germinal, de zola
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G E R M I N A L , DE ZOLA, E SEU
CONTEXTO HISTÓRICO
Profa. Dra. Maria Geralda de Miranda
GERMINAL, DE ZOLA
Emile-Édouar-Charles-Antoine Zola nasceu em 02 de abril de 1840, em Paris.
Em 1864, publicou seu primeiro livro - Contos a Ninon.
Leu os Romances de Honoré de Balzac, de Stendhal e Madame Bovary, de Gustav Flaubert
1- O AUTOR
o A partir das leituras de cunho científico (Teoria evolucionista de Darwin e Introdução ao estudo da medicina experimental, de Claude Bernard, 1865, seus romances ultrapassaram o Realismo.
o Em 1895, concluiu com o “Doutor Pascal” a série; “Os Rougon-Maequart” composta de 20 romances que, segundo Zola, constitui a “história natural de uma família no Segundo Império”.
o Em 1885 escreve GERMINAL.
Germina l , de Zo la
GERMINAL , DE ZOLA
Zola foi polêmico, corajoso, revolucionário e defensor ardoroso dos direitos humanos.
Em 1898, com o texto EU ACUSO, fez a defesa de Alfred Dreyfus, punido injustamente, acusado de espionagem, e deportado em 1894 para a Ilha do Diabo, na Guiana Francesa. Esta defesa custou-lhe uma condenação de um ano de prisão.
Morreu em 29-09-1902, aos 62 anos. Seu enterro foi acompanhado por uma delegação de mineiros, pelas ruas de Paris, aos gritos de “GERMINAL”.
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2- MOMENTO HISTÓRICO
2.1- Período de grandes turbulências revolucionárias na França e em toda a Europa
1789- Revolução Francesa – Queda da Aristocracia e assumimento de uma nova classe, a Burguesia, como classe dominante.
799 a 1815- Império de Napoleão.
1824 a 1830- Restabelecimento da monarquia, na figura do Rei Carlos X.
1848- Publica-se na França o Manifesto Comunista, elaborado por Karl Marx e Friedrich Engels, a pedido a Liga Comunista.
1848- Novamente a República, com a eleição de Luiz Napoleão Bonaparte para presidente, que em 1852, lidera um golpe de estado e se autoproclama, após um plebiscito, IMPERADOR NAPOLEÃO III. Governa até 1870 e constitui O SEGUNDO IMPÉRIO.
1864- Fundação da I ASSOCIAÇÃO INTERNACIONAL DOS TRABALHADORES, fundada em Londres, hoje conhecida como Primeira Internacional.
2.2- 1866 A 1867 - PERÍODO DOS ACONTECIMENTOS
NARRADOS EM GERMINAL
1867- Auge de agitações em toda a Europa e em especial na França. Momento de progressiva industrialização e progresso econômico de um lado, e miséria para um contingente operário cada vez maior.
1870- Napoleão III, em julho, declarou guerra à Prússia,
atual Alemanha. A derrota veio em setembro. A República foi novamente proclamada e, em 18 de março de 1871, acontece a Comuna de Paris.
1871- COMUNA DE PARIS – Foi o primeiro governo
operário da história, fundada em Paris, no ano de 1871, por ocasião da resistência popular ante à invasão alemã, com adesões significativas em Lyon, Marselha, Toulouse...
1885- Publicação do romance GERMINAL.
2.3- CORRENTES FILOSÓFICAS DO SÉCULO XIX
A revolução industrial, iniciada no século XVIII, entra numa nova fase caracterizada pela utilização do aço, do petróleo e da eletricidade; ao mesmo tempo no campo científico, o avanço da química e da física.
O capitalismo se estrutura em moldes modernos, com o surgimento de grandes complexos industriais; por outro lado, a massa operária urbana avoluma-se, formando uma população marginalizada que não partilha dos benefícios gerados pelo progresso industrial, mas pelo contrário, é explorada e sujeita a condições subumanas de trabalho.
CORRENTES FILOSÓFICAS DO SÉCULO XIX
o Essa nova sociedade serve de pano de fundo para uma nova
interpretação da realidade, que gera teorias de variadas. Numa sequência cronológica, temos o POSITIVISMO de
Augusto Comte, preocupado com o real-sensível, defende o cientificismo no pensamento filosófico e a conciliação entre ordem e progresso;
O SOCIALISMO CIENTÍFICO de Karl Marx e Friedrich Engels, a partir da publicação do Manifesto Comunista, em Paris, em 1848;
O EVOLUCIONISMO de CharlesDarwin, a partir da publicação, em 1859, de A origem das espécies, livro em que ele explica a origem da evolução das espécies pelo processo de seleção natural, negando, portanto a origem divina, defendida pelo Cristianismo.
REALISMO-NATURALISMO
As características do Realismo-Naturalismo estão intimamente ligadas ao momento histórico em que se insere esse movimento literário, refletindo, dessa forma, a postura do positivismo, do socialismo, e do evolucionismo, com todas as suas variantes.
O objetivismo aparece como negação do subjetivismo romântico e nos mostra aquilo que está de fora dele, o não-eu. o personalismo cede lugar ao universalismo.
CORRENTES FILOSÓFICAS DO SÉCULO XIX
CORRENTES FILOSÓFICAS DO SÉCULO XIX
O materialismo leva à negação do sentimentalismo e da
metafísica. O nacionalismo e a volta ao passado
histórico são deixados de lado. Só se preocupa com o
presente, com o contemporâneo.
Ideologicamente, os autores desse período são
antimonárquicos, assumindo uma postura clara do ideal
republicano. Negam a burguesia, a partir da célula mãe
da sociedade: a família; eis o porquê de presença
constante dos triângulos amorosos nos romances e são
também anticlericais.
O NATURALISMO
O Naturalismo, propriamente dito, no BRASIL recebeu a contribuição entre outras, de Aluízio de Azevedo, com os romances: O Mulato, Casa de Pensão e O CORTIÇO.
Também são considerados naturalistas, os escritores Julio Ribeiro com seu romance a Carne, e Inglês de Souza em O Missionário.
Em Portugal, o Naturalismo contou com a participação de Eça de Queiroz, autor de O Crime do Padre Amaro e O Primo Basílio.
Na pintura, o Naturalismo tem representante muito conhecido, Van Gogh, cuja tela “Os comedores de Batatas”, de 1885, é uma de suas expressões maior.
E ainda conta com a participação de Gustave Courbet (1819 a
1877) Honoré Daumier (1808 a 1879) e kathe kolwitz (1867 a 1945).
o Um dos grandes romances do século XIX, expressão
máxima do Naturalismo literário, Germinal baseia-se em
acontecimentos verídicos. Para escrevê-lo, Émile Zola
trabalhou como mineiro numa mina de carvão, onde
ocorreu uma greve sangrenta que durou dois meses.
o Atuando como repórter, adotando uma linguagem rápida
e crua, Zola pintou a vida política e social da época como
nenhum outro escritor. Mostrou, como jamais havia sido
feito, que o ambiente social exerce efeitos diretos sobre os
laços de família, sobre os vínculos de amizade, sobre as
relações entre os apaixonados.
Germinal, de Zola
A RESISTÊNCIA DOS TRABALHADORES
o Germinal é o primeiro romance a enfocar a luta de classes no momento de sua eclosão.
o A história se passa na segunda metade do século XIX, mas os sofrimentos que Zola descreve continuam presentes em nosso tempo.
o É uma obra em tons escuros. Termina ensolarada, com a esperança de uma nova ordem social para o mundo.
GERMINAL, DE ZOLA
Germinal refere-se ao processo de
gestação e maturação de
movimentos grevistas e de uma
atitude mais ofensiva por parte dos
trabalhadores das minas de carvão
do século XIX na França em relação
à exploração dos patrões.
Nesse período alguns países
passavam a integrar o seleto
conjunto de nações industrializadas
ao lado da pioneira Inglaterra, entre
os quais a França, palco das ações
descritas no romance e
representadas no filme.” (Machado,
2015)
A ADAPTA«ÃO DO ROMANCE PARA O CINEMA
Na adaptação da linguagem escrita para a fílmica, a segunda
condensa o conteúdo da primeira por meio do uso dos
significantes visual (cenário, iluminação), narrativo (imagem,
desempenho dos atores) e áudio-visual (música, sincronismo da
imagem e dos sons, palavras, ruídos, etc.).
Não há gratuidade em nenhuma parte do filme, que tem em si a
árdua tarefa de apresentar uma obra de mais de quinhentas
páginas em pouco mais de duas horas de filme.
Para isso, embora haja fidelidade na reprodução das falas pelos
atores, a ponto de ser possível acompanhá-las com o que está
escrito no livro, obviamente há uma seleção das mais
importantes, sendo que as elipses, em sua maioria, são
captadas por outros recursos. (Motta, 2015)
A MINA DE CARVÃO RETRATADA NO FILME
ZOLA, Émile. Germinal. São Paulo: Abril Cultural, 1979.
Referências
MOTTA, Katya Maia. literatura e cinema: a adapta«ão do romance
“Germinal”, de Émile Zola. Disponível em
< http://www.mackenzie.br/fileadmin/Pos_Graduacao/Doutorado/Letras/
Cadernos/Volume_6/4-katya.pdf.> Acesso 20 fev 2016.
MACHADO João Luís de Almeida. Planeta Educação. Disponível em
http://www.planetaeducacao.com.br/portal/artigo.asp?artigo=54. Acesso
em 12 fev. 2016