trabalho de conclusão de curso - pergamum.univale.br · estudo de viabilidade para mecanizaÇÃo...
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UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE
FACULDADE DE ENGENHARIA
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
Gustavo Costa Alves Fonseca
Marcelo Soares do Carmo
Rafael Ferreira Tavares
ESTUDO DE VIABILIDADE PARA MECANIZAÇÃO DAS ETAPAS DE CHAPISCO,
EMBOÇO E REBOCO NA CONSTRUÇÃO CIVIL
GOVERNADOR VALADADRES
2011
Gustavo Costa Alves Fonseca
Marcelo Soares do Carmo
Rafael Ferreira Tavares
ESTUDO DE VIABILIDADE PARA MECANIZAÇÃO DAS ETAPAS DE CHAPISCO,
EMBOÇO E REBOCO NA CONSTRUÇÃO CIVIL
Trabalho de Conclusão do Curso para
obtenção do grau de bacharel em
Engenharia Civil, apresentada à
Faculdade de Engenharia da
Universidade Vale do Rio Doce.
Orientador: Anderson Caetano Gusmão
GOVERNADOR VALADARES
2011
Gustavo Costa Alves Fonseca
Marcelo Soares do Carmo
Rafael Ferreira Tavares
ESTUDO DE VIABILIDADE PARA MECANIZAÇÃO DAS ETAPAS DE CHAPISCO,
EMBOÇO E REBOCO NA CONSTRUÇÃO CIVIL
Trabalho de Conclusão do Curso para
obtenção do grau de bacharel em
Engenharia Civil, apresentada à
Faculdade de Engenharia da
Universidade Vale do Rio Doce.
Orientador: Anderson Caetano Gusmão
Governador Valadares, ___ de dezembro de 2011.
Banca Examinadora:
__________________________________________ Prof. Almir Cleber Lacorte
Universidade Vale do Rio Doce
__________________________________________ Prof. Anderson Caetano Gusmão Universidade Vale do Rio Doce
__________________________________________ Prof. Oton Silva Soares
Universidade Vale do Rio Doce
AGRADECIMENTOS
Agradecemos primeiramente a Deus pela luz, força e as bênçãos derramadas nesta
longa caminhada.
Agradecemos aos professores e mestres pela dedicação e paciência.
Aos nossos familiares pela paciência, carinho e orações.
A todos que, de alguma forma contribuíram para que este trabalho fosse possível.
“O mundo é um lugar perigoso de se
viver, não por causa daqueles que fazem
o mal, mas sim por causa daqueles que
observam e deixam o mal acontecer.”
Albert Einstein
RESUMO
Este trabalho estuda a viabilidade financeira em se adotar um método de projeção
de argamassa de forma mecanizado comparando os custos das formas de projeção
convencional (manual) e mecanizada. Desta maneira, pretende-se apresentar uma
forma bastante eficiente de introduzir a mecanização na construção civil a fim de
diminuir custos e prazos de execução. Especificamente, trata-se de uma maneira
viável de melhorar as aplicações de chapisco, emboço e reboco na construção civil,
sendo este último não abordado devido a sua baixa utilização atualmente, já que os
construtores têm preferido por apenas duas camadas de revestimento. Para a
comparação, foram levantados dados através de medições em diferentes obras e
adotados valores de produtividade encontrados em outras publicações acadêmicas
e comerciais. Foi medida a quantidade de horas-trabalhadas de uma equipe, por
metro quadrado de revestimento realizado pelo método de projeção por spray de ar
comprimido com recipiente acoplado (“canequinha”). A medição trouxe um resultado
de 0,10 h/m2 de emboço pelo método mecanizado com a “Canequinha B”. A “Bomba
A” de argamassa teve uma produtividade média adotada de 0,043 h/m². Em relação
aos custos de aquisição do equipamento, utilizando-se de ferramentas de
orçamentação de capital como VPL e payback descontado, foi verificado que a
Bomba A (R$ 34.920,00) necessita de uma produção média de 2946,62 m² por ano
para o retorno do capital investido durante a vida útil da máquina, que é de cinco
anos. A canequinha B (R$ 4.890,00) necessita de uma produção média de 710,72
m² por ano para o mesmo fim. Os custos por metro quadrado de serviço encontrados
foram de R$ 17,53 para a Bomba A adquirida, R$ 17,77 para a Bomba A alugada,
R$ 15,27 para a canequinha B e R$ 20,47 para o serviço manual. Isso demonstra
que o método de projeção por spray é o mais vantajoso para as produtividades
encontradas.
Palavras-chave: Projeção de argamassa. Mecanização. Viabilidade financeira.
ABSTRACT
This work studies the financial feasibility of adopting a method projection mortar
mechanically comparing the costs of conventional forms of projection (manual) and
mechanized. It aims to present a very efficient way to introduce mechanization in
construction in order to reduce costs and deadlines execution. Data were collected
through productivity measurements of equipment named “cannikin” and values about
mortar pumps and the conventional method were adopted based on others academic
or commercial publications. The “Cannikin B” productivity level was 0,10 h/m² of
rendering. It was adopted a value of 0,043 h/m² for the “Pump A” and 0,40 h/m² for
the manual method. The price to acquire the “Pump A” is US$ 18.875,67 and through
tools of capital budgeting as NPV and discounted payback, it was possible to appoint
that the “Pump A” had a demand of 2946,62 m² of rendering so the builder could
have returned his invested capital. The “Cannikin B” costs US$ 2.643,24 and had a
demand of 710,72 m² for the same purpose. The price per square meter encountered
for each situation was: US$ 9,47 for a bought “Pump A”, US$ 9,60 for a rented
“Pump A”, US$ 8,25 for the “Cannikin B” and US$ 11,06 for the conventional method.
It demonstrates that the projection using the “Cannikin B” is the most advantageous
to the productivity levels adopted.
Key-words: Mortar projection. Mechanization. Financial feasibility.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Fluxograma dos processos para argamassa mista preparada em obra ... 18
Figura 2 - Fluxograma dos processos para argamassa industrializada em sacos ... 18
Figura 3 - a) Abastecimento do equipamento; b) Equipamento em funcionamento. . 21
Figura 4 - a) Orifícios que permitem a saída do ar; b) furos para passagem da
argamassa; c) detalhe do registro (gatilho); d) vista geral da canequinha. ............... 22
Figura 5 - a) aplicação errada; b) aplicação correta. ................................................. 23
Figura 6 - a) projeção por eixo helicoidal; b) projeção por pistão .............................. 24
Figura 7 - Aplicação em zigue-zague do revestimento bombeado ............................ 24
Figura 8 - Obra n º 1. ................................................................................................. 37
Figura 9 - Obra nº 2. .................................................................................................. 38
Figura 10 - a) Vista "wireframe" do equipamento; b) Vista renderizada do
equipamento. ............................................................................................................. 39
Figura 11 - a) Recipiente para argamassa e tubo com saídas de ar; b) Furo para a
saída da argamassa; c) Recipiente pronto. ............................................................... 40
Figura 12 - a) Parede chapiscada; b) Parede já revestida. ....................................... 44
Figura 13 - Aspecto de textura do revestimento projetado. ....................................... 45
Figura 14 - Gráfico de comparação ........................................................................... 51
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Espessuras admissíveis de revestimentos ............................................... 15
Tabela 2 - Espessuras mínimas nos pontos críticos ................................................. 16
Tabela 3 - Controle de recebimento de materiais ...................................................... 19
Tabela 4 - Tabela para determinação do custo horário do combustível .................... 32
Tabela 5 - BDI adotado pelo grupo ........................................................................... 42
Tabela 6 - Tabela de Encargos Sociais para mensalistas ......................................... 43
Tabela 7 - Demonstração do custo horário da Bomba A. .......................................... 47
Tabela 8 - VPL nulo da Bomba A .............................................................................. 47
Tabela 9 - Payback descontado da Bomba A ........................................................... 48
Tabela 10 - Demonstração do custo horário da Canequinha B ................................. 48
Tabela 11 - VPL nulo da Canequinha B .................................................................... 49
Tabela 12 – Payback descontado da Canequinha B ................................................. 49
Tabela 13 - Composição de custo do serviço manual ............................................... 50
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 11
2 OBJETIVOS ........................................................................................................... 13
2.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................. 13
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................... 13
3 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................... 14
4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................. 15
4.1 REVESTIMENTOS DE ARGAMASSA ................................................................ 15
4.1.1 Chapisco ......................................................................................................... 16
4.1.2 Emboço ........................................................................................................... 16
4.1.3 Taliscamento e mestras ................................................................................. 17
4.1.4 Argamassas industrializadas ........................................................................ 17
4.2 TECNOLOGIA NA CONSTRUÇÃO CIVIL ........................................................... 19
4.3 EQUIPAMENTOS DE PROJEÇÃO DE ARGAMASSA ....................................... 20
4.3.1 Projetor tipo spray de ar comprimido com recipiente acoplado ................ 21
4.3.2 Bomba de projeção de argamassa ............................................................... 23
4.3.2.1 Argamassa de gesso e outros acabamentos projetáveis ........................ 25
4.3.3 Qualidade do revestimento projetado .......................................................... 25
4.4 INVESTIMENTO EM EQUIPAMENTOS ............................................................. 26
4.4.1 Olhar financeiro: técnicas de orçamento de capital .................................... 26
4.4.1.1 Payback descontado ..................................................................................... 27
4.4.1.2 VPL ................................................................................................................ 27
4.4.1.3 TIR ................................................................................................................. 28
4.4.2 Olhar pelo setor de orçamentação ............................................................... 28
4.4.2.1 Depreciação .................................................................................................. 30
4.4.2.1.1 Método linear .............................................................................................. 30
4.4.2.1.2 Método do saldo devedor ........................................................................... 30
4.4.2.1.3 Método da soma dos anos ......................................................................... 31
4.4.2.2 Juros .............................................................................................................. 31
4.4.2.3 Pneus ............................................................................................................ 31
4.4.2.4 Combustível e energia elétrica ...................................................................... 32
4.4.2.5 Lubrificantes .................................................................................................. 32
4.4.2.6 Mão de obra .................................................................................................. 33
4.4.2.7 Manutenção ................................................................................................... 33
4.4.2.8 Equipamento alugado.................................................................................... 34
4.5 PRODUTIVIDADE ............................................................................................... 34
4.5.1 Razão Unitária de Produção .......................................................................... 35
4.6 BDI ...................................................................................................................... 35
5 metodologia de trabalho ...................................................................................... 37
5.1 COMPARAÇÃO DE PRODUTIVIDADE .............................................................. 37
5.1.2 Desenvolvimento do equipamento ............................................................... 39
5.2 ORÇAMENTO DE CAPITAL ............................................................................... 40
5.2.1 Critérios adotados .......................................................................................... 41
5.2.1.1 Escolha do BDI .............................................................................................. 42
5.2.1.2 Encargos da mão de obra ............................................................................. 42
6 DEMONSTRAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS .......................................... 44
6.1 COLETA DE DADOS EM CAMPO ...................................................................... 44
6.1.2 Dificuldades no equipamento produzido ..................................................... 46
6.2 ADOÇÃO DE ÍNDICES DE PRODUTIVIDADE ................................................... 46
6.3 PLANILHAS DE ORÇAMENTO DE CAPITAL ..................................................... 47
6.4 VIABILIDADE DE LOCAÇÃO .............................................................................. 50
6.5 ANÁLISE FINAL DOS RESULTADOS ................................................................ 52
7 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 53
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 55
11
1 INTRODUÇÃO
O que se espera dos novos engenheiros civis é a procura pela constante
melhoria dos serviços e processos na construção civil, em que sejam menos
custosos, mais rápidos e sustentavelmente corretos. Esse desafio deve ser
encarado com extrema seriedade, pois essa busca é fator decisivo para se
sobressair no atual mercado, cada vez mais competitivo. A busca pela
racionalização de algumas etapas pode ser um desses fatores decisivos.
Ao longo do tempo, diversos setores da economia têm se modernizado e
investido em novas tecnologias para melhoria dos seus produtos finais. A construção
civil, sobretudo a parte voltada a edificações, ainda anda em passos lentos, visto
que vários processos construtivos ainda são, de certa forma, arcaicos. O
levantamento de alvenarias para vedação, fabricação de argamassas, aplicação de
tintas e revestimentos, por exemplo, têm praticamente os mesmos procedimentos
executivos há décadas.
Os revestimentos de argamassa, industrializada ou não, ainda são aplicados
de forma manual em grande parte do país, inclusive na região de Governador
Valadares. Esta etapa depende muito de mão de obra bem treinada para que o
serviço seja de boa qualidade e o revestimento raramente apresenta uniformidade
durante sua execução.
O maquinário específico para esta etapa da construção civil, já vem se
desenvolvendo há algumas décadas, principalmente na Europa, sede de muitas
empresas que fabricam projetoras de argamassa. No Brasil essa tecnologia foi
apresentada apenas no final do século XX e mesmo com mais de vinte anos, ela é
pouquíssima aproveitada.
No Brasil predominam dois métodos de aplicação de argamassa por projeção:
um por recipiente acoplado aplicado com ar comprimido e outro por bombas, este
último é o que a Associação Brasileira de Argamassas Industrializadas (ABAI)
considera como o “verdadeiro” projetor de argamassas.
Os custos de implementação desse tipo de sistema ainda é uma das
principais barreiras para sua expansão. Outro empecilho é a mão de obra que tem
enorme dificuldade para superar paradigmas e abraçar novas tecnologias. Alguns
12
construtores que já se aproximaram desse método, simplesmente o abandonaram
devido à falta adaptação de seus funcionários.
O que deve ser explicitado é como a adoção de métodos para aplicação de
argamassa projetada trará benefícios para todo o conjunto da obra, diminuindo a
necessidade de grandes quantidades de trabalhadores, indo de encontro à escassez
de mão de obra no setor da construção civil. Outra questão abordável é saber se
vale a pena as construtoras se reestruturarem para a adoção do método ou o
surgimento de empresas especializadas nessa etapa seria uma alternativa mais
eficaz.
13
2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Demonstrar que a adoção do sistema mecanizado de projeção de
argamassas é economicamente viável para Governador Valadares e região,
trazendo resultados melhores aos obtidos com o método convencional.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
a) Comparar por meio de medições em campo e informações de fabricantes de
máquinas projetoras, a produtividade dos métodos convencional e
mecanizado de aplicação de revestimento de argamassa;
b) Determinar se é mais vantajoso adquirir o equipamento em definitivo
(comprar) ou se a locação é a saída mais indicada;
c) Identificar outros fatores que estão atrelados à mudança do método de
aplicação de revestimento de argamassa e seus consequentes custos e
benefícios;
d) Incentivar a busca por novas tecnologias na construção civil a fim de
modernizar ainda mais os processos.
14
3 JUSTIFICATIVA
O aquecimento acelerado do setor da construção civil e a facilidade na
obtenção de crédito para fins de habitação fizeram as construções de edificações
alcançarem um patamar nunca antes visto no Brasil. O setor impulsionou o
surgimento de inúmeras novas empresas atraídas pelo volume de dinheiro injetado
no mercado e a concorrência aumentou drasticamente. Nesse cenário, os
construtores necessitam se destacar em algum segmento do seu trabalho, pela
economia ou pela agilidade já trazer produtos de qualidade é obrigação de todos,
apesar de não ser possível observar isso claramente em todo o mercado.
O revestimento, segundo Salgado (2009), é o elemento que protege a
construção das intempéries (ventos, chuva, sol, variação da umidade, entre outros) e
garante estanqueidade a edificação. Mesmo sendo elemento tão importante, muitos
profissionais não tratam esta etapa com a seriedade necessária e o revestimento é
recorrente “vítima” de patologias, quase sempre por falta de acompanhamento do
engenheiro (ou responsável) na produção e aplicação da argamassa.
Diante dessa importância técnica e também econômica, já que o revestimento
representa de 2% a 4% do orçamento da construção, agilizar esta etapa e
consequentemente diminuir custos, principalmente com relação à mão de obra, é
uma grande vantagem para os construtores (CONSTRUÇÃO MERCADO, 2010). É
importante frisar que esse processo diminui a parcela de custo da parte operacional,
pois apenas 21% dos custos envolvidos na aplicação do revestimento são com
material (CONSTRUÇÃO MERCADO, 2010).
Além dos benefícios econômicos, o revestimento projetado ainda não
encontrou empecilho técnico em termos de patologia, porque os problemas
encontrados se devem mais a composição e produção da argamassa do que a fase
de projeção propriamente dita (CONSTRUÇÃO MERCADO, 2010).
Diante do cenário apresentado, este trabalho busca apresentar com clareza
as reais vantagens que os empresários, engenheiros e empreendedores da
construção civil, principalmente voltados à edificações, obterão ao substituir o
método convencional de aplicação de argamassa, pelo método mecanizado.
15
4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
4.1 REVESTIMENTOS DE ARGAMASSA
A NBR 13529 (ABNT, 1995) define o revestimento de argamassa como
“cobrimento de uma superfície com uma ou mais camadas superpostas de
argamassa, apto a receber acabamento decorativo ou constituir-se acabamento
final”. Esta camada deve ser aplicada sobre uma base (parede ou teto não
metálicos), previamente limpos respeitando as indicações da NBR 7200 (ABNT,
1998) que contempla substratos de tijolo e bloco cerâmico, bloco de concreto, de
concreto celular e sílico-calcário.
A NBR 13749 (ABNT, 1996) recomenda um desvio de prumo máximo de
H/900, sendo H a altura da parede em metros. A mesma norma sugere desnível de
nivelamento sempre inferior a L/900, sendo L o comprimento do maior vão do teto
em metros.
As espessuras máximas e mínimas recomendadas pela NBR 13749 (ABNT,
1996) estão descritas na tabela 1:
Tabela 1 - Espessuras admissíveis de revestimentos internos e externos
Revestimento Espessura
Parede interna 5 ≤ e ≤ 20
Parede externa 20 ≤ e ≤ 30
Teto interno e externo e ≤ 20 Fonte: ABNT NBR 13749 Nota: Dimensões em milímetros
Baía e Sabbatini (2001) recomendam que se use uma tela de aço
galvanizado, caso haja necessidade de revestimento com espessura maior a
máxima estabelecida em norma. Deve-se sempre, porém, respeitar o tempo de cura
de cada camada entre uma aplicação e outra, sendo este período de três dias entre
o chapisco e emboço, vinte e um ou dias se a argamassa de emboço for a base de
cal e sete dias se forem mistas ou hidráulicas entre emboço e reboco e mais vinte
16
um dias de idade entre o reboco e o acabamento final (ABNT, 1996). Segundo Baía
e Sabbatini (2001), espessuras mínimas diferentes devem ser utilizadas em alguns
casos de substratos específicos como mostrado na tabela 2:
Tabela 2 - Espessuras mínimas nos pontos críticos
TIPO DE BASE ESPESSURA MÍNIMA (mm)
Estrutura de concreto em pontos localizados 10
Alvenaria em pontos localizados 15
Vigas e pilares em regiões extensas 15
Alvenaria em regiões extensas 20 Fonte: Baía e Sabbatini (2001)
4.1.1 Chapisco
A NBR 13259 (ABNT, 1995) define o chapisco como uma camada de preparo
de base que tem o propósito de uniformizar a superfície em relação a absorção e
melhorar a aderência do revestimento. Este revestimento preliminar é bastante fluido
e constituído basicamente de cimento e areia grossa, quase sempre na proporção
de 1:3. Usualmente é preparado em obra, mas também é vendido como argamassa
industrializada, ou ainda, pode ser aplicado com rolo (chapisco rolado) na parede.
Segundo Salgado (2009) a espessura do chapisco deve variar entre cinco e sete
milímetros.
4.1.2 Emboço
O emboço é a camada de revestimento executada após o chapisco. Segundo
a NBR 13529 (ABNT, 1995) tem a finalidade de regularizar a camada anterior e
servir de base para outro revestimento, como reboco ou revestimento decorativo, ou
mesmo ser definida como acabamento final. Segundo Salgado (2009) é cada vez
17
mais comum adotarem-se apenas duas camadas de revestimento, o chapisco e o
emboço, antes do acabamento.
Baía e Sabbatini (2001) diferenciam essa segunda camada de revestimento
entre emboço (caso seja base para o reboco) e massa única (se for a última camada
de revestimento). Este trabalho tem maior enfoque na aplicação do emboço como
revestimento final.
4.1.3 Taliscamento e mestras
Baía e Sabbatini (2001) definem taliscamento como a etapa em que cacos
cerâmicos são fixados na base com a mesma argamassa que se usará para
revestimento que servem para demonstrar a altura da camada. É recomendada uma
distância horizontal máxima de 1,80 metros entre as taliscas, assentadas utilizando-
se de fios de prumo e linha (SALGADO, 2009) e entre as mesmas, verticalmente
devem ser feitas mestras para o auxílio do sarrafeamento. Mestras, segundo
Salgado (2009), são faixas de revestimento realizadas entre cada conjunto de
taliscas.
4.1.4 Argamassas industrializadas
As argamassas industrializadas podem ser definidas como:
Produto proveniente da dosagem controlada, em instalação própria, de aglomerante(s) de origem mineral, agregado(s) miúdo(s) e, eventualmente, aditivo(s) e adição(ões) em estado seco e homogêneo, ao qual o usuário somente necessita adicionar a quantidade de água requerida (ABNT, 1995, p. 4).
Esse produto ainda é muito pouco utilizado na construção civil. Excetuando as
argamassas colantes para assentamento de cerâmicas, pedras e outros
acabamentos, quase nenhuma outra etapa se utiliza desse produto. Regattieri e
Silva (2003) acreditam que isso se deve á falta de avaliação das empresas sobre a
possibilidade de ganhos na eficiência em processos que vão desde o recebimento à
18
utilização da argamassa. Os mesmos autores compararam os processos envolvidos
na utilização da argamassa preparada em obra e da industrial em fluxogramas,
conforme as figuras 1 e 2.
Figura 1 - Fluxograma dos processos para argamassa mista preparada em obra
Fonte: REGATTIERI e SILVA, 2003
Figura 2 - Fluxograma dos processos para argamassa industrializada em sacos
Fonte: REGATTIERI e SILVA, 2003
O uso da argamassa industrializada é um dos fatores que diferenciam os dois
métodos de projeção de argamassa existentes no Brasil. Enquanto a “canequinha”
aplica a argamassa virada em obra, a bomba projetora só aceita o produto
industrializado. Este é um importante fator de avaliação na hora do construtor
escolher o método que melhor lhe atende.
Uma grande vantagem da argamassa industrializada, esta ligada à logística,
está no fato de a mesma permitir um descarregamento mais mecanizado (tanto em
19
sacos quanto em silos) o que pode ter como consequência uma menor quantidade
de mão de obra envolvida e menor desperdício (REGATTIERI e SILVA, 2003).
Regattieri e Silva (2003) apontam também a maior necessidade de controle
da argamassa preparada em obra devido a maior quantidade de materiais
envolvidos na sua preparação. A tabela 3 demonstra alguns cuidados que devem
ser tomados durante o recebimento do material.
Tabela 3 - Controle de recebimento de materiais
Fonte: adaptado de SOUZA; TAMAKI, 2001 apud REGATTIERI e SILVA, 2003
4.2 TECNOLOGIA NA CONSTRUÇÃO CIVIL
Para Santos (2003) apud Corrêa (2008) a construção civil começou a se
industrializar no Brasil quando novos processos de construtivos começaram a
chegar a partir da década de 1980.
Abiko (2003) diferencia técnica de tecnologia ao dar o seguinte exemplo:
(...) o pedreiro ao assentar um tijolo para executar uma alvenaria, está utilizando uma técnica que envolve o conhecimento do manuseio da colher de pedreiro, o conhecimento da elaboração de uma argamassa de assentamento misturando cal, cimento, areia e água nas proporções adequadas, e a melhor amarração entre os tijolos e a sua colocação em prumo. O pedreiro ao executar esta alvenaria domina uma técnica e não uma tecnologia (ABIKO, 2003, p. 1)
20
O autor, porém, lembra que a falta de conhecimento da tecnologia não quer dizer
que o pedreiro executa mal a alvenaria, já que, neste segmento, o bom profissional é
aquele que domina a técnica. A definição de tecnologia poderia ser: “a solução de
problemas técnicos por meio de teorias, métodos e processos científicos” (ABIKO,
2003, p.2).
Segundo Abiko (2003) a falta de uma base teórica para aqueles que praticam
as técnicas construtivas ajudam a barrar o avanço de tecnologias para o setor da
construção civil. O autor aponta que as pessoas que adotam esse tipo de inovação
são geralmente “construtores e empresários que utilizam o conhecimento técnico e
científico desenvolvendo seus sistemas e processos construtivos” (ABIKO, 2003,
p.5).
4.3 EQUIPAMENTOS DE PROJEÇÃO DE ARGAMASSA
Ainda são poucas obras que abordam este assunto, a maioria relacionada ao
tema, apenas cita a possibilidade de se fazer a aplicação de argamassas de modo
manual e mecanizado. Os métodos de mecanização da etapa se dividem entre a
projeção por spray de ar comprimido com recipiente acoplado, conhecido como
“canequinha”, e a bomba de argamassa com eixo helicoidal ou bomba de pistão
(CONSTRUÇÃO MERCADO, 2010).
A projeção de argamassas na Europa data de longo período. Em países como
França e Portugal, esse método é bastante difundido e aplicado quase
exclusivamente com o uso das bombas de argamassa.
Independente do método adotado encontra-se qualidade no revestimento
projetado, já que a quantidade de ar no processo é reduzida e a constante energia
de lançamento da argamassa garante maior superfície de contato entre a
argamassa e o substrato e menor variação no coeficiente de aderência
(CONSTRUÇÃO MERCADO, 2010).
Além dos métodos citados, o grupo encontrou um terceiro método que
consiste na aplicação da argamassa por uma máquina de esteira. Esse equipamento
é abastecido manualmente e travado no piso e teto do local, enquanto sobe pelas
barras de apoio, sua esteira coleta argamassa no recipiente e a projeta na parede a
21
sua frente. A esteira, aparentemente, faz também o trabalho da régua, pois a
argamassa já fica com um aspecto de sarrafeada e desempenada. A figura 3 traz
uma dessas máquinas. O grupo não fez estudo específico sobre o equipamento, por
não ter encontrado informação suficiente sobre a máquina e seu desempenho.
a)
b)
Figura 3 - a) Abastecimento do equipamento; b) Equipamento em funcionamento.
Fonte: BARAM, 2011
4.3.1 Projetor tipo spray de ar comprimido com recipiente acoplado
A projeção por bomba de argamassa foi a primeira tecnologia que chegou ao
Brasil e devido a dificuldades em se adaptar ao processo, o método da projeção com
o recipiente acoplado é mais facilmente aceito (CONSTRUÇÃO MERCADO, 2010).
22
A “canequinha” consiste em um recipiente de plástico ou metal preso a uma
base metálica que possui 4 furos com cerca de 20 mm, por onde sai a argamassa, e
mais 4 orifícios com cerca de 2 mm por onde o ar é lançado (FERNANDES, 2007). A
base é ligada a um tubo metálico que serve tanto para apoio como para passagem
do ar comprimido, sendo que este tubo contém uma válvula que regula a entrada de
ar que vem do compressor (FERNANDES, 2007). A figura 4 ilustra bem a
composição da “canequinha”.
a) b)
C
c) d) Figura 4 - a) Orifícios que permitem a saída do ar; b) furos para passagem da argamassa; c) detalhe
do registro (gatilho); d) vista geral da canequinha.
Fonte: GRUPO, 2011.
Este método foi adotado principalmente em São Paulo, devido principalmente
à sua simplicidade de operação e quase nenhuma necessidade de treinamento
(TÉCHNE, 2008; FERNANDES, 2007), nem por isso não existam desvantagens,
como o peso do equipamento carregado (FERNANDES, 2007) e a própria
necessidade de ficar reabastecendo o equipamento, tornando a aplicação um
processo intermitente (CONSTRUÇÃO MERCADO, 2010).
A curvatura no tubo próximo ao engaste com o recipiente se deve a
necessidade de a aplicação ser feita de forma ortogonal a parede, de baixo para
23
cima (FERNANDES, 2010). A figura 5 ilustra a forma errada e a correta de se
proceder:
a) b)
Figura 5 - a) aplicação errada; b) aplicação correta.
Fonte: FERNANDES, 2010.
4.3.2 Bomba de projeção de argamassa
Os equipamentos de projeção de argamassa são mais sofisticados que o
apresentado no método anterior exigindo maiores mudanças na logística da obra e
normalmente vem integrado com um misturador de argamassa (PARAVISI, 2008). O
sistema também é impulsionado por ar comprimido, mas o equipamento também
possui um motor elétrico e um painel.
Essas máquinas possuem modelos de projeção por eixo helicoidal e por
pistão, sendo o primeiro mais indicado para produções menores (vazão de até 5
m³/h) e a outra para produção mais vultuosas, pois tem vazão de 20 m³/h
(PARAVISI, 2008). Goodier (2002) apud Paravisi (2008), porém afirma que o
sistema com pistão é menos confiável devido a presença de válvulas. A figura 6
ilustra ambos os meios de projeção.
24
a)
b)
Figura 6 - a) projeção por eixo helicoidal; b) projeção por pistão
Fonte: PARAVISI, 2008 apud SANTOS, 2003.
Diferente do movimento da “canequinha”, este método pede uma aplicação
em zigue-zague em movimentos horizontais. A figura 7 mostra o aspecto da parede
após a aplicação do revestimento.
Figura 7 - Aplicação em zigue-zague do revestimento bombeado
Fonte: CORRÊA, 2008.
25
Este método de aplicação de argamassa é ainda muito pouco adotado no
Brasil e sua utilização é concentrada em centros como Brasília, Salvador, Curitiba e
Campinas (CONSTRUÇÃO MERCADO, 2010). Os motivos dessa baixa adesão são
variados:
a) Alto custo de aquisição do equipamento;
b) Necessidade de treinamento especializado para a equipe de aplicadores;
c) Cuidados especiais na utilização de argamassa preparada em obra;
d) Mudanças em vários processos (necessidade de aprimoramento de logística)
para que o sistema funcione plenamente.
4.3.2.1 Argamassa de gesso e outros acabamentos projetáveis
Nenhum trabalho sobre projeção de argamassas de gesso projetadas pelo
método da “canequinha” foi encontrado, mas o a bomba de argamassa permite isso.
Existem empresas que fornecem argamassas de gesso e outros revestimentos
decorativos projetáveis exclusivos para projeção (TÉCHNE, 2010), sendo aplicadas
diretamente sobre o chapisco. É necessário observar, no entanto, se o equipamento
aceita esse tipo de argamassa, nem todos são preparados para isso.
4.3.3 Qualidade do revestimento projetado
Paravisi (2007) encontrou bons resultados na utilização da argamassa
projetada em relação à resistência de aderência à tração do revestimento. A autora
cita uma resistência média de 0,39 MPa, acima dos 0,30 MPa sugeridos por norma
ficando apenas 26,6% dos corpos de prova (em um de seus estudos de caso)
abaixo deste último valor.
Em relação a permeabilidade, Paravisi (2007) encontrou resultados bastante
variados, como 0,059 ml/min e 0,029 ml/min. A autora credita tal fato a grande
sensibilidade do ensaio às condições climáticas.
26
O revestimento apresenta um melhor comportamento quando tanto a etapa
de chapisco quanto de emboço são realizadas mecanicamente (PARAVISI, 2007,
p.113). Sobre o ponto de vista patológico, as empresas não observaram problemas
no revestimento que possa ser diretamente relacionado ao método de projeção, mas
sim com a argamassa (CONSTRUÇÃO MERCADO, 2010).
4.4 INVESTIMENTO EM EQUIPAMENTOS
“Quando o construtor adquire um equipamento, ele não está gastando seu
dinheiro – está investindo, está trocando uma quantia em dinheiro por um bem de
valor equivalente” (MATTOS, 2006, p. 110). É importante ressaltar que a aquisição
de equipamento de projeção trata-se de um investimento e, se sua compra foi bem
planejada, haverá retorno do capital investido, já que muitos profissionais da área
desistem da mudança devido aos preços envolvidos na aquisição do equipamento.
Outros podem acabar comprando o aparelho sem observar se tem serviços
suficientes que viabilizem economicamente o investimento.
A avaliação da aquisição de um equipamento pode ser observada por dois
aspectos: sob o olhar do setor financeiro da empresa e de orçamentação
(especificamente para obras), porém ambos devem apontar para um mesmo fim.
4.4.1 Olhar financeiro: técnicas de orçamento de capital
As empresas desenvolvem fluxos de caixa relevantes para decidirem sobre
variados tipos de projetos de investimento, que podem acabar sendo aceitos,
rejeitados ou colocados em ordem de importância (GITMAN, 2001, p. 299). Existem
ferramentas que auxiliam a essa tomada de decisão ao projetar o tempo de retorno
do investimento realizado, ou o valor máximo de desconto de capital (custo de
capital) durante o período avaliado.
As principais técnicas de orçamento de capital são: payback, payback
descontado, Valor Presente Líquido (VPL) e Taxa Interna de Retorno (TIR), sendo o
27
payback pouco eficaz devido à falta de consideração da perda do valor do dinheiro
ao longo do tempo (GITMAN, 2001, p.301).
4.4.1.1 Payback descontado
Ao contrário do payback simples, esse método considera o reajuste do valor
do dinheiro ao longo do tempo. O resultado da utilização dessa ferramenta é em
quanto tempo vai haver retorno do capital investido. Esse método de orçamento de
capital será utilizado no trabalho.
4.4.1.2 VPL
O VPL é uma ferramenta que considera o valor do dinheiro ao longo do tempo
e é considerada uma técnica de orçamento de capital sofisticada (GITMAN, 2001,
p.302). Segundo Gitman (2001) ele é o resultado da subtração do investimento
inicial de um projeto com o valor presente de seus fluxos de caixa de entrada e
apresenta como resultado um valor absoluto. Encontrado através da equação 1.1:
1
O critério de decisão para aceitar ou rejeitar o projeto se estabelecem da seguinte
forma, segundo Gitman (2001):
a) VPL > $ 0, aceitar o projeto;
b) VPL < $ 0, rejeitar o projeto.
O zero significaria que o projeto tem retorno igual ao custo do capital investido
com sua respectiva correção monetária.
(1.1)
28
4.4.1.3 TIR
Diferente do VPL a Taxa Interna de Retorno apresenta um resultado em valor
percentual, mas também considera o valor do dinheiro ao longo do tempo e é
“provavelmente a técnica de orçamento de capital sofisticada mais usada” (GITMAN,
2001, p.303). A TIR é a taxa de desconto que iguala o VPL a $ 0 e por ser um valor
percentual assim como taxa de juros e lucratividade, profissionais da área financeira
preferem optar por ela ao invés do VPL (GITMAN, 2001, p.310).
A equação 1.2 demonstra como se obter a Taxa Interna de Retorno:
$0 1
Gitman (2001) afirma que o critério para se aceitar ou rejeitar o projeto após a
equação é:
a) TIR > custo do capital, aceitar o projeto;
b) TIR < custo do capital, rejeitar o projeto.
Além deste modelo de orçamento, há ainda a Taxa Interna de Retorno
Modificada (MTIR). A MTIR é utilizada quando a taxa de financiamento do
investimento é diferente da taxa de aplicação do capital (TOBIAS, 2007). Este
modelo não será usado neste trabalho.
4.4.2 Olhar pelo setor de orçamentação
Este segmento deve avaliar a obtenção do custo de um equipamento não
especificamente do ponto de vista da empresa e sim da obra. Os equipamentos,
alugados ou próprios, podem ocupar muitas frentes de serviços em diversas etapas
da construção civil e devido a essa representatividade devem ser criteriosamente
inseridos na composição de custos (MATTOS, 2006, p. 108).
(1.2)
29
O investidor deve recuperar todo o capital injetado no projeto e atingir esse
objetivo, o orçamentista converte todo o valor do desembolso, uso, operação,
manutenção, seguro, taxas, etc. além de juros (MATTOS, 2006, p. 108), em um
custo horário obtido através da equação 1.3:
çã çã
Onde:
a) Dh (custo horário de depreciação) representa a diminuição do valor da
máquina ao longo de sua vida útil causado por desgaste físico, obsoletismo e
inadequação (TCPO, 2008, p. 512), será analisado mais profundamente no
item 4.4.2.1;
b) Jh (custo horário de juros) é o valor que o investimento teria se estivesse
aplicado em outro serviço, como CDB ou mercado financeiro;
c) Ph (custo horário dos pneus) é o custo dos pneus (se houver), sendo essa
separação necessária devido à diferença de vida útil entre o equipamento e
os pneus;
d) Gh (custo horário do combustível) caso o equipamento trabalhe com motor a
combustão ou Eh (custo horário energético) se for motor elétrico;
e) Lh (custo horário da lubrificação) caso o equipamento necessite;
f) MOh (custo horário da mão de obra) é o valor pago aos operadores do
equipamento;
g) Mh (custo horário de manutenção) é o valor pago para serviços de
manutenção do equipamento.
Caso o equipamento esteja improdutivo, Mattos (2006) sugere a equação 1.4, pois
com essas informações o construtor pode vir a fazer futuras reivindicações.
O valor de MOh é considerado, pois mesmo o equipamento estando parado, o
operador continua disponível.
(1.3)
(1.4)
30
4.4.2.1 Depreciação
O valor da depreciação horária do equipamento depende de três outros
fatores: o valor de aquisição, a vida útil e o valor residual (MATTOS, 2006, p. 111).
Segundo Mattos (2006) valor de aquisição (Vq) é o valor pelo qual foi comprado o
equipamento, conforme nota fiscal ou recibo de compra; já vida útil (Vu) é o tempo
que o equipamento trabalha de forma plena; por fim, valor residual (Vr) é o valor que
resta ao equipamento depois de sua utilização durante a vida útil adotada.
Mattos (2006) afirma que existem três métodos pelo qual é possível
determinar a depreciação da máquina: o método linear, o método do saldo devedor
(exponencial) e o método da soma dos anos. Dentre esses, o linear é o mais
utilizado devido a sua simplicidade, porém os outros dois métodos representam
melhor a realidade do que ocorre com o valor do equipamento ao longo do tempo
(MATTOS, 2006, p. 116).
A depreciação horária, segundo Mattos (2006) pode ser obtida através da
equação 1.4.1:
4.4.2.1.1 Método linear
Este método assume que o valor do equipamento decrescerá a uma taxa
uniforme, sendo a perda de valor entre os anos consecutivos sempre constante
(MATTOS, 2006, p. 113).
4.4.2.1.2 Método do saldo devedor
Este método leva a idade do equipamento em consideração ao calcular sua
depreciação, sendo esta maior nos primeiros anos e menor ao se aproximar do
(1.5.1)
31
limite de sua vida útil (MATTOS, 2006, p. 114). Mattos (2006) explica que neste
método o percentual cobrado por ano é o dobro daquela da depreciação linear.
4.4.2.1.3 Método da soma dos anos
O método da soma dos anos tem como diferencial a taxa de depreciação
inconstante ao longo da vida útil do equipamento. Para alcançar esta taxa devem-se
colocar os anos da vida útil em ordem crescente e somá-los, depois atribuir a cada
ano a razão entre o próprio ano e a soma dos números (MATTOS, 2006, p. 115).
4.4.2.2 Juros
Os juros são os valores que o capital renderia se estivesse rendendo em
alguma aplicação financeira, ao invés de ter sido introduzido no projeto (TCPO,
2008, p. 512). Não deve ser confundido com lucro, pois é apenas uma correção no
poder de compra do valor investido (MATTOS, 2006, p. 117). O valor do custo
horário dos juros é dado pelas equações 1.6.1 e 1.6.2:
12
4.4.2.3 Pneus
Estes custos são considerados a parte do valor de compra do equipamento,
devido a diferente vida útil entre eles (MATTOS, 2006, p. 119). Este trabalho não
(1.6.1)
(1.6.2)
32
levará em consideração este custo, pois os equipamentos estudados não se utilizam
de pneus.
4.4.2.4 Combustível e energia elétrica
Segundo Mattos (2006) as informações para obtenção de custo horário com
combustível, devem levar em conta os dados na tabela 4:
Tabela 4 - Tabela para determinação do custo horário do combustível
Fonte de energia Consumo ¹ Fator de potência ² Custo
Gasolina 0,23 40%, 55% ou 75%
R$/l
Diesel 0,15 R$/l
Energia Elétrica Variável ³ - R$/(kW/h) Fonte: MATTOS, 2006, adaptado. Nota¹: Consumo com equipamento em condições ideais de uso; Nota²: Fator potência (f) varia conforme o grau de utilização do equipamento entre baixo (40%), médio (55%) e alto (75%); Nota³: Consumo varia de acordo com o equipamento.
4.4.2.5 Lubrificantes
Perifoy (1989) apud Mattos (2006) demonstra através da equação 1.7 a forma
de se obter o custo horário dos lubrificantes. A fórmula obtém apenas o valor do óleo
de cárter e para os demais lubrificantes, basta adicionar ao resultado encontrado na
equação 50% (MATTOS, 2006, p. 121).
0,6 0,0027 /0,893 /
Sendo:
a) Q = consumo (l/h);
b) HP = potência do motor (HP);
(1.7)
33
c) c = capacidade do cárter (l);
d) t = intervalo de trocas (h).
4.4.2.6 Mão de obra
“O custo da mão de obra de operação corresponde ao custo do homem-hora
do operado” (MATTOS, 2006, p. 123). Devem ser considerados os encargos sociais
do operador. Neste trabalho os encargos seguirão o valor sugerido por Tisaka
(2006) para execução de obra de engenharia civil.
4.4.2.7 Manutenção
As atividades de manutenção envolvem serviços de limpeza, inspeção,
ajustes, calibração, regulagem e outros, sendo geralmente feitas no próprio local em
que está sendo utilizado o equipamento, devendo-se levar em conta as informações
sobre as condições de trabalho em que a máquina é colocada (MATTOS, 2006, p.
123 e 124). Não deve ser confundido com reparo, pois este “consiste no conserto ou
substituição de peças e partes danificadas, defeituosas ou quebradas” (MATTOS,
2006, p. 123) além de serem mais esporádicos e executados em local especializado.
Os custos de manutenção mecânica representam uma linha ascendente, porém com descontinuação. Enquanto a máquina é nova, o risco de defeitos mecânicos é muito pequeno e a produtividade do equipamento é bastante elevada. Com o passar do tempo aumenta a incidência de reparos mecânicos. (TCPO, 2008, p. 513).
O valor horário que representa o custo da manutenção é dado pela equação
1.8:
(1.8)
34
Onde k é um coeficiente que varia de acordo com as condições do trabalho da
máquina e normalmente é fornecido pelo fabricante do equipamento (TCPO, 2008,
p. 513).
4.4.2.8 Equipamento alugado
Segundo Mattos (2006) pode haver a possibilidade de o construtor necessitar
de equipamento, mas não com uma demanda suficiente para comprá-lo e nessa
situação o aluguel deve ser considerado. O autor ainda afirma que a locação pode
se dar de três maneiras diferentes:
a) Tarifa: método em que o construtor paga um preço fixo por um certo período
e podem estar incluídos ou não os custos do operador, da manutenção,
combustível, lubrificação, etc;
b) Leasing: método em que o construtor paga um valor fixo pelo aluguel e há a
opção de compra pelo arrendatário, sendo que os valores já pagos são
abatidos no preço de aquisição do equipamento;
c) Empreitada: método em que o construtor paga ao locador pelo trabalho
realizado.
A forma com que se verificará a viabilidade na locação do equipamento será a
sugerida por Mattos (2006): será calculado o custo horário do equipamento para que
este equivalha ao custo horário de locação e se o equipamento trabalhar por ano
mais que essa quantidade, será preferível comprá-lo.
4.5 PRODUTIVIDADE
Produtividade pode ser definida como a taxa de produção de uma pessoa ou
equipe ou equipamento, é a rapidez com que se executa determinado serviço
(MATTOS, 2006, p. 70). Neste trabalho será considerado um índice que
corresponde ao inverso da produtividade, conhecido como RUP (Razão Unitária de
Produção).
35
Segundo Mattos (2010) é muito mais prático e simples quando o planejador
dispões de dados da equipe para montar seu planejamento, apesar de no Brasil ser
mais fácil encontrar índices de produtividade individuais, ou seja, por recurso. Neste
trabalho serão adotados índices correspondentes a produtividade de equipes e não
individuais, porque os equipamentos abordados quase sempre necessitam do apoio
de uma equipe para que apresentem resultados satisfatórios.
4.5.1 Razão Unitária de Produção
Segundo Mattos (2006) a RUP é bastante útil para:
a) Saber a produtividade de mão de obra e equipamento e material a ser
adotado no orçamento;
b) Fornecer parâmetro de comparação entre planejado e realizado;
c) Representar o limite a partir do qual a atividade se torna ineficiente;
d) Permitir detectar desvios;
e) Auxiliar no estabelecimento de metas de desempenho.
A TCPO estabelece alguns intervalos para determinar o valor da RUP
dependendo da dificuldade do serviço, o modo como ele será executado,
experiência da equipe entre outros fatores que tenham relevância para a realização
da execução (TCPO, 2008). A TCPO traz apenas índices de produtividade
individuais, para obtenção de dados de equipes, é necessário utilizar-se de outro
banco de dados, como a tabela Badra, por exemplo (MATTOS, 2010, p. 88).
4.6 BDI
O BDI é um termo originado da língua inglesa, sigla de Budget Difference
Income e normalmente é traduzido por Benefício (ou Bonificação) e Despesas
indiretas. Trata-se de um valor percentual que deverá ser multiplicado aos custos
diretos da obra para que se demonstre o valor de venda do serviço (MATTOS, 2006,
p. 234).
36
No BDI estão incluídos os custos que não “puderam” ser colocados na
planilha, Mattos (2006) aponta os seguintes itens:
a) Despesas indiretas de funcionamento da obra;
b) Custo da administração central (matriz);
c) Custos financeiros;
d) Fatores imprevistos;
e) Impostos;
f) Lucro.
Tisaka (2006) utiliza a equação 1.9 para encontrar o BDI de forma direta, ou
seja, sem necessariamente saber o preço de venda.
1 1 11
1 100
Onde:
a) l é o valor, em decimal, das despesas indiretas;
b) r é o valor, em decimal, do risco do empreendimento;
c) f representa, em decimal, o custo financeiro do capital;
d) g representa, em decimal, os custos legais (impostos);
e) c representa, em decimal, o custo de comercialização;
f) b é o valor, em decimal, do lucro (benefício).
(1.9)
37
5 METODOLOGIA DE TRABALHO
Este trabalho foi realizado com foco em dois fatores decisivos para a adoção
do método mecanizado de projeção de argamassa: a comparação de produtividade
entre o método convencional e o mecanizado, indo a obras e desenvolvendo
equipamento próprio; além do custo do equipamento e tempo de retorno do capital
investido. Para este último era necessário descobrir a produtividade média
necessária que geraria receita suficiente para pagar o investimento.
5.1 COMPARAÇÃO DE PRODUTIVIDADE
A comparação foi realizada em duas obras:
a) A obra nº 1 estava localizada no município de Ipatinga e se tratava de um
edifício residencial de quatro andares (figura 8), feito em alvenaria estrutural.
b) A obra nº 2 está localizada no município de Governador Valadares e a parte
utilizada para medição, especificamente, tratava-se de um muro de arrimo,
como mostra a figura 9.
Figura 8 - Obra n º 1.
Fonte – GRUPO, 2011.
38
Figura 9 - Obra nº 2.
Fonte: GRUPO, 2011.
Em ambas as obras, foi utilizada a projeção por spray de ar comprimido com
recipiente acoplado, a “canequinha”. A diferença entre elas foi que a equipe
responsável pela obra nº 1 tinha experiência com o equipamento e utilizava-se de
um produto já comercializado, enquanto na obra nº 2, foi utilizado o equipamento
desenvolvido pelo próprio grupo deste trabalho. A projeção no muro de arrimo foi
realizada por membros deste grupo.
Como forma de comparação, foi utilizada na obra nº 1 uma planilha (quadro 1)
semelhante à sugerida por Corrêa (2008) em que o encarregado da obra foi
responsável pelo seu preenchimento.
Projeção de argamassa mecanizada
DATA ENTRADA SAÍDA PESSOAS
ENVOLVIDAS HORAS
TRABALHADASINTERVALO
TIPO DE REVESTIMENTO
& ÁREA PRODUTIVIDADE
Quadro 1 - Planilha de levantamento de dados
39
A mesma planilha não foi utilizada na obra nº 2, pois os próprios membros do grupo
realizaram a tarefa e efetuaram a medição.
5.1.2 Desenvolvimento do equipamento
Devido à escassez de obras na região utilizando-se da técnica abordada, o
grupo decidiu por elaborar um equipamento baseado nas observações realizadas na
obra nº 1. A ferramenta para projeção em si (“canequinha”), não era de grande
dificuldade de execução. Para isso medidas do equipamento foram retiradas com
auxílio de paquímetro e trena.
A partir das medidas encontradas, um modelo em 3D foi feito em AutoCAD
(figura 10) e cotado de acordo com as necessidades do grupo e, por fim, foi enviado
para a produção. O equipamento foi produzido em uma empresa de manutenção
mecânica industrial de Governador Valadares, apresentando algumas diferenças em
relação ao original, como o material do recipiente que recebe a argamassa, que
originalmente é de plástico, mas foi utilizado aço, e o tamanho do tubo que o
operário utiliza para manusear o equipamento, que também serve para passagem
de ar comprimido. A figura 11 demonstra algumas etapas da montagem da máquina.
Não foram utilizadas normas específicas para a produção deste equipamento.
a) b)
Figura 10 - a) Vista "wireframe" do equipamento; b) Vista renderizada do equipamento.
Fonte: GRUPO, 2011.
40
a) b)
c)
Figura 11 - a) Recipiente para argamassa e tubo com saídas de ar; b) Furo para a saída da argamassa; c) Recipiente pronto.
Fonte: GRUPO, 2011.
5.2 ORÇAMENTO DE CAPITAL
Para a verificação do retorno do capital investido, foram requisitados
orçamentos das máquinas de projeção de argamassa de dois fabricantes e também
da possibilidade de locação do equipamento. Nesta etapa foram verificados os
preços tanto da bomba de argamassa quanto da “canequinha”.
A partir do conceito de VPL e payback descontado, foi encontrada fluxo de
caixa relevante médio necessário para que o investimento seja pago no período de
vida útil da máquina correspondente há cinco anos (2.000 horas por ano). Foram
considerados também os valores encontrados no cálculo do custo horário do
41
equipamento incluindo depreciação, juros, energia, consumo de argamassa e mão
de obra necessária para o funcionamento do sistema.
Para o cálculo do VPL e payback descontado, foi utilizado o programa
Microsoft Excel e a sua ferramenta Solver. Este software foi escolhido devido a sua
praticidade e existência em praticamente todos os escritórios de setores de
planejamento e orçamento das empresas, não só da construção civil, mas de vários
outros segmentos.
Os critérios (restrições) adotados para o Solver foram para que as células que
representam o fluxo de caixa sejam iguais entre si fazendo com que o resultado
encontrado seja um fluxo de caixa médio para o período determinado.
5.2.1 Critérios adotados
Para a verificação da viabilidade do equipamento foram adotados os
seguintes critérios:
a) A produtividade da bomba de argamassa utilizada é a encontrada por Corrêa
(2008);
b) A produtividade da “canequinha” utilizada é a encontrada pelo grupo;
c) A produtividade manual adotada é a proposta pela tabela Badra de
produtividade (MATTOS, 2010, p. 91);
d) Para determinar a depreciação do equipamento foi utilizado o método da
soma dos anos;
e) Para determinar o valor dos juros foi utilizada a taxa de 12% ao ano;
f) Foi escolhido um valor residual correspondente a 10% do valor de aquisição;
g) A vida útil dos equipamentos ficou definida em cinco anos;
h) A utilização média ficou definida em duas mil horas por ano;
i) O BDI adotado é de 57,50%, sendo o lucro correspondente a 15%.
j) A mão de obra adotada terá os encargos definidos por Tisaka (2006) para
mensalistas
Os itens “f”, “g” e “h” foram escolhidos com base na TCPO (2008). Não foi levada em
consideração, nesse trabalho, a hipótese de mais de uma máquina de projetar
argamassa na mesma obra.
42
Foi considerado que a máquina operará apenas com 80% de sua capacidade
de produção, portanto durante 20% do tempo de produção anual estará ociosa. Para
esse período de ociosidade (porém, à disposição) é considerado o valor de hora
improdutiva do equipamento.
5.2.1.1 Escolha do BDI
O BDI adotado, descrito na tabela 5, é baseado no trabalho de Tisaka (2009),
adaptado para a realidade tributária de Governador Valadares adotando o regime de
lucro real em relação ao imposto de renda devido.
Tabela 5 - BDI adotado pelo grupo
ITEM DISCRIMINAÇÃO LUCRO REAL 1 Administração Central 10%
1.1 Rateio Adm. Central 9% 1.2 Despesas específicas 1% 2 Taxa de Risco 1% 3 Despesa financeira 2% 4 Tributos 9,05%
4.1 PIS 0,7% 4.2 COFINS 3,0% 4.3 IRPJ 1,5% 4.4 CSLL 0,9% 4.5 ISS 5,0% 5 Taxa Comercialização 2%
6 Lucro 15%
BDI 57,50% Fonte: TISAKA, 2009, adaptado.
5.2.1.2 Encargos da mão de obra
Estão sendo adotados os valores correspondentes a mensalistas, pois o
grupo considera que este serviço requer certa prática e seria ideal ter uma equipe
fixa para projetar a argamassa pelo método mecanizado. A adoção dos valores
correspondentes aos “horistas” representaria que este serviço teria a mesma
43
rotatividade que outros da construção civil, ou seja, várias pessoas passariam pelo
equipamento e não haveria tempo suficiente para os operários se adequarem ao
método e atingir uma produtividade equivalente ao potencial da máquina.
A tabela 6 está representando os encargos envolvidos, sendo ela baseada
nos estudos de Tisaka (2006).
Tabela 6 - Tabela de Encargos Sociais para mensalistas
Encargos Sociais Básicos
A1 Previdência Social 20,00%
A2 FGTS 8,00%
A3 Salário-Educação 2,50%
A4 SESI 1,50%
A5 SENAI 1,00%
A6 SEBRAE 0,60%
A7 INCRA 0,20%
A8 Seguro contra riscos de acidente de trabalho 3,00%
A9 SECONCI 1,00%
Sub-Total A 37,80%
Encargos sociais que recebem a incidência de A
B1 13º Salário 8,22%
Sub-Total B 8,22%
Encargos sociais que não recebem as incidências globais de A
C1 Depósito por despedida injusta 50% de A2+(A2xB) 4,33%
C2 Férias 10,93%
C3 Aviso Prévio 10,20%
Sub-Total C 25,46%
Taxa de reincidência
D1 Reincidência de A sobre B (38,3% x 8,22%) 3,11%
D2 Reincidência de A2 sobre C3 (8,5% x 10,2%) 0,82%
Sub-Total D 3,93%
TOTAL 75,41% Fonte: TISAKA, 2006, adaptado.
Para a produção do revestimento de forma manual, está sendo adotado o percentual
de 125,58%, também baseado no que diz Tisaka (2006). Isso porque esse tipo de
serviço apresenta certa rotatividade na construção civil e adoção do índice dos
mensalistas fugiria da realidade do setor.
44
6 DEMONSTRAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
6.1 COLETA DE DADOS EM CAMPO
A planilha da obra nº 1, teve os resultados apresentados no quadro 2:
Projeção de argamassa mecanizada
DATA ENTRADA SAÍDA PESSOAS
ENVOLVIDASHORAS
TRABALHADASINTERVALO
PAREDE A SER
REVESTIDA PRODUTIVIDADE
19/ago 07:30 17:00 2 Pedreiros; 4 ajudantes
08:30 01:00 70 m²
(Reboco) 0,12 Hh/m²
23/ago 07:30 16:00 2 Pedreiros; 4 ajudantes
07:30 01:00 73 m²
(Reboco) 0,10 Hh/m²
24/ago 07:30 16:00 2 Pedreiros; 4 ajudantes
07:30 01:00 60 m²
(Reboco); 0,13 Hh/m²;
25/ago 07:30 16:00 2 Pedreiros; 4 ajudantes
07:30 01:00 80 m²
(Reboco) 0,09 Hh/m²
03/ago 07:30 16:00 2 Pedreiros; 4 ajudantes
07:30 01:00 96 m²
(Reboco) 0,08 Hh/m²
Quadro 2 - Resultados da coleta da obra nº 1
A equipe de funcionários se utilizou da “canequinha” para projetar a
argamassa, eles já conheciam o equipamento e já haviam utilizado o mesmo em
outras obras. Os seis integrantes da equipe eram organizados da seguinte maneira:
um pedreiro realizava a projeção enquanto o outro sarrafeava, corrigia as
imperfeições e regularizava o revestimento e 4 ajudantes eram responsáveis por
produzir e transportar a argamassa. A última medição pode ser observada pela
diferença entre a figura 12 a) e 12 b).
a) b)
Figura 12 - a) Parede chapiscada; b) Parede já revestida.
Fonte: GRUPO, 2011.
45
A RUP média da equipe foi de 0,10 h/m² e 0,62 Hh/m² por funcionário. As
paredes a serem revestidas eram de grandes vãos (parte externa).
O encarregado que preencheu a planilha anotou “reboco” para o que estamos
tratando neste trabalho como massa única. Mesmo o fabricante do equipamento
utilizado nessa obra, utiliza o termo “reboco” para descrever esta etapa.
A título de curiosidade, na argamassa foi utilizada areia artificial,
provavelmente um subproduto de britagem de rocha gnaisse, o que deu um aspecto
de revestimento texturizado à parede (figura 13).
Figura 13 - Aspecto de textura do revestimento projetado.
Fonte: GRUPO, 2011.
Os resultados da produtividade da obra nº 2 não puderam ser aproveitados
neste trabalho devido à inconsistência da informação encontrada pelo grupo. A parte
de projeção da argamassa, que foi realizada por membros do grupo, não foi bem
medida em relação ao tempo, pois não foi observada a produção de um dia inteiro
de serviço, mas sim, apenas o tempo exato de aplicação do revestimento de
argamassa por projeção. Isso trouxe dados que não demonstravam a realidade de
um dia de trabalho comum, já que é quase impossível que a produção se
mantivesse no mesmo nível durante todo o dia de trabalho.
A atividade serviu para o grupo pudesse observar dificuldades na utilização
do equipamento e possíveis melhorias, tanto no equipamento desenvolvido, quanto
naquele já comercializado.
46
6.1.2 Dificuldades no equipamento produzido
A principal dificuldade observada pelo grupo foi em relação ao peso do
equipamento. Quando o grupo conheceu o modelo comercial da “canequinha”,
imaginou que a troca do recipiente plástico que recebe a argamassa por um de
material mais resistente seria benéfica, pois aumentaria a vida útil do equipamento.
O que ficou evidenciado, porém, é que o material plástico era necessário para
diminuir o peso do conjunto, pois com o recipiente de aço, ficou difícil de operá-lo.
Outra dificuldade encontrada foi em relação ao registro que permite a
passagem do ar, por não ter encontrado o gatilho que se usa no equipamento
comercial visto em Ipatinga, o grupo utilizou um registro de esfera. Ficou claro que o
gatilho propicia maior precisão na aplicação da argamassa, pois é mais fácil de
manusear e de regular a saída de ar do compressor.
6.2 ADOÇÃO DE ÍNDICES DE PRODUTIVIDADE
Foram adotados índices de produtividade para a projeção de argamassa com
a utilização de bomba e para a aplicação manual. Foi necessário adotar dados em
relação à aplicação manual, porque na obra nº 1 não foi executado nenhum
revestimento com argamassa dessa forma e na obra nº 2 os dados não puderam ser
aproveitados pelo mesmo motivo citado quanto a produção mecanizada.
As informações relacionadas à produção manual foram retiradas da tabela
Badra de produtividade presente na publicação de Mattos (2010). Nesta tabela
adotamos o valor de 0,40 h/ m² para emboço, sendo a equipe formada por um
pedreiro e um servente.
Os índices de produtividade adotados são aqueles encontrados por Corrêa
(2008). Foi utilizada a média dos índices que ele encontrou que são 0,034 h/m² para
paredes com grandes vãos e poucas aberturas e 0,052 h/m² para paredes pequenas
com muitas aberturas. A média simples entre esses índices é 0,043 h/m². A equipe
era formada por cinco funcionários.
47
6.3 PLANILHAS DE ORÇAMENTO DE CAPITAL
Foram orçadas uma bomba de projeção de argamassa e um projetor de
argamassa por spray de ar comprimido. Também foi solicitado informação quanto ao
aluguel da mesma bomba.
A Bomba A foi orçada em R$ 34.920,00 e inclui um misturador com
capacidade para 320 kg de argamassa. A tabela 7 demonstra os cálculos feitos para
se encontrar o custo horário de funcionamento desse equipamento.
Tabela 7 - Demonstração do custo horário da Bomba A.
CÁLCULO DOS CUSTOS DE OPERAÇÃO DA BOMBA A
Custo horário Observações: Depreciação R$ 5,24 Método da soma dos anos Juros R$ 1,34 12% ao ano Energia R$ 1,62 Custo kW/h = R$ 0,24 Mão de obra R$ 40,66 5 funcionários - 2 Pd + 3 Aj Manutenção R$ 3,16 k = 0,904 Argamassa R$ 200,99 Rendimento 0,29 l p/ saco - R$ 13,00 Sub-Total R$ 253,01
BDI 57,50% ISS 5% (Governador Valadares)
H. PROD. R$ 398,49
H. IMPROD. R$ 74,41
A alta produtividade do equipamento (22,73 m²/h) empurra para cima o
consumo de argamassa, o maior custo desta composição, e para baixo o preço do
serviço por metro quadrado: R$ 17,71.
O fluxo de caixa que é gerado pela demanda que torna nulo o VPL da bomba
A, está representado na tabela 8.
Tabela 8 - VPL nulo da Bomba A
CÁLCULO DO VPL BOMBA A
Investimento R$ 34.920,00 Custo do capital 12% a.a.Período Fluxo de Caixa Custos Lucro Ano 00 R$ 34.920,00 R$ 34.920,00Ano 01 R$ 64.580,99 R$ 54.893,84 R$ 9.687,15Ano 02 R$ 64.580,99 R$ 54.893,84 R$ 9.687,15Ano 03 R$ 64.580,99 R$ 54.893,84 R$ 9.687,15Ano 04 R$ 64.580,99 R$ 54.893,84 R$ 9.687,15Ano 05 R$ 64.580,99 R$ 54.893,84 R$ 9.687,15
VPL R$ 0,00
48
A comprovação é feita pelo payback descontado deste mesmo equipamento
(tabela 9):
Tabela 9 - Payback descontado da Bomba A
CÁLCULO DO PAYBACK DESCONTADO DA BOMBA A
Investimento R$ 34.920,00 Custo do capital 12% a.a.Ano Fluxo de caixa final Fluxo Corrigido Saldo
0 -R$ 34.920,00 -R$ 34.920,00 -R$ 34.920,001 R$ 9.687,15 R$ 8.649,24 -R$ 26.270,762 R$ 9.687,15 R$ 7.722,53 -R$ 18.548,233 R$ 9.687,15 R$ 6.895,12 -R$ 11.653,114 R$ 9.687,15 R$ 6.156,36 -R$ 5.496,75
5 R$ 9.687,15 R$ 5.496,75 R$ 0,00
Considerando os gastos com a máquina, demonstrados na tabela 7, e sua
produtividade, para que houvesse esse fluxo de caixa deveria haver uma demanda
de 2.946,62 m² de revestimento por ano, ou 245,55 m² por mês, uma demanda
razoavelmente alta para os padrões da região. Esta demanda é encontrada por uma
simples “regra de três”, pois é conhecida a produtividade anual da máquina através
da RUP da equipe que a utilizou (45.454,55 m²/ano).
A partir desses dados, é possível perceber que a bomba A só seria indicada
para construtoras com alta demanda de revestimento durante todo o ano ou
empresas que se dedicassem a prestar serviço de projeção de argamassa.
A “canequinha” B foi orçada em R$4.890,00 e o conjunto é constituído por um
compressor, um pulmão de armazenamento de ar comprimido, com pressostato e
sistema de segurança, além de uma caneca. A tabela 10 demonstra o custo horário
que este equipamento possui.
Tabela 10 - Demonstração do custo horário da Canequinha B
CÁLCULO DOS CUSTOS DE OPERAÇÃO DA "CANEQUINHA B" Custo horário Observações:
Depreciação R$ 0,73 Método da soma dos anos Juros R$ 0,19 12% ao ano Energia R$ 1,37 Custo kW/h = R$ 0,24 Mão de obra R$ 47,84 6 funcionários - 2 Pd + 4 Aj Manutenção R$ 0,44 k = 0,9 Argamassa R$ 46,38 Virada em obra Sub-Total R$ 96,95 BDI 57,50% ISS 5% (Governador Valadares)
H. PROD. R$ 152,69
H. IMPROD. R$ 76,80
49
A produtividade da projeção por spray (10 m²/h) e o traço de 1:2:8 de cimento,
cal hidratada e areia garantem um preço de custo bem menor da “canequinha” em
relação à Bomba A. Com esse custo, o preço do serviço por metro quadrado chega
a R$ 15,27, mais barato que a Bomba A.
O fluxo de caixa que é gerado pela demanda que torna nulo o VPL da
canequinha B, está representado na tabela 11.
Tabela 11 - VPL nulo da Canequinha B
CÁLCULO DO VPL DA CANEQUINHA B
Investimento R$ 4.890,00 Custo do capital 12% a.a.Período Fluxo de Caixa Custos Lucro Ano 00 R$ 4.890,00 R$ 4.890,00Ano 01 R$ 13.565,34 R$ 12.208,80 R$ 1.356,53Ano 02 R$ 13.565,34 R$ 12.208,80 R$ 1.356,53Ano 03 R$ 13.565,34 R$ 12.208,80 R$ 1.356,53Ano 04 R$ 13.565,34 R$ 12.208,80 R$ 1.356,53
Ano 05 R$ 13.565,34 R$ 12.208,80 R$ 1.356,53
VPL R$ 0,00
O payback descontado, apresentado na tabela 12 comprova os dados da
tabela acima.
Tabela 12 – Payback descontado da Canequinha B
CÁLCULO DO PAYBACK DESCONTADO DA CANEQUINHA B
Investimento R$ 4.890,00 Custo do capital 12% a.a.Ano Fluxo de caixa final Fluxo Corrigido Saldo
0 -R$ 4.890,00 -R$ 4.890,00 -R$ 4.890,001 R$ 1.356,53 R$ 1.211,19 -R$ 3.678,812 R$ 1.356,53 R$ 1.081,42 -R$ 2.597,393 R$ 1.356,53 R$ 965,55 -R$ 1.631,844 R$ 1.356,53 R$ 862,10 -R$ 769,73
5 R$ 1.356,53 R$ 769,73 R$ 0,00
A demanda necessária para gerar esse fluxo de caixa é de 710,72 m² de
revestimento por ano ou 52,23 m² por mês. Esta é uma demanda bastante baixa que
é facilmente alcançada por quase a totalidade dos construtores da região. A
produção anual da canequinha B levando em consideração o RUP da equipe que a
opera é de 20.000 m².
Através deste fluxo de caixa e do preço por metro quadrado encontrado, é
possível perceber que a canequinha B é um sistema mais adequado do que a
Bomba A para se adotar na região de Governador Valadares.
50
A composição de custos da aplicação manual de revestimento de argamassa
está descrita na tabela 13.
Tabela 13 - Composição de custo do serviço manual
COMPOSIÇÃO DOS CUSTOS DA APLICAÇÃO MANUAL
Custo horário Observações:
Mão de obra R$ 21,53 2 funcionários (1 Pd + 1 Aj)
Argamassa R$ 11,59 Virada em obra
Sub-Total R$ 33,13
BDI 57,50% ISS 5% (Governador Valadares)
TOTAL R$ 52,17
Esta composição leva em conta a produtividade manual (2,50 m²/h) para
estabelecer o custo horário da argamassa, cujo traço adotado é o mesmo utilizado
na projeção por spray. O preço do serviço por metro quadrado encontrado foi de R$
20,87. O valor é superior a ambos os métodos mecanizados analisados.
6.4 VIABILIDADE DE LOCAÇÃO
A locação da Bomba A é sob a forma de tarifa e custa R$ 2.890,00 por mês
sendo o período mínimo de locação de dois meses. O quadro 3 traça um
comparativo entre as duas formas de aquisição:
Equipamento próprio
XEquipamento alugado
Valor de aquisição R$ 34.920,00 Locação R$ 13,14 /h
Valor residual 10% OBS.: locatário arca com as
Vida Útil 5 anos despesas de operação e
Taxa de Juros 12% a.a. manutenção
Quadro 3 - Comparação entre opção de compra e locação
Só precisam ser considerados os custos de depreciação e juros, pois os
custos de operação e manutenção são os mesmos para o equipamento alugado ou
comprado. A depreciação foi calculada pelo método linear nesse caso.
A depreciação em função do período “a”, em horas é:
51
34920 34925
∴6285,60
O custo horário de juros em função de “a” foi:
0,1234920 3492
5 12 5
3492 ∴2681,86
A soma de ambos os valores em função de “a” é 8967,46. Então:
8967,4613,14 ∴ 682,45
Portanto se a empresa utilizar o equipamento por mais de 682,45 horas em um ano,
é mais vantajoso comprar o equipamento, se não, a vantagem está em alugar.
O custo do serviço executado com o equipamento alugado é de R$ 17,99 por
metro quadrado. Esse valor é um pouco acima do encontrado com o equipamento
comprado. Neste custo são considerados apenas os custos de energia elétrica, mão
de obra, argamassa e o próprio valor do aluguel.
A figura 14 apresenta um gráfico que demonstra a variação entre os valores
encontrados.
Figura 14 - Gráfico de comparação
R$ ‐
R$ 5,00
R$ 10,00
R$ 15,00
R$ 20,00
R$ 25,00
Serviço manual Aluguel Bomba A Bomba A Canequinha B
Custo por m²
Métodos de Execução
Comparação entre os métodos analisados
(2.1)
(2.2)
(2.3)
52
6.5 ANÁLISE FINAL DOS RESULTADOS
As possibilidades apresentadas apresentaram resultados distintos entre si,
principalmente entre os métodos mecanizados e manual. Comparando o custo por
metro quadrado do serviço realizado com o spray de ar comprimido e o manual, a
utilização da “canequinha” é 26,84% mais barata que o método manual. Se
comparado com a (aquisição) bomba de argamassa, o processo manual é 19,03%
mais caro.
Em relação a comparação entre o desempenho da bomba contra o da
“canequinha”, deve-se levar em consideração os dados de produtividade adotados
para a bomba de argamassa. Os índices tomados de Corrêa (2008) apresentavam,
também, uma média de produtividade em projeção de áreas com muitas aberturas,
enquanto as medições realizadas no método de spray, contavam quase
exclusivamente com medição de áreas externas, ou seja, com grandes vãos e
poucas aberturas. Portanto, a produtividade da “canequinha” pode ser um pouco
inferior à apresentada.
Para que a bomba de argamassa tenha um custo horário mais baixo, o
principal produto a ser objeto de tomada de preços é a argamassa industrializada.
Apesar de algumas dessas máquinas aceitarem o traço virado em obra, os cuidados
que deve haver para que os materiais (principalmente em relação à granulometria
dos agregados miúdos) não prejudiquem o equipamento, podem tornar o fluxo de
trabalho demasiadamente intermitente, sendo o fluxo contínuo de trabalho
justamente uma das vantagens da bomba em relação à “canequinha”.
O menor preço por metro quadrado encontrado com a projeção pela
“canequinha B”, sua baixa demanda de serviço para que haja o pagamento do
equipamento durante sua vida útil e a mínima necessidade de treinamento, fazem a
projeção por spray de ar comprimido ser uma boa alternativa ao método
convencional para a cidade de Governador Valadares e região.
53
7 CONCLUSÃO
As informações encontradas neste trabalho servirão para as empresas de
Governador Valadares e região observarem com maior atenção a evolução
tecnológica que deve haver na construção civil, principalmente na área de
edificações, para que se possa sair na frente neste concorrido momento de mercado
em que o país se encontra.
Este trabalho buscou apresentar com clareza o que deve ser considerado
quando o construtor optar por um dos métodos de mecanização da etapa de
revestimento de argamassa, as vantagens e desvantagens dos sistemas.
A opção pelo método de spray de ar comprimido com recipiente acoplado,
tratado comumente como “canequinha” traz um grande ganho de produtividade com
pouca necessidade de treinamento. Este método pouco exige em mudanças no
preparo da argamassa, exige apenas velocidade no preparo já que a produtividade é
bastante superior ao método convencional. Entretanto, o fluxo intermitente de
trabalho e o peso da caneca utilizada pelo operador, trazem limitações ao aparelho.
O sistema de bomba de argamassa apresenta produtividade muito superior,
sendo ideal para construtoras com altíssima demanda de trabalho. Apesar se poder
trabalhar com argamassa virada em obra, o ideal, para conservar o aparelho e
também para aproveitar a alta produtividade, é utilizar argamassas industrializadas.
É necessário um treinamento específico da mão de obra para trabalhar este sistema.
O método exige grandes mudanças no planejamento da etapa de aplicação do
revestimento, como a presença de balancins elétricos ou uma estrutura de andaimes
já pronta antes do início da aplicação, pois sem um serviço bem planejado, o
trabalho pode não render o esperado.
As bombas de argamassa apresentam ainda a vantagem de poderem projetar
outros revestimentos além dos básicos para a construção civil (chapisco, emboço e
reboco), como monocapas, argamassas a prova de fogo (fireproofing), texturas
variadas e até tintas. Importante ressaltar que nem todas são capazes disso.
Em se tratando da qualidade do revestimento, nenhum problema ainda foi
encontrado no revestimento projetado que possa ser atrelado ao modo de aplicação.
As fissuras e outros problemas semelhantes encontrados são ocasionados ou pela
fabricação ou má qualidade de materiais utilizados na argamassa. Os ensaios de
54
resistência à tração já realizados provaram que o revestimento pode ter resultados
acima do determinado pela norma, especialmente se a etapa de chapisco do
substrato também foi realizada de maneira mecanizada.
No aspecto visual do revestimento de argamassa, o padrão de acabamento
ainda depende de um bom desempenho manual do profissional. Isso porque os
métodos apresentados possuem as etapas de sarrafeamento e desempeno não
mecanizadas. Porém, foi demonstrado que já existe um equipamento que traz essa
alternativa, em que o próprio também faz a regularização da superfície revestida.
Conclui-se então, que os profissionais da cidade de Governador Valadares e
região podem voltar seus olhos com maior atenção para as tecnologias disponíveis
para a construção civil. A região apresenta demanda suficiente de serviço para que
a adoção de métodos mecanizados de revestimento de argamassa sejam escolhidos
ao invés da manutenção da aplicação quase artesanal, que domina a região.
55
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