todososhomenspodemenganar.se,mashá · revista(espírita(1861(»(setembro(»(correspondência%!...
TRANSCRIPT
� Todos os homens podem enganar-‐se, mas há grandeza em reconhecer os próprios erros, ao passo que há mesquinhez em perseverar numa opinião que se sabe falsa, unicamente para ostentar, aos olhos do vulgo, a supremacia da infalibilidade.
� Revista Espírita 1858 » Julho » Correspondência
� Sobre este ponto, a doutrina dos Espíritos nos surpreendeu. Diremos mais: ela nos contrariou, porque derrubou as nossas próprias ideias. Como se vê, estava longe de ser um reflexo delas.
� Isto não é tudo. Nós não cedemos ao primeiro choque. Combatemos; defendemos a nossa opinião; levantamos objeções e só nos rendemos ante a evidência e quando notamos a insuficiência de nosso sistema para resolver todas as questões relativas a esse problema.
� Revista Espírita 1858 » Novembro » Pluralidade das existências
� Como acabamos de ver, Charlet de boa vontade se presta à controvérsia; escuta e admite as objeções e responde com benevolência; desenvolve o que era obscuro e reconhece lealmente o que não era exato. Numa palavra, não quer passar por mais sábio do que é, e nisto prova mais elevação do que se se obstinasse nas ideias falsas, a exemplo de certos Espíritos que se escandalizam ao simples enunciado de que suas comunicações parecem susceptíveis de comentários.
� Revista Espírita 1860 » Julho » Exame crítico
SOCIEDADE PARISIENSE DE ESTUDOS ESPÍRITAS � Lembrai-‐vos, senhores, de como se formou a Sociedade. Eu recebia em minha casa um pequeno número de pessoas. Acharam que o grupo cresceu; que era preciso um local maior. Para tê-‐lo, teríamos que pagar, portanto, teríamos que nos cotizarmos. Disseram mais: é preciso ordem nas sessões; não é possível admitir o primeiro que se apresente; é necessário um regulamento. Eis toda a história da Sociedade. Ela é muito simples, como vedes. Não passou pela cabeça de ninguém a idéia de fundar uma instituição, nem de ocupar-‐se, fosse do que fosse, além dos estudos, e eu declaro mesmo, de modo muito formal, que se um dia a Sociedade fosse além, eu não a acompanharia.
� Revista Espírita 1860 » Abril » Boletim da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas
� SEXTA-‐FEIRA, 20 DE ABRIL DE 1860 � O Sr. Col... inicia a leitura de uma evocação de São Lucas, evangelista, por ele feita particularmente.
� Percebendo que na evocação são tratadas diversas questões de dogmas religiosos, interrompe a leitura em virtude do regulamento que proíbe tratar de tais assuntos.
� O Sr. Col... observa que, não tendo a comunicação nada de ortodoxo, não tinha pensado houvesse inconveniente em lê-‐la.
� Objeta o presidente que as respostas sempre supõem perguntas. Ora, sejam as respostas ortodoxas ou não, não deixam de dar lugar à suposição de que a Sociedade se ocupa de coisas que lhe são interditas. Uma outra consideração vem corroborar esses motivos: é que entre os membros, há aqueles que pertencem a diferentes cultos; o que para uns seria ortodoxo, poderia não ser para outros, o que é uma razão para nos abstermos. Aliás, o regulamento prescreve o exame prévio de toda comunicação obtida fora da Sociedade. Tal medida deve ser rigorosamente observada.
� Revista Espírita 1860 » Maio » Boletim da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas
� SEXTA-‐FEIRA, 15 DE JUNHO DE 1860 � Observação apresentada pelo Sr. Allan Kardec a respeito de uma
predição que lhe foi submetida por um médium seu conhecido. Segundo essa predição, certos acontecimentos devem ocorrer em data fixa e, para efeito de comprovação, o Espírito tinha determinado ao médium que ele a levasse ao conhecimento de várias pessoas, entre outras o Sr. Allan Kardec, a fim de poder certificar, na ocorrência, a época em que fora feita. Eu me recusei, disse o Sr. Allan Kardec, pelas seguintes considerações: “Já há muita tendência a ver no Espiritismo um meio de adivinhação, o que é contrário ao seu objetivo. Quando fatos futuros são anunciados e se realizam, temos, sem dúvida, um caso curioso e excepcional, mas seria perigoso considerá-‐lo como uma regra. Por isso, não quis que meu nome servisse para endossar uma crença que falsearia o Espiritismo em seu princípio e na sua aplicação.”
� Revista Espírita 1860 » Julho » Boletim da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas
� SEXTA-‐FEIRA, 24 DE AGOSTO DE 1860 � “Julgamos dever lembrar às pessoas estranhas à Sociedade e que não estejam ao corrente dos nossos trabalhos, que não fazemos nenhuma experiência e que elas se enganariam se pensassem aqui encontrar assunto para distrações. Ocupamo-‐nos seriamente de coisas muito sérias, mas pouco interessantes e pouco inteligíveis para quem quer que ignore a ciência espírita. Como a presença de tais pessoas seria inútil para elas próprias e poderia ser para nós causa de perturbação, recusamo-‐nos a admitir as que não possuam, ao menos, os seus primeiros elementos e sobretudo as que a ela não sejam simpáticas.
� Antes de tudo somos uma Sociedade científica de estudos, e não uma sociedade de ensino; jamais convocamos o público porque sabemos, por experiência, que a convicção só se forma por uma longa série de observações e não por se haver assistido a algumas sessões que não apresentam nenhuma continuidade metódica. Eis por que não fazemos demonstrações, que seriam retomadas a cada vez e impediriam a continuidade de nossos trabalhos. Se, malgrado isto, aqui se encontrarem pessoas atraídas somente pela curiosidade, ou que não partilhem de nossa maneira de ver, nós lhes pediríamos se lembrem de que não as convidamos e de que esperamos de seu decoro o respeito às nossas convicções, como respeitamos as suas. Só lhes pedimos silêncio e recolhimento. Sendo o recolhimento uma das mais expressas recomendações da parte dos Espíritos que de boa vontade se comunicam conosco, convidamos insistentemente as pessoas presentes a que se abstenham de qualquer conversação particular.”
� Revista Espírita 1860 » Setembro » Boletim da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas
Viagens Espíritas � “São chamados espíritas certos alucinados que tendo rompido com todas as crenças religiosas de seu tempo e de seu país, não obstante pretendem estar em relação com os Espíritos.
� Os espíritas têm um jornal em Paris e basta ler alguns dos seus trechos para certificar-‐se de que não exageramos. À inépcia das perguntas dirigidas aos Espíritos evocados só tem igual na inépcia de suas respostas e, com razão, é permitido dizer-‐lhes que não vale a pena voltar do outro mundo para dizer tantas tolices.
� O antro de Trophonius está situado numa oficina; o sumo sacerdote do lugar é um tecelão de seda e a sibila é sua esposa; os adeptos são, geralmente, operários, pois ali não recebem facilmente os que, pelo seu exterior, denunciam muita inteligência. Os Espíritos só se dignam manifestar-‐se aos simples. Provavelmente é por isso que fomos ali admitido.
� Convidado a assistir a uma das sessões semanais dos espíritas lioneses, entramos na oficina onde se achavam quatro teares, um dos quais parado. Ali, entre as quatro forcas, a sibila sentou-‐se à frente de uma mesa quadrada, sobre a qual havia um caderno e, ao lado, uma pena de ganso. Notai que dissemos uma pena de ganso, e não uma pena metálica, pois os Espíritos têm horror aos metais.
� Vinte a vinte e cinco pessoas de ambos os sexos, inclusive este vosso servo, formavam um círculo em torno da mesa.
� Depois de um pequeno discurso do sumo sacerdote sobre a natureza dos Espíritos, tudo num estilo que deveria encantar os Espíritos, devido à sua... simplicidade, começaram as perguntas. (...) C.M.”
� Se tivésseis discutido seriamente os princípios do Espiritismo; se a eles tivésseis oposto quaisquer argumentos, bons ou maus, eu teria podido vos responder. Mas toda a vossa argumentação se limita a nos qualificar de ignaros; e não me cabe discutir convosco se tendes razão ou não; limito-‐me, pois, a destacar aquilo que as vossas asserções têm de inexato, fora de todo personalismo.
� Já pensastes, senhor, que não atacais apenas os espíritas, mas toda a classe operária e, em particular, a de Lyon? Esqueceis que são esses mesmos operários, esses tecelões, como dizeis com afetação, que fazem a prosperidade de vossa cidade pela indústria? Não foram essas criaturas sem valor moral, esses operários, que produziram Jacquard? De onde saíram em bom número os vossos fabricantes, que adquiriram fortuna com o suor de sua fronte e à força de ordem e de economia? Não é insultar o trabalho comparar os seus teares a ignóbeis forcas? Ridicularizais a sua linguagem; esqueceis que o seu ofício não é para fazer discursos acadêmicos? É necessário um estilo rebuscado para dizer o que se pensa?
� Sabeis o que fazem os operários espíritas lioneses, que tratais com tanto desdém? Ao invés de irem atordoar-‐se nos cabarés ou alimentar-‐se de doutrinas subversivas e quiméricas, nessa oficina que por irrisão comparais ao antro de Trophonius, em meio a esses teares de quatro forcas, eles pensam em Deus. Eu os vi durante minha estada aqui. Conversei com eles e me convenci do seguinte: Entre eles, muitos maldiziam seu trabalho penoso; hoje o aceitam com a resignação do cristão, como uma prova. Muitos viam com ciúme e inveja a sorte dos ricos; hoje sabem que a riqueza é uma prova ainda mais escorregadia que a da miséria, e que o infeliz que sofre e não cede à tentação é o verdadeiro eleito de Deus. Sabem que a verdadeira felicidade não está no supérfluo e que aqueles que são chamados os felizes deste mundo também sofrem cruéis angústias, que o ouro não acalma.
� Não tenho por hábito responder às diatribes. Se só se tratasse de mim, eu nada teria dito. Mas, a propósito de uma crença de que me orgulho de professar porque é uma crença eminentemente cristã, vós procurais ridicularizar criaturas honestas e laboriosas, porque são iletradas, esquecendo que Jesus era operário. Vós as excitais com palavras irritantes; chamais contra elas os rigores das autoridades civis e religiosas, quando são pacíficas e compreendem o vazio das utopias com que são embalados e que vos meteram medo.
� Tive que lhes tomar a defesa, lembrando os deveres impostos pela caridade, dizendo-‐lhes que se outros não cumprem os seus deveres, isso não é razão para dela se afastarem. Eis, senhor, os conselhos que lhes dou; são também os que lhes dão os Espíritos que cometem a tolice de se dirigirem a pessoas simples e ignorantes e não a vós. É que provavelmente sabem que serão melhor escutados. A propósito, poderíeis dizer-‐me por que Jesus escolheu seus apóstolos entre o povo, e não entre os homens de letras? Sem dúvida é porque na época não havia jornalistas para lhe dizerem o que ele devia fazer.
� Revista Espírita 1860 » Outubro » Resposta do Sr. Allan Kardec à Gazette de Lyon
� Senhoras, senhores, e vós todos, meus caros e bons irmãos no Espiritismo.
� A acolhida tão amiga e benevolente que recebo entre vós, desde a minha chegada, seria bastante para me encher de orgulho, se eu não compreendesse que tais testemunhos se dirigem menos à pessoa do que à Doutrina, da qual não passo de um dos mais humildes operários. É a consagração de um princípio e me sinto duplamente feliz, porque esse princípio deve um dia assegurar a felicidade do homem e o repouso da Sociedade, quando for bem compreendido, e ainda melhor quando for praticado.
� Revista Espírita 1860 » Outubro » Banquete oferecido pelos Espíritas Lioneses ao Sr. Allan Kardec
� É verdade que lá os operários são maioria, por meras circunstâncias locais. Esses operários são pobres, como diz o Sr. Jobard. É uma razão para se lhes estender a mão. Mas são cheios de coragem, zelo e devotamento. Se só tiverem um pedaço de pão, sabem dividi-‐lo com os irmãos. São simples, também é verdade, isto é, não têm orgulho nem a pretensão do saber; são iletrados, sim, relativamente, mas não no sentido absoluto. Na falta de ciência, têm bastante raciocínio e bom-‐senso para apreciar o que é justo, e para distinguir, naquilo que se lhes ensina, o que é racional do que é absurdo. Eis o que pudemos julgar por nós mesmo.
� “(...) porque este ano o número dos espíritas aumentou muito, sobretudo nas classes trabalhadoras. Todos vos querem ver e ouvir, e embora saibam que os Espíritos é que ditaram vossas obras, estão desejosos de ver o homem que Deus escolheu para esta bela missão. Querem dizer-‐vos quanto se sentem felizes em vos ler e fazer-‐vos juiz do progresso moral que conquistaram, graças às vossas instruções, pois se esforçam por se tornarem suaves, pacientes e resignados em sua miséria, que é tão grande em Lyon, sobretudo na tecelagem de seda. Os que murmuram, que ainda se lamentam, são os principiantes. Os mais instruídos lhes dizem: Coragem! Nossas penas e sofrimentos são provas ou a consequência de nossas vidas anteriores. Deus, que é bom e justo, nos tornará mais felizes e nos recompensará em novas encarnações. Allan Kardec no-‐lo disse e o prova em seus escritos.
� Revista Espírita 1861 » Setembro » Correspondência
� Um fato digno de nota, e que constatamos, é a facilidade com que esses homens, na maioria iletrados e endurecidos nos mais rudes trabalhos, compreendem o alcance da doutrina. Pode-‐se dizer que só lhe veem o lado sério. Nas instruções que lhes demos em diversos grupos, em vão procuramos despertar a curiosidade pelo relato das manifestações físicas, contudo, nenhum deles viu uma mesa mover-‐se, ao passo que tudo quanto dizia respeito às apreciações morais cativava seu interesse no mais alto grau.
� “Nós vos rogamos, nosso caro mestre, que mergulheis vosso olhar no fundo de nossos corações, a fim de que possais dar-‐vos conta da simpatia que temos por vós. Somos pobres trabalhadores, sem artifícios. Uma grossa cortina, desde a nossa infância, foi estendida sobre nós, para abafar a nossa inteligência, mas vós, caro mestre, pela vontade do Todo-‐Poderoso, rasgais a cortina. Essa cortina, que eles julgavam impenetrável, não pôde resistir à vossa digna coragem. Oh! sim, nosso irmão, tomastes a pesada enxada para descobrir a semente do Espiritismo, que se tinha encerrado num terreno de granito. Vós a semeais nos quatro cantos do globo, e até nos pobres bairros de ignorantes, que começam a saborear o pão da vida.
� “Obrigado, Sr. Allan Kardec; mil vezes obrigado, em nome do grupo de Saint-‐Just, por estar entre nós, simples operários e ainda muito imperfeitos em Espiritismo. Vossa presença nos causa uma grande alegria em meio de nossas tribulações, que são grandes neste momento de crise comercial. Vós nos trazeis o bálsamo benfazejo que chamam esperança, que acalma os ódios e reacende no coração do homem o amor e a caridade. Nós nos aplicaremos, caro mestre, em seguir vossos bons conselhos e os dos Espíritos superiores que tiverem a bondade de nos ajudar e instruir, a fim de nos tornarmos, todos, verdadeiros e bons espíritas. Caro mestre, tende certeza de que levais convosco a simpatia de nossos corações para a eternidade, nós o prometemos. Somos e seremos sempre vossos adeptos sinceros e submissos. Permiti a mim e ao médium, que vos demos o beijo de amor fraterno em nome de todos os irmãos e irmãs que aqui estão. Ficaríamos muito felizes também se quisésseis brindar conosco.”
� Nós vínhamos de longe e tínhamos subido às alturas de Saint-‐Just com um calor extenuante. Alguns refrescos tinham sido preparados, em meio dos instrumentos do trabalho: pão, queijo, frutas, um copo de vinho; verdadeiro ágape oferecido com a simplicidade antiga e um coração sincero. Um copo de vinho! ah! em nossa intenção, porque essa boa gente não o bebe todos os dias; mas era uma festa para eles: ia-‐se falar de Espiritismo. Oh! Foi com o coração alegre que brindamos com eles, e seu modesto lanche, aos nossos olhos, tinha cem vezes mais valor do que os mais esplêndidos repastos.
� Revista Espírita 1861 » Outubro » O Espiritismo em Lyon
� Ainda uma palavra, meus amigos. Indo ver-‐vos, uma coisa desejo: é que não haja banquete, e isto por vários motivos. Não quero que minha visita seja ocasião para despesas que poderiam impedir a presença de alguns e privar-‐me do prazer de ver todos reunidos. Os tempos estão duros. Não devemos fazer despesas inúteis. O dinheiro que isso custaria seria melhor empregado em auxílio aos que mais tarde necessitarão. Eu vos digo com toda a sinceridade que o pensamento de que aquilo que faríeis por mim em tal circunstância poderia ser uma causa de privação para muitos, me tiraria o prazer da reunião.
� Não vou a Lyon para exibição nem para receber homenagens, mas para me entender convosco, consolar os aflitos, encorajar os fracos e ajudar-‐vos com os meus conselhos, tanto quanto estiver em minhas possibilidades. O que de mais agradável me podeis oferecer é o espetáculo de uma união boa, franca e sólida. Crede que os termos tão afetuosos do vosso convite valem para mim mais que todos os banquetes do mundo, ainda que oferecidos num palácio. Que me restaria de um banquete? Nada, ao passo que vosso convite fica como preciosa lembrança e uma prova de vossa afeição.
� Revista Espírita 1862 » Setembro » Resposta ao convite dos espíritas de Lyon e de Bordeaux -‐ Ao Sr. Sabô, de Bordeaux
� Também pouco diremos quanto ao que nos toca pessoalmente. Perdem seu tempo todos quantos nos atacam ostensiva ou disfarçadamente, se julgam que nos perturbam. Também se enganam, se pensam em nos barrar o caminho, pois nada pedimos e apenas aspiramos a tornar-‐nos útil, no limite das forças que Deus nos concedeu. Por mais modesta que seja a nossa posição, contentamo-‐nos com aquilo que para muitos seria mediocridade. Não ambicionamos posição, nem honras ou fortuna. Não desejamos o mundo nem os seus prazeres. Aquilo que não podemos ter não nos causa desgosto e o vemos com a mais completa indiferença. Isso não é compatível com nossos gostos, consequentemente não invejamos a nenhum daqueles que possuem tais vantagens, se vantagens há ─ o que a nossos olhos é um problema ─ porque os prazeres pueris deste mundo não asseguram um melhor lugar no outro, muito pelo contrário.
� Nossa vida é toda de trabalho e de estudo e consagramos ao trabalho até os momentos de repouso. Nisto não há nada que possa causar inveja. Como tantos outros, trazemos a nossa pedra ao edifício que se ergue; entretanto, coraríamos se disso fizéssemos um degrau para atingir fosse o que fosse. Que outros tragam mais pedras que nós! Que outros trabalhem tanto e melhor que nós e os veremos com sincera alegria. O que queremos, antes de mais nada e acima de tudo, é o triunfo da Verdade, venha de onde vier, pois não temos a pretensão de ver sozinho a luz. Se isso deve proporcionar alguma glória, o campo a todos está aberto e estenderemos a mão a todos aqueles que, neste duro curso da vida, nos seguirem lealmente, com abnegação e sem segundas intenções pessoais.
� Revista Espírita 1859 » Março » Diatribes