir amarrado?

Evidentemente que todo e qualquer emi-grante sente-se deveras atrapalhado quan-do não domina, de forma alguma, a língua da terra p’ra onde emigrou, como ficou expresso neste par de quadras de Maria Etelvina Azevedo Lima:

Aqui vamos a um doutor,Seja oculista ou dentista,Temos que levar um professor,P’rà conversa ficar certa.

Vamos p’rà igreja rezar,Fica uma pessoa pateta;Não se entende o padre a pregar,Nem se a missa está certa.

Igualmente não é novidade que a muitos emigrantes deparam-se-lhes, em terra estranha, vicissitudes a que não estavam acostumados na terra de origem, como tenciono narrar na crónica da próxima se-mana. Até lá:

Já fui à terra da AméricaJá fui uma, já fui duasNada me ia matandoSenão as saudades tuas

Tribuna da Saudade

Ferreira Moreno

$69.00$69.00

Page 6: The Portuguese Tribune, April 1st 2012

6 1 de Abril de 2012COLABORAÇÃO

Santos-Robinson Mortuary

San Leandro

Family ownedCalifornia FD-81

Madeline Moniz GuerreroConselheira Portuguesa

Telefone: 510-483-0123160 Estudillo Ave, San Leandro, CA 94577

* Servindo a Comunidade Portuguesa em toda a Área da Baía desde 1929* Preços baixos - contacte-nos e compare* Serviços tradicionais / Serviços crematórios* Transladações para todo o Mundo* Pré- pagamento de funerais

Semana sim, semana não, o Tribuna franqueia-me o espaço. Empenho-me a trabalhar centenas de pala-vras para que façam sentido cá nas

leves leituras da diáspora e esforço-me por reproduzi-las em rasgos da minh’alma que se esforça dentro do que pode e sabe. Faço-o sempre por gosto. Nesta edição – não o nego – o gostinho é mesmo especial. Em-bora metade das palavras não sejam mi-nhas, garanto-vos que o prazer é todo meu. Visitam-nos os amigos da Praia da Vitória. Simpáticos, ao romper de cada Primavera, atravessam o Atlântico e esta América de costa a costa para nos estreitarem o abra-ço. Cai-nos bem esta visita. Trazem-nos o berço bordado de saudade e a gente gosta de embalá-lo. Não faltamos ao convívio. Irmana-nos. Reaproxima-nos.A mensagem cola-se normalmente ao tema das Festas de Agosto. Este ano, a Praia prepara-se para homenagear o coração festeiro da ilha na garrida folia dos seus divertidos carnavais. O carnaval do mês passado abriu os seus palcos a uma bonita dança da Sociedade Recreio Lajense, com mais um elogiado enredo de Hélio Costa. As cantigas de despedida e as de saudação, da autoria de Paulo Codorniz, mereceram igualmente rasgados elogios. São rasgos da alma de um grande amigo que vive e sente o concelho da Praia em todo o seu di-namismo cultural, sílaba a sílaba, estrofe a estrofe, ao longo do ano inteiro. Apraz-me aqui reproduzir, em termos abreviados, esse seu lírico modo de saudar, poema dig-no de se aplaudir:

Abrir a alma a cantar,Para vos cumprimentar,É, hoje, com toda a certeza,

Abrir a porta a sorrirE convidar-vos a virComer connosco à mesa.Taça erguida de partilha,Hino ao povo e à ilhaEm açafate de encanto,Charamba à nossa maneiraViva o povo da TerceiraPadre, Filho, Espír’to Santo.

Somos bravos desta terraQue entre o mar e a serra Assentaram arraiais.Convivemos com vulcõesE em terreiros e salõesSomos reis de carnavais.Num arco-íris de afectosSomos filhos, somos netosDe gente da mesma sorte.Terra de seara erguida, De chegada e de partida.Mas bravos até à morte

Carnaval é chamarritaÉ uma peça bonitaDançada na ponta do pé,É terço que a gente rezaPor alma de quem se preza,Nossa profissão de fé.É abraço de amizade,É aperto de saudadeCom gosto de aguardente,É peça que contagia,Moda que o povo assobia,E só sabe quem a sente.

A lava negra num manto,E os olhos pretos de prantoBranqueiam no Carnaval.São filhós e anis doceQue o Samacaio salvou-se E a Lira vive, afinal.

Chegou num carro do bodo,Traz com ela o povo todo,E hortênsias de fantasiaPara o tapete do chão,Onde passa a procissão,Com roqueiras d’alegria.

O carnaval rompe a ilha TerceiraComo um foguete que estala no arO povo todo põe a passadeiraQue o seu teatro está quase a chegarE traz rainhas, tiranos e santos,Heróis, amores, os filhos, os paisHá gargalhadas, sorrisos e prantosHá despedidas choradas no cais

E no final os aplausos são tantosQue nós ficamos sem querer partir mais.

Passou-se com muitos de nós. Partimos com vontade de ficar. Agora é tarde de-mais. A comitiva já está no salão à nossa espera. Agosto ainda é daqui a quatro me-ses. Desfrutemos primeiro o despertar de Abril, os mimos da Primavera e o convite ao convívio que nos dilui a distância.

Diluir a distânciaRasgos d’Alma

Luciano [email protected]

Page 7: The Portuguese Tribune, April 1st 2012

7PATROCINADORES

ASSURANCE. PROTECTION. RELIABILITY. What Matters Most?

• Provide security for years to come • Help protect your family’s standard of living • Avoid leaving debt behind

We Protect Your Future…

• Protect your family or provide a benefit to others • Automatic and flexible payment methods annually, semi-annually, quarterly, or monthly • Help protect you and your family’s assets from the unexpected

Offering SAFE and SECURE Fraternal Insurance for its members since 1880…

WHAT DIFFERENTIATES A FRATERNAL SOCIETY OVER COMMERCIAL INSURERS ?

While commercial insurers utilize "closed" contracts, i.e., self-contained agreements with set terms, fraternal benefit societies employ "open" contracts. Open contracts are memorialized by the member's application, the insurance certificate, and the society's articles of incorporation and bylaws. Central to this dispute, open contracts also explici-tly recognize that the articles of incorporation and bylaws are subject to change, and that any subsequent amendment to them is incorporated into the preexisting open contract as long as it does not destroy or diminish the benefits promised in the original contract. (Kaplan Financial, 2008)

When you become a member of the PFSA, you are eligible to purchase term life insu-rance, return of premium insurance, whole life insurance, and a Coverdell Education

IRA.—The PFSA, an organization that is committed to family, community, and country. From a college education for your children, to a secure and rewarding retirement, we

have a variety of financial and investment choices that can help you take control of you and your family’s future.

HOW DO I BECOME A MEMBER?

It’s simple. Our members are our insured. Anyone purchasing a…

10-YEAR AND 20-YEAR TERM:Level premium plans with a fixed term coverage. Although these plans do not offer cash value or reinstatement provisions they provide protection at a lower cost than whole life.All these Term plans are convertible to a whole life at any time during the term of the contract, by request of the insured and before the insured’s 60th birthday and for an amount equal or lower than the original coverage amount.

The Conversion provision does not require additional proof of insurability or medical examinations.

BENEFITS:

➢ Lower cost ➢ More purchase power ➢ Conversion provision

TARGET MARKET:

Young families planning for their children’s education and raising needs. The conver-sion option makes these plans very attractive because it allows the insured to convert the plan to a whole life.

10-YEAR AND 20-YEAR PAY LIFE:Level premium plans with a fixed number of premium payments. These Plans offer cash value accumulation and re-instatement options. Excellent product when planning costs of insurance.

BENEFITS: ➢ Cash Value accumulation ➢ Discounts for early payoff ➢ Forecasting the total cost of insurance ➢ Policy Loans may be granted against the cash value (loan may not exceed 80% of available cash value) ➢ Policy may be re-instated up to 5 years from last due date (medical approval may be required) ➢ Lower Face limit amounts than “interest sensitive” products

TARGET MARKET:Excellent product for someone who wants to buy or offer insurance protection, but wants to budget and manage the cost of coverage.

20-YEAR AND 30-YEAR RETURN OF PREMIUM:Level premium plans with a fixed number of payments and fixed term. Unlike term insurance, these plans offer cash value accumulation, re-instatement options and policy loans. At the end of the 20 or 30-year term, insured will be paid the total premiums paid minus council dues and any indebtedness they may have.

BENEFITS:

➢ Lower cost than whole life plans ➢ Policy Loans may be granted against the cash value (loan may not exceed 80% of available cash value) ➢ Policy may be re-instated up to 5 years from last due date (medical approval may be required) ➢ Cash Value accumulation ➢ Forecasting the total cost of insurance ➢ Reimbursement of premiums. At the end of the Term member gets reim bursed for all premiums paid except the Council dues.

TARGET MARKET:

Young adults and families who want to buy insurance protection for a determined number of years with the assurance that at the end of the term they will get the pre-mium amount returned to them.Home buyers looking for Mortgage Insurance

COVERDELL EDUCATION IRA

➢ Coverdell (Education) IRA – great to start a college fund for children; deposits can be made until the child is 18 years of age; annual deposits up to $2,000.00; funds can be withdrawn for education tax free; funds my be transferred to another child. Minimum to open is $100.00 plus Membership dues

PORTUGUESE FRATERNAL SOCIETY OF AMERICA

1120 East 14th Street, San Leandro, CA 94577Phone: (510) 483-7676 • 1-866-687-PFSA

Fax: (510) 483-5015www.mypfsa.org

Have a rep contact you today!

1-866-687-PFSA (7372)

Or email us [email protected]

Portuguese Fraternal Society of America

Page 8: The Portuguese Tribune, April 1st 2012

8 1 de Abril de 2012COLABORAÇÃO

Agua Viva

Filomena [email protected]

O Dia das mentiras, de pêtas ou outros nomes que lhe dão, é coisa mais do que comum, não só no dia 1º de Abril, mas nos tempos que vive-mos, todos os dias. Quando começou a mentira? – Ora, mas que pergunta! Quando começou o engano, a falsi-dade, a manipulação, o estra-tagema, o abuso, a calúnia, a difamação, a chantagem! – Resumindo e baralhando, a mentira começa quando a verdade acaba.... E toda esta lenga-lenga, só por causa de 1 de Abril! Por um dia, estão todas e todos perdoados.Vamos sobreviver de todas as patranhas do dia, indo às fes-tas!!! Por que não? As festas fazem-nos distraír, encon-trando os mesmos ou outros mentirosos... Mas também os verdadeiros amigos que nos dizem quem são os traiçoei-ros e inimigos! E como me divertem! Olho para esses estúpidos palhaços, tão igno-rantes, que gostam de levar e trazer recados de malvadez e ignomínia... Pagos a peso de ouro!O melhor é ir à festa! A festa, que se faz de cantigas, de sa-borosa comida e boa dispo-sição! Quem é que não gosta de ir por exemplo ao jantar do grupo folcl. “Tempos de Outrora”, para regressar no tempo e “ficar na ilha” por umas horas, pretender que as sôpas, o cozido e a alcatra, postos na mesa, ainda são de abundância pelo sabor da saudade, regada a vinho de cheiro.Celebrar o Dia do Emigran-te, foi outro tipo de encontro que realizou o P.A.C., com um programa diferente, mas onde não faltaram as nossas tradições, como a música do nosso Folclore e a arte de bem-receber, junto com as Artes Plásticas. Duas pin-toras de grande talento ex-poseram os seus trabalhos

com muito mérito, na sala do Athletico: Goretti Carva-lho e Lucínia Ellis. Pinturas a óleo e aguarela, saíram da sua inspiração para as gran-de telas que prenderam os olhares dos presentes.A Banda de São José, com-posta por juventude que to-cou à estante um pequeno concerto, sob a batuta de Joe Amaral, obras de grandes compositores, incluíndo rap-sódias da nossa linda música portuguesa. Porque os olhos também comem, a decoração da sala também tem impor-tância. Helena Oliveira, Fer-nanda Silva e suas amigas alimentam a nossa vista. O estômago é que se vinga nas saborosas iguarias com um Porto de Napa Valley que cai a preceito, para honrar o Emigrante de todos os qua-drantes.Ao fechar esta Água Viva, o meu Porto de Honra, que devia no caso ser um Pico, ergue-se a um Emigrante e Amigo Picoense especial: Miguel do Canto e Castro, Voz Radiofónica de meio sé-culo de “Saudades da Nossa Terra”, veterano da Comu-nicação Social falada, na California. Queremo-lo de volta; esta voz não pode ficar calada, só porque a KIGS, de triste e reles decisão o calou.

Viva o Emigrante de boa memória

Cada terra tem os seus margi-nais que são, quase sempre,

os bodes expiatórios de todos os males da socie-dade. E, no entanto, mui-tos deles são dotados de consciência crítica e pos-suem uma grande riqueza humana.O Belarmino foi um des-ses infelizes que, aqui há algumas décadas atrás, deu muito que falar na ilha do Pico. Solidário e generoso, ele era um ho-mem igual a si próprio: roubava para comer e partilhava o produto do roubo com outros desgra-çados como ele. Margi-nalizado pela sociedade, acusavam-no por tudo e por nada e a todos servia de bombo da festa: era o terror das crianças, a cha-cota dos jovens, o escár-nio dos velhos.Porém, o Belarmino lá tinha as suas artimanhas. Era perito em evadir-se da cadeia e mestre na arte do disfarce. Ocultava-se em furnas e sob copas de árvores. Roubava utili-zando um gancho, com o qual retirava dos fumei-

ros a comida que lhe ha-via de matar a fome. Dele ouvi várias histórias que me foram contadas pelo padre Idalmiro Ferreira. Retive estes dois episó-dios que passo a relatar.Certa vez, e como era seu hábito, o Belarmino, ilu-dindo a vigilância, eva-diu-se da prisão e, após caminhar muitos quiló-metros, chegou à Cande-lária. Nesse dia havia fes-ta rija em casa do cardeal Costa Nunes. O Belarmi-no rondou a casa e aguar-dou o momento propício para introduzir-se nos aposentos, o que viria a acontecer com a maior das facilidades. Dirigiu-se à cozinha de onde re-tirou abundante manjar que guardou numa saca. Depois percorreu o cami-nho de regresso à cadeia e, sem que os guardas o vissem, entrou na cela e dividiu a comida roubada com os outros reclusos.De outra vez, em plena audiência do Tribunal da Comarca de São Roque do Pico, o Belarmino, reincidente dos reinci-dentes, aguardava que o enviassem, uma vez

mais, para a prisão. Po-rém, naquele dia, andava a o juiz furioso, pois o processo do Belarmino pura e simplesmente ha-via desaparecido.O juiz vira-se então para o Belarmino e diz:-Raios partam! Só cá fal-tava esta! O seu processo levou sumiço! Já andei aí a chatear os funcionários, mas não há maneira de o processo aparecer. Bom, vou ter que adiar o julga-mento.

E então, muito pachor-rentamente, o Belarmino retirou de um dos bolsos do sobretudo o seu pró-prio processo, que ele ha-via roubado dias antes, e disse:-Ó sr. dr. juiz! Não me diga que anda à procura destas folhinhas…Exasperado, o juiz voci-ferou:- Ah, seu refinado patife!E o Belarmino continuou a ser um quebra-cabeças para a justiça.

Ao Cabo e ao RestoVictor Rui [email protected]

Um bom malandro chamado Belarmino

Direcção da Casa do Benfica

Assembleia- Geral

Presidente - Nello BettencourtVice-Presidentes- António Dutra1º Secretário - José Mendes2º Secretário - Luis Melo

Conselho Fiscal

Presidente - Luciano PinheiroVice-Presidente - Alfredo CunhaSecretário - Jorge PiresRelator - João Barreto

Direcção

Presidente - Jorge BernardinoVice-Presidente - João SoaresVP Administrativo - Tony AvilaSecretário Geral - Orlanda MendesVP Ass. Soc. e Culturais - Lisa Marie SousaVP Assuntos Desportivos - Manuel MonteiroVP Património - Tony RibeiroVP Adjunto - Jorge LealVO Adjunto (Bar) - Manuel Cunha

Page 9: The Portuguese Tribune, April 1st 2012

9 COLABORAÇÃO

Quero deixar bem expli-cado que eu não sou critico de fados e vou fazer minhas as pala-

vras da amiga Maria das Dores, quando disse – e muito bem - que não iria entrar nas origens desse nosso género musical, quando teve a tarefa de ser Mestre de Cerimónias, na noite de fados, em Novato, no passado dia 17, e ao afirmar ser ele a expressão da alma Portuguesa. A dada altura acrescentou que o fado foi, há pouco tempo, consi-derado património mundial, pela UNESCO. E sendo assim, em minha opinião, as pessoas que se encarregam dessas noites a

ele dedicadas, têm que procurar agradar a todos, quer seja ao es-colher a ementa para o jantar ou selecionar os fadistas. Portanto, para os que não vieram prestigiá-lo, porque a comida era “cor-ned beaf and cabage”, está-se a ver que para esses interessa mais os sabores da comida Portuguesa do que, realmente, ouvir o fado. Eu até acho quequem escolheu o cardápio e por ser dia de São Pa-trício, escolheu bem. Assim apro-veitaram para celebrar o Santo Ir-landês e alegrarem a nossa alma com os acordes do grupo “Sete colinas”, que cada vez está a to-car melhor. Eu devo dizer que vou ao fado para ouvir fado. O “cor-ned beaf and cabage”, com a linguiça que lhe foi junta, esta-va excelente. Porém, quero fazer aqui um aparte para congratular a Maria Ramos pelo excelente pudim de bolacha Maria. Embo-ra diabético, quis experimentar e não sei se ela colocou algum pro-duto especial, pois que a minha glicose não subiu muito. A amiga Maria das Dores fez como era de se esperar, um ex-celente trabalho. A noite abriu com a Crystal Mendes, a quem tive a oportunidade de ouvir pela primeira vez. Uma moça nascida aqui, mas que muito bem inter-preta o fado e tem uma linda voz. Parabéns e continua. A seguir veio a Jesualda Azevedo e, fran-camente, ela está como o vinho do Porto. Já disse há anos que ela é a única pessoa que eu conheço

que nestes espetáculos que con-segue agradar a gregos e troia-nos. Tem habilidade de lidar com o povo e mesmo que o microfone falhe, ela não se enerva de ma-neira alguma. A música para, ela muda de microfone, recomeça e canta ainda muito melhor, como se nada tivesse acontecido e é aplaudida como merece. Chegou a vez de a Carmenci-ta cantar e embora sendo ou-tra moça nascida nesta terra, tem uma vontade e uma voz como bem poucas. No entanto, teve azar e eu pensava que o problema era devido aos aparelhos auditivos que tenho que usar e que havia sido a única pessoa a dar por isso.

Quando ela começou a cantar deve ter havido qualquer campo magnético que alterou o som, e a voz não estava a sair clara, nem como o que dela se esperava. Se bem que ela deu por isso e como, claro, é uma jovem que não tem ainda a experiência das fadistas que cantam há mais tempo, fez das tripas coração e não parou. O responsável pelo som, devido à sua longa experiência, resolveu a questão e por fim a coisa saiu bem. Depois das três vozes femininas, veio o David Silveira. Penso eu que foi a terceira ou quarta vez que o ouvi cantar. Se o David cantasse ópera seria o Pavarotti Português. Tem uma força de voz que enche a sala. Embora cante fado há pouco tempo já provou que tem a presença de espírito e calma que os grandes cantores têm. A noite acabou com os fa-distas a cantarem juntos e devo dizer que as vozes estavam bem afinadas. Em suma, as pesso-as presentes aplaudiram, minha cunhada Margarida e a Maria Ramos que são as propulsoras dessas noites de fado em Novato, ficaram satisfeitas por tudo ter corrido bem. As outras pessoas que muito ajudaram, mostravam também o seu contentamento e eu não tive que sair da cidade onde moro para ouvir o fado. Desta vez o fado veio a NOVATO.

O Fado veio a Novato

Ao Sabor do Vento

José [email protected]

Parque de Diversões

Durante a minha infância, tinha a minha volta, tudo o que uma criança curiosa, nunca se cansaria de admirar.De manha, da nossa janela,

via onde o céu e o Mar se encontravam!via o sol, como uma bola de fogo...todas as manhâs despontando... ali, tão perto de mim! podia ouvir o mar, a bater nas pedras!respirar o ar puro e o cheiro das lapas mansas,caramujos, algas e musgos verdesque a mará vazante, ao descobrir as pedras... trazia!cheiro de caminho molhado! da flor da faia da terra!da cal branca na casa caiada de fresco!da vinha florida e nas arvores de frutas que ela tinha!ouvir pássaros chilrear, comendo a baga negra, tao gostosa!ouvir o balouço do vento, passando na espiga dourado do trigo!andar atras de gafanhotos, grilos, bicho charvão , (o bicho da batata doce), de cores lindas!criar bichos da seda! e visitar:o pé da MADRESSILVA do MATO que ficava a passos, da nossa casa!aquele MATO, era o meu: PARQUE DE DIVER-SÕES!

A MADRESSILVA, espalhava-se em cima de faias rasteiras, algumas caídas e de lajas de pe-dra negra de lava, que formavam o mato, espre-guiçando-se para espalhar as suas astes...todos os anos ia visitá-la esperando ansiosa, vê-lá florir! quando o tempo começava aquecer, em poucos dias enchia-se de flores, as cores douradas nunca pareciam iguais, tinham também as cores do arco iris, as abelhas e os zangãos não me intimidavam, eu não ia ali apanhar nenhuma das flores, sabia se fossem colhidas perderiam a graça, só eram viço-sas alimentadas pelas suas raízes, mas... à medida que os meses iam passando, as flores iam ficando cada vez mais escassas, até a ultima cair!

Nesse MATO, a minha Mãe tinha as suas gali-nhas à solta!Náo passava um dia, que eu não fosse lá tratar delas e passar nos lenheiros para pegar os ovos do dia.

Tinha que deixar sempre o indez que seria o ulti-mo que a galinha tinha posto, assim o ovo nunca estragava, se alguma galinha começava a mostrar sinais de choco, tinha que dizer à minha Mãe, ela é que destinava, se queria botá-la em choco ou não!Se a galinha era mais velha não era muito fácil convencê-la... a deixar o quentinho do seu lenhei-ro Adorava, quando uma galinha desaparecia, já sa-bia que ela era mais sabida, tinha escolhido fazer o seu lenheiro mais para o interior do mato, onde as faias eram mais densas haviam muitas pedras e rolos de silvas, longe dos dedos da Julia, lugares que eu não gostava de ir sózinha, com medo do VELHO DA LEPRA, passadas mais ou menos 3 semanas, lá aparecia ela toda refolhada com um rebanho de pintainhos atrás de si! era um dia de festa para mim, abria o regaço do meu avental e enchia-o com os pintainhos e a galinha confiante, vinha atrás de mim, até a casa, aonde minha Mãe a cercava para melhor tratar dos filhotes!

O meu PARQUE DE DIVERSÕES nunca me decepcionou!

De todos os animais domésticos os meus prefe-ridos eram os que tivessem penas, não só as ga-linhas mas patos, pombas, pássaros... só o mato para mim era um paraíso.Quando ia chegando ao tempo da Páscoa, as faias começavam a brotar, nunca me cansava do cheiro da flor de faia, sabia que era tempo de achar um lenheirinho de canário e usar alguns ovos azuis pintadinhos de branco, para a minha Mãe botar no meu folar pequenino,que ela fazia no tempo da Páscoa.Alguém me convenceu, que mesmo que eu tirasse os ovos à canária, ela tornava a pôr mais, o que era certo, mas a pobrezinha tinha que trabalhar dobrado.Tinha sempre uma gaiola com um canário!E em cima da casa, uma caixa com pombas!Nunca niguém me convenceu a brincar com bone-cas de pano, inertes...Não haviam muitos brinquedos... nunca soube jo-gar muito bem ao pião!E bolas de estrique... também não!Hoje, o meu parque, está cheio de casas! Espero que as sementes da madressilva... tenham sido es-palhadas ... e levadas no vento...

Julia Borba

Page 10: The Portuguese Tribune, April 1st 2012

10 1 de Abril de 2012COLABORAÇÃO

Há coisas boas a acontecer com o ensino da língua portuguesa na Califórnia e nos Estados Unidos da América. Ensinar

a língua e cultura portuguesas na Califór-nia não tem sido um mar de rosas. Porém, ultimamente, temos tido algumas boas notícias que trazem, obviamente, alguma esperança e acima de tudo alguns necessá-rios incentivos, e com eles, a expectativa que se aumentem, significativamente, o número de alunos nas nossas aulas, quer do ensino oficial americano, quer das es-colas ligadas ao nosso movimento associa-tivo. É que, para além das famílias (cada vez menos, infelizmente, mas compreensi-velmente) em suas casas falando a língua portuguesa, diariamente, as escolas, são os melhores veículos para passarmos, às novas gerações, a nossa língua e o nosso legado cultural.Daí que quando foi autorizado pelo esta-do da Califórnia a realização de um exa-me para que professores certificados neste estado pudessem ter uma via para a cer-tificação em português, as possibilidades para que a língua portuguesa atingisse outros patamares aumentaram, significati-vamente. Foi, indubitavelmente, um passo importante e que definirá, não só a nossa capacidade organizativa, mas, simultane-amente, a nossa habilidade coletiva so-bre uma forma de salvaguardar a nossa herança linguística e cultural. Este é um momento a não perder. Esta é uma opor-tunidade singular. Primeiro, há que fazer justiça a quem tra-balhou, arduamente, para que este exame, uma velha aspiração de quem se interes-sa pelo ensino da língua e cultura portu-guesas neste estado, se tornasse numa re-alidade. Foi a dedicação, a persistência, a capacidade de trabalho e os contactos

profissionais do Pro-fessor Doutor Duarte Silva, da Universi-dade Stanford, que tornaram esta antiga pretensão numa realidade. Há muito que o meu amigo Duarte Silva se preocupa com a presença da língua e cultura portuguesas nas escolas públicas americanas. O Duar-te tem trabalhado diligentemente para que tenhamos mais oportunidades. Este seu último trabalho, a concretização de uma exame para certificar professores de por-tuguês é, notavelmente, a melhor prenda que poderíamos ter para aumentarmos o número de escolas com cursos de portu-guês. A comunidade portuguesa tem uma grande divida para com Duarte Silva.

Segundo, há que usufruir esta nova con-juntura. Temos, um pouco por todo o estado da Califórnia, muitos homens e mulheres ligados ao ensino público, quer primário, quer secundário. Com esta nova diligência, com esta nova possibilidade, é imperativo que tenhamos dezenas de can-didatos a este exame. É que esta é uma situação única para salvaguardar os cursos existentes e começarmos novos cursos. A partir de agora, qualquer professor certi-ficado pelo estado da Califórnia, para le-cionar num escola pública, tem a possibili-dade de fazer o exame de certificação em português e poderá, com o apoio da sua comunidade, começar um curso de portu-

guês na escola onde leciona. Daí a magna importância de, um pouco por toda a Cali-fórnia, haver candidatos ao exame. Aliás, até mesmo a nível de currículo individual, esta é uma oportunidade chave para que professores certificados tenham mais uma saída profissional e mais uma certificação no seu portfólio - se é que ainda acredi-tamos que o saber não ocupa lugar. Que saibamos desfruir esta nova oportunidade e que com ela criarmos uma amalgama de cursos de língua e cultura portuguesas, particularmente onde as nossas comuni-dades têm algum impacto. Não fiquemos, ainda mais uma vez, apáticos. Esta poderá

ser a nossa última oportunidade.E as boas notícias têm vindo também do outro lado do atlântico, particularmente da Fundação Luso-Americana para o De-senvolvimento (FLAD). Esta organização acaba de fazer o que o estado português nunca fez: organizar e subsidiar (quase na totalidade) um curso de verão para profes-sores de língua e cultura portuguesas, do ensino oficial americano, em terras portu-guesas. A FLAD acaba de anunciar, com a colaboração aqui nos EUA da Coordena-ção de Ensino e da Associação de Profes-sores de Português (APPEUC/NAPTA) a realização de um curso de duas semanas, numa universidade portuguesa, pago por

esta organização. Este é mais um momen-to único. Também aqui é essencial que os professores usufruam desta oportunidade para aperfeiçoarem os seus conhecimentos da língua e cultura portuguesas e das no-vas ferramentas para se ensinar português como língua estrangeira. Mais, a mesma FLAD, acaba também de lançar um projeto inovador para incenti-var os alunos das escolas do ensino oficial americano a aperfeiçoarem a suas leituras em português, criando, simultaneamente, um intercâmbio com alunos e escolas por-tuguesas. Embora este projeto seja mais difícil para este ano letivo, uma vez que a partir de Abril, aqui na Califórnia, as es-colas publicas entram em "testing mode" e haver a necessidade de se considerar aspe-tos legais das viagens com alunos, a inicia-tiva da FLAD é louvável e, se continuar, será mais um contributo importante para apoiar o ensino da língua e cultura portu-guesas neste estado e em todos os estados da união americana.Aí estão algumas conjunções para que o ensino da língua e cultura portuguesas na Califórnia tenha ainda mais pernas para andar. Como todas as oportunidades, a realização dependerá da capacidade de cada comunidade, dos nossos professores, das nossas associações culturais, da nossa comunicação social, e acima de tudo, do nosso desejo coletivo de termos a língua e cultura portuguesas presentes nas insti-tuições do ensino oficial americano. É que como me dizia o meu professor da quinta classe aqui nos EUA: you can lead a horse to water, but you can't make him drink it - pode-se levar o cavalo à fonte, mas não se pode obrigá-lo a beber.

Reflexos do Dia–a–Dia

Diniz [email protected]

Ensino da Língua Portuguesa na California: oportunidades e desafios

Quem nasce nas cidade-zinhas do interior do Brasil cresce ouvin-do, invariavelmente,

histórias que passam dos pais para os filhos, sem que se saiba explicar como surgiram, se são verdadeiras ou não e na Quares-ma elas tomam maiores propor-ções, porque é a época preferida dos contadores nos assombrarem com seus causos de almas do ou-tro mundo, superstições e outras crendices. Contadas nas rodas de amigos, nos bares, em torno das fogueiras acesas em noites frias, em reuniões de família, entre vizinhos ou nas cozinhas das antigas fazendas enquanto se aproveita o calorzinho do fogão a lenha, para a maioria são digeri-das como bom divertimento, para outros, principalmente crianças, causam terror e influenciam, às vezes, a sua vida adulta. Ouvi muitas dessas historinhas na minha infância. Quando ainda pequenina, meus pais mudaram-se do Rio de Janeiro para Iúna, pequena cidade no interior do Es-tado do Espírito Santo, e fomos morar numa fazenda que perten-cera à família paterna. O casarão à beira da estrada, abandonado por ser mal assombrado, diziam, estava lá resistindo ao tempo. Os

vizinhos evitavam passar por ali à noite porque tinham a impres-são de ouvir pessoas arrastando os pés, ao som do piano, como se dançassem. Contava-se que seu dono, o meu bisavô Theodoro, nos finais de semana, quando anoite-cia trancava a esposa e os filhos menores em seus quartos, recebia os amigos e suas “namoradas” para festinhas à luz dos lampiões, ao som do piano que ele tocava

muito bem. Dançavam e bebiam até altas horas. Deixou, ao mor-rer, ordens expressas proibindo a venda daquele instrumento. E no canto da sala o encontramos ao ocuparmos a casa. Foram se-manas terríveis ouvindo os “tais fantasmas” dançando madrugada adentro, até que meu avô decidiu desvendar o mistério e destruiu o piano ao exterminar os ninhos de ratos que nele encontrou. Se as

almas penadas se foram porque eram ratos ou por-que o piano foi destruído, jamais se descobriu. Tem-pos depois fomos embora dali porque os boatos dos vizinhos sobre pessoas vestidas de branco en-trando e saindo da casa, à noite, acabou por minar a nossa resistência. Tornei-me adolescente ouvindo causos de fantasmas va-gueando pelos cafezais, mula sem cabeça, etc, e mesmo sem acreditar nes-sas histórias, desenvol-vi uma estranha mania: quando estou sozinha em casa de estranhos ou em hotéis, só consigo dormir se me deitar ao contrário, com a cabeça virada para os pés da cama. E nunca

no escuro! A análise ajudou-me a descobrir que era medo de estar ocupando o lugar de alguém que já tivesse morrido. O medo eu perdi. A mania não. Há muitas histórias engraçadas pelo nosso Brasilzão, como a do Senhor Zé Magalhães, contada ao repórter Luiz Gustavo, para o jornal Hoje, da TV Globo. O homem em questão, diante de testemunhas, confirmou que ensaiou o próprio velório. Cha-mou alguns amigos, pagou umas crianças para chorar - que acaba-ram por rir o tempo todo - entrou num caixão, enfeitaram-no com flores, tiraram fotografias e vela-ram o “corpo” por algum tempo. Perguntado sobre o que o levara a essa atitude, respondeu que que-ria saber como organizar e ver o resultado de como seria o seu funeral. Outro “causo” conhecido e inte-ressante é o do Padroeiro de Cos-ta Rica, cidade do Estado do Mato Grosso do Sul, que se destaca por suas belezas naturais, mas ficou famosa pela historia do seu San-to fujão. Conta-se que o major Martim Gabriel de Melo Taques e sua esposa fugiram da guerra dos Farrapos, no Rio Grande do Sul, nos meados de 1800 e se ins-talaram no Mato grosso, levando

consigo uma imagem do Senhor Bom Jesus. Fundaram a Fazenda Santo Antonio dos dois córregos e nela construíram uma capela para a Imagem. Após a morte do major, os moradores continuaram cuidando da capela. Muitos anos depois, construíram outra maior na cidade, porque a antiga caia de tão velha. No dia seguinte à mu-dança da imagem, constataram que o Senhor Bom Jesus havia voltado, à noite, para a antiga ca-pela, lá na fazenda. Trouxeram-no de volta e ele tornou a fugir. Quantas vezes o buscavam, tan-tas ele fugia. Assombrados, os fieis não vendo outra saída, cor-taram os pés do Santo e dizem que ele nunca mais fugiu. Hoje em dia essas histórias já não têm a mesma graça nem nos as-sustam ou arrepiam, porque são contadas pela televisão, em si-tes da internet, com reportagens mostrando em vídeos os locais dos acontecimentos, desmisti-ficando-as. Além do mais, per-deram o mistério, a conivência das sombras da noite, que era o que as faziam medonhas e elo-quentes, pois atiçavam a nossa percepção e nos estimulavam a imaginar criaturas tétricas, como exigia nossa fantasia.

Quaresma, almas penadas e crendices

Sabor Tropical

Elen de [email protected]

A FLAD acaba de anunciar, com a colaboração aqui nos EUA da Co-ordenação de Ensino e da Associação de Professores de Português (APPEUC/NAPTA) a realização de um curso de duas semanas, numa universidade portuguesa, pago por esta organização. Este é mais um momento único.

Page 11: The Portuguese Tribune, April 1st 2012

11COLABORAÇÃO

Sinais positivos no arO balanço de imports-exports de carne é agora favorável para os Estados Unidos

Pela primeira vez na histó-ria, a balança económica das exportações de carne de gado, é agora favorá-

vel aos Estados Unidos. Não há duvida de que os bons preços pra-ticados no mercado, e os preços recorde das vacas de carne, con-tribuíram para um aumento da convergência de vacas produtivas para o mercado da carne, o que caso contrário contribuiria para excessos na produção do leite.

Como o maior produtor de carne mundial, os EUA tem por lon-gos anos sido a principal fonte global das melhores qualidades de carne de gado de valores adi-cionados “grain-fed,” no entanto pelo seu incrível apetite pela fa-mosa “hamburger” tem forçado os mercados a serem nítidamente importadores de carnes de alta qualidade, de Países como a Aus-trália, Nova Zelândia, Argentina e Brasil. Esse modelo voltou-se ao contrário pela primeira vez no ultimo ano por uma variedade de razões, incluindo altos preços das rações à volta do mundo, grandes secas em alguns Países, e mudan-ças radicais na oferta e procura.Recentemente a China e outras economias em crescimento, au-mentaram a procura nos merca-dos que tradicionalmente expor-tavam para os Estados Unidos, aumentando os preços, e criando uma excessiva demanda à volta do globo.A China ao mesmo tempo impor-

tou 100.000 novilhas da Australia e Nova Zelandia, para aumentar a sua produção leiteira e os Estados Unidos enviaram também 50.000 futuras vacas leiteiras para mer-cados internacionais, e tudo isto tem um efeito directo nos merca-dos de leite e carne.A agropecuária é no entanto uma pequeníssima parcela do merca-do de carne doméstico, com me-nos de 3 milhões de cabeças por ano, num mercado de mais de 30 milhões, enquanto que os nume-ros de vacas de leite tem continu-ado estáveis, com o seu mais alto numero em 1975, o mesmo não tem acontecido na produção de animais para carne, cujos nume-

ros, segundo o Departamento da Agricultu-ra “USDA,” d i m i n u i r a m para os nume-ros presentes, os seus mais baixos das ul-timas seis dé-cadas.Em Novembro do ano passa-do, ultimo mês com dados concretos pu-

blicados, as exportações de carne de vaca naquele mês, atingiram 105.268 toneladdas metricas com o valor $456.25 milhões de dola-res. Estes são quantidades e valo-res idênticos ao mês anterior, Ou-tubro 2011. Em comparação com o mesmo mês do ano passado, as exportações em Novembro subi-ram 4% em volume e 17% em valor, em relação aos numeros recorde de Novembro de 2010. Olhando os primeiros 11 meses em 2011 - Janeiro-Novembro - houve um aumento total de 22% no volume das exportações, para 1.179 milhões de toneladas me-tricas, e 35% no valor para $4.944 biliões de dolares. Quando che-garem os numeros para o mês de Dezembro 2011, espera-se que o total valor real ultrapasse a marca dos $5 biliões anuais pela primei-ra vez na história.

Temas de Agropecuária

Egídio Almeida

[email protected]

Page 12: The Portuguese Tribune, April 1st 2012

12 1 de Abril de 2012PATROCINADORES

AÇORES – Casa Nova com 2 quartos e casa de banho. 3 unidades para renda no Porto de São Mateus na ilha

Terceira. Cozinha, Lavandaria, TV e Wi-Fi. Preço muito razoável. Com uma vista fantástica!!

Contactar: Anna: [email protected] ou Luís Machado: [email protected]

Tel: 408 353 2326

Casa de Férias para ArrendarPorto de São Mateus, Terceira

Contactar:Anna [email protected]

Barbados para venda

Vendem-se cachorros da raça Barbados da Ilha Terceira, puros.

Tratar com Joe Morais

209-678-2489

Ajude os nossos patrocinadores, comprando os seus

produtos

CASAL OFERECE-SE PARA TRABALHARem limpesas, quer em casas particulares

ou em escritórios.Contactar 209-667-4064

Assine o Tribuna Portuguesa

Page 13: The Portuguese Tribune, April 1st 2012

13 COLABORAÇÃO

As noites quentes de Verão eram o pretex-to para a rapaziada descer a rua, sob o

olhar vigilante da Mãe, em dire-ção à Loja, com a desculpa de ir ajudar o Pai a fechar a porta da Loja. Acompanhados do nosso inseparável triciclo, lá íamos a correr Miragaia abaixo com a alegria própria de crianças de seis ou sete anos, convencidos que, se não fosse com o nosso trabalho, o dia de negócio não teria valido nada, todo o labor e esforço que o Pai dispendera desde as nove da manhã só seria atenuado com a nossa preciosa colaboração!Então dividiamos as tarefas: um encarregava-se de fechar as por-tas, outro de ir lavar os copos, outro punha-se a varrer o chão. Alguns dos trabalhos requeriam esforço de equipa, a grande tranca de madeira da porta da mercearia exigia a força muscular combina-da de vários braços e até mesmo o uso de um dos banquinhos re-dondos para que fosse colocada com sucesso no seu lugar próprio. A lavagem dos copos era geral-mente feita pela Mãe mas lá uma vez por outra éramos autorizados a desempenhar a função, sempre com os constantes avisos para se ter muito cuidado “porque os copos são muito caros” ou “não vão cortar os dedos nalgum vidro partido”.Esperávamos com ansiedade os dias que se recebiam por correio os pacotes com as sementes vin-das de Lisboa ou do Porto, directa-mente das casas da especialidade. Em encomendas maiores vinham as ervilhas de “olho preto”, o fei-jão “Rei dos Foices”, o de trepar, o feijão “Frade”. Nos pacotinhos mais pequenos , embrulhados em camadas de papel de jornal, vinham as outras sementes mais miudas, os nabos, couves, cenou-ras de todas as qualidades, para além das sementes de alfaces, co-entros, salsas, rabanetes, enfim, um sem número de especialidades que os bons hortelões sabiam onde íam encontrar.Ao abrir os pacotes, tinhamos que separar o que restava dos papeis

de embrulho para serem depois usados na venda do sabão Azul e Branco. Os recortes dos jornais mereciam uma atenção especial, principalmente se eram folhas dos jornais desportivos, então uma ra-ridade a que dificilmente tinhamos acesso, ou se eram parte das pági-nas humoristicas, com anedotas e cartoons que deliciavam as nossas mentes infantis. As fotos da Gina Lolobrigida e da Claudia Cardinal eram guardadas às escondidas para futura observação mais cui-dada. Os selos, recortados fora dos envólucros com uma tesoura, seriam guardados para serem de-volvidos a um dos fornecedores de Lisboa, colecionador que nos deve ter rogado muitas pragas devido à enorme quantidade de envelopes cheios de selos repetidos que lhe entravam pela porta dentro. Com muita minúcia e esmerado apuro, porque realmente era um trabalho delicado para mãos de criança, éramos muitas vezes in-cumbidos de encher os pacotinhos de papel para venda das sementes. Depois de correctamente pesados na pequena balança de dois pratos, eram colados com goma arábica e então expostos, separados pe-las diferentes qualidades, sempre com o cuidado de não misturar as couves com as cenouras. Com os dedos apegados uns aos outros por excesso de uso da cola, era al-tura então para outra brincadeira, saltávamos para cima das sacas da cevada, no canto fora do balcão e imaginávamos um inconquistável castelo onde os mouros não entra-vam ou mesmo um daqueles for-tes que os pioneiros Americanos construíam para se defenderem dos ataques dos “peles verme-lhas”. As vasouras serviam de es-pingardas ou espadas, umas rolhas de cortiça substituiam as balas, uma saca de lona era a capa ideal do “Zorro” e mesmo um barril de vinho seria o melhor dos cavalos que o John Wayne nunca teve.Regressávamos à realidade da nossa vida de futuros comercian-tes quando o Pai requesitava a nos-sa atenção a fim de colocarmos no respectivo mostroário os maços de tabaco, todos direitinhos e or-denados. E ali púnhamos os “Ca-

sino” no canto superior direito á espera da visita diária do sr. Sarai-va, um empregado do Correio que era o único cliente daquela marca, os cigarros com filtro nas pratelei-ra de cima e os sem filtro, o “San-ta Justa”, o “Comercial” forte e o “Comercial “ fraco nas de abaixo e mais à mão. Havia ainda lugar para os maços de tabaco de cheirar e para os pacotinhos com folhas de papel próprio para fazer cigarros e cigarrilhas. As latas de sardinhas de conserva tinham que ser sepa-radas por qualidades e dispostas com os respectivos letreiros bem à mostra dos fregueses na prateleira corrida junto ao teto, ao lado das garafas de bebidas finas e vinhos do Porto.

O Pai tinha um cuida-do especial em não nos deixar manusear e guardar os venenos

para ratos e caracóis até que já éramos mais crescidos. Estavam fechados num armário fora do nosso alcance de crianças, mes-mo ao lado onde se expunham os pacotinhos com as sementes de flores, armário esse com os vidros cobertos por fotografias recorta-das dos calendários coloridos que os vendedores continentais man-davam para publicidade.Um estabelecimento comercial de mercearias naquela altura era um poço de experiências e apren-dizagens que ajudavam muito no desenvolvimento das nossas mentes jovens. Tinhamos que aprender o valor dos pesos e me-didas, desde as pequenas porções avaliadas em cinco ou dez gramas para as sementes, até à maneira de calcular grandes quantidades no uso da balança decimal onde eram pesadas as sacas de lona cheia de favas, cevada ou milho. A habilidade manual era pratica-da e treinada a encher os sacos de papel com açúcar ou feijão ou a embrulhar os diferentes produtos que se vendiam avulso. Ainda hoje parece-me que seria capaz de fazer um embrulho com o movimento coordenado das duas mãos ,deixando o papel entrança-do de modo a não espalhar nada.

Nas bebidas, havia que ser destro a manejar os canjirões de vinho, os fúnis para encher as garrafas de litro ou os garrafões de cinco litros e saber diferenciar os de-cilitros dos centilitros. Uma das tarefas que me dava mais gozo e para a qual me voluntariava de bom grado era o abrir das pipas e barris, era jeitoso no maneio da grande púa manual que fazia rodar até conseguir abrir o bura-co perfeito onde era instalada a torneira de madeira préviamen-te preparada com um pedaço de serrapilheira em volta para evitar derrames do precioso nectar. Não foi preciso chegar, anos depois, às aulas de Física no Liceu para aprender as propriedades e forças de pressão de um líquido nas pa-redes do vaso que o contém, eu sabia que, se não se desse folgo ao batoque no cimo da pipa, o vi-nho não corria na torneira.O dia tinha sido longo e era hora de se começar os preparativos para o ritual de fechar as portas. Dava-se a última busca ao redor dos diferentes compartimentos a ver se não havia pontas de cigar-ros acessas que pudessem causar algum fogo, vigiava-se se não estaria algum amigo do alheio es-condido debaixo das pipas ou no urinol, subia-se a um dos bancos altos para desligar o contador da energia eléctrica e então estava tudo pronto para fazer rodar as chaves na fechadura da porta da taberna. Eram duas as chaves e até tinham nomes, uma era a Chave Grande e a outra era … a Chave Pequena. Para maior tranquilida-de e sossego, era sempre dado um aperto final com a Chave Pequena metida tipo alavanca na argola da Chave Grande ao mesmo tempo que se dava um empurrão para certificar que estava a porta afer-rolhada com segurança.Nas amenas noites de verão, a Mãe e o Pai sentavam-se a des-cançar um pouco num dos bancos do Largo Prior do Crato e aí con-tinuávamos com as nossas brinca-deiras e correrias de triciclo ao re-dor da estátua do Luis de Camões e a fazer gincanas para baixo e para cima nos desníveis do peque-

no jardim. Não nos desviávamos muito da zona porque “está ali o polícia á porta”, era a maneira de nos controlar e assustar com a presença do guarda de sentinela ao posto da PSP então sediado em dependência do Palácio dos Capi-tães Generais mesmo ao lado da Igreja do Colégio. Uma distração dos Pais permitia uma corrida na grande escadaria da Igreja até á esplanada do “Esquimó” mas isso dava sempre azo a uma repeenção porque “aqueles senhores finos não gostam que corram ali à volta deles!” As camionetas de carreira da EVT, estacionadas no seu des-canço noturno,, eram também um bom esconderijo para as tropelias do jogo do apanhar ou do escon-der, e o facto de não haver prática-mente trânsito automóvel a circu-lar ali á volta àquela hora permitia umas fugidas até ao portão dos Correios ou ao pátio do Comando Militar para uma caçada aos gri-los que mantinhamos prisioneiros dentro de caixas de fósforos que já haviamos guardado com esse propósito.

A hora de fechar o Jar-dim Público e a pas-sagem de famílias de regresso a casa era

sinal que nós também tinhamos que iniciar a subida do Calvário da Miragaia, como o Pai dizia e ele lá sabia melhor do que nin-guém a que se estava a referir, depois de passar mais de dez horas todos os dias em pé e em constante caminhar de um lado para outro da Loja, ter que subir aquela ladeira não era brincadei-ra. Para nós também a subida era penosa e demorada, cançados de correr e pular agora já brigáva-mos para decidir quem tinha que empurrar o triciclo até ao cimo da rua. A consolação que restava era que depois de uma noite bem dormida, aí pelas sete da manhã já estávamos de volta a descer a Miragaia em direção à Prainha, carregados de bóias e toalhas para um refrescante banho de mar.

Parlamento aprova elevação da vila de Lagoa a cidade

A Assembleia Legislativa Regional aprovou hoje, por unanimidade, o diploma que eleva à categoria de ci-dade a vila de Lagoa, sede do conce-lho do mesmo nome, na ilha de São Miguel. A futura cidade, a sexta a ser criada no arquipélago açoriano e a terceira na ilha de São Miguel, in-tegra as freguesias de Nossa Senho-ra do Rosário e de Santa Cruz, cuja população totalizava cerca de 9040 habitantes no censo de 2011.Sede do concelho do mesmo nome, a vila de Lagoa, que se situa na costa sul da ilha de São Miguel, foi cria-da a 11 de Abril de 1522, por carta régia de D. João III. Com cerca de 14.430 habitantes e 45,6 quilómetros quadrados de superfície, este conce-lho micaelense é constituído pelas freguesias de Água de Pau, Ribeira Chã e Cabouco, para além das duas freguesias (Nossa Senhora do Rosá-rio e de Santa Cruz) que integram a sede de concelho.

A brincar às vendasAntigamente era assim

João [email protected]

Page 14: The Portuguese Tribune, April 1st 2012

14 1 de Abril de 2012

Fundação Portuguesa de Educação para o Centro da California

COMUNICADOS1. A Fundação Portuguesa de Educação para o Centro da California atribuirá bolsasde estudo aos alunos que terminem o Liceu (High School) e estejam interessados emfrequentar Colégios ou Universidades. As bolsas de estudo também poderão seratribuidas a alunos que já se encontrem matriculados em Colégios ou Universidades.Os interessados em obter os boletins de inscrição para bolsas de estudo, devem, apartir de 1 de Março, contactar os seguintes membros da direcção atraves dorespectivo correio electronico:Luis DeOliveira - [email protected]; Dr.Elmano Costa - [email protected]; Joao Dias - [email protected] os boletins de inscrição deverão ser devolvidos à Fundação até ao dia 20 deMaio de 2012.

2. Abertura de Candidaturas para ESTUDANTE, EDUCADOR, CIDADÂO, EMPRE-SARIO DO ANO e EMPRESARIO DO ANO AGRO-PECÜÁRIO

A Fundação Portuguesa para a Educação do Centro da Calif6mia vem por este meioanunciar que as candidaturas para estudante, educador, cidadão e empresário do ano estáoabertas e deverão ser remetidas em envelope fechado para a Fundação até ao dia 1 de Outubro de 2012. Os candidatos nao têm que ser membros da Fundação Portuguesa para a Educação do Centro da Calif6mia nem de descendência portuguesa.Para mais informações, devem contactar:Luis DeOliveira (209) 704-8850 - [email protected] Costa (209)-632-6921 - [email protected]

CURSOS DE VERÃO EM POR-TUGAL PARA PROFESSORES DE PORTUGUÊS NOS EUA Con-curso de 2012 – Faculdade de Letras de Lisboa

A Fundação Luso-Americana para o De-senvolvimento, em parceria com a Co-missão Fulbright Portugal, o Camões I.P. - Coordenação do Ensino de Português nos EUA e a Associação de Professores de Português dos Estados Unidos e Canadá, lançam um novo programa de apoio à pro-moção da língua e da cultura Portuguesa nos Estados Unidos.A primeira edição dos Cursos de Verão em Portugal para Professores de Português nos EUA é ministrada e certificada pela Facul-dade de Letras da Universidade de Lisboa. O curso está estruturado para uma turma de 20 (vinte) participantes, tem a duração de duas semanas compostas por: parte curricular, destinada ao aprofundamento e reforço das competências no ensino da língua e da cultura portuguesa; visitas de estudo de imersão na sociedade e cultura portuguesa (museus, passeios turísticos, instituições, etc.).

DestinatáriosProfessores que nos Estados Unidos lec-cionem língua e cultura portuguesa nos níveis básico, secundário e universitário na vertente de ensino da metodologia e di-dáctica da língua.Data: de 2 a 13 de Julho de 2012Local: Faculdade de Letras da Universida-

de de LisboaCusto individual do curso: US$ 4,000 – in-clui propinas, passagem aérea, alojamento, refeições e transportes locais do programa cultural.Bolsa: A todos os seleccionados será atri-buída uma bolsa no valor de US$3,000 pelo que, cada participante pagará apenas uma taxa de participação de US$ 1,000, desembolsada da seguinte forma: US$500 – nos 8 dias seguintes à comunicação da selecção; US$500 – até ao dia 4 de Julho de 2012.

CandidaturasAs candidaturas decorrem até ao dia 22 de Abril e devem obrigatoriamente ser apresentadas em formulário online com os seguintes elementos: Carta de motiva-ção (uma página), expondo os motivos de interesse em participar no programa e a forma como este se insere no seu percur-so profissional; Curriculum Vitae Carta de recomendaçãoOutras informaçõesAnúncio dos resultados da selecção: até 14 de Maio de 2012Data limite para pagamento de 50% da taxa de participação: até 21 de Maio de 2012Data limite para pagamento do remanes-cente da taxa de participação: até 4 de Ju-lho de 2012A organização reserva-se o direito de não realizar a acção se não for possível selec-cionar o número de participantes requeri-do.

COMUNIDADE

Santa Clara Sporting Club donates $30K

Itinerário da Semana Santa Paróquia de N.S. Assunção, TurlockTRÍDUO PASCAL:

Quinta-feira Santa, 5 de Abril7:30 pm Missa bilingue da Ceia do Senhor com Lava-Pés. Após a Missa segue-se a procissão e adoração ao Santissimo até à meia-noite no salão

Sexta-feira Santa, 6 de Abril3:00 pm Via-Sacra de Devoção da Divina Misericordia, Português e inglés 7:30 pm Solene Celebração da Paixão do Senhor e Procissão do Senhor Morto

Sábado Santo, 7 de Abril 3:00 pm Novena da Divina Misericórdia em Português e Inglês 8:30 pm Vigilia Pascal com Baptismo dos eleitos

Domingo de Pácoa, 8 de Abril 9:30 am Missa Solene da Ressurreição em Inglês11:15 am Missa Solene da Ressurreição em Português3:00 pm Novena á Divina Misericórdia Não haverá missa às 8 da manhã, nem às 6 horas da tarde no dia de Páscoa

NOVENA CONTINUARÁ ÀS 3 HORAS DA TARDE DURANTE A SEMANA, ATÉ À FESTA DA DIVINA MISERICÓRDIA, DOMINGO 15 DE ABRIL.

The Santa Clara Sporting Club held their annual Goals for a Cure donation cere-mony on February 10, 2012, and the club donated $30,000 to the El Camino Hospi-tal to fight breast cancer. The Santa Clara Sporting Club has now raised over $94,000 since Goals for a Cure since 2008. Santa Clara Sporting President, Sebastian Gon-calves, the Sporting 95 Boys White Team and Cecelia Hinz attended to hand the $30,000 check to Lea Morgan from El Ca-mino Hospital. The Santa Claea Sporting 95 Boys White Team raised over $3,000 last October, and Cecelia Hinz raised over $1,000 on her own to lead the club’s fun-draising efforts.

Matteo Studios and the Santa Clara Spor-ting Club launched Goals-for-a-Cure du-ring the month of October 2008, to raise awareness and money to fight breast can-cer. All Santa Clara Sporting Teams parti-cipate in a Goal-A-Thon Fundraiser during the month of October, and the club raised over $94,000 to fight breast cancer betwe-en 2008-2011. The funds raised were used to support women who need financial as-sistance to get a breast screen exam at El Camino Hospital in Mountain View. Che-ck-out the Goals-for-a-Cure blog for all the stories and pictures! Thanks to everyone for the support!

Santa Clara Sporting President, Sebastian Goncalves, Lea Morgan from El Camino Hos-pital and Cecelia Hinz that raised over $1,000 on her own to lead the club’s fundraising efforts.

Santa Clara Sporting 93 Girls graduating in May and heading-off to play collegiate soccer.

Page 15: The Portuguese Tribune, April 1st 2012

15 COMUNIDADE

Semana do Emigrante no PAC

Realizou-se no Portuguese Athletic Club no dia 15 de Março de 2012, uma sarau cultu-ral comemorativo da Semana do Emigrante. Houve exposições de pintura (Goretti Car-valho e Lucina Ellis) e fotografia (Carlos Silva), actuação do Grupo Folclórico Tempos de Outrora e concerto pela Banda de San José.

Fados na Casa dos Açores de Hilmar

Teve lugar no dia 3 de Março, na Casa dos Açores de Hilmar uma Noite de Fados, com a presença de Carmencita, Lyzandra Jorge e António Isidro Cardoso, acompanhados por Victor Pedro Reis e Dimas Toledo, além do próprio fadista António Cardoso (foto acima) vindo de São Jorge.

Lyzandra Jorge

Carmencita cantando "Eu quero-te cantar um Fado"

Page 16: The Portuguese Tribune, April 1st 2012

16 1 de Abril de 2012COMUNIDADE

18º Aniversário do GF Tempos d'Outrora

No passado dia 10 de Março, a sala principal da I.E.S., encheu-se de convivas para celebrar mais um aniversário deste grupo, que tem já um bom palmarés de actuações, em diversas cidades americanas, para sociedades e organizações portuguesas e americanas, expan-dindo-se aos Açores e Canadá. Como sempre, após o delicioso jantar regional e actuação de Grupo com as modas do Bailho, foram entregues pelo Grupo Folclórico, três bolsas de estudo, a jóvens pertencentes ao mesmo e que vão entrar no Colégio. Foram eles: Bruna Ferreira e Kevin Brasil, na foto acima, e Lizandra Coelho, ausente por morte do seu avô.No dia seguinte, todo o grupo assistiu à Missa Dominical, seguindo-se actuação no Adro da Igreja das Cinco Chagas e almoço na IES, a todos os elementos e pessoas que ajudaram nesta Festa da preserva-ção das nossas Tradições Açorianas.

fotos e texto de Filomena Rocha

Kevin Brasil e Bruna Ferreira, recipientes de bolsas de estudo

Page 17: The Portuguese Tribune, April 1st 2012

17 COMUNIDADE

Fraternalista do Ano - Norma Jean

The California Fraternal Alliance-Branch No.1 honored P.F.S.A. Fraternalist of the Year Mrs. Norma Jean De Sousa of Mer-ced with a luncheon held on Saturday, Fe-bruary 4th at the Willow Park Golf Course in Castro Valley .Norma Jean has been providing volunte-er services to our fraternal organizations, community and churches for many ye-

ars. Norma Jean speaks, reads and writes fluently English, Spanish and Portugue-se and has assisted many immigrants in translating and interpretations. Mrs. Sou-sa retired from the County of Merced after 26 years as a retirement officer, where she continues to be an active member of the Retired Employees Merced County As-sociation and serves on their Scholarship

Committee. Norma Jean is a Life Member of Soroptimist International of Merced, where she served as Treasurer and chaired the International Goodwill and Unders-tanding Committee. She is a member of Portuguese Fraternal Society of America, where she serves as the Secretary of PFSA Fraternal Council No. 20; a member of the Young Ladies Institute a Catholic Women’s

Organization; a member of St. Anthony’s/Immaculate Conception Parish in Atwater and a member of S.P.R.S.I.

Richard J. Castro, Supreme President PFSA

Norma Jean De Sousa was accompanied by her son Richard De Sousa

Olga Bove, MC of the evening

John Avila, Norma Jean De Sousa, Brenda Fox

Texto e fotos de Lidia Mata

Page 18: The Portuguese Tribune, April 1st 2012

18 1 de Abril de 2012COMUNIDADE

Apresentação das Rainhas 2012em Turlock e Modesto

Aspecto do Salão de Festas de Turlock Pentecost Association depois da apresentação das Rainhas e Comissão da Festa do Centenário

Presidente da Festa de Turlock, Bobby e Belina Estácio.A Festa do 100º Aniversário terá lugar de 29 de Maio a 4 de Junho.Haverá o lançamento de um livro comemorativo, feito por Liduino Borba

Rainhas de Turlock de 2011 e 2012: Rainha Grande 2012 - Courtney Estácio, aias Makayla Toste e Mckenzie Neves. Rainha Pequena: Kaytlin Cunha, aias Lauren Olvera e Alexandria Pereira

Rainhas de Modesto Pentecost: Rainha Grande - Makayla Fontes, aias Kaytlin Batista e Morgan Amarante. Rainha Junior - Evelyn Fontes, aias River Machado e Madison Fontes. Rainha Pequena - Alia Santos, aias Sonia Santos e Ariana Flores.

Fotos de Jorge Avila "Yaúca"

A Comissão da Festa de Modesto acompanhados pelas Rainhas de 2011 e 2012Embaixo: Presidente da Festa, Serafim e Sãozinha Silva. A Festa é de 26 a 29 de Maio.

Page 19: The Portuguese Tribune, April 1st 2012

19 COLABORAÇÃO

Os meios de Comunicação Social em Língua Portuguesa IV

(Continuação da edição anterior)

18--- A COLÓNIA PORTUGUESA --- No dia 18 de Março de 1924, o médico-cirurgião DR. ABÍLIO REIS, o advogado ALBERTO MOURA, e o escritor, poeta e empresário da rádio ARTHUR VIEI-RA ÁVILA fundaram em Oakland, como sucessor de “O LAVRADOR PORTU-GUÊS” (1912) (no. 13), este periódico que serviu as comunidades portuguesas até ao mês de Junho de 1932. 19--- A ABELHA --- Iniciativa do empre-sário ALFREDO GOMES e do escritor ANTÓNIO DA CONCEIÇÃO TEIXEI-RA, ex-proprietário e director de “O RE-PÓRTER” (1897) (no. 7), esta publicação humorística foi lançada na cidade de San Francisco, em 1924, sendo mais tarde edi-tada em Oakland. Teve existência eféme-ra. 20--- A CRÓNICA PORTUGUESA --- Este jornal de crítica geral, que teve vida muito curta, foi publicado, em 1926, na cidade de San Leandro, por MÁRIO BETTENCOURT DA CÂMARA, antigo proprietário e director de “A CRÓNICA” (1895) (no. 8). 21--- JORNAL PORTUGUÊS --- No dia 24 de Julho de 1932, efectuou-se a fusão formal dos três semanários “O IMPAR-CIAL”(1903) (no. 10), “JORNAL DE NO-TÍCIAS” (1917) (no. 17), “A COLÓNIA PORTUGUESA” (1924) (no. 18). A esta fusão foi dado o nome de “JORNAL POR-TUGUÊS”, que foi publicado na cidade de Oakland até ao ano de 1978, data da sua transferência para a cidade de San Pablo por ALBERTO S. LEMOS, que, em 1957, o adquiriu da antiga proprietária e directo-ra, MARIA NUNES SILVEIRA, viuva de PEDRO L. C. SILVEIRA , (Ver os núme-ros 5 e 17).Sob a dedicada direcção de ALBERTO S. LEMOS, o periódico serviu as comunida-des lusíadas espalhadas pela imensidão da Califórnia e do Oeste Americano até ao mês de Abril de 1994, data da sua venda a ALBERT MATOS SOARES PACCIO-RINI. Três anos mais tarde, alegando dificuldades financeiras e falta de apoio comunitário, o novo proprietário suspen-deu a publicação do vetusto e prestimoso semanário. 22--- O PROGRESSO --- ALFREDO SILVA, co-proprietário e director de “O LAVRADOR PORTUGUÊS” (1912) (no. 13), fundou este semanário, em 1933, na cidade de Sacramento, capital do Estado da Califórnia. O periódico existiu até ao ano de 1940. 23--- AS NOVIDADES --- Publicado na cidade de Newman, este semanário apare-ceu em 1933, sendo publicado apenas du-rante alguns meses. 24--- PORTUGALIA --- Iniciativa do es-critor e professor DR. JOAQUIM LEITE, que também era seu redactor, esta valiosa revista literária teve a curtíssima duração de apenas alguns meses. 25--- O HERALD --- Lançado em Oakland, em 1933, e editado como órgão oficial da Igreja Metodista Portuguesa, pelo Pastor REV. J. J. VIEIRA, foi publi-cado mensalmente até ao ano de 1959. 26--- THE LUSITANIAN --- Esta revis-ta mensal, redigida em inglês, foi fundada e dirigida por ZÓZIMO DE SOUZA, que a manteve durante mais de uma dezena de anos até cerca de 1950, data da sua sus-pensão definitiva. Publicada na cidade de

Oakland, destinava-se não só às novas gerações de luso-americanos que não dominavam a língua portuguesa, como também ao meio americano interessado na cultura lusíada.

27--- A VOZ DE PORTUGAL --- Em 1961, na cidade de Hayward, GILBERTO LOPES DE AGUIAR, antigo tipógrafo do “JORNAL PORTUGUÊS” (no. 21) no período imediatamente anterior à trans-ferência deste jornal para a cidade de San Pablo, lançou-se à publicação de novo periódico que teve vida curta, devido ao falecimento do seu fundador e director. Após a sua morte, o jornal foi publicado pela família ,muito rara e esporadicamen-te, por poucos anos.

Jornais do período pós-Capelinhos

Como aconteceu com a Radiodifusão Portuguesa (ver “Primeira Parte” deste estudo), a Imprensa Luso-Californiana foi profundamente influenciada pelas no-vas ideias e perspectivas trazidas ao Gol-den West pelos imigrantes da diáspora de Capelinhos. Novos e mais modernos formatos foram adoptados e outros im-portantes e diversificados melhoramen-tos foram implementados por alguns dos emergentes jornais fundados e dirigidos por elementos dessa nova onda imigrató-ria.Dos seis periódicos lusíadas que, até agora, apareceram na Califórnia após a diáspora de Capelinhis, só um, “The Por-tuguese Tribune” (Tribuna Portuguesa), ainda continua a ser publicado regular-mente. 28--- THE PORTUGUESE TRIBUNE --- Fundado em Setembro de 1979, por JOÃO P. BRUM, escritor oriundo da ilha do Pico, Açores, este periódico foi publi-cado semanalmente no vasto centro po-pulacional luso-americano que é a grande cidade de San José. Finda meia dúzia de anos, o jornal, que tinha sido formulado em moldes atraentes e de cariz contem-porânea, entrou em crise financeira e ad-ministrativa, passando, finalmente, a ser governado pela nova administração dos empresários ALBERT SOARES, JOHN RODRIGUES SILVEIRA e ARTHUR V. THOMAS, que confiaram a direcção do periódico ao escritor e conferencista AR-TUR DA CUNHA OLIVEIRA.Mais tarde, após a eleição deste para o Parlamento Europeu como Deputado pelo Partido Socialista em representação de Açores e Portugal, a publicação passou por momentos incertos, e de publicação irregular, que cessaram quando a escritora FILOMENA ROCHA surgiu como direc-tora, durante um período que não excedeu 2 anos. Seguidamente, o jornal passou a ser dirigido pelos açorianos ARMANDO M. ANTUNES, secundado por HELDER F. ANTUNES e JAIME LEMOS. Actual-mente, a equipa de “THE PORTUGUESE TRIBUNE” ou TRIBUNA PORTUGUE-SA como é agora denominada, é constituí-da e presidida por JOSÉ ÁVILA, publisher e editor; este empresário, natural da cidade de Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, Açores, e durante muitos anos associado à grande empresa norte-americana Hewlett Packard, no denominado Silicon Valley da Califórnia, lidera, com sua esposa Ilda Maria Vale, o Tagus Group, a organiza-ção publicitária proprietária deste jornal. MIGUEL VALLE ÁVILA, filho do pre-sidente, é editor assistente; ARMANDO ANTUNES, editor desportivo; ROBER-TO ÁVILA, director artístico e HELDER F. ANTUNES, consultor técnico. O jor-nal, continua a bem servir as comunidades portuguesas da Califórnia, como publica-

ção quinzenal, de moldes modernos. 29--- NOTÍCIA --- Com o apoio do em-presário da rádio BATISTA VIEIRA, este semanário foi lançado, em 1985, na popu-losa cidade de San José por JOSÉ JOÃO ENCARNAÇÃO, conhecida figura da rá-dio luso-americana. Em 1986, o semanário foi vendido ao fundador e primeiro direc-tor de “THE PORTUGUESE TRIBUNE”, JOÃO P. BRUM, que, após alguns meses, mudou seu título para PORTUGAL-USA (no. 30). 30--- PORTUGAL-USA --- Esta publi-cação semanal fundada pelo açoriano na-tural da ilha do Pico, nos Açores, JOÃO P. BRUM, em San José, em 1986, e publicada anteriormente sob o nome de “NOTÍCIA” (no. 29), foi também uma iniciativa apoia-da pelo empresário da rádio BATISTA VIEIRA. Apareceu pela última vez em Dezembro de 1987.

31---LUSO-AMERICANO---CALI-FÓRNIA--- Esta “extensão” do jornal “LUSO-AMERICANO”, de Newark, no Estado de New Jersey, foi estabelecida na cidade de Hayward, em 1992, ficando MANUEL ÁVILA SIMAS a dirigir a edi-ção da Califórnia, na capacidade de editor-associado de ANTÓNIO MATINHO, pro-prietário do periódico. Em 1995, o jornal voltou a ser editado inteiramente na cidade de Newark, em New Jersey, após a saída de MANUEL ÁVILA SIMAS e de vários problemas administrativos. 32- - -PORTUGUESE -AMER ICAN CHRONICLE --- Fundado em 1997 e estabelecido na cidade de Tracy, na Ca-

lifórnia, por um grupo dirigido por JOÃO P. BRUM e FRANK J. SILVA, este se-manário ilustrado, de moldes modernos e de cunho noticioso, após a demissão de JOÃO BRUM passou a ser dirigido, por TONY J. MANINHA, em 1998. No ano seguinte, foi efectuada nova remodelação dos quadros administrativos e editoriais, tendo o empresário agrícola e rancheiro FRANK J. SILVA assumido, temporaria-mente, as funções conjuntas de Director e Editor que, ainda em 1999, passaram a ser desempenhadas por JOHN DE MELO. Logo após, o jornal, sob a presidência de Frank J. Silva, começou a ser publicado quinzenalmente em moldes modernos, e a ser liderado por MARIA del CARMEN ODOM, que assumiu as funções de Edi-tora, coadjuvada pela editora associada MARY L. SILVA, esposa de Frank J. Sil-va.Em Julho de 2005, Portuguese-American Chronicle foi adquirido por Robert Mat-thews, proprietário, “publisher” e presi-dente de Tracy Press, diário sediado na cidade de Tracy, e também de outros si-milares periódicos em diversas cidades da mesma região. Sob a nova direcção e diferente orientação editorial e gráfica não coadunada às expectativas e aos desejos comunitários, o quinzenário atravessou passou por uma desapontadora fase que culminou com a sua suspensão definitiva ao findar o mês de Fevereiro de 2006.

(conclui na próxiam edição)

Perspectivas

Fernando M. Soares Silva

[email protected]

Page 20: The Portuguese Tribune, April 1st 2012

20 1 de Abril de 2012COMUNIDADE

FALECIMENTO

Maria do Espírito Santo Madruga

Após longa e pertinaz doença, faleceu com a provecta idade de 93 anos no dia 27 de Fevereiro de 2012, no Centro de Saúde da Madalena do Pico, Maria do Espírito Santo Madruga. Era oriunda da Silveira do Pico e residia na Areia Larga da Mada-lena há já vários anos. Em simbiose com a sua irmã gémea Maria da Conceição já falecida, foram autênticas abelhas mestras, no apoio e sustentáculo ao seu mano Padre Filipe Madruga, no exercício do seu mú-nus sacerdotal por diversas paróquias desta Ilha Montanha, desde a avoenga Vila das Lajes à sorridente freguesia e Santuário de S. Mateus, não protelando S. Caetano. Por onde passou, desempenhou um verdadeiro apostolado cristão de solidariedade social. Ora como catequista, enfermeira improvi-sada ou conselheira espiritual, muita gente auxiliou naqueles tempos de precariedade. Em consonância com o seu irmão Padre, participou com entusiasmo, na formação do grupo desportivo Boavista de S. Ma-teus. Na Madalena, ainda na companhia da sua inseparável irmã, conviveram e cuida-ram até à sua morte outro distinto irmão Dr. Manuel F. Madruga, ex-Director da an-tiga Aeronáutica Civil. Senhora autodidac-ta, muito culta, os seus passatempos eram: rezar, leitura e crochet. A sua memória e lu-cidez de espírito mantiveram-se incólumes, até à sua derradeira hora. Deixa a lamentar a sua morte, muitos amigos, conhecidos, alguns familiares residentes nos Açores, duas cunhadas e muitos sobrinhos (as) na California. A família enlutada agradece encarecidamente a todas as entidades ou pessoas, que assistiram a nossa tia na sua última viagem.No Pico - Corpo Clínico e todo o pesso-al envolvente quer de enfermagem ou au-xiliar, pertencentes ao Centro de Saúde e Santa Casa da Misericórdia da Madalena, pela atenção dispensada, carinho e forma dignificante como actuaram. A todos os participantes no cortejo e exéquias fúne-bres. Ao Clero do Pico pela sua inestimável participação, com 3 sacerdotes na celebra-ção da missa de corpo presente, na Igreja de São Bartolomeu da Silveira. Na Califor-nia - a participação do Clero e coros na ce-lebração da missa em sua memória, no dia 9 de Março, na Igreja Nacional Portuguesa de S. José. À estação rádiofónica KSQQ pela transmissão dos anúncios. A todos

os amigos(as) que através de visitas, tele-fonemas, ofertas em dinheiro para missas, comidas confeccionadas em casa, arranjos florais e outras manisfestações de amizade. A todos bem hajam. Requiescat in pace- descanse em paz

Rufino e Maria da Conceição Madruga Vargas

Tribuna envia condolências a toda a familia Madruga

Page 21: The Portuguese Tribune, April 1st 2012

21 DESPORTO

LIGA ZON SAGRES Braga se ganhar fica em primeiro lugar

F.C. do Porto escorrega em Paços de Ferreira

O FC Porto deixou escapar dois pon-tos na deslocação a Paços de Ferrei-ra, ao empatar 1-1. Um autogolo de Ricardo deu vantagem aos dragões e Melgarejo empatou para os pacen-ses.

O FC Porto foi a equipa que criou mais oportunidades na primeira par-te mas Janko revelou desacerto na finalização, primeiro com uma bola ao poste e depois a falhar um golo em teoria fácil (defesa para a frente de Cássio). O Paços foi uma equipa que lutou mas à qual faltou chegar à baliza contrária. Apenas Michel ten-tou levar a equipa para a frente.No início da segunda parte, o FC Porto teve a recompensa que já me-recia na primeira. Hulk passou como quis por Melgarejo e Ricardo acabou por fazer um autogolo. Os dragões tiveram oportunidades para fazer o segundo mas, como quem não marca sofre, o Paços empatou, aos 79 minutos, por Melgarejo, curiosa-

mente um jogador emprestado pelo Benfica.

O FC Porto foi a melhor equipa em campo mas isso não se revelou su-ficiente. Os dragões não aproveita-ram, assim, o empate do Benfica em Olhão e continuam com um ponto

de vantagem sobre os encarnados. No entanto, o FC Porto pode perder a liderança do campeonato, caso o SC Braga vença a Académica, em partida a disputar-se esta segunda-feira.

in abola.pt

LIGA ZON J V E D P1FC Porto 24 17 6 1 572Benfica 24 17 5 2 563SC Braga 23 17 4 2 554Sporting 24 13 5 6 445Marítimo 23 12 6 5 426V. Guimarães 24 11 3 10 367Olhanense 24 6 11 7 298Nacional 24 8 5 11 299Gil Vicente 23 6 8 9 2610P. Ferreira 24 7 4 13 2511Rio Ave 24 7 3 14 2412V. Setúbal 24 6 6 12 2413Académica 23 5 8 10 2314Beira-Mar 24 5 5 14 2015UD Leiria 24 5 3 16 1816Feirense 24 3 8 13 17

LIGA ORANGINA J V E D P1Estoril 24 14 7 3 492Desp. Aves 24 11 10 3 433Moreirense 24 12 5 7 414Naval 24 9 10 5 375Leixões 24 10 5 9 356Atlético 24 9 7 8 347Penafiel 24 8 8 8 328Trofense 24 9 4 11 319Oliveirense 24 8 6 10 3010Arouca 24 6 10 8 2811Freamunde 24 6 10 8 2812Santa Clara 24 7 7 10 2813Belenenses 24 6 9 9 2714U. Madeira 24 6 8 10 2615Sp. Covilhã 24 6 7 11 2516Portimonense 24 6 5 13 23

II - Zona Norte J V E D P1Varzim 25 16 7 2 552Desp. Chaves 25 13 8 4 473Mirandela 25 12 8 5 444AD Fafe 25 13 4 8 435Limianos 25 10 8 7 386Ribeira Brava 25 11 5 9 387Tirsense 25 9 9 7 368Ribeirão 25 8 12 5 369Mac. Cavaleiros 25 9 8 8 3510Famalicão 25 8 7 10 3111Marítimo B 25 8 7 10 3112Vizela 25 7 10 8 3113Camacha 25 7 8 10 2914Lousada 25 6 7 12 2515Merelinense 25 2 6 17 1216AD Oliveirense25 1 6 18 9

II - Zona Sul J V E D P1Torreense 25 13 10 2 492Oriental 25 14 5 6 473Carregado 25 13 7 54 464Pinhalnovense 25 14 3 8 455Fátima 25 13 6 6 456Mafra 25 9 12 4 397Sertanense 25 10 7 8 378Louletano 25 10 7 8 379Est. Vendas Novas25 10 4 11 3410Juv. Évora 25 8 4 13 2811At. Reguengos 25 5 10 10 25121º Dezembro 25 6 7 12 2513Tourizense 25 5 10 10 2514Monsanto 25 4 10 11 2215Moura 25 6 4 15 2216Caldas 25 3 8 14 17

III Divisão - Açores J V E D P1Lusitânia 18 13 4 1 43 2Praiense 18 12 2 4 383Santiago 18 11 4 3 374Prainha 18 8 5 5 295Boavista S. Mateus18 6 9 3 276Guadalupe 18 6 2 10 207Sp. Ideal 18 4 7 7 198U. Micaelense 18 3 6 9 159Fayal 18 3 4 11 1310Águia 18 1 3 14 6

Benfica cede empate

O Benfica igualou este sábado pro-visoriamente o FC Porto na lideran-ça da Liga portuguesa, isto apesar de não ter ido além de um nulo no terreno do Olhanense. Pablo Aimar foi expulso 18 minutos após ter sido lançado no encontro.

A primeira parte do encontro que se realizou em Olhão foi muito dispu-tada, mas não ofereceu uma única oportunidade de golo digna desse nome, pese embora o Benfica tenha tido um ligeiro ascendente. A equipa visitante acentuou a sua pressão na

etapa complementar e Javi García cabeceou com muito perigo aos 55 minutos. No entanto, a missão "encarnada" sofreu um rude gol-pe aos 63 minutos, quando Pablo Aimar, entrado ao intervalo, viu o cartão vermelho directo por uma falta sobre Rui Duarte.

Apesar da inferioridade numérica, o Benfica não desistiu de tentar chegar ao golo da vitória, com o Olhanense igualmente a aparecer com mais perigo na área contrá-rio, o que originou uma recta final emocionante. Contudo, o nulo im-perou mesmo, pelo que o Benfica

fica agora à espera do que fará o FC Porto no domingo, em Paços de Fer-reira.

in uefa.com

No culminar da 24.ª jornada, o SC Braga poderá assumir a liderança isolada da Liga. Para tal é imperio-so vencer na receção à Académica (20.15 horas), deixando então para trás FC Porto e Benfica.Dragões e águias empataram nas deslocações a Paços de Ferreira e Olhã, deixando o caminho da lide-rança aberto para o SC Braga, isto quando estamos a seis jornadas para o final do campeonato.Para a equipa de Leonardo Jardim, o jogo com a Académica reveste-se assim de importância especial, até porque os bracarenses almejam a 13.ª vitória consecutiva na compe-tição, igualando a marca histórica de José Mourinho no FC Porto em 2002/03

Sporting regressa às vitórias ao vencer Feirense

Depois de ter perdido na última ron-da frente ao Gil Vicente, o Sporting regressou às vitórias ao bater o Fei-rense por 1-0. Os leões dominaram a primeira parte mas quase eram sur-preendidos por um perigoso Feiren-se na segunda.O Feirense nunca conseguiu inco-modar Rui Patrício na primeira par-te. Já o Sporting ameaçou por Wol-fswinkel e marcou de penalty, por Capel, aos 15 minutos mas depois disso optou por controlar e não por partir à procura do segundo, pelo que o jogo se tornou morno e pouco interessante.

Na segunda metade, o Sporting po-dia ter morto o jogo com duas gran-des ocasiões de Capel e Wolfswinkel mas a verdade é que o Feirense veio transfigurado do intervalo e foi uma equipa que conseguiu incomodar Rui Patrício e a defesa do Sporting em várias ocasiões, com Buval, Lu-dovic e Carlos Fonseca a disporem de muito espaço para usar a sua ve-locidade.O Sporting aguentou a vitória até fi-nal apesar de algumas dificuldades físicas que levaram, por exemplo, às saídas de Renato Neto e Elias. Os leões estão de regresso ao quarto lu-gar, ainda que à condição, visto que o Marítimo apenas joga na segunda-feira.

in abola.pt

Braga: 13ª Vitória vale liderança

Page 22: The Portuguese Tribune, April 1st 2012

22 1 de Abril de 2012TAUROMAQUIA

Quarto Tércio

José Á[email protected]

Cartel da Feira da Graciosa e das Sanjoaninas

Sempre sonhou ser artista amador, des-de o dia em que, ao visitar Madrid, viu tourear dois mata-dores já com uma certa idade - Rafael de Paula e Antoňete. Então pensou: "se eles podiam tourear

com aquela idade, também ele, sendo um nado na Ter-ceira, o poderia fazer, depois de ser ensinado". Andou mais de um ano na famosa Escola Espanhola da Preta, e aprendeu os rudimentos do toureio. Como é muito estudioso, leu tudo sobre tauromaquia e possívelmente é um dos mais instruídos amadores de todo o mundo.Sente-se orgulhoso do que conseguiu e pensa estrear-se este ano num festival a ter lugar em Tulare.Até me convidou para ser seu padrinho fora da arena. Sinto-me orgulhoso pela escolha. Daremos mais infor-mações logo que saibamos a data do festival.Este artista amador é professor e colabora de vez em quando no Tribuna Portuguesa. O seu traje foi dese-nhado por um dos mais famosos estilistas do mundo da moda Nicolás Felizola.

Já se conhecem os carteis da Feira da Graciosa:

11 de Agosto, Sábado

Cavaleiros:João Moura, Tiago Pamplona e Miguel Moura

Grupos de Forcados:Tertúlia Tauromáquica Terceirense e Ama-dores do Ramo GrandeToiros: Falé Filipe

Dia 13 de Agosto, Segunda-feira

Cavaleiros:João Moura, Tiago Pamplona e João Pam-plonaGrupos de Forcados:Tertúlia Tauromáquica Terceirense e Ama-dores do Ramo GrandeToiros: Rego Botelho

No respeitante à Terceira, os artistas que compõem os carteis são os seguintes:

Cavaleiros: Victor Ribeiro e João Salgueiro, matadores Miguel Angel Perera, Ivan Fandino, José Luiz Moreno e Artur Salivar.A feira será composta por três corridas: uma à portugue-sa, uma mista e uma apeada.

O grupo de Forcados Amadores do Ramo Grande irá estar presente na corrida de toiros, que se realizará no próximo dia 4 de Junho, incluída nas festividades dos 100 anos em honra do Divino Espírito Santo da Cidade de Turlock. A corrida conta com as presenças dos cavaleiros Rui Santos, Paulo Ferreira e Alberto Conde, Gru-po de Forcados Amadores de Turlo-ck, Grupo de Forcados do Aposento de Turlock e do Grupo Terceirense do Ramo Grande. Lidam-se nesta tarde toiros da Ganadaria Pico dos Padres, de Manuel Sousa Jr. & Família.

in Terceira Taurina

A Corrida das Festas da Praia 2012 já come-çou a ser delineada, tendo como novidade este ano a presença de três ganadarias continen-tais, que irão disputar os prémios em disputa com outras três ganadarias terceirenses. Esta-rão presentes a 6 de Agosto pelas 20 horas na Praça de Toiros Ilha Terceira, as prestigiadas ganadarias de Passanha, Brito Paes e Falé Fili-pe, sem dúvida três ganadarias de renome que irão partilhar cartel com outras três ganada-rias locais, a serem anunciadas brevemente.

in Terceira Taurina

Forcados Amadores do Ramo Grande na California

Toiros continentais no Concurso de Ganadarias da Corrida das Festas da Praia

Temporada 2012 na CaliforniaA temporada de 2012 na California terá o seu início a 14 de Abril com um Festival na Praça de Stevinson, com os cavaleiros Paulo Ferreira, Joe Cor-reia e Sário Cabral. No dia 23 de Abril, Corrida da Festa de Santo Antão, com Paulo Ferreira e Sário Cabral, lidando toiros de Joe Sousa, Açoriana e Germano Soares (estreia como ganadero).No dia 28 de Maio, Corrida da Festa de Modesto, com Paulo Ferreira e Filipe Gonçalves, que lidarão toiros da Açoriana e Joe Parreira.No dia 4 de Junho, Corrida da Festa de Turlock, com o cartel já acima referido na noticia dos Forcados do Ramo Grande.A 25 de Agosto haverá uma Corrida de Toiros de Beneficiência, numa praça e com artistas a designar mais tarde.

Rectificação - na nossa ultima edição chamámos Manuel Correia Jr. ao Cavaleiro Joe Correia. As nossas desculpas pelo lapso.

Page 23: The Portuguese Tribune, April 1st 2012

23COLABORAÇÃO

Em consequência do pro-blema económico e po-lítico mundial, Portugal encontra-se num estado

de restrição a todos os níveis. Pela primeira vez, e nos últimos 37 anos, o governo e o povo com-preenderam o desequilibrio eco-nómico em que viveram. O governo seguiu a filosofia fi-nanceira do endividamento usan-do indiscriminadamente o apoio financeiro da UE, que parecia inesgotável. Como tudo acaba um dia, a UE está económica e politicamente sufocada, porque as diferenças tecnológicas, in-dustriais, socioeconómicas, cul-turais e étnicas entre os países membros são enormes. As guer-ras, a falta de confiança e respeito mútuo, consequência dos fatores históricos do século passado ain-da não estão saradas, nem se sabe quando o serão, pondo-se até em questão o fim da UE ou do euro. O entendimento desta matéria

para muitos dos melhores eco-nomistas nacionais e internacio-nais, incluindo o professor Paul Krugman (Premio Nobel da Eco-nomia, 2008), indicam que a saí-da de Portugal do euro ou da UE é iminente, mesmo com o esfor-ço admirável do país quanto ao pagamento da divida. Contudo, a “troika” não está em Portugal porque o povo é simpático ou pa-cifista, só se preocupa consigo e com a capitalização dos juros ele-vados exigidos ao país, manten-do este em continuas medidas de austeridade para não perder um cêntimo do seu investimento. Finalmente o governo nacional e os governos insulares chegaram à conclusão que tanto a agricultura como a pesca são importantes e necessárias para o desenvolvi-mento do país. Porém, os benefí-cios que podem advir da reabili-tação da agricultura e das pescas, neste momento, necessitará pelo menos uma década para que os

resultados sejam visíveis, o que não ajudará a crise presente. A UA (Alemanha) com a sua fi-losofia de controlo absoluto des-mantelou a já fragilizada agri-cultura e pescas portuguesas na década de setenta/oitenta, pondo-nos dependentes dos mercados europeus e internacionais nas áreas mais básicas, e indispen-sáveis à sobrevivência e subsis-tência das diferentes regiões. O presente e o futuro de um povo está na sua auto-suficiência. Foi então que os agricultores para sobreviverem se voltaram para a agropecuária, que era apoiada pela UE, embora se soubesse que tanto o leite, como a carne, eram produtos excedentários na Euro-pa. Será que o governo vai deixar de apoiar a produção leiteira nos Açores, para usar os fundos na reabilitação da agricultura? Tem-po o dirá! Hoje vive-se com constantes au-mentos de impostos e de custo de vida, cortes, e indústrias a falir levando o povo a limitar a com-pra e a despesa o que afecta o co-mércio e a indústria, bem como, a receita dos impostos que o gover-no desesperadamente necessita. Se assim for a dívida nunca será paga, e os impostos continuaram a subir. Os trabalhadores portu-

gueses precisam de liderança, oportunidade e sensibilidade social para que possam ter con-fiança no governo e empresas para quem trabalham. A presente austeridade pode levar o país à insolvência. A confiança está-se perdendo. O empreendedorismo institucional não existe, e em ge-ral as empresas não têm essa fi-losofia de trabalho, sendo poucas as escolas técnico-profissionais /universidades / politécnicos que preparam jovens nesta área. Existem excelentes indústrias em Portugal, até com renome inter-nacional, contudo o número con-tinua insignificante. Os produtos portugueses com mais aceitação no mercado internacional, são os têxteis, sapatos e cortiça que se têm vindo a inovar nas últimas décadas. A criação e produção de artigos que aplicam as novas tecnologias, embora com bons resultados estão numa fase em-briónica, porque só há poucos anos técnicos portugueses, na sua maioria formados no estran-geiro (mestrados/ doutoramentos) regressaram com o espírito em-preendedor que o país necessita-va. Não é um grupo reduzido de empreendedores que dará a volta económica e política ao país, mas este pode ser um bom exemplo

para os empresários portugueses e jovens que procuram um futu-ro, um emprego.A ambição alemã de liderar a Eu-ropa nunca foi tão real como hoje, e como tem estruturas industrias e comerciais bem desenvolvidas, os trabalhadores são devidamen-te treinados, remunerados e res-peitados pelo empregador, estes sentem-se reconhecidos, contri-buindo satisfatoriamente para a estabilidade económica da com-panhia e do país, o que não acon-tece em Portugal. Nos países desenvolvidos as empresas procuram jovens com formação sólida, boas proficiên-cias sociais, habilidade para tra-balhar em grupo e tecnologias de ponta, capacidade criativa e boa articulação verbal. Estas são competências que as instituições educacionais portuguesas devem dar prioridade no ensino. A emi-gração é a palavra do dia, mas esquecesse que as dificuldades de inclusão profissional, cultural, económica e social na maioria dos países no mundo é sempre complexa, por vezes, discrimi-natória e requer muita vontade e persistência, independentemente do estrato social a que se pertence.

Portugal: um olhar à distância com uma visão alargada

O Lusitânia dos Teixeiras (Manuel e José), dos Gastões (Tarrafeiro e Janina), dos Ângelos

(Teixeira, Faria e Medeiros) e, numa época muito mais recente dos Borges (Orlando, Jorge, Paulo e João Gabriel). No que concerne aos Ângelos, já aqui trouxemos à estampa a figura do Ângelo Faria, que passou pelo Porto. O Ânge-lo Teixeira pela Académica de Coimbra e o Ângelo Medeiros, (primeiro da direita ajoelhado, na foto) ao invés de muitos outros, rumou para Moçambique onde representou o Ferroviário de Lou-renço Marques.Da família do Ângelo Medeiros, conheci mais de perto os dois irmãos, com quem sempre fui mantendo um contato mais dire-to, nomeadamente com o Eliseu. Ângelo Medeiros foi outro dos grandes esquerdinhos que passou pelo Lusitânia (não esquecendo o Baunilha, que era conhecido pelo “argentino”), com bom tem-po de arrancada e o sentido de oportunidade quando penetrava na área adversária. Fez parte de equipas de glória, décadas de 40 e 50, do clube verde-branco, que conquistaram onze campeona-tos distritais consecutivos, uma delas com Valdemar Cupido, Orbelo, Pira, Humberto Cunha, Ângelo Medeiros, Elvino, Maco-co, Rafael, Ângelo Faria, Góis e Gastão Silva (Tarrafeiro). Outros que fizeram parte deste trilho vi-torioso: Ângelo Teixeira, Mário, Manuel Teixeira, José Teixeira,

Picanço, Gastão Rodrigues (Ja-nina), Manuel Leonardo, Manuel Homem de Meneses, Ezequiel Borges Barcelos, Manuel “Pau Preto”, Alfredo Esteves (que de-pois foi árbitro) e tantos outros. O Lusitânia com Elvino na direita, Ângelo Medeiros na esquerda, Macoco no centro, e o municia-dor Ângelo Faria, era de fato uma fábrica de dores de cabeça para as defensivas contrárias. E também uma fábrica de fazer golos. Hoje, deste lote fabuloso, poucos estão vivos. Elvino ainda continua en-tre nós com uma boa disposição, de acordo com as fotos e vídeos que vimos nos recentes almoços promovidos pelo Lusitânia.Ângelo Fernandes Medeiros era uma pessoa que revelava uma impressionante calma, nunca se envolvendo em desordens den-tro do campo, inclusive quando era impiedosamente ceifado por mais diretos opositores, um de-les o João Homem do Angrense, vulgarmente conhecido pelo “es-

franfalha” (penso que era este o alcunha) e que utilizava muito o seu porte físico, por vezes além das marcas, mas era a sua forma de jogar, mais força do que téc-nica, que era pouca. É possível que o Ângelo Medeiros, no seu regresso ao Lusitânia depois de ter estado em Moçambique, tenha enfrentado o Carlos Meneses, ou-tro lateral-direito do Angrense de fibra, daqueles do... “ou vai ou ra-cha”. Era assim o Carlinhos, com quem convivemos em duas deslo-cações feitas ao Canadá. Dentro do possível, creio que fui de en-contro ao desejo do sobrinho do Ângelo Medeiros, o nosso bom amigo Jorge Eliseu Fernandes, que reside na Califórnia e que sei tratar-se de um dos meus leito-res. O Jorge sempre fica radiante quando se fala do seu tio, na ver-dade uma grande glória do fute-bol açoriano. O Lusitânia contou com três Ângelos de se lhe tirar o chapéu.

Do Brasil com amorCarlos Alberto Alves

[email protected]

ApontamentoSerafim [email protected]

O Ângelo Medeiros que passou por Moçambique

Page 24: The Portuguese Tribune, April 1st 2012

24 1 de Abril de 2012PATROCINADORES

65

19

11

A Pain-Free Back Is a Beautiful Thing...

Call Now To Meet With Dr. Chester Graham D.C. DACBNThe Area Leader In Spinal Decompression

Axial Spinal Decompression that treats:• NECK and BACK

• Herniated or bulging disc • Degenerative disc

• Arthritic Back Pain • Sciatica• Pre/Post surgery patients

• Acute & chronic neckand low back pain relief

FreeConsultation!

Call Today For A Free Consultation

www.ModestoBacktoNeck.com

5 4 5 - 8 7 2 7Dr Graham has treated 100’s of the most diffi cult cases.

ACT NOW!

Page 25: The Portuguese Tribune, April 1st 2012

25PATROCINADORES

209

Assine o

e fique a par do que se passa

Page 26: The Portuguese Tribune, April 1st 2012

26 1 de Abril de 2012ARTES & LETRAS

De uma organização portugue-sa, perguntam-me se estarei disposto a participar num de-bate sobre o Acordo Ortográ-

fico. Querem um leque diversificado de pontos de vista. Respondi assim:

Sobre o Acordo Ortográfico, sou pragmá-tico a vários níveis:

1. Está decidido e legislado, não me resta senão aceitar. O mal português é andar-mos sempre a fazer e a desfazer. Mesmo que discordasse, a altura de intervir no de-bate e mobilizar forças políticas era antes.2. De cá de fora, e num Departamento de Estudos Luso-(Afro)-Brasileiros, dá jeito a uniformização gráfica.3. Olho para as inúmeras transformações do português ao longo dos séculos e enca-

ro esta apenas como mais uma.4. Vejo uma página escrita segundo o novo acordo e acho mínimas as diferenças. 5. Por preguiça e falta de tempo, ainda não me pus a aprender as regras todas do acordo agora vigente. Escrevo à anti-ga e autorizei a que, o Jornal de Letras, a LER, a PNETLiteratura onde colaboro regularmente, e mais quem quer que seja que receba prosa minha, me a(c)tualizem a ortografia.6. Para terminar desdramatizando a ques-tão, pois há problemas muito mais graves a exigirem intervenção cívica em Portu-gal, contei aquela de um professor muito conservador de há cem anos, aquando da reforma ortográfica (“alteração”, se quise-rem) de 1911. Na aula, chamou um aluno carregando nas letras a negro: - Ignácio da Assumpção Baptista. O aluno fazendo o mesmo: - Prompto! O professor: - Óptimo!

Nem de propósito, ontem mesmo, ao dei-tar-me, comecei a ler o mais recente livro do Daniel de Sá, por ele oferecido na mi-nha recente passagem em S. Miguel - O Deus dos Últimos - uma madura e escor-reitíssima escrita num magnificamente encadernado livro de contos de Natal, edi-ção da Ver Açor. A leitura avança depres-sa porque muitos deles foram extraídos de um outro seu livro, A Longa Espera, que já tinha lido.

Ora a ligação desta notícia com o Acordo Ortográfico vem então porquê? Explico: o Daniel não quer saber do Acordo e escreve à antiga. Arranjou, porém, uma maneira engenhosa de ser um cidadão cumpridor da lei. No início do livro, incluiu a seguin-te nota:

Não faço parte dos que se entusiasmaram com o Acordo Ortográfico. Por isso, ao rever estes contos, optei por uma espécie de greve de zelo. Retirei todas as palavras abrangidas pelo dito, substituindo-as por sinónimos ou mudando a frase, porque a Língua Portuguesa é maior do que o Acordo e tem soluções para tudo.

Solução, no mínimo, original, convenha-mos. E valeria a pena cotejar os textos reproduzidos de A Longa Espera, a ver como o autor recriou as frases para fugir às palavras autoproibidas.Não é invenção minha, esta. É um facto. Embora termos como este mesmo não possam figurar no livro.

PS – Mandei cópia desta entrada do meu “diário ocasional” ao Daniel de Sá. Mo-mentos depois, arribava-me dele um e-mail corrigindo-me: a palavra facto man-tém-se inalterada, pois o acordo assim o permite visto o “c” ser pronunciado.Resolvi não alterar o final do meu comen-tário e deixar aqui essa prova da minha negligência na leitura do Acordo. Não vou vestir o fato de sabichão fingindo que co-nhecia o que desconhecia. Factos são factos.

Os textos de Onésimo Teotónio Almeida não precisam apresentação. Os leitores desta página conhecem, muito bem, o escritor, o filósofo, o intelectual, o po-eta e o exímio contador de histórias. É com imenso prazer que temos nesta Maré Cheia, mais uma das suas crónicas. Ele que tem a generosidade de partilhar com os nossos leitores os textos que publica em Portugal e em outras partes do mun-do lusófono. Tanto se tem falado sobre o acordo ortográfico, mas ninguém ainda o tinha tratado como o faz, neste texto, verdadeiramente delicioso, Onésimo Al-meida. Publicamos ainda um bibliografia (talvez incompleta) de Onésimo Almeida para que os nossos leitores tenham co-nhecimento da dimensão da obra deste escritor. Por mim, apenas posso citar o que escreveu Eugénio Lisboa: "o bem que os livros do Onésimo me têm feito--não sei como pagá-lo." Não tenho mesmo forma de pagar o que tenho aprendido com a escrita de Onésimo Almeida.

abraços

diniz

Onésimo Almeida

Diskordâncias ortográphicas

Publicações – Contos: (Sapa)teia Americana (1ª ed. 1983; 2ª ed. 2000, Lisboa, Salamandra. Saiu uma tradução parcial deste livro, por David Brookshaw: Ta-les from the Tenth Island (Bris-tol. UK, seagull/Faoilán, 2006); Aventuras de um Nabogador (Bertrand, 2007). Teatro: Ah! Mò-nim dum Corisco!...(1978; 2ª ed. 1989; 3ª ed. 1998, Lisboa, Sala-mandra); No Seio Desse Amargo Mar (Lisboa, Salamandra, 1991). Crónicas: Da Vida Quotidiana na L(USA)lândia (1975); L(USA)lândia – A Décima Ilha (1976); Que nome é esse, ó Nézimo? –

E outros advérbios de dúvida (Lisboa, Salamandra, 1994); Rio Atlântico (Lis-boa, Salamandra, 1997); Viagens na Minha Era (Lisboa, Temas e Debates, 2001); Livro-me do Desassossego (Lisboa: Temas e Debates, 2006); Aventuras de um Nabogador & Ou-

tras Estórias-em-Sanduiche (Lisboa: Bertrand Edi-tora, 2007); Onésimo. Português sem Filtro - uma antologia (Clube do Autor, 2011). Prosemas: Onze prosemas (e um final merencório) (V.N.Gaia, Ausência, 2004).

Ensaios: A Questão da Litera-tura Açoriana (1983); Mensagem – Uma Tentativa de Reinterpreta-ção (Prémio de Ensaio Roberto de Mesquita, da Secretaria Regional da Educação e Cultura dos Aço-res, 1987); Açores, Açorianos, Açorianidade (1989); National Identity – a Revisitation of the

Portuguese Debate. NUI Mainou-th Papers in Spanish, Portuguese and Latin American Studies. No. 5 (Mainouth, Ireland, National University, 2002); De Marx a Darwin: A Desconfiança das Ide-ologias (2009; Prémio Seeds of Science para Ciências Sociais e Humanidades 2009); organizou e prefaciou The Sea Within – A Se-lection of Azorean Poetry (1983); José Rodrigues Miguéis – Lisbon in Manhattan, (1985; edição por-tuguesa revista e aumentada: José

Rodrigues Miguéis – Lisboa em Manhattan, Lisboa: Editorial Es-tampa, 2001); Da Literatura Aço-riana – Subsídios para um Balan-ço (1986); seleccionou, organizou e prefaciou o volume Aforismos & Desaforismos de Aparício, de José Rodrigues Miguéis, (1996) e dois volumes de poemas de João Teixeira de Medeiros: Do Tempo e de Mim (1982) e Ilha em Terra (1992); e organizou (com Alice Clemente) e prefaciou o volume George Monteiro: The Discrete Charm of a Portuguese-Ameri-can Scholar (Providence, Gávea-Brown, 2005). Tem também es-crito prefácios a diversos livros e introduções a traduções, como Está a Brincar, Sr, Feynman!, de Richard Feynman (1988) e Inteli-gência Emocional, de Daniel Go-leman (1996). Organizou ainda o volume The Abbé Corrêa in Amé-rica, 1812-1820 – The Contribu-tions of the Diplomat and Natural Philosopher to the Foundations of Our National Life, de Richard B. Davis (1993); O Peso do Hífen. Ensaios sobre a experiência luso-americana (Imprensa das Ciên-

cias Sociais, 2010). Co-organizou ainda os volumes Eugénio Lisboa - vário, intrépido e fecundo (Ope-ra Omnia, 2011), com Otília Pires Martins; e Fernando Aires - Era Uma Vez o Seu Tempo (Instituto Cultural de Ponta Delgada, 2011), com Leonor Simas-Almeida e Maria João Ruivo. Publicou ain-da uma segunda edição alargada de Açores, Açorianos, Açoriani-dade (Instituto Açoriano de Cul-tura, 2011)in- http://alfarrabio.di.uminho.

pt/vercial/onesimo.htm

Bibliografia Selecionada da Obra de Onésimo Almeida

Diniz [email protected]

Apenas Duas Palavras

Page 27: The Portuguese Tribune, April 1st 2012

27 COMUNIDADE

Falecimento

Excursão a Portugal 2012Fátima e Lisboa

Fátima de 11 a 14 de OutubroLisboa de 14 a 17 de Outubro

Visite os seguintes lugares:

Fátima/Alcobaça, Nazaré/Obidos/Queluz/Sintra/

Cascais/Lisboa

Para mais informações ligue à

Hilmar Travel Agency209-667-4710

ou mande um email para

[email protected]:www.hilmartravel.com

Guia turista Joe Peres

Frederick Costa, 88, of Modesto passed away on March 6, 2012 at Bethel Home in Modesto. Known to all as Fred, he was born on Sep-tember 14, 1923 in Hickman, CA and has called Modesto his home his entire life.Fred managed various restaurants/bars his entire working career. He was an avid baseball fan and loved the game. During his high school years at Ceres High School he was the star pitcher and quarterback. He loved the game of baseball so much that he went to Indonesia to teach the children how to play. He also enjoyed his walks with his long time companion Elnora VanWey. A very special token of appreciation and gratitude is being given to Community Hospice and to the staff at Bethel Retirement Home for the care they showd Fred. Thank You!!His survivors include his long time companion Elnora VanWey; his sons Fred Costa Jr and his wife Rita ofTexas; Jerry Foster and his wife Paulette of Nevado: Herman Costa of Modesto; and Dan Costa and his wife Denise of Modesto; numerous grandchildren and great-grandchildren; his siblings: James "Rocky" Costa and his wife Jan of Tuolome; Don Costa and his wife Jean of Turlock; Dolores Coelho and her husband Jim of Turlock; and Francis Costa and his wife Ma-rylou of Ceadar Falls, Iowa; and

numerous nieces and nephews.He was preceded in death by his siblings: Helen Wedel; Evelyn Bor-ges; Tony Costa; Lawrence Costa and Louie Costa.Franklin & Downs Colonial Chapel have been entrusted with the ar-rangements. A prayer service was held on Monday, March 12,2012 at 100m at Franklin & Downs Colo-nial Chapel 704 12th St., Modesto. His final resting place was inLakewood Memorial Park.

Tribuna Portuguesa envia condo-lências a toda a família Costa

Take me outTo the ball gameTake me outWith the crowdBuy me some peanutsAnd crackerjackI don't care if I never get back

Let me root, root, rootFor the home teamIf they don't winIt's a shameFor it's one, twoThree strikes you're outAt the old ball game!

707-338-5977

Fale connosco para compra e venda de Propriedades nos Açores, Heranças,

etc.

Tour PORTUGAL with Carlos Medeiros

Assine o Tribuna Portuguesa

Page 28: The Portuguese Tribune, April 1st 2012

28 1 de Abril de 2012ENGLISH SECTION

Grande Oportunidade de Negócio

Vende-se Padaria em Escalon

Tratar com António ou Rosa Lima

209-838-7111

Page 29: The Portuguese Tribune, April 1st 2012

29

Aristides de Sousa Mendes remembered across US during 2012 Yom Hashoah

EAST COASTOn Holocaust Remembrance Day (Yom Hashoah), Wednesday, April 18, 2012, there will be an unprecedented gathering of fam-ilies rescued from the Holocaust by Aristides de Sousa Mendes, the “Angel of Bordeaux,” during which they will have the oppor-tunity to meet one another, learn about their shared history, and especially to meet and thank the grandson of the man who enabled them to escape the Nazis.Aristides de Sousa Mendes was the Portuguese Consul General stationed in Bordeaux, France, during World War II. His govern-ment had issued strict orders to all its diplomats, in a document called Circular 14, to deny vi-sas to Holocaust refugees seek-ing to escape Occupied Europe through Portugal. Sousa Mendes defied these orders and issued Portuguese visas to an estimated 30,000 people in May and June of 1940 in an operation described by the Holocaust scholar Yehuda Bauer as “perhaps the largest res-cue action by a single individual during the Holocaust.”The rescued families ended up in the United States, Canada, Brazil, Israel, Australia and else-where across the globe and began new lives, while Sousa Mendes himself was put on trial by the Portuguese government for “dis-obedience” and was harshly pun-ished.The April 18th event, open to the

public, will begin at 4:00 p.m. at the Cinema Arts Centre, 423 Park Avenue, Huntington, NY, with the U.S. theatrical premiere of Disobedience: The Sousa Mend-es Story, directed by Joel Santoni and starring Bernard Lecoq as Aristides de Sousa Mendes. The film will be introduced by Mr. Santoni and by Louis-Philippe Mendes, grandson of the hero. The film premiere will be fol-lowed by a buffet dinner, also at the Cinema Arts Centre. The event will continue at 7:30 p.m. at Temple Beth El, 660 Park Av-enue, Huntington, NY, with a ceremony in memory of the vic-tims and heroes of the Holocaust. The featured speaker will be Dr. Sylvain Bromberger, professor emeritus at MIT and a recipient of a life-saving visa from Aris-tides de Sousa Mendes.“This year, along with remem-bering the six million who died, we will honor the families who survived and the heroes like Sousa Mendes who made that survival possible,” said Rabbi Jeffrey Clopper of Temple Beth El. “Among the terrible darkness of those times, there were small shimmering lights to be found, righteous individuals who dem-onstrated remarkable strength, courage and moral fortitude. Aristides de Sousa Mendes was one such person. He worked tirelessly to save men, women and children who faced certain death at the hands of the Nazis,” he continued. “It’s rare when the

opportunity arises to say ‘thank you’ for something as monumen-tal as being alive,” said Dr. Olivia Mattis, co-founder of the Sousa Mendes Foundation. “Aristides de Sousa Mendes was harshly punished by his government for his action, and his family suf-fered terribly as a result. This event will be a unique occasion for the rescued families to learn about their own history and to thank the family that suffered so that they might live,” she added.There will be a second screening of the film at the Cinema Arts Centre on Sunday, April 22, 2012 at 10:15 a.m., accompanied by a bagel brunch.

Wednesday, April 18, 20124:00 p.m. Cinema Arts Centre, 423 Park Avenue, Huntington, NY. U.S. theatrical premiere of film Disobedience: The Sousa Mendes Story introduced by the filmmaker Joel Santoni and Lou-is-Philippe Mendes, grandson of Aristides de Sousa Mendes, and in the presence of families who were rescued by Aristides de Sousa Mendes; buffet dinner to follow ($20 Cinema Arts Centre members/$25 non-members — price includes dinner).7:30 p.m. Temple Beth El, 660 Park Avenue, Huntington, NYYom Hashoah Observance hon-oring the memory of the victims of the Holocaust and with special emphasis on the Portuguese res-cuer, Aristides de Sousa Mendes, Righteous Among the Nations. Keynote address by Dr. Sylvain Bromberger, Sousa Mendes visa recipient, followed by compli-mentary coffee and dessert.Sunday, April 22, 201210:15 a.m. Cinema Arts Centre, 423 Park Avenue, Huntington, NY. Bagel brunch followed by a second screening of Disobedi-ence: The Sousa Mendes Story ($9 Cinema Arts Centre mem-bers/$13 non-members).For ticket information please con-tact the Cinema Arts Centre box office at (631) 423-7611.

WEST COAST Beginning Monday, April 9, 2012 the exhibit “These are my people! The story of Aristides de Sousa Mendes” will return to Silicon Valley, opening at the Santa Clara County Government Building and starting on Satur-day, April 21 at the Levy Family Campus Jewish Community Cen-ter. The nationally touring exhi-bition tells the story of the heroic actions of Aristides de Sousa Mendes, who helped 30,000 pe-ople escape the horrors of World War II. The exhibit is free and open to the public in both venues. It is sponsored by the Community Relations Council of the Jewish Federation of Silicon Valley, in partnership with the Sousa Men-des Foundation. The Santa Clara County Board of Supervisors is the venue host at the downtown

San José location, and the Levy Family Campus Jewish Commu-nity Center is the venue host in Los Gatos. Through his work as a Portu-guese diplomat, Sousa Mendes created an escape route through Spain, to Portugal, for World War II refugees. Holocaust historian Yehuda Bauer has called his he-roic feat “the greatest act of res-cue by a single individual during the Holocaust.” Sousa Mendes was censured by his country’s government and died in poverty in 1954. These are my people! tells the story of Sousa Mendes through 20 panels of photographs, do-cuments and text. The County exhibition is being presented in conjunction with the Santa Clara County Holocaust Remembrance Ceremony on Tuesday, April 17 at 4:00 p.m. in the Council Cham-bers, featuring Sheila Abranches, Aristides de Sousa Mendes’ granddaughter. The Los Gatos exhibition is presented in con-junction with the special event “Heroic Diplomats of WWII” on Sunday, April 29 at 6:30pm in the Auditorium of the Levy Fami-ly Campus Jewish Community Center, co-sponsored with the Addison-Penzak Jewish Commu-nity Center for Jewish Life and Learning. Along with the exhi-bition the event features a scree-ning of “The Rescuers”, a film by the Emmy Award-winning film-maker Michael King which un-covers the largely unknown sto-ries of 13 heroic diplomats who, like Aristides de Sousa Mendes, saved thousands of Jews at tre-mendous personal cost to their own lives. “One cannot hear the story of Sousa Mendes’ immen-se bravery and integrity, without feeling personally inspired and also better understanding the Talmudic verse that says “whoe-ver saves a life, it is considered as if he saved an entire world,”

said Eric Rosenblum, chair of the Community Relations Council of the Jewish Federation of Silicon Valley.For more information, please contact Diane Fisher, Director of the Community Relations Cou-ncil of the Jewish Federation of Silicon Valley, or [email protected]. www.jvalley.org/jcrc.

April 9 – 20, 2012 Santa Clara County Government Building70 W. Hedding St., San JoséGround floor breezeway, 8am – 5pm, Monday - FridayTuesday, April 17, 2012, 4 PMSanta Clara County Supervisors’ Chambers70 W. Hedding St, San JoséApril 21 – May 4Levy Family Campus Jewish Community Center14855 Oka Road, Los GatosGround floor lobby, 5am-10pm Monday – Friday, 7am – 7pm Saturday-Sunday

ABOUT SMFFounded in 2010, the Sousa Men-des Foundation is dedicated to honoring the memory of Aris-tides de Sousa Mendes and to ed-ucating the world about his good work. It has a twofold mission: raising funds for the creation of a Sousa Mendes Museum and Hu-man Rights Center in Portugal, and sponsoring US-based proj-ects that perpetuate the legacy of Aristides de Sousa Mendes. The Foundation’s major current initia-tive is a Visa Recipient Database Project, for which it is seeking to identify, locate and contact fami-lies worldwide who were rescued by this hero. The foundation was selected as The Portuguese Tri-bune’s 2011 Organization of the Year. The foundation’s website is www.sousamendesfoundation.org.

ENGLISH SECTION

Page 30: The Portuguese Tribune, April 1st 2012

30 1 de Abril de 2012COLABORAÇÃO

After a lapse of a couple of years, the Portuguese Immi-grant week once again will be celebrated, this time to include all the communities throughout our State of Ca-lifornia where our distingui-shed and immortal Portugue-se Immigrants established their roots and left us heirs to a boundless legacy of cultu-re. and traditions.A committee that is still in formation met informally be-fore Christmas. The commit-tee comprised of Jacqueline Monteiro Flynn, husband, Joe; Richard Castro, Timothy Borges, Isolete Gracio, Joan-na V. Camara, husband, Jose; Dr.Decio Oliveira, and wife, Helena.Others throughout the State

were invited to participate add plan activities in their local communities for this homage to our great immigrants be ce-lebrated on a state-wide basis.Scheduled dates of festivities, all tentative at the present:March 2, 2012 - March 15, 2012.This worthy and justifiable "Week of the Portuguese Im-migrant," dates back to-a~pro-clamation signed in 1967 by then California Governor, the former U.S. President, Ronald Reagan.Preceding this historical docu-ment, and leading up to this act was the unveiling of the Statue of the Portuguese Immigrant on March 13, 1964 in Root Park in San Leandro. This was the impetus that started the mo-

vement requesting that more be done to honor the achievements of our illustrious immigrant.The result was the second week of the Month of March of eachyear be dedicated to our heroic pioneers. This year celebratingit's 45th anniversary.The program will revolve around activities beginning in the City of San Diego and the Cabrilho Natio-nal Monument, also the Artesia area, San Jose, San Leandro, Turlock, and many other loca-tions and many more commmni-ty panticipants.

Joanna V. CamaraCommittee Member

Portuguese Immigrant Week

O melhor queijo tipo São Jorge fabricado na California

Enviam-se ordens via UPS com o mínimo de 2 libras

Joe Matos3669 Llano Rd

Santa Rosa, CA 95407707-584-5283

California Chronicles

Ferreira Moreno

San Pablo, the name of the great apostle and missio-nary, St. Paul, is attached to a number of important

features in Contra Costa Coun-ty, namely San Pablo Bay, Strait, Point, Creek, Reservoir, Dam and, of course, the city itself.The tip of Point San Pablo is still cluttered with glimpses of burned-out remains from the West Coast's last whaling station, where wha-lers hauled in gray whales and other species until 1971, when the business was shut down by federal order after the United States ban-ned commercial whaling. Presen-tly, the area is off limits for public access.San Pablo townsite dates its in-ception to 1823 when Rancho San Pablo was granted to Francisco Maria Castro (1773-1831), married to Maria Gabriela Berryessa. The family had eleven children. The youngest, Maria Martina, was married to Juan Bautista Alvara-do, the 12th Mexican governor of California (1836-42).In 1864, when the Catholics living in and around the townsite of San

Pablo convened to build a local lchurch, it was Alvarado who do-nated the land for that purpose. Logically, the church was named St. Paul's after the ranch's patron saint. Reportedly, the church was dedicated in July 1864 by Arch-bishop Joseph Sadoc Alemany as an official mission of Oakland's St. Mary's parish. Five years later, however, it was raised to parochial status and given its own resident pastor.According to George Emanuels (1), "a large group of Portuguese moved onto the ranches around San Pablo in 1853. For a long time they were the dominant element in San Pablo.They maintained strong frater-nal activities, and their religious festival, the Holy Ghost parade, banquet and dance, held annually, became the best attended of all the social activities in the community."Robert Daras Tatam (2) stated: "Many Portuguese sailors who had originally visited San Pablo in whaling boats came back in the 1850's to buy farms. The former sailors and their families brou-

ght a centuries-old tradition with them from the old country, the Holy Ghost Festival. I't has been held annually in San Pablo for more than a hundred years. Some of the events include the crowning of a queen by the parish priest, a parade to and from the church, and a dance at the hall. There is

also a feast featuring SOPAS, a special seasoned gravy with meat eaten with French bread."In fact, the San Pablo Holy Ghost Association was organized by the Portuguese in the 1880's with the primary purpose of celebrating

the Holy Ghost Festa once a year. In 1908 the association purchased two and one-quarter acres of land, located at Church Lane near San Pablo Avenue, where a chapel and the social hall were built. The hall became known as Maple Hall, apparently because of its beautiful maplewood dance floors.

The original hall was destroyed by fire in 1944, but shortly after the fire the Portuguese constructed a new and sturdier structure also known as Maple Hall. In 1975 the City of San Pablo acquired the two and one-quarter acres of land from the asso-ciation and built the San Pablo Civic Center. Ho-wever, the association still owns part of the

complex known as the Madeira Room. At the entrance of the Ci-vic Center there is an "Original Site Monument" dedicated to the history of the Portuguese and their contributions to the city of San Pablo. (3)

The adobe house where the Al-varados resided during their re-tirement years, was torn down in 1954, but it was later replaced with a repltca, built on the same site in 1976.The Alvarado Adobe is presently located on Alvarado Square, at the corner of Church Lane and San Pablo Avenue, displaying State Historic Landmark Number 512. A1vararado Square is part of the San Pablo Museum and Histori-cal Society, and the complex also houses San Pablo city offices.

(1) California's Contra Costa County, An llustrated History, Pa-norama West Books, Fresno, Cali-fornia, 1986.(2) Old Times in Contra Costa, Highland Publishers, Pittsburg, California, 1996,(3) The Holy Ghost Festas, A Historic Perspective of the Por-tuguese in California, Portuguese Chamber of Commerce of Cali-fornia, San Jose 2002.

San Pablo and the Portuguese

Page 31: The Portuguese Tribune, April 1st 2012

31

Gertrudes Martins - 100 anos

Miguel Canto e CastroA Despedida depois de 51 anos a fazer RádioCaríssimos amigos ou-vintes do Programa "Saudades da Nossa Terra"Hoje tenho uma notícia a dar-vos que talvez seja ale-gre para uns e triste para outros. Ei-la: esta nossa emissão de hoje - 2ª Feira, 19 de Março de 2012 - será a última emissão do Pro-grama Saudades da Nossa Terra, depois de 50 anos, 8 meses e 11 dias (Julho 2, 1961).Agora quero-vos dar a ra-zão desta nossa decisão. Todos devem estar lem-brados que no dia 1 de De-zembro de 2005 o progra-ma passou a emitir mais uma hora, portanto, das 8 até às 10. De certeza que a maioria de vós devem ter pensado que deveria ha-ver mais anunciantes e que naturalmente o programa precisava de mais uma hora. Pois foi exactamente o contrário!A economia do País piorou e o programa perdeu mais de metade dos seus anun-ciantes.Chamei o amigo Tony Viei-ra e disse-lhe que não po-dia continuar e que ia ter-minar o programa. O Tony foi falar com a Sra. Odelta

Pereira, que quando ouviu da minha decisão, disse imeditamente que o Tony arranjasse alguma maneira de eu continuar com o pro-grama. Foi então que, en-tre a dona da Estação, Sra. Odelta Pereira, o nosso Tony e eu , nasceu um novo contrato. Eu deixava de ser um produtor independente, fazia uma hora para a esta-ção (das 9 às 10), passava também a traduzir e gravar anúncios e os poucos assi-nantes meus, passavam a pertencer à Estação KIGS.Aceitei, e nunca me arre-pendi. Desde esse dia em Dezembro de 2005, já lá vão 6 anos e 3 meses, que nunca mais recebi um cen-tavo que fosse. Mas foi as-sim que eu aceitei, e volto a repetir, "nunca me arre-pendi".Volto a falar da boa Sra. Odelta Pereira - a sua pre-ocupação foi sempre a de bem servir a nossa comuni-dade portuguesa sem olhar a lucros... mas sim manter a Estação KIGS financei-ramente estável e, claro está, sem prejuizo. Penso que esse fim foi sempre conseguido até hoje.Agora sim, ouçam e pres-tem atenção à letra da can-

ção "Outros Ventos" do Grupo Tributo: "Mudam os tempos e as vontades / Mudam os ventos, pensa-mentos e vaidades".E assim eu digo que chega-ram outros ventos, outras vontades, novos donos apa-receram com outras ideias e exigências e na minha idade já não há pachorra para mudanças, nem dis-cussões.Eu nunca fiz vida da rádio e os ultimos 6 anos foram de e por amor à camisola.Infelizmente esses "amo-res à camisola" hoje em dia estão ultrapassados.Despeço-me agradecen-do a amizade, apoio e boa vontade da nossa comuni-dade para com o meu pro-grama. Agradeço também os muito anunciantes que ao longo de meio século me acompanharam, alguns desde o início. Que eu sai-ba este é o unico programa de língua portuguesa que ultrapassou os 50 anos.Devo essa façanha a todos vós, amigos e ouvintes do meu programa "Saudades da Nossa Terra".Até sempre!

Miguel Canto e Castro

COMUNIDADE

No dia 3, de Março de 2012, ce-lebrou os seus 100 anos de vida Gertrudes Soares Martins.Nasceu a 3 de Março de 1912, na freguesia de São Bartolomeu dos Regatos, no lugar do Pesqueiro, filha de João Joaquim Soares e Rosa Vieira Soares, de uma fami-lia de 12 filhos (as), foi a décima a nascer.No dia 26 de Maio de 1941, casou com João Inácio Martins (já fale-cido) e que era da mesma fregue-sia, e de uma família de 11 filhos (as), e fixaram residência no lugar dos Regatos.Gertrudes é mãe de 3 filhas, Li-duina Martins Macedo, casada com Gabriel Macedo, residentes no Rio de Janeiro, Brasil; Alme-rinda Martins Almeida, casada com Ildebrando Almeida, resi-dentes em Tulare, e Goretti Mar-tins Borges casada com David Borges, residentes em Tulare.Tem 10 netos (as), 9 bisnetos (as),

e 1 trisneto.No dia do seu aniversário jun-tou toda a família, incluindo a cunhada, a unica vivente dos Martins, Carmina Martins viu-va de José Martins (Vigairinho), todos os sobrinhos, ex-vizinhos da porta de São Bartolomeu, e muitos amigos amigos.Foi surpreendida pelos que vie-ram do Brasil, Canada e de New Jersey.Continua com a sua mente muito lúcida, falou e relembrou muitas coisas do passado e presente.Os netos e sobrinos-netos toca-ram musica para ela, incluindo a chamarrita, em que ela dançou alguns passos da mesma com a filha Almerinda, e com a moda “Só só mais um” ela tomou um traçado com o neto Michael Bor-ges.O seu passatempo durante o dia é ouvir o programa de Rádio de Miguel Canto e Castro, ler as

suas orações e o Portuguese Tri-bune no dia em que o mesmo che-ga no correio, ouvir as notícias da RTPi, ver os jogos de futebol, especialmente os do Sporting, pelo qual ás vezes reza uma Avé Maria para que as coisas corram

bem no campo. Continua a gostar de ouvir concertos de filarmóni-cas, ver umas touradas e danças de carnaval, ouvir as notícias do Fox News às 10 da noite e regres-sa ao seu quarto para descanssar até ao próximo dia.

Gertrudes Martins e toda a fa-mília agradecem a todos quantos compartilharam com ela este dia tão memorável, com a promessa de todos se encontrarem de novo no seus “101”.

Texto e fotos de D.B.

Casamento Elegante

Realizou-e no dia 18 de Fevereiro, no The Bridges Golf Club, em San Ramon, o casamen-to de André Ribeiro e Maly Nguyen. O noivo é oficial da Polícia de San José e a Maily, trabalha numa importante empresa, como Especialista de Empréstimos Bancários. Os pais do noivo são Liliana e Mário Ribeiro e a mãe da noiva Than Tran. O jovem casal reside em San José e vai brevemente passar a Lua-de-mel ao Hawai. Parabéns.

Page 32: The Portuguese Tribune, April 1st 2012

32 1 de Abril de 2012ULTIMA PÁGINA TRIBUNA PORTUGUESA