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THIAGO ASTUN CIRINO CONTROLE AUTOMÁTICO DO COZIMENTO NA FABRICAÇÃO DE AÇÚCAR NO SETOR SUCROALCOOLEIRO. Sorocaba 2016

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THIAGO ASTUN CIRINO

CONTROLE AUTOMÁTICO DO COZIMENTO NA FABRICAÇÃO DE AÇÚCAR

NO SETOR SUCROALCOOLEIRO.

Sorocaba

2016

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THIAGO ASTUN CIRINO

CONTROLE AUTOMÁTICO DO COZIMENTO NA FABRICAÇÃO DE AÇÚCAR

NO SETOR SUCROALCOOLEIRO.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao

Campus de Sorocaba, universidade Estadual

Paulista (UNESP), como parte dos requisitos para a

obtenção do grau de Bacharel em Engenharia de

Controle e Automação.

Orientador: Prof. Dr. Galdenoro Botura Jr.

Sorocaba

2016

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Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da Unesp

Instituto de Ciência e Tecnologia de Sorocaba

Cirino,Thiago Astun.

Controle automático do cozimento na fabricação de açúcar no setor sucroalcooleiro / Thiago Astun Cirino, 2016. 64 f.: il. Orientador: Galdenoro Botura Junior.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) – Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho". Instituto de Ciência e Tecnologia (Câmpus de Sorocaba), 2016.

1. Cana-de-açúcar. 2. Automação. 3. Cozimento. Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho". Instituto de Ciência e Tecnologia (Câmpus de Sorocaba). II. Título.

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AGRADECIMENTOS

Ao meu amado pai Sebastião, que com empenho, tranquilidade e amor teve um

papel importante na estrutura, ação e conclusão desse trabalho e também de todas as

aventuras que tive o prazer de viver.

Especialmente a minha querida mãe Tânia, que com todo cuidado, carinho,

firmeza, amor e cobrança foi a responsável por eu ter a experiência mais incrível da

minha vida.

Aos meus irmãos, Daniel e Mateus, que são e sempre serão meus primeiros

amigos.

A todos da minha família, que me apoiaram nas escolhas para a melhor

formação como pessoa.

Ao professor Dr. Galdenoro. Companheiro de caminhada ao longo do Curso de

Engenharia de Controle e Automação que se dispôs a me orientar e instruir para uma

excelente conduta nos trabalhos do programa de estágio e de conclusão de curso.

Ao amigo Clodoaldo Paviani. Um dos precursores do trabalho realizado que

além de muito conhecimento e auxilio, esbanja bom humor e seriedade.

Ao mais novo amigo Bruno Paviani, que soube me ensinar e sanar muitas

dúvidas, ao meio dia e também a meia noite.

A todo o time da Usina Lins, que com dedicação e tempo soube me mostrar os

melhores caminhos.

Aos irmãos da República Magnatas que compartilharam os melhores momentos

da minha vida.

Aos irmãos da Goomer que me receberam de braços abertos e com uma amizade

infinita.

A todos os amigos e amigas da UNESP e da vida.

A Sociedade brasileira pela confiança em doar um pouco aos meus estudos e

formação.

As incríveis oportunidades, tanto pessoal quanto profissional.

Ao mundo e todos os seres que, indiretamente ou diretamente, forneceram a

chance de poder a cada dia ser uma pessoa melhor.

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“A experiência nunca falha, apenas as nossas opiniões

falham, ao esperar da experiência aquilo que ela não é capaz

de oferecer.”

Leonardo da Vinci.

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RESUMO

A cana-de-açúcar é uma das principais culturas do mundo. É cultivada em mais

de 100 países e gera uma grande mão-de-obra (Nova Cana, 2011). Também é principal

matéria-prima para a indústria sucroalcooleira brasileira que envolve etapas, como:

produção e abastecimento da indústria com matéria-prima, gerenciamento dos insumos,

resíduos, subprodutos e da versatilidade da produção, de açúcar ou álcool,

armazenamento e comercialização dos produtos finais.

Estas etapas devem ser executadas com o emprego de técnicas eficientes de

manuseio, automação e gerenciamento. Assim, neste trabalho de graduação foi estudada

toda a teoria da produção do açúcar, focando na etapa de cozimento com o intuito de

melhorar a eficiência e a qualidade do produto final. Com o trabalho conjunto com uma

usina do setor, foi desenvolvido um controle automático de um cozedor a partir dos

softwares RS Logix 5000 e Factory Talk. A partir de dados reais de entrada, a etapa da

transformação do xarope em cristais, ou seja, o cozimento do açúcar foi amplamente

abordado e colocado em pratica. Profissionais especializados do setor sucroalcooleiro

foram consultados de forma a obter o conhecimento a ser embutido na aplicação de

controle do cozedor.

O estudo demonstrou viabilidade econômica com essa automação, ou seja. A

partir de um gasto de R$ 200.000,00 para implantação, a Usina obteve um retorno de

R$ 270.000,00 em menos de um mês. Além de facilitar a rotina diária dos envolvidos na

produção do açúcar, principalmente na fase de cozimento, o trabalho envolveu base

teórica e aplicação de um novo sistema no mercado sucroalcooleiro.

Palavras Chave: Cana-de-açúcar, Automação, Cozimento.

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I

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Exemplo de automação no setor sulcroalcooleiro. 2

Figura 2. Fluxograma da Produção de Açúcar. 5

Figura 3. Terminal IHM em um Cozedor. 7

Figura 4. Recursos por tipo de Terminal. 8

Figura 5. Indicação e Representação dos Componentes Modulares Separados. 9

Figura 6. Janela Principal FactoryTalk View. 11

Figura 7. Representação de Comunicação. 12

Figura 8. Área do ambiente de trabalho do RSLogix 5000. 13

Figura 9. Representação da Linguagem Ladder. 13

Figura 10. Esquema conceitual de um CLP. 14

Figura 11. Elementos Gráficos do RSLogix 5000. 14

Figura 12. Condição de linha da lógica Ladder. 15

Figura 13. Condições dos blocos de função. 15

Figura 14. Representação Malha Fechada. 17

Figura 15. Representação controle PID. 17

Figura 16. Transmissor série LD300. 18

Figura 17. Medição pela Sonda Microondas. 20

Figura 18. Princípio da Medição por Microondas. 20

Figura 19. Anel da Automação Industrial da Usina. 23

Figura 20. Instrução PID no RSLogix 5000. 24

Figura 21. Instrução MOV no RSLogix 5000. 25

Figura 22. Temporizador TON no RSLogix 5000. 25

Figura 23. Conexões do Hardware. 26

Figura 24. Terminal conectado ao Switch. 27

Figura 25. Configuração para Montagem. 27

Figura 26. Rack de Configuração. 29

Figura 27. Espelhamento das Entradas Analógicas. 30

Figura 28. Espelhamento das Saídas Analógicas. 31

Figura 29. Subrotinas utilizadas. 31

Figura 30. Controle de pressão do corpo do cozedor (Controle do Vácuo). 32

Figura 31. Controle de Pressão da Calandra. 33

Figura 32. Controle de Concentração do Cozedor. 34

Figura 33. Geração da Curva de Cozimento. 35

Figura 34. Atuação do bloco SQO. 36

Figura 35. Machine Edition. 37

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II

Figura 36. Servidor OPC Server. 37

Figura 37. Link OPC Server. 38

Figura 38. Tags do CLP. 39

Figura 39. Tela de Status Cozedor massa A. 42

Figura 40. Aba Parâmetros do Cozedor massa A. 43

Figura 41. Formação do vácuo no Cozedor A. 44

Figura 42. Formação pé do Cozedor A. 45

Figura 43. Início do Cozimento A. 46

Figura 44. Reta de Cozimento gerada pela Sonda Microondas. 46

Figura 45. Final do Cozimento A. 47

Figura 46. Quebrando o Vácuo do Cozedor. 47

Figura 47. Descarga da massa A. 48

Figura 48. Representação do Processo de Embebição. 57

Figura 49. Conjunto de Evaporação na Produção de açúcar. 59

Figura 50. Representação Interna do Evaporador. 60

Figura 51. Etapas Finais da Produção de Açúcar. 61

Figura 52. Cozedores utilizados na Produção Açúcar 61

Figura 53. Sólidos totais em soluções saturadas de açúcar a diversas purezas e temperaturas. 63

Figura 54. Curvas de Saturação e Supersaturação da Sacarose. 66

Figura 55. Relação entre Coeficiente de Supersaturação e a Pureza. 67

Figura 56. Cozedor de Calandra. 69

Figura 57. Representação interna de um Cozedor de Calandra. 70

Figura 58. Válvula Multijato para controle de Vácuo 71

Figura 59. Sonda Microondas no Cozedor 71

Figura 60. Cozimento em duas massas para produção de açúcar. 74

Figura 61. Açúcar pronto para comercialização. 75

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III

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Componentes Modulares. 9

Tabela 2. Operandos de Lógica Ladder no PID. 24

Tabela 3. Operandos de Lógica Ladder no MOV. 25

Tabela 4. Operandos de Lógica Ladder no TON. 26

Tabela 5. Arrays e Bits setados nas determinadas etapas. 36

Tabela 6. Solubilidade de Sacarose por 100 gramas de água a Pressão Normal. 62

Tabela 7. Condições para cálculo de Solubilidade. 64

Tabela 8. Relação entre Pureza e CSS 67

Tabela 9. Valores de Supersaturação para diversos CSS e Temperatura. 68

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IV

Sumário1 JUSTIFICATIVA ...................................................................................................... 1 2 OBJETIVOS .............................................................................................................. 3 3 REVISÃO CONCEITUAL ....................................................................................... 5 4 MATERIAIS E MÉTODOS ...................................................................................... 7

4.1. Terminal IHM .................................................................................................... 7 4.2. Software FactoryTalk ....................................................................................... 10 4.3. Software RSLogix 5000 ................................................................................... 12

4.3.1. Programação em Ladder ........................................................................... 13 4.3.2. Instrumentação e Controle ........................................................................ 16

4.4. Sonda Microondas ............................................................................................ 19 4.4.1. Sonda Microondas x Sonda Resistiva ....................................................... 21

5. DESENVOLVIMENTO .......................................................................................... 23 5.1. CLP .................................................................................................................. 23 5.2. Instrução PID .................................................................................................... 24 5.3. Instrução MOV ................................................................................................. 25 5.4. Temporizador TON .......................................................................................... 25 5.5. Adicionando terminal RSLogix 5000 ao Terminal IHM. ................................ 26 5.6. Projeto em Ladder ............................................................................................ 28

6. RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................... 41 6.1. Anteriormente ao Cozimento da massa A ........................................................ 41 6.2. Formação da Massa Cozida A .......................................................................... 41 6.3. Descarga de Massa para o Cristalizador A. ...................................................... 47 6.4. Açúcar Produzido e a Automação Realizada ................................................... 48

7. CONCLUSÃO ......................................................................................................... 51 8. BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................ 53 APÊNDICE A - Conceitos Básicos do Setor Sucroalcooleiro ....................................... 55 APÊNDICE B - Primeiras etapas no processo açucareiro. ............................................. 57 APÊNDICE C - Cozimento do açúcar. ........................................................................... 61 APÊNDICE D - Programação Desenvolvida ................................................................. 75

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1

1 JUSTIFICATIVA

Processos automatizados são investimentos de melhoria de desempenho operacional nos

mais diversos ramos da sociedade. Assim, esta reforma na engenharia moderna se faz cada

vez mais presente no nosso cotidiano. Desde pequenas a grandes indústrias, a automação foi

introduzida com a principal finalidade de melhoria dos processos, garantindo qualidade no

produto final juntamente com alta produtividade. Obviamente houve um forte aumento na

qualidade dos produtos resultantes, impactando nos negócios de quem ainda se limita a

utilizar esses novos recursos. Os investimentos em automação são variados ao longo da cadeia

produtiva, porém em qualquer parte da produção, pode ser empregado para facilitar

procedimentos.

O trabalho aqui estudado teve seu principio em um estágio realizado em uma empresa

de automação para usinas do setor sucroalcooleiro. Além de o açúcar estar presente

diariamente na vida das pessoas, e principalmente na minha, pois morei durante toda minha

infância em uma vila situada dentro de uma usina de produção de açúcar e álcool, um bom

produto final, feito com dedicação e estudo, resulta em uma melhora na qualidade de vida das

pessoas. Portanto o empenho na produção pode ajudar a transformar vidas, tanto na indústria

e em todas as fases envolvidas, quanto na casa de cada pessoa do mundo.

Após um bom aprendizado e realizações com pessoas envolvidas na melhoria do

processo de produção do açúcar e do álcool por meio da cana-de-açúcar, apareceu à

oportunidade de colocar em prática alguns dos assuntos tratados e aprendidos, assim o

trabalho, juntamente com uma equipe, foi à base de tudo realizado e descrito.

A produção de açúcar com elevado padrão de qualidade e com uma boa recuperação de

sacarose é o objetivo de todas as usinas de açúcar (Albuquerque, 2011). Assim, a automação

do setor sucroalcooleiro (Figura 1) deve ocorrer de forma gradual e contínua nos parques

industriais já instalados. Por sua vez, as novas usinas já estão sendo implantadas, com

recursos de planejamento e controle automatizados modernos, que permitem o controle de

todo o processo. Contudo, para uma total e eficiente automação das etapas de produção de

açúcar, e também do álcool, é necessário, ainda, muitos conhecimentos do campo da ciência e

da tecnologia (Vian, 2012), que aguardam, ainda, novas soluções para viabilizar sua

incorporação nas indústrias.

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Figura 1. Exemplo de automação no setor sulcroalcooleiro.

Atualmente, a utilização de Controladores Lógicos Programáveis centralizam os

processos e seus operadores, o que facilita a comunicação e possibilita em tempo real, o ajuste

e a correção de qualquer problema que possa acontecer. O uso desses sistemas, na maior parte

da produção do açúcar, facilita o acompanhamento da produção durante a safra.

Com isso, a partir de uma linguagem de programação em Ladder e sua interatividade

com um terminal IHM da empresa Rockwell Automation, a automação que se está

implantando, desde a elaboração de um supervisório até a definição dos materiais físicos

envolveram pessoas da indústria, com bastante trabalho em equipe, e estudos teóricos da

produção açucareira.

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2 OBJETIVOS

Osprincipaisobjetivosaserematingidoscomestetrabalhodegraduaçãosão:

Extrair e documentar conhecimento na realização de um ótimo cozimento e

fabricaçãodeaçúcardeboaqualidade,dentrodasespecificações;

DesenvolverumcontroleautomáticoparaocozimentodamassacozidaAaplicadoa

umausina;

AplicarocontroledesenvolvidoparaumbomcozimentodamassaA.

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3 REVISÃO CONCEITUAL

Para se garantir a excelente qualidade no produto final e redução da perda de

açúcar, definição de termos utilizados na produção está no apêndice, um bom processo

em cada etapa da fabricação, representado pela Figura 2 é essencial.

Percebe-se que substanciais progressos foram alcançados a partir de pesquisas nos

melhores centros especializados mundiais da agroindústria (Albuquerque, 2011), assim quatro

fatores foram definidos como essenciais a um bom processo de fabricação do açúcar. Matéria-

prima de qualidade, um sistema eficiente de tratamento do caldo da cana, semente de boa

qualidade e um bom sistema de cristalização são os maiores objetivos que se desejam alcançar

para um ótimo açúcar.

A matéria-prima é o mais importante fator de maximização da rentabilidade da

empresa (Albuquerque, 2011), pois no custo final do produto corresponde de 65% a 70% do

valor apresentado. Uma boa qualidade resulta em um processamento até o final desejado

muito mais rápido, gerando alto rendimento e reduzindo o custo por unidade do produto.

No Brasil, o açúcar é produzido a partir da cana-de-açúcar, que possui 90% de caldo,

solução liquida, e 10% de fibra, parte sólida, em sua composição, e seu transporte acontece

predominantemente por caminhões (Cesar, 2007). Esses são pesados antes e após o

descarregamento, obtendo assim o peso real da matéria prima pela diferença entre as duas

medidas.

Para uma melhor compreensão de todo o processo, fez-se um estudo intenso do

processo, desde a chegada da cana-de-açúcar na usina até o ensaque do produto resultante.

Esse estudo está apresentado no apêndice.

Extração Tratamentodecaldo Evaporação Cozimento Centrifugação Secagem

Figura 2. Fluxograma da Produção de Açúcar.

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4 MATERIAIS E MÉTODOS

4.1. Terminal IHM

O terminal gráfico IHM PanelView da Rockwell Automation, Figura 3, permite

monitorar, controlar e exibir graficamente informações de status das aplicações em ambiente

industrial. Esses terminais oferecem a flexibilidade de plataforma aberta do sistema

operacional Windows e estão disponíveis em telas com tamanho padrão de 4 a 15 polegadas

(terminal 400 a terminal 1500). O software utilizado para programar e mostrar toda essa

interatividade é o FactoryTalk View Studio Machine Edition juntamente com o RSLogix

5000, que permitem programar todos os terminais gráficos desse tipo (Automation).

Figura 3. Terminal IHM em um Cozedor.

A mobilidade e facilidade de implantação em qualquer planta industrial fez com que a

usina optasse por essa automação na etapa de cozimento do açúcar, assim o supervisório e a

programação foram desenvolvidos para esse hardware. Anteriormente as usinas em geral

utilizavam um processo manual, ou seja, um responsável, operador de cozimento,

acompanhando os pontos importantes e de mudança de status na produção.

As funções diferem nos diversos tamanhos de telas dos terminais, como representados

na Erro! Fonte de referência não encontrada..

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Figura 4. Recursos por tipo de Terminal.

Fonte: (Automation)

Para o projeto utilizou-se do terminal PanelView Plus 6 1000 (10,4 polegadas), código

da categoria 2711P-T10C4D8, com tela colorida, resolução mínima de 640x480, 18 bits e

alimentação CC, além de aceitar entrada do operador via touchscreen (Automation).

Esses terminais, quando encomendados, consistem em módulos separados divididos

em três tipos, Erro! Fonte de referência não encontrada., Módulo de tela, módulo de lógica

e módulo de comunicação com redes, sendo esse último opcional se a aplicação exigir.

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Figura 5. Indicação e Representação dos Componentes Modulares Separados.

Fonte: (Automation)

Já a Erro!Fontedereferêncianãoencontrada. indica a descrição de cada componente.

Tabela 1. Componentes Modulares.

Componente Modular Descrição Módulo de Tela (1) 1000 (10,4 pol.)

Módulo de Lógica (2)

Entrada Alimentação CC Porta Serial para transferências de arquivos

Porta Ethernet para comunicação CLP 2 portas USB 2.0 de alta velocidade para conectar

equipamentos periféricos e 1 porta USB 2.0 de alta de velocidade para conectar computador host

Interface de rede para módulo de comunicação opcional Memória não volátil de 512 MB e Memória 512 MB RAM

Slot cartão SD Chave de Reset do terminal

Indicador de status (possível falha)

Módulo de Comunicação com redes

(Opcional) (3)

DH+/DH-485;

ControlNET programável e não programável; Ethernet

Fonte: (Automation)

As aplicações típicas para esse tipo de terminal são das mais variadas possíveis, ou

seja, para registro de dados, animação, navegação direta dos endereços dos controladores

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Logix5000 a partir do software, comunicações com vários fornecedores e expressões. Nesse

ponto percebe-se como sua aplicação e implantação são totalmente cabíveis e satisfatórios

para o projeto em questão.

Os terminais podem trabalhar em configuração aberta ou fechada para a área de

trabalho. No projeto, por se tratar de uma aplicação em campo, escolheu-se a configuração

fechada, restringindo assim o acesso a área de trabalho do Windows Explorer e a aplicação do

controle do cozedor por meio do FactoryTalk View Studio (Automation).

4.2. Software FactoryTalk

O Software FactoryTalk® View Machine Edition ( FactoryTalk View ME) é uma

aplicação para terminais IHM desenvolvido pela Rockwell Automation e oferece uma solução

dedicada e poderosa para dispositivos de aplicação interface homem-máquina. Foi

desenvolvido para monitorar e controlar processos automáticos e máquinas. Como elemento

integrante da solução de visualização da Rockwell Automation, proporciona gráficos

superiores, gerenciamento de usuários em tempo de execução, comutação de linguagem e

tempo mais rápido através de um ambiente de desenvolvimento fácil e comum. O software

suporta o sistema operacional Windows CE 6.0 utilizado no terminal IHM PanelView Plus 6,

descrito anteriormente (Automation).

O FactoryTalk View ME possui em sua arquitetura:

1. Servidor de Dados: Responsável pela comunicação via OPC Server;

2. Servidor de Telas: Onde são armazenadas as telas do supervisório;

Servidor de Alarmes: Onde são configurados os alarmes para as diversas etapas do projeto.

A janela principal do FactoryTalk View Studio está representado na Erro!Fontede

referêncianãoencontrada..

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Figura 6. Janela Principal FactoryTalk View.

Fonte: (Controladores Logix5000)

O Software oferece aos usuarios recursos que reduzem o tempo de desenvolvimento,

melhorado a experiência do operador e mantendo uma boa visibilidade da planta, além de ser

totalmente compativel com o terminal IHM utilizado e o programa RSLogix 5000.

Possui um processo de instalação simplificado, além de reduzir o tamanho do

projeto. As aplicações tem a possibilidade de trocarem de língua padrão facilmente, ou seja,

não causa problema para a aplicação caso seja necessário uma mudança.

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4.3. Software RSLogix 5000

A família RSLogix de pacotes para programação lógica ajuda a maximizar o

desempenho, poupar tempo de desenvolvimento e melhorar a produtividade. Utilizado para

desenvolvimento de aplicações em linguagem Ladder e Blocos de Função para os CLP´s da

empresa Rockwell Automation, o software RSLogix 5000, atua como o esquema representado

na Figura 7, ou seja, a partir da programação desenvolvida, consegue-se passar para um

Controlador lógico programável e controlar via um terminal IHM (Manual de Controladores

Logix5000, 2001).

Figura 7. Representação de Comunicação.

Fonte: (Mendes, 2011)

O ambiente combina desenvolvimento e engenharia de elementos em uma estrutura

padrão. Aperfeiçoa a produtividade, reduz os ciclos de design e também o tempo para o

mercado. Responde rapidamente às mudanças nas necessidades e reduz os custos totais de

propriedade, além de possuir um start-up de fácil aplicação, representado na Figura 8.

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Figura 8. Área do ambiente de trabalho do RSLogix 5000.

4.3.1. Programação em Ladder

O nome linguagem Ladder vem da sua representação que se parece uma escada, na

qual duas barras verticais paralelas são interligadas pela lógica de controle, formando os

degraus (rungs) da escada (CEFET/BA, 2009). Portanto, a cada lógica de controle existente

no programa de aplicação dá-se o nome de degrau, a qual é composta por colunas e linhas,

conforme a Figura 9.

Figura 9. Representação da Linguagem Ladder.

Fonte: (CEFET/BA, 2009)

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A Linguagem Ladder mantém ainda como a mais utilizada, estando presente

praticamente em todos os CLPs disponíveis no mercado (Mendes, 2011). Por ser uma

linguagem gráfica, baseada em símbolos semelhantes aos encontrados nos esquemas elétricos

(contatos e bobinas), as possíveis diferenças existentes entre os fabricantes de CLPs, quanto à

representação das instruções, são facilmente assimiladas pelos usuários.

Verifique por exemplo o esquema conceitual de um sistema PLC, mostrado na Figura

10. As entradas físicas reais estão fixadas a um módulo de entrada (esquerda) enquanto as

saídas estão fixadas a um módulo de saída (direita). No centro, vê-se a representação lógica

que a CPU deve processar na linguagem Ladder. Neste caso, se o Input 1 (interruptor

normalmente aberto) for fechado, a Output 1 (campainha) é ligada.

Figura 10. Esquema conceitual de um CLP.

Fonte: (CEFET/BA, 2009)

Para o Software RSLogix 5000, o ladder possui os elementos gráficos representados

na Figura 11, sendo os contatos, inputs e as bobinas os outputs.

Figura 11. Elementos Gráficos do RSLogix 5000.

Fonte: (Manual de Controladores Logix5000, 2001)

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O controlador avalia as instruções de lógica Ladder com base na condição da linha que

antecede a instrução, assim a definição da condição da linha afeta qualquer instrução

subsequente. Esse formato do RSLogix 5000 está representado na Figura 12.

Figura 12. Condição de linha da lógica Ladder.

Fonte: (Manual Controladores Logix 5000)

Portanto, se a condição da entrada da linha for verdadeira, o controlador avalia e

energiza a condição de saída da linha com base nos resultados da instrução. Se for verdadeira,

a condição de saída será verdadeira, se for falsa, a condição será falsa.

O controlador também efetua a pré-varredura das instruções. A pré-varredura é uma

varredura especial de todas as rotinas no controlador que reseta todas as entradas e saídas não

retentivas (com memória) e os valores internos. Isso ocorre quando o programa passa para a

condição de operação e uma entrada automática no modo de operação de uma condição

energizada (Manual de Controladores Logix5000, 2001).

Também, além da condição de linha lógica, têm-se os Estados dos blocos de função no

software RSLogix 5000 (Controladores Logix5000). O controlador avalia as instruções do

bloco de função baseado no estado de diferentes condições como representados na Figura 13.

Figura 13. Condições dos blocos de função.

Fonte: (Manual de Controladores Logix5000, 2001)

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16

Todo bloco de função possui o parâmetro EnableIn e EnableOut, ou seja, as instruções

do bloco são executadas quando o EnableIn é energizado e quando ele é desenergizado a

instrução executa a lógica de pré-varredura. O EnableOut espelha o EnableIn, porém se é

detectado uma condição de overflow, o EnableOut também é desenergizado. A execução do

bloco continua de onde parou quando o EnableIn passa da condição de desenergizado para

energizado, porém algumas instruções de blocos especificam condição especial e assim essa

mudança pode afetar de uma maneira diferente.

4.3.2. Instrumentação e Controle

A instrumentação é utilizada para se referir à área de trabalho dos técnicos e

engenheiros que lidam com processos industriais, mas também pode estar relacionada aos

vários métodos e técnicas possíveis aplicadas aos instrumentos. Para controlar um processo

industrial é necessária à medição e o controle de uma série de variáveis físicas e/ou químicas,

além de definir qual variável é importante para dado momento de medição. Portanto alguns

conceitos são necessários para o entendimento do trabalho (Mollenkamp, 1988).

PV (Variável de Processo): É o valor atual de uma grandeza (Pressão, Temperatura,

Vazão, BRIX etc.) controlada no processo (Mollenkamp, 1988);

SP (Set Point): É o valor desejado no controle de uma grandeza no processo

(Mollenkamp, 1988);

Erro ou Desvio: É a diferença entre o valor atual (PV) e o valor desejado (SP) da

grandeza controlada no processo (Mollenkamp, 1988);

MV (Variável Manipulada): É o valor enviado pelo controlador para a correção do erro

entre a variável do processo e o set point desejado (Mollenkamp, 1988);

Malha Aberta: O controle é feito de modo empírico, ou seja, controlador envia sinal de

controle, porém não verifica se o processo reagiu de acordo (Mollenkamp, 1988);

Malha Fechada: Neste caso o controlador envia sinal de controle e recebe o retorno do

processo para verificar se o processo reagiu de acordo (Mollenkamp, 1988), Figura 14.

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Figura 14. Representação Malha Fechada.

Fonte: (Mollenkamp, 1988)

4.3.2.1. Controlador PID

O controle Proporcional-Integral-Derivativo (PID), representado na Figura 15, é o

algoritmo de controle mais usado na indústria e tem sido utilizado em todo o mundo para

sistemas de controle industrial (National Instruments, 2011). A popularidade de controladores

PID pode ser atribuída em parte ao seu desempenho robusto em uma ampla gama de

condições de funcionamento e em parte à sua simplicidade funcional, que permite aos

engenheiros operá-los de uma forma simples e direta.

Como o nome sugere, o algoritmo PID é composto por três coeficientes: proporcional,

integral e derivativo, que são variados para obter a resposta ideal, ou seja, procura-se melhorar

simultaneamente o regime permanente e a dinâmica do processo.

Figura 15. Representação controle PID.

Fonte: (National Instruments, 2011)

No controle Proporcional, o erro é multiplicado por uma constante Kp. A saída real é

subtraída da saída desejada, set point, e se calcula o erro. Esse valor é inserido no controlador

PID como entrada, e os termos P, I, e D comandam o sistema na tentativa de eliminá-lo,

garantindo assim o ganho necessário para chegar próximo do sinal de saída desejado o mais

rápido possível e com a melhor estabilidade (Mollenkamp, 1988)

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O termo Integral multiplica o erro corrente e sua duração por uma constante Ki,

fazendo um somatório de toda essa informação. Esse termo quando somado ao termo

Proporcional, acelera o processo de chegar ao estado estacionário, além de proporcional um

sinal mais próximo da saída desejada, ou seja, do sistema, além de proporcionar um sinal mais

próximo da saída desejada, ele também elimina a parcela residual de erro e chega mais rápido

ao resultado (Mollenkamp, 1988).

O termo Derivativo, faz com que a razão de mudança do sinal de erro seja

multiplicada por uma constante Kd. A intensão é predizer o erro e assim diminuir a taxa com

que eles produzam mudança no sistema (Mollenkamp, 1988).

Portanto usando o PID remove-se a razão de erro do sistema e diminuí o tempo da

resposta com uma resposta transitória razoável (sem oscilações ou instabilidades).

4.3.2.2. Transmissor de Pressão Capacitivo

A medição e controle de pressão é a variável de processo mais usada na indústria de

controle de processos nos seus mais diversos segmentos. Além disso, através da pressão é

facilmente possível inferir uma série de outras variáveis de processo, tais como nível, volume,

vazão e densidade (Cassiolato, 2010).

O sensor capacitivo é a peça chave na medição de pressão, sendo essa tecnologia a

mais largamente utilizada no mundo para se analisar a pressão nos equipamentos de

cozimento. Com excelente linearidade, repetibilidade e estabilidade (Cassiolato, 2010) foi

escolhido e utilizado o modelo LD301 (Usina Lins, 2015), representado por sua série na

Figura 16.

Figura 16. Transmissor série LD300.

Fonte: (Cassiolato, 2010)

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4.4. Sonda Microondas

A Sonda Microondas chegou ao Brasil recentemente, antes já bem difundido no

mercado Europeu, principalmente na Alemanha onde estão situadas as duas maiores fábricas

do produto. Utilizado para medição de diversas variáveis além de muito preciso, sua

calibração não se altera em função da mudança de pureza do açúcar. A base de uma boa

configuração consiste nas medições de processos e analítica. Através desses processos

elabora-se uma curva que fornece o coeficiente angular como o sinal de concentração da

massa cozida. Esse é enviado e utilizado pelo algoritmo de controle do cozimento.

Dentre os modelos mais utilizados no Brasil pode-se destacar a do fabricante Alpina,

que detém mais de 80% das sondas de microondas instaladas no setor. O medidor de

concentração Alpina Orion é próprio para a medição da concentração e do conteúdo de

sólidos de inúmeras soluções, entre as quais se destacam as várias soluções açucaradas em

usinas de álcool e açúcar. Caldo extraído e suas misturas podem ter a medição do conteúdo de

sólidos feita com muita precisão e repetitividade de resultado (Alpina Orion).

O sucesso operacional do medidor, Figura 17, decorre do princípio de funcionamento,

Figura 18, que faz uma onda eletromagnética, na frequência das microondas, atravessar uma

distância pré-definidas entre duas antenas e imersas no meio do teor de sólidos que se deseja

determinar. De fato, este medidor não mede a quantidade de sólidos, mas sim a quantidade de

água presente no meio. Uma leitura de referência inicial estabelece a correspondência entre a

água medida e o teor de sólidos. Na sequência, uma calibragem do equipamento a partir de

algumas amostras sucessivas e que cubram a faixa de leitura estabelecida, promoverá o ajuste

operacional do medidor.

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Figura 17. Medição pela Sonda Microondas.

Fonte: (Medição por Microondas, 2014)

Figura 18. Princípio da Medição por Microondas.

Fonte: (Medição por Microondas, 2014)

O fato de medir a quantidade de água no meio torna a medição imune á influência

nociva das frequentes variações de pureza do produto, decorrentes de outros aspectos

industriais e principalmente do campo, pois a presença do sólido num meio aquoso não exerce

ação no fluxo da onda eletromagnética (Alpina Orion).

O princípio de medição de concentração por microondas afasta-se dos vários outros

sistemas de medição disponíveis, tais como a medição por condutividade, os quais sofrem

forte influência da variação da pureza do sólido presente na solução.

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A microonda é a frequência mais adequada para a medição da quantidade de água em

uma solução açucarada, pois tem a melhor resposta proporcional e linear (Usina Lins, 2015).

Para não ocorrer dano mecânico à sonda é necessário manter o equipamento no

mesmo local e a calibragem deve ser feita apenas uma vez durante a instalação, porém ela se

manterá por muito tempo, até mesmo nas entre safras de produção (Alpina Orion).

4.4.1. Sonda Microondas x Sonda Resistiva

Anteriormente a implantação na usina da Sonda Microondas utilizava-se de Sondas

Resistivas (Usina Lins, 2015). Apesar de realizar sua função, as Sondas Resistivas não

apresentavam boa repetibilidade no processo, gerando erros não previsíveis e com valores

bastante diferentes. Além de o trabalho ser mais pesado, pois o operador tinha de sempre

conferir o estado do açúcar, a medição por Sonda Resistiva sofria influência do sólido

presente na solução. Um bom resultado significava muita experiência e destreza do operador.

A Sonda Microondas trouxe como resultado um açúcar mais padronizado, com boa

repetibilidade de processo e assim maior controle.

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5. DESENVOLVIMENTO

Com a parte teórica estudada e sabendo dos pontos que o equipamento necessita para

um bom procedimento, fez-se a instalação do hardware utilizado.

5.1. CLP

Os diversos CLP´s da indústria sucroalcooleira, situados nas várias partes estudadas,

são interligados para o total controle na produção de açúcar e do álcool. Formam um anel de

conexão, fazendo com que o BRIX da massa cozida B, que chegará ao Cozimento A seja

conhecido pelo Cozedor A.

O anel de interligação dos equipamentos de comunicação, representado na Erro!Fonte

de referência não encontrada., foi feito de fibras óticas (F.O.), que é constituída de fio de

quartzo muito fino revestido de duas camadas, uma de vidro e outra de plástico (polímeros), e

por meio da reflexão ocorre o transporte da luz em seu interior.

A partir de Remotas com I/O analógicas e digitais, ligadas ao cartão Ethernet do Rack

central e também de outro cartão Ethernet desse mesmo Rack ligado ao Switch que se conecta

a IHM, por intermédio de Conversores, tem-se a aplicação na usina (Usina Lins, 2015).

Figura 19. Anel da Automação Industrial da Usina.

Tratamento Caldo

Fábrica de Açúcar

Destilaria

Moenda

Anel da Automação

Industrial da Usina

F.O.

F.O. F.O.

F.O.

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5.2. Instrução PID

Primeiramente, estudou-se a instrução especial que controla uma malha PID no

RSLogix 5000. Essa instrução, representada na Figura 20 e pela Erro!Fontedereferêncianão

encontrada., controla um Tag de processo como nível, BRIX e pressão.

Figura 20. Instrução PID no RSLogix 5000.

Fonte: (Controladores Logix5000)

Tabela 2. Operandos de Lógica Ladder no PID.

Operando Tipo Formato Descrição PID PID Estrutura Estrutura PID Process Variable

SINT/INT/ DINT/REAL

tag Valor a ser controlado

Tieback SINT/INT/ DINT/REAL

Imediato tag

(Opcional). saída de uma estação manual/automática de hardware que está realizando bypass da saída do controlador. Insira 0 se você não quiser usar esse parâmetro.

Control Variable

SINT/INT/ DINT/REAL

tag Valor que vai para o dispositivo de controle final (válvula, amortecedor, etc.). Se estiver usando a zona morta, Control Variable deve ser do tipo REAL ou o mesmo será forçado em 0 quando houver um erro dentro da zona morta.

PID master loop

PID Estrutura (Opcional). tag PID para o PID mestre. Se estiver realizando o controle em cascata e esse PID for uma malha escrava, insira o nome do PID mestre. Insira 0 se você não quiser usar esse parâmetro.

Inhold bit BOOL tag (Opcional). status atual do bit inhold de um canal de saída analógico 1756 para suportar uma reinicialização ininterrupta. Insira 0 se não quiser usar esse parâmetro.

Inhold value SINT/INT/ DINT/REAL

tag (Opcional). valor de nova leitura de dados de um canal de saída analógico 1756 para suportar uma reinicialização ininterrupta.

Set point Somente display. Valor atual do set point. Process Variable

Somente display. Valor atual de PV convertido em escala.

Output (%) Somente display. Valor de porcentagem da saída da corrente.

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A função PID recebe a variável de processo (PV) de um módulo de entrada analógica

e modula uma saída variável de controle (também chamada variável manipulada MV) em um

módulo de saída analógica a fim de manter a variável de processo no set point desejado.

5.3. Instrução MOV

Instrução de movimentação lógica, utilizada para copiar um valor. A instrução MOV

copia Source em Destination sem se alterar e está representado na Figura 21 e na Tabela 3.

Figura 21. Instrução MOV no RSLogix 5000.

Fonte: (Controladores Logix5000)

Tabela 3. Operandos de Lógica Ladder no MOV.

Operando Tipo Formato Descrição Source SINT/INT/DINT/REAL tag

imediato Valor a ser copiado

Destination SINT/INT/DINT/REAL tag tag para armazenar o resultado Fonte: (Controladores Logix5000)

5.4. Temporizador TON

A instrução TON, representada na Figura 22 e na Tabela 4, é um temporizador não

retentivo que acumula tempo quando a instrução é habilitada (entrada da condição da linha é

verdadeira). A função TON está disponível no bloco de função também, porém como TONR.

Figura 22. Temporizador TON no RSLogix 5000.

Fonte: (Controladores Logix5000)

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Tabela 4. Operandos de Lógica Ladder no TON.

Operando Tipo Formato Descrição Temporizador TIMER tag estrutura do temporizador Preset DINT imediato Quanto tempo acumulado Accum DINT imediato totalizar os ms que o temporizador

conto. Valor inicial é normalmente 0.

Fonte: (Controladores Logix5000)

Com esses conhecimentos e auxilio de um time, montou-se a programação em Ladder

para a realização do controle no cozimento da massa A.

5.5. Adicionando terminal RSLogix 5000 ao Terminal IHM.

As tarefas que se deve previamente realizar para um bom sucesso nessa parte, estão

descritas a seguir:

1. O hardware do sistema de controle Logix5000 foi preparado: Montar os componentes,

o controlador, a fonte de alimentação e o modulo de comunicação de rede;

2. O software RSLogix 5000 foi instalado no computador para realização do projeto;

3. A rede foi configurada atribuindo-se o endereço IP.

O Hardware foi conectado de acordo com a Figura 23.

Figura 23. Conexões do Hardware.

Fonte: (PLC HMI SCADAS, 2010)

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Os materiais utilizados foram

1. PanelView Plus 1000 com porta EtherNet/IP incorporada;

2. Fonte de alimentação CC para o terminal;

3. Painel para montar o terminal, ou seja, ao lado dos cozedores;

4. Módulo de saída I/O;

5. Cabos Ethernet;

O terminal PanelView Plus foi instalado em um painel, depois de acopladas as partes

avulsas e ligou-se a fonte de alimentação. Um cabo foi conectado na porta EtherNet/IP no

terminal e em um switch EtherNet, como representado na Figura 24. Por fim, um endereço IP

foi atribuído ao terminal.

Figura 24. Terminal conectado ao Switch.

Fonte: (PLC HMI SCADAS, 2010)

Após, um módulo de E/S foi instalado e seguiram-se os passos:

1. Instalou-se o software FactoryTalk View;

2. Logo em seguida, automaticamente instalou-se o RSLinx Enterprise;

3. Criou-se uma configuração RSLinx Enterprise / OPC Server no FactoryTalk

ME;

Nessa etapa, definiram-se os caminhos do computador até o controlador e do

PanelView até o controlador, representado na Figura 25.

Figura 25. Configuração para Montagem.

Fonte: (PLC HMI SCADAS, 2010)

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4. Com o controlador online, o projeto em Ladder para o controle do Cozimento

foi descarregado;

5. Foram feitas as ligações com os diversos tags criados entre o RSLogix 5000 e

o FactoryTalk;

6. O supervisório que foi utilizado pelos diversos funcionários foi estruturado;

7. Transferiu-se para o Terminal PanelView Plus;

8. O programa foi testado e foram feitas as modificações necessárias nas linhas

do Ladder para uma boa apresentação na tela que será operada.

5.6. Projeto em Ladder

O projeto partiu do aprofundamento na teoria do Cozimento na produção de açúcar.

As variáveis controladas são o Nível nos tachos de Cozimento da massa cozida A, a pressão e

também, a concentração (BRIX) que será feito por meio da sonda microondas.

Foi feito um espelhamento das entradas analógicas e digitais com os tags utilizados na

lógica de controle. Essa lógica visa controlar o processo de todo o cozimento, porém a massa

A foi o foco do trabalho. Para um melhor entendimento de todo o trabalho desenvolvido,

mostrou-se as telas que englobam os passos mais importantes do Cozimento A.

Como melhoria tem-se o controle do BRIX feito a partir de uma linearização nível por

concentração que gera um set point remoto de concentração (BRIX) para o algoritmo PID de

controle de cozimento, visando aperfeiçoar a produção do açúcar final. O projeto

desenvolvido em sua totalidade encontra-se no apêndice.

Após o dimensionamento do hardware de automação e da infraestrutura a ser aplicada,

configurou-se o rack de automação na programação, representado na Figura 26.

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Figura 26. Rack de Configuração.

Após a confecção do projeto elétrico de automação e configuração do rack,

espelharam-se todos os endereços de entradas e saídas analógicas e digitais com os tags

internos do programa, representados pelas Figura 27 e Figura 28.

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Figura 27. Espelhamento das Entradas Analógicas.

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Figura 28. Espelhamento das Saídas Analógicas.

Declaram-seassubrotinasdoprogramaqueserãoutilizadasnaMainRoutine,assimpodem

servarridapelaCPUeexecutadas,Figura29.

Figura 29. Subrotinas utilizadas.

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Desenvolveu-se o programa de controle dividido em etapas, representadas a seguir:

Etapa 1. Controle de pressão do corpo do cozedor (Controle do Vácuo).

Este controle, Figura 30, utiliza como variável de processo a pressão do copro do

cozedor e atua sobre a variável manipulada na válvula de controle do multijato do cozedor

referente.

Figura 30. Controle de pressão do corpo do cozedor (Controle do Vácuo).

Etapa 2. Controle de Pressão da Calandra.

Este controle, Figura 31, utiliza como variável de processo a pressão de vapor da

calandra no cozedor. Atua sobre a variável manipulada na válvula de vapor na entrada da

calandra do cozedor referente.

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Figura 31. Controle de Pressão da Calandra.

Etapa 3. Controle de Concentração do Cozedor.

Este controle, Figura 32, trabalha com a variável concentração da massa dentro do

cozedor. Esse valor é fornecido pela sonda Brix responsável. A variável manipulada é a

válvula de controle da alimentação da matéria prima, trabalhando em ação reversa, ou seja,

para se aumentar o Brix fecha-se a alimentação e para se diminuir, abre-se.

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Figura 32. Controle de Concentração do Cozedor.

O set point do PID é gerado remotamente de acordo com a curva de cozimento Nível /

Brix, conforme a programação representada na Figura 33.

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Figura 33. Geração da Curva de Cozimento.

A entrada do bloco é alimentada pelo nível do cozedor, assim de acordo com a

variação, uma linearização do set point remoto para o PID ocorrerá.

Com as etapas definidas, construi-se a sequência de cozimento automático.

Com a utilização do bloco de saída sequencial SQO (Figura 34), conseguiu-se criar a

sequencia do processo de conzimento. Através de Arrays pré-configurados, Tabela 5, com uma

máscara irá acionar determinados bits e tomar as devidas ações para cada etapa do processo.

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Figura 34. Atuação do bloco SQO.

Tabela 5. Arrays e Bits setados nas determinadas etapas.

PROCESSO ARRAY SQOPARADO 0 NFORMARVÁCUO 1 0(startformarvácuo)

FORMARPÉ 2 1(pédasementeira),2(pédamagmeira),3(pédocozedor1massaa)COZIMENTO 3 4(startcozimento),11(abreválvulaxarope),12(abreválvulamelrico)QUEBRARVÁCUO 4 5(quebrarvácuo),13(fechaválvulaxarope),14(fechaválvulamelrico)

DESCARGACORTE 5

6(descargacrist.1a),7(descargacrist.2a),8(cortesementea,9(cortemagmeira),10(cortecoz.2massaa)

Deve-se criar o link entre o supervisório e o CLP, assim consegue-se exprimir todas as

informações necessárias da CPU na tela do supervisório, bem como escrever informações

nela. Para isso, deve-se criar aplicação de supervisório tipo IHM machine edition, Figura 35.

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Figura 35. Machine Edition.

Para se coletar as informações do CLP, foi criado um servidor OPC Server, Figura 36,

dentro do Software do FactoryTalk.

Figura 36. Servidor OPC Server.

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Criou-se o link da CPU com o servidor OPC dentro do software de comunicação da

Rockwell RS Link, representada na Figura 37.

Figura 37. Link OPC Server.

Por fim, é após todas as construções realizadas e com a programação pronta em sua

totalidade, podem-se localizar todos os Tags do CLP, Figura 38, nas telas gráficas de uso,

leitura e escrita.

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Figura 38. Tags do CLP.

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6. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Primeiramente cumpriram-se os objetivos de estudo e entendimento da parte teórica

do processo de fabricação do açúcar. Uma ampla compreensão de todas as etapas, juntamente

com funcionários da usina, acompanhando a rotina diária dos colaboradores responsáveis nas

diversas fases, desde o corte da cana-de-açúcar até a cristalização do açúcar, ensaque e

separação para venda. Por se tratar de um trabalho conjunto com a equipe aliou-se o

conhecimento na prática, com comentários e entrevistas dos mais diversos postos na usina,

com os estudos em diversas bibliografias, resultando em toda a revisão conceitual estruturada

já apresentada.

Após um amplo entendimento das várias etapas para resultar em um produto de

qualidade, e também em efetuar a ligação entre os diversos materiais utilizados, focou-se na

parte especifica do trabalho, o cozimento do açúcar. Além dos pontos importantes de

temperatura, níveis, pressão e BRIX entendidos para um bom açúcar comercializável pela

usina, projetou-se, com auxilio de técnicos responsáveis, a programação em Ladder, no

software RSLogix 5000, que está apresentada por meio de um supervisório, elaborado pelo

software FactoryTalk, no terminal IHM e também toda a rede com as novas ligações entre os

CLPs. Além do controle diretamente no cozedor, ou seja, em campo, gerentes e supervisores

tem, em seus computadores, total acesso as variáveis, podendo alterar caso seja necessário

para uma boa produção final. A programação referente ao cozimento de massa A será

apresentada no apêndice.

6.1. Anteriormente ao Cozimento da massa A

Inicialmente, no Cozimento, é necessária a formação da massa cozida B a partir do

primeiro cozimento da massa cristalizada no Cozedor de Cristalização. Com os devidos

cuidados e preparação dos equipamentos envolvidos, produziu-se a massa B. Por fim,

posteriormente após a Centrifugação B dessa massa gerou-se o mel final e o Magma.

6.2. Formação da Massa Cozida A

O Magma é bombeado para um reservatório chamado Magmeira que é interligado ao

Cozedor de massa cozida A. A necessidade de se formar essa nova massa cozida é porque o

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tamanho dos cristais ainda não são adequados, assim a indústria açucareira vai mais uma vez

reutilizar dos seus vários produtos para aumentar a eficiência e diminuir perdas.

Inicialmente necessita-se definir os parâmetros do Cozimento A. Na Figura 39,

primeiramente o operador deixa programado quais valores, origem e destino de produtos o

processo necessita no momento.

Figura 39. Tela de Status Cozedor massa A.

Origem do pé significa de onde sairá o Magma ou a massa A. Na indústria, o Magma

fica armazenado em um equipamento chamado Magmeira. Já a massa A anteriormente

formada, pode ser sofrer um corte para um reservatório chamado Sementeira de massa A.

Como a usina em questão tem dois Cozedores massa A, o possível corte para o outro também

é utilizado pelos operadores. Portanto têm-se três opções para a origem do produto que será

utilizado para a formação da massa A. No caso aqui descrito para exemplificar o projeto,

escolheu-se pelo operador a origem “Pé da Magmeira”.

Como se está simulando a formação de massa Cozida A, tem-se duas matérias primas

disponíveis, Xarope e o Mel Rico. Usualmente na indústria, utilizasse o Xarope e será a

escolha para o caso aqui abordado.

Para o campo “Seleção de Descarga / Corte” tem-se as opções de Corte para outro

Cozedor A, Sementeira A, Magmeira ou Descarregar no Cristalizador A. Escolheu-se uma

descarga no Cristalizador 1A.

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43

Após, selecionando a aba “Parâmetros” representada na Figura 39, definiu-se os dados

para cada campo representado na Figura 40.

Figura 40. Aba Parâmetros do Cozedor massa A.

No campo “Nível Pé Gran./Lav.C/Água”, deve-se digitar o valor desejado do pé, em

porcentagem, ou seja, o total de Magma que formará o pé de cozimento A no Cozedor A.

Geralmente, como comentado na revisão conceitual, esse valor gira em torno de 1/3 do

volume total do Cozedor, ou seja, digitar 34 no campo.

O “Nível Corte” é utilizado para armazenamento de matéria já cozida. Essa massa é

em parte transferida ao “pulmão” que futuramente retornará ao cozedor para ser processada

novamente. O parâmetro também serve para enviar a massa para outro Cozedor, corte, assim

dependendo dos níveis e da análise pela Sonda microondas, o Cozedor ou a Sementeira será

selecionado. Esse processo é utilizado para melhorar a eficiência no Cozimento, fazendo com

que os tanques estejam o maior tempo possível trabalhando. O valor digitado será o nível de

massa que irá restar dentro do cozedor controlado quando for realizado esse processo. Como

para o exemplo escolheu-se realizar uma descarga e não um corte, esse parâmetro não afetará

a demonstração.

O “Nível Desc. Massa”, em porcentagem, definirá a quantidade que restará dentro do

Cozedor A quando chegar o momento de descarregamento da massa para o Cristalizador A.

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No campo “Tempo Lavagem c/ Vapor” o operador vai definir o tempo desejado em

segundos para a lavagem com vapor que ocorrerá após o descarregamento da massa A.

Os campos “Nível início cozimento” e “Nível fim de cozimento” estipulam as

porcentagens do volume no Cozedor A para início e fim respectivamente do processo. O

início deve ser um valor próximo do “Nível Pé Gran./Lav.C/Água”.

O “Início Concentração cozimento” define a concentração desejada para o inicio da

curva de cozimento. Já o “Fim Concentração cozimento” é o oposto, ou seja, a concentração

para o fim da mesma curva. Esses valores são em BRIX.

O campo “Concentração Fim Aperto” serve para o operador digitar o BRIX para

finalizar a etapa de aperto do cozedor, obtendo assim uma massa cada vez mais pura.

Após essas escolhas, pode-se começar o processo clicando no botão “Start Sequencia”

representado na Figura 39.

Inicialmente para o processo ocorrer é necessária à formação do vácuo no Cozedor,

assim, na Figura 41, a variável PV do Vácuo precisa atingir o valor do set point, ou seja,

24,10. O valor de PV vai aumentando, o que significa uma mudança no valor de MV, ou seja,

a válvula do multijato automaticamente vai abrindo ou fechando de acordo com a

aproximação do valor de PV ao valor de SP.

Figura 41. Formação do vácuo no Cozedor A.

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Assim que o vácuo atingir o SP, o Cozedor A começa a receber o Magma, para

formação do pé, a partir das aberturas da válvula “pé/corte magmeir” no cozedor A e da

válvula na Magmeira que são ativadas ao mesmo tempo. Esse processo está representado na

Figura 42.

Figura 42. Formação pé do Cozedor A.

O valor do nível dentro do Cozedor começa a aumentar, indicando que o Cozedor está

recebendo Magma da Magmeira. Caso fosse escolhida a origem como a Sementeira ou outro

Cozedor, a válvula com status ON seria a válvula “pe/corte Sement.”.

Logo que o nível de pé estipulado for alcançado, 34, a etapa de Cozimento se inicia

Figura 43. Percebe-se que para manter a pressão na calandra do cozedor constante, a válvula

abre e fecha de acordo com o controle estipulado, mantendo-se em torno do set point.

Também, como o Xarope foi escolhido no início, nessa etapa a válvula “Tanque Xarope” abre

automaticamente.

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46

Figura 43. Início do Cozimento A.

A PV do cozimento será o BRIX, e o SP será gerado remotamente pela Sonda

Microondas. Uma reta de cozimento (nível x brix), Figura 44 demonstrada a seguir, é

utilizada pelo instrumento melhorando o processo e a repetibilidade nos diferentes

cozimentos. Portanto, a MV do cozimento será controlada a partir desse SP.

Figura 44. Reta de Cozimento gerada pela Sonda Microondas.

Controlando-se o BRIX até o valor final estipulado de 89 chega-se a etapa de aperto,

Figura 45, onde se deseja concentrar mais a massa cozida A até um valor de 92º BRIX

definido anteriormente.

8687888990

34 99

Nív

el

BRIX

Reta de Cozimento

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Figura 45. Final do Cozimento A.

6.3. Descarga de Massa para o Cristalizador A.

Após a massa cozida A estar preparada, pode-se descarregar para o Cristalizador.

Como opções para o operador e o processo, pode-se também realizar o Corte, tanto para outro

Cozedor de massa A, quanto para uma Sementeira de massa A.

Iniciado, o sistema “quebra” o vácuo. Essa ação está representada na Figura 46.

Figura 46. Quebrando o Vácuo do Cozedor.

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Abre-se a válvula de descarga da massa para o Cristalizador A conforme a Figura 47.

O Cozedor realiza essa etapa até o nível de Descarga anteriormente definido for atingido.

Figura 47. Descarga da massa A.

Nesse ponto, a massa A já está no Cristalizador A e praticamente pronta para se

transformar no açúcar comercializável.

Após, a massa vai para o Centrifugador A onde são gerados três novos produtos, o mel

pobre, o mel rico e o açúcar úmido. O mel pobre, utilizado nas várias etapas já estudadas, é o

primeiro a ser gerado na centrifugação, possuindo uma pureza de 65% a 70%. O mel rico,

pureza de 75% a 80%, também utilizado nas varias fases explicadas, começa a ser formado

um tempo após o mel pobre. Após a lavagem da massa nas centrifugas, faz-se uma mudança

na separação de méis e assim separa-se o mel rico do mel pobre. Por fim, o açúcar úmido vai

para a etapa de Secagem, pois nesse processo ele é formado contendo umidade em torno de

0,2%.

6.4. Açúcar Produzido e a Automação Realizada

A Automação do processo gerou diversos benefícios. Possibilitou garantir a qualidade

do açúcar, dentro das especificações de um açúcar de Qualidade Superior: A classificação do

produto é feita considerando uma especificação para cada tipo. As referencias dos tipos de

açúcar são baseado na Especificação Copersucar, ou seja, classificação 1A, 2A, 3A, 4A e

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VHP. Portanto a qualidade e o valor a faturar por saca do produto dependem dessa

classificação.

A usina onde foi implementada a automação com a Sonda Microondas, tinha como

meta produzir um açúcar tipo 2A. E quando algum parâmetro dessa especificação não é

atingido, o produto é desclassificado para o tipo 3A ou VHP afetando assim no faturamento.

Os pontos principais de especificação são: Cor, CV (coeficiente de variação), AM

(tamanho do açúcar). Em um cozimento manual ou com automação incompleta, que depende

mais do operador, não se consegue uma uniformidade no tamanho dos cristais, assim o item

AM não sendo uniforme, resultará em tamanho muito variado dos cristais implicando

diretamente no CV e também na cor, pois um cozimento irregular permite sobrar mel entre os

grãos do açúcar, elevando a cor e o tamanho. Um ponto importante nessa análise é que o

açúcar puro não tem cor, mas toda impureza, principalmente méis, geram cor.

Para produzir um açúcar tipo 1A ou 2A, com AM entre 0,65 a 0,75 mm e CV entre 25

e 30, consomem-se mais produtos químicos no tratamento, e no cozimento exige-se uma

condução com um desempenho mais uniforme, evitando desvios. Comparando os períodos

anteriores, ano de 2014 e de 2013 da usina quando não se tinha a sonda microondas, com o

ano de 2015, sonda sendo instalada, a desclassificação do Açúcar 2A para um tipo inferior

diminuiu muito, ou seja, a desclassificação passou de 30% para um valor inferior a 15%.

Colocando os números de produção mensal, tem-se:

Produção diária de açúcar: 12 000 sacas/dia;

Diminuição Percentual na perda mensal após automação total implantada: (30 % - 15

%) x 30 dias;

Diferença entre os preços de venda entre açúcar 2A e 3A: (R$ 65,00/saca - R$

60,00/saca);

Investimento para se adquirir e instalar a automação (Quatro Sondas Microondas, uma

por Cozedor, mais o restante dos equipamentos e automação): ordem de R$ 200.000,00;

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Portanto, 12.000 sacas/dia x (30 % - 15 %) x 30 dias x (R$ 65,00 - R$ 60,00),

resultando em R$ 270.000,00 por mês, ou seja, em menos de um mês o investimento é

revertido em lucro na produção.

Um segundo benefício está no rendimento, onde na usina, o cozimento se expressa em

Recuperação de Sacarose na Fábrica. Esse índice oscila entre 70% a 80%, para um cozimento

de duas massas, que é o caso do projeto. Portanto com a utilização da automação e

consequente uniformidade do processo, obtém-se um mel de pureza mais baixa, ou seja, uma

maior produção de açúcar devido a melhor retenção da Sacarose na Fábrica.

Uma Fábrica de Açúcar, com o Cozimento bem conduzido e automação adequada

(Sonda Microondas), consegue produzir 10 a 15% a mais (1.200 a 1.800 sacas/dia), com a

qualidade desejada, gerando um ganho considerado a empresa, com retorno muito rápido do

investimento. Antes da instalação da Sonda Microondas, a produção era menor devido à

alimentação com xarope e méis nos cozedores serem manuais e dessa forma a operação não

oferecer repetibilidade em todas as produções.

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7. CONCLUSÃO

Para obter um bom açúcar, dentro dos padrões de qualidade exigidos pelas empresas

compradoras, necessita-se de controles rigorosos e um estudo profundo do processo de

fabricação. Mesmo com uma boa base teórica, o trabalho mostrou que bons instrumentos,

como caso da utilização da Sonda Microondas são totalmente necessários para se obter um

bom rendimento. Anteriormente, muito esforço humano era empregado em etapas complexas,

como o Cozimento, e os resultados obtidos eram bastante diferentes, resultando em um açúcar

sem padrão pela usina e com pouca repetibilidade. A automatização dos processos está

melhorando cada vez a qualidade, tamanho, cor e todas as demais características do cristal de

açúcar, além de o retorno financeiro vir rapidamente justificando o emprego do controle

criado.

Os diversos reaproveitamentos da indústria sucroalcooleira mostram claramente como

se tenta manter a máxima eficiência. No caso da etapa Cozimento, um dos produtos iniciais

utilizados, o mel pobre, é gerado no final dessa etapa, ou seja, uma nova produção dependerá

sempre da anterior. Esse processo é também bem observado durante a embebição na Extração

do caldo.

Os materiais utilizados, por se tratarem de quase serem em sua totalidade projetados

por um mesmo fabricante, a Rockwell Automation, tem boa conectividade e trouxeram um

bom resultado no desenvolvimento do projeto homem-máquina para controle automático do

Cozimento na produção de açúcar. Além do apoio e auxilio dos funcionários da usina, com

um bom trabalho em equipe, conseguiu-se colocar em prática o projeto. Uma relação de

amizade e companheirismo, do início ao fim do projeto, foi construída e aumentada com

muita dedicação e participação de todos. Os funcionários demonstraram sempre abertos a

ajudas externas.

Por envolver uma automação e assim um CLP, a utilização da programação em Ladder

foi totalmente satisfatória para o projeto, visto também que a escolha baseou-se nos hardwares

que seriam utilizados e já previamente adquiridos pela usina.

Algumas melhoras gradualmente estão sendo feitas e ajustadas pelos próprios

funcionários na medida em que utilizam o terminal, assim o projeto não termina aqui e ficará

para mudança continua pelas diversas futuras gerações de cooperadores, com o aumento do

desempenho e também do conhecimento teórico no processo de produção de açúcar.

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APÊNDICE A - Conceitos Básicos do Setor Sucroalcooleiro

Alguns termos utilizados na rotina da produção de açúcar são essenciais para um bom

entendimento de todo o processo e do trabalho realizado, assim alguns conceitos são

mencionados aqui juntamente com sua definição.

Cana-de-açúcar: Planta composta de folhas, colmos, raízes e, eventualmente flores

(Carlos Ribeiro, 1999);

Caldo: O caldo da cana é constituído pela água contida nos tecidos dos colmos

juntamente com todos os sólidos solúveis (Carlos Ribeiro, 1999);

Fibra: É a matéria insolúvel em água contida na cana. A fibra da cana é formada

principalmente por celulose (Albuquerque, 2011);

Açúcar: Sólido cristalino, orgânico, constituído basicamente por cristais de sacarose

envolvidos, ou não, por uma película de mel de alta ou baixa pureza (Albuquerque, 2011);

BRIX: Expressa a porcentagem (peso/peso) dos sólidos solúveis contidos em uma

solução pura de sacarose, ou seja, mede o teor de sacarose. Na indústria sucroalcooleira,

admite-se o BRIX como porcentagem de sólidos solúveis em solução impura, por exemplo, o

caldo extraído da cana-de-açúcar (Albuquerque, 2011);

Pureza: Representa a porcentagem de sacarose contida nos sólidos de uma solução

sacarina (Albuquerque, 2011);

𝑃𝑢𝑟𝑒𝑧𝑎 % = (𝑆𝑎𝑐𝑎𝑟𝑜𝑠𝑒𝐵𝑅𝐼𝑋

).100

Caldo Primário: É o caldo produzido na extração do 1º terno da moagem

(Albuquerque, 2011).

Embebição: Processo na qual a água ou caldo é aplicado ao bagaço em beneficio da

extração (Albuquerque, 2011);

Bagacinho ou Bagacilho: Fração de partículas muito fina separada do bagaço e

utilizada como auxiliar de filtração do lodo nos filtros para separação do caldo filtrado nos

filtros (Albuquerque, 2011);

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Bagaço: É o subproduto da moagem da cana, e se utiliza como combustível no

processo de geração de vapor (Albuquerque, 2011);

Caldo Sulfitado: Caldo que contém certa quantidade de anidrido sulfuroso (SO2)

integrado ao caldo misto, após passar por uma coluna de sulfitação (Albuquerque, 2011);

Caldo Caleado: Caldo que contém adição de hidróxido de cálcio Ca(OH)2

(Albuquerque, 2011);

Caldo Clarificado: Caldo após o processo de clarificação (Albuquerque, 2011);

Lodo: Material insolúvel sedimentado no processo de decantação para purificação do

caldo da cana antes da entrada nos (Albuquerque, 2011);

Xarope: Líquido resultante da evaporação parcial do caldo clarificado (Albuquerque,

2011);

Massa Cozida: Produto resultante da concentração da mistura entre xarope, meís, rico

e/ou pobre, constituído de cristais de açúcar (Carlos Ribeiro, 1999);

Cristalização: Conhecido por Granagem ou Nucleação é o processo de se iniciar a

formação do grão dos cristais de açúcar (Albuquerque, 2011);

Pé de Cozimento: É a quantidade utilizada para cobrir a calandra na elaboração de

cada cozimento (Albuquerque, 2011);

Magma: Mistura de cristais de açúcar oriundo da centrifugação da massa cozida B

(Albuquerque, 2011);

Corte: É a transferência de massa cozida de um tacho de cozimento a outro

(Albuquerque, 2011);

Mel Final ou Melaço: Mel obtido na centrifugação da massa cozida B, ou seja, o mel

que vai para a Destilaria e assim para a produção de álcool (Albuquerque, 2011);

Mel Pobre: Mel de baixa pureza, em torno de 68%, obtido da massa cozida A (Usina

Lins, 2015);

Mel Rico: Mel de alta pureza, em torno de 80%, obtido da massa cozida A (Usina

Lins, 2015);

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Sacarose: É o principal parâmetro de qualidade da cana-de-açúcar. É o açúcar

cristalizável no processo de fabricação (Albuquerque, 2011);

Semente para Granagem: Suspensão em álcool anidro de partículas de açúcar

moído, utilizada para granagem (Albuquerque, 2011);

Sonda Microondas: Sistema de medição relativamente novo no mundo que promete e

já comprovou um sinal preciso de Brix, Supersaturação e tamanho ideal de cristais

independente da variação de pureza (Albuquerque, 2011).

APÊNDICE B - Primeiras etapas no processo açucareiro.

A cana colhida passa por uma esteira que a leva por todo o processo de moagem, que é

basicamente um exercício de separação de materiais (Albuquerque, 2011), ou seja, separar a

fibra do caldo. Para se recuperar o maior volume de caldo possível, a moenda possui,

geralmente, seis ternos de moagem. Para usinas que produzem álcool além do açúcar, o caldo

resultante do segundo terno (caldo secundário, BRIX em torno de 14º), vai por meio de

bombas para a linha de produção do álcool. A partir do segundo terno, acontece a chamada

“Embebição”, onde cada terno subsequente terá duas entradas, uma resultante do terno

anterior, o bagaço, e a outra do terno posterior, caldo resultante, representado na Erro! Fonte

de referência não encontrada., ou seja, o caldo secundário será uma mistura de todos os

caldos, do segundo ao sexto terno. Adiciona-se água (à 60ºC) no último terno (sexto terno),

sendo assim possível obter um aumento significativo na eficiência de extração.

Figura 48. Representação do Processo de Embebição.

Fonte: (Martins)

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Após a Extração, o caldo primário resultante (BRIX 18º à 30ºC pH 5,2 a 5,5) (Cesar,

2007) é bombeado para a fase de tratamento. O tratamento do caldo tem por objetivo, além

de corrigir o valor do pH, produzir um caldo limpo, ou seja, um produto com o mínimo

possível de impurezas e com cor adequada. Portanto canas “sadias”, de qualidade, são

essenciais para um bom resultado nessa etapa de clarificação. A primeira fase dessa etapa é

destinada ao aquecimento até uma temperatura de 65ºC com posterior Sulfitação, caso se

deseja o açúcar branco, como representado pela equação química a seguir:

𝐶𝑎𝑙𝑑𝑜1ª 𝑝𝐻5,2𝑎5,5 + 𝑆𝑂B → 𝐶𝑎𝑙𝑑𝑜𝑆𝑢𝑙𝑓𝑖𝑡𝑎𝑑𝑜(𝑝𝐻3.8𝑎4,2) (Cesar, 2007)

SulfitaçãonoTratamentodoCaldo.

É importante mencionar nesse ponto, que existem dois tipos de açucares produzidos a

partir da cana de açúcar, o branco e o VHP (Very Hight Polarization), açúcar marrom claro

bruto (Usina Atena, 2010). A diferença está na ocorrência do processo de Sulfitação durante o

tratamento do caldo para produção de açúcar branco, pois a adição do 𝑆𝑂B elimina os corantes

do caldo.

Após, inicia-se o processo de Calagem para se produzir qualquer tipo de açúcar, ou

seja, adição de hidróxido de Cálcio, representado na equação química a seguir, para se

neutralizar o pH do novo produto.

𝐶𝑎𝑙𝑑𝑜𝑆𝑢𝑙𝑓𝑖𝑡𝑎𝑑𝑜 𝑝𝐻3,8𝑎4,2 + 𝐶𝑎(𝑂𝐻)B → 𝐶𝑎𝑙𝑑𝑜𝐶𝑎𝑙𝑒𝑎𝑑𝑜(𝑝𝐻7,0𝑎7,2)

(Cesar, 2007)

CalagemnoTratamentodoCaldo.

Na fase final do tratamento desse caldo, logo após o caldo caleado ser formado e

aquecido, em torno de 105ºC (Cesar, 2007), passa por um processo de decantação, onde o

caldo limpo é bombeado para a terceira etapa, o processo de Evaporação. As impurezas que

são separadas nesse processo é o chamado Lodo. Esse será filtrado e o caldo filtrado,

resultante desse processo, retorna ao caldo primário.

Nesse ponto, percebe-se como a indústria sucroalcooleira reutiliza muitos dos

subprodutos, ou seja, tenta cumprir aquele segundo ponto importante e fundamental em uma

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boa produção de açúcar. Quando a clarificação é ineficiente, o caldo retém impurezas que vão

se acumulando à medida que o caldo é concentrado, incorporando-se ao açúcar e prejudicando

a qualidade (Albuquerque, 2011).

A Evaporação, representado na Erro! Fonte de referência não encontrada. tem como

objetivo eliminar a água contida no caldo clarificado. Com consequência dessa remoção, tem-

se a geração de vapor vegetal, que será utilizado em outras etapas da produção. Essa seção do

processo realiza a primeira etapa no processo de recuperação de açúcar do caldo.

Figura 49. Conjunto de Evaporação na Produção de açúcar.

Fonte: (FA Service)

A prática usual é a concentração do caldo clarificado até cerca de 65º BRIX e isso

requer a remoção da água de aproximadamente 75% (Cesar, 2007). Quando o BRIX é baixo,

após a evaporação completa, durante o cozimento o açúcar pode crescer além do tamanho

programado e alterar a cor. Diversos estudos indicam que na Evaporação é possível ter os

maiores ganhos em eficiência energética (Albuquerque, 2011).

Logo após o tratamento, o caldo passa por um conjunto de evaporação de múltiplo

efeito (Magalhães, 2011), resultando no Xarope, que é o caldo concentrado (em torno de 65º

BRIX). A evaporação é realizada em evaporadores de múltiplo efeito por questão de

economia (Magalhães, 2011). A Erro! Fonte de referência não encontrada. representa o

esquema de um evaporador.

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Figura 50. Representação Interna do Evaporador.

Fonte: (Carlos Ribeiro, 1999)

O nível ideal caldo no interior de um evaporador é de 1/3 da altura dos tubos. Além

disso, uma alimentação estável de caldo limpo é essencial para se obter o máximo da

capacidade de evaporação, ou seja, uma melhor transformação em xarope. Por fim, após a

formação do Xarope dá-se inicio as fases, Erro! Fonte de referência não encontrada., onde é possível encontrar os primeiros sólidos cristalinos da produção.

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Figura 51. Etapas Finais da Produção de Açúcar.

Fonte: (Albuquerque, 2011)

APÊNDICE C - Cozimento do açúcar.

A próxima etapa na produção de açúcar é o objeto principal do estudo. O cozimento, Erro!

Fonte de referência não encontrada., começa pela etapa de cristalização do xarope, ou seja,

separar a sacarose das impurezas restantes e transformá-lo em massa cozida, na qual a

sacarose apresenta-se parcialmente cristalizada. Essa etapa, diferentemente da fase anterior, é

realizada em evaporadores de simples efeito, aquecidos a vapor, gerado pela própria produção

de açúcar, denominados cozedores (Magalhães, 2011).

Figura 52. Cozedores utilizados na Produção Açúcar

Fonte: (Usina Atena, 2010)

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A massa cozida é uma mistura entre um produto meio no estado sólido e meio no estado

liquido (Magalhães, 2011). Essa redução de fluidez torna claro uma necessidade de mudança

na manipulação da produção. A consistência não permite mais ferver o novo produto em

tubos com pequenos diâmetros, nem circular com facilidade de um evaporador a outro, ou

seja, a grande diferença entre a evaporação e o cozimento está no produto a ser trabalhado.

Para que ocorra a formação e crescimento dos cristais do açúcar, é condição essencial à

supersaturação (Albuquerque, 2011). A Pureza das soluções de açúcar afeta diretamente o

nível de supersaturação para um bom desempenho no cozimento, ou seja, quanto mais baixa a

pureza, maior deverá ser a supersaturação (Albuquerque, 2011). A sacarose é muito solúvel

em água, ou seja, sua solubilidade no xarope aumenta muito com a queda da pureza, causando

a diminuição da taxa de cristalização (Cesar, 2007). Em efeito de comparação, 1 g de água a

30°C consegue dissolver em torno de 2,19 g de sacarose, já a glicose possui 1,2 g dissolvidos

em 1 g de água nessa mesma temperatura (Hong, 1974).

Sabe-se que em cada temperatura temos uma quantidade máxima maior de açúcar que é

possível se solubilizar em uma determinada quantidade de água (Langen, 1974). A essa

quantidade máxima dá-se o nome de coeficiente de solubilidade.

Coeficiente de Solubilidade do Açúcar

O coeficiente de solubilidade é representado pela quantidade máxima de soluto que pode

ser dissolvida numa quantidade padrão de solvente, em determinadas condições de

temperatura e pressão. A Erro! Fontede referêncianãoencontrada. mostra a Solubilidade de

Sacarose em relação a 100 gramas de solução pura.

Tabela 6. Solubilidade de Sacarose por 100 gramas de água a Pressão Normal.

T [°C] S [g] 0 179,2 20 203,9 40 238,1 60 287,3 80 362,2 100 487,2

Fonte: (Carlos Ribeiro, 1999)

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Percebe-se que com o aumento da temperatura é possível se dissolver mais sacarose,

ou seja, o coeficiente de solubilidade do açúcar aumenta com o aumento da temperatura.

De acordo com o ponto de saturação, as soluções são classificadas em:

1. Insaturadas (ou não saturadas) – quando contêm uma quantidade de soluto menor do

que a estabelecida pelo coeficiente de solubilidade;

2. Saturadas – quando atingem o coeficiente de solubilidade;

3. Supersaturadas – quando a quantidade de soluto ultrapassa o coeficiente de

solubilidade.

Para se obter o coeficiente de solubilidade de uma dada solução de açúcar é necessário

a Pureza da solução, o BRIX e a temperatura que se deseja obter as informações, como se

demonstra no exemplo a seguir:

A partir da Erro!Fontedereferêncianãoencontrada., tem-se os pontos “A” e “B”.

Figura 53. Sólidos totais em soluções saturadas de açúcar a diversas purezas e temperaturas.

Fonte: (Langen, 1974)

As condições são representadas na Erro!Fontedereferêncianãoencontrada..

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Tabela 7. Condições para cálculo de Solubilidade.

Condições[Pontos] A BPureza[%] 50 100BRIX[°] 77 69,1

Temperatura[°C] 35 35 Fonte: (Langen, 1974)

Para o Ponto “A”, tem-se:

a) Teor de água: 100 % - 77 % = 23 %

b) % de Sacarose: 𝑆𝑎𝑐𝑎𝑟𝑜𝑠𝑒𝑥100 = 𝑃𝑢𝑟𝑒𝑧𝑎𝑥𝐵𝑅𝐼𝑋

Logo,

Sacarose = STUVVWTT

= 38,5%

Portanto,asolubilidadedaSacarosenoPonto“A”por100gramasdeáguaserá:

23partesdeágua38,5partesdesacarose

100gdeáguaS

S = WTTUXY,SBX

= 167,4 g de Sacarose

Já para o Ponto “B”, tem-se:

a) Teor de água: 100 % - 69,1 % = 30,9 %

b) % de Sacarose: 69,1 %, pois a Pureza é 100%

Portanto, a solubilidade da Sacarose no Ponto “B” por 100 gramas de água

será:

30,9partesdeágua69,1partesdesacarose

100gdeáguaS’

S′ = WTTU\],WXT,]

= 223,6g de Sacarose

Por fim, de acordo com a definição do coeficiente de solubilidade, no ponto “A” tem-

se:

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CS =167,4223,6

= 0,749

Como mencionado anteriormente, para um bom processo de produção do açúcar, ou seja,

para que ocorra a formação e crescimento dos cristais do açúcar é necessário à supersaturação.

Supersaturação do Açúcar

Essa condição é representada, em soluções açucaradas, por meio do chamado coeficiente

de supersaturação (CSS), representado pela equação a seguir:

𝑆′′𝑆′= 𝐶𝑆𝑆

O termo S’’ representa a quantidade de sacarose (partes) dissolvido em 100 partes de

água, de uma solução supersaturada, de pureza R e à temperatura t° C. Já o termo S’

representa a quantidade da sacarose (partes) dissolvido em 100 partes de água, de uma

solução saturada, pura e à mesma temperatura t° C.

Assim, pela definição, percebe-se claramente que as soluções açucaradas serão:

a) CSS = 1, a solução pode ser enquadrada como sendo saturada;

b) CSS < 1, a solução é tida como não saturada ou diluída;

c) CSS > 1, a solução é supersaturada.

Na prática industrial, para que ocorra a formação e o crescimento dos cristais é necessário

que a supersaturação tenha o CSS nível entre 1,1 e 1,5 (Cesar, 2007). Também, à medida que

a água é evaporada, necessita-se que seja acrescentado xarope ou mel para que continue a

ocorrer todo esse processo.

Na Supersaturação, representado na Erro!Fontedereferêncianãoencontrada., encontram-

se três zonas distintas:

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Figura 54. Curvas de Saturação e Supersaturação da Sacarose.

Fonte: (Paulino, 2010)

1. Zona Metaestável: é a que mais se aproxima da linha de saturação da

sacarose, ou seja, o limite numérico inferior é 1,00 e o superior de 1,20.

Nessa faixa ocorre apenas o crescimento dos cristais já existentes. (Carlos

Ribeiro, 1999)

2. Zona Intermediária: zona limitada por pequena diferença de coeficiente de

supersaturação. Os limites de CSS variam apenas de 1,20 a 1,30 onde ocorre

formação de novos e desenvolvimento de já existentes cristais. (Carlos

Ribeiro, 1999)

3. Zona Lábil (Zona de Supersaturação): nessa zona, CSS a cima de 1,30,

acontece à formação de cristais de forma espontânea. (Carlos Ribeiro, 1999)

Apresençadeimpurezasnosxaropesindustriaisalteraoslimitesdesupersaturação

que passam a variar, assim como os coeficientes de pureza dos materiais em

processamento.DavieseYearwooddefiniramummodeloderepresentaçãodadivisãoentre

as zonas de supersaturação com relação à pureza da solução (Langen, 1974) e por

considerarem a zona intermediária muito estreita não a representaram na relação final

(Erro!Fontedereferêncianãoencontrada.).

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Figura 55. Relação entre Coeficiente de Supersaturação e a Pureza.

Fonte: (Langen, 1974)

Ou seja, tem-se a relação como demonstrado na Erro! Fonte de referência não

encontrada..

Tabela 8. Relação entre Pureza e CSS

Pureza [%] CSS 80 1,25 70 1,30 60 1,55

Fonte: (Langen, 1974)

Para um cozimento com um valor definido de CSS e também de S’ (gramas de

sacarose por 100 gramas de água de uma solução saturada), o valor de S’’, referente à

supersaturação de sacarose na solução, torna-se imediatamente conhecido. Para

exemplificar, tem-se:

`aa`a= CSS CSS = 1,1 e S’ = 288,56 g

Portanto: 𝑆′′ = S′xCSS = 288,56x1,1 = 317,41g

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De forma similar, calcularam-se para diversos CSS e Temperaturas, definidos valores

de S’, os valores de supersaturação correspondentes (S’’), representados na Erro!Fontede

referêncianãoencontrada..

Tabela 9. Valores de Supersaturação para diversos CSS e Temperatura.

CSS T [°C] S' [g] S'' [g]

1,1 60 288,56 317,41 70 325,15 357,66 80 368,99 405,89

1,3 60 288,56 375,13 70 325,15 422,69 80 368,99 479,6

1,5 60 288,56 432,84 70 325,15 487,72 80 368,99 553,48

Fonte: Autoria Própria

Formação de Falsos Grãos.

O falso grão, falso cristal ou poeira pode aparecer no cozimento durante a produção de

açúcar quando CSS está próximo do limite superior da zona metaestável e também na zona

lábil, onde ocorre a espontânea cristalização (Langen, 1974).

O aparecimento está atrelado ao processo de produção do Xarope no procedimento de

Evaporação e com o desempenho dos cozedores. A agitação excessiva da massa cozida é o

fator principal do surgimento desses grãos, porém para um bom processo uma pequena

agitação é necessária para evitar aglomeração nos cozedores (Cesar, 2007).

O falso cristal poderá prejudicar as fases posteriores resultando em um açúcar de má

qualidade, assim a eliminação é inevitável. Para realizar esse procedimento, injeta-se agua nos

cozedores, diluindo e minimizando danos.

Cozimento do Xarope

A concentração do caldo é feito em duas etapas consecutivas, como já foi mencionado, a

primeira, a Evaporação, onde se obtém o Xarope com aproximadamente 60°Brix, e a segunda,

onde se produz a massa cozida nos cozedores, de natureza semi-sólida e altamente viscosa

(Carlos Ribeiro, 1999).

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Os vapores resultantes da etapa de Evaporação vão direto para o Cozimento. Os

Cozedores operam de forma intermitente, sob vácuo e baixa temperatura, exigindo assim um

controle bem rigoroso e constante supervisão durante toda a operação.

Nos aparelhos de cozimento, os elementos de aquecimento podem ser as Serpentinas, as

Calandras (tubulações verticais), as associações entre Serpentinas e Calandras e por Placas

horizontais. Nas usinas brasileiras o sistema predominante é o formado por Calandras (Cesar,

2007), assim será o objeto de estudo visto que a usina onde foi feito todo o trabalho utiliza

esse tipo de cozedor, representado na Erro!Fontedereferêncianãoencontrada..

Figura 56. Cozedor de Calandra.

Fonte: (Cesar, 2007)

O cozimento é feito a vácuo para baixar o ponto de ebulição, o que evita a decomposição

dos açúcares e melhora o coeficiente de transmissão de calor.

O Cozedor de Calandra é dotado de tubos curtos e de maior diâmetro, e de um tubo

central ou periférico destinado a facilitar a circulação da massa cozida (Albuquerque, 2011),

representado na Erro!Fontedereferêncianãoencontrada..

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Figura 57. Representação interna de um Cozedor de Calandra.

O funcionamento do Cozedor na usina de açúcar é um dos trabalhos mais importantes

dessa indústria (Albuquerque, 2011). A obtenção de um cozimento completo compreende,

simplificando o máximo possível, a formação inicial de núcleos de sacarose e o posterior

crescimento desses cristais até um ponto que a carga do cozedor é atingida. Pode-se dividir

em quatro partes principais todo o trabalho nessa fase, ou seja, concentração inicial,

cristalização da sacarose, crescimento dos cristais e aperto e descarregamento da massa

cozida.

Concentração Inicial

Nas usinas, os Cozedores se situam próximos dos tanques para recepção do Xarope

proveniente da Evaporação e também de tanques onde ficam armazenados os méis, rico e

pobre.

Inicialmente o sistema de vácuo é colocado em funcionamento através dos multijatos,

representado na Erro!Fontedereferêncianãoencontrada..

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Figura 58. Válvula Multijato para controle de Vácuo

Em sequencia, aspira-se para os cozedores, sob condições de vácuo, o Xarope

resultado da etapa de Evaporação junto dos méis ricos e pobres, já anteriormente produzidos,

em quantidade suficiente para cobrir o espelho da calandra, ou seja, depende do tipo de pé de

cozimento desejado. Esse controle é feito por diversas formas, porém na usina em questão um

novo processo está sendo implantado para melhorar toda a produção, ou seja, utilizando a

chamada Sonda Microondas que está representada na Erro! Fonte de referência não

encontrada.. Nesse ponto é importante notar novamente, como a fabricação de açúcar na

indústria sucroalcooleira sempre reutiliza seus produtos na tentativa de maximizar a

eficiência.

Figura 59. Sonda Microondas no Cozedor

Logo após, abre-se a válvula de alimentação de vapor, assim quando a mistura xarope

mais méis entram em ebulição, regula-se o vácuo para uma pressão de 64 cm de Hg, fazendo

com que o material fique e torno de 65°C (Cesar, 2007). À medida que a mistura vai se

concentrando, mais Xarope e méis são admitidos no Cozedor para se evitar alguma

possibilidade de caramelização (Albuquerque, 2011). Esse processo é feito de forma continua,

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ou seja, mantem-se o nível constante dentro do aparelho, portanto a água que vai evaporando

é trocada pela mistura, tornando cada vez mais a solução saturada.

Um importante fator é que um maior volume inicial e mistura empregado para a

cristalização aumenta a possibilidade de se ter uma grande quantidade de cristais na massa,

melhorando a qualidade do produto. Já quanto menor o volume inicial utilizado, menor será a

quantidade de pé, ou seja, maiores serão os cristais, resultando assim em um açúcar de má

qualidade (Carlos Ribeiro, 1999).

Cristalização da Sacarose

Na medida em que a mistura vai se concentrando, a solução vai se tornando saturada, e

posteriormente, atinge o coeficiente de supersaturação (CSS). A produção de uma massa

cozida de boa qualidade depende dessa fase inicial, chamado também de Nucleação ou

Granagem, que pode ser de quatro tipos: Espera, Choque, Indução ou Semeadura. Para o

estudo e aplicação na usina do trabalho, a Granagem por Semeadura é o empregado na

produção do açúcar (Usina Lins, 2015).

A Granagem por Semeadura é o tipo de cristalização mais técnico dentre todos (Cesar,

2007). Nele existe um moinho de bola, que fica próximo aos Cozedores, onde se armazena

uma mistura na proporção de 1 kg de açúcar para 2 l de álcool anidro. O preparo se dá por

uma técnica em que se fica batendo a mistura por 72 horas no moinho, logo após, em agitação

lenta, se matura de 7 a 15 dias finalizando o processo de formação da solução de semente que

será armazenada em um recipiente em agitação lenta e constante. É de extrema importância

utilizar semente de boa qualidade no processo, ou seja, seu preparo deve ser feito com muito

cuidado e controle, pois como já foi dito anteriormente, uma boa semente é um dos princípios

básicos para um açúcar final de qualidade (Albuquerque, 2011).

Dentro do Cozedor de Cristalização, quando se atinge um CSS em torno de 1,1, zona

metaestável, e uma pureza em torno de 75%, reduz-se o vácuo para uma pressão de 60 cm de

Hg e adicionam-se pelo funil de drogas do cozedor, as sementes produzidas (Usina Lins,

2015). Adiciona-se aproximadamente 1 l da solução de semente para cada 100 hectolitros da

capacidade do cozedor. A zona metaestável é a ideal para essa etapa, pois nela não existe

formação de novos cristais e sim somente o aumento do tamanho dos já existentes, como

anteriormente descrito.

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Crescimento dos Cristais

A mistura que já passou pelo Cozedor de Cristalização é bombeada para o Cozedor de

massa B ou para a Sementeira B dependendo da análise feita pelo controle da Sonda

Microondas em cada tanque.

O Cozedor de massa B será o responsável pela produção da massa cozida B. Já a

Sementeira B é um tanque pulmão que armazena massa cozida B ou cristalizado do Cozedor

de Cristalização. Ela existe com a finalidade, a partir de estudos da produção, para melhorar o

rendimento do processo. O produto ai armazenado, voltará para o cozimento de massa B.

Na produção industrial, geralmente a quantidade transferida para o Cozedor de massa B

será igual a 1/3 do volume total desse novo recipiente, isso é equivalente a cobrir os espelhos

visíveis da calandra e dar segurança aos operadores e funcionários responsáveis do processo.

Após a transferência, pode-se ter demasiado ou insuficiente quantidade de cristais, assim

para o primeiro caso, facilmente corrigido, pode-se ou inserir maior quantidade de mel pobre

nesse novo Cozedor, ou aquecer a massa cozida B (diminuindo o vácuo). Já para a

insuficiência de cristais gerados, um novo cozimento traria a formação de cristais

heterogêneos, com purezas e tamanhos diferentes e também a formação de falsos grãos.

Porém, o método de Cristalização por semeadura é ótimo nesse caso, pois ele permite um

maior controle na quantidade necessária e ideal para a cristalização em processo.

Aperto e Descarregamento da Massa Cozida

Com o produto no Cozedor de massa B tem-se massa cozida B pronta, uma mistura

gerada a partir do Cozedor de Cristalização e da adição de mel pobre diretamente nesse novo

equipamento. Nesse ponto, a massa B tem em torno de 93° BRIX, com uma temperatura

65°C e pureza em torno de 70% e é descarregada para o Cristalizador B. Após, a massa B é

centrifugada.

Para o projeto e usina em questão, foi utilizado um processo de Cozimento de duas

massas, Erro! Fonte de referência não encontrada., ou seja, formação de massa cozida A e a

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formação de massa cozida B. Na Centrifugação da massa gerada até o momento é separado a

parte sólida, Magma, da parte liquida, Mel Final ou Melaço. O primeiro produto será

bombeado para o Cozedor de massa A até o volume de 1/3 do total desse Cozedor e em

seguida receberá o Xarope e o mel rico para alimentar o Magma. Já o segundo produto, o Mel

Final, será bombeado para a destilaria e utilizado na produção de álcool.

Figura 60. Cozimento em duas massas para produção de açúcar.

Fonte: (Lopes, 2009)

O Cozedor de massa A é o inicio do final do Cozimento e geração do açúcar cristalino

como se conhece nos supermercados. Nesse equipamento, a nova massa gerada, massa cozida

A, em torno de 93° BRIX (Cesar, 2007), será enviada ao Cristalizador A. Após, a massa será

centrifugada gerando o produto açúcar úmido e os méis pobre e rico. O mel pobre, utilizado

nas várias etapas já estudadas, é o primeiro a ser gerado na centrifugação, possuindo uma

pureza de 65% a 70%. O mel rico, pureza de 75% a 80%, também utilizado nas varias fases

explicadas, começa a ser formado um tempo após o mel pobre. Após a lavagem da massa nas

centrifugas, faz-se uma cambiação na separação de méis e assim separa-se o mel rico do mel

pobre. Por fim, o açúcar úmido vai para a etapa de Secagem, pois nesse processo ele é

formado contendo umidade em torno de 0,2% (Cesar, 2007). Para a comercialização do

açúcar branco é necessário uma umidade em torno de 0,03%, já para o açúcar VHP é

necessário umidade em torno de 0,1%, assim após a secagem, o açúcar final vai para a fase de

ensaque e armazenamento e estará pronto para comercialização, representado na Erro! Fonte

dereferêncianãoencontrada..

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Figura 61. Açúcar pronto para comercialização.

Fonte: (Usina Atena, 2010)

APÊNDICE D - Programação Desenvolvida