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TORRÃO DO ALENTEJO Elementos sobre História e Arqueologia Colecção - Elementos para a História do Município de Alcácer, nº 2 (III Parte – A) http://www.cm- alcacerdosal.pt/PT/Actualidade/Publicacoes/Paginas/EstudosdoGabinetedeArqueologia.aspx 1

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Elementos sobre História e Arqueologia

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Ficha Técnica

Tema do Segundo Volume - TORRÃO DO ALENTEJO: Elementos sobre História e Arqueologia.

Colecção Digital – Elementos para a História do Município de Alcácer do Sal, nº 2 (III Parte)

(Para facilitar a consulta em PDF, o livro foi dividido em 3 Partes, seguindo de perto a estrutura inicial)

Coordenação – Vereação do Pelouro da Cultura

Concepção: Gabinete de Arqueologia para apoio da Feira Anual do Torrão.

Capa, Grafismo e Desenhos – Dos autores

Cartografia elaborada pelos autores sobre bases digitais do Google Earth 2008 e do Earth Explorer

5.0, da Motherplanet.com

Fotografias – António Rafael Carvalho e Mário Perna

Edição on-line – Município de Alcácer do Sal, com colaboração da Junta de Freguesia do Torrão

Freguesia do Torrão; Município de Alcácer do Sal, Agosto de 2008

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Índice da III Parte (A)

III Parte – Anexos (António Rafael Carvalho e A. Catarina Cabrita) 4

► Monumentos da Vila do Torrão 5

► Planta da Vila do Torrão: Roteiro do Património 6

◄ Património Arqueológico 7

● Castelos 7

● Monte da Tumba 8

● Ocupação Romana da Fonte Santa e Penedo Minhoto 8

● Calçadinha e Ponte de Origem Romana 9

● Musalla Islâmica do Torrão 9

◄ O Património Religioso 12

● Igreja de N ª Srª da Assunção 12

● Nossa Srª da Albergaria 16

● Igreja do Carmo 18

◄ Conventos Religiosos 20

● Convento de S. Francisco 20

● Convento das Freiras Clarissas 22

◄ Ermidas da Freguesia do Torrão 22

● O papel das Ermidas no Espaço rural do Torrão. 22

● Ermida de S. João do Azinhal 23

● Ermida de S Fausto 25

● Ermida de N ª S ª do Bom Sucesso 26

● Ermida de S. João da Ponte 29

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Monumentos da Vila do Torrão

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Planta da Vila do Torrão:

Roteiro do Património

Para mais informações, contactar:

Junta de Freguesia do Torrão – [email protected] - Tel: 265 669 245

Turismo do Município de Alcácer do Sal – [email protected] - Tel: 265 610 070 fax 265 610 079

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◄ Património Arqueológico

● Castelos

Local onde se localiza a Torre do Deposito de Água do Torrão e origem do povoamento da

actual Vila do Torrão.

Os primeiros indícios de presença humana neste local, datam do Período Calcolítico e são

contemporâneos da ocupação do Monte da Tumba. Mantêm a ocupação durante o Horizonte

Campaniforme.

Segundo João Carlos Faria, foram recolhidos junto à Igreja matriz alguns “vidros romanos”.

Em contexto Medieval, terá sido construído um Castelo com muros em taipa, que entretanto

desapareceu.

Os muçulmanos terão ocupado o local, contudo, os elementos cerâmicos à superfície são quase

todos dos séculos XV/XVI.

Em 1260 temos a notícia que estava encomendada por um cavaleiro chamado Fernando

Vermudes e poucos anos depois, no tempo do Mestre Pedro Escacho as suas rendas ascendiam a 1 800

libras.

Em meados do século XIV, o castelo já tinha caído em ruína. A Ordem vai investir 2 000 libras

na sua recuperação, mas o trabalho ficou incompleto, porque era necessário mais 1 000 libras.

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Para um melhor enquadramento histórico do Castelo do Torrão e o seu papel para a construção

da realidade actual, aconselhamos a ler o nosso artigo inserido neste volume (I Parte), dedicado à

romanização e islamização do Torrão.

Neste momento, não existe nenhum vestígio da estrutura militar medieval, mas vale a pena uma

visita demorada ao local, por causa da paisagem magnífica e pela oportunidade em visitar a Igreja Matriz.

● Monte da Tumba

Povoado Pré-Histórico fortificado, que se localiza a sul da vila do Torrão. Foi objecto de

trabalhos arqueológicos no século passado, que mostraram a grande importância científica do local.

Datado do Período Calcolítico, apresenta uma espessa muralha e casas de planta circular com base em

pedra, testemunhos do modo de vida no Torrão por volta do 2 Milénio a. C.

● Ocupação Romana da Fonte Santa e Penedo Minhoto (ver artigo de João Carlos Faria e Marisol

Aires Ferreira, inserido na II Parte))

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● Calçadinha e Ponte de Origem Romana (ler o nosso trabalho sobre a resenha histórica do Torrão,

inserida na I Parte deste numero monográfico)

Vestígios da estrada romana de ligação entre Salacia/Alcácer e Beja. A ponte actualmente

existente não apresenta nenhum apontamento arquitectónico romano, contudo poderemos supor que a sua

origem assenta numa origem romana, tendo em conta a importância do itinerário e a função que o Torrão

poderia ter como provável vicus/Aldeia de apoio à estrada.

● Musalla Islâmica do Torrão.

Temos em preparação um estudo sobre este monumento.

Pela importância que tem para a história do Torrão, optamos por inserir nesta breve nota algumas

imagens de satélite, permitindo deste modo o leitor comparar o monumento do Torrão com outros de

natureza arquitectónica similar, que existem em Espanha e em Marrocos.

Convêm frisar desde já que uma Musalla não é uma mesquita.

Apesar de apresentar uma linguagem arquitectónica semelhante, com um muro da Qiblah e a

torre do Mihrab orientados de forma canónica, as musallas são quase sempre espaços amplos, abertos,

por vezes com escassa compartimentação interna. Noutros casos poderá resumir-se a um terreno

descampado junto a uma povoação, sem nenhuma estrutura edificada. Em contexto islâmico, todo o

espaço geográfico é adequado para rezar, por isso não é obrigatório a existência de estruturas de apoio.

As musallas, só eram

utilizadas pela comunidade

islâmica, duas vezes por ano:

- Festejar o final do

Ramadão e o Nascimento da

Lua Nova.

Actualmente no Norte

de África, tendo em conta a

elevada taxa demográfica das

cidades, são os estádios de

futebol que assumem a função

de musalla.

Reconstituição hipotética da musalla do Torrão.

O Mihrab encontra-se sensivelmente orientado para o nascer do Sol durante a Primavera.

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Fotografia actual do monumento, que actualmente faz parte da cerca do convento das Clarissas do Torrão

Vista de satélite da Mesquita de Córdova

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Vista de satélite da musalla do Torrão.

Apesar de ter uma orientação ligeiramente diferente das patentes, na Mesquita de Córdova ou na Mesquita de Ribat al-Fath,

o monumento do Torrão, possui os requisitos arquitectónicos para uma estrutura desta natureza.

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◄ O Património Religioso

Alertamos desde já, que não pretendemos apresentar neste anexo, um estudo dos monumentos do

Torrão. Queremos unicamente apresentar algumas fotografias, mais numa perspectiva de divulgação,

demonstrado de uma forma clara porque vale a pena vir até ao Torrão, saborear as suas riquezas

gastronómicas e conhecer melhor os seus monumentos.

A Vila do Torrão pode ser comparada a um diadema, salpicado de jóias, que coroa uma colina

que sobressai da paisagem envolvente.

Cada pedra preciosa corresponde a um monumento ou uma casa brasonada.

É natural que grande parte do legado patrimonial que chegou até aos nossos dias, correspondam

a Igrejas e a Ermidas, dada a importância que o sagrado e a protecção divina tinham nesses séculos

passados.

O Torrão sempre foi uma terra de gentes devotas e preocupadas pelo próximo, tanto em contexto

islâmico como no cristão.

O que chegou até aos nossos dias foi a sacralização dos espaços religiosos, tão necessários para

darem sentido à vida, em épocas problemáticas de guerras, pestes e crises alimentares.

Curiosamente, do património militar, pouco ou nada sobreviveu até hoje, a não ser a memória e um relato

ou outro fixado em palavras escritas...

● Igreja de Nossa Senhora da Assunção

(Antiga Igreja de Santa Maria do Torrão)

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Imponente construção, que molda a paisagem urbana do Torrão, sendo visível a vários

quilómetros.

Este facto não é gratuito e tem a ver com a importância que teve após a conquista do Torrão em

meados do século XIII. Por alguma razão se localiza na área do antigo castelo.

Durante a Idade Média, tanto em contexto Muçulmano como no Cristão, a localização dos

imóveis obedecem a regras precisas. A sua volumetria e diálogo visual do conjunto, servem também

como “marcas de poder” aos habitantes e viajantes, mostrando a importância que teriam em determinada

época.

O facto de o castelo ter desaparecido precocemente e de a Igreja matriz ter sobrevivido, mostra

que o clero teve mais importância no Torrão que o aparelho militar aqui instalado e que após a conquista

do território, começou a perder sentido.

Após a conquista definitiva do Torrão, entre 1217 e 1225, a “mesquita” terá sido purificada e

transformada em Igreja cujo orago foi atribuído a Santa Maria, como era usual na época.

É de aceitar que o espaço estivesse dentro do recinto amuralhado islâmico, o qual consistia numa

muralha em taipa, como é referida nas “Memórias Paroquiais” do século XVIII.

Terá sido consagrada nessa altura a Santa Maria, como era usual numa igreja localizada na sede

administrativa de um concelho medieval.

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Segundo o estudo de Cristina Gomes Pimenta1, sabemos que em 1510 a igreja era chamada de

Santa Maria, denominação que ainda encontramos em 1534.

Em 1510 o Prior era Luís Carreira, processo da Ordem de Santiago.

Tinha de Mantimento: 10 000 reais e com a tesouraria, 500 reais.

Como obrigações, tinha a missa aos Domingos e festas, a cura das almas, por acordo com os

beneficiados.

Sancho Garcia e João Dias, aparecem como beneficiados nesse ano de 1510.

Nas obrigações, figuram todas as missas e rezar as horas no coro e ajudar às missas do Prior e

dar a unção e comunhão.

Como confraria anexa, figura a de Nossa Senhora.

Como Capelas anexas, figuram as de João Falcão, do Santo Espírito, de Madalena Fernandes e

de João Pinheiro.

Segundo o mesmo estudo, (Pimenta, p. 225), para 1534, foram referenciados os seguintes

elementos:

Prior: Diogo Rodrigues, capelão de D. Jorge, ausente.

Capelães: Manuel Carreira e Pedro Eanes, cléricos de missa do hábito de Santiago.

Mantimentos: 2 moios de trigo e 1 000 reais

Obrigações: missa em dias alternados com o outro capelão

Confrarias anexas: de Nossa Senhora

Capelas anexas: de João Falcão, de Santo Espírito, de Fernão Sousa Borges, de Madalena

Fernandes e de João Pinheiro.

Segundo as Memórias Paroquiais, referentes à Vila do Torrão e escritas em Junho 29 de 1758,

pelo Prior da Matriz, Francisco Carneiro e Alves:

“6. Tem Igreja Matriz, e está em um alto para a parte do poente, fora da vila, junto ao Paço do

Grã Mestre Dom Jorge, a que chamam o Castelo, hoje arruinado, cercado de muro de taipa, o qual

visitou Dom Rodrigo de Menesses fidalgo da Casa de Sua Mejestade, Comendador das Comendas da vila

de Cacela, e da Igreja do Salvador de Santarém, e João Fernandes Barregão Prior de Nossa Senhora do

Castelo de Alcácer, ambos visitadores, em Dezembro de mil e quinhentos sessenta, e cinco.(...)

7. É o Orago da Matriz, Nossa Senhora da Assunção. Tem dez altares, o Altar Maior bem

adornado, capela grande, boa tribuna, e de Naves com colunas, como era a Igreja de São Nicolau da

Cidade de Lisboa.

Primeiro colateral, a Senhora da Vitória dos Brancos. O Senhor Santo António, em cuja Capela

está a venerável Imagem do Senhor dos Passos. Terceira Capela do Senhor Amaro com graves quadros,

pintura antiga. Quarta capela é da Senhora do rosário, Imagem venerada, e prodigiosa; de grande

estatura; cuja Capela, mandou fazer o Padre Semião Fernandes Ochoa; e Álvaro Correia de Freitas da

vila de Alcácer do Sal; e servia de carueira, e fez escritura dela para a dita Senhora, que hoje se acha

1 Pimenta, Maria Cristina Gomes, 2002, As Ordens de Avis e de Santiago na Baixa Idade Média: O Governo de D. Jorge, p. 225.

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com grave tribuna; bem pintada, e ornada a Capela. A Senhora com bons vestidos: que tudo se deve à

minha devoção, que tenho dito á dita Senhora dos Remédios

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● Nossa Srª da Albergaria

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Provavelmente terá correspondido a uma estalagem medieval, como o seu nome indica.

No século XV a estalagem foi transformada em Igreja, por iniciativa de D. Margarida de Areda.

Em 1636 foi englobada na Misericórdia do Torrão por ordem do Cardeal D. Henrique.

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● Igreja do Carmo

A sua história ainda é mal conhecida. Localiza-se no edifício da actual sede da Freguesia do

Torrão. Em meados do século XX foi aqui criada a Casa do Povo do Torrão.

A questão que se põe é o porque de uma Igreja do Carmo na vila do Torrão!

- Faria parte de um convento na vila, entretanto desaparecido?

- Consistia parte de património de um convento exterior ao Torrão?

- Terá sido construído por iniciativa particular?

Na realidade é pouco o que sabemos deste espaço religioso, actualmente partilhado pela sede de

freguesia do Torrão, possuindo no corpo da Igreja um pólo da biblioteca municipal de Alcácer.

Numa síntese, a Ordem do Carmo, nasceu da regra dada por St.º Alberto, patriarca de Jerusalém,

aos Carmelitas em 1209 e aprovado pelo Papa Honório III, em 30 de Novembro de 1226.2

2 P.ª Casimiro Vloon, (O.carm), 1983, Carmelitas. Bens. Dicionário de História da Igreja em Portugal, Direcção de António Alberto Banha de Andrade, 2º V., p. 618-620.

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Como ordem mendicante, de início não podia ter bens e viviam “ o modelo da Igreja primitiva”

A gestão dos bens era efectuada por um frade designado para o efeito, que ia dando resposta às

necessidades de cada um. Era porem permitido a posse de animais e aves para alimentação e burros ou

mulas, consoante as necessidades.

A Ordem do Carmo entrou em Portugal em 1251, com a fundação de um convento na vila de

Moura, num espaço doado pelos freires militares de S. João de Jerusalém (Hospitalários).

Estes vêm como padres espirituais dos Hospitalários.

O grande impulso para a expansão da Ordem em Portugal é dado por D. Nuno alvares Pereira,

com a fundação do Convento do Carmo em Lisboa.

Quando se deu em 1834, a extinção das Ordens Religiosas, os seus bens foram vendidos em

hasta pública.

A questão que fica em aberto, prende-se com a presença de uma Igreja do Carmo no Torrão!

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◄ Conventos Religiosos

● Convento de S. Francisco

O convento terá sido fundado no século XVI e entregue á Ordem de S. Francisco. Este dado é

importante porque como regra, os conventos desta ordem são sempre construídos nos arredores do espaço

urbano, junto a uma das entradas de acesso à vila.

Este elemento permite definir a dimensão da malha urbana do Torrão no início da Modernidade.

Em meados do século XVIII sofreu importantes obras de remodelação, como é visível na foto ao

lado, do tecto da igreja conventual.

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● Convento das Freiras Clarissas

Terá sido fundado em 1560 por Dª Brites Pinto. Em 1599 a Infanta D. Maria, filha de D. Manuel

transformou-a em convento de Clarissas, consagrando-a a Nossa Senhora da Graça. Actualmente é

propriedade particular, desde meados do século XIX.

É na cerca deste convento, num espaço voltado a sul que fica localizada a musalla islâmica do

Torrão

◄ Ermidas da Freguesia do Torrão

● O papel das Ermidas no Espaço rural do Torrão.

As ermidas em contexto medieval não se resumem a espaços sagrados de devoção popular,

objecto de romarias sazonais ligadas aos ciclos da natureza.

Numa tradição que remonta à Antiguidade Tardia, as ermidas localizadas nos arredores de uma

estrutura urbana, contribuem para a defesa espiritual/sobrenatural dos seus habitantes acantonados dentro

de muralhas, face aos perigos da época (cercos, banditismo, guerras).

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Daí a sua implantação em locais estratégicos, com boa visibilidade e as lendas de carácter militar

que por vezes acompanham a sua fundação.

Esta mais valia militar podemos encontrar em textos de alguns estrategas militares do Período

Moderno, que referem as ermidas como atalaias defensivas que contribuem para a defesa activa dos

espaços urbanos.

● Ermida de S. João dos Azinhais

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Uma das jóias escondidas do património do Torrão, à sua espera.

Local aprazível, surge como um oásis junto às águas da albufeira da Barragem de Vale do Gaio.

Ao longe é visível o casario branco da Vila do Torrão, coroado com as torres sineiras das suas igreja.

A ermida actual, é uma construção de meados do século XVII, que assenta sobre estruturas de

uma villae romana, que perdurou até ao Período Visigótico. Nessa Fase, nas vésperas da conquista

islâmica, foi erguida uma igreja dedicada a dois mártires hispânicos, Justo e Pastor, martirizados no

tempo do imperador Diocleciano. A memória de espaço sagrado foi mantida ao longo dos séculos, o que

leva a supor que de alguma maneira, o espaço manteve-se como pólo de peregrinação cristão em contexto

islâmico logo após a conquista no século VIII.

É provável que na fase Tardo islâmica tenha havido uma apropriação da ermida paleocristã e que

esta tenha sido transformada num ribat, dada a sua localização estratégica de defesa do Torrão.

Uma pista interessante, que permite apontar para o aproveitamento militar do espaço, tem a ver

com uma lenda, na qual D Afonso Henriques teria pernoitado aqui com as suas tropas.

Pensamos que se trata da adaptação e cristianização da memória da utilização do espaço sagrado

em contexto militar tardo islâmico.

Por fim importa referir que a zona exterior do altar –mor, cuja planta e orientação sugere a

existência de uma torre atalaia, apresenta dois “gigantes” em forma de torre, ambos de planta circular,

dando um ar militarizado a esta ermida.

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● Ermida de S Fausto

Ermida localizada junto ao Torrão, na margem oposta do rio Xarrama, no alto de uma vasta

colina.

Em termos de implantação e provável génese, assemelha-se ao padrão descrito para S. João dos

Azinhais, contudo temos menos dados.

A ermida actual foi erguida sobre uma ocupação humana de tipologia indeterminada. O orago

que possui, S. Fausto parece remontar à Antiguidade Tardia, contudo a construção actualmente existente

remonta a meados do século XVII.

Nesta fase da Contra-Reforma, pós Concilio de Trento, assiste-se em Portugal e em Espanha, à

sacralização progressiva de espaços sagrados, cristão ou não, como forma de os conquistar para a

verdadeira fé.

De referir que junto à ermida fica localizada os restos de uma anta pré-histórica, onde segundo a

lenda terá sido encontrada uma imagem do mártires. S. fausto era o protector contra as febres, pragas e

pestes.

A sua posição estratégica também representou uma mais valia como atalaia para a defesa militar

do Torrão.

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● Ermida de N ª S ª do Bom Sucesso

Alguns autores defendem a sua construção por iniciativa de D. Manuel I, no início do século

XVI. Na realidade pouco sabemos da história desta ermida.

A ermida localiza-se num local impar em termos de visibilidade, permitindo um domínio do

espaço circundante que entra mais no âmbito militar do que religiosos.

Para sul é possível ver um conjunto de povoações, como Beja, Ferreira do Alentejo ou Odivelas.

Na linha do horizonte é visível a crista da serra de Grândola e à noite, as luzes de Alcácer do Sal,

querendo isto dizer que com um sistema de almenaras (utilizando fogueiras) era possível comunicar

directamente com Alcácer.

Por outro lado, dominamos o espaço urbano do Torrão e o acesso à ponte do Xarrama.

Este é um dos raros locais localizados a norte onde é possível ver a ermida de S. João dos

Azinhais. Não estamos perante uma coincidência, mas antes perante um dado importante que importa

reflectir.

Todo este conjunto de elementos só têm sentido, se for ao encontro da “sacralização ulterior do

espaço” e à devoção que ele teria na população do Torrão em contexto Medieval.

Retomando o que foi dito anteriormente, que a localização estratégica do espaço, permite um

controle visual excepcional, que permite observar na linha do horizonte as serras de Grândola, Arrábida,

as luzes de Alcácer, Palmela e Beja, estamos a crer que terá existido aqui ou próximo, uma atalaia, de

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génese provavelmente islâmica, que terá sido mantida. A persistência sagrada do espaço ao longo dos

séculos, permite supor que esse posto de vigilância islâmico poderia ter função de ribat.

De notar que estes ribates poderiam resumir-se a simples torres em taipa e alvenaria, ou até

mesmo em material perecível, como madeira ou canas.

Em contexto islâmico, o que atribui o nome à estrutura, não é a função, mas sim o que as pessoas

fazem nesse espaço, por isso não existe uma “norma Arquitectónica específica”, o que também explica a

sua “invisibilidade” em termos de documentação histórica e arqueológica.

O que prevalece é a “memória do espaço sagrado” e a devoção que as populações sentem em

relação a ele, numa cumplicidade de gerações, em códigos e rituais que só os Torrenenses sabiam e

praticavam

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● Ermida de S. João da Ponte

Orago muito interessante atribuído a uma ponte. De facto, S. João Baptista, eremita que prefere a

vida solitária e que inicia o Baptismo, é o mensageiro que prenuncia a chegada do verdadeiro Messias,

baptizando-o. Talvez seja essa a mensagem sagrada do espaço: - Protecção aos viajantes e comerciantes,

numa altura em que o banditismo era um fenómeno endémico que assolavam as rotas comerciais.

Da ermida pouco sabemos, segundo os dados actualmente existentes, terá sido construída em

meados do século XVI.

É notório a preocupação dos Torrenenses em relação aos comerciantes e viajantes, no decurso

dos séculos. Este facto terá cimentado as devoções, como parecem serem os casos documentados da

Igreja de Nª Sª da Albergaria e S. João da Ponte.